Always Attract

Escrito por Mary | Revisado por Natashia Kitamura

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Leia a fanfic ouvindo a música.Clique aqui.

  Olhava atentamente para cada canto da tela, esperando o próximo movimento que meu amigo faria em seu jogo. Não falávamos de tão concentrados que estávamos, nos atacando com bombas e tiros. O som da TV era tão alto que mesmo se quiséssemos falar, seriamos abafados pelos tiros e explosões. Não enxergávamos nada alem da forte luz do monitor, já que todas as luzes do quarto continuavam apagadas desde que cheguei à sua casa, pela tarde.
  Pisquei os olhos percebendo o quanto ardiam, por ficar tanto tempo sem os piscar. Relaxei os músculos, soltando o controle no chão, quando a partida foi pausada, mesmo sendo pego de surpresa. Encostei minha cabeça na cama e apertei os olhos os coçando logo em seguida.
  - Você acha que devo ligar? - Eric perguntou segurando o celular com o numero já discado.
  - Da última vez vocês brigaram mais ainda. - Dei de ombros, levantando do carpete e olhando em volta. A cama bagunçada, com os cobertores embrulhados, a mesa cheia de papeis, miniaturas e troféus.
  - Não posso viver sem aquela menina, ela é tudo para mim. - Deu um soco na parede, bufando alto.
  - Deveria ter pensado nisso antes de a trair. - Cruzei os braços, parando na porta. - Com a sua ex namorada. - Sai do quarto, descendo as escadas e entrando na cozinha. Aquele assunto parecia me corroer, como aquele idiota teve a coragem de ser infiel à namorada, que ainda por cima, amava ele. Que nunca ligou para nenhum menino, ao não ser ele.
  - Foi um deslize, eu juro. - Meu melhor amigo entrou na cozinha, aumentando seu tom de voz. - Quando ela vai entender que não tenho nada com a Olivia?
  - Nunca. - Rezava para ser verdade. - Isso foi baixo até para você. - Murmurei, mordendo a bolacha recheada que havia pegado dentro de algum pote.
  - Pensei que estaria ao meu lado. - Bufou alto, sentando na poltrona envolta da grande mesa. Esperando que a menina atendesse, o que deveria ser, sua vigésima ligação.
  - Você é o idiota da história. - Cuspi as palavras, rolando os olhos. A última coisa que queria fazer era encarar o menino, a última coisa que gostaria de fazer era conversar com ele e o escutar dizer que ama a menina que teve coragem de trair, com alguém tão baixa como Olivia. E a última coisa que faria era ficar do seu lado.
  - Eu sei que errei, ok? - Eric grunhiu, puxando os cabelos. - Tenho plena consciência sobre isso. Mas me arrependi! Pessoas se arrependem! - Me encarou, pedindo por ajuda. Respirei fundo, mesmo não acreditando em uma palavra que dizia, sentia que precisava ajudá-lo.
  Era meu melhor amigo contra a menina que gostava.
  - Não. - Respondi seco, dando as costas.
  - Desde quando você se importa tanto com ela? - Me seguia no caminho da cozinha até a sala. Apertei os olhos, lembrando do último sorriso que vi nos lábios da menina, seus olhos mareados e vermelhos. Então ela correu, para longe do cara que um dia chamou de namorado. - Vocês nunca trocaram mais de três palavras. - Sentei no sofá, encarando a TV desligada e lembrando todas as noites que Eric parecia estar ocupado demais entretendo os convidados de suas festas ao notar se sua namorada estava bem, ou então com quem conversava.
  - Não estou no lado de ninguém. - Dei de ombros. - Apenas sei que você foi um filho da mãe.
  - Por favor, estou implorando. - Se ajoelhou na minha frente, o que me fez bufar alto. - Me ajuda. Conversa com ela, mostra que eu estou arrependido.
  Levantei do sofá, passando pelo meu amigo atirado no chão. Subi as escadas e peguei minha mochila jogada no canto do quarto que estávamos antes. Parei na porta da sala e vi Eric sentado em uma poltrona, sem expressão.
  - Vou ver o que posso fazer. - Não acreditava nas palavras que dizia, arranhavam minha garganta. Como eu gostaria de correr até a casa dela, a abraçar e dizer que eu poderia mudar o que ela sentia. Que nunca a faria passar por sofrimento parecido. Mas não, estava parado na frente do menino que estava a fazendo sofrer, oferecendo ajuda para reconquistá-la. Mesmo sabendo que ele não pararia de fazê-la mal.
