Amor e Medo

Escrito por Helen Katheryne | Revisado por Asioleh

Tamanho da fonte: |


Prólogo

  Muitas vezes somos gerados por nossos sonhos. Muitas vezes eles nos levam além do que estávamos em busca e podem nos trazer momentos e pessoas que terão importância em cada boa memória que teremos no futuro.
  A imagem da realização de um sonho é tão forte que nos motiva a atravessar oceanos e lutar por aquilo com tanta força que não aceitamos as barreiras.

Capítulo 01

  A iluminação aumentava e abaixava assim como a melodia da música. Os movimentos eram perfeitamente sincronizados e executados. Mais alguns passos e lá estavam elas paralisadas recebendo os aplausos de uma platéia encantada com a apresentação das duas garotas.
  - Isso tudo foi real? – parecendo não acreditar pergunta para sua irmã.
  - Espero que tenha sido – Responde ainda em transe depois da apresentação.
  Enquanto tiram a maquiagem escutam duas batidas na porta. Autorizam a entrada de quem quer que seja.
  - Como estão as melhores bailarinas do mundo?
  Quando as gêmeas olham para a porta, deparam-se com suas melhores amigas; e . Sorrindo e dando gritos elas correm para se abraçarem e comemoram a apresentação. Depois de conversarem e descansarem um pouco elas decidem que precisam sair para comemorarem a grande estreia.
  - Pub, às 10. – anuncia.
  - Fechado – Todas concordam.
  Cada uma vai para sua casa se arrumar. A noite prometia. O Pub que elas marcaram de se encontrar era pequeno, mas bem localizado e frequentado por gente bonita, além de sempre ter alguma banda nova tocando.

……………..

  - Mom, cheguei – correu ao encontro da sua mãe na cozinha. Beijou seu rosto e pegou um copo de água.
  - Um tal de te ligou. Disse que seu celular só dava caixa postal.
  - É claro, eu estava assistindo uma apresentação de ballet, no mínimo eu deveria ter desligado meu celular.
  - Tanto faz, quem é ele? – perguntou cuidadosamente.
  - Um amigo. Do box – Responde entre goles em seu copo d’água.
  - E... – Falou em tom de pergunta querendo tirar mais informações.
  - E mais nada. Vou subir e me arrumar pra sair com as meninas – Deixou o copo na pia.
  - O também vai? – A mãe falou para deixá-la constrangida.
  - Há Há, engraçadinha. Não ele não vai.
  A garota subiu um pouco envergonhada. Ela havia conhecido há poucos dias quando ele entrou na aula de Box onde ela também treinava. Eles haviam se tornado bons amigos, mas imaginá–lo como sua mãe insinuou parecia estranho e embaraçoso. Ela também mantinha uma ótima relação com sua mãe. As duas haviam se mudado para Londres há muitos anos quando a mãe de recebeu uma boa proposta de emprego.
   tomou um banho e vestiu–se com o melhor vestido que encontrou. Vermelho, acinturado, um belo colar e um scarpin preto. Básica e Clássica.

...............

   chegou em casa e deparou- se com a bagunça que deixara pelos cômodos. Ela morava sozinha desde que ganhou uma bolsa para estudar moda em Londres. Seu apartamento, desde então, vivia uma bagunça pela falta de tempo.
  - Não vou arrumar isso. Não mesmo.
  Passou direto para seu quarto. Mais bagunça. Colocou seu CD do Foster the People para tocar e entrou de cabeça em um banho quente. Estava bom o suficiente para que ela tivesse um ataque de nervos quando alguém ousou tocar a campainha.
  - Agora? Sério?
  Saiu do banho resmungando consigo mesma, enrolou-se em uma toalha e foi atender. A campainha tocou mais uma vez irritando-a ainda mais.
  - JÁ VAI – Gritou depois acrescentou para si. – Pessoa inconveniente.
  Ela abriu a porta e lá estava um homem, jovem, muito bonito, cabelos pretos cacheados, olhos grandes e escuros, barba por fazer, belas roupas e... Algumas malas?
  “Hum, ele é bem gatinho, mas... OMG, eu estou de toalha. Não! É o apocalipse!” Ela pensou depois de avaliá–lo.
  - Hum, é... – Ele parecia confuso e embaraçado. – você não é minha irmã, é?
  - Acho que não. Quem você está procurando?
  - .
  - Ahh, claro, ela mora no apartamento da frente – Apontou para a porta logo adiante.
  - Esse? Muito obrigado e... Desculpa, acho que te atrapalhei – Ele olhou para a toalha.
  - Não tem problema – “Tem sim, mas como você é bonitinho não vou gritar nem te processar”. – Pensou enquanto sorria para o cara.
  - Obrigado – Ele disse novamente.
   então percebeu que deveria entrar e continuar seu banho. Deu um leve aceno e entrou. Terminou seu banho rindo com o acontecimento. Saiu, abriu o guarda–roupa. Um caos. Nárnia poderia estar logo atrás daquela bagunça facilmente. Pegou uma blusa listrada, uma saia azul marinho, sapato vermelho, anéis e logo estava pronta.

................

   pegava seus últimos pertences quando alguém bateu na porta do camarim. Não eram as amigas, pois essas já haviam ido embora. que ainda calçava os pés sugeriu que a irmã abrisse a porta. Era um funcionário do teatro.
  - Têm alguns jornalistas querendo entrevistar vocês – Ele informou.
  - Mas... – não sabia o que fazer. Não sabia se era uma boa ideia atende-los. Poderia se atrasar. – Espera só um minuto.
  Ela dirigiu-se até a irmã e as duas começaram a discutir o que fazer.
  - Liga pra , ela deve saber o que fazer. – sugeriu .
  Elas pegaram um celular e ligaram. logo atendeu.
  - Wow, sério? – a amiga parecia não acreditar na dimensão que aquilo tomara. – Faz o seguinte. Pergunta qual o jornal e a TV mais importante que está ai e deem uma entrevista rápida só para os dois.
  - Ahh, Obrigada, ! – agradeceu e as duas fizeram. A ideia de câmeras e perguntas as surpreendeu um pouco, mas aquilo tudo parecia tão mágico para elas.
   e eram irmãs gêmeas que sempre sonharam com a oportunidade de serem bailarinas profissionais. Depois de muitos anos de trabalho, receberam o convite de ingressarem em uma das melhores academias de dança de Londres e lá foram elas. E naquele dia elas haviam realizado um sonho além do que buscavam. Além de estrearem em grande teatro, estavam sendo reconhecidas até pela mídia.
  Algumas fotos e algumas curtas e tímidas respostas depois elas finalmente saíram do teatro exaustas. O celular de tocou quando entraram no carro. Era sua avó. Ela encheu as netas de elogios e disse que esperava por elas ainda naquela noite.
  - Acho que dá tempo de dar uma passada na casa dela – comentou .
  - Uma passada rápida, mas dá sim.
  Elas foram para a casa da avó que ficava não muito longe do teatro e encontraram uma mesa farta de doces que as convidavam para comê-la toda. Mas elas sabiam que aquilo não seria possível, pois para terem um bom desempenho elas precisariam estar em uma dieta rigorosa que dispensava os doces. Por outro lado, dispensá-los seria a mesma coisa que desapontar sua avó.
  - Acho que um pedaço daquela torta de morango não vai nos trazer problemas – sugeriu .
  - Acho melhor não. – estava indecisa.
  - Se você não for comer, eu vou – caminhou em direção a mesa.
  - Okay, pode ir.
  - Mas você não vai comer nada? , você esta quase o dia todo sem comer, isso sim vai trazer problemas. – insistia.
  - Acho melhor não. Não quero errar alguma coisa amanhã porque estou com alguns pesos a mais.
   sentou-se apenas para descansar enquanto atacou-se com um pedaço da torta.
  - Eu só acho que você esta levando isso sério demais. – Comentou enquanto comia
  - O quê? Pode até ser, mas não quero exagerar – pareceu ficar nervosa com o comentário da irmã e levantou-se da mesa e caminhou para o encontro de sua avó na sala. – Nós já vamos, vó.
  - Mas já? Vocês nem comeram direito.
  - Você sabe que não podemos ganhar peso, mas mesmo assim agradeço – beijou o rosto da senhora. – Vamos, .
  - Espera – saiu correndo da cozinha ainda terminando de mastigar um pedaço da torta. – Obrigada, vó.
  Abaixou para beijar a avó que estava sentada e antes que pudesse levantar-se ela segurou seu braço. Percebendo que estava de costas indo em direção a porta ela cochichou para a neta.
  - Eu comia muito que não devia mesmo em dia de apresentação, e como você pode ver, não foi isso que me impediu de ser o que sou hoje.
   sorriu, pois sabia do que ela estava falando.
  A avó das meninas havia sido uma das maiores bailarinas do Brasil e depois do mundo. Ela também estudou dança em Londres, por isso a preferência pela cidade para que as netas seguissem o mesmo caminho. Ela era brilhante, sempre buscando melhorar, treinando pesado e exaustivamente e ela executava tudo com o máximo de perfeição. Era nela que se inspirava. Sempre quis alcançar a perfeição da avó por isso que cobrava tanto e forçava-se a fazer tudo perfeitamente. também se inspirava na avó, mas não se cobrava tanto quanto .
  As duas saíram, entraram no carro. dirigia enquanto tentava convencer a irmã da necessidade de comer. Elas chegaram em casa ainda discutindo o assunto. As duas moravam sozinhas há seis meses, pois a mãe das garotas tivera que voltar para o Brasil.
  Após acalmarem-se elas foram decidir o que vestir. escolheu um vestido vinho básico enquanto combinou-o com um lenço de caveiras preto e um sapato da mesma cor. escolheu um vestido vintage bege com babados e um sapato também vintage azul de camurça.

..............

   chegou juntamente com e . Elas esperaram na entrada do pub por que ligou minutos atrás se desculpando pelo atraso por estar presa no transito. Logo elas já podiam avistar a amiga chegando. Ela estacionara o carro do outro lado da rua e vinha andando em direção as amigas quando uma van preta parou em frente ao pub. então precisou dar a volta na van e quando estava quase ao alcance das amigas, a porta da van se abre e um garoto desce e esbarra com ela derrubando sua bolsa e quase a derrubando também.
  - Oh my God – exclamou quando viu o encontro dos dois.
  O garoto abaixou para ajudar a pegar seus pertences.
  - Me desculpe, eu não... – ele começou a desculpar-se, mas foi interrompido.
  - Qual o seu problema? Você é cego? – parecia muito nervosa.
  - Me desculpe mesmo eu... – mais uma vez foi interrompido.
  - Você quase quebrou meu celular, quase me derrubou... Quer saber, esquece – pegou suas coisas deu uma ultima olhada para o garoto e foi em encontro das amigas.
  O rapaz era bem bonito, alto, moreno, olhos profundos, mas nada disso pareceu deixar mais calma por ter sido “atropelada” pelo garoto.
  - Hey, cheguei.
  - Chegou com estilo. O que foi aquilo? – falou.
  - Alguém cego o suficiente para não me ver.
  - Ok, então vamos entrar para não ficarmos sem lugar - fala já entrando.
  As garotas jogam papo fora sentadas em uma mesa.
  - Ai meu Deus – fala com os olhos arregalados.
  - O que foi? – Falam todas juntas.
  - , olhe para o palco.
   se vira e vê o garoto que a “atropelou” no palco. Ele e mais quatro garotos eram a banda da noite. Eles faziam uma bela apresentação com músicas acústicas.
  - Era só o que me faltava – fala abaixando sua cabeça.
  - Mas ... – fala esperando ela levantar a cabeça. - Até que ele é bonitinho.
  - Há Há. – responde com uma risada irônica.
  - Eu gostei mais do loirinho – fala contrariando e apoiando o rosto nas mãos enquanto admirava o garoto tocando seu violão.
  Todas riem. Os garotos começam a cantar. fica apaixonada pela bela voz e do sotaque Irlandês do garoto loiro.
   olha no relógio e vê que está tarde.
  - , temos que ir. Vamos nos apresentar amanhã e devemos descansar – diz segurando a mão de sua irmã.
  - Tudo bem, os garotos já pararam de cantar mesmo – fala meio triste.
  - Então vamos, tenho treino cedo amanhã, meu campeonato está chegando – diz com um sorriso no rosto.
  - É verdade. Não posso perder fala se levantando.
  As garotas vão em direção da porta conversando e para no meio do caminho.
  - O que houve? – pergunta preocupada.
  - Eu esqueci meu celular, vão indo eu já vou – anuncia voltando.
  As meninas continuam andando e param em frente ao carro conversando enquanto aguardam a volta da amiga.
   pega seu celular e é surpreendida por uma voz baixa e linda.
  - Hey, eu te conheço – Fala o garoto colocando sua mão na testa. – Espera, eu te vi na televisão hoje. Mas, não eram duas de você?
   da uma risada sem graça.
  - Era eu sim. É que eu tenho uma irmã gêmea – fala colocando seu celular na bolsa.
  - Ah. Muito prazer, sou – Fala o garoto esticando sua mão.
  - Sou .
   fala pegando a mão do garoto e sentindo o choque pelas mãos frias dele entrarem em contato com as suas aquecidas. Os dois sorriem. Empolgada pelo momento, começa a conversar com sobre o show dos garotos, lhe dizendo o quanto ela gostou.
   parecia impaciente do lado de fora.
  - Garotas, minha irmã está demorando muito. Vou entrar para chamá-la – fala já se movendo em direção ao pub novamente.
  Ela já estava entrando quando começou a sentir-se tonta. Uma fraqueza tomou conta de seu corpo. Primeiro suas pernas pareciam moles, ela segurou-se na parede, depois sua visão estava turva e logo tudo escureceu.
  - gritou quando viu sua irmã desmaiando.
  Mas antes que ela pudesse cair, foi socorrida por um dos garotos da banda que a colocou no colo e levou-a para trás do palco onde uma pequena sala era usada como camarim. Ele deitou-a no sofá e certificou-se de que ela estava respirando normalmente. entrou correndo atrás e depois seguida pelos outros garotos da banda.
  - , você pode chamar minhas amigas que estão lá fora? – pediu nervosa.
  - Claro – ele saiu, então, rapidamente para avisar as outras duas garotas que vieram correndo para saber o que estava acontecendo.
  Logo começou a mostrar reação e despertou desorientada.
  - , nunca mais nos de um susto desses, menina – fala, ao lado dela, brincando.
   tenta levantar-se, mas meio atordoada com a situação quase cai. Mais uma vez a segura.
  - Wow, já salvou a donzela duas vezes hoje – comenta , um dos garotos da banda.
  - Ah! Obrigada – agradece meio constrangida por saber que foi salva por ele.
  - Oi, meu nome é , e o seu eu já sei que é fala sorrindo.
   sorri e só se ouve o barulho do salto de , todos olham e ela estava trazendo uma bandeja cheia de doces.
  - Espero que isso não seja pra mim – fala se encolhendo.
  - É sim, e você não vai sair daqui sem comer – fala olhando para . – pode ser que eu não esteja por perto para te salvar de novo...
  Ele pega a bandeja das mãos de e a apóia sobre seu colo. se rende e começa a comer. não para de olhá-la um minuto. Estava encantado com a garota.
   por sua vez estava tentando acreditar que fora salva por ele e como ele conseguia ser tão gentil, cavalheiro, bonito...
  - Garotas, deixem-me apresentar-nos – fala parando de olhar para . – Esses são meus amigos: , , e fala apontando para cada um.
  -Eu sou , essa é a , essa a , como vocês sabem, e essa a .
   fica olhando de cara feia para a todo o momento. Ela mesma não conseguia entender. Mesmo o achando tão bonito, ela estava sentindo uma raiva tão grande pelo esbarrão que mal conseguia suportar a ideia de estar no mesmo cômodo que ele.
  - Dá um desconto – sussurra no ouvido de .
   não responde. se levanta sentindo-se melhor.
  - – ela o chama. – Muito obrigada... Por me salvar.
  - Foi um prazer.
  Ele aproxima-se dela e beija sua mão, da maneira mais encantadora que ela poderia imaginar.
  “Ele só pode ser um príncipe” pensa.
  Todos sentem o clima e ficam apenas se encarando meio constrangidos.
  - Meninos, nós vamos nos apresentar amanhã novamente, nós ficaríamos honradas se vocês fossem – anuncia os convidando.
  - Claro! – diz todo empolgado. – Onde vai ser?
   pega alguns convites em sua bolsa e entrega para eles.
  - Obrigado, estaremos lá – fala pegando o papel.
  - Eu vou esperar – fala se virando.
  As garotas deixam o local completamente encantadas com cada um dos meninos. não conseguia deixar de pensar nos olhos perfeitamente azuis e o sotaque irlandês de . ainda conseguia sentir o beijo de em sua mão e mal consegui acreditar em tanto cavalheirismo. poderia passar o resto da noite conversando com , admirando seus cabelos, olhos, sotaque... tentava admitir para si mesma que mexeu com ela.

