All I Never Want To Say

Bruna Pottorff | Revisada por Ponci

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Capítulo 1

  Meu nome? , 16 anos e apenas uma garota normal, ignorada por todos daquele colégio estúpido. Tenho uma amiga, que é a minha melhor amiga, a única que eu confio, mais do que confio na minha própria irmã, que parece que não está nem aí pra mim. Moro na Inglaterra desde que nasci, pretendo sair daqui um dia, que está longe, mas vai chegar.
  ― , olha ali. – me virei curiosa. – O Harry está vindo, e lindo como sempre. – disse ela morrendo de amores.
  ― Ah , por que você não diz logo que você está afim dele? – pergunto revirando os olhos.
  ― Você está louca? Eu não posso e afinal, ele nunca vai falar comigo. – ela disse abaixando a cabeça.
  ― Você nunca vai saber se não tentar. – digo indo em direção a ele.
  Olhei para ela e ela me olhava desesperada, sorri e voltei para frente, fui andando em direção ao Harry que sorria e piscava para todas as meninas que ele via na frente dele, idiota, não sei como minha melhor amiga foi ficar afim logo dele, tinham tantos meninos legais espalhados pelo colégio e ela vai ficar afim logo do mais galinha. Não disse como ele é né? Enfim, ele é realmente lindo, tem cabelos um pouco longos e quando bagunça ou os arruma, as meninas se derretem igual manteiga no calor, tem belos olhos, verdes e belos, e tem um corpo de invejar até as meninas, um sorriso perfeito, e eu acho que já deu pra vocês saberem o quanto ele é lindo certo? Ele olhou pra mim e logo ia abrindo um sorriso, assim como ele faz com todas e eu desviei o olhar e passei direto, me virei olhando para que soltou um suspiro de alívio.
  ― Você quer me matar do coração ou o quê? – disse ela vermelha, não sei ao certo se era de raiva ou vergonha.
  ― Você precisava ver sua cara como estava, estava quase indo implorar pra mim não dizer nada. – disse rindo dela que cruzou os braços e saiu andando.
  ― Você é idiota, vamos, estamos atrasadas pra aula de biologia.
  ― Temos mesmo que ir? – disse com ar de preguiça.
  ― Vamos. – ela então me puxou pelo braço me levando pelos corredores até a sala.
  Na aula de hoje teríamos que dissecar um sapo, que coisa nojenta, mas não tive escolha, Jared sempre me convencia a fazer as coisas, ele falava com uma autoridade que não tínhamos como dizer NÃO a ele.
  ― Vamos lá , é só um sapo, para de frescura. – disse ele rindo.
  ― E dai que é só um sapo Jared? É nojento de qualquer forma. – fiz cara de nojo. – Se tivesse comigo ela não iria me obrigar a tocar nisso.
  ― Sim, mas não está aqui então não adianta fazer corpo mole, vamos. – ele disse me dando um tapinha nas costas.
  Olhei pra ele com a cara fechada e ele me respondeu com um sorriso, me virei para trás e olhei para que estava sentada com , a menina mais marrenta do colégio, mas ela não tinha opção.
  Fim de mais um dia, minha mãe veio me buscar, me despedi da e entrei no carro, minha mãe então me beijou na testa como de costume, perguntou como foi meu dia e a resposta é sempre a mesma: entediante. Sempre as mesmas coisas e blá blá blá. Cheguei em casa e minha irmã estava no sofá praticamente se comendo com o namorado dela, o Louis. Ele é muito gato e muito idiota, não sei como ele a atura, tão chata e nojenta, fiz uma cara de nojo ao imaginar.
  ― Vão pro quarto vocês dois. – digo jogando minha mochila neles.
  ― ! Mãeee? Você me machucou. – disse ela fechando a cara.
  ― para com isso, nem machucou. – Louis disse virando-se pra ela. – Olha quem chegou, a pequena , vem cá me dar um abraço. – ele se levantou e me abraçou forte.
  ― Ei Lou. – disse com a voz falha por conta do abraço forte que ele me deu.
  ― Como foi seu dia? Conheceu pessoas novas? E os namorados? – ele disse rindo e arrumando meu cabelo.
  ― Você está parecendo minha mãe. – disse bufando. – E afinal, a resposta das perguntas é não. – digo rindo.
  ― Você sabe que te amo né? Coisa nanica.
  ― Tchau Lou. – disse subindo as escadas.
  Joguei-me na cama e logo peguei meu celular para ver se tinha alguma coisa de diferente e adivinhem? Não tinha nada. Preparei-me para ir pro banho quando escutei uma buzina, corri até a janela e fui espiar, vi minha irmã e o Louis saindo e entrando no carro, tinha mais um menino também, com os cabelos um pouco longos, parecido com o do Harry mas não era ele e também não me era estranho, antes dele entrar no carro também ele olhou para os lados e depois bem em direção da minha janela e eu me escondi, fechei a janela e fui tomar meu banho.

...

  ― , ontem à noite foi um garoto estranho lá em casa buscar minha irmã e o Louis, mas ele não era totalmente estranho, sinto que já o vi em algum lugar e.. – ela me interrompe me cutucando.
  ― Lá vem o mais gato de todos dessa escola. – disse ela babando pelo Harry novamente.
  ― Vou acabar com isso de vez. - disse cruzando os braços e revirando os olhos.
  ― Vai aonde?
  Dei de ombros e me virei, fui andando em direção ao Harry e assim que cheguei perto dele dei um puxão na blusa dele que ele quase caiu com a força que usei.
  ― Você é doida ? – disse ele com cara de confuso.
  ― Ah que ótimo, ele sabe meu nome. – revirei os olhos.
  ― Quem não sabe seu nome, né gata? – disse ele me olhando com malícia.
  ― Isso não vem ao caso agora Harry, é o seguinte, minha amiga está afim de conhecer você, então ela está ali, vai até ela e desembola o papo, sei que você é bom nisso. – empurrei-o em direção ao corredor principal.
  ― Mas como farei isso? – ele me olhou intrigado.
  ― Se vira. – dei de ombros e sai andando.
  Ele me olhou nervoso e saiu andando em direção a ela que, quando o viu parando pra falar com ela, não soube como reagir e olhava pra mim com desespero como sempre, só faltou a plaquinha escrito “S.O.S” , ri ao ver a cena dos dois e quando me virei para ir até o campus esbarrei com alguém que não vi bem o rosto.
  ― Me desculpa. – disse ele com uma voz calma.
  ― Não, eu que peço desculpas por não olhar po... – fiquei paralisada assim que olhei pra ele.
  ― Está tudo bem? – disse ele segurando em meu braço.
  ― Sim, tudo ótimo... Eu te conheço de algum lugar, só não me lembro. – olhei dentro dos olhos dele.
  ― Sério? Tenta lembrar que agora estou curioso. – ele sorriu.
  ― Agora não dá, tenho que ir. – digo me afastando.
  ― Mas... – olhei pra ele que me olhava confuso.
  O que foi isso hein?

Capítulo 2

  Não poderia ser o mesmo menino que foi lá em casa, seria muita coincidência, ou não né, eu sabia que já o conhecia, mas não lembrava e vejam só, ele estuda comigo, o menino que não conversa praticamente com ninguém da escola, sempre calado, porém lindo, aquele olhar dele me tirou do sério e isso nunca seria capaz de acontecer nem em pensamentos.
  ― acorda, está na hora do intervalo. – disse estalando os dedos.
  ― Já? Vamos. – me levantei e fomos para o campus.
  ― Posso saber no que a senhorita estava pensando? – ela me olha com a sobrancelha levantada.
  ― Em nada, estava prestando atenção na aula. – dei um gole no meu suco.
  ― Jura ? Jura que estava prestando atenção na... – interrompi-a.
  ― Mas me conta, o que aconteceu com você e o galinha do Harry? – ela abriu um sorriso de imediato.
  ― Primeiro ele não é galinha, segundo ele foi mega fofo comigo, você precisava ver como ele ficou tímido quando puxou papo comigo. – seus olhos brilhavam.
  ― Espera aí, tímido? Tem alguma coisa errada, principalmente na parte onde você diz que ele é fofo, não mesmo. – fechei a cara.
  ― Ah para com isso, me deixa terminar de contar, aí ele disse assim... – enquanto ela falava minha concentração estava em outra coisa.
  Meu celular toca, era o Louis, achei estranho até, porque ele quase não me liga.

  Ligação on*
  ― Ei pequena, está ocupada? – disse empolgado.
  ― Pode falar. – me olha com raiva.
  ― Então, é que... Hoje a noite eu e sua irmã vamos sair e quer... – interrompo.
  ― Já sei, quer que eu minta pra minha mãe que por sinal não é nada boba né?
  ― Me deixa terminar de falar. – ele faz uma voz marrenta.
  ― Fala estrupício.
  ― Então, eu queria saber se você quer ir com a gente, vai ser bem legal, vai ter meninos e tudo mais, por favor, vamos? – ele faz uma voz pidona.
  ― Eu vou com uma condição: nada de você me apresentar meninos, e nada da minha irmã dar chilique, combinados?
  ― Sim chatinha. Pego vocês as oito. – ele faz barulho de beijo e eu desligo o celular.
  Ligação off*

  Quando me virei me fuzilava com os olhos, isso tudo só porque interrompi quando ela contava sobre seu “romance” com o Harry.

...

  A coisa mais difícil que tem para uma menina é escolher uma roupa pra sair. Sem nem saber para onde vai, aí fica impossível de saber, mas isso não acontece comigo e sim com minha irmã , primeiro ela tira todas as roupas do guarda-roupas, depois ela veste todas e não gosta de nenhuma, depois reclama que não tem roupa e, por último, veste a primeira roupa que ela vestiu de todas. Eu vesti uma roupa bem simples, não gosto de nada chamando atenção, coloquei meus vans um pouco velhos, meu shorts rasgado e uma blusa um pouco apertadinha, na cintura amarrada uma blusa xadrez, cabelo amarrado um pouco bagunçado e é isso, estava pronta enquanto minha irmã ainda se maquiava, ninguém merece.
  ― me ajuda aqui. – disse ela com o cordão que ganhou do Louis nas mãos.
  ― Ahh ‘tá... Pronto, vamos o Lou já esta esperando.
  ― Como estou? – disse ela dando uma voltinha.
  ― Comestível. – digo rindo.
  ― Engraçadinha. – ela debocha.
  Quando chegamos lá embaixo Louis correu pra me abraçar, não sei se disse a vocês, mas ele me tem como uma irmã mais nova e por isso ele é tão apegado a mim assim. Retribui o abraço que ele me deu e sorrimos, ele beijou minha irmã e nós três entramos no carro, tinha alguém no volante e eu não sabia quem, porque estava escuro e as luzes do carro estavam apagadas e também nem fiz questão de saber, Louis ligou o som e estava tocando Black Widow - Iggy Azalea, não me controlei e comecei a cantar junto com o Louis, minha irmã me olhava com uma cara irritada e eu não estava nem aí. Olhei para a janela e vi que tínhamos chegado ao local, saímos do carro e o cara que estava dirigindo ficou pra poder estacionar em algum lugar, estávamos em um barzinho, muito maneiro por sinal.
  ― Quem estava dirigindo? – perguntei por curiosidade.
  ― Meu amigo. – ele arregalou os olhos do nada.
  ― Louis, o que a gente combinou? – digo cruzando os braços.
  ― Eu sei amorzinho, mas ele teve que vir pra dirigir, porque vamos beber e ele não. – ele me enche de abraços e beijos.
  ― Você me paga. – ele abre aquele sorriso e seus olhos brilham.
  Dei as costas para os dois e fui pegar alguma coisa pra beber. No caminho até o balcão eu esbarrei no Jared e estranhei muito a presença dele no bar, ele não é de ir em bares, pulei no colo dele para abraçá-lo e ficamos alguns minutos conversando até que uma menina chegou e ele se despediu, decidi voltar para a mesa e fiquei pasma com o que eu vi, só podia ser brincadeira com a minha cara.
  ― Você. – disse ele sorrindo.
  ― Você. – respondi num tom de sarcasmo.
  ― Vocês se conhecem? – Louis perguntou curioso.
  ― Não exatamente. – respondemos juntos e eu logo fechei a cara.
  ― Esbarrei com ela na escola. – ele sorriu e mordeu os lábios.
  ― Queria não ter esbarrado. – virei o rosto.
  ― Eu não ‘tô entendendo mais nada, Zayn me explica? – Louis olhou pra ele e pra mim.
  ― Eu ‘tô saindo fora. – disse saindo.
  ― Espera. – sua voz era serena.
  Olhei para trás e segui em frente, fui andando em direção a tipo uma área externa que tinha no bar, como se fosse uma varanda, porém ao ar livre, achei um banco vazio e me sentei, quando olhei para o lado, Zayn estava vindo. Que saco, queria ficar sozinha.
  ― Posso? – ele pergunta apontando pro banco.
  ― Se eu disser que não vai mudar algo?
  ― Não. – ele sorri e se senta.
  ― O que você quer comigo? – perguntei deixando ele com um aspecto duvidoso.
  ― Quero conversar e te conhecer melhor, mas está sendo um pouco difícil. – ele sorri sem graça.
  ― Quem sabe um dia a gente converse, mas agora não dá, quero ficar sozinha.
  ― Por favor, eu gostei de você. – ele chega mais perto.
  ― Louis mandou você falar isso não foi? Aquele viadinho me paga. – respirei fundo.
  ― Não, ninguém me mandou falar nada com você, eu que fiquei curioso pra te conhecer desde que te vi na janela e... – interrompo.
  ― Então era você, bom saber. Mas agora já deve ter matado a curiosidade né? Pode ir. – sorri com ironia.
  ― ‘Tô vendo que vai ser impossível. – ele abaixa a cabeça.
  ― Não faz assim... Droga! – odeio quando fazem cara triste.
  ― O quê? – ele olha nos meus olhos e me estremeço.
  ― Seus olhos. – sorrio sem perceber e olho pra ele.
  ― São lindos iguais aos seus. – ele põe uma mecha do meu cabelo solta atrás da orelha.
  ― Não, tenho que ir. – me levantei e ele também.
  ― Oh, me desculpe eu não falei por mal ou sei lá, me desculpa. – ele segurou na minha mão.
  ― Eu realmente tenho que ir, já está tarde.
  ― Por favor, fique, gostei de você. – ele sorri de canto.
  ― Não posso, me deixe ir. – tentei me soltar das mãos dele.
  ― Tudo bem. – ele me soltou e me olhou triste.
  Dei de ombros, abaixei a cabeça e voltei lá pra dentro, assim que cheguei na mesa, Louis e estavam novamente quase se comendo, fiquei de braços cruzados e de cara fechada até eles me olharem e pararem de fogo. Disse que queria ir embora e eles pediram pra esperar um pouco, não demorou muito e o Zayn chega, não olhei pra ele.
  ― Zayn, você pode levar a pra casa por favor? – Lou perguntou rindo.
  ― Me recuso. – disse nervosa.
  ― Levo sim. – ele respondeu tímido.
  ― Ah para com isso , você não quer ir embora? Então ele vai te levar. – minha irmã disse um pouco embolado, aposto que já estava bêbada.
  ― Que saco vocês dois, tchau. – sai andando na frente e Zayn veio logo atrás.

Capítulo 3

  Minha irmã e Louis me pagam, eu não acredito que eles me fizeram vir embora com o Zayn, que pra variar não dizia nada e só ficava me olhando, minha vontade era de mandá-lo parar o carro e ir andando pra casa, sozinha. Não sei por que, mas eu não gostava de ficar perto dele, sentia uma energia negativa e isso me dava arrepios.
  ― Desculpa. – ele disse com uma voz rouca.
  Levei um susto e fiquei encarando ele alguns segundos, senti como se ele soubesse o que eu estava pensando.
  ― Pelo o quê? – minha voz ficou aguda.
  ― Ah, nada, pensei alto. – ele retomou a concentração.
  ― Já estamos chegando? Estou com sono. – digo me ajeitando no banco.
  ― Estamos quase lá. – sua voz falhou.
  Olhei pra ele novamente e ele me olhou de canto, suas bochechas ficaram rosadas, olhei para frente novamente e finalmente avistei minha casa, quase pulei de alegria, não aguentava mais ficar lá dentro com ele.
  ― Entregue, sã e salva. – ele ficou sério.
  ― Obrigada, tchau. – abri a porta e ia saindo, mas senti muita vontade de olhar pra trás, então olhei.
  ― O quê? – ele me olhou surpreso.
  Inclinei-me e dei um beijo na bochecha dele que não esboçou muita reação.
  ― Até breve. – abri a porta e sai sem olhar pra trás.
  Estava deitada na minha cama pronta pra dormir quando senti um arrepio do nada, estranhei e me encolhi na cama, fiquei bloqueando e desbloqueando a tela do meu celular toda hora até me dar sono e sem perceber eu dormi.

...

  ― Zayn não faz isso, você vai machucá-lo, não, por favor... Jared corre... NÃO! – acordei assustada, suando e sem entender nada.
  Desci até a cozinha para beber água e respirar um pouco, que sonho maluco que tive, aliás, pesadelo né, precisava contar isso pra amanhã e tentar entender uma coisa, terminei de tomar a água e subi pra tentar dormir de novo, mas depois desse pesadelo ia ser um pouco impossível.

...

  ― ‘tô te dizendo, parecia tão real, ele usava as mãos, mas não tocava no Jared, e parecia estar enforcando ele, tipo usando poderes e ah... ‘Tô confusa. – respirei fundo.
  ― Então respira mais fundo ainda, porque ele ‘tá vindo. – disse ela apontando pra ele.
  ― Ah droga. – me virei de costas.
  ― Oi . – ele disse sorrindo meio sem graça.
  ― Oi... É... Como você sabe meu nome? – ela ficou assustada, nunca falei dela pra ele.
  ― Eu sei? É eu sei, ouvi o Harry dizer. – ele ficou confuso.
  ― O Harry? O que ele disse? – os olhos dela brilharam.
  ― É... – interrompi.
  ― , o Harry está vindo ali, porque não vai lá falar com ele? – ela olhou imediatamente e saiu correndo.
  ― Por que fez isso? – ele perguntou.
  ― Por que vi que você estava se embolando pra falar de onde sabia o nome dela, e, a propósito, como você sabe se eu nunca falei dela com você? – perguntei intrigada.
  ― Eu já sabia, vi no anuário do ano passado. – ele desvia o olhar.
  ― Você não estava no anuário, Zayn, tem alguma coisa errada. – disse desconfiada.
  ― Está tudo normal pra mim, eu vim aqui apenas saber se você quer sair comigo na sexta à noite. – sua bochecha ficou rosada.
  ― Não sei se devo, você é muito estranho, me deixa ir. – dei as costas e ia saindo quando o escutei dizer.
  ― Espera, me dá uma chance, te garanto que não vou te decepcionar. – ele fez uma cara triste.
  ― Me decepcionar por quê? Você disse como se tivéssemos algo, tchau Zayn, se é que esse é o seu nome. – dei as costas e saí.
  ― . – ele gritou, mas eu não dei ouvidos.
  Eu não acredito que isso estava acontecendo comigo, o garoto mais estranho da escola estava me chamando pra sair e ainda por cima estava gritando meu nome no corredor pra todo mundo ouvir, que droga, sai do campus e fui para a lagoa, não tinha ninguém lá, ainda bem, porque queria ficar sozinha pra poder pensar em tudo o que estava acontecendo, estava tudo muito estranho pra mim, por mais que esteja cedo, precisava digerir aquilo tudo, era muita informação. Perdi uma aula de química só pra ficar lá na lagoa tranquila e sem perturbação. Quando olho pro lado vejo vindo correndo e ofegante.
  ― Sua louca, por que não me disse que ia vir pra cá? – ela disse respirando a cada palavra.
  ― Como você adivinhou que eu estava aqui? – olhei com a cara fechada.
  ― Ah, o Zayn me disse. – ela deu de ombros.
  ― Como assim ele te disse? Eu não disse a ele aonde eu ia e ele também não me seguiu, tem alguma coisa errada, eu ‘tô dizendo. – falei nervosa.
  ― Ei calma aí colega, não desconta em mim ‘tá bom? Eu não tenho culpa nenhuma. – disse ela com voz chorosa.
  ― Sim, me desculpa amiga, estou só nervosa, vem cá me dar ombro. – falei fazendo bico.
  Ela então se sentou no banco comigo e eu deitei minha cabeça no ombro dela, ficamos ali por alguns minutos quando escutamos o sinal tocar, era a hora da saída, a tão esperada hora por todos, eu e ela saímos correndo e quando cheguei lá fora não vi minha mãe, o que achei muito estranho, nesse momento me deu uma vontade de gritar pra poder me aliviar, mas engoli o grito quando vi Zayn vindo na minha direção, isso já estava ficando chato, dei as costas pra ele, mas não adiantou nada.
  ― É, parece que sua mãe não vai poder vir te buscar por causa do transito. – ele fez uma cara de lamentação.
  ― Olha só, eu não aguento mais ouvir você falando, será que dá pra você me deixar em paz? – falei irritada.
  ― Agora eu não consigo mais. – ele virou o rosto.
  ― Vem cá, você é algum tipo de vidente ou algo do gênero? Porque você sempre esta adivinhando as coisas, às vezes acho que você é louco. – falei e sai andando com intuito de ir pra casa.
  ― Às vezes eu também me acho um pouco louco, mas as coisas que eu falo você não deve levar a sério. – sua voz foi falha.
  ― Ah, que ótimo então, porque se eu continuar levando a sério eu ia acabar ficando louca igual a você, agora se me der licença, eu vou pra minha casa e não quero companhia. – comecei a andar mais depressa.
  ― ‘Tá, mas só toma cuidado ao atravessar a rua, por favor, não quero que seja atropelada. – ele grita.
  ― Me deixa, Zayn. – olhei para trás e ele estava parado me olhando.
  Olhei pra frente novamente e continuei andando até a minha casa, e quando eu atravessei a rua não acreditei no que quase aconteceu, um carro passou correndo e se eu não adiantasse os passos tinha sido atropelada, ‘tá legal, isso agora está ficando muito estranho.

Capítulo 4

  Hoje é sexta e eu não fui à aula, estou com um pouco de febre e foi um alívio pra mim, assim me livrei de ter que ver o Zayn, aquele ser estranho. faltou à aula pra ficar aqui comigo enquanto minha mãe e minha irmã estavam no trabalho, então ficamos vendo alguns filmes o dia todo e logo depois a ajudei a escolher uma roupa pra sair com o Harry.
  ― Eu acho melhor você ir com essa... Aqui. – mostrei uma calça jeans rasgada nos joelhos e uma blusa com um desenho de caveira.
  ― Isso é muito a sua cara, quero algo rosa. – disse ela pulando.
  ― Eca, muito menininha. – fiz cara de nojo.
  ― Não tenho culpa por você ser menina-macho. – ela me fez língua.
  A campainha toca.
  ― Ah, deixa que eu atendo. – ela disse indo em direção à porta.
  ― Ok. – deitei na cama e esperei ela voltar.
  Fiquei escolhendo algumas roupas pra ela, quando a vejo voltar correndo e apavorada.
  ― O que aconteceu? Viu algum bicho? – digo rindo.
  ― Não exatamente, mas você não vai gostar de saber quem é. – ela me olha preocupada.
  ― Não me diga que aquele... AAAAAAAAAAAH! Eu não vou lá embaixo, diga a ele que estou passando mal e não posso sair da cama. – disse irritada.
  ― Tem certeza? Ele esta todo arrumado, disse que veio te buscar pro encontro de vocês. – ela me olhava fixamente.
  ― , já disse, eu não marquei nada com ele e não quero sair com ele, ele é estranho. – disse me virando.
  ― Então ‘tá... Estou indo lá... ‘Tá bom? Estou indo em... – disse ela ameaçando.
  ― Anda logo . – revirei os olhos.
  Fui até o banheiro molhar meu rosto pra ver se me relaxava, mas tirou minha concentração vindo correndo de novo.
  ― Quer me matar do coração? – disse com a cara fechada.
  ― Eu não, mas vim aqui te dizer que ele não saiu lá da porta e quer falar com você. – ela riu. – Aí amiga, para de ser marrenta, dê uma chance, vai. – ela fez cara de pidona.
  ― Você esta atrasada, Harry vai ficar nervoso. – ela arregalou os olhos e saiu correndo.
  Escorei na parede pra me decidir se desceria pra falar com ele ou não, quando escutei minha mãe chegando. Ufa! Ela é a minha salvação.
  ― , cheguei, venha aqui embaixo, por favor. – sua voz era doce e calma, então desci depressa.
  ― Sim mãe. – olhei para o lado e fechei a cara. – O que você está fazendo aqui dentro? – perguntei nervosa.
  ― Sua mãe me mandou entrar. – ele sorriu de canto.
  ― Mãe por quê? – olhei pra ela intrigada.
  ― Filha ele disse que estava esperando você se arrumar e está com flores. – ela disse com um sorriso fora do normal.
  ― Só pode ser brincadeira né, Zayn vem aqui agora. – falei num tom intimidador.
  Fui andando até o quintal da frente e ele me seguiu.
  ― Diz. – ele disse com uma voz rouca.
  ― Olha só: eu não vou sair com você, eu não estou afim, por que você não entende isso? – ele olhava fixamente para os meus olhos.
  ― É difícil te entender, seus pensamentos são confusos, e eles me confundem também. – dito isso ele se afasta.
  ― Como assim? Eu já volto. – subi correndo pro meu quarto pra me arrumar.
  ― Aonde você vai menina? – perguntou assustada.
  ― Vou sair com o Zayn. – disse feliz, o que é estranho.
  ― Resolveu mudar de ideia né, sabia. – ela disse rindo.
  Vesti minha roupa e desci correndo, ele estava sentando no portão me esperando e quando me viu abriu um sorriso. Olhei em seus olhos e eles tinham um brilho diferente, mais intenso e isso me hipnotizava de uma forma estranha, o que me assustava. Entrei no carro e não fazia ideia nenhuma de onde iríamos, eu só não conseguia parar de olhar pra ele.
  ― Você me assusta. – disse me encolhendo no banco.
  ― Isso é coisa de momento. – ele respondeu com uma voz suave.
  ― Não, não é de momento. Às vezes acho que estou sendo manipulada, porque se eu estivesse bem eu não estaria dentro do carro com você. – senti um arrepio.
  ― Não gosto de causar isso em você. – ele disse com convicção.
  ― Me responde uma coisa? – me virei pra ele.
  ― Sim.
  ― Como você sabia que eu ia ser atropelada? Ou quase atropelada né, eu fiquei confusa com isso. – encarei-o.
  ― Ah, sei l-lá. – ele gagueja. – Eu deduzi, pelo jeito que você saiu nervosa e sem prestar atenção em nada, foi só um impulso de palavras de cuidados. – ele respira fundo.
  ― Não vem com essa, ‘tá? Você tem uma coisa, e um dia eu vou descobrir qual é. – virei o rosto e fechei a cara.
  ― Não fica com raiva, por favor. – sua voz ficou rouca.
  ― Eu não estou com raiva de você, que coisa. – rebati.
  ― Tudo bem então. – ele sorriu de canto.
  ― Pra onde estamos indo? – perguntei curiosa.
  ― Você vai ver ainda. – ele me olhou e sorriu novamente.
  ― Odeio surpresas. – cruzei os braços.
  Ele apenas deu uma gargalhada e continuou dirigindo. Não demorou muito e chegamos ao nosso destino, era um lago enorme, com luzes para toda parte e bancos, tinha algumas barraquinhas vendendo coisas e estava tudo calmo, apenas alguns casais namorando. Demos uma volta pela lagoa e sentamos em um dos bancos mais escondido e mais tranquilo. Ele sentou um pouco mais perto de mim e eu me afastei, senti de novo aqueles arrepios.
  ― Desculpa. – diz ele de cabeça baixa.
  ― O que você quer comigo? Eu só quero saber isso. – me virei pra ele de imediato.
  ― Eu não sei. – ele respondeu confuso.
  ― Então porque isso tudo? Eu não entendo.
  ― Eu também estou confuso com isso, só que tem algo que me... Ah, esquece. – ele vira o rosto.
  ― Me fala, tem o quê? – o cutuquei.
  ― Não tem nada, eu que pensei alto demais.
  ― Eu quero saber os seus pensamentos.
  ― Eu sei que quer, sinto isso todos os dias. – o encarei assustada.
  ― ‘Tá legal, você é muito estranho e eu não vou ficar aqui mais nenhum segundo, tenho medo. – ele me olhou com surpresa.
  ― Por favor, não! É que... Você não vai entender, é uma coisa complicada, eu não posso contar, me entende. – ele segura minha mão.
  ― Eu até tento, mas é impossível, e não quero esquentar a cabeça, ‘to saindo fora. – puxei minha mão com força.
  Pude escutar sua respiração ofegante e algo me prendendo no chão, não conseguia me mexer, isso só podia ser um sonho, me belisquei várias vezes para ter certeza de que aquilo era real, olhei para trás e o vi suando, me olhando com temor. Quando eu ia gritar senti meu corpo mole, uma tontura e desabei.

Capítulo 5

  ... senti meu corpo mole, uma tontura e desabei.
  ― , você esta bem? – escutei uma voz, mas não conseguia abrir o olho.
  ― Quem está aí? Não consigo abrir os olhos. – digo quase chorando.
  ― Eu vou te ajudar. – senti uma mão nos meus olhos e estava quente.
  Abri meus olhos lentamente e estava vendo tudo embaçado, me sentei no banco e pisquei várias vezes até enxergar direito.
  ― Ah, Zayn... O que aconteceu? Por que estava no chão? E onde estamos? – olhei pra ele confusa.
  ― Você não se lembra? Hum. Você desmaiou. – ele desviou o olhar.
  ― Como assim? Cara minha cabeça ‘tá doendo. – disse segurando a cabeça.
  ― Vem, vou te levar pra comer algo e depois pra casa. – ele pegou na minha mão e me levou até o carro.
  ― Por que eu estou aqui? E com você ainda por cima. – fiz cara de espanto.
  ― É uma longa história, agora não é hora de perguntas, vamos. – entramos no carro e seguimos caminho.
  Enquanto ele dirigia não disse nenhuma palavra, nem sequer olhou pra mim que estava encarando ele mais que tudo. Minha cabeça doía, e minha nuca também, parecia que tinha caído a cabeça, olhei no meu braço e ele estava bastante vermelho como se alguém tivesse apertado muito, passei a mão sobre ele e não sentia dor nenhuma, estava começando a ficar com medo e senti aquele arrepio constante.
  ― Bem, chegamos, vamos lá comer. – disse frio.
  ― Eu não estou com fome, eu só quero ir pra casa. – rebati.
  ― Você tem que comer , vamos. – disse um pouco ignorante.
  ― Eu não sou obrigada a fazer o que você quer, você pode me levar pra casa? Se não puder deixa que eu vou andando, sozinha. – gritei.
  ― Você não vai. – ele disse furioso batendo na porta.
  ― Você não manda em mim. – gritei irritada.
  ― . – os olhos dele ficaram vermelhos e sua respiração ofegante.
  ― Zayn, por favor. – disse chorando.
  ― Que droga. – ele se virou para o volante e ligou o carro, arrancou nervoso.
  Fechei a cara até a minha casa, não quis falar com ele e ele foi nervoso de lá até aqui, fiquei pensando que eu nunca mais queria vê-lo, odeio gente ignorante e aquilo foi o fim, e naquele momento só queria chegar em casa o mais rápido possível.
  ― Cale seus pensamentos, eles estão me deixando nervoso. – ele disse irritado.
  ― Não calo, e afinal eu me lembrei de tudo o que aconteceu, você é estranho e quero distancia de você. – retruquei.
  ― Você não se lembrou de nada o que aconteceu e provavelmente quando chegar em casa não vai se lembrar de nada do que a gente conversou aqui. – ele disse com convicção.
  ― Porque não vou lembrar? Hein? Você é algum extraterrestre e vai apagar minha memória? É algum mágico por acaso? Ah, me poupe né Zayn, se é que esse é o seu nome. – gritei chorando de raiva.
  ― Não, não sou extraterrestre e nem mago, que droga, será que dá pra você ficar quieta e esperar a gente chegar em casa? – ele me encarou.
  ― Não, não dá pra ficar quieta, não com um estranho como você do meu lado. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! – me encolhi no banco e tapei os olhos.
  Ele continuou dirigindo e em poucos minutos chegamos até a minha casa, já ia saindo do carro quando ele segurou no meu braço e me olhou fixamente nos meus olhos, sorriu e abaixou a cabeça, senti meu braço queimando de novo e eu puxei depressa e passei a mão sobre ele.
  ― Zayn, você me machucou. – disse chateada.
  ― Me desculpe, eu vou dar um jeito nisso pra você... Só não sei como. – ele disse lamentando.
  ― Não precisa, só me deixa ir embora, só isso.
  ― Sim, acho que você já descobriu demais de sobre mim hoje, não posso deixar que você continue sabendo disso. – ele me olhou novamente e senti um arrepio.
  Meu corpo estremeceu, meu coração começou a bater forte e eu fiquei dormente, sem esperar desmaiei.

...

  ― acorda, já esta quase na hora do almoço. – escutei a voz da .
  ― Hã? O que você ‘tá fazendo aqui? – perguntei confusa.
  ― Ué, depois que cheguei do encontro com o Harry eu voltei pra cá, você não lembra?
  ― Não lembro, você saiu com o Harry? – perguntei espantada.
  ― Sim, e você saiu com o Zayn. – ela riu.
  ― COM O ZAYN? Para. – dei um pulo da cama.
  ― Ué, você não se lembra? Espera aí, você bebeu? – ela me encarou.
  ― Não... Na verdade não sei, eu não me lembro de nada, nem como vim parar aqui na cama. – disse esfregando os olhos.
  ― O que é isso no seu braço? O que o Zayn fez com você? – ela fechou a cara.   ― Nada, ah eu não sei amiga, eu ‘tô confusa. – me deitei de novo e ela deitou do meu lado.
  ― Você tem que descansar mais, hoje é sábado, e você precisa. – ela disse me cobrindo.
  ― Ok, boa noite. – me virei e dormi.

...

  Já era segunda-feira, meu domingo foi legal, saí com os meus pais, minha irmã e o Louis, fomos ao clube, me disse como foi o encontro dela com o Harry e eu ri bastante porque foi muito engraçado, e eu não me lembro de nada que fiz na sexta, será que eu bebi? Não lembro, mas estava já na hora do intervalo e eu não tinha visto nenhum sinal sequer do Zayn, Harry passava na hora quando eu o gritei pra saber.
  ― Fala gata... Ei princesa. – ele piscou e sorriu pra que se derreteu.
  ― Eee nojo em, você sabe se o Zayn veio hoje? – tentei parecer desinteressada.
  ― O menino estranho e calado? – ele disse rindo.
  ― É, é esse mesmo, você o viu?
  ― Olha, ele não veio hoje não. – ele se sentou do lado da .
  Senti meu braço queimar em cima de onde estava vermelho, passei a mão por cima novamente e me virei para trás, tive a impressão de tinha escutado a voz de Zayn me chamando, não vi nada e virei pra frente de novo. Eu queria muito me lembrar de tudo o que aconteceu na sexta à noite, mas por alguma razão eu não estava conseguindo.

Capítulo 6

  Faz três dias que o Zayn não vem pra escola, e eu também não tinha nenhuma noticia dele, Louis não me dizia nada sobre ele, a marca vermelha do meu braço não havia sumido e eu ainda não tinha me lembrado de nada do que tinha acontecido comigo, estava na aula de inglês e não fazia ideia do que o professor estava explicando, estava rabiscando o nome do Zayn no meu caderno sem perceber, eu não acredito que estava pensando tanto nele assim, mas eu não conseguia tirar ele da minha cabeça. Às vezes sentia como se ele conversasse comigo, mas isso seria loucura da minha cabeça, eu acho que eu preciso dormir, bastante, pra ver se eu volto ao normal.
  ― , está tudo bem? – pergunta me olhando um pouco triste.
  ― Sim , estou bem, eu acho. – respondi sem me importar.
  ― Não parece amiga, você precisa descansar, é serio. – ela me abraça.
  ― Você tem razão, acho que isso é cansaço mesmo. – respirei fundo.
  Fim da aula, estava me despedindo da em frente ao colégio quando meu celular tocou, era um número desconhecido, não demorei e atendi.

  Ligação on*
  ― Alô? – disse desinteressada.
  ? – era uma mulher.
  ― Quem é? – perguntei curiosa agora.
  . Você está bem?
  ― Que ? Não conheço.
  ― Irmã do Zayn, ele me pediu pra te ligar pra saber se você está bem, embora ele já saiba. – ela sussurrou.
  ― Como assim ele já sabe como estou? Olha... , né?
  ― Sim...
  ― Então, minha amiga me disse que eu saí com ele na sexta à noite. Embora eu não me lembre de nada, sinto que aconteceu algo muito estranho, eu voltei com uma marca vermelha enorme no meu braço e parece que minha memória foi apagada e depois disso tudo, ele não apareceu na escola e não falou comigo, agora ele manda você me ligar pra me perguntar se estou bem... Sinceramente? Isso já foi longe demais, e se quer saber eu estou ótima e não espero vê-lo nunca mais. – disse nervosa.
  ― Olha , me desculpa, eu não queria te deixar nervosa, mas eu preciso conversar com você pessoalmente, preciso te explicar o que está acontecendo, mas tem que ser em um lugar público... Zayn não pode estar perto. – ela disse baixo.
  ― Eu não quero saber o que está acontecendo, eu só quero me ver livre disso.
  ― Ele não vai parar de falar com você enquanto você não se esquecer dele de vez. – escutei uma voz no fundo.
  ― Como assim? – perguntei sem entender.
  ― Olha tenho que desligar agora, te encontro no shopping às 19h. – ela desliga.
  Ligação Off*

  Agora pronto, pra piorar minha vida a irmã do Zayn aparece pra confundir mais a minha mente, eu queria muito entender o que está acontecendo, mas eu não queria ir lá me encontrar com ela, alguma coisa me dizia para não ir, mas, ah! Eu decidiria isso no caminho até a minha casa, eu realmente estava confusa.

...

  Estava andando de um lado pro outro no meu quarto, olhando as horas de 10 em 10 segundos, queria muito ir ao shopping e nada me impedia, a não ser a intuição, não aguentava mais ficar andando e resolvi ir, fui andando até a avenida e logo peguei um taxi até o shopping. Assim que cheguei lá eu lembrei de que eu não fazia ideia de como era a irmã do Zayn e fiquei perdida, estava rodando pela praça de alimentação tentando achar alguém parecida com ele e não conseguia achar ninguém, estava indo pra área externa da praça de alimentação quando vi um vulto, parecia com o Zayn, então comecei a andar mais rápido, olhei para os lados e não via nada, continuei andando e quando estava quase chegando escutei alguém me chamando, fiquei com medo de olhar, mas aquela voz insistiu em me chamar então olhei, e estava vindo uma menina linda, morena, com os cabelos longos e ondulados, parecia ter uns 1,60 de altura, tinha os olhos castanhos bem clarinhos e estava com um menino loiro do lado, dos olhos azuis e bem mais alto que ela, muito bonito por sinal.
  ― Até que enfim te encontrei, estava achando que não viria. – disse ela ofegante.
  ― É, eu não viria... – olhei desconfiada.
  ― Deixa eu me apresentar, . – ela sorriu. – E esse daqui é o Niall, meu namorado. – ele esticou uma das mãos pra me cumprimentar e sorriu, ele usava aparelho.
  ― Como sabia que era eu? Você nunca tinha me visto. – perguntei curiosa.
  ― Vamos, temos muito que conversar. – ela apontou para as mesas e seguiu caminho.
  Sentamos em uma mesa em frente ao McDonald’s, acabamos pedindo um lanche pra não ocupar a mesa atoa, ela me olhava bastante enquanto falava sobre ela, e o namorado dela parecia não prestar muito atenção na nossa conversa. De repente parecia que tudo ao meu redor tinha parado e eu não conseguia olhar para os lados, não escutava barulho nenhum e só conseguia escutar a voz dela, quanto mais ela falava mais eu prestava atenção.
  ― Você não é muito de falar? – ela me desperta.
  ― Oh, sim, me desculpe, mas é que eu acho que você já deve saber tudo de mim, já que me achou nesse shopping enorme. – disse levantando a sobrancelha.
  ― Ah. – ela olhou para o namorado dela que começou a mexer no celular. – eu acho que eu preciso te contar isso, mas... Eu preciso saber qual é a sua relação com meu irmão. – ela segurou minha mão e estava bastante quente.
  ― Eu não tenho nenhuma relação com ele, eu nem se quer falava com ele até ele começar a me perseguir, e depois de sexta feira eu não me lembro de mais nada. – fechei a cara.
  ― Eu não acredito que ele fez isso. – disse ela para o namorado dela.
  ― Desculpa, fez o quê? – me intrometi.
  ― Olha, você pode achar que ele é doido, mas ele só... – alguém a interrompeu.
  ― , eu pedi para que você não viesse. , eu te pedi que não viesse também. – era o Zayn.
  ― Me pediu? – levantei da cadeira de imediato.
  ― Você não me ouvia? Ou me ignorava né, é o que parecia. – ele disse irritado.
  ― Te ouvia como, garoto? Faz três dias que eu não te vejo e como você queria que eu te escutasse? Ah, me poupe. – cruzei os braços.
  ― Zayn, você não pode fazer isso com ela. – se levantou.
  ― Não se meta, não me deixe nervoso, vai ser pior. – disse se virando pra ela.
  ― Olha, eu vou embora, isso já foi longe demais. – peguei minha bolsa e ia saindo quando meu corpo ficou preso.
  ― Zayn para com isso, você vai machucá-la de novo. – gritou.
  ― O que está acontecendo aqui, alguém pode me explicar? – gritei nervosa enquanto tentava me mexer.
  ― Eu tentei te manter fora disso, mas se meteu não sei por quê. – quando olhei em volta estava tudo parado.
  ― Eu só posso estar sonhando né? Alguém me acorda, por favor? – disse com raiva.
  ― Zayn para, você já machucou ela uma vez e não vou deixar que faça isso de novo. – ela gritou e olhou pra mim, de repente tudo ficou normal.
  ― Mas o quê... Aconteceu aqui agora? – perguntei perplexa.
  ― Vem , eu cuido de você. – me abraçou e ia me levando quando meu braço começou a queimar.
  ― Zayn. – ela gritou e ele tinha sumido.
  ― Você vai ficar bem , vamos. – Niall me pegou no colo e eu desmaiei.