  Eu era a pessoa mais idiota e infeliz do mundo.
  Isso parecia ser comprovado a cada palavra que falo.

  Chutava pedrinhas no caminho de volta para casa, era nesse momento que me arrependia de ter escolhido ser alguém saudável e não usar o carro. Entrei em casa e corri para meu quarto, precisava de um bom banho. Mas a verdade era que a única coisa que realmente precisava era esquecer a menina, ex namorada do meu melhor amigo.
  Vesti a blusa branca de maga curta e coloquei uma jaqueta por cima. Peguei a chave do carro em cima da mesa da sala e avisei para meus pais que iria sair. Por todo caminho que fiz, me convenci que o melhor que tinha a fazer era: ajudar meu amigo a reconquistar a menina que gosta. Ate mesmo porque, quais chances eu tenho com ela? Nenhuma, eis a resposta. Sabia que nunca sentiria por mim aquilo que nutro por ela há algum tempo, não passava do melhor amigo do namorado dela. Alguém que passava festas conversando sobre o futuro, estrelas, assuntos aleatórios, que Eric nunca teve curiosidade de saber. Ou melhor, eu era aquele alguém que escutava tudo que ela tinha a dizer, apenas procurando defeitos invisíveis, sem nunca os achar.
  Estacionei o carro na frente da grande casa, passando pelo jardim, notando cada flor plantada ali. Estava nervoso, essa era a verdade. Coloquei as mãos nos bolsos, depois de apertar a campainha, esperando alguém abrir a porta, sem nada planejado para falar.
  Olhava a rua pouco movimentada, com casas parecidas e luzes de natal bem colocadas.
  - ? - Me virei, vendo a menina dos meus sonhos, com os olhos vermelhos e inchados, usando uma bermuda surrada e blusão vezes maiores que seu corpo. Meus braços coçaram para abraçá-la, mas continuava imóvel. Seu olhar parecia me atingir como uma bomba, fundo e extremamente triste, porque não dizer, até mesmo, melancólico. Seus cabelos emaranhados, a deixando com uma beleza desleixada. Ela estava maravilhosa e em pedaços.
  Estava decidido, Eric não merecia aquela menina, nunca mereceu. Não podia o ajudar, não contaria mentiras sobre ele. Ficaria ao lado dela, sem esperar nada em troca. Me certificaria que nunca mais fosse machucada por nenhum menino que não a merecesse. Faria qualquer coisa para ver o sorriso que tanto amava em seu rosto.
  A apertei contra os meus braços quando pulou nos meus. Me abraçando forte, escutava os fungos baixos e abafados que dava, tentando segurar o choro, que tinha certeza não ser reprimido em seu quarto há minutos atrás. Apertava seu corpo contra o meu, alisando seu cabelo embaraçado, sem conseguir que as palavras passassem pela minha boca.
  - , como você está? - Perguntei proferindo xingamentos baixos a mim mesmo, enquanto a menina me puxava para dentro da casa. Não poderia ter formulado nada melhor, algo que não fosse óbvio, jogado na minha cara.
  - Já estive melhor. - Brincou rindo, tentado disfarçar o que realmente sentia. Me deixava ser levado até o segundo andar, onde imaginava ser o quarto da garota. Muitas vezes imaginei como seria a primeira vez que passaria por aquele estreito corredor, em direção ao quarto da única menina, e também única filha, da família. E podia garantir que em minha imaginação os motivos e cenários eram completamente diferentes. - Você vai passar a tarde comigo, não é?
  - Hm, claro. - Cocei a nuca, me sentindo perdido assim que soltou minha mão. Continuava parado perto da porta, olhando em volta. Notando cada detalhe sobre o grande espaço roxo.
  - Apenas me diga que não veio falar bem sobre o Eric. - Sentou na beira de sua cama, passando a mão sobre os olhos, limpando as lágrimas que caiam.
  - Não mesmo, ele é um idiota. - Tentei soar firme, mas minha voz tremia tamanho era meu nervosismo e tristeza sobre a garota. Sentei ao seu lado, a abraçando pelos ombros, acomodando seu rosto entre meu peito e braços. - Estou do seu lado.
  Não falamos nada, apenas escutávamos o choro baixo e leve da menina entre nossas respirações, como uma nota fora do compasso.
  - , por favor, não chora. - Levantei seu rosto pelo queixo. - Ele não merece que você derrame uma lágrima. - Passava meus dedos em suas bochechas, limpando as poucas gotas que agora caiam lentas. Ela ria, um tanto forçado e triste, mesmo assim me esforçava para a deixar feliz.