..................

  No dia seguinte, acordou cedo para treinar. Ela estava pegando pesado nos treinos com , pois um campeonato estava se aproximando, e ela estava disposta a ganhá-lo.
   também acordou cedo. Foi para a faculdade e depois que voltou, arrumou seu apartamento. Mais tarde foi tentar mais uma vez fazer alguns croquis. Ela inscrevera-se em um campeonato de jovens estilistas onde a melhor coleção apresentada ganharia a oportunidade de ter uma coleção na semana de moda de Londres, ou seja, o sonho dela. Mas nada parecia fluir e estava a um mês do desfile.
  No final do dia, e se encontraram e foram juntas para o teatro assistir a apresentação das amigas. Os garotos também foram exceto que tivera que viajar. No final, todos se encontraram no camarim para comemorar mais uma apresentação impecável das meninas. Aquela tinha sido a ultima. Depois de uma maratona de apresentações, elas tirariam algumas merecidas semanas de férias, mas logo voltariam a ensaiar para o próximo espetáculo.
  Porém, naquela mesma noite, depois que as gêmeas voltaram para casa, chamou a irmã, pois queria conversar com ela.
  - , eu estive pensando no quanto você se dedica à dança e eu não consigo ser como você. Então eu pensei se era isso mesmo o que eu queria e cheguei à conclusão que eu quero seguir outra carreira. Quero fazer astronomia.
   parou para pensar no que a irmã estava lhe anunciando. Sentiu-se um pouco triste pela escolha da irmã. Era como se ela estivesse a abandonando. Por outro lado pensou na situação da irmã. Ela sabia que não era tão apegada à dança como ela, sempre soube.
  - Se é isso que você quer, se você acha que vai ser mais feliz assim – falou em um tom calmo. – eu vou te apoiar sempre.
   mal pode acreditar na reação da irmã. Ela pensou que fosse ter uma negação primeiramente. Saber que sua irmã estava a apoiando só aumentou sua vontade de seguir seu novo sonho.

Capítulo 02

  Haviam se passado duas semanas desde a última vez que se encontraram. A banda dos meninos ainda procurava um nome de verdade e eles estavam ensaiando cada dia mais. A casa de era o melhor lugar para ensaiar. Grande e calma, pois ele morava sozinho desde que seus pais resolveram mudar-se para a França.
  Eles estavam na casa dele desde cedo, já era tarde quando voltou do mercado e entrou gritando, como sempre, por eles.
  - O que foi? – Todos perguntam.
  - Sábado, temos uma luta pra ir – fala eufórico.
  - Luta de quem? – Pergunta .
  - Eu não sei – fala empurrando da cama e se sentando. – Mas são garotas.
   cai no chão, mas não reclama, pois sabe que com não iria adiantar nada.
  - Hã? – Pergunta confuso.
  - Sim, são lutas de garotas – fala fazendo escândalo. – Nós não podemos perder.
  - Garotas? – Pergunta levantando do chão. – E os ingressos?
  - Tá-dá – fala cantarolando e mostrando os ingressos como se fossem algo muito valioso. – encontrei meu pai no caminho e ele disse que ganhou um monte de ingressos e estava procurando para quem dá-los.
  Todos se empolgam e começa a comentar da futura luta de garotas na qual não estavam dispostos a perder por nada.

...............

   acordou com o despertador gritando em seu ouvido às 7 da manhã. Ela não conseguiu dormir muito bem na noite anterior, pois estava ansiosa pela luta. Tomou um banho e foi caminhar para tirar a tensão. Estava em frente a uma livraria quando parou para olhar quais os lançamentos anunciados na vitrine. Pensou em entrar, mas desistiu quando viu folheando um livro. Deixou escapar um sorriso no canto da boca ao lembrar-se do dia que se conheceram, mas não se permitiu continuar ali, pois não queria se desconcentrar.
  No final da tarde ela começou a se arrumar. Prendeu seu cabelo num coque, vestiu-se com sua roupa da competição, colocou suas luvas e seu protetor bucal na bolsa e desceu ao encontro da mãe que já a esperava no carro.
  - Nervosa filha? – A mãe pergunta quebrando o silêncio.
  - Um pouco – responde olhando pela janela.
   vira para sua mãe sorrindo. Quando chegam, vai para a sala de preparação. Ao entrar na sala vê andando de um lado para outro demonstrando que estava bastante nervoso.
  - ?! Oi! Preparada? – pergunta segurando a mão de .
  - Espero que sim.
  Eles se abraçam, pega as luvas de e a ajuda a colocá-las. Ela aqueceu-se e logo se sentia pronta.
  Eles vão para o ringue. O apresentador anuncia a adversária e logo em seguida, . Ela entra, coloca o protetor na boca de e a luta começa.
  - Ai meu Deus, eu não posso ver isso – fala colocando as mãos nos olhos.
  - Eu esqueci foi de comprar pipoca – comenta.
  - Ei, vocês duas, a esta lutando – fala.
  Na luta, a adversária tenta ir para cima de , mas ela consegue se mover evitando os golpes. olha para e ele está mandando-a ter calma. começa a trabalhar alguns ganchos, mas é surpreendida por um golpe que a derruba. A adversária começa a comemorar com a platéia, crente de que finalizara a luta, mas aproveita o tempo no chão para se recuperar, se levanta e pega-a desprevenida.
  - Isso. Vai – grita .
  Ela começa a bater na garota, uma esquerda, uma direita, outra esquerda, a garota tenta se defender, mas acerta um gancho perfeito e a derruba. O juiz encerra a luta.
   entra no ringue pega num abraço forte e os dois rodam. O juiz levanta o braço de e anuncia que ela ganhou.
  As meninas começam a gritar o nome dela. Do outro lado da platéia, está a olhando fixamente, depois que a garota vira para o lado que eles estavam ele abre a boca.
  - O que foi ? – pergunta.
  - Essa garota. . Ela é a garota que eu trombei – fala sem tirar os olhos da garota.
  - Ai meu Deus – fala voltando a olhar a garota. – É verdade, a amiga da .
   recebe o cinturão e volta para a sala de preparação. Logo em seguida, , e chegam lá fazendo festa. Elas estavam conversando e comemorando quando são surpreendidas por três batidas na porta. Entreolham-se confusas e autoriza que entrem.
  - Oi! Licença – fala entrando com os garotos.
  - Oi meninos – fala sorridente pela visita inesperada.
  - Você estava incrível – fala envergonhado.
  - Obrigada, agradece e olha para o menino.
  , e começam a rir.
  - O que foi? – pergunta confusa.
  - Nada – fala tentando segurar a risada.
   não se segura e dá uma gargalhada. , , e começam a rir também, contagiados pela situação.
  - Gente, é melhor vocês pararem, ela acabou de ganhar uma luta – fala.
  - Tenho certeza de que ela não baterá em você – fala com um sorrisinho de canto.
  - fala repreendendo-a e corando.
   com vergonha se tranca no banheiro da sala. fica com vergonha e mexe no cabelo. sai do banheiro alguns minutos depois. Eles já estão mais calmos, agora sentados. e parecem brincar de lutar, e estão sentados em um canto conversando e e em outro. e discutem sobre a luta, mas para quando vê novamente. Ele vai até ela e fala olhando o chão.
  - Olha, eu realmente sinto muito por ter quase te derrubado naquele dia, mas...
  - Tudo bem, já superei.
  - Podemos ser amigos sem eu correr o risco de ser nocauteado? – fala em tom de brincadeira.
  - Só se você me disser que livro era aquele que você estava tão empolgado lendo hoje de manhã na livraria.
   pareceu assustar-se, mas lembrou da manhã e sorriu.
  - Amanhã eu te empresto.
  - Acho que a gente poderia ir à Starbucks amanhã. Tipo, todo mundo. – sugere.
  Todos adoram a ideia e marcam de se encontrarem.

Capítulo 03

  No horário marcado todos estavam na Starbucks. Era final de tarde e o frio começava a dar as caras. A cafeteria estava quase vazia, exceto por outro grupo de quatro amigos que conversavam e riam e um empresário tomando um café sozinho enquanto fazia milhões de coisas ao mesmo tempo.
  Cada mesa tinha quatro cadeiras. e sentaram-se junto com e . Em outra mesa e estavam tão empolgados conversando que e preferiram sentar nos bancos próximos ao balcão.
   não resiste em mandar uma mensagem para e outra para .
  “ and sitting under a tree, K-I-S-S-I-N-G...”
  Quando as duas leram tiveram que rir.
   acordara feliz. Havia acabado de se matricular na faculdade e sentia que poderia comer a vontade, como não fazia há muito tempo. Junto com , os dois foram fazer seus pedidos. A garota parecia querer compensar todos os anos de dieta. Pediu diversos cupcakes e chocolate quente, assim como .
  Voltando para a mesa, contava para porque escolheu astronomia. Enquanto ela parecia viajar contando seus planos, passou o dedo na cobertura do cupcake e depois passou no nariz dela. Ela pareceu assustar-se e quando virou fazendo cara de indignada.
  - , eu não acredito!
  Ela ameaçou fazer o mesmo com ele, mas levantou-se da mesa e ela saiu correndo atrás dele. Com um cupcake inteiro para acertar no rosto dele.
  - Não, Não...
   implorava quando o prendeu contra o balcão e ameaçou lambuzar seu rosto, mas antes que ela conseguisse, ele pegou o cupcake se sua mão, depois a pegou no colo e lançou-a sobre seu ombro.
  - Me larga, estava quase gritando enquanto batia em suas costas.
   voltou para a mesa carregando-a e depois a sentou. Os dois estavam rindo, mas quando também sentou e a encarou, os dois ficaram parados, sem dizer nada, apenas se olhando. sentiu suas bochechas ficarem vermelhas e fitou o chão.
  - Você é linda – finalmente falou quebrando o silêncio.
   ficou ainda mais vermelha e sem palavras. Mas não consegui evitar sorrir.

................

   e conversavam tanto que ninguém teve coragem de interromper em nenhum momento. Eles estavam falando sobre o livro que prometera lhe emprestar.
   também conversava com quando o celular dele tocou. O garoto pediu licença e se retirou da cafeteria para atendê-lo. Ela ficou sem entender, mas logo ele enviou-lhe uma mensagem pedindo para que ela fosse encontrá-lo lá fora. Quando ela chegou lá, ele a esperava sentado nos degraus da entrada. Ela sentou-se, olhou para ele, mas ele parecia preocupado.
  - E então? – Foi o modo que ela encontrou de perguntar o que estava acontecendo sem ser indiscreta.
  - Meu pai me ligou avisando que minha mãe passou mal.
  - Oh, meu Deus, mas está tudo bem?
  - Eles estão no hospital, mas ela já esta melhor.
  Percebendo a preocupação do garoto, pegou sua mão como forma de lhe dizer que ela estava ali se ele precisasse. Ele olhou para ela em agradecimento. Ficaram se olhando por um tempo. estava aproximando-se para beijá-la quando chegou atrasado gritando.
  - Wow, wow, wow. O que eu perdi aqui?
  - Nada, Lou. – falou desejando matá-lo.
   riu da situação. ficou constrangido, mas parecia não se importar e entrou deixando-os sozinhos novamente.

..............

   entrou na cafeteria e cumprimenta todo mundo. Sentou-se ao lado de e .
  - Pensei que não viria mais – comentou .
  - Sentiu minha falta, meu amor – tentou beijar , mas o garoto esquivou-se.
   ria da situação enquanto comia seus doces.
   pegou o doce da mão de e saiu para atender seu telefone.
  - Com quem ele tanto fala no celular? – pergunta, ainda com a boca cheia de doces, para .
  - A namorada secreta dele. – responde quase engasgando com a comida. – Mas tudo que sabemos é que o nome dela é porque o viu no celular dele.
   sorri enquanto fala no celular, mas quando percebe os olhares dos amigos ele vira-se e logo desliga. Ele volta e sentar-se com e . ameaça roubar um cupcake de , mas recebe um tapa na mão.
  - Outch, . Só um.
  - Não toque nos meus cupcakes – olhou ameaçador para ele.
  - Com quem você estava falando no celular? – perguntou.
  - Com o , meu pombo de estimação.
  Ao escutarem isso, todos param para olhá-lo. Por um momento todos se esqueceram da ligação.
  - Você tem um pombo de estimação? – perguntou assustada.
  - Um pombo chamado e uma pomba, chamada contraria .
  - Haha, so funny – falou irônico, levantou-se e saiu correndo, mas não antes de roubar um cupcake de que furioso atacou uma rosquinha em sua direção acertando-o na cabeça.
   e conversavam como se não tivesse ninguém em volta. Eles se divertiam tanto que os outros achavam estranho, pois eles se odiavam. Os dois foram interrompidos pelo celular de , ela olha, era mensagem.
  “Parabéns minha campeã, não pude ficar com você depois, mas te vejo segunda no treino. Mil beijos”.
   coloca o celular na mesa e pega.
  - Posso ver? – pergunta.
  - Agora que já pegou... – fala rindo.
   abre a mensagem e lê. Ele fecha e devolve o celular com uma cara constrangida.
  - Eu não sabia que você tem namorado – fala.
  - Eu não tenho, é só meu amigo – responde dando um leve empurrão no braço de .
  O garoto não resiste em abrir um sorriso aliviado.
  - Que bom!

...................

  Já estava ficando tarde, praticamente dormia no ombro de quando anunciou que precisava ir embora. Eles saíram da Starbucks e estavam se despedindo na calçada. Depois foram para seus carros, exceto e .
  - Vamos logo, apressou a irmã.
   fez sinal para que ela esperasse mais um pouco.
  - Eu preciso ir, minha irmã é capaz de vir aqui me arrastar até o carro.
  Ela inclinou-se pra lhe dar um beijo no rosto e virou-se para ir em direção ao carro.
  -Não, espera. – parecia sem jeito, mas segurou-a pelo braço e a puxou de volta.
  Foi muito rápido, mas foi inesquecível para ambos. aproximou-a ainda mais e a beijou.
  - Boa noite, – ele falou por fim, ainda tímido.
  - Boa noite, .
   virou e um sorriso enorme apareceu em seu rosto enquanto entrava no carro. Suas bochechas coraram quando vira que todos presenciaram o que tinha acabado de acontecer.

Capítulo 04

  No dia seguinte, passa na casa de e de surpresa e as três decidem ir até a casa de , pois tinham algumas conversas pela metade. A campainha toca e vai atender, pois estava sozinha em casa.
  - Oi - a cumprimenta.
  - Olá - fala já entrando na casa.
  As meninas a seguem.
  - Ei , desculpe pela minha irmã, ela já é caso perdido - fala com um sorriso envergonhado.
  - Oi meninas - as cumprimenta. - está certa, deixe-a, aliás, o que vocês estão fazendo aqui?
  - Coisas, coisas legais, coisas sobre o seu interesse - comenta.
   puxa pelo braço direito e pelo esquerdo a direcionando à cozinha. O celular de faz um "bip".
  - Podem falar, eu só vou responder aqui - fala sorrindo depois de ler a mensagem.
  - Responder quem? - responde se sentando num pequeno sofá que tinha na cozinha.
  - O é que não é! - fala levantando uma das sobrancelhas.
  - O ! - finalmente responde colocando o celular no balcão da cozinha e olhando para as amigas que a encaravam.
  - E desde quando vocês trocam mensagens? - pergunta.
  - Desde hoje mais cedo - responde colocando uma uva na boca.
  As meninas começam a conversar sobre o dia anterior, riem, responde as mensagens e fala sobre o que aconteceu entre ela e na noite anterior.
  - Não aconteceu nada, quando ia acontecer o chegou. Então não me façam perguntas difíceis.
  Um momento de silêncio se forma na cozinha.
  - Eu sabia que tinha que comprar aquelas passagens só de ida para o Alasca, daria um ótimo presente para o - fala para si mesma.
  - O cantou um pedaço de "You are so Beautiful" pra mim. Ele é tão encantador - fala se jogando no sofá se juntando a sua irmã.
  - segurou minha mão - fala suspirando.
  - Eu... - começa a falar insegura. - Amo o !
  - Ahhh... - As três falam ironicamente.
  - Fiquei surpresa com essa revelação - fala com um sorriso de canto.
  O celular de faz "bip" novamente. Ela olha a mensagem, sorri e mostra para as meninas.
  - Quanto amor, está escrito "Eu te amo" - fala se jogando no balcão da cozinha.
  - , você tem certeza disso? - pergunta.
  - Que eu o amo? - responde a mensagem e coloca o celular no balcão. - Sim!
  - Não vá se arrepender depois - fala.
  - Não irei...Eu espero - fala.
  - Mas você não gostava dele! - afirma.
  - É verdade, mas ele mostrou para mim que é um garoto muito amável... É, eu gosto dele - fala confiante.