Capítulo 7

  ... Acordei deitada em uma cama que não era minha, olhei para os lados e não via ninguém, olhei pro meu braço e estava vermelho ainda e doía muito, procurei meu celular e não o achei, de repente escutei um barulho de alguém vindo e rapidamente me virei e fechei os olhos, ouvi o barulho da porta abrindo devagar e escutei a voz de uma menina, acho que era da , irmã do Zayn, mas por que eu estou na casa dele? Abri o olho e me virei pra ela que tomou um susto.
  ― Nossa, que susto , está melhor? – ela sorriu pra mim.
  ― Sim, só quero ir pra casa. – respondi desconfiada.
  ― Você vai sim, mas antes eu tenho que conversar com você. – ela se sentou na cama.
  ― De novo? Acho que já vi o bastante.
  ― Olha ... Posso te chamar assim? – sua voz era calma.
  ― Sim... – olhei diretamente nos olhos dela.
  ― Então, as coisas não são tão fáceis e eu sei que você está querendo entender o que aconteceu no shopping e eu vou te explicar. – ela segurou minha mão. – O que você vê? – ela olhou dentro dos meus olhos.
  ― Você ué. – respondi de imediato.
  ― Não boba. – ela sorriu. – Olhe para minha mão e me diz o que você vê.
  Fiquei confusa e fiz o que ela me pediu e me assustei logo quando vi o Zayn me encarando, em um lugar escuro, não quis ver o resto e logo soltei a mão dela.
  ― Calma, não fique assustada. – ela disse com a voz suave.
  ― É impossível, olha, me diz logo o que está acontecendo e por que comigo?
  ― O Zayn se apaixonou por você, e ele nunca se apaixona por ninguém, e quando isso acontece, ele não consegue se controlar.
  ― Ele se apaixonou por mim? Só pode ser brincadeira... Eu nem gosto dele. – disse irritada.
  ― Mas está começando a gostar, posso sentir isso. – ela ficou tímida.
  ― Como pode sentir? – perguntei intrigada.
  ― Bem... Eu e o Zayn herdamos um poder nada comum de nossos pais e... – a interrompi.
  ― Um poder? Isso é loucura, isso não existe. – revoguei.
  ― calma, me deixa explicar... Somos telepatas, então podemos ter todo o poder sobre a mente de qualquer pessoa, a gente pode ler, se comunicar, paralisar sua mente, fazer você ter amnésia e muitas outras coisas. – ela me olha aflita.
  ― Eu acho que não estou bem, sério. – digo respirando fundo.
  ― Niall pegue um copo d’água pra ela, por favor? – ela olha pra ele que sorri e desce.
  ― , é muito importante que você não diga nada disso pra ninguém, nem mesmo pra sua melhor amiga, ninguém pode saber disso, por favor.
  ― Eu não vou contar, senão me chamarão de louca... Mas... Por que eu desmaiava? Por que essa marca no meu braço? – perguntei curiosa.
  ― De todas as vezes que você desmaiou, foi porque ele apagou sua memória. De todos os arrepios perto dele, é porque ele estava lendo seus pensamentos e essa marca... – ela lança um olhar triste.
  ― O que tem essa marca? – respirei fundo.
  ― Uma parte dele está com você agora, todas as vezes que ele pensar em você ou ler seus pensamentos essa marca vai queimar, essa marca significa que ele não vai desistir de você não importa o que aconteça. – fiquei assustada e o namorado dela chega com a água.
  ― Mas e se... – ela chama o Niall.
  ― Veja. – ela levanta a camisa dele e mostra a marca dele nas costas, bem perto do ombro.
  ― O que você achou sobre isso? Niall, né? – perguntei virando pra ele.
  ― Bom, pra mim foi normal, a gente já se gostava desde muito tempo, e também, já não dói mais, só quando ela está nervosa comigo. – ele da uma risada e a beija.
  ― Espero que tenha entendido e, se precisar de mim, saiba que eu sempre vou estar aqui e saberei de tudo o que se passa com você, e se por acaso quiser falar comigo, pensa em mim, eu vou encontrar com você imediatamente. – ela sorriu e me deu um abraço acolhedor.
  ― Obrigada e... Eu realmente estou confusa, preciso de um tempo pra digerir isso tudo.
  ― Claro, querida, todo tempo do mundo... O Zayn está vindo, hora de vocês dois conversarem. – ela me beija no rosto e sai.
  Respirei fundo antes de ele entrar no quarto, precisava me retomar e tentar entender tudo isso que eu acabei de ouvir, eu só podia estar sonhando, porque gente com poderes não existem de verdade, me belisquei e não acordei, apenas senti dor, droga, isso tudo era real, vi a porta se abrindo e rapidamente calei meus pensamentos.
  ― Ei. – sua voz era suave.
  Olhei para ele apenas e não respondi.
  ― Vamos lá, fale comigo, quero conversar com você. – ele ficou triste.
  ― Você não acha que já confundiu minha mente demais? – falei friamente.
  ― Eu quero te pedir desculpas, pela marca... Por apagar sua memória e... Eu não tive culpa, eu só não consigo mais ficar longe de você. – seus olhos brilharam.
  ― Olha Zayn, eu nem sequer sei o seu sobrenome, como quer que eu sinta o mesmo por você?
  ― Malik. Zayn Javadd Malik, nascido em 12 de janeiro de 1993... – o interrompi.
  ― Não precisa disso, olha... Eu preciso ir pra casa, preciso descansar.
  ― Não... Fica aqui comigo, eu preciso de você. – ele se sentou na cama.
  ― Zayn por favor... – pensei em levantar e sair correndo, mas onde ele estava sentado estava dificultando que isso acontecesse.
  ― Você não vai sair correndo pra fugir, eu... Só quero ter a oportunidade de te abraçar, só ler seus pensamentos não tem graça. – ele abaixou a cabeça.
  ― Então você lia meus pensamentos? – tentei fingir que não sabia.
  ― Sim, e você sabia disso, sua bobinha. – ele soltou um sorriso e eu ri sem perceber.
  ― Zayn é sério, você pode me levar pra casa? – olhei nos olhos dele e senti um arrepio.
  ― Posso, linda. – ele esticou a mão pra me ajudar a levantar.
  ― Para de ficar fazendo isso comigo. – senti meu braço queimar.
  ― ZAYN! – gritou da sala.
  Ele apenas me olhou e sorriu, me despedi da e do Niall e então Zayn me levou pra casa.

Capítulo 8

  Às vezes acho que isso que aconteceu nos últimos dias foi um sonho, tipo, tudo aconteceu tão rápido, que não tive tempo nem de respirar direito, eu queria muito contar para , mas eu não podia, e afinal, e Zayn saberiam, não queria fazer isso, estava me arrumando pra ir para o colégio quando meu celular apita, era uma mensagem do Zayn, que dizia: “Estou passando aí pra te pegar e não adianta recusar, bj”. Franzi a testa ao ler e depois respirei fundo, agora era tarde e eu não poderia fazer mais nada, e mesmo que eu tentasse acho que seria impossível, estava em um beco sem saída. E eu vou matar o Louis. Desci pra tomar meu café e Louis estava lá embaixo com minha mãe, minha irmã estava dormindo como sempre e o bobo do Louis preparando o café pra gente.
  ― Bom dia tampinha. – ele sorri e me abraça.
  ― Bom dia Tomlinson. – olhei irônica pra ele.
  ― Ei, não me chame pelo sobrenome. – ele disse com voz de criança.
  ― Ei, não me chame de tampinha. – fechei a cara e comecei a rir depois.
  ― Vocês dois, hein. – disse minha mãe rindo.
  ― Louis preciso conversar com você. – disse indo até a sala.
  ― Sim, pode dizer. – disse ele sentando no sofá.
  ― Por que quis me levar aquele dia pra aquele bar? E por que chamou justo o Zayn? – o encarei.
  ― Sei lá, por quê? Você ‘tá gostando dele? Ai meu Deus, tampinha ‘tá apaixonada. – ele começou a falar disparadamente.
  ― Chega! – gritei. – Não estou apaixonada por ele, que saco. – senti meu braço queimar. – DROGA! – gritei de novo e Louis me olhou sem entender.
  ― Calma, não falei por mal, estava brincando, vem cá. – ele me abraça.
  ― Não é você, é ele. Tenho que ir. – dei um beijo no rosto dele, peguei minha bolsa e saí.
  Sem esperar o Zayn, saí andando na frente em direção ao ponto, esperei o ônibus uns 5 minutos e quando finalmente ele estava vindo, Zayn apareceu de carro, eu estava torcendo pelo ônibus chegar mais rápido, mas não deu certo. Zayn parou o carro e abriu a porta sorrindo pra mim, revirei os olhos pra ele e entrei. Assim que me sentei e coloquei o cinto, vi que ele estava vindo pra me dar um beijo no rosto, imediatamente virei o rosto e comecei a falar.
  ― Será que dá pra você parar de ficar pensando em mim, isso dói. – falei emburrada.
  ― Eu não consigo, mas te prometo que isso vai passar e você não vai mais sentir dor. – ele diz sem graça.
  ― Duvido muito, olha... Eu só não sei o que eu fiz pra merecer isso. – disse me virando pra janela.
  ― Me conquistou. – sua voz ficou rouca, olhei pra ele que abaixou a cabeça e deu partida.
  No caminho até o colégio não falamos nada, no som estava tocando The XX – Angels e a musica era um pouco macabra, me dava medo e arrepios, sem eu esperar ele se pronunciou.
  ― É a minha música preferida. – ele sorriu ao dizer.
  ― Ela me assusta. – olhei com medo pra ele.
  ― E todos os dias, eu estou aprendendo sobre você, as coisas que mais ninguém vê... – ele disse e olhei para ele assustada sem entender.
  ― Lendo meus pensamentos e me perseguindo é fácil né, até eu saberia.
  ― É a parte da música, boba, eu não uso a telepatia pra descobrir sobre você, isso eu quero descobrir com o tempo. – ele sorriu.
  Olhei desconfiada pra ele e ele manteve a concentração no volante, sem demorar chegamos ao colégio, logo vi conversando com Harry e a do lado dela, que por sinal estava com uma cara péssima, parecia que chorou a noite toda. Zayn estacionou o carro e eu saí rapidamente para que ninguém visse, mas não deu certo, logo que saí todos me olharam e eu fiquei sem graça, fui andando em direção à que me olhou com cara de “eu não creio no que eu vi”, respirei fundo e ela já começou falando.
  ― Eu não creio no que eu vi, você vindo pra escola com o gostoso do Zayn Malik? – Harry a encarou e eu fechei a cara.
  ― Oi pra você também amiga... Oi . – a abracei, ela me abraçou forte.
  ― , como você o chama de gostoso na minha frente? – ele disse chateado.
  ― Foi espontâneo amor, desculpa. – ela o beija.
  ― Amor? – disse assustada.
  ― Sim. – os dois disseram em conjunto. – Ele me pediu em namoro, não é lindo? – ela disse pulando.
  ― Não, está muito cedo para isso, senhor galinha Styles estou de olho no senhor. – disse levantando a sobrancelha.
  ― O que eu perdi? – Zayn chega tentando se enturmar.
  ― , quer conversar? Vem. – segurei na mão dela que começou a chorar sentida.
  Antes de eu ir para o canto, Zayn me chamou e sussurrou no meu ouvido:
  ― Ele vai voltar. – olhei pra ele com raiva e saí.
  Ficamos conversando alguns minutos e estava triste assim porque ela e Liam tiveram uma briga feia e acabaram terminando, tentei confortar ela com palavras bonitas e consegui fazer ela me dar um sorriso. Não sei se era o certo dizer o que o Zayn tinha me dito, mas eu disse a ela que entre um suspiro e outro soltou um “acho que não tem mais volta”, a abracei e logo levantei e voltamos pra onde Lana, Harry e Zayn estavam, o sinal bate e tivemos que entrar. Durante a aula procurei tentar ser o mais normal possível perto da , apesar das coisas que tinham me acontecido, eu queria muito contar pra ela, mas Zayn invadia meus pensamentos pra falar comigo e eu ficava nervosa com isso.
  ― Você tem certeza que está bem? – ela me perguntou com uma cara triste.
  ― Sim, eu estou bem, só estou com um pouco de dor de cabeça. – fechei o livro e abaixei a cabeça.
  ― Tem alguma coisa estranha. – ela disse baixinho. – Mas me conta, por que você veio de carro com o Zayn?
  ― Ah... – levantei a cabeça revirando os olhos. – Estamos ficando. – tapei os ouvidos.
  ― VOCÊS O QUÊ? – ela gritou e todos da sala ouviram. – Desculpa professor. – ela disse rindo.
  ― Nossa obrigada por chamar a atenção de todos Tomlinson. – olhei nervosa pra ela.
  Não sei se disse a vocês, mas a é irmã do Louis, e ele gosta mais de mim do que dela... Brincadeira.
  ― Allen, quando ia me contar isso? – disse ela num tom de autoridade.
  ― Hoje, afinal, começamos a ficar ontem. – dei de ombros.
  Ela me olhava com uma cara estranha, não sei se estava empolgada ou com raiva, não dei muita ideia, na hora do intervalo sentamos todos juntos, menos o Liam, que sentou sozinho, mas não parava de olhar para , não dava pra negar, ele a ama e parecia estar com medo de ir falar com ela, Zayn quase não falava nada, e todas as meninas pareciam estar olhando pra gente, e era um olhar de raiva, olhei pro Zayn que respirou fundo e sem eu esperar me deu um beijo daqueles, apenas senti meu coração disparar e minhas pernas ficarem bambas.
  ― Você é doido? – disse assustada.
  ― Era isso que elas queriam ver pra ter certeza, olha em volta. – ele sorriu de canto.
  ― Eu vou te matar. – disse nervosa, e quando olhei em volta todas me olhavam com mais raiva ainda.
  ― E a propósito, eu também queria.
  Ele sorriu novamente e pegou na minha nuca, estremeci, sua barba roçava no meu rosto e senti arrepios, foi quando ele me beijou novamente, mas dessa vez foi um selinho, e eu não estava acreditando que ele fez isso e que eu realmente tinha gostado.

Capítulo 9

  Estava deitada na minha cama esperando Zayn chegar, iríamos sair junto com o Harry e , não sei ao certo aonde nós vamos, mas como sempre me arrumei normal. Resolvi descer para a sala pra conversar um pouco com minha mãe enquanto esperava Zayn chegar, estava com uma blusa de frio, apesar de estar muito calor, mas era pra esconder a marca no meu braço. Louis havia acabado de chegar e antes de subir ficou lá na sala com a gente e como sempre implicando comigo, estávamos rindo bastante quando senti um arrepio do nada, Zayn tinha chegado, antes mesmo de ele buzinar eu já tinha me despedido dos dois e saído, de longe vi aquele Mustang do ano, eu achava um exagero um carrão desses, mas não é meu né, não posso dizer nada.
  ― Boa noite senhorita. – disse ele sorrindo.
  ― Boa noite... Malik. – sorri sem graça.
  ― Malik? Sério isso meu bem? – ele me olha de um jeito engraçado.
  ― Me odeio por isso, mas eu gosto do seu sobrenome. – disse andando em direção à porta.
  ― Eu já sabia, vamos. – ele sorriu e abriu a porta pra mim.
  ― Não precisa disso. – revirei os olhos.
  Ele não me deu ouvidos e continuou parado com a porta aberta me esperando entrar, feito isso deu partida até a casa do Harry, vamos passar lá porque ele não sabe o caminho. já estava com ele, então não demoramos muito a chegar e graças a Deus eles já estavam prontos.
  Assim que chegamos, eu não acreditava onde eu estava, viemos pra uma das baladas mais tops da minha cidade e com toda certeza era bastante caro e eu não tinha dinheiro pra isso tudo, olhava pela janela boquiaberta quando sou interrompida.
  ― Não se preocupe em pagar nada. – disse ele desligando o carro.
  ― Eu nem sei se vou poder entrar, olha minha idade, aliás, nem eu e nem né. – disse intrigada.
  ― Não se preocupe com isso. Confia em mim. – ele colocou a mão no meu ombro.
  ― Olha, você pode por favor, tentar ser uma pessoa normal? – disse respirando fundo.
  ― Mas eu sou normal, e se eu for normal hoje você não vai conseguir entrar. – fechei a cara pra ele. – Brincadeira, eu já tinha conversado com o segurança hoje, vamos. – ele saiu e veio abrir a porta de novo.
  ― Será que dá pra parar? – disse irritada.
  Ele novamente não me eu ouvidos e abriu a porta, quando saí do carro fui andando em direção à que estava de vestido curto e salto, sabe o chão? Meu queixo ficou nele quando eu a vi, eu não estava acreditando, ela estava linda e o Harry se achando, dava pra perceber, ele estava com uma camisa um pouco aberta no peito, uma calça jeans colada e um sapato, cabelo bagunçado e exatamente do jeito que a gostava, já o Zayn estava com uma jaqueta de couro preta jogada por cima de uma camisa branca, uma calça jeans preta e um vans branco, nada muito chamativo e eu? Uma meia calça preta detalhada, um short jeans rasgado, uma blusa branca lisa e uma xadrez azul jogada por cima, e um all star meio sujo, normal pra mim. A fila estava enorme e só de olhar dava preguiça de encarar.
  ― Vem. – ele segurou minha mão e fomos andando até outra portaria que ficava na rua lateral.
  O segurança nos olhou e apenas acenou com a cabeça de que podíamos entrar, não perdemos tempo e entramos. Estava lotado, cheia de mulheres bonitas e muitos homens bonitos também, assim que entramos algumas mulheres já nos olharam e algumas me encararam com receio, bom não olharam pra porque ela estava parecida com elas, algumas delas olhou com malícia para Zayn e eu não gostei nada, nada. Harry tinha ido buscar algumas bebidas para a gente junto com a enquanto eu e Zayn fomos procurar uma mesa, ele não soltou minha mão em nenhum segundo e mesmo assim aquelas mulheres não paravam de olhar, caras de pau, achamos uma mesa bem no canto e logo vi os dois vindo com as bebidas.
  ― Bom, trouxe uma Grey Goose pra todo mundo e trouxe um energético também, caso você não queira beber . – disse Harry colocando as bebidas na mesa.
  ― Grey Goose? Minha preferida. – disse Zayn alegre.
  ― Como sei que você não bebe, pedi energético pra você, amiga. – ela sorriu meigamente pra mim.
  ― Obrigada, mas hoje eu vou beber. – me levantei e peguei um copo.
  ― Tem certeza? – Zayn perguntou preocupado.
  ― Absoluta, afinal, você cuida de mim depois. – sorri ironicamente. – Eu proponho um brinde... A nós mesmos. – todos se levantaram e brindaram.
  Ficamos algum tempo ali na mesa bebendo. Quando Harry sugeriu de irmos pra pista dançar, fomos com os copos e eu já estava ficando um pouco tonta, Zayn não tirava os olhos de mim e eu não tirava os olhos das putas que estavam dando em cima dele, estava dançando sensualmente com Harry e eu achei bastante graça nisso, nunca a vi dançando desse jeito, ainda mais com um menino; eu estava apenas me mexendo e curtindo a musica eletrônica que estava tocando, estava solta e com bastante vontade de ir ao banheiro, chamei e fui. No caminho até lá parecia que eu estava ficando cada vez mais tonta, senti segurando meu braço e me levanto até lá.
  ― Amiga você tá bem? – ela me perguntou.
  ― Mais ou menos, me deixa lavar o rosto. – disse indo em direção à pia.
  ― Você viu? Zayn não tirava os olhos de você. – ela disse enquanto me ajudava a molhar o rosto e a nuca.
  ― Vi, e tinha muitas meninas dando em cima dele... Aliás, vamos voltar agora. – respirei fundo e peguei na mão dela.
  Quando chegamos lá vi uma loira conversando com Zayn, fiquei nervosa e fui andando em direção a ele, mas pensei em fazer outra coisa, ficou sem entender e apenas me seguiu, fui até o bar e pedi mais uma bebida, só que com a dose mais forte, o garçom até que era um gatinho. Pedi um papel e uma caneta e quando comecei a anotar meu numero senti meu braço queimar, larguei a caneta, peguei a bebida e saí andando com raiva até onde eles estavam.
  ― Ô projeto de água oxigenada, mete o pé daqui. – disse pra loira que estava conversando com ele.
  ― Quem é você? – ela perguntou fazendo cara de nojo.
  ― A namorada dele, agora vaza. – disse levantando uma das sobrancelhas.
  ― Vamos parar, loira vaza. – Harry disse meio que a empurrando.
  ― Você é um molenga hein? Vou voltar lá e dar meu número para o garçom. – disse nervosa.
  ― Antes de fazer show, pergunta pro Harry o que eu disse para aquela mulher mais de dez vezes. – ele disse calmo.
  ― Ah, ‘tá. Como se vocês não tivessem combinado. – dei as costas.
  ― , volta aqui. – continuou calmo.
  ― Que saco hein... Fala. – disse dando um bom gole na bebida, que por sinal estava muito forte.
  ― O que você ‘tá bebendo? – ele toma o copo da minha mão. – Isso está muito forte, ‘tá doida?
  ― Me deixa. – pego o copo de volta e termino com a bebida em 1 segundo.
  ― Assim você vai passar mal. – disse ele me segurando.
  ― Não ligo. – dei de ombros.
  A música ficou mais agitada então comecei a me soltar mais, tinha sumido com o Harry e eu fiquei na pista com Zayn. Eu já não estava enxergando muita coisa quando chegou um cara e começou a dançar comigo, não dei muita ideia e continuei dançando, senti que ele estava tentando falar comigo, mas o som estava muito alto e eu não conseguia ouvir, senti alguém me puxando pela cintura e me virando, pensei que fosse Zayn, mas quando abri mais os olhos pra enxergar, era o cara que dançava comigo. No momento eu tremi e quando, vi ele estava tentando me beijar, tentei me soltar dele, mas não conseguia, olhei pro Zayn que já estava se corroendo de ódio e senti que ele ia fazer alguma coisa, minha cabeça estava girando e senti o cara me soltando; quando vi, ele estava no chão desmaiado.
  ― Que droga Zayn, pedi pra você ser normal. – disse indo em direção à mesa.
  ― Se eu não fizesse isso eu ia arrebentar a cara dele. – ele disse nervoso.
  ― Eu vou te matar. – disse entre dentes. – Quero ir embora, não to bem.
  ― Você não vai pra casa nessa situação, senta aqui. – ele me puxou para seu lado.
  ― Nunca mais eu bebo, minha cabeça está começando a doer. – disse deitando no ombro dele.
  ― Eu cuido de você. – ele fez carinho no meu cabelo.
  ― Zayn... – o chamei baixinho.
  ― Sim? – ele se virou e ficou me olhando.
  Tentei olhar bem dentro dos olhos dele, dei um sorriso de canto, ele começou a fazer caricia no meu rosto, passou a mão entre os meus lábios e com sua outra mão me puxou pra mais perto, pude sentir sua respiração ofegante, meu coração disparou e minhas pernas ficaram bambas.
  ― Seus lábios são perturbadores, tão vermelhos. – ele disse enquanto os acariciava.
  ― Você é perturbador, às vezes sinto uma vontade enorme de... – me calei.
  Ele sorriu pra mim e mordeu meu lábio inferior, senti como se fosse uma corrente elétrica passando pelo meu corpo, passei minhas mãos pelo pescoço dele e subi até a nuca, meus dedos estavam entre o cabelo dele e quando puxei de leve ele me beijou.

Capítulo 10

  ... E quando puxei de leve ele me beijou.
  ― Esse seu beijo... – ele sussurrou no meu ouvido enquanto roçava a barba no meu rosto.
  ― É o melhor. – sussurrei de volta.
  Ele sorriu pra mim e me beijou novamente de leve, o abracei e fiquei um pouco assim, quando vejo e Harry chegando se ajeitando, ela estava com o cabelo um pouco bagunçado e ele com a blusa aberta, Zayn começou a rir e eu também.
  ― Vão com calma, ok? – disse rindo.
  ― Não fizemos nada demais, relaxa. – Harry disse fechando a camisa.
  ― Ah tá. – Zayn disse rindo também.
   olhou com as bochechas rosa e começamos todos a rir, já estava tarde então resolvemos ir embora, os meninos foram pagar a conta enquanto e eu esperávamos no carro. No caminho até lá ela foi me contando o que aconteceu e por mais que pareça, os dois só ficaram nos amassos, ainda bem, porque ela esta muito nova pra pensar em fazer outra coisa; os meninos chegaram, nos despedimos e fomos embora. No caminho eu acabei dormindo, porque estava tonta e com muito sono; assim que chegamos Zayn me acordou da forma mais carinhosa possível, o senti passando a mão sobre o meu cabelo e fazendo carícias no meu rosto, assim que abri os olhos ele sorriu e me beijou delicadamente.
  ― Chegamos. – ele disse com a voz um pouco rouca.
  ― Enfim... Como estou? – perguntei me ajeitando.
  ― Com cara de quem bebeu muito. – ele riu.
  ― Sério? – disse assustada.
  ― Brincadeira, está linda. – disse ele arrumando meu cabelo.
  ― To falando sério, parece que estou bêbada ainda?
  ― Não, só não falar com sua mãe, vá direto para o quarto. – disse calmo.
  ― Como se fosse possível não falar com ela, já são 3 da manhã e você quer que ela não esteja na sala me esperando? – disse num tom engraçado.
  ― Ela não tá lá, ela está dormindo... No quarto dela, fica tranquila. – ele disse rindo.
  ― Ah, obrigado mesmo por ler a mente dela, to indo. – disse soltando o cinto.
  ― Não está se esquecendo de nada? – disse ele baixo.
  ― Ah, meu celular. – peguei e abri a porta, mas antes olhei pra ele.
  ― Boa noite. – ele sorriu.
  ― Não vai ser boa sem um beijo seu. – senti que fiquei vermelha.
  Ele então pegou no meu queixo e me beijou lentamente, me arrepiei e parei quando me faltou o ar, sorrimos e então fui embora. Entrei em casa tentando não fazer muito barulho, passei pelo quarto da minha mãe e ela estava realmente dormindo, passei pelo quarto da minha irmã e escutei uns barulhos estranhos, Louis devia estar com ela, corri até meu quarto e tranquei a porta, logo corri pro banheiro pra tomar um banho gelado pra ver se eu melhorava, terminei o banho, coloquei minha roupa de dormir e apaguei.

...

  Acordei com uma puta dor de cabeça, estava com muito enjoo e muita sede, não queria levantar da cama, fiquei deitada mexendo no celular até que o Louis bateu na porta e tive que levantar pra abrir.
  ― Bom dia coisinha. – disse ele pulando na cama.
  ― Bom, eu acho. – disse com a mão na cabeça.
  ― A noite foi boa, hein. – ele disse rindo.
  ― Quase, se eu não tivesse de ressaca teria sido melhor.
  ― Eu não acredito que você bebeu. – ele disse assustado.
  ― Shh! Fala baixo, quer que minha mãe escute? – briguei com ele.
  ― Desculpa, mas você é doida. – ele disse me abraçando.
  ― Doido são vocês, que transam com minha mãe em casa. – disse revidando.
  ― O quê? Você escutou? – ele disse aflito.
  ― Até o papa escutaria. – comecei a rir.
  ― Eu disse pra sua irmã calar a boca. – ele disse querendo rir.
  ― Desiste, ela não vai fazer isso, e da próxima vão pro banheiro que o barulho vai ser menos. – começamos a rir e apareceu.
  ― Como foi ontem irmã? – ela perguntou escorada na porta.
  ― Ótimo, me diverti bastante. – sorri ironicamente.
  ― Que bom... Louis vem, o café ‘tá na mesa, vem . – disse ela descendo.
  Eu e Louis nos olhamos e começamos a rir, levantamos e descemos, minha mãe não estava lá embaixo, só meu pai que veio visitar a gente, ele não gostava muito do Louis, então Louis não falava muito, como sempre puxando o saco dele e eu não suportava ver isso, não gosto muito do meu pai desde quando descobri o que ele fazia com a minha mãe, a traiu com as secretárias dele, e quando me lembrava disso eu sentia muita raiva. Terminei meu café e fui pro meu quarto, não suportava ficar lá na cozinha com ele lá, deitei na cama e fiquei mexendo no celular, enquanto fui tomar café meu celular ficou aqui, e quando vi tinha um monte de mensagens do Zayn, várias delas me perguntando se estou bem, que coisa, não podia nem ficar sem responder ele um minuto que ele já se desespera, ele disse que era pra eu me arrumar que a gente ia sair, ele não se cansa de sair né? Fui tomar um banho e me arrumar.
  Zayn já tinha chegado e eu saí correndo sem que meu pai visse, apenas mandei mensagem pra minha mãe que tinha saído com a e como sempre ela disse ”tudo bem”. Entrei no carro e dei um beijo nele por impulso, fiquei com vergonha na hora e ele ficou surpreso, me ajeitei no banco e ele logo deu partida.
  ― Bom dia, preparada? – ele perguntou empolgado.
  ― Depende, não vai ter bebida né? Porque nunca mais quero beber. – disse rindo.
  ― Não sua boba, vou te levar pra um dos lugares mais bonitos da nossa cidade, um dos meus lugares preferidos também. – disse sorrindo.
  ― Tenho até medo. – segurei o riso.
  ― Não precisa. – ele segurou na minha mão e deu um sorriso, o mais lindo que já tinha visto até hoje.
  Não sei ao certo, mas acho que estava começando a gostar dele realmente, mas tinha medo disso acontecer e quebrar a cara lá na frente. Ele é lindo, tem um sorriso encantador, os olhos perfeitos, e aquele cabelo é apaixonante, todas as meninas da escola são afim dele apesar dele não falar muito com ninguém e daí acontece isso logo comigo? Tenho medo de isso ser só uma brincadeira e, além do mais, eu nem sei o que estou fazendo aqui, tentei calar meus pensamentos com medo dele estar lendo, mas dessa vez não senti arrepios nenhum e nem a marca queimando, olhei pra ele e ele me olhou de volta sorrindo, parecia estar realmente feliz, coloquei minhas pernas no banco e liguei o rádio, estava tocando Coldplay a minha música preferida ainda, não me intimidei e comecei a cantar, fiquei bastante empolgada e ele começou a cantar comigo, logo depois começamos a rir, não deu muito tempo e chegamos ao lugar, era bem dentro de uma floresta e parecia que ninguém ia lá. O ar era gelado e gostoso, eu estava até gostando; ele estacionou o carro e saímos, fomos andando um pouco até chegar lá, quando chegamos fiquei encantada, era uma cachoeira linda, tinha muitos pássaros cantando e era perfeita, nunca ia saber da existência dela se ele não tivesse me trazido.
  ― É lindo não é? – ele disse segurando a minha mão.
  ― Perfeito, eu não conhecia aqui. – disse empolgada.
  ― Quase ninguém conhece, eu amo esse lugar, vem. – ele sai andando e me puxa junto.
  ― Aonde vamos? – perguntei curiosa.
  ― Entrar na água. – ele disse já soltando minha mão e tirando a camisa.
  ― Mas eu nem trouxe biquíni. – disse parando no meio do caminho.
  ― Entra de roupa. – ele riu.
  ― Quer saber, que se dane. – tirei minha roupa e fiquei só com as roupas intimas.
  ― Agora você está de biquíni. – ele riu e pegou na minha mão.
  ― Muito igual inclusive. – disse tímida.
  ― Você é linda. – ele sorri e vira de costas. – Sobe aqui.
  ― Tudo bem. – disse rindo e pulei nas costas dele.
  Ele então saiu correndo pra entrar na água que estava muito gelada por sinal; mergulhou comigo ainda nas costas dele, me soltei e nadamos pra mais perto da queda d’água, ficamos ali brincando, jogando água um no outro quando ele mergulhou e sumiu, fiquei procurando-o, olhando de um lado para o outro, quando ele me assustou aparecendo na minha frente. Começamos a rir quando ele me puxou pra mais perto, com a mão na minha cintura, foi chegando mais perto e me deu um beijo, passei meus braços por cima dos ombros dele e com as mãos no cabelo dele dei mais um beijo nele. O melhor era que, pela primeira vez, eu não estava me importando com nada, só queria estar com ele, naquele momento e mais nada.
  ― Eu não poderia ter me apaixonado por alguém melhor que você, não sei nem se existe alguém melhor. – ele sorri ao dizer.
  ― Às vezes acho que isso é loucura, aconteceu tão de repente que fico confusa. – digo abaixando a cabeça.
  ― Não pense assim, se aconteceu foi porque era pra acontecer, e eu tive sorte. – ele me beija no rosto.
  ― Sorte por quê? Não tem nada de interessante em mim. – digo sem me importar.
  ― Sorte porque desde que nasci eu tive sonhos, e neles sempre apareceram você e descobri que nossos destinos foram traçados a partir de que nascemos, achei que eu nunca te encontraria, mas tive a sorte de estudar na mesma escola que você. – senti seu coração bater mais forte.
  ― Pode parecer loucura, mas eu também tive esses sonhos. – digo abraçando ele mais forte.
  ― E por que não me contou?
  ― Porque fiquei com medo de não ser você. – disse triste.
  ― Olha pra mim... Eu te amei durante esse tempo todo e vou te amar ainda mais, eu juro, nada de mal acontecerá a você enquanto eu viver, e não passará um dia sem que eu sinta falta do seu sorriso. – ele acaricia meu rosto e eu dou um sorriso bobo.
  ― Acho que agora eu posso dizer, que você é perfeito e que... Eu estou te amando. – sorri novamente e abracei-o de novo.
  Ele sorriu e me deu muitos beijos, depois disso segurou minha mão e fomos nadando até a queda d’água, ficamos lá observando a passagem por alguns minutos e depois voltamos pra mais perto da borda.

Capítulo 11

  Acordei com o barulho irritante do meu despertador e naquele momento eu tive uma enorme vontade de jogá-lo na parede e voltar a dormir, hoje é segunda, dia mundial da preguiça, então deveria dormir e não estudar, ele começava a tocar mais alto e eu fui com uma das minhas mãos procurá-lo pra poder desligar, fui batendo ela em cima do criado-mudo até achar e quando bati ele parou e caiu no chão, ótimo. Levantei quase deitando de novo, fui direto pro banheiro esbarrando nas coisas, escovei meus dentes meio que de olhos fechados e logo depois me joguei embaixo do chuveiro, água gelada sim, só assim pra eu acordar, assim que terminei fui secar meu cabelo que graças a Deus era fácil de secar, não demorei muito e já tinha terminado, voltei pro quarto pra me vestir. Pronta, passei uma maquiagem básica, peguei minha mochila e meu celular e desci pra tomar café, minha irmã estava dormindo e por um milagre Louis não estava lá em casa, senti até falta, porque gosto quando ele me acorda animado, joguei minha bolsa no sofá e fui andando pra cozinha, minha mãe estava lá terminando o café, me sentei, mas antes dei um abraço nela.
  ― Bom dia filha.
  ― Bom dia querida. – dei um sorriso bobo.
  ― Dormiu bem? – ela me pergunta como de costume.
  ― Sim, igual a uma pedra. – rimos.
  ― Que bom... Tem um tempo? Queria conversar com você. – disse se sentando.
  ― Claro que sim, ainda tenho dez minutos antes de o ônibus passar. – disse mordendo a torrada.
  ― Ok. Então, você não acha que está saindo e voltando muito tarde não? – imediatamente me lembrei de sábado na balada com o pessoal.
  ― Foi só uma vez mãe. – disse desviando o olhar.
  ― E quem é esse menino que vem aqui quase todos os dias?
  ― Quem? – me fiz de desentendida.
  ― . – ela me olhou séria.
  ― É só um amigo da escola mãe, nada demais. – a encarei.
  ― Que amigo é esse que te busca quase todo dia e ainda por cima tem um belo carro? – ela riu, mas voltou à fisionomia séria.
  ― Um amigo da escola ué, amigo da e do Louis também. – dei de ombros.
  ― Ah é amigo do Louis? – parecia irônica. – Então tudo bem, nele eu confio. – ela se levantou.
  ― Nossa, obrigada pela consideração, adota ele também. – disse dramática.
  ― Cheia dos dramas, você esta atrasada Allen. – disse ela batendo no relógio em seu pulso.
  ― Tinha me esquecido dona Alllen Custer. – dei um beijo nela e fui em direção à sala pegar minha bolsa.
  Assim que bati a porta da minha casa eu procurei meus fones na bolsa que como de costume estavam bem embolados, bufei só de imaginar o trabalho que daria desembolá-los, e enquanto ia andando até o ponto fui tentando fazer isso, finalmente tinha conseguido e o ônibus chegou, entrei e logo procurei um lugar pra sentar e por coincidência me sentei ao lado do Liam que também estava com os fones no ouvido, ele sorriu ao me ver e sorri de volta, pluguei os fones no celular e coloquei pra tocar uma música que sempre me animava de manhã Safe and sound – Capital Cities, fiquei cantarolando ela baixinho e balançando a cabeça com o ritmo, os outros alunos que estavam na frente estavam fazendo bagunça como sempre, às vezes achava que estava em um ônibus que seguia caminho à creche, nem parecem que são do segundo ano, revirei os olhos ao imaginar isso e sorri pra mim mesma. Por algum milagre Zayn ainda não tinha me ligado e nem me mandado mensagem, deveria estar dormindo. Fui interrompida dos meus pensamentos quando Liam me cutucou, tirei meus fones e me virei pra ele que estava sorrindo.
  ― O que aconteceu? – perguntei sem entender.
  ― Eu e voltamos. – ele deu mais um sorriso bobo.
  ― Sério? Que ótimo, fico feliz por vocês dois, vocês realmente formam um belo casal. – dei um soquinho no braço dele.
  ― Queria te agradecer... – ele disse sem graça.
  ― Pelo? – perguntei curiosa.
  ― Ela me disse que vocês duas conversaram e que você ajudou muito, obrigado e, se não fosse por você, acho que estaríamos até agora brigados por coisinhas bobas. – ele coçou a nuca.
  ― Ah que isso, ela de certa forma é minha amiga e eu não fiz mais do que minha obrigação. – apertei a bochecha dele.
  Ele sorriu e retomei minha posição anterior, coloquei meus fones e continuei escutando a música. Passando-se dois minutos chegamos ao colégio, olhei pela janela e só de ver a cara deles já me animei, pra não dizer ao contrário. Desci do ônibus ainda com os fones e fui caminhando em direção à entrada, não vi nem , nem Harry, nem e muito menos o Zayn. Que estranho, será que todos resolveram se atrasar hoje? Balancei a cabeça e entrei no colégio indo até o corredor principal e nenhum sinal deles, resolvi ir ao campo onde os meninos já estavam treinando, mal começou o dia e eles já estavam lá, todos aqueles gatos e alguns sem camisa, logo voltei ao meu foco de procurar meus amigos. Já ia dando as costas quando escutei alguém me chamando, era uma voz feminina então presumi que fosse , me virei rapidamente pronta pra dar uma bronca nela por ter me feito esperar e quando vi quem era revirei os olhos. Ally Falk.
  ― Fala. – cruzei os braços.
  ― Vejo que hoje veio sem seu namoradinho né. – ela disse com a voz nojenta que tinha.
  ― Ele só se atrasou, e você me chamou pra isso? – bufei.
  ― Não, só queria dizer que ontem eu estava passando na rua e o vi com a Jehna, eles estavam em um bar e estavam bem próximos, acho bom você ficar esperta. – ela riu e fez toque de mão com suas amigas.
  ― É mesmo? Que ótimo em, quer um prêmio por ter visto isso? Se quiser te entrego aqui e agora e ainda faço uma comemoração. – disse sarcástica.
  ― Nossa, eu tentando te alertar e você vem com ignorância. – ela falou fazendo cara de marra.
  ― O que foi? Está triste porque ele estava com ela e não você? Ah, que dó. – fiz bico. – Quer abraço? – comecei a rir.
  ― Já vi que não dá mesmo pra conversar com você.
  ― Garota presta atenção, ontem a noite ele estava comigo, fomos ao cinema. – arqueei minha sobrancelha. – E além do mais, nem sei por quw ainda estou aqui te dando satisfações e perdendo meu tempo escutando essas baboseiras que saem da sua boca, tchau. – dei as costas e sai colocando os fones no ouvido.
  Aquelas meninas me dão nos nervos, em plena segunda-feira ter que aguentar isso? Ninguém merece. Fui andando em direção ao corredor de volta e vejo que assim que me viu, correu em minha direção com cara de quem estava muito brava.
  ― Vai com calma aí. – disse rindo.
  ― Onde você estava? Eu te procurei em toda parte. – ela cruzou os braços.
  ― Fiz o mesmo que você, fui até o campo ver se você estava com o Harry, mas não achei nenhum dos dois, só a babaca da Ally. – revirei os olhos.
  ― O que ela disse agora? – ela disse respirando fundo.
  ― As mesmas coisas de sempre. – nos viramos e fomos andando em direção à porta principal.
  ― E falando nisso, você viu o Harry? – ela me perguntou como se eu soubesse a resposta.
  ― Não né, se eu disse que não achei vocês dois foi porque não o vi também. – fiz cara de óbvio. – E a propósito, você viu o Zayn?
  ― Não vi... Que estranho. – ela parou pra pensar. – Os dois ainda não chegaram, devem estar aprontando.
  ― Ninguém merece.
  Ficamos lá fora esperando o sinal bater e os meninos ainda não tinham chegado, no último minuto vi Zayn e Harry correndo do estacionamento em nossa direção, fechei a cara antes de eles chegarem e cruzou os braços franzindo o cenho, eles chegaram ofegantes e beijando a gente.
  ― Oi. – disseram em coro enquanto retomavam o fôlego.
  ― Oi? – disse com a voz embargada.
  ― Ei amor, desculpa chegar atrasado, é que o Zayn me deu carona porque meu carro parou no meio do caminho, dai tentamos consertar e quando vi já estávamos atrasados, viemos a mil. – disse ele num tom engraçado.
  ― Não sei não hein , vamos averiguar isso direitinho. – não contive o riso.
  ― , pare. – Zayn disse me cutucando.
  ― Não consegui segurar. – ele sorriu e me beijou na testa.
  O sinal tocou e nós entramos, cada um foi pra sua sala e eu e fomos para a nossa. Aula chata como sempre e eu não estava prestando atenção, não queria nem ver minha nota nesse semestre porque será péssima e minha mãe vai me matar. Senti meu celular vibrar e o peguei escondida com as mãos debaixo da mesa, era uma mensagem do Zayn, quando li logo dei um sorriso bobo, a mensagem dizia “Você está espetacular hoje Mrs. Malik, está de parabéns”. Chamando-me de Mrs. Malik eu me sentia tão boba e ao mesmo tempo feliz, sinceramente eu não sabia o porquê de estar gostando dele, sério, só por causa de um sonho bobo? Ou por causa de uma marca boba? Acho que o que eu estava sentindo era medo de algo pior acontecer, ou seria só atração? Eu gostando de alguém era impossível de se acreditar, depois que terminei meu namoro com o Josh, eu nunca mais consegui gostar de ninguém, não que ele tenha sido o melhor, mas é que amar é uma coisa tão idiota e desnecessária que eu não faço questão. Meus pensamentos são interrompidos quando alguém me chama.
  ― ? – o professor me encara. – Você pode me responder?
  ― Ah... Sim. – disse me ajeitando na cadeira.
  ― Após a Segunda Guerra Mundial, a URSS estruturou um plano de cooperação política com os países do bloco oriental, criando em 1947 o...? – ele olhou pra mim, esperando a resposta.
  No momento tentei me lembrar de algum assunto sobre a Segunda Guerra mundial e nada me veio à cabeça. Senti minha cabeça doer por um instante e me veio a palavra Kominform na cabeça, só podia ser loucura, olhei para a cara do professor me encarava esperando resposta, me arrisquei e respondi.
  ― O Kominform? – fiz cara de confusão.
  ― Muito bem, continuando. – ele se virou e continuou falando.
  Caramba, eu quase levo uma por não prestar atenção na aula, não tinha duvidas de que Zayn estava invadindo meus pensamentos, ele me paga.