  - Desculpa , você não merece isso. - Ela se afastou, passando os dedos nos olhos e cruzando as pernas. Batia meu pé rapidamente no chão, mostrando o quão nervoso estava por estar tão perto dela. Meus olhos corriam pelo seu rosto, analisando cada detalhe que achava não conhecer.
  - Tudo bem. - Soltei os ombros. Levantei, indo até a estante onde guardava seus CDs, DVDs, livros e alguns bichinhos de pelúcia. Olhavas os títulos, formulando qualquer coisa que poderia falar para a menina. A única coisa que conseguia pensar era: preciso de você, amo você, por que Eric a mim?
  - ? - Olhei para a menina, deitada na cama, olhando para o teto, imóvel. - Me da um abraço? - Sentou na cama, encarando meu rosto, com os olhos borrados de preto e bochechas vermelhas.
  Apertei meus braços contra ela, afagando seu cabelo.
  - Vai ficar tudo bem. - Disse baixo, levantando seu corpo do chão. - Eu prometo. - Murmurei contra seu ombro. - Eric não merece você, não mesmo. - Completei a colocando novamente no chão, sem desatar o abraço.
  - Obrigada, muito, mesmo. - Afastou seu corpo do meu. Concordei com a cabeça, colocando as mãos no bolso. - Por vir aqui ver como eu estou. - Olhou para o chão, esfregando a mão no braço.
  - Eu vou te animar e você não pensará mais no... - Pausei assim que vi uma lágrima escorrer pelo seu olho. - Espera um minuto, eu já volto. - Beijei sua testa e sai correndo, escutando um riso abafado da menina.
  Percebi que ninguém estava na casa, então fui direto para a cozinha. Não tinha experiência em rompimentos, ainda mais no lado feminino, então apostei no mais clichê. Muito doce e alguns filmes. Peguei um pote de sorvete, alguns doces diversos e refri. Sentia como se cravassem uma estaca no meu coração, a cada lagrima que ela derramava.
  - O que... - Riu apertando os olhos quando me viu passando pela porta.
  - Escolhe um filme. - Pedi, colocando tudo que carregava em cima de uma bandeja, a levando para cama de casal.
   sentou ao meu lado da cama e desligou a luz. Apertei o play do controle e ?A Sociedade Dos Poetas Mortos? apareceu na tela. Não era meu filme favorito, mas ao menos era melhor que qualquer comedia romântica, mesmo que não fosse prestar atenção no filme.
  Sua respiração era calma, e imaginava que naquele momento ela não pensava mais sobre noite passada, quando encontrou o menino que sempre achou ser o certo agarrado à outra. Presenciei a cena, e podia afirmar que não havia sido nada fraca, ser apaixonado por uma das meninas envolvidas não aumentava as coisas.
  Olhei para baixo e vi a menina encostada em meu corpo, piscando os olhos lentamente. Mexia em seu cabelo, tentando a fazer dormir, sabia que precisava descansar e tinha certeza que não dormia dês do acontecido. Seu corpo era pequeno e naquele momento exprimido, tapado apenas da cintura para baixo. Disfarcei o olhar, o voltando para a tela, onde os alunos da Welton Academy tinham aulas de literatura com o professor John Keating, interpretado por Robin Williams. Era um bom filme, não podia negar.
  - ? - Perguntou em um sopro de voz.
  - To aqui. - Ri, enrolando seu cabelo em meu dedo.
  - O que você queria me dizer, antes de, você sabe... - Bocejou, cerrando os olhos logo depois. Abri a boca, mas nada saia, não tinha certeza se deveria falar, mas uma onde de coragem invadiu meu corpo. Aquela era a hora, eu iria dizer.
  Sorri ao ver a menina dormir pesadamente entre meus braços, respirando leve e lábios entre abertos. Não sabia como Eric teve coragem de desperdiçar alguém como ela.
  - Acho que vamos que deixar isso para mais tarde. - Beijei sua testa.
  Tão perfeita aos meus olhos.


  A música era alta, mas eu não ligava para isso. A única coisa que realmente escutava era a menina ao meu lado, contado sobre alguma historia familiar engraçada que tivera há pouco. Amava sua voz, amava a escutar falar. Eu era sim, um bobo apaixonado, que não conseguia enxergar nenhuma menina alem dela, aquele que se sacrificaria a qualquer coisa, apenas para fazê-la sorrir. Mas claro, em toda a historia há um problema, não era na minha que a regra decidira mudar, a menina dos meus sonhos, era na verdade, namorada do meu melhor amigo.