.................

   e estavam de folga por um dia da dança, então resolveu sair com e ficou em casa. como bom amigo que se preze, deu um toque em para tomar atitude se quisesse .
  - Oi ?! - fala assim que atende o telefone.
  - Ah! Oi! - respondeu dando pausas. - Então, você tem um tempo livre hoje? Quer me encontrar no parque Battersea? - falou sem demorar.
  - Sim, claro. Ás seis horas, está bom? - responde surpresa pelo convite do garoto.
  - Okay. Vejo você lá!
   foi correndo se arrumar, ela não queria se atrasar nesse "primeiro encontro" deles. Colocou um vestido lindo e leve, uma delicada sapatilha e seu cabelo estava solto. Ela se arrumou tão cedo que acabou chegando antes.
  Resolveu se sentar em uma das barraquinhas de frente ao rio para quando o garoto chegasse ela não demonstrasse que estava tão ansiosa.
  - Oi moça! - fala chegando com as mãos no bolso.
  - Oi moço! - levanta e o cumprimenta com um leve sorriso no rosto.
   estava vestindo uma blusa xadrez, sua calça jeans escuro e seu all star branco e vermelho. estava sendo ele mesmo nesse "encontro". Enquanto a garota o observava, ele resolve sentar ao seu lado para fazer companhia e olhar o rio.

.................

   saiu com , eles foram patinar no gelo. Foi uma coisa meio romântica e escolhida por ele. queria fazer uma coisa totalmente diferente dos outros casais de Londres.
  - ? - a chama.
  - Oi?! - para e vira-se para trás.
   se aproxima meio sem jeito, segura a cintura da garota aproximando seus rostos. Seu nariz já encontrava o dela e ele a beija, na frente de toda aquela gente. é tímido, mas quando seus sentimentos falavam mais altos, ele agia.
  - Quer namorar comigo?

.................

   ligou para , e eles combinam de jogar tênis na quadra do shopping. Antes de começar o jogo, repara que o juiz é , e não gosta nada da ideia, mas deixa quieto para não estragar o programa com .
  Durante o jogo percebe que está roubando para o lado de .
  - Está na hora de fazer alguma coisa - pensa.
   mira em e ataca a bolinha nele.
  - Outh - fala colocando a mão em seu braço direito. - Isso não é justo.
  - Olha quem está falando de justiça - ironiza.
  , como sempre, não para de rir um só minuto. Depois de várias discuções sem sentido e muitas risadas de , eles resolvem dar uma pausa no jogo, então vai até sua bolsa verificar seu celular e vê que tem uma mensagem de .
  " me beijou e me pediu em namoro." - havia mandado a mesma mensagem para as três garotas.
  - Eu não acredito! - fala com um sorriso enorme no rosto.
  - O que foi? - fala já pegando o celular da mão de assim que se aproximou.
   abre um lindo sorriso ao ler a mensagem deixando a mostra seu lindo aparelho e mostra o celular para .
  - Ei, isso não era para vocês estarem lendo - fala tentando pegar de volta o celular das mãos de .
  - O fez isso mesmo? - pergunta com uma reação indefinida.

...................

  - Ahhh... - solta uma gargalhada.
  - O que houve? - pergunta.
  - Não sei se posso contar, mas mais cedo ou mais tarde você saberá, então veja - fala passando seu celular para .
   faz um bico e depois devolve o celular. não entende a reação e deixa quieto.
  - Vamos andar no pedalinho? - pergunta apontando para o fundo do rio.
  - Claro!
  Eles se levantam e vão para o rio. Eles chegam até o destino desejado e descobrem que para andar nos pedalinhos precisam pagar e era muito caro, mas como um perfeito cavalheiro se propôs a pagar. Ele pega sua carteira e fica a analisando milhares de vezes deixando preocupada.
  - Está tudo bem aí? - pergunta.
  - Sim, espera um minuto - fala ainda olhando à carteira. Se lembra que pegou dinheiro para comprar a comida de , seu pombo de estimação. - Aquele filho da mãe... - não termina a frase, pois não quer que escute.
  - Eu posso pagar, é sério! - fala o encarando.
  - É que...É que... - Ele fica sem jeito. - Ou nós andamos no pedalinho ou nós comemos?!
  - É só isso? - solta uma leve risada. - Vamos fazer o seguinte, eu pago o pedalinho e você o nosso lanche, que tal?
  - Eles me pagam. Oh se me pagam - resmunga.
  - Vamos, e para de bobagem - fala pagando as entradas.
  Depois de tudo pago, agarra a mão de e o empurra literalmente para dentro. No começo do passeio ficou um pouco quieto até que tenta animá-lo jogando um pouco de água em seu rosto, mas como é o , ele não deixou barato e revidou com mais água. E por ai foi um querendo se sobre sair melhor do que o outro.
  Como não bastava eles estarem completamente molhados, o pedalinho quebrou no meio do rio, eles só sairiam de lá nadando ou tendo a sorte de ouvi-los pedindo por "socorro".
  - Não acredito! - fala se debruçando na parte da frente tentando ver o que aconteceu.
  - O que você está fazendo? - fala rindo da posição que se encontrava.
  - Deixa comigo, meu pai sabe dessas coisas, então se ele sabe, eu tamb...
  Tchabum! da uma cambalhota e cai na água. de imediato leva um susto, mas logo começa a rir.
  - Quem manda não me deixar ajudar? - fala rindo ainda mais.
  - Oh meu Deus, . Tire-me daqui, está gelada - fala se debatendo e sua boca tremendo de frio.
  - O que eu não faço por você?
   salta de encontro com a garota. Por sorte uma lancha passada passeando por ali e os ajudam. Os passageiros lhe emprestam toalhas secas até chegarem em terra firme. e os agradecem e vão até uma barraquinha comer alguma coisa, pois era emoção demais para um dia só. Eles se sentam na grama e no sol para se secarem enquanto comiam grandes lanches.

Capítulo 05

   estava tomando milk-shake com , eles param para ver uns músicos tocando, ela, como uma boa garota, foi colocar um trocado na capa do violão que estava ao lado, enquanto isso, sai andando em direção dos músicos e fala algo no ouvido de um deles, que foi passando para os outros.
   fica confusa e curiosa para saber o que já iria aprontar. a puxa pelo braço, mas ela o interrompe.
  - , endoidou de vez? - ela fala sem razão. - O que você está aprontando dessa vez?
  - Nada demais... Você vai ver - disse tentando tranquilizá-la. - Agora só venha comigo!
  - Mas... - fala tentando contê-lo, mas não deu certo.
  Os dois se puseram ao lado dos músicos. continuava nervosa e ria da situação, até que ele olha para o músico e... cinco, seis, sete, oito. A música começa a tocar. no começo não entendeu muito bem a música, mas depois que começou a cantar, todas as dúvidas que ela tinha desapareceram.
  Era Called out in the dark do Snow Patrol, sua música preferida. Ela não conseguiu ficar parada e teve de mexer o pé, percebendo a movimentação da garota, a puxou para perto dele.
  - Eu estou bem aqui , é sério - fala resistindo, mas com um sorriso no rosto.
  - Vamos, me ajude a dançar - fala com aquele charme.
  - Não acredito que estou fazendo isso - fala se juntando ao garoto e fazendo alguns passos.
   tenta acompanhá-la, com alguns passos ele tinha sucesso e com outros nem tanto para a diversão do público que devagarinho ia se formando, mas ninguém reclamava até porque cantar como e dançar como ao mesmo tempo não dava.
  Os dois riram e se divertiram muito, mas infelizmente a música acabou e o público que estava em volta vibrou e aplaudiu os dois.
  - Eles te amaram - fala pegando a mão de e agradecendo.
  - Me amaram? Eu não fiz nada, só dancei você é que ficou com o trabalho difícil - disse ainda agradecendo o garoto.
  - Então digamos que eles amaram os dois. Formamos uma ótima equipe! - fala encerrando a discução.
  - Okay, vou concordar, mas que você quase caiu na hora que girou isso é verdade - fala rindo de .
  Os dois continuaram com seu programa para o dia, conversaram, comeram, andaram em parques diferentes, etc. percebeu que o sol estava se pondo, então ele resolveu sentar na grama para o ver caindo e o imitou.
  - Hoje até que foi divertido! - fala.
  - Até? Comigo nada é até, é tudo maravilhoso - fala se gabando.
   da um leve sorriso e os dois ficam em silêncio admirando o céu até o sol finalmente cair.
  - Acho que já está na hora de irmos, - fala olhando para o relógio.
  - Eu te levo até o ponto de taxi, pode ser? - fala com aquele jeito encantador.
  - Pode sim, então vamos?
  Os dois se levantam e caminham em direção ao ponto, o taxi não demora muito para chegar e os dois logo se despedem.
  - Te ligo amanhã, okay? - fala.
  - Okay, vou esperar...
  Os dois se despedem com um beijo no rosto e cada um segue um rumo diferente para suas casas.

..................

  - O que você fez com o ? - pergunta parada em frente ao seu quarto.
  - Nada demais, depois eu te conto, estou tão cansada - fala se sentando no chão do corredor. - E você?
   demorou um pouco para responder.
  - Amanhã eu te conto irmã. Boa Noite! - vai para seu quarto dormir.
   da de ombros levantando do chão e fazendo o mesmo que a irmã.

..................

   chega tarde do tênis que jogava com e . Ela guarda suas coisas em seu guarda-roupa e vai tomar um banho quente para relaxar.
  - Hoje não! - fala passando pela sua mesa que estavam seus desenhos.
  Ela os ajeita na mesa e vai para seu guarda-roupa pegar uma roupa leve para dormir. Pega seu celular e cai na inconsciência, pois o dia foi bem agitado.

................

   aceita o pedido de namoro de , ela era a única entre as meninas que estava namorando, assim como entre os meninos.
  - Preciso conhecer sua mãe! - fala inseguro segurando as mãos de .
  - Eu preciso é contar sobre nós para as meninas - fala olhando para .
  - É! E eu para os meninos.
  Eles se olham e faz uma careta engraçada fazendo a garota rir. chega em frente a casa de , eles se despedem e fica a olhando até entrar em casa, depois ele segue caminha para a sua.
   entra em casa e sua mãe a esperava no sofá.

................

  , , e chegam praticamente juntos em casa. Eles entram em casa e está de recepção, com as pernas em cima do sofá e uma taça... de suco. Todos se põem um ao lado do outro e se vira para a porta.
  - Chegaram as donzelas? - pergunta ironicamente.
  - Não, mas a sua chegou! - fala se jogando em cima de . Eles ficaram abraçados por um tempo, até que foram interrompidos por .
  - Eu quero contar uma coisa para vocês - fala passando a mão no cabelo e olhando para baixo.
   se senta no sofá e levanta.
  - Ela aceitou? - pergunta.
   olha para desentendido, mas o ignora.
  - Como eu ia dizendo - fala retomando sua fala. - eu estou namorando com a !
  - Sério? Desde quando? - fala empolgado. O garoto observa seus amigos olhando diferente para ele. - Que foi? Vocês não gostaram da notícia? - fala se levantando do sofá.
  - Só você não sabia, não é? - fala.
  - Vocês sabiam? - fica surpreso.
  - Sim! - , e respondem.

................

   acorda e repara que a porta do quarto de sua irmã se encontrava aberta, ela caminha até a cozinha a procura de e se depara com uma mesa cheia de guloseimas.
  - Acordei animada hoje! - fala por trás de que estava na porta da cozinha.
  - Bem, já que é assim, estou faminta! - fala se sentando à mesa.
  - O é tão idiota, e tem gente que ainda fala que “ele é muito maduro pra idade dele" - fala pegando o copo de chocolate quente.
  - O que ele fez dessa vez? E outra coisa - da um gole em seu suco. - Maduro ou não, você o ama! - solta um leve sorriso.
  - Cala a boca! Não vou te contar mais nada!
  - Okay, não está mais aqui quem falou! - fala entre um gole e outro de suco.
  - Ele cantou pra mim Called out in the dark do Snow Patrol no meio da rua - fala sem graça.
  - Aun, que amor! - joga uma rosquinha na irmã. - Ontem com foi engraçado, sem falar que eu paguei o maior mico quando cai no lago, ele que teve que me salvar - fala sem graça, mas logo solta uma gargalhada lembrando-se da situação.
  - Mentira?! - zomba de sua irmã. - E depois fala de mim, não é?

................

  No dia seguinte, , , , e foram para a casa de e . e já estavam lá. A campainha toca e vai atender.
  - Olá! - e falam.
  - Olá! - fala sorridente.
  Eles se cumprimentam com um beijo no rosto e entram na casa. se joga em cima de e no meio dele e de . e ficam juntos e perto de , fica ao lado da irmã e e ficam na ponta do sofá.
  - Como vocês já devem saber - fala. - Eu estou namorando com !
  Todos falam juntos alguma coisa e ninguém entende nada. Faz-se um silêncio na sala e os garotos se olham.
  - Eu quero aproveitar a iniciativa de um dos nossos amigos - fala se referindo a . - E quero dizer que eu encontrei a menina perfeita pra mim. namora comigo?