...

  Já estava do lado de fora do colégio quando Zayn chegou me abraçando por trás, senti um arrepio e me virei olhando pra ele, seus olhos estavam brilhando olhando diretamente para os meus, aqueles olhos castanhos um pouco claro eram encantadores, ele sorriu com a língua entre os dentes como sempre, levantei um pouco meus pés pra bagunçar o seu cabelo e ele logo fez o mesmo com o meu, isso não era justo, começamos a brincar com isso e logo fomos interrompidos quando Ally chega perto da gente. Precisava mesmo dela perto o tempo todo? Ela me dava nos nervos e minha vontade de voar na cara dela era maior que eu. Logo senti Zayn respirando fundo quando ela chegou, ele também não gostava dela.
  ― O que você quer Ally? – ele perguntou sem paciência.
  ― Então, vamos dar uma festa na sexta e queremos que você vá. – ela entregou um convite na mão dele.
  ― Vamos amor? – ele se virou pra mim, mostrando o convite, pude sentir a ironia em sua voz.
  ― Ah, eu adoraria. – entrei no jogo e dei um sorriso falso.
  ― Mas eu convidei só você Zaynzinho, não ela. – espera aí, ZAYNZINHO? ‘Tá pedindo umas porradas.
  ― Ah só eu? Que pena, não vou sem minha namorada. – ele sorriu tipo se lamentando e jogou o convite no chão.
  Tentei conter o riso mais não aguentei quando vi de longe rindo também, Ally nos olhou nervosa e saiu batendo os pés, Harry e vieram até nós e ficamos rindo igual idiotas. Fomos andando e conversando até o estacionamento e entramos no carro. Liguei na rádio que tocava OneRepublic – Counting Stars, deu um grito quando escutou e logo tapou a boca, era a nossa música preferida, começamos a cantar e nos movimentar dentro do carro, Harry e Zayn olhava pra gente sem entender e apenas riam como se fossemos loucas, não ligamos e continuamos cantando. Parei de cantar quando sem querer meu dedinho bateu na porta e eu dei um grito.
  ― O que houve? – Harry perguntou assustado.
  ― Meu dedinho. – disse choramingando.
  ― Nossa, achei que fosse algo mais importante. – ele começou a rir junto com a .
  ― Queria ver se fosse o de vocês, idiotas. – franzi o cenho.
  ― Não ligue pra eles. – ele beijou meu ombro. – Agora ponha seu tênis antes que isso aconteça de novo. – ele disse num tom de autoridade.
  ― Ok senhor Javadd. – olhei de canto e ele tinha fechado a cara.
  Coloquei meu tênis e chegamos até a casa do Harry, tinha descido com ele o que eu achei estranho, já eram quase 18 horas e estava escurecendo, a mãe dela iria brigar com ela. Não fiz muito caso e apenas me despedi dos dois, voltei pra dentro do carro e seguimos caminho. Aquele silêncio que estava dentro do carro era ensurdecedor, queria fazer algumas perguntar para ele, mas tinha medo dele não querer responder, respirei fundo e tomei a liberdade.
  ― Posso te fazer umas perguntas? – disse olhando paras minhas mãos.
  ― Uma já se foi. – ele sorriu de canto.
  ― Qual sua idade? Ainda não descobri. – tentei não olhar pra ele.
  ― Quer mesmo saber? – ele me olhou e olhei de impulso, assenti com a cabeça e me virei pra frente de novo. – Tenho 21 anos.
  O quê? Não acredito que estava ficando com um cara cinco anos mais velho do que eu, isso parecia ser pedofilia.
  ― Uau. – as palavras sumiram da minha mente.
  ― Não parece? – ele parou no sinal e tirou sua jaqueta.
  ― Não mesmo, achava que tinha uns 18, 19 no máximo. – observei ele tirando a jaqueta, ele estava com uma regata por baixo.
  ― Quem me dera. – ele deu um sorriso bobo.
  ― Nossa, não sabia que você tinha o braço fechado por tatuagens. – disse encantada.
  ― Você gosta? – ele me olhou fixamente.
  ― Eu sou louca pra fazer, mais minha mãe me mataria. – voltei a encarar minhas mãos.
  ― Não tenho só essas. – ele riu pelo nariz.
  ― Sério? – perguntei surpresa.
  ― Sim, tenho por todo o corpo praticamente. – ele se virou pra frente e deu partida no carro.
  Fiquei um tempo sem falar nada encarando minhas mãos o tempo todo, hora e outra olhava pela janela e parecia não chegar na minha casa nunca. Virei-me pra ele de novo e perguntei novamente.
  ― Posso te pedir uma coisa? – minha voz falhou.
  ― Sim, o que quiser.
  ― Será que... Podia não usar seus poderes durante o dia, é que... Às vezes me sinto incomodada, por mais que não estejam sendo usados comigo, mas o fato de lembrar disso sempre me impede de pensar direito. – não ousei olhar pra ele.
  ― Tudo bem, eu não preciso deles. Só quando são pra coisas muito graves, e se você não percebeu, eu não estou mais lendo sua mente. – ele sorriu orgulhoso.
  ― Eu percebi, a não ser hoje na aula de geografia, né Malik. – falei brava.
  ― Como assim? Eu não fiz nada. – ele disse indignado.
  ― Tem certeza? Porque eu não sabia a resposta da pergunta que o professor me fez, e do nada a resposta surge na minha cabeça, pensei em ser você. – dei de ombro.
  ― Mas não fui eu, te juro. – ele deu uma pausa. – Você às vezes se esquece que minha irmã também tem poderes, né? Ela pode ter te ajudado. – ele para em outro sinal.
  ― É mesmo, me desculpe, então peça a ela pra parar de invadir meus pensamentos, me sinto desconfortável. – disse sem jeito.
  ― Tudo bem. – ele sorriu baixo.
  ― Para onde estamos indo? – perguntei ao observar o caminho contrário da minha casa.
  ― Pra minha casa, minha mãe quer conhecer você.
  ― Mas assim? Do nada? Olha como estou vestida, meu cabelo bagunçado, não Zayn. – disse com marra.
  ― Não se preocupe com isso, minha mãe é a pessoa mais simples do mundo, e além disso, você está linda, não a nada de errado com a sua roupa, e seu cabelo, deixa que eu arrumo depois. – tive que rir.
  ― Você arrumando meu cabelo? 'To pagando pra ver essa cena. – ele me olhou de um jeito engraçado.
  ― Está duvidando de mim? Perfeito, adoro isso. – ele fez uma cara convencida.
  Olhei pra ele rindo e peguei meu batom na bolsa, o passei pra dar uma amenizada na situação, afinal, irei conhecer a mãe de Zayn Malik, que a propósito não sei se também é telepata. Ai Deus, fiquei confusa no momento. Cinco minutos depois estávamos em frente a sua casa, saí do carro e deixei minha mochila lá mesmo, Zayn pegou sua jaqueta e ficou pra travar o carro, saí andando na frente quando o senti me puxando pelo cabelo, dei alguns passos para trás e quando me virei dei um soco no braço dele.
  ― Tenho que arrumar seu cabelo. – ele disse tentando fazer um coque.
  ― Precisava puxar assim? – cruzei os braços.
  ― Desculpa. – ele mexeu mais alguns segundos e... – Pronto.
  Abaixei-me para olhar no vidro do carro e até que não estava nada mal, ele fez um coque médio deixando alguns fios da minha franja soltos, pisquei pra ele e fiz um OK com a mão mostrando que estava ótimo, ele estendeu a mão pra mim ir na frente e eu obedeci. Alguns passos antes deu chegar na porta me senti nervosa, minhas mãos começaram a suar e logo ele chegou do meu lado e as segurou. Ele abriu a porta e entramos, não tinha reparado bem naquele dia, mas a cara dele é bem bonita e arrumada, os objetos e porta-retratos na estante pareciam alinhados, logo escutei passos vindo do lado esquerdo da sala, onde tinha um corredor médio, escutei passos vindo da escada que estava do meu lado direito. Não sabia pra que lado olhar então olhei para a esquerda, vi uma mulher linda e jovem vindo em nossa direção, ela tinha cabelos castanhos que batiam um pouco abaixo dos ombros, um corpo bem bonito e o sorriso era incrivelmente igual ao do Zayn. Olhei pra ele surpresa, ela parecia ser tão nova que não parecia ter dois filhos, inclusive a que é a mais velha.
  ― Boa noite querido. – ela beijou ele e se virou pra mim. – Presumo que seja a , estou certa? – sua voz era encantadora.
  ― Sim. – senti que fiquei vermelha.
  ― Você é linda, o Zayn e a falam tanto de você, que eu precisava te conhecer pessoalmente. – ela abriu um belo sorriso.
  ― Falam? – perguntei surpresa.
  ― Até demais. – ela riu e me abraçou me dando um meigo beijo no rosto.
  ― . – olhei pro lado e vi vindo correndo em minha direção, parecia que ia pular em cima de mim e foi quase isso que ela fez.
  ― Ei . – a abracei, que tirou meus pés do chão, esse é o ruim de ser baixinha.
  ― Eu senti tanta saudade sua, como você está? – dia disse me colocando no chão.
  ― Eu estou bem, e você? Por que não me ligou? – disse dando um soquinho em seu ombro.
  ― Não tive tempo, me desculpa. Tanta coisa pra fazer na faculdade que parece que vou ficar doida. – ela começou a rir.
  ― Não é querendo interromper você, mas já interrompendo... – a mãe dele disse. – Vamos sentar no sofá para nós podermos conversar melhor. – ela apontou a direção.
   sorriu e me puxou pelo braço até o sofá, sentei no meio dela e de sua mãe, me senti encurralada, Zayn tinha se sentado na poltrona e apenas ria da cena, eu fuzilava ele com os olhos e ele ria mais ainda, ele então se levantou e subiu me deixando sozinha com as duas. Nesse tempo que ficamos lá conversando eu me apresentei e falei como conheci o Zayn, a mãe dele se apresentou também, o nome dela era Trisha, nome diferente e eu tinha gostado, ela era bastante legal e eu no momento queria ser filha dela, nem parecia que ela tinha poderes ou que seus filhos tinham isso, talvez eles tivesses herdado do pai, do qual não tocaram no assunto, e eu é que não iria perguntar. Já se passavam das 19 horas e minha mãe deveria estar preocupada, pedi licença por alguns minutos e fui até a varanda ligar pra ela. Disse que estava na casa da fazendo um trabalho da escola e que voltaria logo, ela concordou e então eu voltei pra sala. Trisha tinha ido pra cozinha, disse que foi fazer a janta, Zayn ainda estava lá em cima então resolveu me levar lá. Cada degrau que eu subia eu me sentia nervosa, comecei a sentir um calor do nada e subi as mangas da minha blusa até os cotovelos, muito estranho, passamos pela porta que disse ser o banheiro, por outra que era o quarto de sua mãe, pela porta do quarto dela no qual ela parou e apenas me apontou a porta do final do corredor, era o quarto de Zayn, e pra minha surpresa ela estava fechada, ela me deu um empurrãozinho e olhei pra ela com a cara fechada, ela sorriu e entrou no seu quarto.
  Fui andando lentamente até chegar na porta, pensei em abrir direto, mas vai que ele estaria trocando de roupa? Não queria ver a cena, resolvi bater. Escutei sua voz dizendo entra, girei a maçaneta devagar e empurrei a porta devagar também, assim que coloquei metade do rosto pra dentro o vi deitado na cama mexendo no celular, apenas com uma calça moletom cinza, sem camisa e com todas as tatuagens à mostra, senti que fiquei vermelha e logo abaixei a cabeça.
  ― Ah, é você linda, entre. – ele sorriu ao me ver.
  Entrei um pouco tímida e nervosa e fechei a porta e logo pensei que se a mãe dele fosse lá ela iria pensar besteira.
  ― Relaxa, ela não liga pra isso. – ele bateu na cama para eu sentar.
  ― É um pouco estranho. – observei minhas mãos e logo passei os olhos ao redor. O quarto era cheio de desenhos grafitados nas paredes, do lado direito inferior havia uma cômoda com várias latas de spray encima, do lado tinha um suporte para quadros, acima da cômoda tinha um quadro com um desenho, parecia muito da Trisha com a , do meu lado esquerdo havia umas luzes penduradas na parede que mais pareciam pisca-piscas, elas iluminavam um desenho digantesco que tinha lá, não prestei muito atenção no que era.
  ― Eu adoro fazer isso, me sinto bem. – ele se levantou e foi apagar a luz. – Olha. – ele mostrou ao redor e vi alguns desenhos brilhando, pareciam que foram feitos com tintas que brilham no escuro, eu realmente fiquei encantada com eles.
  ― São muitos bonitos, você deveria fazer quadros e uma exposição sabia? – disse me voltando pra ele.
  ― Você acha? – ele sentou na cama.
  ― Sim, são muitos bonitos e você seria um pintor de sucesso. – rimos.
  ― Pra ser isso eu teria que ter uma inspiração. – ele disse segurando em meu queixo.
  ― E você desenhou isso tudo aqui inspirado em quê?
  ― Na minha mãe e na minha irmã. – ele sorriu sem graça.
  ― Perfeito. – dei mais uma olhada em volta e me joguei na cama sem perceber.
  Ele sorriu e se jogou do meu lado, se virou pra mim e ficou mexendo no piercing que eu tinha orelha, eu achava isso engraçado, ele então fez carícia na minha bochecha e eu me virei pra ele, fiquei olhando seus olhos que estavam brilhando como sempre, um sorriso bobo tomou meu rosto e ele me abraçou, fiquei com o rosto em seu peito e isso me facilitava sentir seu cheiro, que era muito bom, passei os olhos pelo seu corpo e pude ver suas tatuagens, fui contando e no meio do tempo acabei me perdendo, eram muitas. Ele me puxou mais pra cima e passou a mão sobre meu lábio inferior e o mordeu, senti um arrepio e mordi o dele de volta, houve sorrisos e nós dois começamos a nos beijar, um beijo lento porem com intensidade, sua língua se enroscava na minha com facilidade e o beijo ficava muito melhor, paramos pra retomar o ar que nos faltava percebi que ele já estava em cima de mim, senti meu coração acelerar mais e fiquei envergonhada. Ele sorriu sem graça e saiu de cima de mim num segundo, ele estava suado e aquilo me deixou com pensamentos insanos.
  ― Acho melhor irmos lá jantar. – ele disse sem graça.
  ― Sim, vamos, elas devem estar nos esperando. – disse ajeitando minha blusa que estava levantada até a metade da barriga.
  Levantei e me ajeitei, ele pegou na minha mão e descemos.
  Ele tem um beijo que depois que começa, se torna impossível de se parar.

Capítulo 12

  Estava sentada na mesa de jantar junto a família do Zayn, Niall havia chegado também então não me senti tão envergonhada, ele parecia ser bem a vontade com a Trisha, tanto que vi ele fazendo algumas brincadeiras na mesa. Zayn parecia estar concentrado na comida, não dizia uma palavra sequer, brincava com o Niall e eu apenas ria, não sei se perceberam mais eu estava sem graça e sem fome alguma. Estava praticamente empurrando a comida goela abaixo só pra não fazer desfeita. Zayn por um momento parou e olhou pra mim, tentei não olhar muito, pois sabia que ficaria vermelha e no momento em que ele me olhou eu lembrei do que tinha acontecido no quarto e o que eu não queria aconteceu, senti meu rosto queimando e sabia que estava vermelha, desviei o olhar direto pro prato e terminei com o que ainda restava lá.
  ― Então, o que pretende fazer depois que acabar o ensino médio? – Niall perguntou de boca cheia.
  ― Bom... – cocei a garganta. – Eu quero fazer faculdade de Arquitetura, mas meu foco mesmo é ser escritora, adoro escrever. – disse sem graça.
  ― Sério? Já fez algum livro ou coisa parecida? – parecia empolgada.
  ― Sim, vários, mas... Prefiro guardar para mim mesma. – sorri forçadamente.
  ― Eu também adorava escrever. – Trisha disse se voltando pra mim. – Às vezes deixava de prestar atenção na aula pra poder escrever poemas ou contos. – ela sorriu.
  ― Que legal. Escrever é maravilhoso. – sorri pra ela e olhei pro Zayn que continuava calado.
  ― Zayn querido, está tudo bem? – Trisha perguntou passando a mão sobre a testa dele.
  Ele apenas balançou a cabeça dizendo que sim e voltou a terminar de comer, Niall e se olharam sem entender nada, ela então resolveu se levantar e tirar o prato dela e do Niall da mesa, Trisha terminou no mesmo instante e também se levantou me deixando sozinha na mesa junto ao Niall e o Zayn. Zayn então terminou de comer e se levantou, fiquei sem graça e levantei também. Fiquei sem entender o que ele tinha, talvez estivesse com vergonha?, ou talvez seria medo de ter feito algo demais e que eu não tenha gostado, se ele resolvesse ler meu pensamento ele ficaria bem ao saber que eu não estou com raiva alguma do que rolou lá dentro. Fui andando até a cozinha que era enorme, as paredes tinham azulejos pretos e brancos ambos decorados com um desenho de flor, a pia ficava ao centro juntamente com o fogão, eles eram interligados e não tem como explicar, tinha armários quase por ela toda, todos embutidos e pretos com brancos também, era tudo muito lindo, parei de olhar ao redor quando esbarrei sem querer no Zayn que estava na minha frente. Olhei pra ele um pouco confusa e ele pegou o prato da minha mão colocando na pia juntamente com o dele, me ofereci para lavar, mas ele não deixou. Dei alguns passos para trás e escorei na bancada que tinha abaixo dos armários, de braços cruzados esperei ele acabar.
  ― Vem. – sua voz era serena e calma.
  ― Tudo bem. – minha voz falhou. Peguei na mão dele que estava estendida esperando a minha e o segui.
  Fomos direto para o seu quarto e nesse um minuto de trajeto ele não disse nenhuma palavra, sua mão estava gelada e agora sim eu estava começando a ficar com medo. Entramos no quarto e ele fechou a porta, a luz continuava apagada e o quarto era iluminado apenas pelo clarão da lua. Olhei no relógio e já era quase oito horas, me sentei na ponta da cama e fiquei olhando para minhas mãos esperando ele dizer algo, ele andava de um lado pro outro do quarto coçando a barba e eu realmente estava começando a ficar nervosa com aquilo, respirei fundo e tomei coragem pra falar.
  ― O que aconteceu? – disse sem olhar pra ele.
  ― Só estou pensativo. – ele se sentou do meu lado.
  ― Vendo você assim me deixa com medo. – me virei pra ele. – Está planejando algo? – perguntei sem querer.
  ― Não, eu realmente apenas estou pensando. – ele ficou me olhando.
  ― Tem certeza? – olhei bem dentro dos olhos dele.
  ― Sim, querida. – ele sorriu de canto e acariciou meu rosto.
  ― Zayn... Hm... – abaixei a cabeça.
  ― Sim? – sua voz saiu quase que um sussurro.
  ― Já está ficando tarde e bem... Eu preciso ir pra casa. – olhei de lado pra ele que estava brincando com meu cabelo.
  ― Caraca, eu tinha me esquecido, deixa só eu por uma camisa e já vamos. – ele me deu um beijo na bochecha e se levantou.
  Segui-o com os olhos enquanto ele andava até o guarda-roupas, fiquei olhando ele escolher a camisa e logo se cansar e pegar qualquer uma que viu na sua frente, ele pegou uma blusa de manga longa cinza, continuou com a calça moletom que estava antes, calçou seu chinelo e se virou pra mim, dando um sorriso engraçado e eu me levantei. Fui caminhando até a porta e quando ia abrindo ele chegou atrás de mim e segurou a porta com a mão, me virei de imediato pra ele que olhava diretamente pros meus lábios, olhei pra ele sem graça e dei um sorriso bobo, ele levantou meu queixo com uma de suas mãos e me deu um selinho e sorriu. Meu coração quase saiu pela boca achando que ele iria fazer algo, sorri sem graça e ele abriu a porta fazendo gesto para eu ir na frente. Enquanto eu ia na frente, ele apressou os passos um pouco e ficou do meu lado segurando a minha mão, achei aquele gesto tão fofo e deitei a cabeça no ombro dele, assim que chegamos lá embaixo vi , Niall e Trisha sentados no sofá jogando vídeo game, fiquei sem acreditar na cena que tinha visto e comecei a rir, me olhou e largou o controle vindo na minha direção.
  ― Vem , vem cá jogar com a gente. – ela puxava meu braço em direção ao sofá.
  ― Eu adoraria , mas eu tenho que ir, minha mãe deve estar preocupada já. – lamentei.
  ― Tudo bem... você me deve essa então. – ela deu um sorriso bobo e me abraçou forte.
  ― Promete não sumir mais? – estiquei meu dedo mindinho.
  ― Prometo. – ela sorriu novamente e entrelaçou nossos dedinhos como forma de promessa.
  ― Bom, te vejo qualquer dia desses. – Trisha disse vindo até mim.
  ― Eu também, espero que não demore muito. – sorri sem graça.
  ― Até mais. – ela me abraçou e beijou meus cabelos.
  ― Até mais , vamos marcar uma competição hein. – Niall veio em minha direção e me deu um abraço fazendo com que meus pés saíssem do chão.
  ― Vamos marcar sim Niall, até mais. – retribui o abraço e ele me desceu.
  Fiz um tchau com a mão e fui andando em direção à porta.

...

  Estava dentro do carro com ele estacionado em frente a minha casa, estava me despedindo do Zayn coisa que eu não queria, tirei o cinto que envolvia meu corpo e me virei para olhá-lo, que parecia triste. Do nada ele me abraçou forte e senti as batidas do seu coração, não sei ao certo se estavam devagar ou aceleradas, ele respirou mais fundo e deslizou sua boca pra me dar um beijo na bochecha, senti um arrepio e meu coração pular. Ele desfez o coque que estava no meu cabelo ainda e mexeu um pouco pra arrumá-lo solto, sorriu quando terminou de arrumar e me deu um beijo, não sei bem, mas estava tendo certeza que o beijo ficava melhor a cada dia que passava, sentia mais emoção; às vezes até achava que nossos lábios se encaixam perfeitamente. Sua mão passou pela minha nuca chegando até o cabelo, ele me puxou pra mais perto e com sua outra mão ele segurou minha cintura, passei as duas mãos sobre o cabelo dele acariciando. Ele estava se inclinando pra gente cada vez mas, senti minha cabeça encostar na porta e percebi que ele estava em cima de mim, desci minha mão para o colarinho da sua camisa e empurrei ele um pouco.
  ― Zayn... – ele me olhava respirando com dificuldade.
  ― Me desculpe, eu acabo me empolgando demais. – ele riu sem graça saindo de cima de mim.
  ― Não tem problema... Mas eu só... Esquece. – virei o rosto me ajeitando no banco.
  ― Ei, eu não queria dizer isso mas... Você precisa ir, sua mãe está impaciente. – sua voz era triste.
  ― Ah, tinha me esquecido. – sorri. – Então, já vou. – me inclinei e dei um selinho nele que antes de separar mordeu minha boca lentamente.
  ― Isso não é justo comigo. – bati nele. – Estou indo.
  ― Tchau. – ele sorriu e quando eu ia abrindo a porta o ouvi me chamar. – Quer que eu te busque amanhã?
  ― Pode ser, mas não pare aqui em frente, me espera no ponto.
  ― Tudo bem. – ele acariciou meu braço e eu apenas sorri e saí.
  Caminhei com pressa até a porta e quando abri dei de cara com Louis e minha mãe sentados no sofá conversando e tomando café, eu acho, os dois me olharam de imediato e eu fiquei assustada. Louis logo colocou o que estava bebendo em cima da mesinha de centro e veio correndo me abraçar, seu abraço foi tão forte que me falou o ar, me esquivei para que ele pudesse me soltar e ele não fez isso.
  ― Hm, Louis, você esta me sufocando. – disse com pouca voz.
  ― Estava com tanta saudade que não quero te soltar. – ele disse com uma voz fofa.
  ― Louis, é sério. – tentei falar firme mas a voz falhou.
  ― Tá legal chata. – ele me soltou e pude respirar novamente. – Também não te abraço mais. – ele disse cruzando os braços e voltando para o sofá.
  ― Drama.com. – disse revirando os olhos.
  ― Boa noite filha, como foi o trabalho? – ela disse dando um gole no café.
  ― Bom... F-foi trabalhoso. – ela me encarou percebendo que gaguejei.
  ― É mesmo? Qual era o assunto? – ela deu mais um gole.
  ― Ãaa... – enrolei e Louis prendeu o riso. – Ah, o que tem pra comer? Estou morrendo de fome. – disse andando até a cozinha.
  ― . – parei de andar. – Estava com aquele amigo da escola de novo, né? – ela disse séria.
  ― Unff... – bufei. – Tá legal, estava na casa dele com a irmã dele e o namorado dela e a mãe deles também, estávamos jantando e depois jogamos vídeo game. – menti o final.
  ― Na casa do Zayn, ? – Louis perguntou me olhando malicioso.
  ― Sim Lou, fui lá porque a queria me ver. – disse me sentando do lado dele.
  ― Ah que legal, a irmã dele é muito legal e engraçada. – ele disse rindo.
  ― Realmente. – ri com ele.
  ― , ele te trouxe em casa? – ela continuava séria.
  ― Sim. – engoli seco.
  ― Qual a idade dele? – ela cruzou a perna.
  Eu e Louis nos entre olhamos e tentamos pensar na mesma idade naquele momento.
  ― Dezoito, dezenove... – eu e Louis dizemos ao mesmo tempo. – Dezenove, dezoito. – nos olhamos de novo e respiramos fundo. – Na verdade eu nem sei. – respondi de vez.
  ― Louis responde você que é amigo dele. – Louis agarrou minha mão e apertou.
  ― Aí! – disse entre dentes e ele parou.
  ― Tem dezenove mesmo Lilian. – ele disse com a voz trêmula.
  ― Queria tanto acreditar nisso, mas tá difícil. – ela se levantou e foi até a cozinha.
  ― Tá legal, no três a gente corre. – Louis sussurrou e contou com os dedos, assim que deu três nós dois saímos correndo tentando subir a escada antes que minha mãe aparecesse na sala.
  Assim que chegamos lá em cima nós dois caímos na gargalhada e fomos pro meu quarto, ele queria conversar comigo e não poderia ser no corredor. Quando entrei me joguei na cama jogando minha mochila no chão, Louis sentou na cadeira que ficava na minha mesa de computador e ficou rodando igual criança. Me sentei na cama e fiquei encarando o Louis esperando ele começar a falar o que ele queria.
  ― Porque ‘tá me olhando assim? To ficando com medo. – ele disse parando de rodar na cadeira.
  ― To esperando você falar o que quer. – cruzei minhas pernas.
  ― Ah sim, tinha esquecido. – ele começou a rir igual um bobo.
  ― Jura? Nem tinha percebido. – ironizei.
  ― Tá, mais então, você e o Zayn? O que está rolando? – ele cruzou os braços.
  ― Como assim? Não está rolando nada ué. – me fiz de desentendida.
  ― Ata, primeiro você não quis sair comigo naquele dia, depois você saiu e quando viu o Zayn ficou nervosa e com raiva, ai depois você sai com ele e agora estava na casa dele, beleza. – ele me olha desconfiado.
  ― Eu estava com a e não com ele. – revidei.
  ― Sei muito bem a , sei muito bem essa amizade e vocês duas. – ele me olha engraçado e não contive o riso.
  ― Ah Louis, qual é? Vai me dizer que eu não posso ter uma amizade com a irmã dele? – fiquei intrigada.
  ― Pode, mas a relação de vocês não é nada mais e nada a menos do que a de cunhadas. – ele mordeu os lábios quase rindo.
  ― Claro que não. – taquei um travesseiro nele que colocou os braços na frente pra se defender.
  ― Ah, qual é , você sabe que pode contar comigo. – ele se sentou do meu lado.
  ― Minha melhor amiga é sua irmã e não você. – fechei a cara.
  ― Nossa, beleza to saindo. – ele se levantou e ia saindo.
  ― Não. – chamei. – Volta aqui, vamos conversar.
  ― Sabia. – ele se convenceu. – Agora me diz, faz tempo que vejo essa marca no seu braço, o que é? – ele passou a ponta dos dedos em cima dela.
  ― Não foi nada. – puxei o braço de volta.
  ― Foi ele não foi? – ele sussurrou.
  ― Ele quem? – arregalei os olhos.
  ― Olha, eu conheço o Zayn desde que nós éramos pequenos, eu participei da sua vida, pelo menos dezesseis anos dela. – ele parecia aflito.
  ― Me conte mais. – me virei pra ele esperando ele falar.
  ― Bom... Ele foi morar na minha rua quando eu tinha seis anos, ele sempre foi quieto, quase não saia de casa, sempre via ele na janela olhando eu e meus amigos brincando na rua, eu achava que a mãe dele não deixava ele sair, mas depois descobri que era seu pai, na maioria das vezes via o pai dele tirando ele da janela e fechando-a para que ele não pudesse ver a gente, um dia senti muita vontade de chamá-lo, vi que o pai dele tinha saído e então corri pra chamá-lo, pude ver a felicidade em seus olhos quando ele me viu. – ele riu e seus olhos brilharam. – Ele apenas me abraçou e agradeceu, saímos correndo e ficamos o dia todo ali brincando até o pai dele chegar e estragar tudo. – ele respirou fundo. – Eu detesto lembrar disso e... – abracei ele e massageei suas costas.
  ― Não precisa terminar... O pai dele era tão ruim assim ? – perguntei ainda abraçada com ele.
  ― Você não tem ideia de como. – ele me soltou.
  ― É por isso que ele é tão quieto ainda? – deitei na cama abraçando o travesseiro.
  ― Ele sempre foi assim, mesmo depois que seu pai faleceu, não sei por que, mas ele nunca foi muito de se abrir. – ele disse brincando com as mãos.
  ― Oh, sinto muito pela perda dele. Mas, como sabe da marca? – voltei no assunto.
  ― Eu tenho uma. – ele sorriu.
  ― Mas como é? Vocês por acaso são gays? – ri sem querer e ele também.
  ― Não, é que... Aconteceu sem querer, ele estava tentando me proteger do pai dele no dia e ainda não sabia o tamanho da força que tinha, isso não significa que ele me ama. – ele riu pelo nariz.
  ― Ufa, já ia bater em vocês dois agora. – demos uma boa gargalhada.
  ― Me conta como aconteceu isso? – ele me encarou e eu assenti com a cabeça.
  ― Eu não me lembro bem, porque ele já apagou minha memória várias vezes, então não sei bem explicar como foi, só lembro que eu acordei e vi isso no meu braço, às vezes sinto queimar, mas só quando ele esta invadindo meu pensamento, coisa que ele já parou de fazer. – olhei pro chão.
  ― Que bom né, e ... Eu realmente espero que vocês se deem bem, e muito, Zayn é um cara precioso e é mais forte que a irmã... Ele é muito sentimental e eu não sei o que pode acontecer se ele se sentir com raiva. – ele segurou minha mão e a beijou.
  ― Eu sei disso, e já senti isso... Mas eu não consigo entender o porquê disso tudo estar acontecendo comigo, logo comigo, eu nem falava com ele.
  ― Ele te contou do sonho? Foi por isso que te levei aquele dia, ele queria ter certeza de que era você mesmo. – ele foi se afastando.
  ― Louis, eu te mato. – disse entre dentes e pulei em cima dele que estava de costas.
  Ele começou a rir e abriu a porta do quarto correndo comigo nas costas, ele fez um circulo que na verdade mais parecia um ovo pelo corredor dos quartos, logo depois desceu as escadas e quase caiu no último degrau, eu gritava pra ele parar de correr e rodar porque eu estava ficando tonta, mas ele não me escutava, minha mãe levou um susto quando o viu correndo e quase a atropelando. Depois de eu estar completamente tonta e ele cansado, nos jogamos no sofá e começamos rir.
  ― Às vezes acho que vocês seriam melhor como namorados do que como amigos ou cunhados. – minha mãe disse rindo.
  ― Mãe! – escutei gritando enquanto descia a escada. – A namorada dele sou eu e não essa idiota aí. – ela fechou a cara.
  ― Às vezes eu também acho isso Lilian, ao contrario da , a não é rabugenta. – ele estava brincando com fogo.
  ― Louis. – dessa vez foi eu.
  ― Já chega. – veio batendo o pé em nossa direção. – Temos que conversar Louis. – ela puxou ele pelo braço e ele olhou pra mim com uma cara muito engraçada que não me deixou conter o riso.
  ― Você também hein mãe. – disse rindo.
  ― Não pense que eu esqueci da nossa conversa mocinha... – antes que ela terminasse eu já estava na metade da escada.

...

  Eu, e estávamos no refeitório esperando os meninos chegarem, aproveitamos pra discutir sobre o nosso projeto de ciências que tínhamos pra fazer, faltava um mês mas já queríamos dividir tudo. Ficamos por uns 10 minutos separando as partes de cada uma quando eles resolveram chegar. Cada um deles beijou suas namoradas na boca e Zayn me beijou na testa, eu não pensei muito pra não me chatear. De longe pude ver Ally rindo com suas amigas, respirei fundo e guardei a raiva pra mim.
  ― Do que estão falando? – Liam perguntou abraçando .
  ― Sobre o projeto da Feira de Ciências. – respondi logo.
  ― Caramba é mesmo, tinha me esquecido. – Harry disse espantado.
  ― Qual seu tema? Posso te ajudar se quiser. – respondi depressa de novo e senti que Zayn tinha me encarado.
  ― Meio ambiente, eu acho. – ele respondeu confuso.
  ― Ótimo, bem fácil de se desenvolver. – sorri ao dizer toda atrapalhada com os papeis e um lápis no cabelo.
  ― Ei, eu to aqui. – disse o cutucando.
  ― Eu sei princesa. – Harry riu e a abraçou.
  Estava começando a me sentir desconfortável ver todos daquele jeito, todos no romantismo e eu com a cara grudada nos papeis e o pior, sem ouvir nenhuma palavra do Zayn. Jared tinha chegado e se juntado a nós, só ele mesmo pra me fazer rir e me desconcentrar naquele momento, ele ficava fazendo piadas e falando mal das meninas, se eu não o conhecesse tão bem diria que ele era gay, mas como conheço a muito tempo sei muito bem que não é, porque a namorada dele é linda e todos babam nela, bom, pelo menos o Harry babava. Ficamos mais alguns minutos ali até o sinal tocar para a próxima aula, que pra minha sorte era educação física, não fiz nada como sempre, fiquei sentada na arquibancada vendo os meninos treinarem, vi alguém chegar do meu lado e as meninas rapidamente saíram. Pude sentir o cheiro e era o Zayn.
  ― Ah... Oi. – disse sem graça.
  ― Você está bem? – perguntou meio seco.
  ― Eu acho que sim e você parece que não. – encarei minhas mãos.
  ― Estou bem, preciso só me distrair.
  ― Não sou uma distração pra você? – minha voz saiu triste.
  ― Sim e muita, mas... É apenas saudades do meu pai, só isso. – ele deitou a cabeça no meu ombro.
  ― Eu realmente sinto muito. – tirei seu boné, acariciei seu cabelo e o baguncei um pouco.
  ― Adoro quando faz isso com meu cabelo, me sinto bobo. – ele solta um sorriso.
  ― Assim que eu gosto de te ver, sorrindo. – ele levantou a cabeça e olhou pra mim, fazendo carinho na minha bochecha.
  ― Você é linda, adoro seus olhos, sua boca, seu cabelo de pico... – ele começou a rir e dei um soco nele.
  ― Pico é o seu, olha isso daqui, minha mão nem entra. – começamos a rir e brincar um com o cabelo do outro.
  Dei uma olhada de relance e vi Ally nos observando, por acaso ela está nos seguindo? Virou alguma investigadora? Ninguém merece.
  ― Vamos provocá-la? – ele sorriu.
  ― Vamos. – entrei na brincadeira.
  Ele então fingiu estar brigando comigo e gritando, me levantei e apontei o dedo pra ele fingindo estar gritando, ele então se levantou e segurou no meu braço com força, tentei não rir pra parecer verdade e quando olhei pra ela, ela estava rindo e pulando, comemorando nossa briga falsa. Pra acabar com a alegria dela Zayn pegou nos meus dois braços e me subiu, facilitando pra eu passar minhas pernas pela cintura dele e meus braços pelo seu pescoço, ele segurou na minha cintura e deu um sorriso, colocou a franja atrás da minha orelha e então me beijou, um beijo que foi delicioso, ele parou pra rir durante o beijo, sabia que ele estava rindo da Ally e eu ri também. Ele desceu as arquibancadas comigo no colo dele e quando chegou na grama ele me colocou no chão e tirou seu boné colocando em mim e me beijando logo em seguida.
  Antes de sair vi Ally sapateando de raiva de mim.