  - Hey . - Eric me cumprimentou com a cabeça e sentou ao lado da namorada. - Olá meu amor. - A puxou para si e a beijou. Obvio que era naquele momento que eu olhava para o céu, sem graça pela situação ou então saia daquele lugar. Respirei fundo, percebendo que aquilo talvez demorasse e levantei, passando pela porta de vidro dos fundos, entrando na casa.
  Conversava com alguns, cumprimentava outros, mas o que percebia era que minha mão nunca estava vazia, sempre um copo vermelho cheio era entregue a mim, parecia que estava escrito na minha testa ?preciso de bebida?. E também, não era algo que reclamava.
  Estava certo que contaria tudo para ela, aquele era o momento certo. Eu a amava e nada me faria mudar de idéia, ela precisava saber e eu não agüentava mais esconder. Guardar aqueles sentimentos, sem ao menos poder os compartilhar com meu melhor amigo me consumia. Era aquela noite e não passaria, mesmo que minha amizade fosse esmagada por Eric e suas crises de ciúmes. Sempre soube que meus sentimentos por ela eram maiores que do outro, não apenas percebia isso, mas tinha certeza. Era um sentimento estranho, começava em minha barriga e se espalhava pelo meu corpo, em lugares que nem ao menos sinto a vontade de compartilhar.
  Procurava o rosto, e sorriso, tão conhecido a multidão. Mas nada de achar a menina, o que me deixava mais nervoso a cada segundo. Batucava e perguntava para as pessoas, mas ninguém parecia ter a visto. Ou todos tinham coisas mais importantes para fazer do que saber por onde a menina andava.
  - Surpresa. - Senti mãos em volta dos meus olhos, tapando minha visão.
  - ? - Tateava seus braços, sorrindo pela simples toque.
  - Sim! - Tirou suas mãos do meu rosto e fiz uma careta, a fazendo rir. - Sobe comigo? Quero pegar uma coisa na minha bolsa. - Ela pediu me puxando da sala até a ponta da escada. Dei de ombros sendo puxado por ela, amava o toque de sua pele na minha.
  A parei no meio da escada, ao lembrar a minha meta da noite.
  - Eu preciso falar com você.
  - Tudo bem, só vou pegar meu celular e sentamos lá fora, ok? - Ela sorriu e eu apenas concordei com a cabeça. Subindo as escadas na minha frente.
  Riamos de qualquer besteira que havíamos falado enquanto ela tentava lembrar em qual quarto havia deixado sua bolsa.
  - Acho que é esse. - Abriu a porta.
  O tempo pareceu parar, não apenas para ela, mas para mim também. Enquanto assistíamos a cena mais deplorável que poderíamos um dia assistir.
  As penas da menina estavam entrelaçadas a cintura do menino, que calças estavam abaixadas até os joelhos, deixando a mostra a boxer que usava. A menina apenas de sutiã, passava as mãos pelo corpo do outro, deixando a cena cada vez mais desnecessária. Não acreditava que assistia aquilo.
  E também não acreditava que as duas pessoas eram Eric e Olivia, ex do menino.
   grunhiu ao meu lado, junto com um soluço, que fez meu corpo se apertar.
  Escutei Eric gritar seu nome enquanto ela corria pelo corredor. Encarei seu rosto, um pequeno sorriso desacreditado surgiu, seus olhos marejados e vermelhos.
  Muita gritaria a minha volta, mas nada parecia fazer sentido.


  Cruzou as pernas e sorriu me encarando, pegando um marshmallow de um dos grandes sacos entre nós de besteiras. Ao fundo a nova musica do Strokes tocava.
  - Acho que você tinha algo para falar comigo. - Gelei, mas logo ri vendo a menina lamber o dedo sujo de chocolate derretido.
  - Eu ia dizer, mas você dormiu. - Me defendi, mordendo um pedaço de chocolate.
  - Não durmo desde... - Parou de falar, olhando para o colchão.
  - Eu sei. - Respondi, levantando seu queixo. - Não fique voltando no assunto. - Ainda segurava seu queixo, ela concordou abaixando os olhos.
  - Mas, então. - Ela limpou a garganta. - Você ainda tem que me falar alguma coisa. - Cocei a nuca, não sabia por onde começar.
  - Deixa para lá. - Abanei o ar, pegando uma bala e a mordendo em pedaços pequenos.