Capítulo 06

  - Não. Não mesmo. O fim...Credo, como eu fui capaz de fazer isso?
   estava desesperada olhando os croquis em sua mesa. O concurso que escolheria um jovem estilista para desfilar na semana de moda de Londres era um dos momentos mais importantes de sua vida profissional e seria em duas semanas, mas tudo que Ana tinha eram cerca de dez croquis que, segunda ela, não dariam para ganhar nenhuma bala, quanto mais a chance de desfilar numa das melhores semanas de moda do mundo.
  Desesperada começou a amaçar tudo que tinha. Andou de um lado para outro do apartamento. Ela começará a ficar nervosa consigo mesma quando pegou-se pensando em , no jogo, no beijo. Já estava ficando tarde quando, depois de betater-se, percebeu que o que ela esteve procurando para sua coleção estava tão óbvio, passando por sua cabeça o dia todo.
  - Claro, como eu pude ser tão lenta.
   então correu para sua mesa e começou a preparar a coleção, que deveria conter cinco looks de verão.
  A coleção ia ser toda inspirada na sua tarde de tênis com e para sair do óbvio, ela decidiu arriscar-se em uma coleção masculina.
   passou a noite e a madrugada toda preparando os croquis. As três da madrugada ela terminou. Olhou-os mais uma vez e sorriu. Era perfeita.
  No dia seguinte acordou cedo e parecia um zumbi foi para a faculdade, levou seus croquis e lá mesmo ela começou a dar vida as suas criações. Por cerca de três dias parecia não pensar em mais nada além de sua coleção. Ela parecia não viver mais. Passava horas trabalhando, depois estudava, quando não aguentava mais dormia, mas por poucas horas. Não tinha tempo para as amigas, muito menos para pensar em sair com .
   chegava da faculdade cansada e carregando todas as peças da coleção pronta quando encontrou com o irmão de na porta do prédio. sentiu seu estômago revirar quando o viu. Ele parecia ainda mais bonito que da última vez que o viu. Na verdade desde que o viu pela primeira vez.
   sorriu para a fazendo pensar se já vira sorriso tão bonito quanto aquele, depois o garoto andou até o táxi que encostou e entrou olhando-a. então retribuiu o sorriso e subiu.
  Ela finalmente ia descansar. Pelo menos foi o que pensou, pois recebeu a visita de Gi, e em seu apartamento.
  - Viemos conferir se você ainda está viva - falou ironicamente.
  - Nem eu sei se estou viva. Acho que estou morta mesmo - falou jogada no sofá e as outras riram.
  Elas então foram conferir o trabalho de . Era uma coleção impecável, com acabamentos minuciosos feitos a mão.
  - , isso é lindo - comentou avaliando as peças.
  - Obrigada - agradeceu.
  As garotas continuaram conversando até que começou a receber mensagens.
  - ? - pergunta .
   apenas acena com a cabeça e as garotas começam a rirem dela.
  - & sitting on a tree K-I-S-S-I-N-G.
  As garotas cantam e começa a ficar envergonhada.
  - Até parece que eu sou a única namorando aqui - falou olhando para que ficou vermelha.
  Na manhã seguinte deu-se conta de que com todas as despesas que usara na coleção, não lhe restara nada para contratar modelos para desfilarem para ela.
  - Socorro - ligou ela para - preciso de homens, com boa aparência, corpos bonitos e dispostos a desfilarem.
  - O quê? - respondeu desentendida.
  - Modelos. Não tenho dinheiro para contratar nenhum, quanto mais cinco. Preciso de voluntários...
   estava a ponto de chorar quando seu celular anunciou que havia outra ligação em espera.
  - , tem mais alguém ligando, espera aí. - Alô?
  - ? - A voz do outro lado soou tão bem para que todos os seus problemas pareciam terem sido resolvidos naquele momento.
  - ! - respondeu feliz.
  - Hum, é... tudo bem? - Ele falou gaguejando.
  - Não realmente, mas... - parou de falar por um momento, pois lhe ocorreu uma ideia que poderia resolver todos os seus problemas. - Na verdade eu vou ficar muito bem se você me ajudar.
  - Claro, se estiver ao meu alcance...
  - É o seguinte. Eu preciso que você, , , e desfilem minha coleção.
  - Hummm... Você tem certeza disso?
  - Sim. Eu ia amar que vocês fossem meus modelos ainda mais porque você... - resolveu não falar que tinha sido a inspiração dela, pois ficaria com vergonha.
  - Porque eu... - insistiu para que ela completasse a frase.
   pensou se deveria contar-lhe.
  - Porque você foi minha inspiração.
  Por um instante os dois ficaram mudos. temeu que não devesse ter dito, pensou em desligar, mas ele voltou a falar.
  - Eu topo. Vou ligar para os meninos e convencê-los.
  - Sério? Ah meu Deus. Muito obrigada. Eu te amo.
   falou involuntariamente arrependendo-se por um minuto.
  - Eu também... - respondeu rindo do outro lado aliviando a garota.
  - Aliás, , por que é que você me ligou mesmo? - perguntou quando se deu conta de que não deixou o garoto falar.
  - Nada de importante. Só estava com saudade.
   sentiu o coração acelerar. Aquela fora a coisa mais linda que um garoto falara para ela. Não conseguindo responder nada ela sorriu.
  - Eu estou com a na espera. Eu te ligo mais tarde - foi tudo que conseguiu responder. Sentiu-se péssima por não ter dito algo melhor.
  - Okay. Vou atrás dos outros modelos.
  Os dois riam e voltou imediatamente a ligação para .
  - Ahhhhh - gritou, pois haviam tantas coisas na sua cabeça naquele momento que não sabia por onde começar.
  - Ei, quer me deixar surda? - reclamou .
  - Não, mas acho que acabei de resolver meu problema, a menos que seja algum problema pra você o seu namorado ser modelo por um dia.
  - Como é?
  - Eu convidei os meninos para desfilarem para mim. Eles são exatamente o que eu estou precisando.
  As duas conversaram bastante até receber uma mensagem de .
  "Você é completamente louca por querer que nós desfilemos para sua coleção, mas é exatamente por isso que aceitamos".
   sorriu e respondeu a mensagem.
  "Tenho certeza que vocês vão se sair bem. Obrigada ".
  No dia anterior ao desfile já se mostrava-se nervosa e ansiosa. passou o dia a ajudando a finalizar algumas coisas. No final do dia os meninos chegaram acompanhados de e para provarem as roupas. nem precisou ajustar muitas coisas e...Voilá. Lá estavam eles, vestidos exatamente como ela imaginou, talvez até melhor.
  - Garotas, podem dizer que eu nasci para ser modelo - falou convencido enquanto desfilava pela sala do apartamento de . - Olhem garotas e garotos, se quiserem aprender.
  Todos riram da cômica atuação de como modelo. percebeu que teria trabalho pela frente e junto com , e Gi, elas passaram a noite ensinando-os a desfilar.
   foi quem se saiu melhor, ele realmente parecia um modelo. ficou toda orgulhosa.
   parecia tímido no começo, mas logo também parecia um profissional. aprendeu fácil, assim como . Mas parecia caso perdido, até que aprendeu.
  Depois eles saíram para uma pizzaria e passaram o resto da noite conversando.
  , , , e já haviam ido embora. e combinaram de sair. aproximou-se de e timidamente sorriu para ela.
  - Aquela história de inspiração, é verdade? - Ele por fim perguntou.
  - Aham - perdeu as palavras.
  - Isso foi muito legal. Eu só espero não desapontá-la amanhã.
  - Não vai...
   pegou a mão dela e entrelaçou seus dedos.
  - Vamos, - o chamou, pois estava sem carro e espera por para voltarem para casa.
   olhou para o amigo e pediu que esperasse. Ele então se aproximou e beijou rapidamente no canto da boca.
  - Eu nunca vou desapontá-la - falou baixinho e foi de encontro a , deixando com um sorriso bobo enquanto assistia-o ir embora.
   então aproximou-se dela também sorrindo.
  - Eles são tão... - parecia tão encantada quanto , a ponto de não encontrar palavras.
  - Britânicos - respondeu ainda olhando o carro de ir embora.
  - É, britânicos - concordou também sem tirar o olho do carro afastando-se.

  Algum tempo depois...

Capítulo 07

   recebeu uma ligação da fábrica de tecido pela manhã. Ela poderia escolher as cores, as estampas e o tecido ainda naquela tarde. Ela não pensou duas vezes e saiu logo cedo para separar os melhores tecidos para sua coleção. A nova semana de moda começava em um mês, mas ela já tinha todos os croquis prontos. nunca esteve tão empolgada e feliz em sua vida.
  No final da tarde ela chegou em seu apartamento com cerca de dez sacolas de tecidos e materiais para a coleção. Apenas de seu apartamento ser no primeiro andar, aquelas poucas escada pareciam intermináveis quando carregava toneladas de sacolas.
  - Quer ajuda, amiga?
  Era , sua vizinha, que também estava chegando e correu para ajudar .
  - Eu estou tão feliz por você, minha vizinha e amiga de tanto tempo, estar preste a apresentar mais uma coleção própria na nova semana de moda de Londres.
  - Eu também estou. Você sabe o quanto eu lutei por isso. E eu quero você lá no dia do desfile.
  - Pode deixar.
  As duas chegam em seus destinos. Cada uma pegou sua chave para abrir a porta.
  - , venha jantar aqui essa noite. Chame o também. Vai ser bom conversar um pouco - sugeriu.
  - Acho uma boa ideia. Vou chamá-lo então.
  Elas se despediram e entraram. Depois de guardar as compras, ligou para , que concordou em jantar com ela e . Às oito horas ele chegou. Sorrindo entregou para uma caixa de bombons. Ela sorriu, pegou-os e abraçou .
  - Obrigada. Eu te amo muito.
  - Eu também - ele respondeu depois beijou-a.
   entrou, guardou a caixa de bombom no quarto e voltou rapidamente.
  - Mais tarde a gente devora aquela caixa toda assistindo algum filme - sugeriu.
  - Adorei a ideia.
  Os dois riram enquanto saiam do apartamento de e se dirigiam para o apartamento da frente. tocou a campainha e logo apareceu para recebê-los. apresentou formalmente para a amiga, pois os dois ainda não haviam se conhecido pessoalmente. sentiu-se bem à vontade, pois sempre falou de para ele, assim como falava de para .
   e sentaram na sala e os serviu com vinho enquanto esperava a comida ficar pronta. contou da banda para ela, mas a conversa terminou na mesa enquanto os três foram jantar uma deliciosa comida italiana preparada por .
  - Amiga essa comida está maravilhosa. Eu não sabia que você sabia cozinhar tão bem - comentou.
  - Bem, eu só sei cozinhar coisas italianas que minha avó me ensinou - explicou-se.
  - Ela ensinou muito bem e você também aprendeu muito bem - elogiou.
  Os três continuaram comendo e conversando. Estava tudo indo muito bem até ouvirem a porta se abrir. olhou para trás imediatamente. Era , irmão de .
  A comida, então, pareceu não fazer bem para . Como ela poderia ter esquecido dele. Aquele encontro seria inevitável. tentou desviar a atenção de e olhou para que a encarava com uma expressão confusa. Ela apenas deu um leve sorriso de canto e voltou a encarar a comida.
  - Boa noite! - anunciou. - Posso me juntar a vocês? - Ele perguntou aproximando-se da mesa e sentando-se de frente para e ao lado de .
  - Claro! - disse.
   não pode evitar olhá-lo e lá estava ele a encarando. Ela começou a brigar consigo mesma, mentalmente. "Não faça contato visual, olhe para , olhe para a comida, não faça contato visual, apenas ...”.
  - Olá, - a cumprimenta e apenas acenou com a cabeça, depois ele estendeu a mão e cumprimentou . - Você é...? - perguntou confuso.
  - . Namorado da .
  - Eu sou , irmão da .
   não sabia como, mas logo e estavam conversando. Eles riam e pareciam gostar das mesmas coisas. olhava involuntariamente para e não conseguia deixar de achá-lo atraente, charmoso, e ele retribuía os olhares.
   levantou-se para ir ao banheiro e encontrou-se em uma situação constrangedora. Embaixo da mesa ela sentiu tocar sua perna. Ela manteu-se calma por fora, mas por dentro, toneladas de coisas passavam por sua cabeça. Ela olhou para e ele a olhou pelo canto do olho após encostar na perna dela novamente. Desta vez ela deu um leve pulo na cadeira. olhou para ela e percebeu que ela não estava bem, mas resolveu perguntar.
  - Está tudo bem? - tocou seu rosto tirando uma mecha de seu cabelo do rosto.
  - Aham - foi tudo que ela conseguiu responder, imóvel.
   sorriu para ela e voltou a conversar com . A audição da garota pareceu falhar assim como seus outros sentidos, pois ela estava prestes a levantar e ir ao encontro de quando percebeu que suas pernas não respondiam aos seus comandos.
   voltou. Ela começou a tirar a mesa e juntou-se a ela. juntou-se a na sala. notou que estava estranha e não parava de olhar os dois.
  - O que houve? Aconteceu alguma coisa?
   teria contado do acontecido de baixo da mesa se o cara em questão não fosse o irmão de . Preferiu deixar para lá e continuou ajudando-a a tirar a mesa. Mas percebeu que ela ficara assim depois da chegada de .
  - , você e o ...
  - Shiii - adiantou-se pedindo para falar mais baixo.
  - O quê? - sussurrou. - Qual o problema de falar de você e do meu irmão em voz alta?
  - Nada, só não quero que o pense alguma coisa.
  - Mas tem alguma coisa? - insistiu.
  - Não... - falou monossilábica, mas fez cara de quem não acreditou. - Eu estou falando sério, não tem nada, é só que, bem, - começou a gaguejar.
  - Fale logo - insistiu.
  - É só que, desde que ele se mudou para cá a gente vem trocando olhares e mesmo estando com e o amando mais que tudo, eu não consigo deixar de achar charmoso, bonito - sussurrou tímida.
  - Entendi - parecia analisar a situação.
  - Quer saber, esquece - falou tentando acabar com o assunto. - Acho melhor eu ir embora logo.
  - Não, espera - tentou pará-la, mas já estava indo para a sala encontrar .
  - Vamos, amor? - Anunciou.
   concordou e levantou-se. o seguiu e o cumprimentou depois ele aproximou-se de e a abraçou. Quando se afastou dela, encarou-a com seu olhar mais charmoso o que deixou a garota nervosa. então aproximou-se de , segurou a mão do namorado e foram se despedir de .
  - Obrigado pelo jantar, eu adorei te conhecer - agradeceu .
  - Obrigada por terem vindo - também agradeceu, abraçou-os e os levou até a porta.
  - Tchau, . Boa Noite - acenou.
  Até então tudo parecia bem, mas quando entraram no apartamento de e a porta se fechou atrás deles, pareceu ficar nervoso e logo percebeu.
  - O que houve? - Ela perguntou toda carinhosa tentando ajudá-lo.
  - Eu que deveria perguntar o que houve você não acha?
   parecia outra pessoa. assustou-se e desentendida afastou-se dele.
  - Não estou entendendo, . O que você quer dizer com isso?
  - Eu percebi seu nervosismo quando o irmão da chegou. Eu o percebi te olhando e você o olhando - acusou.
   começou a ficar nervosa. A comida parecia querer sair e um sentimento de culpa bateu tão forte que a fez desabar no sofá.
  - , vocês tem alguma coisa? - foi direto, pois seu estômago estava agoniado, mas por outro lado ele tinha medo da resposta.
  - , claro que não, como você pode pensar em algo assim... - tentou defender-se, mas foram poucas as palavras que encontrou.
  - Como eu pude pensar? Eu o vi trocando olhares com você... - Ele parou para respirar e encontrar as palavras enquanto algumas lágrimas formavam-se em seus olhos - Como você acha que eu me senti?
  - Pelo amor de Deus, , não houve nada... - levantou-se e tentou segurar o rosto de , mas ele se afastou. A garota deixou que algumas lágrimas caíssem, pois a última coisa que ela queria era brigar com , mas sabia que tinha errado.
  - Bom, para mim, parece que houve algo - ele disse seco. - Parece que há algo entre vocês.
  - Acho melhor você ir embora. Não quero brigar com você – anunciou .
  - Também acho.
   imediatamente saiu do apartamento batendo a porta forte atrás de si. Desceu correndo as escadas e entrou em seu carro rapidamente para poder enxugar a lágrima que rolava em seu rosto.
   correu para seu quarto e deixou-se chorar até cair no sono, mas foi acordada pela campainha. Ela correu para atender a porta na esperança que fosse . Mas era . Por um momento ela o odiou tanto que cogitou bater a porta em sua cara, mas percebeu que ele estava com o celular dela.
  - Você esqueceu isso.
  - Okay, obrigada - pegou o celular rapidamente e ia fechando a porta quando foi impedida por .
  - Cadê seu namoradinho? - falou a última palavra sussurrando.
  - Foi embora - respondeu seca.
  - Posso entrar? - Ele perguntou.
   o encarou. Toda aquela beleza estava a deixando hipnotizada. Ela lutou consigo mesma para convencer-se de não permitir que ele entrasse.
  - Acho melhor não - enfim disse.
   pareceu desapontado com a resposta. Ameaçou virar-se, mas voltou ainda pensativo.
  - Eu não sabia que você tinha namorado. Eu achei que a gente poderia realmente ter alguma coisa.
  - É, mas eu tenho, ou tinha e você estragou tudo.
   lembrou-se de ter brigado com e voltou a chorar.
  - Desculpa, eu não tive a intensão - falou .
  - Não pareceu. Pra mim aquilo foi bem intencional.
   tentou fechar a porta novamente e foi interrompida mais uma vez.
  - Mas você também olhou pra mim... - Ele falou segurando a porta.
  - Quer saber de uma coisa, eu te acho bonito, atraente, charmoso, mas não é você que eu amo e com quem quero passar o resto dos meus dias.
   tentou absorver tudo aquilo. Soltou a porta e caminhou ainda olhando-a até a outra porta.
  - É só que, eu gosto de você... também.
  Ele falou abrindo a porta e deixando sozinha na outra. Ela também teve que parar para absorver tudo aquilo. Voltou para seu quarto, sentou em sua cama e notou a caixa de bombons que trouxe para ela. sorriu.
  - Duvido que alguém tenha um namorado melhor que o meu - falou para si mesma enquanto tentava se convencer a esquecer de .
   pegou o celular e viu seis chamadas perdidas de . Ela retornou-as imediatamente.
  - Alô - respondeu com uma voz fraca de quem havia chorado.
  - Desculpa não ter atendido antes, eu acabei dormindo.
  - Desculpa ter te acusado de... - foi interrompido.
  - Aquela caixa de bombons ainda está aqui. Acho que até você chegar dá tempo de eu escolher um filme.
  - Okay, chego aí em cinco minutos - respondeu rapidamente.
   sorriu, secou as lágrimas e foi escolher um filme. chegou logo. Ele a abraçou como nunca, forte e demorado. Os dois foram para o quarto, colocaram o filme e pegaram a caixa de bombons. acomodou-se em seu colo e os dois passaram uma noite maravilhosa empanturrando-se de chocolate enquanto assistiam "500 dias com ela".