Capítulo 13

  Acordei antes do despertador, droga, tentei dormir e não consegui mais, rolei na cama várias vezes em busca do sono e sem resposta, odeio quando isso acontece, perco o sono completamente e depois fico com sono o resto do dia. Faltavam poucos minutos para a hora que eu realmente tinha que acordar e eu já estava irritada. O despertador enfim tocou e eu desliguei no primeiro grito que ele deu, levantei e fui arrastando os pés até o banheiro, escovei meus dentes, joguei água gelada no meu rosto pra ver se acordava e depois me joguei embaixo do chuveiro só que dessa vez com a água quente. Tentei relaxar o máximo possível lá embaixo, mas não podia demorar muito. Desliguei o chuveiro, me enxuguei e fui me trocar, não fazia ideia de com que roupa iria pro colégio hoje, então peguei a primeira que vi na minha frente e vesti, fiz um rabo de cavalo alto, peguei meu celular e meus óculos e desci.
  Por um momento achei que estava sozinha em casa, mas seria meio impossível naquela hora da manhã, mamãe ainda não tinha acordado e tinha ido dormir na casa do Louis pelo que me lembro. Fui até a cozinha e procurei algo rápido no armário pra comer, peguei o suco na geladeira e me sentei-me à mesa. Enquanto comia eu ficava olhando pra janela que dava pro quintal, viajando e lembrando naquele dia na casa do Zayn, não sei por que, mas aquilo mexeu comigo, vê-lo deitado na cama só de calça moletom e suas tatuagens todas à mostra era de tirar o folego. Voltei pra realidade quando minha mãe apareceu na minha frente estalando o dedo para que eu acordasse. Apenas um susto quando olhei pro relógio e já estava na hora de eu ir pro colégio, engoli o biscoito que comia depressa e empurrei com o suco, dei um beijo na minha mãe e sai correndo com pressa. Nos meus fones tocavam The Neighbourhood - Sweater Weather, essa música me acalma de certa forma que nem eu sei explicar, o ônibus tinha chegado e eu entrei me sentando no primeiro lugar vago que vi e por um milagre estava vazio, afinal, o ônibus estava praticamente vazio, será que hoje não terá aula e não to sabendo? Não dei muita ideia e continuei escutando musica.
  Quando cheguei logo avistei sentada no banco com o Harry, os dois pareciam discutir, Zayn estava perto deles, digamos que poucos centímetros de distância, e Liam estavam sentados no outro banco que não era longe de onde todos estavam. Desci do ônibus e fui andando devagar até eles, quando Zayn me viu logo abriu um sorriso bobo e veio em minha direção me abraçando e me dando beijos, me olhou triste e saiu de perto do Harry pra vir me abraçar, e Liam me olharam lamentando e eu fiquei sem entender nada.
  ― Alguém pode me explicar? – olhei pro rosto de cada um.
  ― Ai amiga. – ela respirou fundo e levantou os olhos. – Eu vou matar o Harry. – sua voz já estava embargada.
  ― O quê? Por quê? – estendi as mãos sem entender.
  ― , eu já disse que não foi culpa minha... – ele disse tentando se explicar e o ignorou.
  ― Zayn o que aconteceu? – me virei pra ele.
  ― Bom... – ele piscou várias vezes e olhou pra trás. – Não sei ao certo, mas parece que a Jehna o agarrou. – ele fez cara de lamentação.
  ― Harry? – me virei pra ele esperando ele me dizer.
  ― Eu não fiz nada eu juro, eu estava saindo do campo porque tinha recebido a mensagem da falando que já tinha chegado e bem na saída aquela vadia me encurralou e me agarrou. Bem na hora a chegou, não consegui nem me explicar. – ele disse triste.
  ― ? – a encarei.
  ― Eu não vou falar com ele, se ele não quisesse ele a tinha empurrado, coisa que ele só fez depois que me viu. – ela disse seca.
  ― , Liam... Vocês viram algo? – apontei pra eles.
  ― Quando chegamos os dois já estavam brigando. – ela respondeu.
  ― Tudo bem, vou lá naquela biscate agora. – entreguei minha mochila pro Zayn e entrei no colégio procurando a Jehna.
  Fui empurrando algumas pessoas que entravam na minha frente atrapalhando meu caminho, eu realmente estava começando a ficar nervosa, passei pelos corredores dos armários e nenhum sinal dela, resolvi ir até o campo e lá estava ela junto com a Ally, bufei só de ver aquela cena e apressei os passos pra chegar mais rápido. Quando cheguei, elas rapidamente cortaram o assunto pra me olhar, a cara delas era de espanto e deboche ao mesmo tempo.
  ― Então, qual de vocês foi o gênio? – olhei pra cada uma e encarei Ally.
  ― Por que está me encarando louca? – ela cruzou os braços.
  ― Porque tenho certeza absoluta de que a ideia foi sua, aliás, uma péssima ideia. – falei irritada.
  ― Que ideia? Quando eu digo que é louca ninguém me escuta. – ela fez deboche.
  ― Olha aqui GalinhAlly, se você acha que fazendo sua amiguinha agarrar o Harry vai fazer com que ele e terminem, você esta muito enganada! Isso só deixou eles mais apaixonados um pelo outro. – disse apontando o dedo pra ela.
  ― A ideia nem surgiu de mim, ela fez por vontade própria, era com ela que ele deveria estar e não com sua amiguinha ridícula. – respirei fundo pra não atacá-la.
  ― Mas felizmente, ela é bem mais bonita que vocês e foi ela quem o Harry escolheu, só lamento por vocês, não posso fazer nada e nem vou. – a encarei.
  ― Beleza, se você não vai fazer nada nós vamos, principalmente com seu namoradinho falso, esse namoro de vocês não existe, sei que é tudo uma farsa. – ela deu um passo à frente.
  ― Olha o que a inveja faz com a pessoa, né? Eu não vou mais perder meu tempo aqui batendo boca com você que não vai me levar a lugar algum. Mas eu espero que você seja esperta e não tente fazer nada outra vez, se não você não vai gostar nada das consequências. Passar bem. – dei as costas.
  Saí andando com raiva e num segundo já estava lá em frente ao colégio. me encarava esperando que eu dissesse algo, mas eu não disse. Zayn me olhou e não disse nada também, já imagino que ele saiba o que tinha acontecido, pensando bem, ele poderia muito bem me falar quem é o errado da historia com um simples gesto. Preferi não pedir isso a ele, quanto menos ele usasse seus poderes, mais ele esqueceria que os tinha e agiria como uma pessoa normal. Depois de muitas encaradas de todos, resolvi me pronunciar.
  ― É o seguinte, a ideia foi da Ally, mas ainda desconfio. E Harry, se você estiver errado eu quero que fala logo, porque se eu descobrir depois você vai estar ferrado. – falei firme. – Então, o que tem a dizer?
  ― Ela que me agarrou , eu juro pela minha vida. – sua voz era de súplica.
  ― Tudo bem, espero que não tenha defendido o errado.
  ― Eu nunca faria isso, eu amo a e nunca trairia ela, ainda mais com a vaca da Jehna. – ele fez cara de nojo.
  ― Tudo bem. – fez marra por alguns segundos, mas não demorou pra ela pular no pescoço dele para abraçá-lo e beija-lo.
  ― Então... – Zayn disse nos olhando. – Se vocês não perceberam, o sinal já tocou e esta praticamente no final da primeira aula. – todos se apavoraram e saíram correndo.

...

  Fim de mais um dia de aula e eu estava mais exausta do que nunca, apesar de não ter assistido a primeira aula, nas outras eu quase me matei copiando as matérias, fora a aula de educação física na qual fui obrigada a fazer exercício. O professor passou umas séries de corridas e outras coisas mais, eu quase morri de tanto que corri e só de lembrar já me desespero. Estávamos no estacionamento encostados ao carro do Zayn conversando, como era sexta- feira estávamos pensando aonde iríamos; pensamos em várias coisas, mas sempre o foco vinha para balada. Não queria ir pra balada porque eu não queria beber e eu não ia conseguir ser firme quando alguém me oferecesse. Pensamos mais e resolvemos ir a uma festa do irmão do Niall, Zayn nos sugeriu essa ideia quando ligou pra . Na verdade eu achava mesmo era que eles estavam se comunicando telepaticamente.
  ― Então ficamos assim, pego vocês as oito, combinado? – Zayn disse empolgado.
  ― Por mim tudo bem. – e Harry assentiram.
  ― , minha irmã disse pra você se arrumar lá em casa, ela esta com saudades de você. – ele se virou pra mim.
  ― Sério isso? – perguntei sem acreditar. – Tudo bem, mas preciso ir em casa pelo menos falar com minha mãe e pegar minha roupa.
  ― Como quiser. – ele me deu um beijo e entramos no carro.

  Assim que cheguei em casa eu subi correndo pro meu quarto pra pegar minha roupa, escolhi um vestido e uma sandália, não pensei em levar maquiagem porque deveria ter, peguei minha pulseira preferida e meu perfume. Enfiei tudo na bolsa se qualquer jeito e sai com pressa, mamãe estava na sala com , Louis na cozinha fazendo algo pra comer e eu com pressa.
  ― Aonde vai com tanta pressa assim? – perguntou me olhando torto.
  ― Vou a uma festa do irmão do namorado da minha amiga, não sei se vou voltar tarde então vou dormir na casa dela. – disse indo correndo pra porta.
  ― Ei, sua mãe aqui sou eu, quem é essa sua amiga? – ela perguntou brava.
  ― mãe, se lembra? – me virei pra ela e vi Louis vindo correndo.
  ― Diga que mandei um abraço pra ela, faz tempo que não a vejo. – ele disse sorrindo e lhe lançou um olhar ameaçador.
  ― Digo sim, agora tenho que ir, Zayn esta me esperando. – deixei escapulir que ele estava comigo.
  ― Como? , você esta acompanhada daquele rapaz de novo? Você não vai sair. – ela se levantou e me encarou.
  ― Mas mãe, o que tem demais? – perguntei. – Ele é só meu amigo.
  ― O que tem? O que tem é que ele é velho demais pra você ficar saindo com ele assim. – ela caminhava em minha direção.
  ― Louis é velho e nem por isso você briga por eu andar com ele. – revidei.
  ― Ei, só tenho vinte e dois anos , não sou tão velho assim. – ele fez voz de bebê e não pude deixar de rir.
  ― Louis é seu cunhado e disso tenho certeza. Como vou saber se ele não vai te fazer mal? – seu tom era de preocupada.
  ― Mãe confia em mim, você quer falar com ele? – ela se espantou.
  Antes mesmo que ela pudesse me responder escutei a campainha tocar, corri pra abrir e vi o Zayn escorado na porta com as mãos no bolso da calça me olhando. No mesmo instante olhei pra minha mãe que estava de boca aberta olhando pra ele, me assustei, não sabia o que estava passando pela cabeça dela ao vê-lo; pra minha sorte ele estava de jaqueta e suas tatuagens escondidas. Ele sorriu e me chamou, olhei pro relógio e já estava próximo das seis e meia, já ia saindo quando minha mãe me chamou de volta.
  ― A que horas você volta? – ela disse olhando pro relógio.
  ― Não sei a que horas a festa termina, por isso disse que dormiria lá na casa dele... Com a . – completei.
  Nesse momento Zayn tomou a liberdade de entrar e caminhar até minha mãe parada no centro da sala, ele estendeu a mão pra ela que estendeu de volta, ele beijou a sua mão e deu um sorriso encantador, pude ver o sorriso dela escapando pelo canto de sua boca.
  ― Não se preocupe dona Lilian, minha irmã e eu cuidaremos dela. – disse convincente.
  ― Tudo bem. – o quê? Não sabia que seria fácil assim. – Mas assim que chegar, me liga avisando, quero ter certeza de que está bem. – ela completou.
  ― ‘Tá bom, eu ligo. – fui até ela e dei um beijo em seu rosto. – Te amo mãe. – dei as costas e ia saindo com o Zayn.

  Já na casa do Zayn eu estava no quarto com a , ela estava escolhendo alguma roupa pra vestir e estava ficando nervosa. Ria ao ver a situação e tentava ajudar mas era em vão. Eu já estava pronta, faltava apenas terminar a maquiagem. Tomei um susto quando escutei o grito da de finalmente, ufa, finalmente dizia eu, graças a Deus ela tinha encontrado uma roupa. Ela não demorou muito pra vestir e quando vi ela estava linda, estava com uma blusa coladinha ¾ e uma saia alta rodada, ela colocou uma sapatilha e fez um penteado no cabelo, isso tudo foi muito rápido. Terminei a maquiagem e coloquei minha pulseira, estava completamente pronta. terminou sua maquiagem num segundo, saímos do quarto e descemos, Zayn ainda não tinha descido, apenas Niall estava lá, não entendemos e eu resolvi subir. Fui andando pelo corredor um pouco nervosa até chegar em frente a porta do quarto do Zayn, bati na porta e não escutei nada então resolvi abrir. Fui empurrando a porta devagar, entrei com a cabeça baixa olhando pra maçaneta e quando levantei o Zayn estava com a camisa na mão pra colocar, ou seja, ele ainda estava sem camisa.
  ― Oh, desculpe... Eu não sabia. – disse virando o rosto.
  ― Eu já estava colocando. – ele deu uma pausa. – Pronto.
  ― Pronto? – sorri.
  ― Eu que te pergunto. – ele sorriu. – Você esta pronta? – ele estendeu a mão.
  ― O que achou? – segurei a mão dele e ele me rodou.
  ― Maravilhosa. – ele então me puxou pra perto dele colando nossos corpos e me beijou.
  ― Isso me causa certos arrepios. – disse encostando a testa no seu peito.
  ― Eu sei disso. – ele riu. – É por isso que eu faço.
  ― Idiota. – dei um tapa nele e ele me abraçou forte.
  ― Vamos, temos que buscar Harry e . – ele me soltou, mas continuou segurando minha mão.
  Descemos as escadas depressa e nos despedimos dos dois que iam no carro diferente. Entramos no carro e seguimos caminho até a casa do Harry.

...

  ― Está muito barulho aqui não consigo te ouvir. – disse colocando uma das mãos no ouvido.
  Zayn pegou minha mão e me levou lá pra fora perto da piscina, a proposito, a casa do irmão do Niall é linda, Greg tinha um bom gosto pra decoração. Paramos em frente à piscina aonde tinha menos barulho e o Zayn se pronunciou.
  ― Agora pode dizer. – ele respirou aliviado.
  ― Eu disse que eu queria ir jogar aquele jogo do copo, mas não quero beber e perder a consciência. – ele gargalhou.
  ― Fique a vontade, você sabe que eu cuidarei de você querida. – ele acariciou meu rosto.
  ― Mesmo assim tenho medo, tomei trauma de perder a memória. – dei um gole no meu refri.
  ― Isso não vai acontecer e se quiser posso te mostrar depois tudo o que aconteceu. – ele riu.
  ― Não quero... – briguei. – Tudo bem, eu jogo mas só se você jogar comigo. – desafiei.
  ― Como quiser senhorita Malik. – seu sorriso foi mais aberto dessa vez. Ele pegou minha mão e me levou até o segundo andar aonde acontecia a brincadeira.
  Corremos até chegar lá e quem estava brincando era Niall e Greg, estava do lado apenas rindo de tudo, não sabia onde e Harry estavam e se soubesse não iria atrapalhar. Fim de jogo, Greg ganhou fazendo o Niall beber praticamente todos os copos cheios, ele rapidamente pegou a bebida e enchei os copos novamente, catou todas as bolinhas que estavam espalhadas e dividiu entre mim e Zayn. Bolinhas entregues, copos cheios e tudo pronto, antes de começar o jogo Zayn me olhou num tom desafiador no qual me fez rir e duvidar ao mesmo tempo. Greg deu o sinal e Zayn iniciou tacando a primeira bolinha, sem sucesso, comemorei e então era minha vez, sem sucesso também, dessa vez quem riu foi ele e logo tacou mais uma bolinha pra fora, todos em volta vibravam a cada jogada enquanto eu e ele apenas nos encarávamos. Joguei mais uma bolinha e BOOM, bem em cheio, Zayn bateu os pés fazendo pirraça e virou o líquido de uma vez só, era sua vez e mais uma vez ele errou. Joguei de novo e acertei novamente, estava começando a me achar boa de mira, Zayn jogou a bolinha sem eu prestar atenção e quando a vi já estava girando dentro do copo, todos comemoraram e eu virei o líquido de uma vez também. Alguns minutos se passaram e nosso jogo estava empatado, 5x5, era nossa ultima bolinha então tentei me concentrar, por sorte ainda não estava vendo tudo turvo por conta da bebida, que por sinal era bastante forte. Vez do Zayn e acompanhei bem atenta os seus movimentos, sua bolinha rodou em torno da boca do copo e eu fiquei desesperada, já ia gritando não quando sua bolinha caiu fora. Dei um pulo de alegria e logo retomei pra fazer a minha jogada. Respirei fundo várias vezes e joguei, ela parecia que ia em câmera lenta e quando eu menos esperei a bolinha caiu dentro do copo, não acreditei no momento até quando olhei pra cara dele que estava muito engraçada, sem demorar ele bebeu o líquido e veio até mim, eu queria beber mais e pra não deixar a bebida no copo eu a virei também.
  ― Vou querer revanche. – disse ele me beijando.
  ― Pode ser agora se quiser. – o beijei de volta.
  ― Você joga bem. – vi Greg se aproximar e me cumprimentar.
  ― Ah obrigado, vi que você também joga, parece ter prática. – gargalhamos.
  ― Bem pouca. – ele disse fazendo sinal de mais ou menos com a mão.
  ― Sei. – duvidei e então gargalhamos de novo. – Qual o próximo jogo? – perguntei e Zayn me olhou surpreso.
  ― Vamos começar com a brincadeira dos limões agora. – ele disse empolgado.
  ― Como que brinca? – fiquei curiosa.
  ― É assim, fazemos uma roda e cada jogador terá uma dose de bebida a cada rodada, cada um terá um numero em ordem crescente no sentido horário, sendo assim nós bebemos a dose e falaremos nossos próprios números e algum outro numero que estiver na roda... – é bem difícil de entender apenas falando. – Vem, vendo você vai entender. – ele nos chamou e eu e Zayn o seguimos.

  Depois de vários jogos possíveis que consegui jogar, eu já não aguentava mais beber, minha cabeça girava e eu não enxergava nada ao redor, Zayn parecia estar um pouco tonto também, estava rindo atoa, Harry e deram as caras quando estávamos brincando de bicho bebe, foram tantas brincadeiras e tantas bebidas diferentes que já estava me falhando a memória. Estávamos sentados à beira da piscina vendo o movimento sem fim de pessoas dentro daquela casa, Greg parecia ser um cara de muitos amigos e colegas, ele era bem gente boa e tinha um poder de convicção e persuasão. Senti um embrulho no estomago então levantei correndo tentando achar algum canto para que eu pudesse vomitar, não ia aguentar chegar ao banheiro. Comecei a botar tudo o que eu tinha bebido pra fora, e acreditem, não foi pouca coisa, parecia que tinha ligado uma torneira e esquecido aberta. Retomei-me um pouco quando senti uma mão na minha cintura, pensei em ser a do Zayn, quando ia olhar senti vontade de vomitar de novo. Aquela mão massageava minhas costas e às vezes dava um leve tapinha pra ajudar, me recuperei dos enjoos e me virei pra ver quem era. Assustei-me só de saber que não era o Zayn e que se ele visse aquela cena ele ia fazer um estrago. Logo me afastei do rapaz desconhecido tirando a mão dele da minha cintura. Tentei voltar até onde o pessoal estava e quando cheguei já vi o Zayn em pé me esperando.
  ― Esta tudo bem? – ele perguntou com a voz embriagada.
  ― Sim, foi só um enjoo, nada demais. – disse com a mão na barriga.
  ― Tudo bem, quer ir embora? – ele colocou a mão na minha cintura.
  ― Se não se importar. – disse o abraçando.
  ― Tudo bem. – ele entrelaçou sua mão na minha e virou pro Harry avisando que estávamos indo.

  Chegamos à casa do Zayn e me surpreendi quando vi as horas, já se passavam das três da manhã e eu nem me toquei, não tinha jeito, eu realmente teria que dormir lá. não voltaria hoje eu acho então que dormiria no quarto dela sozinha, coisa que eu não queria era dormir sozinha, ainda mais na casa dos outros. Trisha estava dormindo e só tinha eu e Zayn acordados, peguei minhas roupas no quarto da e Zayn me deu uma toalha para que eu pudesse me secar, fui direto ao banheiro pra tentar me livrar daquele mal estar e do cheiro do álcool. Depois de alguns minutos ali coloquei meu shorts jeans e minha blusa que tinha usado pra ir pra escola, pois saí com tanta pressa que não peguei minha roupa de dormir. Sai do banheiro indo em direção ao quarto da guardar minhas coisas e meus olhos já estavam pesando, mas antes de dormir decidi ir ao quarto de Zayn desejar boa noite pra ele.
  Dei duas batidas na porta e ele não me atendeu, pensei que ele estivesse no banheiro, esperei alguns segundo sem resposta então resolvi abrir a porta devagar sem fazer barulho, dei um sorriso bobo ao ver a cena. Ele estava com sua calça moletom, sem camisa e todo esparramado na cama de bruços, já estava dormindo e pelo visto o sono parecia já estar profundo. Aproximei-me lentamente e dei um beijo em seu cabelo que estava totalmente bagunçado, dei as costas e quando ia saindo escutei sua voz.
  ― Espera. – ela soou rouca. – Deixa eu te dar um beijo de boa noite também.
  ― Achei que estivesse em sono profundo. – disse envergonhada.
  ― Estava, mas senti que você estava aqui e me lembrei de que precisava te dar boa noite. – ele se sentou na cama meio perdido.
  ― Tudo bem. – abaixei a cabeça e me aproximei dele.
  Ele puxou minha mão com força me fazendo cair na cama também, ele então me envolveu com seus braços e pude sentir o calor do seu corpo, ele então se ajeitou no centro da cama ainda abraçado comigo, jogou uma de suas pernas em cima da minha, a minha perna estava no meio, a outra dele embaixo e a minha outra embaixo da dele, estavam entrelaçadas. Minha cabeça estava na altura de seu peito, ele desceu sua mão até a minha cintura e me puxou pra mais perto. Senti seus lábios em minha testa e logo depois seu queixo se ajeitando acima da minha cabeça. Envolvi meus braços pelas costas dele e me encolhi em seu colo.
  ― Boa noite amor. – ele sussurrou e espera ai... Ele me chamou de amor?
  ― Boa noite... Malik. – sussurrei de volta sem graça.
  Fiquei mais alguns minutos acordada esperando ele dizer algo, mas ele não disse, quando percebi ele já estava respirando fundo e dormindo. Não aguentava mais manter os olhos abertos e sem pensar duas vezes dormi também.
  E entre todos os abraços o seu era o melhor deles.

Capítulo 14

  Acordei com uma claridade batendo no meu rosto, pra ser mais exata nos meus olhos, isso fez com que quando eu abrisse os olhos minha cabeça doesse mais do que já estava, mas porque diabos ela doía tanto? Lembrei-me dos primeiros momentos da festa do Greg e não consegui lembrar mais depois, abri mais os olhos e olhei ao redor, não estava no meu quarto, me espreguicei e sentei um pouco perdida, esfreguei as mãos na minha cara e quando olhei pra frente vi o Zayn sentado na cadeira com as pernas esticadas sobre a ponta da cama me olhando. Levei um puta susto quando o vi assim que até achei que meu coração ia sair pela boca.
  ― Bom dia. – ele disse calmo.
  ― Bom dia, eu acho. Você me assustou. – disse prendendo o cabelo que devia estar monstruoso.
  ― Desculpa. – seu sorriso escapou pelo canto da boca.
  ― Que horas são? – tentei abrir mais os olhos.
  ― Nove e meia. – ele jogou as costas na cadeira.
  ― O quê? Porque acordei tão cedo assim? – me joguei na cama.
  ― Talvez pela claridade que estava batendo em seu rosto. – ele se levantou e passou pela lateral da cama.
  ― Acabei de me lembrar de que foi isso mesmo. – cobri meu rosto com o travesseiro.
  ― Você dormiu bem? – ele se sentou na cama do meu lado.
  ― Sim, melhor impossível, sua cama é confortável. – tirei o travesseiro e encarei-o.
  ― Eu também gosto dela. Você fica tão linda quando tá dormindo. – corei.
  ― Você não dormiu a noite foi isso? – revidei envergonhada.
  ― Dormi, boba. – ele sorriu. – Mas é que acordei antes de você e pude observar. – ele se deitou.
  ― Idiota, sou ridícula, ainda mais dormindo. – tapei o rosto com as mãos e ele tirou.
  ― Perfeita, isso sim. – seu sorriso se alargou e ele me deu um beijo.
  Seu beijo era doce, naquele momento tinha gosto de morango, sua respiração estava ofegante e seu coração bastante acelerado. O beijo foi ficando bastante quente e o calor foi tomando conta de mim me fazendo puxar ele pra mais perto de mim. Seu peito estava colado no meu e quando passei a mão pelas suas costas senti que estavam fervendo, arranhei-as com um pouco de força que eu tinha, ele passou a mão pela minha nuca chegando até o meu cabelo, seus dedos adentraram pelo meu cabelo puxando-os. Inclinei-me pra frente e cheguei um pouco pra cima, ele se virou e ficou por cima de mim, nossa respiração se misturou e ele começou a beijar meu pescoço, a cada toque do seu lábio eu ia sentindo um arrepio. Ele parou e me olhou por um momento, aproveitei pra retomar o ar que me faltava, olhei para seu pescoço e vi seu suor escorrer até seu peito, tirei minhas mãos de suas costas e fui descendo com elas até o seu peito limpando o suor. Ele meio que se sentou em cima de mim e começou a desabotoar minha camisa, senti que naquele momento meu coração ia pular pra fora, ele sorriu enquanto abria cada botão lentamente, me deixando com vergonha. Enquanto ele abria minha blusa eu analisei cada parte do seu corpo, desde seu peito com sua tatuagem nele, até a sua cintura com sua outra tatuagem, a calça moletom pegava um pouco abaixo da cintura mostrando sua cueca, seu abdome definido me tirava a concentração. Senti um choque passando pelo meu corpo todo, foi quando escutei alguém batendo na porta do seu quarto, ele rapidamente saiu de cima de mim abotoando a blusa de volta. Ajeitei-me na cama e me cobri fingindo estar dormindo, ele se levantou arrumando o cabelo e foi abrir a porta.
  ― Bom dia querido, atrapalhei algo? – a voz da Trisha era suave e doce.
  ― Não mãe claro que não. – sua voz saiu quase que um sussurro.
  ― Ela ainda não acordou? – ela falou baixinho.
  ― Não. – abri o olho e rapidamente fechei quando vi ela vindo até mim.
  Senti sua mão passando nos meus cabelos e logo um beijo na testa.
  ― Ela é linda filho, uma boa menina. – senti certo entusiasmo.
  ― É sim mãe, a mais linda de todas. – o senti sentando na ponta da cama.
  ― Bom, não vou atrapalhar... Assim que ela acordar vocês vêm tomar café. – abri uma brechinha do olho e vi-a beijado a testa dele e descendo.
  Quando escutei o barulho da porta se fechando pude soltar o ar que eu estava prendendo e suspirar de alívio, olhei pro Zayn e ele me olhava um pouco envergonhado, senti que tinha ficado vermelha e me sentei na cama desviando o olhar.
  ― Me desculpa, a emoção falou mais alto. – ele passava a mão fazendo carinho na minha perna.
  ― Não tem problema, acho que não era pra ser. – desviei o olhar.
  ― É verdade. – ele suspirou e eu fui até ele e o abracei forte.
  ― Vamos comer? – disse pra quebrar o clima.
  ― Agora, estou varado de fome. – ele me beijou no rosto e me levantou junto com ele.
  Descemos pra tomar o café, assim que cheguei na mesa e dei uma olhada, ela estava recheada de coisas gostosas, tinha pão, torradas, algumas frutas e entre elas o morango, entendi o porquê do gosto do beijo, tinha suco, café, leite, geleia e uma coisa que eu amo: Nutella. Sentei-me logo ao lado do Zayn e peguei uma torrada e passei Nutella, coloquei suco no meu copo e comecei a comer, Zayn pegou o morango e passou nutella nele também, ele tomava café, Trisha estava na cozinha fazendo panquecas e eu estava tentando saber pra onde ia aquele tanto de coisas, descobri quando escutei a porta da sala se abrindo e uma voz, era .
  ― Família... – a porta fechou. – Cheguei. – ela completou.
  ― Estamos na cozinha. – Zayn respondeu.
  ― Bom dia. – Niall disse chegando antes dela.
  ― Bom dia Niall. – eu e Zayn dizemos em conjunto.
  ― Bom dia queridos. – disse empolgada.
  ― Bom dia filha, a festa acabou agora ou você que chegou tarde mesmo? – Trisha perguntou enquanto colocava as panquecas na mesa.
  ― A festa acabou logo depois que e Zayn foram embora, eu dormi lá e quando acordei ajudei o Greg a limpar algumas coisas lá, depois viemos embora. – ela disse levando um pedaço de mamão na boca.
  ― Ah sim, se divertiu?
  ― Bastante. – ela se se sentou à mesa e Niall do lado dela.
  ― Estou morrendo de fome. – Niall disse pegando uma panqueca.
  ― Sempre teve fome. – Zayn revidou.
  ― Olha quem fala. – Niall riu e comeu um pedaço da panqueca.
  ― Vai começar... – disse dando um gole no seu suco.
  Os dois começaram a se implicar e eu apenas comia sem entender nada, tentei manter minha boca cheia o máximo possível pra não ter que falar nada. A cena dos dois estava ficando cada vez mais engraçada e eu me segurava pra não rir enquanto tomava meu suco. Os dois pararam quando a Trisha disse um basta, não em um tom de ignorância, mas em um tom de parem de falar e terminem o café, os dois se calaram e continuaram a comer. Já estava satisfeita e não sabia o que fazer, continuei sentada na mesa até que alguém se levantasse. se levantou primeiro e eu a segui. Estávamos lavando nossos copos e ela estava me olhando de um jeito como se quisesse saber algo, logo pensei comigo “como se você não soubesse né”, fiquei a encarando, quando ela terminou pegou na minha mão e me levou até o quarto dela, fiquei assustada e me sentei na cama, ela começou a rir e se sentou no chão na minha frente.
  ― Me conta. – ela bateu palma de leve. – Quero saber de tudo. – completou.
  ― Contar o quê? – olhei desconfiada.
  ― O que aconteceu, eu já sei que você dormiu com ele, os pensamentos dele estavam perturbados. – ela riu.
  ― , você não pode invadir os pensamentos dele, e aliás, nem os meus, coisa que você fez esses dias. – cruzei os braços.
  ― Ele faz isso comigo sempre quando o Niall dorme aqui, e a propósito, eu te ajudei aquele dia porque o professor ia descontar ponto seu. – ela me olhou com marra.
  ― Mesmo assim... Mas te respondendo, não rolou nada. – encarei minhas mãos.
  ― Rolou sim, eu senti os pensamentos perturbados e pervertidos dele. – ela repetiu.
  ― Agora você vai dizer que consegue sentir tudo o que ele sente também? – ironizei.
  ― Boa parte sim, tem uma parte da nossa mente que é interligada, então tudo o que ele sente eu sinto também. – ela se levantou e sentou do meu lado.
  ― Não sabia disso... – desviei o olhar. – Mas... Foram só alguns amassos até a sua mãe bater na porta. – suspirei.
  ― Sério que ela fez isso? Não acredito. – sua voz mudou.
  ― Sim, mas foi só pra chamar a gente pro café, eu fingi que estava dormindo na hora, estava ofegante demais pra ter um diálogo com ela no momento. – gargalhamos.
  ― Você não acha cedo demais pra isso? – ela segurou na minha mão.
  Nesse momento que olhei pra mão dela pude ter uma visão limpa e clara de uma briga minha e de Zayn por conta de um teste de gravidez. Soltei a mão dela rapidamente e retomei o ar que me faltou na hora.
  ― Ei, calma... Só não se apresse pra isso ok? – ela me abraçou.
  ― Tenho que parar de pegar na sua mão, não gosto dessas visões. – lamentei.
  ― Prometo não fazer isso mais, mas é que realmente não está na hora disso acontecer. – ela deu um sorriso meigo pra mim.
  ― Como foi com você? Também teve visões? – as perguntas saíram sem querer.
  ― O quê? Eu não faço isso, por mais que tenha vinte e dois anos eu ainda sou virgem. – falou firme.
  ― Ah desculpe, mas vamos mudar de assunto... – ela sorriu. – Cara, preciso ligar pra minha mãe, prometi que ligaria quando eu chegasse aqui e olha só as horas. – me desesperei.
  ― O que está esperando? Liga agora. – ela riu me entregando o celular.
  Liguei pra minha mãe e avisei-a que meu celular tinha acabado a bateria e por isso não liguei. Foi difícil convencer ela mas depois de muito explicar ela acreditou em mim, bom, acreditou nas coisas que eu disse a ela que parte maior era mentira. Eu e descemos até a sala e encontramos Niall e Trisha jogando vídeo game, novamente não acreditava no que estava vendo, Trisha ganhando de Niall no jogo Just Dance, com toda certeza, Niall não sabia dançar e Trisha estava dando um banho nele. Fui até a cozinha e vi Zayn preparando o almoço, resolvi ir ajudá-lo, antes disso ele pediu que eu fosse até o seu quarto e pegasse qualquer camisa pra ele não acabar queimando a barriga. Subi rapidamente as escadas e cheguei ao quarto dele, não fazia nem ideia de que blusa eu pegaria, abri seu guarda-roupas e fui passando os cabides para ver se achava uma regata, um dos cabides agarrou em alguma coisa e quando eu puxei com força uma caixa caiu no chão. Abaixei-me rapidamente pra pegar ela que caiu aberta e quando olhei tinham vários desenhos, fiquei pasma quando foliei as folhas, nelas tinham vários desenhos de uma pessoa, e por incrível que pareça essa pessoa se parecia comigo. Nessas folhas tinham datas e pude ver que eram antigas e tinha apenas uma recente, nessa folha eu estava sentada em um banco sozinha e ele estava de longe. Na hora me lembrei do dia que fui ao bar com o Louis e a e ele veio atrás de mim, me arrepiei e guardei as folhas temendo que ele aparecesse, coloquei a caixa exatamente no seu lugar, peguei a camisa e desci.
  ― Aqui está. – entreguei a camisa a ele que logo a vestiu.
  ― Obrigado. – depositou um beijo em minha bochecha.
  ― De nada. No que devo te ajudar? – disse sem graça e um pouco nervosa.
  ― Você sabe cozinhar? – ele riu.
  ― Claro que sim né. – não contive o riso.
  ― Então faz o arroz primeiro e depois você me ajuda a montar a lasanha.
  ― Ok.

  Depois do almoço, eu e Zayn subimos pra descansar, sim, era pra descansar mesmo. Enquanto ele estava sentado na mesa desenhando eu fiquei deitada na cama brincando com o gato dele, não contei mas ele tinha um gato, preto e do olho maravilhosamente amarelo, parece meio macabro mas não era, o gato se chamava Mingau e era super dócil. Zayn estava tão concentrado que nem sequer olhou para trás, o gato já tinha dormido e eu estava começando a ficar com sono também. Antes que eu caísse no sono eu fiquei observando o Zayn que estava sem camisa novamente, pude ver sua tatuagem que tem perto da nuca, era uma rosa, meus olhos novamente rodearam pelo seu corpo e quando senti meus olhos pesarem por conta do sono que eu estava eu o chamei.
  ― Zayn... – minha voz soou rouca.
  ― Sim. – ele respondeu sem olhar pra trás.
  ― Estou com sono... Você se importaria se eu dormisse? – minha voz estava embriagada.
  ― Não, claro que não. – ele se virou e sorriu pra mim.
  ― Tudo bem... Quando o Louis chegar com as minhas roupas você pode me acordar?
  ― Não precisa, eu as pegarei pra você, não quero que acorde só pra isso. Descanse o tempo que quiser. – ele se levantou e me beijou.
  ― ‘Tá bom. – fechei os olhos e escutei-o sussurrando.
  ― Bom descanso. – depois disso eu apaguei.

  No meu sonho eu estava em um lugar totalmente deserto e sozinha, parecia estar desesperada e corria muito, olhava para todos os lados e não via nada além de areia e escuridão, sentia que alguém me seguia e parecia que eu estava correndo pra um lugar sem fim, meu susto maior foi quando eu cheguei em um certo ponto e não conseguia mais correr, me faltava o ar e a sede tomava conta. Foi nessa hora que senti uma tremedeira e minhas pernas bambearem, já ia caindo quando a pessoa que estava me seguindo me levantou pelo pescoço e apertou com muita força. Não conseguia ver o rosto dessa pessoa mas eu me debatia desesperada com falta de ar, podia escutar no fundo a risada de quem me enforcava e quando já não conseguia mais respirar senti meu braço queimar e eu acordei. Zayn me olhou com o susto que tomou quando eu me levantei com tudo chorando, eu suava frio e estava tremendo, no mesmo momento ele parou do meu lado e me acolheu em seus braços me abraçando e me acalmando. Ele desceu correndo e voltou com água, tomei-a pensando em passar o nervosismo e estava conseguindo. Zayn ainda me abraçava e fazia carinho em minha cabeça, mesmo sem entender nada, ele não me soltou mais nenhum segundo. Depois de alguns minutos eu me retomei do susto e pude explicar pra ele o que tinha acontecido.
  ― Calma, foi só um pesadelo... Não é real. – ele dizia enquanto me fazia carinho.
  ― Não quero morrer sufocada nunca. – disse choramingando.
  ― Você não vai boba, eu nunca vou deixar nenhum mal te acontecer. – ele me beijou.
  ― Promete? – olhei dentro de seus olhos.
  ― Eu prometo. – sua voz soou serena e calma.
  ― , sua marca... – disse ele olhando pro meu braço.
  ― O quê? – perguntei assustada.
  ― Está mais vermelha do que antes. – seu tom de voz foi preocupante.
  ― O que isso significa? – comecei a temer.
  ― Nada demais. – não acreditei e realmente eu estava com medo.

  Louis havia chegado com minhas roupas e ficou ali por alguns minutos conversando com o Zayn, fiquei no sofá com a e a conversando enquanto os três conversavam perto da porta. Era incrível a maneira de como Zayn e Louis se davam tão bem, pareciam que eram irmãos, as brincadeiras que eles faziam um com o outro eram tão engraçadas e sadias que às vezes esquecia que ele tinha esses poderes e que o Louis sabia e tinha uma marca, que no qual ele ainda não tinha me mostrado. Pelo o que eu entendi as meninas estavam marcando algo para hoje à noite, e pra ser bem sincera eu não estava nem um pouco afim, bebi tanto na noite passada que não queria festa e nem balada por pelo menos um mês. Mas ia adiantar alguma coisa dizer não pra ? Ela tinha o dom de me convencer a fazer qualquer coisa e eu realmente tinha medo disso. Elas chamaram os meninos e disseram o que íamos fazer essa noite, íamos para uma festa a fantasia, dessa vez de uma amiga da faculdade da . Mas espera aí... Festa a fantasia exige uma fantasia e não tinha nenhuma, me neguei a ir a essa festa quando me encarou e disse que já sabia a fantasia perfeita pra mim, tremi só de pensar em qual seria essa fantasia. A festa começaria as 21h00 e já eram 18h22, não perdemos muito tempo ali conversando e fomos nos arrumar.
  Quando vi a fantasia me recusei a vestir aquilo, e disseram que iria ficar linda em mim e eu realmente não queria, bati o pé dizendo que não iria vestir aquilo e não teve jeito. Discutir com elas é uma perca de tempo, depois de muito espernear eu vesti a fantasia, estava vestida como a rainha de copas e o vestido era hiper curto, e sinceramente, o Zayn ia pirar quando visse eu vestida daquele jeito. Elas me fizeram usar um salto e me maquiaram até, quando terminaram eu me olhei no espelho, não admiti mas eu estava linda. Elas ficaram boquiabertas e logo trataram de se arrumar. Fiquei andando de um lado pro outro no quarto pra me acostumar com o salto até elas acabarem, foi até o banheiro me deixando sozinha com a .
  ― . – chamei baixinho.
  ― Sim . – ela respondeu, mas não olhou pra mim, estava se maquiando.
  ― Você acredita em destino? – ela me olhou no instante e demorou a responder.
  ― Sim... Acredito que meu destino tenha sido traçado exatamente com o Niall... – ela deu uma pausa e me encarou. – Mas por que a pergunta?
  ― Não... Nada... Só curiosidade. – desviei o olhar.
  ― Não me diga que... Como você os achou? – ela já parecia saber dos desenhos.
  ― Eu fui pegar uma camisa que ele me pediu e a caixa caiu... Eu não sei, fiquei pasma quando vi aquilo. – disse confusa.
  ― Não desacredite, aquilo realmente aconteceu e eu sei, porque várias vezes acordei no meio da noite pra correr até o quarto dele acalmá-lo. – ela sentou do meu lado.
  ― Sério? Sério, eu achei que já tivesse aceitado mas isso está sendo demais pra mim ainda. – abaixei a cabeça.
  ― Eu te entendo, mas uma hor... – interrompemos a conversa quando chegou.
  ― Como estou meninas? – ela perguntou dando uma voltinha.
  ― Comestível, como sempre digo. – respondi logo.
  ― Está linda amiga, deixa eu terminar e já vamos. – disse se voltando ao espelho e terminando sua maquiagem.

  Minutos depois estávamos todas prontas e saímos do quarto, fomos direto pra sala onde nos encontramos com os meninos, soltei uma gargalhada quando vi a fantasia do Louis estava vestido de presidiário, Niall de capitão américa e o Zayn de zorro. Zayn estava completamente gato e quando me viu ficou um bom tempo de boca aberta, parecia que tinha visto um fantasma. Cheguei nele e dei-lhe um beijo e ele estava com sorriso de orelha a orelha.
  ― Uau. – disse ele segurando miha mão e me rodando. – Você esta maravilhosa.
  ― Ui, recebi uma cantada do zorro. – disse rindo. – Você está muito gato, muito mesmo.
  ― Me daria a honra de te acompanhar na festa essa noite rainha de copas? – ele segurou minha mão e a beijou.
  ― Claro senhor Zorro Malik. – me curvei.
  E cada dia que passava realmente estava me apaixonando mais do que deveria.

Capítulo 15

  A festa só estava começando e eu ainda não tinha bebido nada, na verdade eu não queria, pois a não saia do meu lado. Não aguentava mais ficar parada e fui dar uma volta pelo cerimonial onde estava acontecendo a festa e era realmente lindo e enorme. Não consegui nem imaginar quanto custou aquilo, mas o que eu podia dizer é que aquele jardim era enorme e ele era em forma de labirinto, estava toda decorada e alguns pontos iluminados, a parte gramada tinha mesas e cadeiras e no salão era totalmente pra pista de dança, tinha luzes neon, pulseiras e tudo mais. Estava voltando pra mesa onde estávamos, tinha muita gente e eu mal conseguia passar, senti um esbarrão e foi tão forte que quase cai, fiquei nervosa com aquilo quando pensei em me virar pra ver quem tinha feito aquilo e vi um homem alto e moreno, estava vestido de Samurai então não pude ver direito seu rosto. Ia dando as costas quando ele me puxou pelo braço.
  ― O que foi? – gritei devido ao som alto.
  ― Me desculpa por esbarrar em você, está tão cheio aqui que não vi. – ele disse se aproximando do meu ouvido.
  ― Ok, tudo bem, não foi nada. – gritei de novo. – Agora tenho que ir.
  ― Tudo bem mesmo? – ele foi soltando meu braço.
  ― Sim, tudo bem. – me afastei e saí.
  Fim do salão e eu pude respirar, lá dentro estava muito quente e abafado, ficava difícil de respirar. Me dirigi até a mesa e quando cheguei todos já estavam lá. Eles me olharam juntos e ficavam me encarando esperando que eu dissesse algo, sacudi os ombros e me sentei do lado do Zayn.
  ― Aonde você foi? – ele me encarou.
  ― Fui dar uma olhada aqui, e é bem legal. – tomei o copo da mão dele e dei um gole.
  ― Desde quando você bebe? – perguntou assustada.
  ― Hm... Não sabia que era bebida. – tentei disfarçar.
  ― Não vem com essa. – ela me encarou. – Mas tudo bem, hoje pode.
  ― Ah, sim. – passei os olhos ao redor pra disfarçar.
  ― , eu estou começando a ficar preocupado. – Zayn sussurrou no meu ouvido.
  ― Por quê? – dei mais um gole da bebida.
  ― Quando chegar em casa a gente conversa. – ele olhou para os meus lábios e logo desceu até o meu braço.
  Naquele momento me lembrei de quando ele disse que a minha marca estava mais vermelha do que antes, tentei não ficar com paranoia a festa toda então comecei a beber pra me distrair.

