Always

Escrito por Giulianna | Revisado por Natashia Kitamura

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  Eu estava encostada na parede olhando a rua pela janela. Já era de noite e nevava lá fora. Carros, calçadas e ruas cobertas por uma fina camada de neve deixando tudo branco.
  Me lembrei do dia em que o conheci.

  ~ Flashback on
  Londres, 24 de Dezembro de 2008.
Odeio brigar com minha mãe. Principalmente na véspera de Natal. Sai correndo de casa e parei na calçada. Coloquei minhas mãos no rosto e suspirei.
  - CUIDADO! – ouvi alguém gritar, mas quando me dei conta já estava no chão com um garoto em cima de mim.
  - Sai de cima de mim. – eu gritei o empurrando.
  - Desculpe. – ele disse e se levantou estendendo a mão para me ajudar a levantar. Peguei sua mão e me levantei também.
  - Não, tudo bem. Eu que tenho que pedir desculpas de ter te tratado daquela maneira. – eu olhava para baixo. – Desculpe.
  - Não foi nada. Meu nome é . – estendeu sua mão. Olhei para ele pela primeira vez e pude ver seus lindos olhos castanhos meio esverdeados.
  - Sou . – disse pegando em sua mão e sorrindo. Pelo menos uma coisa boa em ter vindo pra fora.
  - Lindo nome. – sorriu e eu quase desmaiei. – Desculpa, mas eu tenho que ir. – disse meio triste.
  - Não, tudo bem. – sorri fraco e ele se virou. Sentei no chão lembrando o porque de eu estar aqui fora no frio. – Merda. – de repente alguém senta do meu lado.
  - Não posso te deixar sozinha nesse frio. – me virei e vi .
  - Não, tudo bem pode ir.
  - Não, e você não vai me fazer mudar de ideia. – rimos.
  ~ Flashback off

  Uma lágrima desceu delicadamente meu rosto. Essa lembrança me fez ter outra.

  ~ Flashback on
  24 de Dezembro de 2013
  Já namorávamos faziam três anos. Estávamos andando na rua em direção a minha casa quando para de andar.
  - O que foi ? – perguntei preocupada.
  - Tenho que te perguntar uma coisa. – disse meio nervoso.
  - Então pergunte. – disse curiosa.
  - É... – ele se ajoelhou. – você... Quer – ele gaguejava. – quer casar... Comigo? - seu sorriso era o mais perfeito do mundo nesse momento. Eu o abracei e depois o beijei. Um beijo calmo e cheio de amor.
  - Então você aceita? – ele perguntou com cara de bobo. Eu sentia as lágrimas em meu rosto. Meu sorriso era de orelha a orelha.
  - Eu achei que eu já tinha respondido. – ele começou a me girar no meio da rua justamente quando começou a nevar.
  - Eu te amo .
  - Eu te amo .
  ~ Flashback off ~

  Sorri em meio às lágrimas com essa lembrança. Ele me fazia feliz. Apesar da sua bela carreira de cantor, ele arranjava um tempo para a gente.
  E agora eu estava aqui. Lembrando de como o dia de véspera de Natal é importante para mim. Foi nesse dia que eu conheci ele. Foi nesse dia que ele me pediu em namoro. Foi nesse dia que ele me pediu em casamento.
  - Mamãe.
  E foi esse dia que descobri que eu iria ser mãe.
  - Oi filha. – me virei para ver parada logo atrás de mim, com uma carinha um pouco triste.
  - Por que você está chorando? – ela se aproximou de mim. Me ajoelhei para abraçá-la.
  - Estava apenas lembrando de como esse dia é importante para mim. – sorri tentando limpar algumas lágrimas.
  - Por quê? – ela virou um pouco a cabecinha fazendo cara de dúvida.
  - Porque foi nesse dia que eu conheci seu pai, foi o dia também em que começamos a namorar, o dia em que ele me pediu em casamento e foi o dia também que eu descobri que iria ser mãe. – sorri para ela que também sorriu. – Esse dia é um dia muito importante e feliz.
  - Então por que chorava se é um dia feliz?
  - Querida. – , uma das minhas primas, a chamou. – Vamos brincar com a Jasmine? - ela sorriu e estendeu a mão para a .
  - Sim. – se virou pra mim. – Não chora, ta mamãe? – limpou uma lágrima que caiu e logo depois beijou minha bochecha. Sorri.
  - Ta bom filha. – se levantou e foi para a cozinha com .
  - Não fique assim Nana. – , marido de e colega de banda de , me disse e me abraçou.
  - Você viu a pergunta que ela me fez? – eu disse quase chorando.
  - Nana, ela tem apenas 3 anos. – ele afagou meu cabelo.
  - Mas não vou poder fugir dessa pergunta para sempre.
  - Não vai mesmo. – riu fraco. – Mas é véspera de Natal. Estamos todos aqui reunidos. Suas primas, os meninos, seus sobrinhos, sua filha. – ele se afastou um pouco e me olhou. – Sei que esse dia te trás muitas lembranças. Mas são lembranças boas.
  - Que me fazem lembrar dele. – eu completei.
  - Mas mesmo assim boas. – sorriu fraternalmente para mim, como quase sempre fazia.
  - Tem razão. – sorri.
  - Vamos. – me puxou para a sala de estar, aonde todos já se encontravam lá.
  - Nana. Esta tudo bem? – veio me abraçar.
  - Claro que sim. – sorri e me soltei. – PARABÉNS ! – gritei o abraçando.
  - OBRIGADA ! – gritou também. Rimos.
  - Podemos comer agora? – perguntou.
  - . . Sempre com fome. – disse o abraçando.
  - Mamãe. – veio correndo da cozinha em minha direção, junto com meus sobrinhos e .
  - Oi meu bebê. – a peguei no colo.
  - Você já ta mais feliz? – perguntou sorrindo.
  - Sim. E graças a você. – fiz ‘beijinho esquimó’ com ela. – E vocês. – apontei para meus amigos e primas.
  - Também sentimos falta dele, Nana. – disse vindo me abraçar.
  - Eu sei. – sorri fraco. – Mas então, vamos comer? – perguntei sorrindo sincera agora.
  - Pensei que nunca iria escutar isso. – disse e todos rimos.
  Sentamos a mesa e começamos a ceia de Natal. Olhei em volta e todos sorriam e conversavam animadamente. Eu não podia estar mais feliz. Tinha amigos que me amavam, primas que estavam sempre comigo, sobrinhos lindos e uma filha linda e carinhosa. O que mais poderia querer?
  Ele. Faltava ele para minha felicidade estar completa. Olhei novamente para a janela que antes eu observava a rua e vi a imagem de reluzente.
  - Você sabe que eu estarei sempre com vocês. Sempre estarei aqui. – colocou a mão em cima do coração. – Cuide bem da nossa filha e de todos os nossos amigos. – olhei em volta vendo todos sorrirem. Uma lágrima caiu delicadamente em meu rosto. Olhei de volta na janela. – E lembre- se. Eu irei te amar para TODO o sempre. – sua imagem foi sumindo.
  - Também irei te amar para TODO o sempre. – sussurrei e coloquei a mão em cima do colar em forma de coração que avia me dado no nosso 1º aniversário de namoro. Abri e vi uma pequena foto nossa, em baixo da foto aviam os dizeres ‘Eu irei te amar para TODO o sempre.’ Sorri e voltei minha atenção a ceia de Natal mais feliz agora.
  Ele podia não estar fisicamente do meu lado. Mas ele iria estar para TODO o sempre no meu coração.