Capítulo 08

  O sol estava convidativo entrando pela janelinha da academia enquanto tomava um pouco de água de sua garrafa que estava suada pelo gelo derretido. pulava corda concentradamente, ele seria o próximo a competir.
  - Pensando na vida campeã? - chega até que encarava o nada.
   sorriu timidamente para e deu mais um gole na sua água.
  - Pensando nos meus amigos. Eu estou realmente com saudade deles - fala com a voz baixa.
  - Não fica assim - andava pela academia. - Toda campeã precisa de bons treinos.
  - Mas toda campeã também precisa de uma folga.
   falou já atrás dele.
  - Olhe lá fora - ela disse. - Veja como o sol está lindo e eu estou presa na academia. , eu estou treinando de segunda a sábado. Hoje é sexta, me de uma folga.
  - Não! - ele disse seco. Ele passou a mão na cabeça - Me desculpe! É que eu tenho a competição e estou nervoso.
  - Eu sei , sei também que você me ajudou mais do que ninguém na minha competição, mas olhe para nós - balançou a cabeça negativamente procurando as palavras - Eu... Eu vou embora.
   já tirava suas luvas quando a fechou no tatame com seus braços fortes e musculosos.
  - Você não vai a lugar nenhum! - falou entre dentes.
  - Sim eu vou! Agora me deixe passar - falou com voz de comando, mas com um pouco de medo.
  - Você vai ficar aqui comigo! - segura o rosto de fazendo-a olhar em seus olhos.
  - ?! - fala se equilibrando meio torto na entrada da academia.
   e viram seus rostos rapidamente para a entrada da academia, empurra aproveitando a distração do garoto e vai de encontro a .
  - ! - fala sorrindo. A garota tenta segurar o rosto do garoto, mas ele se esquiva para trás. - O que foi?
  - Por que você me fez essa pergunta? - passa a mão em seu cabelo. - Eu... Eu chego aqui na intenção de te fazer uma surpresa e encontro... - tinha dificuldade de falar enquanto apontava para . - Aquele garoto segurando seu rosto e...
   não termina apenas balança sua cabeça encarando o chão e não encontrando palavras para descrever a cena que acabara de ver.
  - não aconteceu nada, o está estranho e estava me machucando, eu já estava indo embora... - fala e a interrompe.
  - Na... Na... - Ele falava fazendo um gesto com a mão. - Não precisa se explicar - vira para ir embora, mas volta e olha para outra vez - Aliás, não precisa mais nem me procurar.
  - , não faz isso - falava com a voz chorosa. - me escuta. !
  O garoto entra em seu carro e da partida, volta até o tatame onde se encontrava encostado com a cabeça baixa, pega sua bolsa e vai em direção da saída.
  - Você não vai nem me dar um beijo de despedida? - pergunta ironicamente.
   para no meio do caminho, respira fundo e vira-se para o garoto com um sorriso forçado. Ela volta até ele.
  - Tem razão - fala e da um soco no rosto do garoto o fazendo cair no chão. - Desse beijo você nunca mais esquecerá.
   vai embora com suas lágrimas desenhando seu rosto. Ela entra em casa e nem fala com sua mãe, vai direto para o banho. Depois coloca qualquer roupa e se joga na cama onde não queria sair nunca mais.
   estava completamente apaixonada por e estraga tudo em questão de minutos. Uma coisa que odiava era mentira, que o engane e traição. Mas ela não tinha o traído. Talvez a emoção tenha falado mais alto.
  A campainha da casa toca e a mãe de vai atender.
  - Olá meu jovem!
  - Er... Oi - engole com dificuldade. - A está em casa?
  - Está sim, ela chegou correndo, subiu para o quarto e não saiu mais. Deve estar cansada.
  - Ou não - sussurrou para si mesmo. - Posso subir?
  - Claro! Fique a vontade.
  - Obrigado.
   subiu, foi pisando devagar e levemente. Duas batidas na porta, a maçaneta gira e a porta se abre. estava dormindo. deixou um leve sorriso escapar de seus lábios. Ele entrou no quarto e foi até a ponta da cama da garota onde tinha uma muda de suas roupas.
   ficou parado no meio do quarto olhando dormir. Uma lágrima escorre de seu olho, ele a enxuga e aproxima-se da garota. passa sua mão de leve no rosto da garota que estava um pouco inchado. abre os olhos assustada os revelando vermelhos.
  - Seus... - limpa a garganta. - Seus olhos estão vermelhos.
  - Os seus também - fala com uma voz diferente.
  - É... Eu estava... chorando - Ele fala gaguejando.
  - Eu também! - se levanta e se senta - , eu te juro que não estava acontecendo nada ali. O estava agindo muito estranho hoje eu dei um soco na cara dele.
   riu e fez ri.
  - Você fez isso? - pergunta e responde com a cabeça positivamente.
  - Me desculpa se aquilo pareceu alguma coisa, eu te juro que mudarei de academia.
  - Me desculpa por tirar minhas próprias conclusões e não te escutar.
  - Eu te amo! - fala.
  - Eu te amo! - fala soltando as roupas e sentando na cama.
   puxa para sentar em seu colo e os dois se abraçam.

Capítulo 09

  Era sexta-feira, final do dia quando as meninas estavam reunidas na casa das gêmeas para finalizarem o trabalho da escola. Todas concordavam que aquele tema "A sociedade sem tecnologia" era tão difícil quanto chato, o que tornava o trabalho interminável. A ideia das garotas era mostrar na escola o tipo de brincadeiras que faziam parte da cultura brasileira antes da chegada da tecnologia.
  - Isso tudo está me dando sono - Comentou .
  Enquanto as garotas concordavam, o celular de toca, é uma mensagem de .
  “ acabou de nos informar que a casa dos avós dele no interior está disponível no final de semana. Me liga se vocês concordarem em ir. Beijos, te amo mais que Nandos."
   sorri olhando para a tela do celular.
  - Esta vendo porque não dá para viver sem tecnologia? - ela entrega o celular para as outras garotas que imediatamente fazem um coro de "ouns".
  Avaliando as condições, elas decidem que aquele final de semana longe da agitação e preocupação de Londres é o que elas precisavam e então concordam em irem. liga para , apesar do barulho que e fazem no fundo eles conseguem se comunicar e combinam de buscá-las no dia seguinte pela manhã na casa dela.
  O resto daquela noite foi de muitos planos. Elas mau podiam esperar para estarem longe daquele lugar e com as pessoas que elas mais amavam na vida. O trabalho da escola foi deixado de lado e elas foram arrumar as malas para o dia seguinte.
  Era sete e meia da manhã quando , e chegaram ao apartamento de . Cada uma carrega uma mochila apenas com o necessário para o final de semana; três looks, biquíni, chinelos, produtos de higiene e cosméticos. ainda carrega com ela seu pequeno telescópio. Segundo ela, prometera que o céu naquela região proporciona uma das melhores visões dos astros em função do baixo nível de poluição. A garota, então, mau podia esperar para apreciar a beleza dos astros.
  Elas também estavam ansiosas para conhecer a garota que dissera que levaria. Tudo que elas sabiam até então era o nome da garota. .
  - Eu não entendo porque o mistério com essa namorada - comentou sem muita expressão.
  - Talvez ela seja tímida - Acrescentou .
  Enquanto tentavam adivinhar como seria a namorada de , ligou avisando que já chegaram. Elas pegaram suas coisas e desceram, deixando para trás.
  Quando pegava as chaves para trancar a porta do apartamento, a outra porta adiante se abre e , o irmão de sai, sorrindo para a garota. fica embaraçada, pois se lembra da confusão daquela noite e do que dissera para ela.
  - Acordando cedo em pleno sábado? - ele pergunta também fechando a porta de seu apartamento.
  - Vou passar o final de semana em Cheshire com um pessoal - Ela comentou tímida.
  - Okay, então. Divirta-se.
  - Pode deixar - Ela tentou falar para o garoto, pois já não conseguia encaixar a chave na fechadura.
   respirou fundo antes de descer. Certificou-se de que não se esqueceu de nada e desceu.
  Haviam dois carros, o de e o de . Os garotos pegaram as bolsas das garotas e foram guardá-las no porta-malas.
  Do carro de desceu uma garota alta, muito bonita e sorrindo aproximou-se das outras garotas. Era , a namorada de .
  - Então finalmente resolveu acabar com o mistério - Comentou enquanto cumprimentava a garota.
  - Eu mau podia esperar para conhecê-las - dizia enquanto cumprimentava , depois e então - Eu vou precisar de um tempo até conseguir diferenciar vocês duas, então se eu errar, me desculpem - Dirigia-se para as gêmeas.
   era muito simpática, as garotas não paravam de conversar e já estava impaciente com a demora para que elas entrassem no carro. Por fim, decidiram que as garotas iriam no carro de para poderem conversar, enquanto os meninos iriam no carro de .
  - Você vai me deixar sozinho? - fazia sua cara mais fofa para - Com esses loucos? - apontou os amigos.
  - Tenho certeza que você sobrevive, amor - beijou-o e entrou no carro.
   ofereceu-se para dirigir o carro de , o que foi bom, pois não conseguiria ficar um minuto sem falar mesmo e as garotas estavam dispostas a conversar o caminho todo.
  E lá foram eles. No carro que dirigia, foi bombardeada por perguntas das outras garotas que queriam saber tudo sobre ela.
  No outro carro, os garotos pareciam falar mais que as meninas, isso porque pode, facilmente, falar por duas pessoas. Além disso, eles pareciam estar fazendo uma festa dentro do carro. A música estava alta e eles não paravam de cantar, dançar e rir.
  O caminho de Londres a Bradford é consideravelmente curto, principalmente a casa dos avós de que ficava logo na entrada de Bradford. Logo eles chegaram. Era cedo ainda. Não passava das dez da manhã. , e já haviam estado naquela casa antes, por se conhecerem a mais tempo foram passar uma semana de férias naquele lugar há dois anos atrás. Para os outros aquilo tudo era uma surpresa e encantador.
  A casa era até pequena, considerando os castelos e as mansões das redondezas, mas assim era grande, com arquitetura antiga, parecia um pequeno castelo se olhando de fora. Ainda antes de entrarem eles podiam ver a piscina na frente da casa, um lindo jardim com uma mesa grande rodeada de cadeiras. Ainda havia um enorme espaço de grama verdíssima. Apesar de a casa estar em um grande espaço aberto, ela era cercada por um pequeno bosque e só bem adiante, em um terreno mais alto era possível ver que a casa não era a única.
  - Vamos entrar e deixar essas coisas nos quartos logo, já estou com fome – falou.
  A casa era assim: Primeiro piso: Cozinha, área de serviço, biblioteca, sala, escritório trancado e as escadas. Segundo piso: quarto dos meninos, banheiro e um quarto trancado, outro quarto trancado, banheiro e quarto das meninas.
  As meninas decidem se aventurar na cozinha, mas nenhuma realmente sabe cozinhar.
  - Eu vivo de caixas e latas – Comentou .
  - E micro-ondas - acrescentou .
  Elas pareciam perdidas sem saber por onde começar. Foi quando olhou pela porta da cozinha e viu sentado na beira da piscina sem fazer nada e lembrou que ele podia cozinhar. E muito bem.
  - , my love - chegou com cuidado para falar com ele. - Nós estivemos pensando e achamos que você é um ótimo chef e pode fazer a comida melhor do que nós.
   não respondeu, mas parou para pensar e então sorriu para .
  - Pode preparar o avental, as panelas e os ingredientes. Vocês terão o melhor almoço de todo o Reino Unido.
   realmente sabia cozinhar e gostava muito de fazê-lo. Mas sozinho, por isso expulsou todas as garotas da cozinha e começou a preparar seu cozido.
   pegou um livro e sentou-se no jardim para ler. , , e foram sentar com os garotos próximo a piscina. Eles tentavam adivinhar o que cozinharia.
  - Acho que vai se dar bem se se casar com - Comentou .
  - Pelo menos não vai morrer de fome - Acrescentou .
  Eles ainda riam quando perceberam que olhava fixamente para o bosque.
  - O que foi ? - perguntou.
  - Acho que vi algo se mexendo naqueles matos.
  - Pode ter sido um coelho - Comentou .
  - Não, parecia grande - explicou.
  - Talvez fosse um cervo ou um alce - foi a vez de .
  - , aqui é Bradford, não Canadá - falou.
  - Seja o que for já foi embora - falou como se tentasse acabar com o assunto.
  Eles continuaram conversando quando anunciou que o almoço estava pronto, todos se juntaram a no jardim, sentaram-se à mesa e finalmente puderam conhecer os dotes culinários de .
  - Aprovado - falou ainda de boca cheia.
  Todos concordaram. parecia orgulhosa dele.
  Pouco depois do almoço eles estavam sentados no gramado conversando quando perceberam que e haviam sumido, mas logo os dois apareceram correndo e gritando. corria atrás de que para se proteger pegou no colo e jogou-se na piscina levando a garota junto. Foi suficiente para que todos se jogassem na piscina também.
  Aquela havia sido a melhor tarde da vida deles. Tudo parecia perfeito. O sol já anunciava que estava partindo quando eles saíram da piscina. Trocaram-se e ainda tiveram tempo de assistir ao por do sol.
  - Nós deveríamos tocar alguma coisa - Sugeriu .
  - Claro! , você toca - disse.
   ofereceu-se para buscar o violão de , pois estava subindo para buscar uns casacos também. Ela subiu para os quartos. Primeiro pegou os casacos das meninas e um para ela, depois foi até o outro quarto. O violão de estava do lado de sua cama, enquanto pegava, ela ouviu passos no outro quarto. Pegou o violão e voltou para ver quem havia subido, mas não havia ninguém no quarto, nem no corredor. Olhou no banheiro, também não encontrou ninguém. Decidiu descer, mas ainda nas escadas teve certeza de ter ouvido uma porta abrir. Desta vez não teve coragem de voltar, nem mesmo de olhar. Apenas acelerou o passo e voltou para o gramado, contou um por um que estava sentado e certificou-se que não faltava ninguém. Olhou para trás rapidamente assustada, mas não tinha ninguém. Entregou o violão e os casacos e percebeu que tremia um pouco. Sentou-se.
  Os meninos, então, discutem que música tocariam, quando foram vencidos unanimemente pelas meninas que escolheram, Gotta Be You.
  Foi um momento lindo.
  A noite começou a ficar fria e a escuridão era completa quando decidiram fazer uma fogueira. Os meninos vão buscar algumas madeiras no bosque.
  - Não vão muito longe, por favor - pede para os meninos antes deles saírem.
  As meninas ficam sentadas. e jogam palavras-cruzadas enquanto e pegam alguns marshmellows. anuncia que vai subir para colocar uma roupa mais confortável. Ela foi sozinha. O silêncio na casa era desconfortável então ela adiantou-se andando mais rápido pelo corredor. Abriu a porta do quarto e quando acendeu a luz deparou-se com uma boneca vestida de bailarina com a cabeça arrancada e com algo vermelho que simulava sangue espalhado sobre a boneca e no chão do quarto. Assustada, gritou e saiu correndo deixando a luz acesa e a porta aberta.
  Encontrou com e no final da escada.
  - O que foi, Gi? - pergunta desentendida.
  - Por que você gritou? - também pergunta.
   está chorando, assustada, mal consegue respirar e falar. e também chegaram para saber o que está acontecendo.
  - Tem uma boneca com a cabeça arrancada e... - ela não consegue falar o que viu - é horrível - ela consegue acrescentar depois de tomar fôlego.
  Elas então correram para ver todas juntas, mas quando chegam no quarto não há mais nada.
  - Como isso é possível? - parece não acreditar que a boneca e toda aquela coisa vermelha possa ter desaparecido tão rapidamente.
  - Você tem certeza do que você viu, Gi, porque você pode ter se encanado - pergunta entrando no quarto.
  - Tenho, eu encarei aquilo por um tempo, eu tenho certeza do que vi - Ela afirma.
  , então, lembra-se de ter ouvido os barulhos mais cedo, mas vendo o estado da amiga prefere não comentar para não assustá-la mais.
  - E os meninos, já voltaram? - pergunta preocupada.
   olha pela janela do quarto e os vê voltando com as lenhas para a fogueira. Eles parecem bem, sorrindo. decide então que é melhor não falar para eles o que aconteceu para não acabar com a noite.
  - Eu também acho melhor. Mas se mais alguma coisa acontecer a gente fala - sugere.
  Elas concordam. se acalma e elas descem. O frio da noite é amenizado quando e finalmente conseguem acender a fogueira. Eles se sentam em volta e conversam enquanto assam alguns marshmellows para comerem.
  Todos parecem muito felizes, principalmente quando decide contar piadas e fazer algumas graças típicas dele.
   por um momento sente-se desconfortável. Ainda nos braços de ela assusta-se quando ao olhar para a cassa vê um vulto preto passar rapidamente pela janela do quarto. percebe que ela está assustada.
  - O que houve, você parece assustada! - ele pergunta.
  - Não é nada, eu estou bem - ela mente para não preocupá-lo.
   olha mais uma vez para a casa e jura ver mais um vulto, mas desta vez é na janela da sala. Ela levanta-se e senta-se ao lado de e que estavam próximas.
  - Tem alguém na casa, eu acabei de ver dois vultos - ela sussurra em meio as gargalhadas dos garotos.
   e olham rapidamente para a casa, mas não veem nada. volta a sentar ao lado de . cuidadosamente disse para e depois para . As duas também olham para conferir, mas não veem nada.
  Os meninos voltam a cantar, desta vez as músicas são mais animadas e logo todos estavam dançando. Up All Night, Everything About You, One Thing. Aquele foi o único momento que elas se descontraíram, pois as coisas estranhas que estavam acontecendo já estavam as assustando.
  Depois de dançarem e cantarem, o cansaço tomou conta deles. dormia no colo de enquanto dormia no colo de e no de . Já era tarde e o silêncio ia derrubando um por um.
  - Hora de entrar para dormir - falou levantou-se junto com que a abraçou por trás.
  - Difícil vai ser acordar o e convencê-lo de ir dormir no quarto - comentou já sabendo do trabalho que teria com e seu sono pesado e sagrado.
  Foi difícil mesmo, mas nada que um pouco de água jogada no rosto dele por não resolvesse a situação.
  Então todos se puseram a subir para dormir. carregou no colo ainda dormindo e subiu resmungando. Despediram-se no corredor e foram para os quartos.
  Os garotos jogaram-se em suas camas. mal encostou a cabeça no travesseiro e já estava dormindo novamente. apagou a luz e também foi deitar. , e já estavam deitados.
  - Ta muito escuro - falou quebrando o silêncio.
  - É, eu sei, agora vai dormir, - reclamou .
  - Mas eu não vou conseguir dormir nesse escuro.
  - Vai sim - insistiu .
  - , você tem medo do escuro? - perguntou .
  - Tenho - admitiu.
  - Fecha os olhos que você nem vai perceber que está escuro - falou tentando ajudá-lo a dormir logo.
  - Ainda não consigo - parecia uma criança.
  - , não tem nada que possamos fazer - falou .
  - Por que vocês não fazem silêncio para que eu possa dormir? - reclamou em voz de sono.
  - Porque o tem medo de dormir no escuro - explicou .
  - Meu Deus, . Você parece uma criança - continuou reclamando.
  - Qual é? Eu realmente tenho medo - explicou-se.
  - Se eu deitar aí, você para de falar e me deixa dormir? - Perguntou .
  - Meu Deus, isso é tão gay - falou imitando .
  - , você quer dormir ou não? - advertiu - Então deixa eles.
   cambaleou até a cama de . Logo todos estavam dormindo. Mas foi por pouco tempo, pois logo foram acordados com batidas na porta. levantou-se para abri-la e recebeu as garotas assustadas. Imediatamente todos acordaram e desentendidos esperaram uma explicação para o desespero. , e não estavam em condição de falar tamanho era o susto e ainda vinha devagar, pois seu pé estava cortado.
  - Vamos, alguém fale o que aconteceu, vocês estão me assustando - falou .
  - Não é o que aconteceu, é o que está acontecendo, o dia todo - termina falando.
  Isso os fez ficar mais confusos. vai até sua namorada, a pega no colo e a coloca em sua cama.
  - Vocês vão falar ou não? - perguntou depois virou-se para . - Fale, , o que houve?
   então respirou e começou a contar tudo.
  - Começou quando eu subi para pegar o violão de . Eu ouvi alguém aqui em cima, mas não havia ninguém e quando voltei vocês todos estavam sentados lá fora. Depois quando vocês foram pegar lenha, a subiu para se trocar e quando chegou no quarto disse que tinha uma boneca com a cabeça arrancada e com alguma coisa vermelha pelo chão do quarto. Mas quando fomos ver, não havia mais nada - falou tudo muito rápido. Os garotos pareciam processar tudo o que ela falara, muito lentamente.
  - Eu juro, foi horrível - acrescentou .
  - E não acabou. Quando estávamos sentados na fogueira a disse ter visto alguém dentro da casa – continuou .
  - Duas vezes - acrescentou.
  - E o pior aconteceu agora que subimos...
  O que contou pareceu deixar todos assustados. Quando elas entraram no quarto foram todas se trocarem para dormir. Quando abriu sua mochila para pegar um pijama encontrou todas as suas roupas manchadas de vermelho. Ela largou sua mochila assustada e tremendo.
  - Ai, meu Deus. Quem fez isso? - perguntou sem saber realmente para quem estava perguntando.
   aproximou-se para ver e assustou-se com um pequeno grito de . As meninas olharam para ela e notaram que ela também teve a mesma reação. A mochila dela também fora violada, mas não com tinta vermelha, mas areia.
  Assustadas, nenhuma delas conseguia falar nada. O silêncio que se formou fez com que elas ouvissem os meninos conversarem.
  - Parece que lá está tudo bem, pelo menos - disse .
  - Eu só queria saber quem fez isso e como - falou tentando tirar a areia de sua mochila.
  Mais um silêncio se fez e elas puderam ouvir barulhos de talheres na parte de baixo da casa. As garotas ficaram em silêncio para prestar atenção quando foram surpreendidas por uma pedra que quebrou o vidro da janela do quarto delas e um dos cacos cortou o pé de .
  - Ai! – foi tudo o que ela disse quando sentiu o corte.
  - ?! – e falaram juntas.
   colocou a mão na cabeça para se defender dos cacos que ainda caiam.
  - Okay, isso está me assustando - comentou .