  As horas se passavam e mais pessoas iam chegando e sinceramente não sei como estava cabendo tanta gente assim lá dentro, continuava sentada na mesa, Louis e tinham saído pra dançar, e Niall foram ao jardim labirinto e eu continuei na mesa com o Zayn. Ele me olhava às vezes e sorria e eu ficava com vergonha, não sei por que isso ainda acontecia, parecia que a gente ainda não se conhecia. Senti uma mão encostar no meu ombro e eu gelei, só pude ver o momento em que o Zayn levantou a cabeça e fechou a cara, me virei rapidamente pra ver quem era e eu não acreditava. Era o Samurai, pedi mentalmente para que aquilo não estivesse acontecendo e pra ser bastante sincera eu estava temendo o pior. Ele sorriu pra mim e veio se abaixando na direção do meu ouvido; não sei por que, mas a visão que tinha era do Zayn voando no pescoço dele e matando ele ali mesmo.
  ― Posso? – ele se referiu a cadeira eu acho. Antes mesmo que eu respondesse ele já tinha se sentado.
  ― O que te traz aqui? – não olhei pra ele e bebi um pouco da bebida.
  ― Consegui te achar finalmente. – coisa que eu não queria.
  ― Desde quando estava me procurando? – encarei espantada.
  ― É, desde quando? – Zayn chegou mais perto.
  ― Desde que esbarrei com você lá dentro. – engoli seco.
  ― Esbarrou? – Zayn me encarou.
  ― Sim, queria ter certeza de que ela estava bem. – ele sorriu.
  ― Estou bem, muito bem. – dei mais um gole.
  ― Ótimo saber... Então, de onde você é? – sério que ele quer prolongar mesmo essa conversa?
  ― Sou daqui mesmo. – me ajeitei na cadeira.
  ― Legal, eu também. – ele gargalhou. – Você gostaria de dançar? – gelei e no mesmo momento pensei que estaria morta.
  ― Não obrigada, estou bem aqui. – respondi logo.
  ― Ah vamos, não seja má comigo. – droga, droga, droga.
  ― Ela já disse que não cara, por que não vai chamar outra? – Zayn disse já irritado.
  ― Ei calma aí jovem, você é alguma coisa dela? – ele respirou fundo.
  ― Não deu pra perceber? – Zayn estalou os dedos, lá vem briga.
  ― Não, você ficou parado sem tomar atitude. – seu tom de voz aumentou, comecei a ficar com medo.
  ― Quer ver eu tomar atitude agora? – Zayn deu um sorriso sarcástico.
  ― Ninguém vai fazer nada, parem vocês dois. – gritei.
  ― Samurai ou seja lá o que você for, é melhor você ir antes que isso daqui piore. – Zayn disse ainda em pé.
  ― Quem vai me obrigar? – ele rebateu.
  ― Zayn, por favor. – olhei temendo que ele fizesse algo. – Samurai vai embora, você não vai querer arrumar briga com ele. – disse firme.
  ― Por que não? E afinal o que ele é seu? – ele se virou pra mim.
  ― Meu namorado... – disse seca.
  ― Na boa, se eu fosse seu namorado eu não ficaria parado enquanto outro tivesse chamando ela pra dançar. – ele provocou.
  ― Você provocou a pessoa errada. – Zayn disse já querendo avançar e me levantei na frente dele.
  ― Não. – me virei pra ele e o encarei. – O que eu disse sobre poderes? – disse entre dentes.
  ― Qual foi? Não vai fazer nada? – o cara ainda estava querendo briga.
  ― Da pra você ir embora daqui? Ou se não eu vou deixar ele arrebentar sua cara. – disse já irritada.
  ― Ah que isso Dama de Copas, você não vai fazer isso né? – ele sorriu e se aproximou, empurrei-o.
  ― Não duvida, agora tchau. – me sentei na cadeira de novo e ele nos encarou por alguns momentos e saiu.
  ― Você só esbarrou nele? Foi isso? – Zayn perguntou e estava coçando a barba.
  ― Sim, foi quando eu estava voltando pra cá pra mesa. – virei de vez a metade da bebida que estava no copo.
  ― Ele já estava perdendo a noção do perigo, e você esta bebendo demais, não acha?
  ― Eu nem comecei, pretendo beber ainda mais. – me levantei e fui pegar outra bebida.
  Ele ficou sentado na mesa me encarando com raiva enquanto eu estava no bar que tinha lá com um garçom servindo as bebidas que a gente pedia. Pedi um flamejante de menta, não sei ao certo se teria coragem de beber depois de ver aquele líquido verde pegando fogo, contei até três mentalmente e tomei a dose de vez, sim aquilo desceu queimando minha garganta, mas estava gostoso. Logo depois pedi um drink feito com tequila, eu não sabia nem sequer o nome do drink, só queria beber. Quando voltei pra mesa todos já tinham voltado e eu me sentei e comecei a beber, basicamente sem pausas entre os goles, Zayn me fuzilava com os olhos e eu no momento não estava me importando. nos olhava sem entender nada, ou talvez estava entendendo, mas não disse nada, e Louis estavam se agarrando e isso não me surpreendia nem um pouco, minha cabeça estava começando a girar, minha visão ficando turva e por algum motivo eu estava rindo atoa. Zayn tomou o copo da minha mão e jogou a bebida fora, fiquei com raiva e fechei a cara pra ele, me levantei pra ir pegar outra, quando cheguei no bar dei de cara com o Samurai, isso só podia ser brincadeira.
  ― Opa, vai com calma aí nas doses Dama, assim vai ficar bêbada fácil. – ele sorriu levantando o copo.
  ― Me deixa. – bebi mais uma dose de flamejante.
  ― Só estou tentando te ajudar. – ele deu um gole na sua bebida.
  ― Você já atrapalhou demais por hoje. – o encarei.
  ― Me desculpa por aquela hora, eu não quis... – ele soluçou. – Provocar seu namorado. – completou.
  ― Ah não se preocupe, esquece isso. – mais uma dose de flamejante.
  ― Mas então, qual é o seu nome? – ele colocou os cotovelos no balcão.
  ― . – desceu queimando a dose.
  ― Luke, prazer. – ele deu um sorriso.
  ― Vai continuar sendo Samurai pra mim. – sorri ironicamente.
  ― Tudo bem. – ele levanta as mãos em forma de rendimento.
  ― Deixa eu ir. – pedi mais um drink com tequila.
  ― Você deve estar com raiva pra beber tanto assim, né? – ele se aproximou.
  ― Você deveria estar longe daqui, pro seu próprio bem. – bati os dedos no balcão.
  ― Não vai me acontecer nada, e eu também não farei nada. – tomei uma postura ereta e fiquei tonta.
  ― Tchau. – peguei o copo e fui andando tropeçando nos meus próprios pés.
  ― Espera, eu levo você lá. – ele colocou a mão nas minhas costas e foi me guiando.
  Não estava enxergando direito, mas sabia que já estava chegando na mesa que eu estava, no momento não estava conseguindo andar, admito que exagerei no flamejante, sentei na cadeira e logo escutei bem baixo o som da voz do Luke se despedindo de mim, isso fez com que todos ficassem me encarando novamente esperando que eu dissesse algo.
  ― O que foi isso que eu acabei de ver? – disse batendo o copo na mesa.
  ― Eu também queria muito saber. – Louis disse irritado.
  ― Ah vai começar, ele só me ajudou a voltar pra mesa, mal consigo andar. – virei o drink com tequila de vez.
  ― Já chega de beber . – Zayn disse nervoso.
  ― Zayn me deixa, porque vocês não vão se divertir e param de pegar no meu pé? – me joguei no encosto da cadeira.
  ― , não beba mais, você esta ficando muito ruim. – disse calma.
  ― Vocês só sabem me encher. – cruzei os braços e abri mais os olhos.
  ― Que engraçado, por que ele te trouxe aqui? Logo ele? – Zayn se virou pra mim me encarando.
  ― Era o único que estava lá comigo no momento. – respondi sem delongas.
  ― Ótimo, e eu acho muito bom ele parar de ficar te olhando de longe, vocês não vão gostar de me ver nervoso. – ouvi seus dedos estralando.
  ― Ahhhhh. – gritei. – Que saco. – senti minha cabeça latejar.
  Me levantei e fui andando em direção ao labirinto e vi o Zayn me seguindo, não olhei muito para trás e quando vi já estava dentro do jardim. Como era de se imaginar logo na primeira curva eu já estava perdida, em certos pontos do labirinto via casais se pegando e desviava, senti alguém puxar meu braço e pela força sabia que era o Zayn. Me virei pra ele tentando encarar ele mais estava fraca por conta da bebida.
  ― Já chega, a gente vai embora daqui agora. – ele disse firme.
  ― Pode ir você, eu quero ficar aqui, nem me diverti o bastante. – rebati.
  ― E nem vai, no estado que você tá não vai conseguir nem andar direito depois de dois minutos. – ele me puxou.
  ― Por quê? Vai fazer alguma coisa comigo? – desafiei-o.
  Ele saiu andando e me puxando mais pra dentro do labirinto até chegar num ponto mais escuro e sem absolutamente ninguém, ele me empurrou para a parede do jardim, que era com folhas, comecei a respirar fundo e sua mão estava no meu pescoço, sua outra mão passou pela minha cintura fazendo com que o seu corpo ficasse mais próximo ao meu, nossas testas estavam coladas e minha respiração ofegante, ele me mordeu meu lábio com raiva e dei um suspiro. A mão que estava no meu pescoço foi para meus cabelos, ele puxou-os e minha cabeça se inclinou ficando na direção exata da sua boca.
  ― , ... Você não gostaria de me provocar, gostaria? – ele sussurrou no meu ouvido.
  ― Eu na verdade adoraria. – sorri maliciosa.
  ― Você me tira do sério às vezes. – ele me apertou mais.
  ― Jura? Não sabia disso. – rebati.
  ― Vou iniciar e terminar o que a gente começou lá em casa. – seu sorriso foi safado.
  Minha cabeça tombou mais pra trás e ele começou a beijar meu pescoço, a mão que estava na minha cintura desceu até a minha coxa, quando senti seu toque me arrepiei, estava fraca por conta da bebida e isso me deixava mais sensível a tudo. Sua mão foi alisando por dentro da minha coxa e senti minhas pernas bambas, seu corpo prensava mais o meu e senti um calor imenso. Passei minhas mãos pela sua cintura apertando ela, seus lábios já não estavam mais no meu pescoço e sim nos meus lábios, sua língua estava me envolvendo cada vez mais, passei as unhas pelas costas dele ainda cobertas pela capa da fantasia. Ele deu uma pausa no beijo e deu um sorriso, ele me virou de costas e me prensou na parede novamente, sua mão envolveu minha cintura apertando-a, ele colocou meu cabelo para o lado e começou a beijar minha nuca, a cada toque de seu lábio um choque passava pelo meu corpo todo, senti suas mãos subindo até meus seios e isso me deixou excitada. Coloquei minhas mãos nas mãos deles apertando-as, elas faziam um movimento de sobe e desce e isso mandava alertas pro meu corpo todo. Estava tonta e fraca demais pra poder impedir algo, além do mais eu queria, me virei pra frente de novo e agarrei ele pelo pescoço pulando no colo dele, minhas pernas estavam na sua cintura, as mãos dele na minha bunda, por dentro do vestido. Ele apertava ela com força enquanto me beijava, Zayn brincava com sua língua dentro da minha boca e eu ficava cada vez com mais vontade. Parei de beijá-lo e desci com a boca até o seu pescoço, mordi lentamente e depois chupei, isso fez com que ele suspirasse e me apertasse cada vez mais.
  ― Zayn... – sussurrei e ele mordeu meu lábio inferior.
  ― Sim ? – ele sussurrou no meu ouvido passando sua língua no lóbulo da orelha.
  ― Não podemos. – segurei seu rosto e respirei fundo.
  ― Por que não? – ele avançou contornando meu lábio com a língua.
  ― Eu não... – suspirei quando ele me apertou.
  ― Ah ... – ele sussurrou e me desceu de seu colo.
  Retomei o ar que me faltava e não encarei ele.
  ― Me desculpa, eu não sei se... – respirei fundo.
  ― Não se preocupe com isso. – ele beijou minha testa e me abraçou.

  Voltamos para aonde o pessoal estavam e nos juntamos pra ir embora, já estava tarde e eu precisava muito dormir. Nos despedimos da amiga da e fomos embora. foi dormir na casa do Louis e me buscaria no domingo de manhã, como Zayn não tinha bebido muito ele foi dirigindo. No caminho até a sua casa eu acabei dormindo, pois estava com muito sono. Quando acordei já estava deitada na cama do Zayn e ele estava sentado desenhando.
  ― Como vim parar aqui? – perguntei ainda deitada.
  ― Niall te trouxe até aqui em cima, não quis te acordar. – ele se virou e sorriu.
  ― Ah sim, que gentileza a dele. – sorri com os olhos fechados.
  ― Toma. – ele me entregou uma de suas camisas regatas. – Tira essa fantasia, ela pode te machucar enquanto dorme. – sorriu meigo.
  ― Posso usar seu banheiro? Quero tomar um banho. – disse sem graça.
  ― Fique a vontade baby. – ele voltou para o desenho.

  Já depois do banho eu me deitei na cama e me ajeitei, Mingau pulou na cama e se dentou entre os meus braços, Zayn apagou as luzes e deitou junto a mim deixando os desenhos sobre a mesa. Ele se virou para o lado oposto e se cobriu sem dizer nada, achei que ele tinha dormido e então fechei os olhos que já estavam pesados demais. Senti o beijo do Zayn na minha bochecha e seu abraço quente por trás de mim, me acolhi em seus braços e ele colocou meu cabelo para o lado beijando meu pescoço. Nossas mãos estavam na altura do meu peito e estavam entrelaçadas.
  ― Boa noite. – ele sussurrou calmo.
  ― Boa noite... Amor. – hoje foi minha vez.
  Pude ouvir ele rindo pelo nariz e me abraçando mais forte, me deixando mais colada com seu corpo.
  Não sei se conseguiria resistir por muito tempo.

Capítulo 16

  Acordei no meio da noite morrendo de calor, olhei ao redor e vi que Zayn tinha esquecido de ligar o ar, me levantei pra poder ligar, quando ia voltando pra cama vi uma cena muito engraçada, Zayn estava deitado de barriga pra cima e o Mingau estava deitado no seu pescoço também de barriga pra cima, não sei como o Zayn não estava incomodado com aquela bola de pelos em seu pescoço. Cheguei na lateral da cama e tirei ele dali tentando não acordar nem ele e nem o Zayn, levei Mingau até sua cama e voltei pra cama do Zayn. Deitei-me devagar pra não acordá-lo, mas foi meio que impossível, ele se virou e me abraçou novamente se aconchegando em meus braços, seu rosto ficou na altura do meu peito fazendo com que ele depositasse um beijo ali. Ele estava soando bem no pescoço, acho que foi por causa do gato. Fiquei mexendo no seu cabelo até sentir que ele tinha dormido novamente e até eu retomar o meu sono.
  ― , acorda... – senti uma sacudida. – Vem tomar café. – abri os olhos lentamente.
  ― Que horas são? – perguntei sonolenta.
  ― Oito e quarenta. – soltou uma risada.
  ― Ah, tão cedo. – resmunguei e abri os olhos. – me deixe aqui mais alguns minutinhos.
  ― Não, temos muita coisa a fazer, pode ir levantando já. – ela deu-me dois tapinhas na bunda para que eu levantasse.
  ― Ahhh, 'tá bom. – resmunguei de novo. – Cadê Zayn?
  ― Está tomando café. – ela se levantou e saiu andando.
  Joguei-me na cama procurando a coragem para levantar, respirei fundo e levantei, nem me preocupei por estar só com a camisa do Zayn, que mais parecia um vestido em mim, desci as escadas ainda sonolenta prendendo meus cabelos, passei pela sala e vi o Niall jogado no sofá dormindo, sorri com a cena e cheguei na cozinha. Trisha já estava na mesa e lançou um olhar engraçado ao me ver, Zayn estava comendo e sorriu ao me ver, puxei uma cadeira do seu lado e me sentei.
  ― Bom dia. – disse envergonhada.
  ― Bom dia, linda. – Trisha sorriu.
  ― Bom dia. – Zayn me beijou.
  ― Como foi a festa ontem? – Trisha parecia curiosa.
  ― Bom... – fiquei confusa pois não lembrava de muita coisa. – Foi legal, me diverti eu acho. – sorri sem graça.
  ― Você estava muito engraçada , estava rindo atoa. – disse enquanto passava requeijão na torrada.
  ― É... – respondi seca.
  ― E a dor de cabeça? – Trisha gargalhou.
  ― Não me atacou muito hoje. – sorri.
  ― Ótimo, né? – Zayn disse. – Assim não precisa tomar remédio. – ele me beijou na bochecha.
  ― Pelo visto o Niall está acabado. – gargalhei.
  ― Esse daí do jeito que deitou lá dormiu, nem pra cama quis ir. – disse com a boca cheia.
  Gargalhamos um pouco e terminamos de comer, ajudei Trisha a tirar a mesa enquanto lavava as louças. Niall apareceu na cozinha pegando algo pra comer, terminei de ajudar a arrumar e guardar as coisas e subi pra trocar de roupa, pois Louis viria me buscar porque íamos sair com minha mãe. Entrei no quarto do Zayn e peguei minha bolsa, fui até o banheiro e me troquei, quando saí Zayn estava sentado na ponta da cama olhando pra mim. Meu coração acelerou e fui andando até ele, o abracei ainda em pé e sua cabeça ficou na altura da minha barriga, pude sentir ele me abraçando forte e respirando fundo, fiquei aflita. Lembrei-me de algumas coisas que tinha feito e escutado na festa e também respirei fundo, sentei do lado dele, ele segurou meu braço e passou a mão sobre a minha marca ainda bastante vermelha.
  ― Hm... Zayn, você disse que iria conversar comigo sobre isso, quer conversar agora? – olhei dentro de seus olhos.
  ― Eu não sei se eu devo te dizer isso agora. – sua expressão mudou.
  ― Eu quero saber o motivo da minha marca estar mais vermelha, isso é preocupante? – seu olhar era de temor.
  ― Sim, bastante, mas... Eu não tenho certeza que seja essa pessoa, isso seria impossível. – ele se levanta e rodeia a cama.
  ― Quem? E por quê? – o encarei.
  ― Eu não sei o porquê, e quem não importa pra você no momento. – ele põe as mãos na cintura. – Só preciso te proteger. – coçou a barba.
  ― Zayn eu... Por favor, me explica o que está acontecendo? – me levantei.
  ― Deixa eu ter certeza, não quero te assustar sem motivo, aliás. – ele pausa e segura minhas mãos. – Eu nunca iria fazer isso com você. – ele me puxou colando nossos corpos e me abraçou depositando um beijo em minha cabeça.
  ― Saiba que eu já estou assustada antes mesmo de saber o que é. – minha voz soou rouca.
  ― Era isso que eu não queria. – ele sussurrou.
  Abracei-o com mais intensidade temendo soltá-lo, eu realmente estava com medo do pior acontecer, mas eu nem sabia exatamente o que era, poderia ser alguma coisa haver com o meu sonho? Não sei bem, mas quanto mais eu pensava mais medo eu tinha. Foi só o tempo de eu terminar de arrumar as minhas coisas e pude escutar a buzina do carro do Louis lá fora, desci correndo e fui me despedir da Trisha, e Niall. Zayn me acompanhou até o carro, ele ainda estava com sua calça moletom e sem camisa, mostrando seu corpo escultural para os vizinhos, Louis não estava com uma cara muito boa e não saiu de dentro do carro. Despedi-me de Zayn selando nossos lábios com um beijo e logo um abraço, abri a porta do carro, mas antes corri até Zayn e o beijei novamente, entrei no carro e Louis deu partida até a minha casa.

...

  Estávamos no clube com a mamãe, estava tendo uma festa da sua empresa e tínhamos que estar presentes, depois de papai, Louis era o homem da nossa casa, já que passava mais tempo lá com a gente do que em sua própria casa. tinha vindo com ele então não fiquei sozinha e tinha alguém pra conversar. Estávamos sentados na mesa, almoçando, tinha uma amiga da mamãe sentada conosco então elas duas conversavam entre si, estava com seus óculos, pois estava com olheiras devido a noite de ontem, eu não estava diferente, não parava de comer e estava de boca cheia sempre e Louis estava observando as coisas ao redor. Terminei de comer e me retirei da mesa puxando comigo, minha mãe não se importou muito, pois estava concentrada no assunto com sua amiga. Fui até o parque e me sentei nos bancos que tinha lá, me olhava sem entender, respirei fundo e contei pra ela.
  ― Como assim vocês quase transaram? – sua expressão era pavorosa.
  ― Fala baixo. – fiz gesto de silêncio. – Eu parei na hora porque sabia que não podia fazer isso.
  ― Ainda bem que mesmo bêbada você teve consciência, você esta muito nova e, além do mais, sua mãe te mataria. – sua voz era de irritação.
  ― Eu sei, eu sei... Mas é que ele mexe comigo, mesmo eu não querendo isso. Às vezes acho que deveria me afastar, mas seria em vão. – abaixei a cabeça.
  ― Como assim em vão? Você pode fazer o que quiser, ninguém pode te impedir de suas escolhas. – ela cruza os braços.
  ― Você não vai entender. – bufei. – Só queria respirar. – joguei meu corpo pra trás encostando no banco.
  ― Ou gritar. – ela completou. – Também ajudaria bastante. – seu sorriso saiu pelo canto dos lábios.
  ― Aí amiga. – a abracei. – Eu não sei o que seria de mim se não fosse você. – desabafei.
  ― Você sabe que eu sou seu anjo e você o meu. Não existiria sem . – ela beijou minha cabeça.
  ― Sempre me deixando bem com as palavras, você não existe. – sorri pra ela.
  Ficamos algum tempo sentadas ali no banco e depois voltamos para a mesa. A amiga da minha mãe já tinha saído de lá, algumas pessoas já estavam indo embora e minha mãe fez o mesmo. Louis foi direto pra minha casa, então fiquei mais com a enquanto ele passava o resto do tempo com minha irmã eu aproveitei com pra discutir sobre nosso projeto de ciências. Algumas horas depois já tinha ido e eu fiquei sozinha no meu quarto, estava cansada pelo final de semana atarefado, foi questão de minutos pra eu agarrar no sono, meus olhos estavam tão pesados que não precisou de muito para eu dormir profundamente.

...

  Já disse que odeio meu despertador? Então, eu o odeio simplesmente por ele me acordar sempre nas melhores partes dos meus sonhos. Levantei-me contra minha vontade e fui tomar banho, banho terminado, dentes escovados, cabelos secados, necessidades feitas, maquiagem ok, agora só falta a roupa. Revirei meu guarda-roupas atrás de algo que combinasse com segunda feira mas estava difícil, peguei qualquer uma, calcei meu tênis e desci. Minha mãe já tinha feito o café e eu estava atrasada pra variar, tomei meu café depressa sem tempo de ter um diálogo correto com minha mãe. Peguei meus fones, pluguei no celular, dei um beijo na minha mãe e saí correndo até o ponto, nos meus fones tocava Above and Beyond – Love is not enough, sem dúvidas, eu amava essa música. Cheguei no ponto em cima da hora e entrei no ônibus depressa, as mesmas caras, as mesmas idiotices de sempre, sem o Liam pra conversar eu fiquei sozinha com meus fones.
  Sem demora cheguei no colégio, passei o olho ao redor e logo vi o carro do Harry, e ele encostado no capô abraçado com , e Liam estavam do lado deles, desci do ônibus e fui andando em direção a eles e quando olhei pro lado vi o Zayn vindo na minha direção, ele estava lindo demais. Cabelos bagunçados, uma calça preta colada, sem jaqueta o que eu estranhei muito, uma blusa com desenhos e suas botas. Sorri ao vê-lo, que logo me abraçou tirando-me do chão, me encheu de beijos e me colocou no chão de novo. Nem tinha percebido, mas todos nos olhavam e olhavam principalmente pra ele que estava sem sua jaqueta com todas as suas tatuagens a mostra. Ally já estava nos fuzilando com os olhos junto com as suas amiguinhas, dei de ombros e Zayn entrelaçou sua mão na minha. Fomos até o pessoal e cumprimentamos eles, estava com sorriso de orelha a orelha e também, Liam e Harry estavam no mesmo jeito de sempre e o Zayn o mesmo, sério e centrado.
  ― Como estão? – Harry perguntou nos encarando.
  ― Bem. – respondemos em conjunto.
  ― Como foi o final de semana? – perguntou.
  ― Ótimo. – sorri ao responder.
  ― Pelo sorriso já sei que foi bom. – Liam disse gargalhando.
  ― Idiota. – Zayn rebateu.
  Ficamos mais alguns minutos ali conversando até o sinal tocar. Harry e Zayn estavam implicando um com o outro, Liam era o mais quieto do grupinho, eu e nos juntamos pra conversar também, mais sobre o trabalho. O sinal tocou e entramos pra nossas salas. Como de costume não consegui prestar a atenção na aula de Inglês, meus pensamentos estavam todos voltados para a conversa que eu e Zayn tivemos ontem sobre a minha marca e ele dizendo que tinha que me proteger. Mas eu não conseguia entender o porquê disso tudo, será que existe mais alguém que ele conheça que tenha esse poder? Não poderia ser coisa da e nem da Trisha, até porque ela não tem poderes, e muito menos seria coisa do pai dele que já está morto. Eu realmente estava temendo que algo acontecesse, não comigo, mas com ele mesmo, medo dele tentar me proteger e acabar se machucando ou acontecendo algo pior, pode parecer que não mas eu preciso dele e jamais deixaria que algo acontecesse por culpa minha. Cada vez que eu penso nisso, mas eu acho que eu não deveria tê-lo conhecido, sei lá, sei que foi o destino, ou não, mas por alguma razão eu acredito em tudo o que ele diz, chega!, pensei comigo mesma, eu não posso me preocupar com isso, eu preciso apenas aproveitar o momento que eu tenho com ele e principalmente com meus amigos, se eu pesasse demais eu não agiria, e no momento era o que eu mais queria, agir.
  ― , você tem certeza que você esta normal? – me desperta da minha discursão comigo mesma.
  ― Sim, eu só estava pensando. – sorri pra ela tirando os meus óculos de grau.
  ― Imagino que esteja cansada, duas festas e mais um almoço nesse final de semana foi muito cansativo. – ela gargalhou.
  ― Põe cansativo nisso, eu só queria dormir... – dei uma pausa. – E matar a Ally que não para de me encarar. – completei.
  ― Essa vadia me dá nos nervos, juro que se ela fizer mais alguma coisa com o Harry eu esfrego a cara dela no asfalto. – ela fechou a cara.
  ― Estou com você. – dei um soquinho na mão dela.
  Alguém bate na porta e o professor vai lá ver e logo me chama, estranhei e quando olhei na porta era o Zayn, mas o que teria acontecido pra ele fazer isso? Levantei-me e fui andando depressa até lá. Sua expressão era de nervoso e ele suava.
  ― O que aconteceu? – preguntei preocupada.
  ― Eu preciso te tirar daqui da escola. – ele respirava fundo. – Agora. – completou serrando os dentes.
  ― Mais por quê? O que esta acontecendo? – meu coração acelerou.
  ― Agora não é hora pra perguntas, a gente tem que ir. – ele segurou na minha mão e ia me puxando.
  ― Estou no meio da aula, não posso sair assim, tenho que pegar minhas coisas. – fiz força contra.
  ― Deixa que eu falo com ele. – ele me soltou e entrou lá, fiquei lá fora esperando e quando vi ele estava com minhas coisas na mão. – Vamos.
  Ele fechou a porta e sem que eu pudesse falar mais alguma coisa ele pegou na minha mão e me levou embora. Era estranho sair da escola naquela hora, ainda mais não sabendo do que estava acontecendo. No tempo em que estávamos dentro do carro ele não falou nada, apenas dirigia focado na estrada, continuava suando e com a expressão de raiva. Seus braços esticados até o volante estavam com suas veias saltadas, ele acelerava muito e eu não fazia ideia de onde estávamos indo, e nem ousei perguntar.
  Entramos na rodovia e eu comecei a ficar desesperada, estávamos saindo da cidade e aquilo estava me deixando doida, aquele silêncio, ver ele nervoso daquele jeito me deixava aflita. Respirei fundo várias vezes e contei até dez mentalmente, logo tomei coragem pra falar.
  ― Você pode me explicar o que está acontecendo? – não o encarei.
  ― Quando a gente chegar lá eu te explico. – seu foco continuou na estrada.
  ― Zayn, estou ficando com medo, por favor, me diz logo. – encarei-o.
  ― , por favor, já estamos chegando, não posso falar sobre isso agora. – ele me olhou de canto.
  ― Tudo bem então. – cruzei os braços.
  Entramos em uma estrada de terra e seguimos reto, estávamos dentro de uma floresta, eu acho, e ele estacionou o carro, tirou o cinto e me mandou tirar o meu, peguei minha mochila e saí do carro acompanhando ele. Sua mão entrelaçou a minha e agora com mais força, ele andava mais rápido e eu quase não conseguia acompanhá-lo. De longe pude avistar uma casa, não parecia antiga e nem abandonada, andamos mais rápido até chegar lá, Zayn tirou um molho de chaves de seu bolso e abriu a porta, quando entramos eu passei o olho ao redor e pude ver o interior da casa, era realmente lindo e rústico, assim pude ter certeza de que alguém frequentava ali. Zayn trancou a porta e as janelas, subiu até o segundo andar e presumo que tinha ido fazer a mesma coisa, não demorou muito e ele já tinha voltado, se sentou no sofá e eu logo sentei do seu lado.
  ― Me diz, o que esta te perturbando? – entrelacei meu braço com o dele.
  ― Meu pai. – ele levou suas mãos até seu rosto e o tapou.
  ― Hã? Como assim? – olhei confusa.
  ― Sim, ele morreu, mas... – ele encostou suas costas no sofá. – Ele consegue voltar em qualquer corpo. – seu tom de voz foi preocupante.
  ― Como assim? – refiz a pergunta perplexa.
  ― E ele voltou em alguém conhecido e eu ainda não sei quem. – ele acariciou meu rosto. – Ele quer fazer mal a você. – seus olhos encheram d’água.
  ― Por que a mim? – me desesperei.
  ― Porque ele não queria que eu me apaixonasse e nem me entregasse, ele nunca quis isso. – ele levantou os olhos pra não chorar.
  ― Mais por que você? Por que não a ? Não que eu queira isso, mas... Eu só quero entender. – passei as mãos sobre seus cabelos.
  ― Porque eu sou o mais forte. Eu não queria isso... Eu só queria ser normal. – uma lágrima caiu.
  ― Ei... – abracei ele logo enxugando sua lágrima. – Não chora... Olha pra mim. – segurei seu rosto com as mãos.
  ― Não quero perder você, demorei tanto pra te achar e não aceitaria te perder por bobeira. – as lágrimas caíram com mais intensidade.
  ― Você não vai me perder, olha pra mim. Não chora, estou com você e farei o que for preciso pra ficar perto de você. – sem querer uma lágrima minha caiu.
  ― Eu não me perdoaria e nem perdoaria meu pai se ele fizer algo com você. – sua expressão mudou pra raiva.
  ― Calma, vai dar tudo certo. Mas porque me trouxe até aqui? – cheguei mais perto dele.
  ― Essa casa é minha, tem um bloqueio aqui em volta, ninguém consegue fazer nada. – ele soltou o ar que estava prendendo.
  ― Ah sim... Mas... – olhei nos olhos dele. – Vai dar tudo certo. – dei um sorriso e recebi um de volta.

Capítulo 17

  Já estava dando a hora da saída da escola e eu nem sequer tinha dado algum sinal de vida pra minha mãe, meu celular estava sem sinal então não tinha nem como falar com ela. Zayn andava de um lado pro outro na sala, quase afundando o chão de tanto que andava, estava ficando agoniada e praticamente fiquei sem falar a tarde toda. Pelo menos lá tinha comida, porque eu não iria aguentar ficar esse tempo todo sem comer. Falei pro Zayn que iria tomar um banho, pois estava com muito calor, apesar do vento frio que entrava pelas gretas das portas e janelas. Subi até uns dos quartos e fui tomar banho, a água era quente e isso me fez relaxar, deixei a água escorrer pelas minhas costas e abaixei o pescoço fechando os olhos na intenção de realmente relaxar e esquecer dos últimos fatos acontecidos. A água corria uniformemente e isso realmente me relaxou, pra melhorar poderia ter uma cadeira lá, alguns minutos depois resolvi lavar meu cabelo e enquanto passava shampoo, continuei com os olhos fechados, nesses minutos tive várias visões de sorrisos amarelados e medonhos, as gargalhadas maléficas me davam medo, senti arrepios constantes e novamente senti uma mão agarrando meu pescoço com força pra me enforcar. Senti-me sem ar e aflita, fiz movimentos com a mão no sentido te tentar tirar aquilo que me enforcava e já sem ar eu consegui gritar. Abri os olhos de imediato e minha respiração estava ofegante, meu coração a mil e minha marca queimava como nunca, no momento me assustei com Zayn abrindo a porta do banheiro com tudo e vindo me abraçar, no momento tinha me esquecido que estava completamente nua, eu só queria o conforto e a segurança de seu abraço. Ele entrou embaixo do chuveiro me abraçando forte, nem sequer ousou olhar pro meu corpo desnudo em sua frente, ele desligou o registro e se esticou pra pegar o roupão que estava pendurado, envolveu-me com o roupão e me tirou de lá.
  ― Foi horrível, senti como se alguém estivesse apertando meu pescoço. Eu realmente fiquei com falta de ar. – disse soluçando entre o choro.
  ― Calma. – ele encostou minha cabeça em seu peito beijando-a. – Enquanto eu estiver aqui nada vai te acontecer. – sua voz soou quase que um sussurro.
  ― Por que isso esta acontecendo comigo? – minha voz estava embargada. – Eu não fiz nada.
  ― Eu sei que não. – ele enxuga uma lágrima atrevida minha. – Não quero mais que se preocupe com isso, tá bom? – seu sorriso foi forçado.
  ― Não tem como Zayn, querem fazer mal a mim, e o pior, a você também. Não tem como não me preocupar com nossas vidas em risco. – falei séria.
  ― Eu acredito que não vai acontecer nada. Seria inútil. – sua expressão mudou.
  ― Como assim? – eu realmente não tinha entendido.
  ― Porque matar você seria matar a mim mesmo. – seus dedos acariciaram meu rosto.
  ― Você não ousaria se matar por minha causa. – arqueei uma de minhas sobrancelhas.
  ― Eu não precisaria. – ele disse calmo.
  Nesse momento ele passou os olhos pela minha marca e eu me lembrei do exato momento em que a me disse sobre o que significava essa marca, “Uma parte dele está em você agora...”, será esse o motivo dele ter dito aquilo? Não, eu não deixaria que isso acontecesse, eu precisava fazer algo, e teria que ser rápido, eu só não saberia nem como e nem por onde começar. Abracei ele forte, e me soltei pra trocar de roupa, não exatamente trocar, mas vestir a mesma que eu já estava. Ele saiu do quarto me deixando sozinha novamente, o que me causou um certo medo, já estava escurecendo e eu tinha que ir pra casa, ou caso contrário a minha mãe me mataria. Desci rapidamente as escadas e procurei por Zayn que estava na cozinha tomando água, ele tinha tirado a camisa, pois tinha molhado devido ao acontecimento do chuveiro, seus braços se forçando contra a pia mostravam suas veias altas, assim que cheguei perto dele pude sentir seu olhar preocupante para mim, lacei meus braços pela sua cintura abraçando ele que tirou as mãos da pia e acariciou as minhas que agora estavam na sua barriga, minha cabeça estava um pouco abaixo de sua nuca o que dificultava eu beija-lá. Ele se virou e me olhou nos olhos, lançou-me um sorriso, umedeceu seus lábios contornando os meus com a ponta do dedo e logo me beijou, um beijo que teve início devagar, e nossas línguas logo foram se soltando e se enroscando a cada segundo, suas mãos agora se encontravam entre os meus cabelos ainda molhados, apertei sua cintura quando ele mordeu e chupou meu lábio inferior. Suas mãos desceram até o meu quadril e foi até abaixo da minha nádega, fazendo força para que eu pulasse em seu colo, minhas pernas laçaram sua cintura pendendo-o com meu corpo. Ele tirou meu cabelo do meu pescoço e depositou vários beijos nele me causando arrepios constantes, ele andou comigo em seu colo até chegar na mesa, assim me sentando sobre ela e continuando a me beijar, tinha acabado de sair do banho e já estava sentindo calor novamente. Zayn tirou meu moletom me deixando só de sutiã na sua frente, o que me causou bastante vergonha e incômodo, tapei meu rosto com as mãos envergonhada e ele tirou minhas mãos me dando um sorriso malicioso.
  ― Você tem vergonha de mim? – disse calmo.
  ― Não, eu tenho vergonha de mim. – desviei o olhar.
  ― Você não precisa ter vergonha, você é linda, não tem por que ter vergonha por ser linda. – seu sorriso se estendeu enquanto ele colocava minha franja atrás da orelha.
  ― Mas é que eu nunca... – respirei fundo e quando ia falar ele me calou com um beijo.
  Deitei-me sobre a mesa e ele logo se deitou em cima de mim, seus beijos começaram desde as minhas coxas até a minha boca, no momento eu meu encontrava arfando e com as pernas bambas. Suas mãos acariciavam por dentro das minha coxas e isso fazia com que meu corpo mandasse alertas, segurei o seu cabelo apertando-o enquanto ele passava sua língua sobre a minha barriga. Ele parou sobre meus peitos e me olhou cerrando os olhos, estava com um sutiã tomara que caia, o que facilitou muito ele tirar com os dentes, não sei por que, mas fiquei louca quando o vi fazendo isso. Meus seios estavam totalmente a mercê de Zayn, e isso fez com que ele rodeasse sua língua envolta deles, me causando tesão, ele brincava com seus dedos com um dos meus seios e usava os lábios e a língua no outro. Minhas mãos continuavam puxando seus cabelos e minhas pernas estavam envolta de sua cintura apertando cada vez que sua língua passava sobre o bico do meu peito. Uma pausa ele foi de encontro aos meus lábios me beijando com mais vontade ainda, me sentei ficando no mesmo tamanho que ele, isso facilitava meu contato com seu corpo. Tomei a liberdade de passar minha mão sobre seu abdome descendo até o seu membro que no momento estava bem avantajado, quando ele sentiu minha mão, me apertou mais contra seu corpo me beijando com mais intensidade ainda, sua língua passou contornando meu lábio e suas mãos abriram o meu short, isso me despertou e me deixou com receio, mais eu queria aquilo, eu queria o sexo, eu quero ele dentro de mim, uma voz no meu subconsciente gritou. Inclinei-me para que ele pudesse tirar meu shorts logo e ele atendeu ao meu pedido, estava de calcinha em sua frente. Oh God! Zayn Malik esta me vendo de calcinha.
  Desabotoei sua calça e fui abaixando ela até onde consegui, sua boxer era branca, o que destacava mais o volume de seu membro, ele estava no meio das minhas pernas e pude senti-lo roçando na minha coxa. Seu beijo foi mais calmo agora, mas sua mordida no meu lábio foi intensa, fazendo doer um pouco. Meu dedo indicador estava por dentro da lateral da sua boxer, estava com receio de abaixa-lá quando ele me levantou com uma das mãos abraçadas sobre minhas costas e com a outra ele tirou minha calcinha com pressa. Agora realmente eu estava totalmente nua para Zayn Malik, não conseguia mais parar algo naquele momento, estava totalmente entregue para ele que por um detalhe ainda não estava entregue para mim. Ele me sentou na mesa de novo ficando entre as minhas pernas, não demorei e logo tirei sua boxer e fiquei perplexa com o tamanho de seu pênis, mil coisas passaram pela minha cabeça. Aquilo não caberia dentro de mim, temi sentir muita dor, mas ele me acalmou com um beijo, um simples beijo que me fez esquecer tudo o que eu estava pensando no momento.
  Ele me deitou sobre a mesa e foi me beijando até chegar no meu íntimo, me contraí ao sentir seus lábios lá, mas logo me vi arfando quando sua língua rodeou meu clitóris, senti que minha lubrificação natural estava agindo me deixando completamente molhada. Seus olhos se encontraram com os meus e não se desgrudaram, minhas mãos agarradas nos seus cabelos se fortaleciam a cada vez que sua língua entrava e saía do meu íntimo. Eu já estava suando e ele se levantou e veio até mim e me deu um beijo, sua mão estava no meu sexo e faziam um movimento de entra e sai, doía um pouco, mas o prazer era mais alto que me fazia esquecer que ainda era virgem. Ele parou e me puxou pra mais perto de si, me fazendo encostar com meu íntimo em seu membro, me estremeci e senti minhas pernas bambas, ele me segurou pela cintura a apertando e se encaixou entre as minhas pernas, senti seu membro roçando no meu clitóris e logo o senti me adentrando. Contraí com a dor logo quando ele colocou, quando já estava todo dentro de mim ele se inclinou e me segurou com as mãos nas minhas costas, minhas mãos estavam em suas costas também e com minhas poucas unhas eu o arranhei, usando a força que ainda me restava. Suas estocadas estavam ficando mais fortes e pude ouvir sua respiração ofegante no meu ouvido quando ele me puxou colando nossos corpos.
  ― Oh ... – ele suspirou e mordeu meu pescoço chupando depois.
  Senti-o arranhando minhas costas também e as estocadas aumentando de velocidade, meu corpo já mandava alerta para todo ele e minhas pernas já estavam bambas, um choque percorreu minha espinha quando já não conseguia mais respirar direito, estava suando e meus olhos se fechando, ouvir meu nome saindo como um sussurro de sua boca me deixava ainda mais louca. Eu gemia o seu nome e quanto mais eu fazia isso com mais força ele ia, já não aguentava mais me segurar e senti que estava prestes a explodir com ele dentro de mim. Finquei minhas unhas em suas costas e arranhei com toda força que me veio no momento, senti uma estocada mais forte e indo mais profundamente pra dentro de mim. Foi quando eu desabei sobre ele. Apoiei minha cabeça sobre seus ombros retomando o ar quando ele rapidamente saiu de dentro de mim e se aliviou deixando cair um pouco sobre minha coxa.
  Ficamos um pouco parados ali retomando nosso ar e logo percebi o que eu tinha acabado de fazer. Perdi minha virgindade com Zayn Malik, eu não acreditava, pude crer quando me vi nua na sua frente e ele do mesmo jeito. Senti que fiquei vermelha quando ele me olhou sorrindo, ele me abraçou e me beijou, seu corpo ainda estava pegando fogo e o meu não estava diferente, ele me levantou me colocando no chão e me beijando novamente.
  ― Você é maravilhosa. – ele acariciou meu rosto.
  ― Oh Zayn... – desviei o olhar. – Não sei o que falar. – sorri sem graça.
  ― Não precisa. – ele me beijou. – Nós só precisamos de um banho.
  Seu sorriso se alargou e ele entrelaçou sua mão na minha, fomos andando nus pela casa até o banheiro onde tomamos banho juntos.