  - Não. - me balançava pelo ombro. - Me conta . - Era engraçado ver a força que ela exercia para mover meu corpo, segurando meus dois ombros. Riamos brincando de lutinha, quando a puxei para cima de mim. Rolávamos rindo pela cama, enquanto ela tentava me acertar com socos.
  - Essa doeu. - Ela gemeu de dor ao escutarmos o enorme barulho que nossos corpos caindo no chão fizeram.
  - Minhas costas. - Reclamei colocando as mãos nas costas escutando a menina ao meu lado gargalhar.
  - Nós somos dois retardados. - riu colocando os pés para cima da cama, ainda deitada no chão olhando para o teto.
  - Somos mesmo. - Concordei, tirando meus olhos do teto e encarando o sorriso ainda não apagado dos lábios da menina.
  Ficamos quietos, escutando musicas do Strokes ao fundo. Senti meus dedos sendo entrelaçados com os pequenos dela, sorri sozinho, sentindo o gelado toque.
  - If it hurts this much, then it must be love. - Cantarolei perto de sua orelha, assim que o cd que rodava acabou. - E isso dói, muito mesmo.
  - O que dói, ? - Ri nasaladamente, sem coragem de continuar. ainda me encarava sem entender a letra de musica que havia cantado.
  - O que sinto por você. - Sentei vendo a menina sentar na minha frente.
  - O que você sente por mim? - parecia um tanto assustada daquilo que falava a ela.
  - Talvez amor, talvez paixão. - Levantei os ombros. - Algo extremamente forte.
  - Desde quando? - Ela apertou os olhos, meu coração batia forte e não pensava mais nas minhas respostas. Eram extremamente verdadeiras e não formuladas.
  - Sempre, primeira vez que conversamos já sabia que sentiria algo especial por você. - Deixei cair os braços, olhando para o carpete.
  - Por que nunca me disse? - Seus olhos acumulavam lágrimas, mas a ultima coisa que queria era a ver chorar, por minha causa.
  - Talvez porque você sempre foi namorada do meu melhor amigo. - Ri baixinho, levantando os olhos em sua direção.
  - Você sempre soube que eu não amava o Eric. - As lágrimas escorriam e um sorriso pequeno abria no canto do seu lábio.
  - Eu amo você. - A segurei pelo rosto. - Mas não posso fazer você me amar.
  - Mas... - Ela respirou fundo. Ficando de joelhos e deixando minhas pernas entre as suas. - Eu quero você, muito. - Acompanhava as lágrimas correndo até seus lábios que sustentavam um sorriso verdadeiro.
  - Você...
  Apertei meus dedos na nuca da menina. Ela apenas concordou, juntando nossos narizes.
  Meu corpo parecia explodir em felicidade, meu sorriso não podia ser maior. A menina que sempre quis estava na minha frente, dizendo que gostava de mim.
  Apertei nossos lábios, a tratando como uma boneca de porcelana durante o beijo. A deixando a vontade com a situação, quando ela apertava seu rosto contra o meu. Separei nossos lábios, mesmo que isso não durou muito. Logo estávamos deitados no chão, rindo e trocando beijos.
  - Então, isso quer dizer que você agora é minha. - Apertei seu nariz com a ponta do dedo.
  - De algum modo sempre fui sua. - Sorrimos juntos. Acomodava seu corpo em baixo do meu, apoiando meu peso em cima do meu braço. - Mas demorei, até demais, para descobrir isso. - Fechei os olhos, sentindo o toque leve que as pontas dos seus dedos faziam enquanto brincavam pelo meu rosto. - Quero você como nunca quis ninguém, como nunca desejei Eric...
  Coloquei meu dedo sobre seus lábios.
  - Eu amo você. - Ela sorriu ao escutar minhas palavras.
  Puxou meu rosto, selando nossos lábios novamente.
  De algum modo nós sabíamos que seria o começo de algo importante para ambos.
  De algum modo sabíamos que duraria e que o sentimento seria mutuo.
  De algum modo eu sabia que seria um menino mais feliz ao seu lado.
  Mas a única certeza absoluta que possuía em relação à menina era:
  Ela me amava.
  E isso seria suficiente.



Comentários da autora
Olá, tudo bem com vocês?
Bom, espero que tenham gostado da minha primeira fanfic para o site e também primeiro battle que participo.
Ok, boa leitura para todos (:

Apenas queria agradecer a Nathaly por me aguentar no msn, ler antes e claro, me ajudar MUITO. obrigada amor, amo você <3
Beijos da mary
xx