Capítulo 10

  Depois que as meninas contaram tudo que tinha acontecido, eles pegaram seus celulares para ligar para a polícia, mas estavam todos sem sinal.
  - Acho que lá fora deve ter – disse.
  Todos se levantaram e juntos desceram as escadas para irem para fora da casa. Cada um ficou num canto do jardim, Giovanna foi pra perto da piscina onde seu sinal estava voltando. Quando a garota estava digitando o número, passou um vulto preto e a empurrou para dentro da piscina. A menina estava distraída e com o susto começou a se afogar.
  - Socor... Socor... – tentava dizer, mas afundava antes de terminar a palavra.
  - Gi?! – fica desesperado ao ver a situação da namorada e sai correndo para salvá-la.
  Ele pula na piscina e começa a nadar até a escada para ajuda-la a subir. Quando sentou-se na borda da piscina começou a chorar.
  - Alguém me empurrou! – disse enquanto os outros se aproximavam preocupados.
   saiu da piscina e ajudou-a levantar.
  - Vem, fala segurando a mão da irmã. – Vamos trocar essa roupa.
   e vão se trocar, a acompanha, pois a irmã estava em estado de choque. Ao voltarem todos se reúnem novamente para encontrar sinal no celular. levanta os olhos para chamar que estava um pouco mais a frente e vê uma pessoa toda de preto passando em direção ao bosque.
  - Tem alguém ali! – fala baixinho.
  O garoto sai em disparada atrás da pessoa que, assim que percebe que está sendo perseguido, começa a correr para o meio das árvores tentando fugir.
  - ! – grita.
  Todos correm atrás dele. Estava escuro, poderia ter bichos em meio aqueles matos, mas a fúria de estava maior por tudo que estava acontecendo com eles. Eles pulavam troncos caídos, buracos e algumas armadilhas. acelera mais um pouco e consegue alcançar a pessoa derrubando-a.
  - Você pode correr? – pergunta para antes de ir atrás dos outros.
  Ela assente com a cabeça e os dois vão atrás deles que já estavam bem mais a frente. vira a pessoa e seu rosto estava coberto por uma touca preta, os outros chegam eufóricos pela corrida longa.
  - ! – fala quando vê o amigo batendo na pessoa.
   se distrai ao ouvir a voz de e é golpeado com um soco na boca pela pessoa. Ele segura a pessoa misteriosa pela camisa e arranca a touca que cobria sua face.
  - ?! – fala de boquiaberta.
   ficou mais irritado do que já estava, ele golpeou com mais dois socos e e foram segurar o amigo. foge pelas árvores que estavam mais a frente sumindo de vista.
  - Por que vocês me seguraram? – fala se livrando das mãos dos amigos.
  - , você está com raiva, ia acabar matando o menino – disse.
   tira o lenço que estava em sua roupa e vai até o namorado para limpar o sangue que escorrida de sua boca devido o soco que levara. Eles voltam para a casa dos avós de que ficou sozinha. vai direto pra cozinha, pois estava esfomeado, mas quando abriu a geladeira teve uma grande surpresa.
  - Isso já está indo longe demais. – fala bravo.
  - O que houve? – pergunta se aproximando.
  A geladeira estava cheia de minhocas em cima das comidas. ficou de boquiaberta quando viu aquilo. Eles não poderiam ficar naquela casa nenhum dia a mais. Todos subiram para seus quartos para fazer as malas. Iriam pra casa de um deles, mas decidiriam no caminho.
  - Alguém viu meu violão? – perguntou saindo do quarto.
  - Não! – , , , e respondem juntas.
  Todos descem juntos e quando chegam na sala, próximo da porta de saída, vê seu violão todo quebrado em cima do sofá.
  - Ah não! – ele fala descendo em disparada as escadas e indo até o sofá. – Não, não, não, não...
   vê o desespero do namorado e vai até ele para poder o acalmar. Seu violão estava todo estraçalhado e jogado no sofá, ele tocava em cada pedaço de seu violão e sua face demonstrava tristeza tamanha.
  - Pessoal?! – mostra um pequeno papel em sua mão. – Isso estava caído aqui fora!
   se aproxima dele e pega o papel para analisa-lo.
  - Tem um telefone aqui.

…………….

   pegou o telefone antigo de sua mãe, para garantir que o número não seria reconhecido, tomou coragem e discou os números. Ele nem mesmo sabia o que ia falar. Colocou no viva-voz. Todos fizeram silêncio. Chamou uma, duas, três vezes. Todos estavam ficando mais tensos. Quatro, cinco...
  - Alô?
  Finalmente atendeu. Era a voz de um homem que parecia ter uns 40 anos. não conseguiu dizer uma palavra sequer. tomou o telefone de sua mão e tomou coragem.
  - Vovô? – falou com a voz levemente mudada.
  - Quem esta falando?
  - Vovô ? – Nem ela mesma sabia de onde lhe viram essas ideias. e soltaram uma leve risada enquanto , e tentavam não rir.
  - Não, aqui é .
  - Oh, desculpe, eu devo ter ligado errado.
  Ela mal terminou de falar e desligou rapidamente o telefone. começou a aplaudi-la e logo os outros o acompanharam.
  - Obrigada, obrigada – agradeceu rindo da situação. – Ainda bem que eu tive algumas aulas de atuação.
  - Você foi ótima, meu amor – segurou sua mão.
  - É, mas agora precisamos saber quem é sei-la-o-quê, por que eu não sei quem é – Disse .
  - Nem eu – , , e acrescentaram.
  - Mas eu o conheço – inusitadamente manifestou-se. – E nós temos problemas ainda piores do que imaginávamos.
  Nem foi preciso muito para todos estarem prontos pra ouvir o que tinha a dizer sobre o homem.

Capítulo 11

   tinha 14 anos quando seu irmão mais velho, de 19 anos foi diagnosticado com câncer no fígado. A família ficou meio abalada e não conseguia imaginar que poderia ser curado, apesar dos médicos dizerem que existia a possibilidade de cura por ter sido diagnosticado no inicio. Mas ao invés de ir para o tratamento ele resolveu fazer exatamente o contrário e acelerar o processo de autodestruição.
   nunca foi o melhor dos filhos. Vivia saindo à noite, voltando pra casa na manhã seguinte ainda com sinais de que havia bebido muito, não gostava de ir à escola, suas notas também não eram de orgulhar-se.
  Nos últimos anos começara a andar com pessoas que índole duvidosa e quando recebeu a noticia de que estava com câncer começou a fumar. Primeiro um simples cigarro. Logo passou a usar drogar ilícitas. A família estava desesperada, ninguém conseguia fazer com que parasse. Muitas vezes nem dormia em casa, voltava apenas pra ver se conseguia dinheiro para manter o vicio. Mesmo não conseguindo dinheiro dos pais, ele sempre conseguia roubando ou até mesmo mendigando pelas ruas.
  Passaram-se algumas semanas e parecia outra pessoa. Estava mais magro, com os olhos profundos, o câncer se desenvolvera e ele tinha crises de tosse constantemente, chegando a vomitar sangue.
  Só havia uma coisa em que não mudara. Seu afeto por seu irmão mais novo. Ele sempre amou , cuidava muito bem dele, o defendia na escola, lhe ensinou a tocar violão, levava-o para shows e sempre o aconselhou a não seguir o mesmo caminho que ele. Todas as vezes que chegava em casa bêbado ou drogado, fazia questão de não deixar ver sua situação.
  Numa noite de verão, estava em abstinência. Suas mãos tremiam e sua cabeça parecia pronta para explodir a qualquer momento, entrou em casa, procurou em todos os cômodos por algum dinheiro, antes que pudesse entrar no quarto de seu irmão, sua mãe o expulsou de casa. Sem rumo, ele foi ao encontro dos traficantes que forneciam a droga para ele.
  - Não adianta Tom, eu não vou vender nada pra você fiado...
  - Mas, , olhe meu estado, eu preciso muito, você não entende – implorava para o traficante, mostrando suas mãos tremulas. Seus olhos agora lacrimejavam e estavam ficando vermelhos, trazendo uma aparência assustadora em conjunto com as enormes e escuras olheiras que o acompanhavam por dias sem dormir.
  - Cara, esquece, não vou vender pra você.
  - Droga! – gritou e saiu mais uma vez sem rumo.
  Já andava a mais de uma hora quando chegou em frente a um enorme galpão cuja fachada deixava claro que ali não era um bom lugar, mas o conhecia. Sabia que ali conseguiria a droga, só iria precisar de um bom argumento para que o grande traficante da região o vendesse fiado. Mesmo assim entrou confiante, apesar de todas as sensações desesperadoras que a abstinência estava lhe causando. O galpão era pequeno, escuro, sujo. Havia uma mesa num canto onde três homens jogavam baralho. Foi imediatamente recebido por dois homens de estatura altas e fortes que estavam sentados mais próximos da porta.
  - O que você quer aqui, magrelo? – um dos grandões perguntou.
  - O que vocês tiverem para me oferecer.
  - Depende, quanto você tem? – o outro perguntou.
  - Nada – respondeu encarando o chão.
  - Então saia daqui.
   desesperou-se pensando que não conseguiria a droga. Começou a sentir seus órgãos doerem. Sabia que morreria se não consumisse alguma coisa imediatamente. Respirou fundo, o ar chegou com muita dificuldade em seus pulmões.
  - Ei – ele gritou chamando a atenção dos homens que jogavam baralho.
  Os três olharam. Ele os conhecia, não pessoalmente, mas pelos jornais e pelas pessoas que comentavam sobre suas reputações. Um deles ele já vira no porto vendendo para os donos das embarcações menores que chegavam de uma longa viagem e queriam “abastecer” antes de voltarem a alto mar. Outro era um homem de uns 30 anos, sabia que era o “chefe da máfia” como as pessoas o chamavam, pois lá estava ele com sua boina. E ao lado, outro homem, um pouco mais novo, talvez uns 27 anos, boa aparência, sempre fumando, cicatriz em cima do olho esquerdo, irmão do chefe.
  - O que queres, garoto? – perguntou o chefe.
  - Negociar – respondeu firme.
  O homem levantou-se e aproximou-se dele. Analisou-o de ponta a ponta, deu um leve sorriso e apontou para os dois seguranças para que fossem sentar e deixassem o garoto com ele.
  - O que queres negociar, filho?
  - Eu preciso de alguma coisa, mas eu não tenho nada para lhe oferecer em troca...
  - Já entendi. Vamos fazer assim, você sabe jogar poker?
  - Sim – E como sabia. Era o que mais gostava de fazer nos finais de semana com seu pai quando era criança e depois com os amigos na adolescência.
  - Vamos jogar, então. Se você ganhar eu lhe dou alguns gramas de graça, se perder... vais embora.
  - Não, tem de haver outra opção se eu perder, eu posso... eu posso...
  - É pegar ou largar.
   aceitou. Ele sabia jogar poker, confiava em tudo que aprendera nesses anos, mas não sabia até que ponto os adversários eram bons. Se perdesse não teria outro lugar para tentar conseguir a droga e morreria sem se despedir de .
  Sentados ao redor de uma mesa velha, quadrada, recebeu boas cartas e só precisava manipular bem a situação para vencer. No centro da mesa havia algumas gramas de vários tipos de droga. A vontade de consumir só aumentou e as cartas nas mãos de pareciam que iriam cair a qualquer momento.
  - Qual seu nome, filho? – perguntou o chefe.
  - – respondeu e caiu em uma leve crise de tosse.
  - Você é bem jovem pra estar nessa situação, não achas?
  - Eu não tenho nada a perder, vou morrer de qualquer modo.
  -Hum, interessante. Mas e quanto a sua família?
  - Minha única família é meu irmão mais novo porque meus pais me odeiam...
  Eles continuaram conversando. O jogo começou fácil para Tom, mas logo a situação começou a piorar. Ele sabia que eles estavam roubando, mas não era hora, nem lugar, nem as pessoas certas para se acusar. Nada estava dando certo, sabia que perderia. Olhou ao redor, um modo de reverter isso. Tudo o que viu foi uma arma no chão, atrás da mesa, logo atrás do traficante do porto que estava ao seu lado.
  Se levantasse e fosse rápido o suficiente para pegar as drogas e a arma, conseguiria fugir também facilmente, pois os dois seguranças estavam distraídos conversando.
  Olhou mais uma vez suas cartas. Ele perderia com certeza. Só lhe restava arriscar. De todo modo morreria. Pensou.
  Posicionou-se na cadeira de modo que quando os outros três distraíram-se com o jogo, pegou algumas gramas de droga com uma mão e com um impulso, rapidamente pegou a arma do chão e colocou-se de pé. Os homens levantaram-se para tentar pega-lo. começou correr pelo galpão em direção a porta e puxando o gatilho da arma atirou contra os seguranças, antes que conseguisse sair um tiro passou próximo de seu rosto. Assustado, ele apontou a arma para os homens, e mesmo sem saber o que fazer, atirou duas vezes seguidas. Só conseguiu ouvir o grito do irmão e do chefe sendo atingidos antes de deixar o galpão e correr sem rumo. Não sabia se matara os dois. Não chegou a correr 100 metros e sentiu que não conseguia mais respirar nem manter-se em pé. Encostou-se na entrada de um beco e com a respiração profunda e pesada inalou imediatamente uma das drogas. Ainda conseguiu ouvir o homem gritar do galpão.
  - Eu vou lhe achar, , e vou matar você e sua família, um por um, começando pelo seu irmão...
  Menos de um minuto depois, já estava andando aceleradamente sem rumo. Começava a sentir-se melhor. Dava algumas tragadas até chegar ao porto escuro e deserto. Pulou dentro de um barco que estava encostado para se esconder. Na escuridão, seus olhos ficavam bem abertos, atento a qualquer barulho ou sinal de que o chefe estava o procurando. Já estava quase amanhecendo quando foi surpreendido por um barulho na parte de baixo do barco em que estava. Assustado, não conseguiu se mexer.
  Um velho barbudo e sujo saiu de dentro com cara de sono e resmungando. Parou quando viu encolhido no canto.
  - O que você estava fazendo aqui? Vamos, saia.
  - Não, por favor, me deixe ficar.
   contou ao velho que um homem estava o perseguindo, mas não deu muitos detalhes.
  - Eu saio para o México em 1 hora, você quer ir? – Foi tudo o que o velho falou depois de ouvir Tom.
  Era uma proposta tentadora. Poderia ser mais fácil no México, sem seus pais e sem o chefe do trafico o perseguindo. Por outro lado ir para o México era ficar longe de . pensou por um tempo e chegou à conclusão que era melhor para não conviver com ele, nem mesmo vê-lo morrer.
  - Eu vou em casa buscar umas roupas e já volto.
   correu para casa. Já estava claro quando chegou e as portas estavam trancadas. Foi até a janela do quarto de e jogou algumas pedras até que ele acordou e foi olhar.
  - Venha aqui fora, preciso falar com você, mas não deixe a mãe ou o pai ver.
   desceu rápido e encontrou com o irmão na frente da casa.
  - Onde você esteve? – perguntou.
  - Olhe para mim, segurou-o pelos ombros e olhou fundo em seus olhos. – Você tem que me prometer umas coisas, mas você tem que me escutar sem ficar perguntando.
   concordou com a cabeça sem entender muito bem o que estava acontecendo, muito por causa do sono que ainda o dominava.
  – Primeiro você precisa ir ao meu quarto e pegar algumas roupas e colocá-las em uma mochila. Vá, rápido. – fez um gesto para que ele fosse logo.
   correu para dentro, em menos de 5 minutos ele desceu com uma mochila cheia de roupas e entregou para o irmão.
  - Segundo – continuou depois de por a mochila sobre seus ombros. - eu estou indo para o México daqui à uma hora e você não pode contar a ninguém, só você pode saber.
  - Tom... – os olhos de já estavam cheios de lagrimas querendo sair, mas ele estava sendo forte para segurá-las, assim como o ensinara.
  - Terceiro, prometa que você jamais vai fazer o que eu fiz, jamais vai experimentar o que quer que lhe ofereçam. Jamais. Você entendeu? – concordou novamente com a cabeça. – Quarto, é provável que coisas ruins aconteçam com vocês, prometa que você me perdoará e saberá resolver isso.
  - Como assim coisas ruins? – não resistiu em perguntar.
  - , eu sempre fui sincero com você, eu matei um cara e o irmão dele quer me matar, por isso eu estou indo para o México, para a sua segurança.
  Os dois ficaram em silêncio por alguns segundos. parecia absorver todas as informações e buscava as palavras para falar o que vinha a seguir.
  - Essa é a ultima vez que nos veremos. Cuidado, eu não estarei mais aqui para te defender ou dar conselhos, agora é só você. Saia dessa cidade o mais rápido possível, vá para Londres o mais breve que puder. Eu morrerei logo, mas quero ter certeza que você ficará bem.
  - Não fale assim...
  - Nós todos sabemos que é verdade, ... Eu te amo, irmãozinho.
  - Eu também te amo.
  Eles se abraçaram e saiu correndo pelas ruas em direção ao porto.