Capítulo 18

  Já se passavam das 20PM e eu não estava em casa. Zayn disse que não era seguro voltar pra lá hoje, e que ele daria um jeito a respeito da minha mãe não pirar por eu não ter dado notícia. Estava deitada na cama assistindo TV, a única coisa no momento que estava me distraindo, Zayn estava fazendo algo pra comer e eu estava um pouco sem graça de voltar até a cozinha novamente depois do acontecido, o mais incrível é que eu estava me sentindo bem e relaxada, estava varada de fome e com bastante sono. Não sabia que fazer isso cansava tanto, senti um vento gelado passar por mim vindo pela greta da janela e senti medo, resolvi descer e ficar lá na cozinha com o Zayn. Eu vestia uma de suas camisas regatas e apenas calcinha por baixo, desci abraçando meus braços espantando o frio e quando cheguei na cozinha ele sorriu ao me ver. Ele estava na beira do fogão quando cheguei, assim largou tudo e veio até mim.
  ― Ah não, não quero atrapalhar pode continuar lá. – disse sem graça.
  ― Você não me atrapalha, só ajuda. – ele me beijou na bochecha.
  ― O que faz de bom? – fui até as panelas.
  ― Strogonoff. – sorriu de espontâneo.
  ― Eu amo strogonoff. – sorri também.
  ― Bom saber. – ele me beijou de novo.
  ― Vou fazer um suco. – me virei indo em direção a geladeira.
  Peguei algumas mangas que estavam lá e fui fazer o suco, enquanto cortava os pedaços da fruta ficava observando o Zayn, ele ainda estava sem camisa, com uma calça moletom e seus cabelos bagunçados, suas tatuagens todas a mostra e isso pirava a minha cabeça. Ele levava jeito pra cozinhar, tinha habilidade com as coisas, às vezes ria ao ver ele se atrapalhando, mas continuava lindo. Alguns minutos depois já tinha terminado de fazer o suco e a comida estava pronta, arrumamos a mesa e logo fomos comer, ficar em frente àquela mesa me fazia lembrar das cenas do sexo que fizemos, me lembrava do Zayn gemendo meu nome e isso me causava arrepios. Terminei o prato num segundo, minha fome parecia infinita, eu queria comer mais, mas fiquei com vergonha e fiquei quieta. Zayn me olhava e seus olhos sorriam junto com sua boca, ver os olhos dele brilhando daquele jeito me deixava encantada, tudo nele me encantava, e sinceramente eu me arrependeria se não tivesse ficado com ele. Retirei meu prato da mesa e fui lavá-lo, Zayn ainda terminava de comer, no momento estava realmente preocupada com minha mãe, eu queria muito poder falar com ela, dizer a ela que estou bem, mais era impossível, todos deveriam estar preocupados comigo, sair da escola naquela hora e nem sequer dizer o que tinha acontecido foi muito estranho, sabe-se lá o que eles estavam pensando, principalmente a vadia da Ally.
  ― Sua mãe está bem, pra ela você esta na casa da e vai dormir lá. – disse ele com a boca cheia.
  ― Ah, nesse caso obrigado. – sorri de canto.
  ― Como está se sentindo? – ele deu um gole do seu suco.
  ― Bem, por quê? – escorei as costas na pia.
  ― Você esta muito quieta. – ele riu pelo nariz.
  ― É que... Eu não sei muito o que dizer. – desviei o olhar.
  ― Está com vergonha ainda? – senti ele me encarando.
  ― Você sabe que sim. – corei.
  Ele se levantou, veio até mim e me beijou.
  ― Não precisa ficar com vergonha de mim, ou perto de mim. Agora somos um só e não precisamos mais ligar pra nada. – sorri de leve.
  ― Ainda não somos um só, ainda assim tenho vergonha. – segurei suas mãos brincando com elas.
  ― Se não somos, vamos ser. – ele se afastou saindo da cozinha, fiquei sem entender e logo vi ele voltando e se ajoelhando na minha frente. Só pode ser brincadeira. – ...
  ― Zayn, o que é isso? – perguntei perplexa.
  ― Desde que nasci, desde que me entendi por gente eu sonhei com você, desde o primeiro sonho já sabia que meu destino seria com você e nada nem ninguém mudaria isso. – senti meus pés formigarem e minhas mãos suarem. – Quando te encontrei e te beijei a primeira vez tive completa certeza de que era você, a mulher que me faria feliz e que seria a mãe dos meus filhos. – arregalei os olhos. – Você quer... Namorar comigo? – ele abriu a caixinha com um anel e, se eu não estivesse enganada, a pedra em cima era um diamante rosa, bastante caro e raro.
  ― Zayn eu não... – respirei fundo. – Não acredito que você me fez chorar, idiota. – sorri em meio às lágrimas. – Eu aceito, mas com uma condição.
  ― Sim. – ele se levantou e segurou minhas mãos.
  ― Que você esteja comigo, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até depois do fim de nossas vidas. – o abracei.
  ― Você sabe que estarei com você, na verdade eu sempre estive. – ele me abraçou forte tirando meus pés do chão. – Eu te amo.
  ― Eu te amo, Malik. – sorri e ele então pegou minha mão direita e colocou o anel no meu dedo, o beijou e logo beijou minha boca.
  ― O que quer fazer agora? – senti um tom malicioso em sua pergunta.
  ― Ganhar de você no vídeo game. – o encarei.
  ― Eu duvido muito que você consiga ganhar de mim. – ele gargalhou.
  ― Veremos. – fiz cara de marra e ele me pegou e me jogou em cima do seu ombro me levando até a sala.
  Ficamos ali jogando por horas e o resultado foi que eu ganhei quatro vezes e ele sete, acabamos indo dormir tarde, meu cansaço era tanto que fez com que eu dormisse mais rápido que o Zayn, enquanto ele mexia no meu cabelo eu acariciava suas costas. Dormimos abraçados como sempre, estava frio então não tivemos porque nos separar.

...

  Cheguei no colégio arrancando olhares de todo mundo, estava com as mãos entrelaçadas nas do Zayn e isso irritou bastante a Ally que nos fuzilava com os olhos. Fomos andando em direção a que me olhava com cara de quem ia me matar por deixá-la sozinha, Harry estava apenas sorrindo e nos encarando com malícia, sabe-se lá o que ele estava pensando, e Liam estavam se beijando, portanto nem perceberam que estávamos indo até eles.
  ― Por onde você andou senhorita Custer? – ela cruzou os braços e bateu os pés.
  ― Bom dia pra você também, estou bem e estava na casa do Zayn. – respondi logo.
  ― Sua cara palhaça, eu liguei pra e ela disse que você não estava lá. – dizia nervosa.
  ― Calma, já disse que estou bem. – fiz gesto de calma com as mãos.
  ― Espera aí... – olhou rapidamente e disse junto com . – Que anel é esse? – as duas gritaram.
  ― Vamos trabalhar o mudo? – falei irônica.
  ― Eu que dei a ela. – enfatizou o EU.
  ― Belo presente. – Liam se pronunciou.
  ― Eu também gostei, na verdade amei. – sorri olhando para o anel.
  ― Mais por que motivo isso? – ainda estava brava.
  ― Pelo motivo do qual somos oficialmente namorados. – Zayn disse sorrindo.
  ― Como é que é? Contar pra amiga aqui vocês não contam, né? Beleza. – ela disse boquiaberta.
  ― Ouvir um “fiquei feliz por vocês” seria legal. – fiz aspas com os dedos.
  ― Eu realmente estou feliz por você, só fiquei triste por eu não ter presenciado e nem filmado esse momento. – ela choramingou.
  ― Não fica assim, no casamento você vai presenciar. – Zayn disse abraçando ela.
  ― Casamento? – ela se assustou. – Vocês não vão casar agora é? Estão muito novos. – ela respirava fundo.
  ― Não boba, quem sabe mais pra frente. – disse sem graça.
  ― Muito bom. – ela respirou aliviada.
  ― Vamos entrar, a aula já está começando. – Liam disse alertando a gente.
  Saímos correndo pra nossas salas e o sinal bateu.

  Na hora do intervalo nós nos reunimos na mesa e estávamos desenhando nosso projeto de ciências e ajudando os meninos com o deles, a mesa dava lugares aos papéis ao invés do lanche e estávamos ficando muito confusos. Desviei meu olhar sem querer pro lado e vi a Ally vindo em nossa direção, bufei antes mesmo que ela chegasse até a nossa mesa e começasse a falar baboseiras. Na boa mesmo, eu estava sem uma gota de paciência e pra voar no pescoço dela não iria demorar muito. Levantei-me pra ver o que ela queria e Zayn ficou observando pra ver se eu não faria nada, eu realmente não faria se ela me deixasse em paz.
  ― O que você quer? – disse nervosa.
  ― Vim desejar os parabéns pro casal vinte, vocês são lindos juntos. – ela sorriu ironicamente.
  ― Ah obrigada, agora tchau. – dei as costas.
  ― Calma, só vim avisar uma coisa. Essa farsa não vai durar muito tempo, então não pensei que eu não farei nada. – não me intimidei nem um pouco.
  ― Tenta, mas eu quero que você tente, se for tentar é pra conseguir de vez, mas caso isso acontecer, você é uma pessoa morta. – sorri.
  ― Isso foi uma ameaça ? – ela cruzou os braços.
  ― Entenda como quiser Falk, agora se me der licença. – ia me virando quando ela disse mais alguma coisa.
  ― Zayn querido, o que esta esperando pra contar a verdade pra essa iludida, vem pra mim logo e larga essa ridícula. – ela fez uma voz de bebê olhando pro Zayn.
  Contei até dez mentalmente e respirei fundo, senti como se uma descarga elétrica tivesse descido toda pros meus punhos e não demorei muito, quando vi minha mão já tinha voado no olho dela fazendo ela cair nos braços das suas amigas.
  ― Você é maluca? – ela gritou com a mão nos olhos.
  ― Só digo uma coisa, se tentar encostar ou dirigir a palavra de novo ao Malik, o estrago vai ser maior. – andei em direção a ela com o dedo apontado pro seu rosto.
  ― Você não passa de uma ridícula iludida. – ela disse com marra.
  ― E você não passa de uma puta nojenta que só sabe andar mostrando o cu e dando em cima do namorado dos outros, agora some daqui antes que eu arrebente seu outro olho. – dei as costas e me sentei.
  ― O diretor saberá disso. – ela deu as costas e saiu.
  ― Eu não suporto essa garota. – passei a mão sobre o rosto procurando calma.
  ― Belo soco. – Zayn disse me beijando e rindo.
  ― Eu adorei ver essa cena. – disse rindo junto com a .
  ― Só não foi pior porque eu não iria perder mais tempo encostando em lixo. – debochei.
  Todos riram enquanto os presentes no refeitório me olhavam. Não me senti nem um pouco incomodada com isso, afinal ela merecia.

  Hora da saída e estávamos no estacionamento, me despedi do pessoal e entrei no carro com o Zayn, o tempo estava fechado então resolvemos ir pra não pegar chuva, passei o cinto pelo meu corpo e logo me ajeitei no banco. Ele sorriu ligando o som e dando partida. No meio do caminho senti meu braço pegando fogo, era como se eu estivesse com ele dentro de um forno bem aquecido, Zayn parou o carro no acostamento para ver o que estava acontecendo, ele segurou em meu braço e começou a suar, sua respiração estava ofegante e ele parecia nervoso, eu ainda chorava de dor quando ele deu partida no carro novamente. Pude escutar o barulho da chuva caindo no teto e os trovões já estrondosos.
  ― Temos que sair daqui. – ele acelerou.
  ― Mas pra onde? Tenho que ir pra casa. – disse respirando fundo em meio a dor.
  ― E é pra lá mesmo que vamos, tenho que ficar lá com você. – ele disse concentrado no volante.
  ― O mais rápido possível, por favor. – encostei no banco tentando relaxar.
  Não gostava de nada disso que estava acontecendo ou prestes a acontecer, era como se eu estivesse perdendo uma parte de mim.

Capítulo 19

  Cheguei em casa e meu braço ainda queimava, estava pensando em qual desculpa eu daria pra minha mãe pro Zayn poder entrar e ficar lá comigo, ela não era boba e por mais que não fossemos fazer nada demais, ela ainda assim acharia, eu não queria isso. Entramos correndo devido a chuva que estava forte e logo já estávamos dentro de casa, minha mãe e Louis estavam na sala e se assustaram ao nos ver e minha mãe logo fechou a cara. Nos aproximamos nos sacudindo pra tirar a água da chuva e mamãe logo se pronunciou.
  ― Como foi o trabalho na casa da ? – ela me olha desconfiada.
  ― Cansativo. – continuei me enxugando.
  ― E você? – se virou pro Zayn. – Estava lá também?
  ― Não, estava com o Harry fazendo o nosso trabalho. – ele sorriu.
  ― Hm... Veio só dar uma carona pra ela? – sua expressão era séria.
  ― Também. – Zayn ficou corado.
  ― Mãe... Precisamos falar com você. – tirei meu anel pra enxugar os dedos.
  ― Que anel é esse ? – ela o tomou da minha mão. – É muito caro.
  ― Então, senta por favor. – pedi.
  ― Lilian, eu amo muito a sua filha e vim aqui pedir a sua autorização pra namorar com ela. – Zayn foi meigo.
  ― Me responda primeiro. – ela olhou suas tatuagens. – Qual a sua idade?
  ― Vinte e um. – arregalei os olhos pra ele.
  ― E quais suas intenções com ela?
  ― As melhores possíveis, cuidarei dela em todos os momentos. – sorri ao escutar aquilo.
  ― Tudo bem, Zayn, né? – ele assentiu. – Mas se eu ver minha filha chorando por você, se considere morto. – ela apertou a mão dele em gesto de cumprimento.
  ― Ae amigão. – Louis se levantou. – Seja bem-vindo a família. – o abraçou.
  ― Obrigado. – ele sorriu.
  Sorri para os três e subi pra tomar um banho e tirar aquela roupa, Zayn ficou lá embaixo conversando com minha mãe e Louis, estava na faculdade ainda e agradeci por ela não estar lá pra não encher o saco. Ao entrar no chuveiro tentei relaxar, a dor no braço havia passado e estava me sentindo melhor, me lembrei do meu banho com o Zayn no dia anterior, dos seus toques e senti um calor percorrer minha espinha, não sabia que aquilo era tão bom e não sabia que estava com vontade de fazer aquilo novamente. Fiquei com aqueles pensamentos por mais alguns minutos e logo terminei meu banho, me enxuguei, me troquei e desci, procurei por Zayn e encontrei ele na cozinha ajudando minha mãe com a janta, com certeza hoje seria muito boa. Voltei para a sala e me sentei ao lado de Louis, deitei minha cabeça sobre seus ombros e ele me envolveu com seu braço.
  ― É pequena, por onde andou ontem? – ele fazia carinho no meu braço.
  ― Na casa do Zayn. – sussurrei.
  ― Imaginei, aconteceu algo? – não entendi em que sentido foi a pergunta.
  ― O pai dele. – Louis se espantou. – Quer nos fazer mal, nos separar. Fomos pra casa que tem aquele bloqueio lá, tive que dormir lá e hoje quando estávamos vindo embora senti meu braço queimar demais e ele disse que tinha que ficar comigo essa noite. – suspirei.
  ― Eu estou com medo. – ele me abraçou mais forte.
  ― De quê? – levantei o olhar pra ele.
  ― Medo do que o Yaser possa fazer com vocês, medo do que o Zayn possa fazer. – ele respirou fundo. – O Zayn é muito poderoso, eu tenho medo disso.
  ― Mas você o conhece, sabe que ele não faria mal a mim. – fiquei confusa.
  ― Não é mal a você, e sim a ele mesmo se acontecer algo com você. – ele beijou minha testa.
  ― Acho melhor não pensarmos nisso, não quero ficar mais paranoica.
  ― Sim. – ele sorriu. – E a propósito, belo anel.
  ― Obrigado. – abracei ele.
  Ficamos um tempo ali abraçados e logo chegou, ao ver a cena ela revirou os olhos e foi beijando e agarrando o Louis, deixei os dois ali e fui até a cozinha ajudar. Fiz um suco enquanto Zayn terminada de ajudar minha mãe a montar a lasanha, eu ainda estava pensando em como ele convenceria minha mãe a deixá-lo passar a noite aqui, logo depois entendi o porquê dele estar ajudando ela com a janta. Tudo pronto fomos por a mesa, chamamos e Louis e nos sentamos pra jantar, a lasanha estava muito boa, até repeti, mamãe já estava um pouco mais solta com o Zayn e minha irmã estava menos estressada. Zayn tinha um dom de persuasão que nem eu entendia como ele fazia as pessoas gostarem dele assim tão fácil.
  ― Então Zayn, me fale sobre sua família. – mamãe perguntou enquanto tomava seu suco.
  ― Moro com minha mãe Trisha e minha irmã , somos mulçumanos mas sempre moramos aqui. – ele levava um pedaço de lasanha até a boca.
  ― Que legal, e seu pai? – respirei fundo e encarei minha mãe.
  ― Bom... – ele deu uma pausa e largou o garfo da mão. – Ele faleceu. – sua expressão mudou.
  ― Ah, me desculpe. – ela ficou sem graça. – O jantar está ótimo não é? – mudou de assunto.
  ― Sim, muito boa a lasanha que Zayn fez. – Louis disse de boca cheia.
  ― Até que leva jeito pra cozinhar. – disse o encarando.
  ― Obrigado. – ele riu. – Aprendi com minha mãe.
  ― Sua mãe deve ser uma cozinheira de mão cheia. – mamãe disse sorrindo.
  ― Com certeza é. – gargalhamos.
  Ficamos mais alguns minutos ali e tiramos a mesa, eu e lavamos a louça enquanto os meninos arrumaram a mesa, mamãe havia subido pro seu quarto e nos deixou sozinhos lá embaixo. Já se passavam das 21PM, fomos pra sala e ficamos lá conversando esperando o tempo passar. Horas depois minha mãe havia descido pra nos desejar boa noite que estava indo dormir e se virou para mim e Zayn e disse “juízo”, não entendi bem, mas acho que ela havia deixado ele dormir aqui. Assim que ela subiu, subimos também e fomos direto pro meu quarto, coloquei minha roupa de dormir enquanto Zayn tomava banho. Deitei-me e arrumei o lado dele da cama, assim que ele saiu do banheiro eu fiquei boquiaberta, ele estava só de boxer e isso me despertou pensamentos insanos, mas não, não podia fazer isso na minha casa, ainda mais na minha cama, desviei o olhar.
  ― Minhas roupas estão molhadas, por isso fiquei só de boxer. – ele se explicou.
  ― Tudo bem. – continuei sem olhar pra ele.
  ― Então, boa noite. – ele se deitou e acariciou meu braço.
  ― Boa noite Malik. – me virei e sorri, ele logo me deu um beijo.
  ― Antes de dormimos eu preciso te falar uma coisa. – temi sua frase.
  ― Sim. – me virei novamente.
  ― Você teve mais alguma sensação estranha?
  ― Não. – respondi logo.
  ― Sempre que sentir algo me avise, quero dar um basta nisso de uma vez por todas, meu pai não pode fazer isso comigo e nem com você. – ele disse sério.
  ― Tudo bem. Mas... E se acontecer alguma coisa? – olhei dentro de seus olhos.
  ― Não vai, eu te juro. – ele entrelaçou nossas mãos.
  Assenti me achegando mais perto dele e ele me abraçou, seu abraço era quente e me acalmava, senti ele depositar um beijo em minha cabeça e logo depois respirar fundo. Fechei meus olhos pedindo para ter sonhos bons e não senti quando adormeci.

  Um lugar completamente estranho no qual nunca tinha estado antes, mas estava com a sensação de que eu o conhecia, várias pessoas rindo ao mesmo tempo e isso me doía a cabeça, eu estava perdida por completo, não conhecia ninguém e muito menos o lugar, todos riam de mim e seus sorrisos eram assustadores, senti-me presa no chão e logo me apavorei. Procurei ajuda ao redor mais foi em vão, senti uma mão sobre meu ombro e respirei fundo temendo o que fosse, e quando vi era um cara muito parecido com o Zayn, não, não era ele. Fechei os olhos na esperança de que ele sumisse, mas não adiantou muito.
  ― Ora, ora, ora, Allen Custer. – seu tom de voz era medonho.
  ― Quem é você? – perguntei nervosa.
  ― Não está me reconhecendo? – foi irônico.
  ― Não.
  ― Yaser Malik. – tremi.
  ― O que você quer comigo? Me deixa em paz por favor. – implorei.
  ― Não tão cedo. – ele me rodeou. – Não era pra você aparecer na vida do meu filho, você estragou tudo, eu tinha planos pra ele. – ele gritava.
  ― Eu não tive culpa, eu amo seu filho e não deixarei nada acontecer com ele. – falei mais nervosa ainda.
  ― Calma, eu sei que você o ama, mas isso não vai mudar em nada. Você acha que eu deixarei vocês em paz assim? Tsc, não tão cedo. – ele gargalhou.
  ― Yaser, por favor. – ele segurou meu braço e apertou em cima da marca, isso queimou mais do que o normal.
  ― Essa marca não era pra existir. – ele apertou com mais força. – Já não basta aquele amiguinho dele, agora em mais uma pessoa? Uma tola igual a você não merece isso. – uma lágrima caiu com tamanha dor sentida.
  ― Você esta me machucando. – tentei não chorar mais.
  ― Eu sei. – ele gargalhou e apertou mais ainda. – Se eu matar você eu mataria o meu filho, e não quero isso... Não agora. – ele me soltou ficando sério.
  ― O que eu fiz pra você? Só quero entender isso. – o encarei.
  ― Tudo garota, tudo. – ele gritou novamente.
  ― Tudo tem motivo. – rebati.
  ― Preste atenção, você vai sumir da vida dele, não por alguns meses, e sim pra sempre. – ele estava bem próximo a mim.
  ― Não. – gritei.
  Ele fechou a cara e estendeu sua mão afastando-se de mim, senti-me levantar do chão e uma falta de ar me tomou conta, estava já sem forças e não conseguia falar mais, bem no fundo pude escutar as risadas maléficas ao redor e quando estava completamente sem ar eu acordei no susto retomando o ar que me faltará na hora. Zayn acordou assustado e logo me abraçou me acalmando, eu no momento só sabia chorar de medo, medo de morrer e principalmente medo de perder Zayn.

Capítulo 20

  Uma semana se passou e eu não tenho mais pesadelos com o Yaser, na boa, eu odiava sentir como se estivesse morrendo cada vez que sonhava com ele, aquilo me amedrontava e eu ficava mal o resto do dia. Eu ainda acho que isso quer dizer alguma coisa, eu precisava pesquisar sobre isso, buscar mais informações ou ir atrás de alguém que também tenha esse poder para poder entender, saí no meio da educação física e fui até a biblioteca, busquei livros e logo depois fui até o computador para pesquisar mais sobre isso. Digitei no Google “Família Malik”, nada apareceu, não desisti e procurei coisas referentes aos poderes que ele tinha, achei algumas coisas mais nada que fosse realmente verdade.
  Fiquei por horas procurando, perdi as últimas aulas e consegui achar algumas coisas sobre o que estava acontecendo, seria uma reencarnação que Yaser conseguirá fazer? Tudo indicava que sim, todas suas aparições em sonhos e as sensações que eu senti foram ele realmente, e sempre que isso acontecia ele tinha qualquer poder sobre mim até que eu acordasse ou alguém fizesse isso por mim. Assustei-me quando senti alguém tocar em meus ombros, mas pra minha sorte era Zayn, ele me olhava preocupado talvez pelo fato de eu ter sumido durante as últimas duas aulas. Depositou-me um beijo em minha cabeça e logo sentou do meu lado olhando em meus olhos e dando um breve sorriso.
  ― Por que sumiu? – ele acariciava minha bochecha e pude ver sua expressão mais calma.
  ― Estava querendo fazer algumas pesquisas, nada demais. – sorri de canto e ele sabia que não era "nada demais".
  ― Posso saber o que foi esse nada demais? – fez aspas com os dedos ao dizer.
  ― Projeto de Ciências. – no qual eu realmente tinha me esquecido.
  ― Ainda com isso? Achei que já estava pronto. – está bem longe de pronto, eu estou ferrada completamente.
  ― Muito trabalho a fazer. – fechei as janelas da página que lia na web e me levantei afastando do computador. – Vamos? – estendi uma das mãos afim de segurar a mão dele e ir embora logo dali.
  ― Vamos baby. – um beijo se estalou em minha boca e um sorriso apareceu logo após.
  Passei a mão pegando minha bolsa que estava agarrada na cadeira e logo estávamos fora da biblioteca, todos os alunos estavam saindo. já tinha ido com o Harry na frente pelo o que Zayn tinha me dito, o tempo estava se formando novamente e só queria estar logo em casa. Faz uma semana que só chove e isso me dava agonia, ficar a maior parte do tempo em casa não era nada agradável, pra minha sorte hoje era sexta-feira o que me deixou mais aliviada. Zayn disse que haveria um jantar em sua casa e que a mãe dele e ele – e claro, não poderia me esquecer da – faziam questão da minha presença, desse jeito quem sou eu para recusar, né? Depois de alguns minutos dentro do carro percebi que estava sem cinto, coloquei-o por colocar mesmo e logo liguei o som e nele tocava All Of Me – John Legend, eu adora aquela música, cantarolei baixinho para ele não me ouvir e foi meio que impossível.
  ― Cante mais alto? – sua voz soou calma.
  ― Jamais, minha voz é horrível. – neguei balançando também a cabeça.
  ― Ah, por favor, só um trechinho? – olhei para ele que fazia bico de pidão.
  ― Por que você não canta? – indaguei.
  ― Tenho vergonha. – ele riu de canto.
  ― Canta, por favor. – fiz o mesmo que ele quando me pediu e ele corou, sorriu e quando me virei para frente pude escutar ele cantando baixinho.
  ― Cause all of me, loves all of you, love your curves and all your edges, all your perfect imperfections... – sua voz era perfeitamente linda, me arrepiei.
  ― Uau... – foi o que eu consegui dizer.
  ― Eu desafinei? Desculpa. – ele sorriu meigo e sem graça.
  ― Não, não desafinou. É que sua voz... É perfeita. – pude ver o brilho de seus olhos quando eu disse aquilo.
  ― Cards on the table, we're both showing hearts, risking it all, though it's hard... – ele continuou a música e logo sorriu me dando um beijo de espontâneo.
  ― Como vai ser? Você vai esperar eu me arrumar ou vira me buscar depois? – perguntei ao ver que já estávamos em frente a minha casa.
  ― Te esperarei. – ele sorriu e disse calmo.
  Apenas assenti com a cabeça tirando o sinto que me envolvia, abri a porta do carro e ele fez o mesmo, rodeei o carro e logo estava e seu lado, ele logo tratou de entrelaçar nossas mãos e me acompanhar até lá dentro, senti algo incomodar em meus dedos e quando olhei pude ver que ele usava uma aliança, por Deus, nunca tinha percebido isso e logo que vi soltei um sorriso bobo. Entramos em casa e logo vimos e mamãe conversando na sala, elas falavam baixo, parecia mais que sussurravam e pararam logo que chegamos.
  ― Boa tarde. – Zayn disse educadamente.
  ― Quase boa noite, né? – disse revirando os olhos.
  ― Quase . – ele riu sem graça.
  ― Qual o motivo dos sussurros? – perguntei curiosa e mamãe logo veio até nós.
  ― O aniversário do Louis é amanhã, iremos fazer uma surpresa, vamos esquecer de desejar os parabéns e fingir que é um dia normal, vai tirar ele de casa enquanto arrumamos tudo. – ela explicou sussurrando.
  ― Entendi, mas por que ainda esta sussurrando? – repeti a pergunta.
  ― Porque ele está na cozinha e pode vir a qualquer momento. – dito isso vejo ele vindo com uma caneca na mão e assoprando o que havia dentro.
  ― Falando nele. – disse entre dentes e sorri.
  ― Zayn amigão, você por aqui. – disse ele dando um gole em seu líquido e logo reclamando por ter queimado a língua.
  ― Oi Louis, estou aqui quase todo dia, não sei por que a frase. – Zayn ria coçando a nuca.
  ― Qual a boa de hoje? – cortou o assunto.
  ― Tenho um jantar na casa de Zayn para ir. – disse me sentando no sofá.
  ― Nem convida. – ela respondeu logo.
  ― . – disse a encarando desejando-a matar no momento.
  ― É coisa de família . – Zayn disse calmo. – Minha mãe quer nos dizer algo. – a expressão de foi de intrometida à curiosa e já imaginaria que quando eu chegasse ela iria me interrogar.
  ― Tudo bem, Louis que tal uma balada? – ela se virou para Louis que ainda pestanejava pela língua queimada.
  ― Como quiser querida. – respondeu sem olhar para ela.
  ― Bom, irei me arrumar. – joguei beijo no ar para mamãe e subi correndo deixando Zayn lá embaixo com eles.

  Corri para tomar meu banho e me arrumar o mais depressa possível, terminei meu banho em menos de 20 minutos e fui me arrumar, vesti uma roupa simples, meu vans, meus cabelos estavam soltos, me maquiei, coloquei os assessórios e estava pronta. Desci as escadas correndo e vi Zayn e Louis sentados conversando sozinhos, rapidamente a atenção de Zayn se voltou para mim me fazendo sorrir, andei depressa até ele que logo se levantou e me deu um belo beijo.
  ― Vamos? – disse segurando a mão dele.
  ― Você está linda. – ele sorriu. – Vamos.
  ― Tchau Louis. – joguei um beijo no ar pra ele. – TCHAU MÃE. – gritei para que ela escutasse e logo depois saí.

...

  Todos já estávamos na mesa, , Niall, Trisha, Zayn e eu, estava silêncio e muito tenso, não sabíamos o que ela queria comunicar, ou na verdade Zayn sabia e não queria contar para não estragar a surpresa. Ouvi Trisha suspirar e vi Zayn fechar a cara, pra isso acontecer coisa boa não estava por vir, ficou aflita e isso me deixou mais tensa do que eu estava.
  ― Bom... – Trisha disse suspirando. – Boa noite. – ela sorriu meiga.
  Respondemos em conjunto e ela então continuou.
  ― Queria todos vocês aqui juntos pra fazer um comunicado. – senti os pés de Zayn batendo no chão impacientes.
  ― Não. – Zayn respondeu logo deixando Trisha com uma expressão triste.
  ― Zayn. – disse entre dentes.
  ― Isso está fora de cogitação , não vou aceitar isso. – apertou a ponta do nariz procurando calma.
  ― Você queria que ela morresse sozinha? Para de ser infantil. – ela disse já irritada.
  ― Parem vocês dois. – Trisha se pronunciou. – Eu quero que vocês entendam uma coisa, eu estou livre para fazer qualquer escolha que eu quiser, e eu também quero ser feliz novamente, é difícil entender isso? – sua voz se embargou mais nenhuma lágrima caiu.
  ― Mãe eu te entendo, e te dou todo apoio. – beijou seu rosto.
  ― Obrigada querida. – ela sorriu.
  ― Qual é o nome dele? – Niall perguntou empolgado.
  ― Bob. – ela respondeu rindo e logo me olhou.
  ― Espero que tudo der certo, estou torcendo por vocês. – disse sem graça e sorri.
  ― Não vou aceitar isso. – Zayn disse nervoso e se retirou da mesa.
  ― Zayn. – o chamei e ele não deu ouvidos. – Deixa que eu converso com ele. – disse para eles e logo subi atrás do Zayn.

  Cheguei em seu quarto ele estava jogado na cama com o rosto tapado, fechei a porta e fui até ele sentando ao seu lado e acariciando seus cabelos.
  ― Ela não pode fazer isso. – sua voz soava triste.
  ― Por que não meu amor? – eu ainda não entendia.
  ― Ela sabe o que meu pai vai fazer, sabe muito bem. – sua respiração se aprofundou e ele me olhou.
  ― Como assim? – o olhei espantada.
  ― Já não basta ele querendo te tirar de mim, agora ele vai querer tirar minha mãe de mim, não. – disse bravo.
  ― Ele não fará isso, esquece. – abracei ele mesmo deitado e ele beijou minha testa.
  ― Você não conhece meu pai. – pude sentir as batidas de seu coração se alterarem de rápidas para bem lentas, a respiração dele enfraquecia cada vez mas e eu comecei a ficar preocupada. – Zayn, você está bem? – perguntei sacudindo ele que já estava de olhos fechados. – Zayn... Zayn... – o chamei e nada dele responder, senti meu braço arder como se estivesse em chamas e quase não contive o grito.
  Minha visão estava turva e meu corpo ficando mole, estava perdendo as forças e continuava sem entender o que estava acontecendo comigo e com Zayn naquele momento. Ainda fraco, pude escutar a porta se abrindo e vi o vulto de alguém vindo até nós, a partir dai já não escutava mais nada, meu braço queimava como nunca e a última coisa que consegui fazer foi segurar a mão de Zayn.

Capítulo 21

  ― ... – era como se fosse uma voz vinda do além. – , acorde... – senti algo em minhas mãos mais não conseguia abrir os olhos. – Vamos lá, você consegue... – respirei fundo e com um esforço consegui abrir os olhos pela metade. – Isso garota. – minhas vistas ainda estavam embaçadas, mas pude ver que era uma mulher.
  ― Onde que eu estou? – disse quase sussurrando. – Meu braço está queimando. – minha voz se embargou.
  ― Você está na minha casa.. Ei olha pra mim. – pisquei várias vezes e logo vi a .
  ― Cadê o Zayn? E o que aconteceu? – tentei levantar mais me sentia mais pesada que chumbo.
  ― Infelizmente o Zayn ainda não acordou, e eu não sei direito explicar o que aconteceu com vocês. – ela se sentou ao lado da cama e sua expressão foi de lamento.
  ― Não pode ser. – chorei. – Quero o Zayn. – olhei para o lado e não o vi, passei o olho ao redor do quarto e não estava no quarto dele. – Cadê ele ? – senti meu coração acelerar.
  ― Calma , olha pra mim... Vocês não podem ficar juntos... – ela desviou o olhar. – Isso é perigoso, tanto pra ele quanto pra você. – sua voz estava embargada.
  ― Isso só pode ser um pesadelo. – neguei a mim mesma com a cabeça e fiz força para me levantar da cama.
  Meu corpo pesava demais, era como se alguém estivesse se pendurando em mim, andei o mais depressa que pude pelos corredores a procura do Zayn, abri a porta de seu quarto bruscamente e o encontrei ainda de olhos fechados, Trisha estava ao seu lado e parecia chorar, fui andando arrastando os pés até sua cama e me ajoelhei em frente a mesma. Ele parecia um anjo, sua respiração era fraca e isso me preocupou mais, segurei em suas mãos, ainda chorando e o chamei, ele não acordava e meu coração foi ficando apertado. Eu não fazia menor ideia do que tinha acontecido, mas sei que o Yaser estava envolvido nisso, eu queria muito entender por que ele quer tanto que o Zayn se livre de mim, o que eu fiz a ele? Por que essa marcação com o Zayn? A questão é poder? Acho que se Zayn pudesse ter puxado sua mãe, ele ficaria mais feliz assim. Levantei-me sentando ao lado de Zayn e tentei o acordar, foi em vão, ele não acordava, parecia estar em um sono profundo. Comecei a entrar em desespero, um flashback veio em minha mente, e só me lembrei do momento eu que eu estava perdendo a visão e segurando a mão de Zayn. Senti uma mão em meu ombro e era a Trisha, entendi que era pra sair de perto dele, mas eu não queria, e nem iria.
  ― Você precisa , vamos? – ela insistia em me chamar.
  ― Não vou deixar ele Trisha, não agora, não depois e nem nunca. – ainda estava chorando.
  ― Vai ser melhor pra vocês, é por pouco tempo, eu prometo. – sua voz era doce.
  ― Não, por favor, não me faça fazer isso. Eu não vou aguentar. – observei ele que não fazia nenhum movimento sequer.
  ― . – ela me cerrou com os olhos. – Vamos. – estendeu uma de suas mãos para me ajudar.
  Agachei-me para mais perto de Zayn e acariciei seus cabelos, o abracei como pude e dei um último beijo nele, sentia que era como se tivesse arrancando um pedaço de mim, sair dali assim, sem mais nem menos, sem poder me despedir e nem ver seus olhos brilhando ao me ver, isso era horrível. Levantei-me e dando passos devagar, olhando para ele na esperança dele acordar no último minuto, sei que seria impossível, mas não custava nada.
  Já na sala, tentava me acalmar com palavras, mas não estava dando certo, eu só queria o Zayn, só queria vê-lo acordado, queria ter pelo menos uma certeza de que ele está bem, nada mais estava fazendo sentido. Peguei meu celular e me despedi de e Trisha, não sabia quando as veria novamente, meu abraço foi forte e triste, e diria que eu poderia me afogar nas minhas próprias lágrimas de tanto estar chorando. Na agenda do meu celular, busquei o número da , eu precisava contar para ela, eu precisava dos seus conselhos, o relógio marcava 21h18, eu não voltaria pra casa, não estava afim de dar explicações de por que eu estava chorando, ela me mataria e mataria o Zayn – que não tem culpa de nada – por ter me feito chorar.

...

  ― Como assim acabou ? Vocês estavam tão bem. – sua expressão era indignada.
  ― Ele disse que não podíamos mais ficar juntos, e foi isso. – menti, não poderia de jeito nenhum contar sobre o que aconteceu.
  ― Eu vou matá-lo, que cara idiota. No mínimo deve ter dedo da Ally nisso, aquela vadia. – ela deus passos impacientes até a mesa de seu notebook. – Ela me paga.
  ― Esquece isso amiga, posso dormir aqui hoje? – tentei mudar de assunto.
  ― Claro que sim, sempre que quiser amiga. – ela sorriu e me abraçou, como seu abraço era bom, mas não tanto quanto o do Zayn. – O que vamos fazer? Quer sorvete ou brigadeiro? Qual filme veremos? – sua empolgação me contagiou.
  ― Qualquer coisa. – sorri e fomos correndo para a cozinha preparar as coisas.

  Fizemos brigadeiro, pegamos sorvete, jujubas e várias outras coisas, escolhemos uma sessão de filmes e fomos assistir, a era o tipo de menina atenciosa, que fazia de tudo pela pessoa que gosta – ou pela melhor amiga – capaz de fazer o mundo parar de girar, só pra poder ajudar a pessoa, ela era graciosa, me fazia rir como ninguém e me entendia muito bem. Já passava da meia noite e eu não aguentava mais segurar o sono, adormeci ali mesmo, jogada na ponta da cama de , só queria acordar e ver que tudo aquilo não passou de um sonho.

...

  Senti alguém me cutucar, abri os olhos rapidamente e era , ela estava com meu celular na mão, que estava tocando e era minha mãe, droga, me esqueci de ligar para ela, atendi com pressa quase deixando o celular cair, ela estava preocupada e me queria em casa o mais breve possível. Acatei seu pedido sem demora e logo me levantei para ir embora, olhei nas ligações para ver se havia alguma do Zayn mais não havia nada lá, eu não vou desistir fácil assim.

  Meu caminho até em casa foi um completo tédio, as ruas estavam vazias, em plena manhã de sábado e todos em casa, isso estava estranho. Senti um arrepio percorrer meu corpo todo e logo me lembrei de Zayn, uma força maior queria que eu voltasse até sua casa, mas eu não poderia fazer isso, tinha medo, por outro lado, eu não tinha. Dei meia volta e fui andando em direção a casa dele, escutei uma voz em minha mente me dizendo “não”, eu não sabia exatamente se era a ou o Zayn, esse "não" não foi o suficiente para me fazer desistir, apressei meus passos e novamente escutei uma voz em minha mente, não dei atenção, eu precisava ver o Zayn e nada me impediria, “você vai se machucar, para por favor” novamente uma voz e isso não me parou.
  “...Não sei o que você está pensando, meu doce
  Mas eu tenho essa sensação, meu doce
  E eu posso ouvir as sirenes queimarem
  As luzes vermelhas se apagam
  Não posso voltar atrás agora...”

  Alguns minutos depois e eu já me encontrava em frente a casa dos Malik’s, respirei fundo várias vezes em busca de calma e coragem para entrar e quando finalmente senti que estava pronta eu fui, alguns passos curtos que me travavam, mas eu não poderia desistir, já estava ali e só sairia com a certeza de que Zayn estava bem. Bati na porta e me atendeu, sua expressão não foi nada boa ao me ver, o que me deixou encabulada, o que aconteceu com ela? Que gostava tanto de mim e agora fecha a cara ao me ver.
  ― O que você quer? – ela perguntou seca.
  ― Quero falar com o Zayn, por favor. – já pedia.
  ― , o que eu disse sobre vocês? É pra sua segurança, vai embora por favor? – a porta ia se fechando se não fosse por eu ter colocado o pé entre ela.
  ― , eu não vou sair daqui enquanto não saber se o Zayn esta bem, se ele acordou, como ele esta, é difícil entender? – rebati.
  ― , ele está bem, mas vocês precisam se afastar, você vai achar alguém melhor que ele, vai ser necessário. – respondeu logo.
  ― Não ! – exclamei. – Não preciso de mais ninguém, eu preciso dele, você me entende? Às vezes não entende, você não deve ter passado por isso com o Niall, deve ser por isso que age tão naturalmente assim. – meu sangue estava fervendo.
  ― Você quem sabe, eu tentei te proteger. – ela deu alguns passos para trás abrindo a porta para mim entrar.
  ― Eu assumo o risco. – a encarei em forma de desafio e fui correndo até o quarto do Zayn.