Capítulo 12

  - Eu nunca mais o vi. Ouvi dizer que ele morreu alguns meses depois com uma infecção que pegou no México. Irônico, não é mesmo. De todos os problemas do Tom, ele morre com uma infecção...
   estava quase chorando quando terminou de contar a história. o abraçou para acalmá-lo. Estavam todos muito perplexos.
  - o chamou enquanto ainda fazia algumas assimilações em sua cabeça. – você quer dizer que esse tal de sei-la-o-quê é o chefe que estava tentando matar seu irmão a mais de cinco anos?
  - Sim. Ele finalmente me achou.
  - Como ele não te achou antes? – perguntou.
  - Depois que o foi embora, a morte dos seguranças e do irmão do saiu em vários jornais, eu entendi que era um grande problema e inventei para os meus pais que eu não conseguia ficar naquela cidade sem o Tom, que era melhor nós nos mudarmos, meu pai concordou e em menos de dois meses nós viemos morar em Londres. Acho que ele não me achou antes porque ele não conhecia o Tom, não sabia onde ele morava...
  Quase um minuto de silêncio. Muitas informações para serem processadas.
  - Ele vai me matar.
   quebrou o silencio e deixou transparecer todo o seu medo. Seus olhos transbordando de lagrimas fizeram a tensão no ambiente ficar ainda pior. abraçou-o ainda mais forte e tentava acalmá-lo.
  - Nem pense nisso, .
  Eles então começaram a tentar responder todas as perguntas que pesavam em suas cabeças.
  O que queria? Ele não sabia que estava morto? Porque ele estava aterrorizando todos eles? Como ele encontrou ? Como ele os encontrou naquela casa? Eram tantas perguntas e tão poucas respostas. O silêncio tomou conta do ambiente por maior parte do tempo. Estavam trancados na casa de desde a manhã. Já eram 3 horas da tarde.
  - Eu odeio essa tensão. Esta me deixando ainda pior – reclamou agoniada, sentindo um peso em sua mente que ela precisava tirar antes que enlouquecesse. Levantou-se do sofá. – Eu vou dar uma volta.
  - Quer companhia? – perguntou .
  - Claro.
  Antes que os dois saíssem os chamou.
  - Cuidado, não demorem.
  - Pode deixar, vamos só andar aqui por perto. – garantiu e os dois saíram.
  Na casa, , , e dormiam enquanto os outros tentavam se distrair com alguns jogos ou com a TV. A assustadora experiência do final de semana havia deixado marcas, de modo que qualquer barulho na casa ou do lado de fora era motivo para assustarem-se ou ficarem neuroticamente pensando que alguém estava invadindo a casa de também.
   e saíram de mãos dadas e em silêncio andaram dois quarteirões. A temperatura caia conforme o tempo ia passando. Os finos moletons que os dois usavam não os protegiam mais. abraçou para se proteger do frio.
  - Vamos comprar um café na Starbucks para aquecer – sugeriu.
  A Starbucks mais próxima ficava na avenida atrás da casa de , o que os obrigou a mudar o caminho, entraram em uma rua estreita que daria acesso a avenida. Era uma rua comercial e que por ser domingo estava deserta. Antes que pudessem chegar a avenida, dois homens vieram andando na direção oposta a eles. Quanto mais se aproximavam, maior eles pareciam. Quando estava a menos de 50 metros, perceberam que os dois homens os encaravam. puxou levemente para mais próximo dele e continuaram andando, agora mais próximos das paredes, deixando espaço para que os dois passassem. sentiu seu coração acelerar, olhou para e percebeu que ele estava tão assustado quanto ela. Os homens pareciam que passariam direto, mas quando estavam exatamente lado a lado com e , um dos homens puxou . tentou segurá-la, mas o homem era muito mais forte que ele e para piorar, o outro homem puxou também os separando. gritava já chorando e se debatia inutilmente para se livrar do homem.
  A última coisa que ambos lembram foi de um pano branco sendo colocado em seus rostos. ainda pode ouvir gritar com voz de choro.
  - Não machuquem ela...

Capítulo 13

   não conseguia dormir. Ele sem duvida fora o mais atingido emocionalmente. insistia que ele fosse dormir, pois era visível seu cansaço.
  - , você não vai dormir, então eu vou – desistira e foi vencida pelo sono que já a consumia.
   apenas confirmou com a cabeça e logo encontrou-se dormindo. Naquele momento só estava acordado, nem sabia mais no que pensar. O silencio o incomodava. Olhou para seus amigos dormindo. Sentiu-se culpado por tudo que tiveram que passar. que teve a casa dos avós invadida, que ficou doente, que teve o pé machucado, que...
  Foi quando deu-se conta de que e não estavam em casa. Olhou no relógio, faziam mais de 2 horas que saíram para dar uma volta e não voltaram. Foi até a janela esperando encontrá-los sentados do lado de fora, mas nem sinal. Uma preocupação cresceu dentro dele. Passou pelos amigos dormindo e chegou até que estava dormindo com no outro sofá. chamou-o com calma, mas o garoto nem se mexeu, em mais uma tentativa, tocou seu ombro e deu uma leve balançada. respondeu com um resmungo, mas não abriu os olhos.
  - , acorde, e não voltaram.
  - Que horas são? – perguntou com a voz sonolenta.
  - Quase 6 horas...
  , então, abriu os olhos. Levantou-se cuidadosamente para não acordar .
  - Você já ligou para o celular deles?
  - Não.
   pegou seu celular no bolso, assim como . Enquanto ligava para , ligou para o de . Ambos não tiveram resposta, apenas caixa postal. A preocupação aumentou. Eles começaram a acordar um por um e contar o que estava acontecendo.
  Eles continuaram insistindo em ligar enquanto pensavam no que poderia ter acontecido.
  - Eu acho melhor nós irmos procurá-los – disse.
  - Concordo. Vamos de carro que é mais seguro – acrescentou disposto a ir procurá-los.
  Todos os meninos saíram no carro de deixando as 4 garotas sozinhas e ainda mais preocupadas.
  - Eu não aguento mais, cara. Isso tudo é loucura – falava com dificuldade pela vontade de chorar.
  - Eu não quero nem imaginar que algo de ruim possa ter acontecido com a e com o fala.
  - Pensamento positivo, disse.
  - Juro que se eles estiverem bem e não nos avisaram porque demoraram, eu mato os dois – disse para descontrair. As garotas concordaram rindo um pouco, mas não deixando de estarem preocupadas.
   levantou-se do sofá, estava agoniada, uma sensação ruim, um desconforto a impedia de ficar parada. Andou de um lado para outro na casa.
  - Você ta me deixando nervosa, já – falou vendo inquieta.
  - Eu fico sufocada quando me sinto presa, eu queria sair um pouco...
   falou caminhando em direção a janela, quando abriu a cortina para visualizar a rua levou um grande susto quando viu um homem todo de preto do outro lado da rua olhando fixamente para ela. imediatamente fechou a cortina e sentou-se para acalmar-se.
  - O que foi, ficou pálida... - perguntou.
  - Tem alguém vigiando a casa – falou por fim.
  Gi, e não resistiram e foram olhar. Lá estava o homem parado, assim como falou. Elas voltaram para os sofás assustadas. pegou o celular e ligou para avisando do homem e alertando para que tivessem cuidado quando voltassem.
  Meia hora depois os garotos chegaram. Esperançosas, elas mal podiam esperar para e entrarem em casa com eles.
  - Infelizmente não os encontramos em lugar nenhum – anunciou .
  Mais uma hora se passou. Já anoitecera e a preocupação só aumentava. Eles já estavam cogitando avisar a polícia, mas com toda essa história de , eles acharam melhor esperar mais um pouco. O homem de preto não estava mais vigiando-os.
  - Que droga! – falou irritado. – Eu não deveria ter deixado eles saírem.
  - , não é hora de estar se culpando. Todos nós não deveríamos ter deixado eles saírem – disse .
  - Nós fomos burros mesmo. Alguém pode ter nos seguido, estava nos vigiando, esperando alguém sair da casa para...
   não completou a frase, pois o celular de começou a tocar. Todos ansiosamente o olharam perguntando quem era, mas o numero era restrito. apenas fez sinal de que não sabia quem era.
  - Anda, , atenda. – o apressou.
  - Alô?
  - , só escute, não fale nada.
  Era , com uma voz de choro, agoniada. pareceu assustar-se deixando os outros bastante curiosos.
  - mandou nos sequestrar, eu não sei onde o está. Eles querem que você vá sozinho até a entrada do aeroporto em uma hora, um cara vai te acompanhar até ele. É tudo o que eu posso dizer.
  Quando ia falar alguma coisa, a ligação acabou.
  - E então? – Perguntou .
  - Era a ...
  Todos se agitaram de curiosidade, mas não conseguia falar pelo nó que parecia fechar sua garganta.
  - E então? – repetiu para que ele continuasse.
  - os sequestrou e agora ele quer que eu vá encontrar com ele.
  - Não, . É muito perigoso – imediatamente disse.
  - Acho que essa é a hora de avisar a polícia. – concluiu , sendo apoiado por todos.

Capítulo 14

  Depois que os dois grandões apagaram e , cada um foi levado para um carro e levados para lugares diferentes.
   acordou em um quarto onde ela não fazia a menor ideia de onde estava. Encontrou-se deitada em uma cama com o as mãos amarradas.
  - A bela adormecida acordou.
  Um homem de meia idade levantou-se de uma cadeira que estava próxima da porta e aproximou-se dela. não respondeu, apenas ficou o encarando. Sabia que aquele era , reconheceu sua voz, apesar de ter a ouvido pelo telefone.
  - Garota, eu não quero perder muito tempo, vamos fazer o seguinte, você me dá as informações que eu preciso eu deixo você ir embora.
   continuou sem responder. O efeito do xxxxxxxxx ainda a estava deixando lenta. Não conseguia nem sentir medo.
  - Vou considerar sua falta de resposta como um “okay”. Então vamos ser breves. Onde estão e ?
  Foi então que começou a entender as coisas. Aqueles nomes clarearam muitas coisas em sua mente, mas ela ainda continuava sem sentir medo, a ponto de começar a rir da situação.
  - Pare de rir, garota. Me diga onde está ?
  - Eu não vou dizer – respondeu firme. Olhou ao redor do quarto com esperança de ver pelo menos desacordado, mas ele não estava lá. – Onde está o ?
  - Eu faço as perguntas aqui, garota – respondeu grosseiramente. – Vamos fazer assim, então. Se você preferir, nós podemos ligar para o , você fala com ele e diz que eu quero encontrar com ele, então eu te digo como está o seu Leprechaun, que tal? – falou irônico.
   respirou fundo enquanto pensava no que faria.
  - Okay – respondeu no desespero de saber se estava bem.
   acordou em outro quarto, este ainda menor que o de . Ele debatia-se para se soltar das cortas em seus pés e mãos. O homem que o sequestrara estava sentado em uma cadeira próxima da cama.
  - O que vocês fizeram com ela? Cadê a ? Vocês a machucaram?
  Mas nem sinal do homem responder. conseguiu sentar-se. Continuou perguntando, mas o homem permanecia imóvel em sua cadeira. queria chamar sua atenção, então cuspiu nele. Na mesma hora arrependeu-se, mas tudo o que o homem fez foi levantar-se, pegou um pano, limpou o cuspe que acertara seu ombro e saiu do quarto. Logo ele voltou com um celular na mão.
  - Você ta vendo isso aqui? – falou apontando o celular bem próximo do rosto de . – Se eu fizer uma ligação a sua namorada vai sentir tanta dor que você vai ouvir os gritos dela daqui.
  - Onde ela está? – Mesmo com a ameaça, insistiu em perguntar.
  - Não muito longe, e não em melhor situação que você.

Capítulo 15

   e cuidaram de ligar para a polícia. Explicaram tudo o que estava acontecendo. O tenente fez questão de falar com eles. Por fim, foi a melhor coisa a se fazer. Um grande sistema foi preparado. A polícia estava à procura de há muito tempo e com essa oportunidade eles estavam dispostos a chamar o FBI se fosse necessário. Mas por hora não seria. foi orientado com cada passo que deveria seguir até o aeroporto.
  - , toma cuidado, faça tudo o que o tenente mandou fazer. Não faça nada idiota – falava nervosa se despedindo do namorado que estava pronto para sair de casa.
  - Pode deixar, , eu vou voltar bem. Por você, pelo , pela , por todos nós e pelo meu irmão.
  Ele a beijou e olhou-a mais uma vez. Com as costas da mão, secou a lagrima que percorria o rosto da garota.
   saiu da casa e caminhou em direção ao ponto de taxi onde a policia já mandara um buscá-lo. Dentro do taxi encontrou um pequeno dispositivo que deveria colocar escondido no casaco. Era um localizador, de modo que a policia poderia descobrir onde estariam levando . O caminho parecia interminável. estava ansioso, nervoso, com medo, muitas sensações ao mesmo tempo. Qual era o próximo passo mesmo? Teve dificuldade em sair do taxi e caminhar até a entrada do aeroporto. Parou e avaliou o lugar procurando pela pessoa que o levaria. Logo um homem alto parou ao seu lado e sem olhá-lo apenas falou baixo.
  - Você que é o ?
  - Sim – respondeu encarando o chão.
  Viu o homem se movimentar e o seguiu. Um carro preto os esperava. O homem abriu a porta, hesitou em entrar por um momento e foi empurrado para dentro.
   se perguntava se a policia estaria os seguindo e o que aconteceria quando encontrasse . Foi o caminho todo sentindo que vomitaria no homem ao seu lado, mas controlou-se.
  Quando o carro parou e o homem saiu, ele puxou para fora e o arrastou rapidamente para dentro de um prédio velho. Subiram as escadas até o terceiro andar. Entraram em um apartamento velho e sujo. O homem encaminhou até um quarto onde foi literalmente jogado a ponto de cair.
  -! – o chamou feliz em vê-lo apesar das circunstâncias.
   levantou-se e quando viu-a abraçou-a em alívio.
  - Você está bem? – ele perguntou.
  - Não muito – falou baixo e apontou com a cabeça para trás de .
  Ele virou-se e encontrou sentado sorrindo ironicamente com a cena dos dois. sentiu vontade de bater em até que tirasse sangue dele, mas viu que não deveria fazer aquilo, ainda faltava e não podia arriscar.
  - Sente-se, .
   sentou cuidadosamente ao lado de e sussurrou para ela que ficaria tudo bem.
  - O que você quer, ?
  - Muitas coisas, . Começando pelo seu irmão.
  - Como? – parecia não entender. – Meu irmão morreu.
  - Eu disse – completou.
  - Mentira! – gritou. – Eu procurei pelo nome dele por esse país inteiro e ele não foi enterrado em nenhum lugar.
  - Ele morreu no México. – explicou.
  Os três ficaram em silencio por um momento.
  - De todo modo, seu irmão me deve muitas coisas. Ele me roubou, depois matou meu irmão e acertou outro tiro na minha perna.
  , então, levantou a calça e revelou que sua perna direita era agora uma alegoria mecânica. percebeu que a situação era pior do que imaginava.
  - E como você quer resolver esses problemas sequestrando meus amigos e a mim?
  - Nós podemos negociar. Eu já torturei vocês bastante e isso já me deixou muito feliz. Eu adorei brincar com vocês.
   e estavam certos que era um psicopata. O tom que ele usava para falar das coisas que fizera com eles era assustador. Ele não sentia nem um tipo de receio pelo que havia feito. Os dois estavam tão aterrorizados com o que ele falava que nem conseguiam falar.
  - Sabe o que eu mais gostei, quando a janela quebrou e quando a bailarina caiu na piscina. Foi tão engraçado o garoto tentando salvá-la do afogamento. Parecia um filme. Oh, como eu não pensei nisso? Eu deveria ter filmado tudo. Hollywood ia adorar. Eu queria ter sequestrado as gêmeas, elas parecem mais vulneráveis, mas os únicos que saíram de casa foram a estilista e o leprechaun... Aliás, , você namora a gêmea que quer ser astronauta, não é? Muito interessante.
   e agora se perguntavam como ele sabia de todas essas coisas.
  - Ah, lembrei de outra coisa legal, o soco que o menino indiano levou tentando bater em um dos meus homens. Épico. Ele luta Box junto com a namorada? Porque ele também acertou um belo soco. Só fiquei com pena de uma coisa, daquele violão... O garoto tocava tão bem, eu vi vocês tocando, são mesmo bons.
  - Pare, por favor – pediu já com os olhos lacrimejando.
  Aquele estava sendo a pior tortura até então. queria vomitar e já procurava algo que pudesse matá-lo, mas lembrou que a policia estaria a caminho.
  - Não, espere, tem mais. Não pense que eu não vi seu desfile, você foi ótima. Mas foi mais divertido ver a sua cara, ria incontrolavelmente. – quando você viu as minhocas na geladeira. Essa não foi ideia minha, mas foi muito boa...
  - Chega! – gritou.
  - Por que? Não está gostando de relembrar o final de semana divertido. Bela casa, não? Pena que esta toda manchada de vermelho. Se quiser me mandar a conta da limpeza, eu terei o prazer de pagar.
  - , me diz uma coisa. Por que você simplesmente não me mata logo? Eu já estou aqui, não era isso que você queria?
  - ! – o repreendeu.
  - Eu queria mesmo era matar seu irmão, mas alguém foi mais rápido e já fez isso por mim.
  - Ele morreu de infecção – corrigiu-o.
  - , existem vários tipos de vingança e eu me divirto muito mais com a tortura do que com a morte ou qualquer outra.
  Nesse momento ouviu-se a voz de um homem com um alto falante que vinha da rua.
  - Atenção , aqui é o tenente , nós viemos negociar.
   ouviu cuidadosamente e depois virou incrédulo para .
  - Você avisou a policia? Você teve a coragem? Ou melhor, a audácia?
   não demonstrou reação, assim como , que apesar de não saber que a polícia viria, manteve-se calma.
   foi até a janela do quarto, abriu-a e deparou-se com a rua cercada de carros da polícia. O tenente acenou para e depois voltou a falar.
  - , serei sincero com você, o melhor modo de você sair dessa é libertando-os e entregando-se. De todo modo você será preso hoje, agora o seu futuro depende apenas dessa escolha.
   saiu da janela, caminhou até o criado mudo do outro lado do quarto e pegou uma arma. O coração de parecia que sairia pela boca. aproximou-se cuidadosamente dela e sussurrou no ouvido dela.
  - Desmaie.
   não conseguiu entender imediatamente a ordem, mas se deu conta de que estava certo. Ela então esperou olhar para eles e então ela fingiu desmaiar. Ficou lá, deitada, controlando a respiração.
  - E agora? – ousou perguntar.
  - Agora a gente espera.
   respondeu sentando-se na cadeira nervoso, inquieto balançando as pernas. Daquele modo eles ficaram por cerca de meia hora.

Capítulo 16

  , , e ficaram na casa de enquanto os garotos foram a delegacia. estava passando mal. Já havia tomado dois copos de água com açúcar e ainda tremia. A casa estava uma bagunça e para passar o tempo e não pensar no que estava acontecendo, e foram arrumá-la. não saia do lado da irmã, tentando acalmá-la. Quando seu celular tocou e o visor anunciava que era , ela atendeu ansiosa por alguma noticia.
  - E ai?
  - Estamos na frente do prédio em que eles estão. Nós ainda não sabemos se e estão ai, não quer falar com o tenente.
  - Okay, mantenha-nos informadas.
   também ligou para depois. Mas nada havia acontecido.
  - Eu não aguento mais ficar aqui – reclamou mais uma vez. – Por que a policia não invade o prédio?
  - Vários fatores que poderiam sair errado. Ele pode ter uma arma e matar o se a policia invadir - explicou.
  Elas ainda conversavam sobre os fatores quando a campainha tocou. As quatro se encararam imóveis. levantou cuidadosamente e caminhou até a porta, primeiro encostou o ouvido para tentar ouvir alguma coisa, mas nada. Devagar ela olhou pelo olho mágico. Não viu ninguém.
  - Deve ter sido alguma criança. – falou mais desejando que fosse do que imaginando que pudesse ter sido.
  Mas antes que elas pudessem se recuperar, a campainha tocou novamente. correu e chegou a tempo de ver o mesmo homem que as vigiava mais cedo escondendo-se do lado da casa, atrás de umas plantas. virou para as meninas assustada e contou o que viu.
  - , diz que é brincadeira. – disse ficando nervosa.
   apenas negou com a cabeça.
  Mais uma vez elas foram surpreendidas, dessa vez não pela campainha, mas por batidas na porta. correu para a cozinha e revirou-a até encontrar algumas facas grandes. Voltou para a sala e distribuiu entre elas. pegou celular imediatamente e ligou par .
  - Tem alguém batendo na porta e é o mesmo cara que estava vigiando a casa hoje cedo – despejou as palavras com a voz tremula.
  - Eu estou indo aí.
   nem teve tempo de avisar que poderia ser perigoso, pois o garoto já havia desligado.
  - Eu vou avisar a policia – decidiu pegando o telefone para ligar.
  Enquanto ela tentava ligar eles ouviram um barulho na porta. Todas olharam juntas e puderam ver que alguém a forçava para abrir. Assustadas elas não conseguiram pensar em muita coisa se não empurrar o sofá até a porta. Era pesado, mas juntas elas conseguiram. O homem do lado de fora parecia desesperado tentando abri-la, mas logo desistiu. As garotas ficaram em silencio para terem certeza de que ele tinha ido embora. aproximou-se da porta e fez sinal de positivo para as amigas quando ouviu passos se afastando até não poderem ser mais ouvidos. Uma sensação boa percorreu o corpo delas por um momento.
  - Wow, o que foi isso? – parecia desnorteada.
  - Ou ele queria nos matar, ou nos fazer refém pra depois nos matar.
  - Nossa, que otimista você, – falou com ironia.
  - O que? Vai dizer que ele queria fazer uma visita pra gente...
  - Não, é só que já temos problemas demais pra pensar em coisas ainda piores.
  - Eu acho que essa conversa não vai nos levar a lugar algum, .
  Não demorou muito e chegou acompanhado da policia. Elas relataram o que acontecera e a policia saiu para tentar encontrar o homem.
  - E então? Alguma noticia? – perguntou ao namorado.
  - Parece que não vai demorar muito até que a policia invada o prédio. Eles só estão tentando confirmar se e também estão lá.
  - , nós podemos ir lá também, eu não consigo mais ficar aqui sem saber o que esta acontecendo... – sugeriu.
  - Acho que sim, inclusive deve ser mais seguro do que aqui.
  As meninas acalmaram-se e as levou no carro de . Elas não podiam acreditar na quantidade de carros da policia cercando o prédio. Havia alguns jornalistas, muitos curiosos e equipe de médicos e bombeiros. A janela do apartamento em que estava encontrava-se aberta. começou a passar mal quando se deu conta de que também estava lá.
  - Eu não estou... – ela nem conseguiu terminar de falar e seus olhos já não enxergavam mais nada, suas pernas enfraqueceram e por sorte conseguiu segurá-la antes que caísse ali mesmo no meio da rua.
   correu para chamar a equipe de paramédicos que estavam próximos à entrada do prédio. Imediatamente eles chegaram e a levaram para uma ambulância. e os acompanharam, eles ficaram o tempo todo ao lado dela esperando que acordasse.

Capítulo 17

  - , você conseguiu me trazer mais problemas do que seu irmão.
  Depois de muito silencio, resolveu falar alguma coisa. Ele estivera pensando se tudo o que estava fazendo valia a pena, mas não se sentia arrependido. Por outro lado, parecia tranquilo. Ele confiava na policia, sabia que eles resolveriam aquela situação do melhor modo possível. Sabia também que aquela não era a hora de bancar o herói, por isso esteve quieto o tempo todo, mantendo-se calmo e confiante. continuava deitada fingindo estar desmaiada. A cada minuto que passava suas pernas e braços adormeciam mais e controlar a respiração e segurar o choro estavam ficando cada vez mais difícil.
  - Eu não tinha planejado te matar, mas as circunstancias não estão a seu favor, garoto.
   apenas encarava , o que o deixava mais irritado. queria que ele falasse alguma coisa. Ele interpretava o silencio do garoto com um enfrentamento.
  - Me dê um bom motivo para não te matar, .
  A pergunta pegou de surpresa. Ele parou para pensar por poucos segundos em uma resposta, e depois pensou se deveria ou não dizê-la.
  - Se você me matar a policia te mata porque você não tem para onde fugir. Ou você será preso e sua pena aumentará consideravelmente. Não deve ser legal morrer na prisão. Você tem filhos? Netos? Imagina que decepção...
  - Chega, garoto. – gritou interrompendo . – você quase me convenceu a não te matar, sabia? Você é bom nessa coisa de persuasão, você dev...
  Desta vez o interrompido foi , e por um barulho muito forte.
  Tudo aconteceu muito rápido. Em um instante ele estava falando com seu tom irônico e psicopata, no outro seu corpo deitou-se no chão enquanto se balançava incontrolavelmente como em um ataque epiléptico. Seus olhos orbitavam estranhamente e um som agonizante saia de sua boca. Tudo isso aconteceu em cerca de 10 segundos, mas que para quem via a cena, parecia uma eternidade.
  E então veio o alívio.
  O tenente havia autorizado a invasão. Dez policiais altamente armados e preparados para operações de sequestro entraram no prédio. A primeira parada foi no primeiro andar quando ouviram a voz de agonizando vindo de traz de uma das portas. Invadiram o apartamento e com uma arma de choque imobilizaram o homem que o vigiava depois o prenderam. foi levado imediatamente para uma ambulância com os pulsos roxos e inchados pelas cordas que o prendiam na cama. O homem capturado foi obrigado a dar informações sobre a situação no apartamento onde estava. Ele contou que eles estavam trancados no quarto do apartamento e que a arma que estaria utilizando estava descarregada. Os policiais, então, subiram até o terceiro andar. Localizaram o apartamento e com equipamentos específicos, conseguiram abrir a porta do apartamento sem precisar derrubá-la. Cuidadosamente eles encontraram a entrada do quarto. Ouviram a conversa de e no quarto e esperaram o momento certo para derrubar a porta do quarto e imobilizar com dois disparos de uma arma de choque.

Capítulo 18

  Ainda com os olhos fechados, sentiu que estava deitada em um lugar estranho. Tentou abrir os olhos, mas estava muito claro e voltou a fechá-los sem nem mesmo ter avaliado onde estava. Tentou se mexer, mas seu corpo não respondeu. Sentiu algo gelado tocando sua testa. Depois sentiu uma respiração quente batendo contra ela. . Ela sabia, mesmo com poucos sentidos funcionando que aquele era beijando-a. Fez um esforço para abrir os olhos. Precisava ter certeza de que era ele e que tudo ocorrera bem.
  - Ei, como você está?
  Era o que ela precisava para relaxar. A voz de invadiu seus ouvidos de uma forma tão boa como do dia que o conhecera e a ouvira pela primeira vez.
  - Eu prometi que voltaria bem, não prometi?
   apenas sorriu, pois ainda não conseguia falar. Seu cérebro parecia não enviar os comandos normalmente.
  - O que... aconteceu? – perguntou com dificuldade.
  - A policia invadiu o prédio, imobilizou e o prendeu, tudo isso enquanto você estava desmaiada.
   aproximou-se mais uma vez dela e a beijou. Depois passou a mão em seu rosto com cuidado e olhou para ela como se ela fosse o que ele tinha de mais valioso.
  - Eu te amo – ele sussurrou para ela.
  - eu... também – ela respondeu ainda com dificuldade.

Capítulo 19

   precisou ser carregada até a ambulância que a esperava fora do prédio. Suas pernas formigavam por terem passado tanto tempo na mesma posição desconfortável. As imagens de se debatendo no chão não saiam de sua cabeça e sentia náuseas toda vez que lembrava. Ela estava destruída fisicamente e principalmente psicologicamente.
  Quando foi deixada na ambulância, um médico veio rapidamente atende-la, mas quando ela viu que também estava lá, ela pareceu receber todas as forças do mundo para correr em direção ao garoto e abraça-lo e deixar ser abraçada tão fortemente quanto nunca antes. Todas as lágrimas acumuladas pelos dois pareceram sair naquele momento. Nem mesmo uma palavra foi dita durante o momento reconfortante que parecia não acabar.
  - Senhorita, nós precisamos examina-la. – o médico alertou-a, mas apenas ignorou-o.
  - Acabou, certo? – sussurrou no ouvido dela ainda a abraçando.
  - Acabou. – Ela respondeu aliviando-o e a ela mesma.
  - Você está bem? Eles te machucaram? – Ele perguntou olhando-a.
  - Não muito, e você?
  - Só meu braço, mas estou bem – ele mostrou as marcas das cordas no pulso. – Agora deixe o médico te examinar porque eu quero minha namorada inteira. Perfeitamente bem.
  Os dois sorriram. secou as lágrimas que percorriam o rosto de e depois a segurou pela cintura para beijá-la rapidamente antes de deixá-la ir de encontro ao médico.

Fim



Comentários da autora