  Algumas batidas na porta e nada de resposta, girei a maçaneta lentamente e empurrei a porta, Zayn estava sentado em frente a sua estante desenhando, sua atenção se voltou toda para mim no momento, e sua expressão era séria.
  ― O que está fazendo aqui? – perguntou seco sem sequer olhar para mim.
  ― Vim ver como você está, posso entrar? – senti minhas bochechas queimando.
  ― Você precisa se afastar, vai ser melhor assim. – seus olhos encontraram os meus.
  ― Não, eu preciso ficar perto. – entrei e fechei a porta. – Zayn, por que isso agora?
  ― , preciso te manter em segurança, e você só estará em segurança longe de mim. – suas mãos encostaram na minha.
  ― Não Zayn, eu me sinto segura ao seu lado, não longe de você, olha pra mim. – segurei seu rosto com as mãos. – Vamos para a casa da floresta, lá podemos ficar em segurança, mas por favor, não me afaste de você. – minha voz já estava embargada.
  ― Não dá, não posso. Já era . – ele negava com a cabeça. – Não podemos mais ficar juntos, acabou. – ele se levantou abrindo a porta.
  ― Não vou sair daqui, não acredito nisso. – escorei meu cotovelo na parede passando a mão sobre a cabeça buscando calma. – Isso não pode acabar assim. – minhas lágrimas já rolavam.
  ― Você precisa ir , sua mãe te espera. – o encarei e pude ter certeza de que ele estava chorando, andei em direção a ele e ele virou o rosto.
  ― Olha pra mim. – novamente segurei seu rosto com as mãos. – Você não quer isso, eu tenho certeza. – envolvi meus braços em seu corpo e o abracei o mais forte que consegui.
  ― Vai ser melhor assim. – disse seco sem esboçar nenhuma reação.
  ― Não, não, não. – repeti várias vezes para mim mesma e senti suas mãos em meus braços me afastando. – Lembre-se que eu te amo, e se for pra você se ver livre do seu pai, eu darei a minha vida pela sua. – ele me olhou sério nesse momento, parecia bravo.
  ― Matar você, seria matar a mim mesmo. – me lembrei quando ele me disse isso alguns dias atrás.
  ― Mas se eu me matar, não será como ele matar você. – me afastei lentamente. – Eu te amo Zayn... Tchau.
  ― ... – não dei ouvidos e saí correndo em direção a rua.
  Agora mesmo só queria ir para casa e tentar bolar um plano para acabar de vez com isso. Yaser queria arrumar briga e causar estragos, o primeiro estrago ele já fez, e o segundo estrago está por vir.

Capítulo 22

  Já se passaram três semanas desde que eu e Zayn terminamos, ainda não consigo me conformar de como o pai dele conseguiu nos afastar tão facilmente, Zayn parecia ser uma pessoa forte, difícil de se deixar levar, e agora, por uma coisinha ele termina tudo. Eu já não estava mais triste como nos primeiros dias, agora já estava me sentindo melhor, a companhia da me fez bem, ela sabia me alegrar como ninguém, nos meus tempos livre eu pesquisava mais sobre os poderes de Zayn tentando achar um ponto fraco para que eu pudesse destruir seu pai, mas estava bastante difícil achar algo relativo a isso.
  Meu despertador já tinha tocado várias vezes, mas eu nem sequer estava com vontade de levantar, era sexta-feira e eu definitivamente não queria ir a aula. Continuei encarando o teto até não aguentar mais e levantar de uma vez, arrastando os pés fui até o banheiro e me joguei de baixo do chuveiro para acordar de vez, meus pensamentos se voltaram todos para Yaser. Queria deixar minha mente e corpo vulnerável para ver se ele vinha até mim. Um milhão de coisas se passaram pela minha mente, desde quando conheci Zayn até o dia do nosso término, me senti nervosa, olhei para minha marca, mas nada acontecia, esse Yaser queria mesmo fazer hora comigo. Terminei meu banho e logo me vesti, peguei minha mochila e desci pra tomar café, minha mãe apenas me encarava esperando que eu dissesse algo, mas nada foi dito, então ela resolveu se pronunciar.
  ― Você se esqueceu do seu projeto de ciências? – ela me encarava enquanto eu bebia um gole do café.
  ― Projeto? Que projeto mãe, ele já foi... – me dei conta de que hoje era a apresentação e que já estava super atrasada. Engoli meu pão e saí correndo. – Tchau mãe.

...

  Chegando na escola saí correndo até a quadra aonde aconteceria as apresentações, de longe vi enlouquecendo arrumando as coisas, Jared estava ajudando-a e Harry do seu lado arrumando o projeto dele e de Zayn, que pra variar não estava lá. Cheguei até a mesa e sentir o olhar furioso de e Jared sobre mim, achei até que eles iriam me agredir, joguei minha bolsa do lado e fui ajudar a arrumar as coisas. Senti um arrepio percorrer e percebi que não estava ventando ali, olhei a minha volta a procura de algo e o que eu vi foi Zayn vindo com um cigarro na mão, e logo depois jogando-o no chão e pisando em cima. Ele estava de touca e uma regata preta, calça jeans preta colada e um vans, sua expressão era séria e um lev “quero ir embora”, desviei meu olhar e logo me concentrei no que estava fazendo, não poderia me deixar levar.
  ― Posso saber por que chegou atrasada? – murmurou brava.
  ― Me esqueci completamente de que a apresentação era hoje, me desculpa. – disse sem tirar os olhos do que estava fazendo.
  ― Parece que alguém andou pensando demais no ex e esqueceu de tudo. – Jared quase sussurrou.
  ― Não me faça te xingar Jared, gosto muito de você para fazer isso. – cerrei os olhos e ele se calou.
  ― Ele fuma desde quando? – ela me perguntou como se eu soubesse.
  ― Não sei, nunca o vi fumando e nunca senti gosto quando o beijava. – respondi rápido me controlando para não olhar para o lado. – Mas, por favor, vamos nos concentrar aqui, não quero ter que olhar para ele sem querer. – pedi.
  ― Tudo bem amiga. – ela concordou segurando minha mão.
  Vi Ally vindo em nossa direção e logo desviando para os meninos, ela não faria aquilo, não na minha frente, “faria sim , ela é melhor do que você” meu subconsciente dizia isso várias vezes me deixando nervosa, mais do que eu já estava. Respirei fundo para não deixar o nervosismo transparecer mas foi meio que impossível, ela abraçou o Zayn de uma forma, como se fosse íntima dele, e era o que estava parecendo. Zayn a abraçou forte como fazia comigo, eu não estava acreditando na cena que estava vendo agora, a minha vontade era de ir lá e acabar com os dois, e era o que eu iria fazer se não tivesse me segurado.
  ― Amiga não, esquece ele, por favor. – ela disse calma.
  ― Não precisa disso na minha frente. – respondi nervosa.
  ― Não está vendo que isso é uma provocação? Não corresponda a isso. – ela apertou mais meu braço.
  Senti uma leve tontura e vozes em minha cabeça, isso de novo não. Escorei-me na mesa tentando afastar o que estava em minha mente, mas estava impossível, “Era isso que você queria certo? Eu te dei o que você queria ”, suas risadas ecoavam cada vez mais, tinha certeza de que era Yaser invadindo minha mente, minha visão ficou turva e literalmente não via e nem escutava nada. Senti alguém me abraçar, mas era impossível de saber quem era, as vozes foram aumentando cada vez que eu tentava voltar ao normal, “Eu tentei te afastar, mas você não me deu ouvidos, agora sofre.”
  ― Não. – gritei.
  ― , o que está acontecendo? – consegui escutar a voz da .
  ― Amiga me tira daqui. – pedi.
  ― Me diz o que houve? – senti uma força a mais em mim, senti como se eu pudesse matar um com apenas um soco.
  ― Me tira daqui. – pedi novamente.
  ― Mas ... – me senti mais nervosa ainda, meu coração acelerou demais e vi as vidraças da quadra se quebrando ao meu redor.
  ― Vamos. – puxei a mão da e saí dali o mais rápido que consegui.

...

  ― O que foi aquilo na quadra , pode me explicar? – ela se prontificou em minha frente com os braços cruzados esperando respostas que nem eu mesma sabia.
  ― Como você quer que eu te explique? Nem eu sei o que aconteceu comigo. – respondi intrigada.
  ― Você tem certeza que não tem que me contar algo? – ela me cerrou os olhos.
  ― É que eu não posso, se eu conto eu morro. – funguei.
  ― Quê? Como assim? – ela me olhou sem entender nada.
  ― Mas ultimamente estou preferindo morrer do que guardar esse segredo. – dei de ombros.
  ― Será que dá pra me contar logo? – seu tom de voz foi sério.
  ― Amiga o Zayn tem poderes. – ela me olhou incrédula, como um adulto fingindo que Papai Noel existe. – É eu sabia que você não acreditaria, mas você viu hoje com seus próprios olhos o que ele é capaz de fazer, ele entra na mente das pessoas, ele manipula, ele faz você ver o que ele quer, ele controla as emoções, ele consegue tudo, tudo o que você imaginar. – aquilo que ela chamava de queixo estava no chão no momento.
  ― Eu não acredito nisso, e por que escondeu isso de mim? Sou sua melhor amiga, acharia que eu iria contar pra todo mundo? – desviei o olhar para não ter que responder isso a ela.
  ― Sabe essa marca aqui? – apontei para meu braço. – Foi ele quem fez, sabe por quê? Porque quando alguém que tem o mesmo poder que ele se apaixona por uma pessoa, essa pessoa é quem ele vai ficar a vida toda, essa pessoa foi com quem seu destino foi traçado desde que nasceu, e é essa pessoa a quem foi destinada. – senti um alívio ao vomitar todas aquelas palavras que me sufocavam faz tempo.
  ― Mas por que vocês terminaram? Isso que não entendo. – ela sentou ao meu lado e me abraçou.
  ― Por causa do pai dele, o pai dele quer me matar, quer que eu fique longe do Zayn para que ele possa ser o mais poderoso da família, mas na verdade eu acho mesmo é que o pai dele quer destruí-lo. – suspirei segurando as lágrimas mas foi impossível.
  ― Meu Deus. – ela fez uma pausa. – Eu realmente não sei o que dizer, é muita informação para uma pessoa só. – minha respiração falhou, senti uma leve acelerada nos meus batimentos cardíacos. – Nós precisamos apresentar nosso trabalho.
  ― Não posso voltar, não sei o que esta acontecendo comigo, não sei se serei capaz de tanto. – me esquivei a mandando ir.
  ― Você quem sabe, mas vai para casa, descansa, é disso que você precisa. – seu abraço foi forte o suficiente para me confortar.
  ― Te amo amiga, não sei o que seria de mim sem você. – retribui o abraço.

  Quando ia me levantando para ir embora senti uma aproximação, olhei para trás e vi Zayn e Ally vindo em minha direção, não, isso era demais para mim. Controlei-me bastante para me manter firme na frente dos dois.
  ― Você está bem ? – a voz de Ally soou estridente e irritante aos meus ouvidos.
  ― Muito bem, obrigada. – sorri ironicamente. – Vejo que arrumou um namoradinho novo, né? Meus parabéns. – bati palmas.
  ― Pois é, soube o que você fez com ele, coitado, pra quem o amava tanto, largar ele deve ter sido fácil, e eu sabia que isso era falso. – sua pose de patricinha tomou conta deixando-a mais irritante do que já era.
  ― Fico feliz em saber que você está cuidando dele direitinho, e desejo tudo de bom. – a encarei fixamente e por algum motivo conseguir escutar seus pensamentos sujos.
  ― Obrigada, obrigada mesmo gata. – seu sorriso se estendeu e seu beijo estalou na boca de Zayn.
  ― Mas Ally, seria uma pena se você esquecesse de que tem um namorado. – brinquei com as minhas mãos.
  ― não. – a voz de Zayn soou quase como um sussurro.
  ― Ué? Não o quê? Não fiz nada. – olhei incrédula.
  ― Eu não irei esquecer querida, Zayn é meu e sempre foi, não tem por que eu esquecer disso. – suas mãos agarraram os braços de Zayn.
  ― Tem certeza disso? – sorri.
  Ela me olhou com medo, a encarei de cima a baixo e vi suas pernas bambearem, nossa ela estava com medo mesmo, “só mentalize , você consegue”, uma voz no meu subconsciente disse. Dei alguns passos até ela e a abracei forte, senti seu corpo todo ficar como uma pedra de gelo, sua respiração enfraqueceu e logo desmaiou em meus braços. Mas que diabos eu acabei de fazer? Será que agora eu tinha poderes e não sabia? Será que foi depois que transei com Zayn? Ou foi depois daquele dia em sua casa? Afastei-me dela deixando-a nos braços de Zayn que me olhava sem entender.
  ― Como você fez isso? – sua fisionomia foi séria.
  ― Eu te disse que daria um jeito em algumas coisas Zayn, você decidiu que as coisas aconteceriam do modo mais difícil, e agora eu não posso fazer nada. – dei as costas e apressei meus passos me afastando deles.

...

  O tempo tornava a se fechar, sinceramente, esse tempo estava muito confuso, quando cheguei em casa estava sozinha, o que me deu um certo medo e ao mesmo tempo um alívio. Joguei-me no sofá com a intenção de descansar, mas os acontecimentos de hoje voltava a me atordoar. Eu no momento estaria curiosa para saber o que estava acontecendo comigo, eu realmente não sabia que tinha poderes, e isso de certo modo me assusta, eu não sabia o que era capaz de fazer. Sentei-me no sofá e tentei me concentrar em algo, olhei a minha volta e não vi nada mais que me chamasse atenção sem ser o pequeno jarro encima da mesa de centro. O olhei fixamente e o mentalizei flutuando, me esqueci de tudo ao meu redor e foquei apenas no jarro, senti minha respiração vacilar e sem demora vi o jarro flutuando na minha frente.
  Eu não acreditara no que eu acabei de fazer, concentrei minhas forças novamente no jarro e quando menos esperei ele quebrou em milhões de pedaços, isso era realmente incrível. Levantei-me e olhei para os pedaços pequenos espalhados pelo chão da sala, e eles se juntaram rapidamente fazendo com que o jarro se reconstruísse, era como se eu nem tivesse quebrado ele. “Você vai machucar as pessoas ao seu redor fazendo isso.”, uma voz soou em minha mente e se parecia muito com a de Zayn, ignorei, o que eu queria mesmo era aproveitar dos poderes e destruir Yaser de vez.
  Fechei meus olhos e me concentrei em mim mesma, não sabia do que era capaz e alguns segundos depois me vi fora do chão, eu estava flutuando, fiquei nervosa com isso e cai no sofá. Mas por que isso estaria acontecendo comigo? Eu não entendia por que estava com aqueles poderes, Zayn não tinha poder de flutuar e quebrar as coisas, também não, e por que eu teria? O medo tomou conta de mim, eu não queria aquilo e não queria machucar ninguém. Meu celular toca e era um número desconhecido, me apresso para atender na esperança de ser Zayn.
  ― Alô? – eu estava ofegante.
  ― Por favor não use esses poderes, eu não sei como você os conseguiu e pode ser perigoso. – era Zayn, senti meus batimentos acelerarem.
  ― Zayn, por que você fez isso comigo? – funguei várias vezes para não chorar.
  ― Você sabe muito bem que não fui eu , eu só te peço que não use esses poderes. – sua voz soou calma.
  ― Eu os usarei sim, quero destruir seu pai, já que ele destruiu minha vida me afastando de você. – rebati.
  ― , por favor. – ele parecia estar chorando.
  ― Não, Zayn. Tarde demais. – em minha sã consciência eu não diria 'não' a Zayn.
  ― Ele está te usando, você está sendo fraca. – o ignorei.
  ― Tarde demais, adeus. – desliguei o telefone sem ouvir o que ele iria dizer.

  Algo não estava normal, e eu teria que descobrir isso, se Yaser está me usando não sei, eu só quero acabar com isso de uma vez por todas.

Capítulo 23

  Acordo no meio da noite, agitada. O quarto está envolto em trevas. Estou banhada de suor e minha respiração é ofegante. Uma voz já conhecida me chama no meu subconsciente. A mesma voz que chama todas as madrugadas no mesmo horário: 3:30. Eu olho ao meu redor para me certificar de que estou mesmo sozinha. E estou! Desço as escadas até a cozinha. Bebo um copo de água e volto para o aconchego da minha cama. Meus olhos estão arregalados de horror.
   Encaro o teto. Olhos vidrados. O medo de dormir e ser transportada para dentro daquele pesadelo com aquela voz fantasmagórica me consome. Mas sou vencida pelo cansaço e capoto num sono profundo. Logo sinto meu corpo se debatendo de um lado para outro da cama. Estou no pesadelo. Tento despertar daquela loucura infernal, mas minha consciência não obedece. De repente, ouço ela. A voz. A voz frenética que chama pelo meu nome todas as noites naquele pesadelo. Eu estou no meio do nada, olhando para lugar nenhum. A escuridão e a névoa são as minhas unicas companhias no inferno. E, claro, a voz.
  Ela nunca me deixa esquecê-la. Chama pelo meu nome há todo instante. Resolvi seguir o som da voz, para ver onde me levaria. Queria descobrir quem era o dono da voz dos meus pesadelos. De repente, paro subitamente. O caminho havia chegado ao fim. Na minha frente um imenso abismo me saudava. Olhei para baixo, buscando o fim do abismo, mas ele não existia. A voz fala atrás de mim e me viro bruscamente, quase sendo tragada para baixo do abismo ao me desequilibrar tamanho foi o susto de estar diante da voz. A voz que me acompanha todas às noites no mesmo pesadelo diário. Sua imagem é medonha e nefasta.
   Um medo profundo toma conta de mim. Seu rosto é desconhecido. Apenas dois olhos vermelhos como brasa me fitam. Um contraste com a escuridão daquele lugar. Um manto negro como a escuridão daquele lugar envolve a criatura até os pés. Em sua mão direita, ela segura uma foice. Meu sangue gela. Aquela coisa é a morte. Literalmente eu estou diante da morte. Foi rápido demais para os meus olhos. Mas quando percebi, aquele foice estava cravada no meu peito, de um lado á outro. Meus olhos perdem o brilho, que é substituído pelo negrume. Meu corpo esfria rapidamente. Foi tão rápido, nem senti a morte me levando. O ribombar de um trovão é o meu despertador daquele pesadelo.
  O medo já estava completamente tomando conta de mim, podia sentir que aqueles poderes que tinha não provinham do bem e, além do mais, não os recebi atoa. Corri até o quarto de batendo na porta sem parar até que ela a abrisse e me deixasse entrar.
  ― Posso dormir com você? – meus olhos encararam os dela implorando por um sim.
  ― Pode, entra aí. – ela abriu mais a porta para que eu pudesse entrar.
  ― Obrigada. – me encolhi no canto da cama enorme de casal que ela tinha, não muito diferente da minha.
  ― O que deu em você para querer dormir comigo? Está sentindo falta do Zayn, não é? – era como se ela soubesse, porém não era exatamente isso.
  ― Tive um pesadelo, só isso, não queria dormir sozinha. – ouvi seu suspiro e logo a vi se virando de costas para mim voltando a dormir.
  ― Boa noite. – ela disse sonolenta.
  ― Boa. – respondi logo me encolhendo em meio as cobertas.

...

  Acordei antes que meu despertador tocasse, hoje era a festa na escola e estava ansiosa para ir, meu par seria o Jared, não tinha alguém melhor do que ele para me acompanhar. Levantei-me da cama sem fazer barulho para não acordar , abri a porta lentamente e corri para o meu quarto, levaria horas para escolher uma roupa descente para ir a esta festa, mas enquanto de manhã só iríamos ajudar a arrumar deixei isso para mais tarde, vesti uma roupa qualquer e desci para tomar meu café. Por um milagre mamãe não estava lá na cozinha como de costume, eu devo ter acordado cedo demais. Peguei um biscoito no armário, um suco e me sentei para comer, não sei por que eu estava com pressa então praticamente eu engoli aquilo tudo e tinha uma leve impressão de que me fariam mal depois.
  Recebi uma mensagem da dizendo que já estava passando lá em casa, nesse meio tempo corri até meu quarto para pegar meus fones e desci, assim que abri a porta lá estava ela e Harry em seu carro, os sorrisos de orelha a orelha, estavam bem estranhos, dei uma corridinha de leve entrando logo no carro e os cumprimentando.
  ― Preparados? – perguntei empolgada.
  ― Super! Com que roupa você vai? Já escolheu? – disse voltando para mim.
  ― Ainda não, mas tenho uma em mente. – respondi logo.
  ― Você tem que arrasar hoje , sambar na cara da Ally, aquela vadia. – fiquei surpresa quando vi que isso havia partido de Harry.
  ― Isso aí amor, gostei de ver. – também ficou surpresa.
  ― Ah, arrasa amiga! – sua voz soou como de uma garota, gargalhamos.
  Da minha casa até o colégio fomos conversando sobre a festa e os horários que iríamos, tinha tudo para dar certo, e iria. Uma rua antes de chegar ao colégio eu senti algo dentro de mim, senti que não gostaria do que veria em breve, era como se eu escutasse aquelas mesmas vozes que me atormentavam todos os dias, não tinha dúvidas de quem eram do Yaser, afinal, quem mais não me queria bem a não ser ele?
  Chegando no colégio já nos encontramos com Liam e juntamente com o Jared, entramos animados e fomos direto para o ginásio onde aconteceria a festa. Em momento nenhum havia visto Zayn ou Ally, e isso já era um bom sinal, não sei se conseguiria controlar meus poderes novamente, aliás, não sabia nem se ainda havia poderes. Eu e ficamos com a parte das luzes, os meninos com os trabalhos do som e se juntou com as outras meninas da nossa turma para organizar as mesas e cadeiras.
  A música que tocava animava o ambiente, e todos que estavam na quadra de alguma forma estavam alegres, isso era muito bom mesmo. Enquanto cantava com e colava papeis coloridos nas luzes senti um cheiro de cigarro, nem me passou pela cabeça quem seria e logo que olhei me senti nervosa.
  ― Não pode fumar aqui dentro sabia? – gritei para Zayn que deu um trago jogando toda fumaça praticamente em meu rosto. – Abusado. – o cerrei com os olhos.
  ― Quem se importa com isso? – sua expressão foi irônica.
  ― Vem , deixa que ele se ferre sozinho. – me puxou me mantendo distante.
  De longe pude escutar o som estridente da voz da Ally chamando pelo nome de Zayn, eu não acredito que depois daquilo ele ainda estaria junto dela, nem sequer virei para olhar aquela cena ridícula, continuei a fazer o que já estava e tentar ocupar minha mente com coisas sadias.

...

  Já eram quase seis da tarde e eu ainda decidia com que roupa iria, Jared passaria para me buscar as 19PM, então tinha praticamente uma hora para me arrumar. Gritei para me ajudar, sei que ela me deixaria igual a uma boneca, eu não queria, mas teria necessidade. Seus olhos brilharam ao ver a roupa que ela havia escolhido, definitivamente eu não queria vestir aquilo, dizer um não para ela soava como um “sim”, era total perda de tempo.
  Enquanto me vestia ela já preparava as coisas para me maquiar já que escolhi pelo pacote completo, sentei-me na cama e deixei que ela desse início a sua obra. Alguns longos minutos depois ela já havia terminado, coloquei meu sapato e estava pronta, por incrível que pareça em menos de uma hora. Encarei-me no espelho algumas vezes, me encorajando e não ficando nervosa para não cair andando de salto, dei um último suspiro e escutei a campainha tocar, guardei meu celular na gaveta de minha estante e desci depressa. Jared estava deslumbrante em seu terno e gravata borboleta, sorri ao vê-lo e me despedindo das meninas logo corri até Jared.
  Não fazia ideia de que era o carro que ele estava, mas eu não perdi a oportunidade de comentar, nosso trajeto até o colégio foi divertido, Jared sempre foi um bom amigo e eu sabia que podia contar com ele para tudo.
  ― , me promete uma coisa? – sua voz soou rouca.
  ― Se estive ao meu alcance claro que sim. – sorri.
  ― Promete não fazer bobeira esta noite? Não se deixar levar por provocações da Ally ou de quem quer que seja, eu quero que você se divirta mais do que nunca e que não deixe nada atrapalhar você. – seus olhos fixaram aos meus, me assustei quando escutei o que ele estava pensando. – O que houve?
  ― Nada, e sim, farei o possível para nada me atrapalhar hoje. – respondi logo.
  ― Tudo bem, vamos. – ele sorriu e saiu do carro logo abrindo a porta para mim.
  Ele entrelaçou nossos braços e apressamos nossos passos até o ginásio, lá de fora já se dava para escutar as batidas eletrônicas que vinham do mesmo, minha respiração falhou no momento, passei minhas mãos pela saia algumas vezes na tentativa de secar o suor que havia nelas, me sentia extremamente nervosa, soltei o ar esvaziando meus pulmões e logo o aspirei de novo, tentei não pensar muito, isso talvez ajudaria em algo.
  Assim que chegamos na entrada do ginásio já vimos o fotógrafo pronto para nos fotografar, sorrimos e sem esperarmos o flash já havia estalado. O ginásio estava completamente lindo e cheio de gente, avistamos e fomos até a mesa que ela havia guardado para nós.
  ― Uau, que isso, hein gostosa. – ela gritou devido ao som alto.
  ― Olha só você para, tá. – respondi envergonhada e gargalhando.
  ― Espero que aproveite bem, porque hoje a noite é nossa. – ela gritou novamente.
  Apenas concordei com a cabeça e saí arrastada por ela para pegar algo para beber, como a festa era no colégio não haveria bebidas alcóolicas, mas isso não impediria meu divertimento. Sentimos alguém pegar em nossos ombros e quando nos viramos vimos , ela estava completamente linda e paramos o que estávamos fazendo para aplaudi-la, que gargalhou dando uns tapas na gente.
  Bebidas na mão voltamos para a mesa, alguém no palco falava sobre a premiação de rei e rainha do baile, não dei ideia dando um gole em meu coquetel. As batidas do som aumentaram, era como se eu escutasse duas vezes mais do que o normal, isso me causaria uma bela dor de cabeça. Fui puxada pelo braço por Jared que me levou até o meio da pista para dançar, eu não era boa nisso então fiz o máximo que consegui sem o álcool para me deixar solta.
  Virei-me para voltar a mesa e avistei Zayn vindo, ele estava com um corte de cabelo novo, muito lindo por sinal, sua barba a fazer, uma camisa branca com alguns desenhos, sua calça preta colada e um vans, sem cigarros, porém com uma droga do lado chamada Ally. Desviei meu olhar rapidamente indo até a mesa, sentei em busca de me acalmar e não deixar nada acabar com aquela noite, respirei fundo várias vezes me acalmando. Os pensamentos de Zayn estavam perturbadores, juntamente com os de Ally, que no momento pensava em ser a rainha do baile, enquanto Zayn pensava em algo que não consegui decifrar.
  “Para de invadir meus pensamentos.” – respondeu através dos meus.
  “Digo o mesmo para você.” – o respondi de imediato.
  “Afinal, você esta linda hoje.” – não acredito que fui obrigada a escutar isso.
  “Me erra, Zayn”. – me desfoquei de seus pensamentos para evitar tudo isso.
  ― Gente vamos dançar, vocês estão muito desanimados. – gritou levantando Liam da cadeira.
  ― Estou cansada, vou daqui a pouco. – disse levantando a mão.
  ― Eu topo. – se levantou puxando Harry junto.
  ― Eu também. – Jared deu um pulo.
  ― Ok, daqui a pouco encontro vocês. – sorri vendo eles saindo do meu alcance de vista.

  Meus pés batiam impacientes junto com meus dedos sobre a mesa, estava indecisa se ia dançar ou não, senti uma mão em minhas costas e senti que não poderia aceitar aquilo.
  ― Vem dançar comigo? – Zayn me olhava deslumbrante.
  ― Vai dançar com a Ally. – respondi logo.
  ― Quero você. – sua resposta foi curta e grossa.
  Levantei-me contra minha vontade e fui guiada pelas suas mãos até uma área mais reservada, era como se fosse nosso primeiro encontro, o suor tomava conta das minhas mãos e minha respiração vacilava sem parar, não sei se deveria mesmo fazer isso, não queria me machucar novamente, e se isso acontecesse não conseguiria responder por mim. Uma música lenta começou, parecia premeditado, uma de suas mãos envolveu minha cintura, a outra ele entrelaçou em minha mão direita, minha mão esquerda estava em seu ombro, nossos corpos colados o máximo possível, eu não aguentaria.
  ― Já disse que está linda? – sussurrou em meu ouvido.
  ― Já. – respondi secamente.
  ― Como eu sinto sua falta. – sua voz soou trêmula.
  ― Não sente, não minta. – rebati.
  ― Acreditaria se eu dissesse que eu ainda te amo? – seus olhos me fitaram, causando reações em meu estomago.
  ― Não minta para você mesmo Zayn. – minha voz falhou.
  ― . – meu corpo estremeceu, fazia tempo que não o escutava me chamando assim. – Esse tempo longe de você está me fazendo mal. – disse convicto.
  ― Não parece, Ally esta suprindo suas necessidades, posso perceber isso. – desviei meu olhar.
  ― Apago a memória dela todos os dias, nunca sequer tive relações com ela e além do mais, nada passa só de beijos. Ela é repugnante. – disse com um ar de nojo.
  ― Então por que fez isso? Por que terminou sem mais nem menos? Por que ficou logo com ela sabendo que a odeio? Por que diabos eu tenho poderes? – não consegui me controlar. – Zayn eu simplesmente estou confusa com tudo isso, eu realmente não queria estar passando por essa situação. – senti a ponta do meu nariz arder, não podia chorar ali, não em sua frente.
  ― Você não entende que isso tudo foi culpa do meu pai? Me odeio por ter poderes, me odeio por sacrificar algumas coisas por conta disso, e me odeio por ter terminado com você. – naquele momento tudo o que estava a nossa volta ficou paralisado.
  ― Zayn o que você está fazendo? – senti uma aceleração anormal em meus batimentos cardíacos. – Por que não acaba com isso tudo de uma vez? – meus olhos pesaram.
  ― Eu queria muito, mas eu não sei como. – senti um desânimo em sua voz, tudo em volta continuava parado.
  ― Nós podemos fazer isso juntos, você sabe disso. Por que não me deixa te ajudar? – minha voz já estava embargada.
  ― Porque eu tenho medo de perder você pro resto da vida. – suas mãos me envolveram em um abraço apertado.
  ― Você não vai me perder, olha pra mim. Estarei sempre aqui. – seus olhos encontraram os meus e senti nossos lábios selando em um beijo.
  Meu coração estava acelerado, nosso beijo estava quente e cheio de emoções misturadas, como eu sentia falta daquele beijo, ao mesmo tempo que estava feliz com isso, me sentia uma estúpida por aceitar ele assim tão fácil. Meus pensamentos voltaram totalmente para todos aqueles que viram nosso término, o que iríamos fazer? Como seria a reação de Ally ao saber de tudo isso? Não estava nem um pouco afim de brigar com ela novamente, isso era desgastante demais. Nos afastamos retomando o ar que nos faltara e logo nos abraçamos forte novamente, senti um alívio em seu abraço, sabia que ele estava se sentindo bem e que estava disposto a lutar junto a mim para acabar com esse inferno de uma vez por todas.
  ― O que vamos fazer com todos? – perguntei olhando a nossa volta.
  ― Juntos, eu e você, conseguimos apagar a lembrança de cada um deles, basta você me dar a mão e pensar em quando terminamos, será como se isso nunca tivesse acontecido. – nossas mãos se entrelaçaram e juntos pensamos no acontecido.
  Naquele momento, tudo a nossa volta voltou ao normal, nos entreolhamos e de mãos dadas voltamos a mesa, na esperança de ter dado tudo certo, ninguém nos olhava estranho ou nos encaravam, Ally nos olhou com nojo como sempre e gargalhamos ao ver aquela cena. Chegamos na mesa e foi logo se pronunciando.
  ― Até que enfim, hein, onde vocês se meteram? – ela estava sentada no colo de Harry, vermelha e com o suor escorrendo.
  ― Estávamos dançando ali no canto, onde vocês estavam? – Zayn respondeu os encarando.
  ― Dançando, né. – respondeu logo se abanando. – Vamos, eles vão coroar o rei e a rainha agora. – ela deu um salto correndo até o meio da pista onde todos estavam.
  Fomos todos até lá e esperamos eles falarem os resultados, nunca imaginaria que eu e Zayn ganharíamos isso, nós nem ligávamos. Subimos até o palco e resolvemos nós mesmo nos coroar, coloquei a coroa em Zayn que fez o mesmo em mim, não sabia descrever a felicidade que senti ao ver aquele sorriso novamente ao me ver, era uma coisa mágica. Ele me girou com uma de suas mãos assim me puxando e me beijando em frente a todos que aplaudiram. Acho que essa festa não tinha como ser melhor.

Capítulo 24

  Já era madrugada quando Zayn e eu chegamos da festa da escola, avisei minha mãe que iria dormir lá e ela concordou sem problemas, giramos a maçaneta devagar para não fazer barulho e acabar acordando alguém, entramos na ponta do pé e caminhamos até a cozinha para buscar algo pra comer e logo corremos para o quarto. Passando em frente a porta do quarto de Trisha que chamou por Zayn para saber se ele realmente estava bem e tinha chegado, o ouvi dizer sobre mim e logo após um “se cuidem”, o que ela quis dizer com isso? Zayn voltou fechando a porta, pegou em minha mão e seguindo para seu quarto, assim que entramos ele trancou a porta.
  ― Estou louca para tirar meus sapatos, eles estão me matando. – reclamei fazendo-o rir.
  ― E eu louco para tirar essa roupa. – o encarei arregalando os olhos, era estranho depois de tanto tempo escutar isso de sua parte.
  ― Vou tomar banho. – corri para o banheiro afim de terminar logo e poder descansar.
  Não demorei muito, se ficasse por mais um minuto eu dormiria embaixo do chuveiro, desliguei o registro e peguei uma toalha do Zayn que estava ali, terminei de me enxugar e saí enrolada na toalha. Ele estava deitado na cama, de óculos, com um livro nas mãos, seus cabelos desgrenhados, uma calça moletom mostrando pouco de sua boxer, sim, completamente lindo. Andei até seu guarda-roupas à procura de uma blusa larga pra dormir, peguei uma qualquer e a vesti logo em seguida me jogando na cama ao seu lado.
  ― Já disse que adoro quando você veste uma de minhas camisas? – fechou seu livro se virando para mim.
  ― Já disse que você fica lindo de óculos? – olhei em seus olhos e sorri.
  ― Minha. – seus lábios tocaram os meus com carinho. Pude escutar seus pensamentos pervertidos.
  ― Pare com esses pensamentos. – sorrimos.
  ― É inevitável. – sua mão escorregaram até a minha cintura me puxando para mais perto de si.
  Com a outra mão ele acariciou meu lábio inferior enquanto mordia os dele, senti meu coração acelerar, era como se fosse a primeira vez que estivéssemos fazendo aquilo. Segurei em sua nuca com força o puxando para mais perto de mim, o beijei com vontade, eu não era disso, mas hoje eu queria ele, todinho pra mim, queria recuperar nosso tempo perdido. Mordi seu lábio com ferocidade, sua mão que estava em minha cintura me apertou, ele queria mais, eu queria mais, e teríamos mais. Empurrei-o para o outro lado da cama logo subindo em cima dele, travei minhas pernas/pés em volta de suas pernas, mapeei cada parte do seu corpo, como ele era perfeito, deslizei meus dedos sobre seu abdômen sentindo cada músculo de seu corpo. Suas mãos acariciavam minhas coxas e um pouco da bunda, me abaixei ficando rente ao seu rosto, olhando dentro de seus olhos; pude vê-lo arder em chamas, mordi seu lábio novamente seguindo com um beijo, minha cintura se movimentava automaticamente conforme sentia o toque das mãos de Zayn pelo meu corpo, o clima foi esquentando e não aguentaria mais esperar, tirei minha blusa e Zayn logo me jogou para o outro lado da cama vindo por cima de mim, seu coração estava muito acelerado, sua respiração falha. Com uma de suas mãos ele puxou minha calcinha com raiva, não sei por que isso me deixou com mais vontade ainda, puxei sua calça junto a sua boxer o deixando completamente nu agora, fechei meus olhos ao sentir o toque de seus lábios nos meus e sem demora sentir ele entrando em mim, minha respiração se ofegou me fazendo arranhar suas costas e fazendo-o ir com mais força, como era bom ter o Zayn para mim novamente.
  Sentia que não ia suportar mais suas estocadas fortes e ia desabar com ele dentro de mim como sempre, arranhei suas costas com mais força o fazendo me dar uma mordida no pescoço, senti espasmos por todo o meu corpo, as estocadas ficaram mais rápidas, mordi seu lábio inferior e uma última estocada foi o suficiente para fazer-me desmanchar abaixo dele. Ele me deu vários beijos carinhosos e logo se virou deitando ao meu lado me acariciando enquanto vestia sua calça.
  ― Que saudades de você toda minha. – surgiu em seu rosto um sorriso malicioso.
  ― Eu também tinha saudades. – sorri de volta.
  Nos entreolhamos por mais alguns segundos e o vi fechar os olhos e adormecer, era fofo de ser ver, me levantei lentamente para não o acordar e vesti sua camisa novamente, e voltei para a cama. Passei a mão sobre sua testa tirando alguns fios de seu cabelo que estavam grudados ali, o beijei com carinho e ele logo me abraço puxando-me para mais perto, me acomodei em seus braços e fiquei olhando para as paredes esperando até que o sono chegasse.

...

  Escutei algumas batidas na porta e acordei assustada, me levantei a procura da minha calcinha mas não achei, abri a gaveta de Zayn pegando uma samba-canção sua, a vesti depressa e fui até a porta, abri uma fresta pondo metade do rosto nela e pude ver a , que logo abriu um sorriso ao me ver, ainda sonolenta e sem entender muito sua euforia abri toda a porta para poder abraçá-la.
  ― Achei que você nunca mais fosse voltar. – disse ela ainda me apertando.
  ― Eu também achei. – sorri. – Nunca fiquei tão feliz em ver vocês novamente. – sussurrei para não acordar Zayn que ainda dormia como uma pedra.
  ― Eu estou muito feliz. – ela sorriu. – Pelo visto você já deu um trato nesse homem-aranha não é? Ele só dorme muito quando se cansa. – ela me cutucou me olhando com malícia.
  ― Idiota. – dei as costas voltando para cama, fazendo com que Zayn acordasse.
  ― Bom dia. – sua voz soou rouca, me beijou logo em seguida. – Bom dia . – se virou para o outro lado da cama fechando os olhos novamente.
  ― Meu filho acorda, mamãe está esperando a gente para o café. – falou se referindo ao Zayn.
  ― Você é chata , não me deixa em paz um minuto. – ele jogou seu travesseiro nela a fazendo cair no chão e me arrancando uma gargalhada.
  ― Idiota. – ela gritou jogando o travesseiro de volta me acertando.
  ― ! – gritei.
  ― Desculpa ‘miga. – ela gargalhou.
  Comecei encher o Zayn de beijos o fazendo levantar e me fazer cócegas, eu odeio cócegas, me levantei e fui correndo até a cozinha, Zayn veio correndo logo atrás, dei um beijo no rosto de Trisha que sorria ao me ver correndo de Zayn, me sentei pegando uma fruta para comer, não estava com muita fome.
  ― Que alegria logo de manhã vocês dois, hein. – Trisha disse sorrindo.
  ― Zayn começou a me fazer cócegas, sabendo que odeio, resolvi correr dele. – o encarei e soltei um sorriso.
  ― Bobos. – Trisha nos encarou e sorriu novamente.
  ― Cadê Niall? – Zayn se voltou para .
  ― Daqui a pouco chega aí, ele foi ontem ajudar o pai na obra. – respondeu enquanto mordia sua torrada.
  ― Enfim, , hoje teremos um trabalho a fazer. – Zayn disse olhando para mim.
  ― Qual? – engoli seco.
  ― adquiriu poderes, ainda não sei como isso aconteceu, mas teremos que ensinar ela a controlá-los. – ele disse com tanta normalidade que me espantou até.
  ― Como assim Zayn? – Trisha perguntou espantada.
  ― Eu também não sei como, mas temos que ensinar por que esses dias ela quebrou a vidraça do ginásio da escola. – pude ver sua risadinha.
  ― Zayn. – disse entre dentes.
  ― Uau! Pelo visto estava nervosa, não é cunhada? – riu.
  ― Culpa de Zayn. – rebati.
  Nos entreolhamos e começamos a rir, não sei por qual motivo, mas hoje estávamos rindo até para o vento. Terminamos nosso café e fomos até o quintal, e Zayn iam me ajudar a controlar e saber usar os poderes, e eu precisava disso, sentia que estava prestes a ter que enfrentar Yaser, e algo não sairia bem.
   parecia empolgada e Zayn estava normal, ficamos posicionados um em frente ao outro, Trisha estava sentada nos observando, me senti um pouco nervosa quanto aos olhares, só havia tentado aprender sozinha o que é bem mais fácil. Zayn assentiu com a cabeça dizendo que eu poderia começar, respirei fundo buscando concentração e pensei em qualquer coisa que me acalmasse, tentei fazer tudo ao meu redor parar, de olhos fechados eu mentalizava isso, minha concentração estava ao máximo, tanto que nem ouvi quando Zayn me chamou.
  ― Olha a sua volta. – ele sussurrou em meu ouvido.
  ― Não acredito. – olhei ao redor sem acreditar, Trisha estava como uma estátua, os pássaros que voavam por ali estavam parados, eu havia conseguido.
  ― Boa , muito boa. – aplaudiu.
  ― Bom, agora vamos aprender a controlar emoções, ok? – assenti que sim com a cabeça e segui os passos de Zayn.
  Controlar as emoções era uma coisa fácil, você só tinha que olhar fixamente para o escolhido e pensar no que você quer que ele faça. agora me ensinaria como fazer um escudo, estava com receio disso, meu medo era de acertar alguém com o escudo e machucar a pessoa. Usei minhas mãos apontando para Zayn, ele era o mais forte, ele saberia como reagir a isso, me concentrei ao máximo e quando lancei o escudo na direção do Zayn ele se defendeu com outro, foi como um reflexo batendo em um espelho, repelindo de ambos os lados, o escudo atingiu Trisha. Corremos até ela que apenas tinha caído de sua cadeira, graças a fraca intensidade do poder nada aconteceu a ela.
  ― Eu poderia te ensinar como se apaga uma memória permanentemente, mas estou com medo. – ele encarou as mãos.
  ― Apenas me conte, não precisa demonstrar. – respondi logo e caminhei até ele.
  Ele assentiu segurando em minhas mãos, acolhi cada palavra que ele disse, entendi exatamente como se fazia isso, e entendi que era só em caso de extrema necessidade. O efeito apagaria apenas memórias vividas por 3 anos, permanentemente, e a pessoa não se lembraria por nada, eu estava treinando sem chegar até o final do processo, Zayn apenas repetia comigo. Por um momento, senti uma sensação estranha, senti algo em meu peito, me vi caindo no chão, era como se nada mais existisse, eu estava sumindo, mas para onde? E como isso aconteceu do nada? Abracei meus joelhos e bem no fundo escutei alguém me chamando em meio a escuridão, onde eu estava?
  ― Droga! – escutei um grito de desespero. – , olha pra mim? – eu estava tentando voltar para saber quem estava me chamando.
  ― Eu não consigo. – senti uma imensa vontade de chorar. – Onde eu estou? Quem esta me chamando? – não consegui me controlar e deixei que as lágrimas rolarem.
  ― Eu sou um burro, idiota, não acredito. – uma voz soava com raiva, senti um toque que me trouxe a realidade, eu estava em um lugar totalmente estranho e com pessoas estranhas me olhando.
  ― Quem são vocês? – eu os encarava e analisava o desespero daquelas três pessoas que estavam lá.
  ― , você não consegue se lembrar? Olha para mim. – olhei dentro de seus olhos e não fazia ideia nenhuma de quem eram.
  ― Não, eu quero ir pra casa. – olhei para minhas roupas e estava com roupas de homem. – Por que estou com essas roupas? – me senti envergonhada.
  ― Eu sou Zayn, seu namorado idiota que por burrice apagou sua memória. – ele abaixou a cabeça lamentando, parecia triste.
  ― Meu namorado? Mas eu não tenho namorado. – respondi sem entender.
  Ele aproximou sua mão de mim, hesitei, não deixaria alguém que mal conheço tocar em mim.
  ― Deixe-me te mostrar? Por favor. – seu olhar era suplicante.
  O olhei por alguns segundos, ele era lindo, eu não acreditaria no que ele falava, ele não era meu namorado, eu nem o conhecia. Permiti que ele encostasse sua mão em meu rosto, elas estavam quentes, senti minhas pulsações ficarem mais fortes, o que estava acontecendo agora? O que eu via, era como se fosse um sonho, memórias acontecidas em algum tempo, era como se eu estivesse no local, observando de longe. Pude ver exatamente como conheci o Zayn, como eu o rejeitei no começo, como soube que ele tinha poderes, vi nosso primeiro beijo, foi lindo, meus olhos se encheram de lágrimas, vi nossa primeira vez, vi nossa primeira briga, o inferno que foi com o pai dele, com uma garota da escola tentando nos separar, eu vi tudo o que eu sofri esse tempo. Eu não me controlei quando vi nossa separação e meu sofrimento em vê-lo com outra, não me contive ainda mais quando vi nossa volta, eu não estava acreditando que eu passei por tudo isso por amor, eu nunca imaginaria que eu suportaria a isso tudo. O encarei, ele estava com os olhos vermelhos, cheios de lágrimas assim como os meus, eu não sabia como responder, eu não sabia o que fazer, eu perdi a memória e recupero apenas alguns momentos, eu estou confusa.
  ― Eu não consigo acreditar, que eu suportei a tudo isso. – desviei o olhar.
  ― Você suportou, você é uma menina incrível, forte, linda, é a minha menina, você é o motivo de eu estar bem e vivo até hoje. – essas palavras mexeram comigo.
  ― Isso é demais pra mim. – me encolhi abraçando minhas pernas novamente. – Eu te amo? – perguntei o fazendo deixar uma lágrima escorrer.
  ― Me espantaria se depois de passar por tudo isso você não me amasse. – um sorriso de canto surgiu em seu rosto.
  ― E você... Me ama? – perguntei temendo a resposta.
  ― Mais do que a mim mesmo. – ele sorriu novamente e senti uma enorme vontade de abraçá-lo.
  Ele me abraçou forte e me beijou, suas mãos acariciavam meus cabelos, e eu não entendia por que, mas eu acreditei naquelas palavras. Agora terei que me acostumar com isso, e tentar recuperar minha memória novamente, sentia que Zayn era meu porto seguro, e mesmo sem lembrar de o conhecer bem, eu já o amava naquele instante.

Capítulo 25

  A semana passou estranha, ter um estranho se dizendo meu namorado era bastante, digamos que “estranho” novamente. Eu não sabia que namorava o Harry, o menino que ela tanto cobiçava, eu não sabia que minha irmã estava junta com Louis durante todo esse tempo, e o pior de tudo; eu não sabia mais nada sobre mim mesma. Sentia-me uma criança aprendendo algumas coisas, e se não fosse , eu estaria completamente ferrada por não saber nada sobre as matérias escolares. No momento estava na sala da minha casa, mexendo em meu celular e achando algumas mensagens e fotos de Zayn, eu até me esforçava pra lembrar, mas não conseguia. Minha irmã estava na casa de Louis e minha mãe trabalhando, e eu sozinha em casa, completamente. Pluguei os fones em meu celular, deitei no sofá e coloquei a música no último volume, queria me esquecer de tudo ao menos uma vez e relaxar a mente mediante a essas situações, ao som de Dead Inside – Muse eu fechei meus olhos afim de me desligar do mundo.
  A música parou de tocar sozinha, eu sentia meus olhos pesados, peguei meu celular e vi que havia acabado a bateria, me levantei indo sentido a cozinha quando comecei a escutar muitos gritos. Coloquei as mãos no meu ouvido, pois estavam estridentes e insuportáveis, não sei dizer se era crianças ou adultos, mas sabia que eram gritos. Eu tentei caminhar até a janela mas estava perdendo as forças com a altura dos gritos, me ajoelhei no chão ainda pressionando meus ouvidos, eu não via nada ao redor foi aí que me desesperei. Uma risada sarcástica surgiu no momento em que os gritos pararam, eu não estava entendendo essa brincadeira, eu estava completamente confusa, senti meus olhos arderem e uma vontade enorme de chorar tomou conta.
  ― Tão tola, frágil, burra, ingênua. – a voz deixou de ser voz tomando forma de um homem no qual eu nunca vi na minha vida.
  ― Como você entrou aqui? Quem é você? – senti minha voz trêmula e comecei a chorar.
  ― Você saberia, se seu namorado idiota não tivesse apagado sua memória te ajudando com os poderes que eu te dei. – ele me rodeou com um olhar intimidador.
  ― Ainda não me lembro, eu estou assustada. – deixei que uma lágrima corresse pela minha bochecha.
  ― Vamos ver se lembra-se agora. – vi ele se abaixar e ficar cara a cara comigo.
  Suas mãos encostaram em meu queixo me causando um choque inexplicável pelo meu corpo todo, era como se uma corrente de 220v estivesse percorrendo todo ele, eu não conseguia me mover, estava olhando-o com a visão turva, eu estava sem forças e foi aí que ele parou. Escorei minhas mãos no chão retomando o ar que me faltara, eu tentava dizer algo, mas nada saia de minha boca, a não ser minha respiração ofegante.
  ― Vamos, reaja? Não era você que sempre se dizia valente? Que sempre lutaria pelo seu amorzinho? – ele gargalhou me causando calafrio. – Onde está sua valentia agora?
  Ele parou em minha frente novamente, desta vez se abaixando e me levantando pelas mãos, novamente, aquele choque que agora parecia o dobro percorreu pelo meu corpo, não sei ao certo, mas acho que seria capaz de morrer eletrocutada se ele continuasse com isso por mais tempo. Eu estava totalmente trêmula e quando ele me soltou, cai no chão, mole e sem forças para me levantar novamente. Minha respiração novamente falha, eu tossia pela falta de ar e tentava me levantar para correr para bem longe dali, mas minhas forças me abandonaram no momento, e eu só conseguia chorar.
  ― P-por favor. – eu já implorava. – Estou perdendo minhas forças. – as lágrimas caiam desesperadamente.
  ― Você disse que morreria por ele, se lembra? – ele é olhava com repugna, parecia ter um certo ódio de mim sem eu ao menos saber o porquê. – A hora é agora.
  Fechei meus olhos o pressionando, eu já não tinha mais forças nenhuma, e infelizmente não podia fazer nada. Escutei alguém me chamar, e antes que eu me virasse para ver quem era, senti uma última corrente elétrica em meu corpo antes de desmaiar.

...

  ― Você está bem? – escutei ainda de olhos fechados, estavam pesados demais para que eu conseguisse abri-los. – Por favor , dê algum sinal.
  Sentia uns leves choques ainda percorrendo meu corpo me causando certos tremeliques, levei minhas mãos até meus olhos forçando-o para que eles abrissem e assim foi. Ainda embaçado, via o moreno em minha frente, com os olhos aflitos e com medo, seus lábios comprimidos demonstravam seu nervosismo, eu tentei falar, mas uma lágrima atrevida me interrompeu.
  ― Oh baby, vem cá. – seus braços me envolveram com firmeza, seu abraço era aconchegante. – Eu não vou deixar que isso aconteça de novo. – um beijo se instalou em minha testa e eu só sabia chorar.
  ― Eu não sei o que está acontecendo. – apertei seu corpo contra o meu com mais força. – Quem é ele?
  ― Meu pai. – seu tom foi de decepção.
  ― Por que ele fez isso comigo, eu me sinto fraca, eu não entendo. – funguei algumas vezes não deixando a lágrima cair.
  ― Vai ficar tudo bem. – ele acariciou meus cabelos tentando me acalmar, o que era meio impossível no momento.
  Em minha cabeça, eu queria fugir, me lembrei do filme que Zayn havia me mostrado, e se eu soubesse que seria desse jeito eu não teria nem me apaixonado. Passo as mãos sobre os meus braços e sinto algo queimar, havia uma marca nele, uma marca vermelha e que queimava intensamente no momento. Zayn parecia muito preocupado, seus olhos estavam marejados e seus pés batiam no chão impacientes.
  ― Zayn... – sussurrei arrancando olhares dele para mim. – Está... Queimando. – minha voz estava embargada e eu o olhava confusa.
  ― Eu não aguento mais isso. – ele se levantou chorando, andando de um lado para o outro praguejando a si mesmo.
  ― Eu não posso continuar com isso, não te conheço o suficiente pra passar tudo isso. – me afastei o quanto pude, tinha medo do que poderia acontecer.
  ― Por favor não , se você se afastar eu vou ficar vulnerável e poderei morrer sozinho. – disse entre soluços.
  ― Por que morrer? Até onde eu sei você é muito poderoso, e eu estou perdida em meio a tudo isso, preciso de um tempo sozinha. – as lágrimas corriam descontroladamente.
  ― , eu preciso de você, desde o momento em que eu nasci, você lembra disso? Lembra que perder você, seria perder eu mesmo? Estamos ligados de todas as formas, você não pode me deixar nesse momento importante.
  ― Zayn, se é que esse é o seu nome, eu não te conheço o suficiente pra poder ficar com você sem mais nem menos. Eu não posso com isso. Eu... Sinto muito. – me afastei devagar.
  ― Por favor. – ele já chorava mais do que eu e fiquei sem saber o que fazer.
  Olhei uma última vez para o moreno sentado no chão escorado a parede, chorando, dei alguns passos para trás antes de chegar a escada e correr para o meu quarto me trancando e me jogando na cama chorando. Eu queria que aquilo tudo fosse apenas um sonho, que tudo acabaria quando eu acordasse, mas infelizmente era tudo real. O que eu faria agora? Eu não me lembrava de nada, não me lembrei de nada que fiz durante três anos, eu estava realmente perdida e com um estranho se dizendo meu namorado. Eu queria sumir no momento, mas isso não resolveria meu problema, talvez sumir não fosse a solução para tudo. Eu deveria encarar tudo isso, mas sou fraca demais e lembrando mais uma vez que perdia a minha memória, mas que droga de vida.
  Já soluçava de tanto chorar e começava a sentir raiva, raiva daquele homem que veio aqui para me machucar e por não conseguir reagir a nada. Dei um grito no ato de choro misturado a raiva e desabafo, fazendo com que um pote de porcelana em cima da minha cômoda explodisse voando caquinhos para todos os lados. Soquei a parede ainda chorando, causando uma leve rachadura nela, e agora eu começara a ficar confusa.
  ― DROGA! – gritei para o vento. – ODEIO A MINHA VIDA. – chutei o pedaço ainda inteiro de caco que havia no chão.
  Eu não sabia o que estava acontecendo comigo, não sabia de onde estava vindo essas forças e sentia um incômodo tremendo. Joguei-me na cama, olhando para o teto, minha respiração ofegante; já não chorava mais e o que eu ainda sentia era raiva. Senti um calafrio e um calor percorrer meu corpo, um arrepio percorrer minha espinha e uma única voz na minha mente “Agora você é minha e está sobre o meu comando” , a voz, a mesma voz que me perturbou a algumas horas atrás. Escutei umas batidas na porta, me levantei com raiva, eu não estava consciente do que estava prestes a fazer, eu só sentia raiva. Abri a porta bruscamente arrancando-a e ficando cara a cara com o Zayn que me olhava aflito e assustado.
  ― O que aconteceu com você ?
  Suas mãos tocaram meu ombro e minha única reação foi levar minha mão até seu pescoço suspendendo-o e pressionando contra a parede, suas mãos agarraram meu braço em forma de defesa, dentro de mim eu não queria aquilo, lutava contra uma força maior que a minha. Os olhos esbugalhados do moreno para mim estavam me causando dor, ele ficava vermelho e perdia os movimentos, eu queria parar de fazer aquilo, mas não conseguia. Seus olhos se tornaram brancos e seu corpo já estava mole, o soltei fazendo com que ele caísse no chão desacordado. Senti algo me sufocar, mas não via ninguém ali, eu entrava em desespero, chorando eu tentava gritar por socorro, mas não havia ninguém ali para me ajudar. Cai de joelhos em frente ao moreno já sem folego nenhum, me sentia fraca agora e a força maior me abandonara, sem demoras desmaiei no colo de Zayn sem ao menos saber o que tinha acontecido.

Capítulo 26

  Acordei e o moreno havia sumido, eu não fazia ideia do que havia acontecido naquele momento, e eu me sentia totalmente fraca, estava no corredor no meu quarto que por sinal estava sem porta, tentei me levantar ainda tonta me escorando na parede, olhei para dentro do meu quarto e havia cacos pelo chão, mas que diabos aconteceu aqui? Escutei alguns barulhos vindo lá de baixo, caminhei lentamente até as escadas, a cada passo que eu dava eu sentia um choque pelo corpo, arrepios, e isso não estava sendo bom, o que será que iria acontecer novamente? Desci as escadas olhando ao redor procurando o barulho, vinha da cozinha. Caminhei até lá dando de cara com o moreno com um copo na mão, olhei para ele confusa e assim que ele direcionou o olhar para mim pude ver algumas marcas vermelhas em seu pescoço.
  ― O que aconteceu moreno? - perguntei confusa. - O que você faz aqui na verdade?
  ― Você não se lembra né? - ele bufou, parecia nervoso. - Você quase me matou enforcado, achei que se lembraria. - ele disse sarcástico.
  ― Eu não me lembro, eu senti uma força maior dentro de mim, eu não conseguia me controlar, Zayn. Me perdoa, isso não é de mim, não sei o que está acontecendo. - senti meus olhos arderem juntamente com a ponta do nariz e as lágrimas começaram a descer.
  ― Continua chorando, isso alivia. - ele continuava sentado olhando para o copo.
  Me senti fraca e fui até ele que me empurrou com tanta força que bati as costas e a cabeça na porta caindo no chão em seguida. Minha cabeça dava pontadas e um flash de memórias me veio naquele exato momento. Senti minha pulsação acelerar e logo tentei falar com Zayn sobre o que me veio à mente, eram memórias nossas, quando eu o conheci, quando saímos pela primeira vez, o beijo, até exatamente o dia em que ele me acertou com o poder me fazendo perder a memória. Tentei levantar e senti algo tomando conta do meu corpo novamente, estava inquieta e isso me impedia de agir, olhei para Zayn desesperado e ele me observava sentado, estampava ódio em seus olhos, como nunca vi antes.
  ― ME AJUDA! - gritei pedindo a ele. - Zayn, eu acho que vou morrer. - senti novamente o choque pelo corpo e uma falta de ar tremenda.
  ― Não posso. - ele disse calmo. - Meu pai não deixa.
  O pai dele, sim, o pai dele estava tentando me matar para me manter afastada dele, me lembrei que o pai dele me deu os poderes, e me lembrei o quanto o pai dele o odeia por ser o mais poderoso.
  ― Zayn, reage. - pedi já sem folego. - Me ajuda aqui. - foi a última coisa que consegui dizer.
  A pressão sanguínea já havia tomado conta da minha cabeça, sentia que havia sangue até nos meus olhos que pareciam que iam pular para fora, vi o Zayn se levantar e fechar os olhos com força, vi as janelas da cozinha se quebrarem completamente assim como o copo que estava em cima da mesa.
  ― Já chega disso pai, sou eu quem você quer e não ela, então a deixe em paz. - ele disse e logo consegui respirar novamente.
  ― Zayn, não faça isso. - pedi tentando me levantar.
  ― Não tem outra saída . - ele disse nervoso.
  ― Perder você seria perder a mim mesma... - disse já sentindo meus olhos mareados.
  Zayn me olha surpreso e solta um breve sorriso para mim, nesse momento vi o que seria a coisa estranha que estava em mim tomar forma, a forma do pai dele. O sorriso que havia no rosto de Zayn tinha sumido de imediato, o pai dele estava frente a frente com ele, sorrindo glorioso, tentava entender o porquê disso tudo, por que comigo? Tentei sair dali, mas não poderia deixar o Zayn sozinho nessa. Corri para o seu lado e o abracei sentindo o seu alívio.
  ― Parece mesmo que você vai ser tola e vai se machucar por ele, não é? - ele disse soltando uma gargalhada sarcástica.
  ― Eu quis isso, e não deixarei ele sozinho. Mas eu só... Só queria entender o porquê disso tudo, por que ele? Por que não a ? - gritei já nervosa.
  ― Simples, ele é o mais poderoso e, para ser sincero, nem deveria ter nascido. - seu tom foi de repulsa. - Na nossa família não gostamos muito de ter filhos homens, eles sempre vêm com mais poderes e quando Zayn nasceu, ele foi o último desde então, ficando assim com todos os poderes, de seu avô, seu tio e meu.
  Pude sentir a firmeza com que Zayn segurava minha mão, ele parecia ter medo, medo do que seu pai poderia fazer. Beijei seu ombro tentando acalma-lo até que Yaser continuou.
  ― Eu consegui, por uma brechinha apenas, me tornar um pouco real, depois de ter morrido. Eu quero meus poderes de volta e só quem pode me devolver isso é ele. - seus olhos cerraram os de Zayn.
  ― Só que você esqueceu de um detalhe, você está morto. - Zayn disse sorrindo. - E nada do que você fizer vai afetar a gente mais. Somos dois contra um, se você não se lembra, ela também tem poderes e isso você não poderá tirar dela.
  O encarei tentando entender o que ele quis dizer com isso, rapidamente escutei ele falando em meus pensamentos, ele me explicou como íamos acabar com isso e eu apenas acatei. Esperei o sinal dele para que eu pudesse dar início ao plano, pude ver a inquietação no Yaser e o mais incrível é que ele não conseguia escutar nossos pensamentos, por isso estava nervoso.
  Vi Zayn dar o sinal e logo desmaiei, apenas segui seu plano e nem sequer ousei abrir o olho para ver o que estava acontecendo. Eu ouvi barulho de coisas quebrando, gritos de ambos, não estava na hora de eu acordar e ajudar o Zayn, eu tinha que esperar o seu sinal novamente. Já estava me sentindo agoniada ao escutar tudo e não poder fazer nada, não sabia se Zayn estava se machucando, não sabia o que estava acontecendo. Escutei o sinal dele e logo me levantei, não conseguia ver direito, minha visão estava meio turva, esfreguei os olhos e pude ver Yaser em cima dele. Dei um passo logo pulando sobre as costas do Yaser dando-o uma chave de braço, não sei de onde consegui tirar tanta força para apertar seu pescoço até tirá-lo de cima de Zayn.
  Ainda apertando seu pescoço, ele caiu me fazendo cair junto a ele, nesse momento Zayn se abaixou até ele e segurando em seu pulso disse algumas palavras das quais não entendi muito bem, Yaser começou a gritar muito e aos poucos ia sumindo de meus braços.
  ― Eu vou voltar, você vai ver. - essa foi sua última frase antes dele desaparecer deixando-me sentada no chão sem entender absolutamente nada.
  ― Zayn, o que foi isso? Você está bem? - me agachei até ele analisando-o, seu rosto estava levemente machucado, seu lábio cortado e sua maçã do rosto roxa.
  ― Agora estou. - ele respondeu ofegante se sentando e deixando uma lágrima cair.
  ― Está tudo bem agora. - o abracei forte beijando-o em seguida.
  Ficamos alguns minutos ali no chão abraçados e nos retomando do que acabara de acontecer. Será que realmente o Yaser sumiu? Eu estava com tanto medo dele voltar e fazer isso tudo de novo, e sinceramente, desta vez não sei se aguentaria isso tudo outra vez.

  Escutei alguém abrir a porta e me chamar, era mamãe, levantei imediatamente e Zayn fez o mesmo, como iríamos explicar tudo aquilo quebrado? Como iria explicar as minhas lágrimas? Escutei ela me chamar mais uma vez e fui de encontro até ela que estava na sala.
  ― Querida, está tudo bem? - ela perguntou um pouco desconfiada.
  ― Sim, eu acho. - disse cabisbaixa. - Olha mãe, eu preciso te dizer umas coisas.
  Caminhei lentamente até ela a abraçando, não sei como seria a reação dela ao saber o que eu estava prestes a contar, mas era necessário, eu não poderia esconder por mais tempo. Vi Zayn se aproximar também, ele sabia que era a hora, tudo havia acabado agora, e isso era o que deveríamos fazer.
  ― Por favor, me diz que você não está gravida, ? - ela parecia assustada. Puxei-a até o sofá para que a mesma se sentasse.
  ― Não, mãe. A questão aqui é um pouco mais séria. - segurei a mão de Zayn firme, agora era a hora.
  ― Então falem logo, não me deixem nesse estado. - ela quase gritou.
  ― Ok. - respirei fundo. - Como deve saber a família do Zayn é muito antiga, e como posso explicar? - encarei Zayn que prosseguiu.
  ― Em minha família temos algo não muito comum com vocês, nós somos especiais, num sentido bom. - ela nos olhava ainda assustada e sem entender, eu presumo. - Vou adiantar... Nós temos poderes.
  Vi ela ficar paralisada assim que escutou isso, não sei se acreditou muito, mas precisaríamos explicar melhor.
  ― Poderes? O que seriam esses poderes? - ela parecia incrédula diante a situação.
  ― Poderes do tipo, poderes, mãe. Ele é telepata, consegue escutar pensamentos, parar o tempo, apagar memória, controlar sentimentos, te mostrar coisas com um toque apenas... - a olhei de canto, ela estava com os olhos bem arregalados e a boca formando um grande "O".
  ― Ma... Ma... Mas, como isso é possível? - ela chegou mais perto.
  ― Eu também não sei Lilian, mas isso vem dos meus antepassados, e como sou o último, herdei os poderes de basicamente todos eles. - ele parecia envergonhado. - E, agora vem a parte mais interessante ainda...
  ― Qual? Meu Deus, espero que não seja nada grave. - ela murmurou.
  ― Eu também adquiri poderes, mãe. - olhei para o Zayn que apenas assentiu com a cabeça.
  ― Como assim? - ela começou a respirar fundo, estava nervosa.
  ― O pai de Zayn me deu para que eu pudesse destruí-lo. Sim, ele está morto, mas de alguma forma ele conseguiu voltar para isso. - vi ela fechar o semblante e logo continuei. - Mas não se preocupe, ele não voltará nunca mais, acabamos com isso hoje.
  ― Me desculpe pelas coisas quebradas na cozinha, eu prometo comprar tudo novo pra senhora, mas se não fosse isso, talvez eu e não estaríamos vivos. - ele lamentou beijando minha testa.
  ― Meu Deus! Isso é demais pra mim, olha o que foi que vocês beberam, hein? Eu vou subir e tomar um banho, acho que vocês enlouqueceram. - disse ela se levantando e indo até a cozinha guardar as compras que haviam na sacola.
  ― É agora. - sussurrei para o Zayn que sorriu de canto.
  ― Mas o que... Olha Malik, eu acho muito bom vocês dois virem limpar essa bagunça aqui, e comprar louças novas para repor todas essas que vocês quebraram! - ela gritou furiosa.
  ― Sim senhora. - Zayn respondeu.
  Olhei para ele com alívio, sim, foi um alívio enorme dividir isso com minha mãe, um grande alívio que isso tudo tenha acabado, agora sim viveríamos em paz. Nos levantamos e fomos até a cozinha na intenção de limpar toda aquela bagunça antes que minha mãe nos matasse.
  ― Esse é o fim, e um novo começo. - ele disse me olhando.
  ― Um recomeço, amor. - sorri para ele que se aproximou selando nossos lábios.

[...]

  Depois de limparmos tudo e ter comprado as louças para ela, eu peguei minhas roupas e meu material escolar e fui dormir na casa de Zayn. Avisei minha mãe que antes de sair me abraçou forte e sussurrou um "eu te amo", me despedi dela com um beijo no rosto e desci com pressa as escadas para encontrar com Zayn lá fora.
  Segurei a mão dele e fomos até o carro que estava estacionado logo à frente de nós. Entramos e ele logo tratou de dar partida.
  Assim que chegamos, Trisha, e Niall nos encararam na sala, eles pareciam preocupados e senti que ia nos dar um esporro. Vi se levantar e vir correndo até mim para me abraçar e logo abraçando Zayn, vi Trisha suspirar de alívio e Niall sorrir feito bobo.
  ― Isso tudo acabou, finalmente, ACABOU! - escutei gritar de felicidade e logo abraçar sua mãe.
  ― como se sente? - Trisha perguntou me abraçando. - Agora tudo acabou querida.
  ― Estou bem, aliás, estamos bem. - respondi a todos.
  ― Mãe... - Zayn disse logo a abraçando forte. - Estou livre agora, finalmente.
  ― Sim meu filho! Vem, o jantar está pronto. - ela disse e seguimos até a cozinha.
  Nunca tudo esteve nessa paz como agora, nós ríamos e brincávamos o tempo todo, Trisha estava mais alegre, assim como Zayn e . Depois do jantar, ajudamos a lavar a louça e logo fomos ver um filme, Zayn, , Niall e eu. Arrumamos tudo na sala para que ficasse aconchegante e para assim darmos início ao filme.

  Será que realmente esse é o fim?

Capítulo 27

  Enfim férias, tão esperadas por mim, por Zayn, por , por todo mundo, sabe o que é poder dormir e poder acordar tarde? É uma maravilha. Estou passando mais tempo com Zayn desde quando aquilo tudo aconteceu, minha mãe ainda não acredita que temos poderes, mesmo quando brincamos com ela, minha irmã e Louis continuam se comendo, e Harry continuam entre tapas e beijos e e Liam, ah, esses dois são um amorzinho.
  Encaro Zayn enquanto ele dorme feito um bebê, as coisas estão ótimas e Yaser nunca mais apareceu para nos perturbar novamente, ouço meu celular tocar e me viro pegando-o sobre o criado mudo, era meu pai.
  — Bom dia minha filha, onde você está? – Disse ele com calma.
  — Estou na casa de Zayn, por quê? – Respondi seca.
  — Estava querendo ver você, que tal um almoço hoje? Você, Zayn e eu? – Pensei um pouco se seria uma boa ideia, e logo respondi.
  — Tudo bem, onde e que horas? – Perguntei.
  — Naquele restaurante que costumávamos ir quando você era mais nova, pode ser?
  — Tudo bem, te encontro lá às onze.
  Desliguei antes que ele respondesse e logo me virei acordando Zayn.
  — Bom dia meu bem, dormiu bem? – Perguntei acariciando suas bochechas.
  — Não sei amor, eu estava dormindo. – Ele deu um sorriso e eu dei-lhe um soco.
  — Ridículo! Meu pai acabou de me ligar, vamos almoçar com ele hoje às onze, então nada de voltar a dormir. – Pulei em cima dele beijando-o.
  — Mas amor, são oito horas ainda, me deixa dormir só mais uma horinha? – Resmungou.
  — Nada disso, pode levantar, anda! – O empurrei o derrubando da cama.
  — Isso doeu. – Reclamou ele com o rosto no chão.
  Comecei a rir e levantei para ajudá-lo, ele me deu um beijo e descemos para tomar café. Trisha como sempre já estava de pé preparando tudo, essa mulher não para um segundo, dei um beijo em seu rosto lhe desejando bom dia e me sentei na mesa ao lado do Zayn. desceu logo depois com Niall, esses dois não se desgrudam também, mas eu entendo a , Niall é uma pessoa adorável. Zayn estava calado, não havia feito nenhuma brincadeira e nem mesmo sorriso ele deu, presumo que esteja pensando em algo, porém eu não sei ler os pensamentos dele.
  Terminei meu café e logo retirei minha louça da mesa e a lavei, sorri de canto para eles e subi para o quarto do Zayn, pude escutar a voz da em minha cabeça, mas ignorei. Peguei a toalha que estava sobre a cadeira e fui direto ao banheiro, já iria me arrumar, pois da casa de Zayn ao restaurante é um pouco longe, ainda são oito e meia, mas não importava. Enquanto a água morna corria pelo meu corpo eu pensava em tudo o que aconteceu, eu poderia não ter sobrevivido, e o pior de tudo era que Zayn seria o culpado de tudo, iriam dizer que ele está louco e não acreditariam que tenha poderes. Me liberto desse devaneio quando escuto bater na porta, termino o banho e abro a porta e a vejo parada com os braços cruzados me encarando.
  — O que foi garota? – Pergunto sem entender.
  — Eu é quem pergunto, você está bem? – Ela agarra em meu braço me levando até seu quarto.
  — Deixe-me trocar de roupa e já volto para conversar com você, pode ser? – Pergunto.
  — Tudo bem, te espero no meu quarto. – Sorri e caminhei de volta ao quarto do Zayn.
  Enquanto coloco minha roupa escuto alguém abrir a porta, era Zayn, sorrio para ele que apenas senta na cama com a mesma feição que estava no café.
  — Amor, o que está acontecendo? – Pergunto enquanto termino de vestir minha blusa.
  — Tenho que te dizer algo. – O encarei assustada e me sentei em sua frente.
  — Pode dizer. – respondo.
  — Me promete uma coisa? – Assenti com a cabeça. – Promete não ficar chateada se algo não sair como você espera hoje?
  — Como assim? Está falando do meu pai? – Pergunto confusa.
  — Só me promete? – Ele segura em minha mão, suas mãos suavam frio.
  — Eu prometo, agora pode me dizer por quê? – O encaro.
  — Por nada. – Ele sorri e me beija carinhosamente.
  O encaro por mais alguns segundos e ele se levanta pegando a toalha e indo até o banheiro. Eu não entendi o porquê disso, e nem entenderia já que não consigo ler seus pensamentos. Me levantei indo até o quarto da para falar com ela, abri a porta e a vi sentada na ponta da cama encarando seus pés. Será que todo mundo resolveu ficar doido hoje?
  — Estou aqui . – Disse enquanto fechava a porta.
  — Ótimo, agora me conte, porque estava tendo aqueles pensamentos? - Ela foi direta.
  — O que eu disse sobre ler meus pensamentos? – A encarei com raiva.
  — Me desculpa, mas é que os pensamentos do Zayn estavam perturbados e achei que vocês estivessem brigados, por isso li os seus. – Ela disse aflita.
  — Não, não brigamos, mas ele está um pouco estranho sim, me falou umas coisas que eu não entendi muito. – Respondi ainda confusa.
  — Não se surpreenda com nada, posso confiar em você? – Ela pergunta me confundindo mais ainda.
  — O que vocês estão escondendo de mim? Estão me assustando.
  — Nada, agora vamos, Niall está nos esperando. – Ela se levantou num pulo.
  — Para quê?
  — Just Dance querida, ainda quero revanche. – Ela disse animada me puxando pelo braço.
  — Ok. – Respondi.
  Enquanto jogava com Niall e nem percebi que as horas haviam passado rápido demais, vi Zayn me encarando com a chave o carro na mão, parei com o jogo e corri até a porta sem me despedir. Entrei no carro e logo retomei o fôlego, estava um pouco suada e precisava tomar um vento.
  — Onde é? – Zayn me pergunta.
  — Vá para o centro, quinta avenida, restaurante Bonefish Grill, sabe onde fica?
  — Sim. – Ele responde seco.
  Revirei os olhos e tentei ficar relaxada, ainda estava acelerada por causa do jogo, não queria chegar lá desse jeito. Liguei a rádio e me ajeitei no banco fechando os olhos acompanhando a música.
  “É um belo lugar, uma bela paisagem, onde será que estou? Vejo crianças brincando na grama alta, elas parecem felizes, vejo pessoas sentados em bancos de madeira como estatuas, com o sorriso nos lábios nem se moviam, nem sequer se notava algum tipo de respiração, era estranho. Ao longo do caminho a paisagem vai sumindo, está anoitecendo e eu não sei onde estou, olho ao meu redor, estou sozinha e com medo, um medo que nunca senti antes, caminho depressa e mais a frente vejo uma sombra, um homem alto. Não sei se peço ajuda ou se corro para o outro lado, eu sinto medo, é o meu pai, ele se aproxima sorrindo, caminho até ele feliz por não estar mais sozinha e vejo outra imagem atrás dele, escuto uma risada, é familiar, vou me afastando do meu pai até ver quem está atrás dele. Começo a perder a respiração, isso tem que ser um mero sonho, ou pesadelo, isso não pode ser real.
  “Achou que eu sumiria para sempre, não é mesmo?”
  Sua risada ficava pior a cada segundo que passava, me senti fraca, meus joelhos se dobram me fazendo cair. Onde está Zayn?
  “Não se engane com seu pai, ele não é confiável.”
  Era o Yaser, bem na minha frente, e eu ali no chão sem ar, era como se alguém estivesse me sufocando, eu preciso de ajuda, olho para meu pai que está com a feição triste, tento pedir ajuda, mas vejo meu pai cair no chão, duro como uma pedra.
  “Você não terá a Zayn, você vai morrer antes disso.”
  Tento me levantar desesperada, eu não consigo respirar e estou sozinha, Yaser vai me matar, essa é sua grande chance. Não conseguirei lutar e então minha opção será a rendição. Já com a garganta seca e pressão nos olhos sinto que é a minha hora, estendo a mão como um último pedido de socorro e sinto alguém me puxar...”

  Acordo assustada puxando todo o ar para os meus pulmões e o soltando lentamente, Zayn me encarava confuso e eu estava mais ainda. Estávamos em frente ao restaurante e eu ainda estava desnorteada, eu não queria entrar lá.
  — está tudo bem? – Zayn pergunta confuso.
  — Eu não quero Zayn, não quero entrar lá, meu pai... Ele vai me matar. – Disse assustada.
  — Ei calma, o que houve?
  — Seu pai... Meu pai... – respirei fundo buscando calma.
  — Calma, ok? Foi só um pesadelo. – Ele me abraça acariciando minha cabeça para que eu me acalmasse. – Vamos, seu pai já está aí.
  Respirei fundo novamente e saí do carro com calma, segurei na mão de Zayn e fomos até a mesa onde meu pai estava. Nos sentamos e sorrimos, tentei ficar o mais normal possível.
  — Prazer em conhecê-lo pessoalmente Zayn, só ouvia falar sobre você, mas nunca havia te visto. – Meu pai disse e Zayn apenas sorriu. – Como você está, minha filha?
  — Bem, eu acho, e você? – Tentei ser gentil, ainda estava com receio.
  — Vou bem, algumas confusões na empresa, mas tudo está se acertando. – Ele sorriu e eu sorri de volta. – Bom o que quer comer? – Ele pergunta enquanto olha para o garçom.
  — O de sempre, pai. – Respondi logo. – E você Zayn?
  — O mesmo.
  Ouvi meu pai dizer os pedidos e logo se voltar a nós. Eu estava nervosa e aflita, estava sentindo que algo não seria legal, isso me fez pesar no que a e Zayn me disseram hoje. Tentei controlar o meu pai, em vão, será que não tenho mais poderes? Não conseguia prestar atenção ao que ele dizia, Zayn estava atento a tudo, a cada palavra e detalhe, enquanto a mim só restava lembrar do sonho e do que eles me disseram.
  — ? – Me despertei quando meu pai me chamou.
  — Sim? – Perguntei.
  — Está tudo bem? Você estava bastante distraída. – O encarei por alguns segundos e antes que eu pudesse responder nossos pratos chegaram. – Bom, então vamos comer!
  Sorri para ele e tentei dizer ao Zayn o quanto eu estava incomodada. Dei a primeira garfada na minha comida e tentei não pensar muito, a comida não mudou nada, continua tão boa quanto era na minha infância, sorrio sozinha com a lembrança, mas logo sou interrompida por meu pai.
  — Eu preciso te dizer algo. – Parei de mastigar e o olhei aflita.
  — Pode dizer. – Respondi logo.
  — Bom, primeiramente queria te dizer que você é uma menina muito especial, tanto para mim, quanto para o resto da família. – O encarei sem entender e ele então continuou. – Segundo, queria te pedir que não me odeie, independente do que eu vá dizer aqui agora.
  Já comecei a temer o pior, Zayn segurou em minhas mãos para garantir que eu não vá fazer nada.
  — Conta logo. – Disse.
  — Enfim, a muito tempo atrás eu tinha um melhor amigo, sabe aquele que você não passa um segundo sequer longe? Ele era esse tipo de amigo, me ajudava em qualquer momento, até quando eu não precisava. Certo dia, aconteceu algo que me deixou com medo dele, nós estávamos brincando quando do nada ele segurou em meu braço com força, seus olhos estavam arregalados e ele parecia nervoso, eu não entendia o porquê daquilo e só sentia meu braço queimar, queimar muito... – O interrompi.
  — O nome dele era Yaser, não era? – Senti um nó na garganta temendo sua resposta.
  — Sim. – Ele respondeu cabisbaixo. – Depois que isso tudo aconteceu ele me contou sobre seus poderes, e o quanto ele queria se livrar disso, mas não foi bem assim. Com o passar do tempo eu sentia que ele estava mudado, depois que Zayn nasceu ele mudou completamente, era como se o poder estivesse consumindo ele, isso estava o deixando uma pessoa má, o Zayn sabe o que ele passou...
  — Onde você quer chegar com isso, pai? – Perguntei.
  — Depois que ele morreu eu senti um alívio, que não durou muito tempo, eu não sei como e nem por que ele conseguiu voltar, invadir minha mente, eu achei que estava ficando louco. Ele queria você, minha doce filha, os planos dele para você eram outros, e ele entrou em minha mente para conseguir chegar mais perto de você.
  — Senhor Allen, não precisa continuar com isso. – Zayn disse.
  — Eu quero saber, Zayn. – Rebati.
  — Os seus poderes, você já os tinha desde que nasceu, mas precisava de uma adrenalina maior para que eles fossem revelados a você, não foi ele quem te deu isso, fui eu. – O encarei triste e ele continuou. – Os poderes do Yaser se transferiram para mim naquele dia em que ele deixou a marca em meu braço, ele não sabia disso, e nem eu. Fui descobrir quando estava sozinho em meu escritório e conseguia escutar os pensamentos dos funcionários lá fora, assim como de quem eu quisesse. Eu não queria ficar com isso, e então quando você nasceu eu transferi para você, sei que ficaria seguro, mas não imaginei que isso tudo iria acontecer.
  Senti lágrimas escorrerem em meus olhos e os braços de Zayn me envolvendo.
  — Eu quase morri, por sua culpa. Por que não me contou isso quando pequena? Por que me deixou passar por tudo isso? – Perguntei nervosa.
  — Entenda, eu não podia te contar, nem ao menos mostrar a você, você era muito nova e não entenderia. Minha filha, me perdoa, sei que isso tudo acabou e que agora você está segura. - Vi seus olhos lacrimejarem.
  — Será mesmo que acabou? – Perguntei me levantando. – Zayn vamos embora.
  — Filha, por favor, não. – Ele tentou me segurar mas puxei minha mão me soltando.
  — Adeus. – O encarei mais alguns segundos e saí correndo para o carro.
  Zayn veio logo atrás com pressa, ele estava triste por isso e eu mais ainda. Nunca imaginei que isso tudo viria do meu próprio pai, eu achei que tudo fosse um acaso, mas já era tudo planejado. Agora eu estava com medo, e não me sentia bem, olhei para Zayn e o abracei forte, queria ir para um lugar bem longe para pensar.
  — Casa na floresta? – Ele pergunta.
  — Por favor. – Respondi colocando o cinto.
  Ele sorriu de canto dando partida no carro até a casa, onde sei que ficaríamos em paz.

Fim?



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