A lenda de Galácia: o Eu Sou
Escrito por Maraíza Santos | Revisado por Andressa
- Vem, – Chamou segurando a mão de seu esposo, há quase 6 horas atrás tinham trocado alianças e agora passavam a lua de mel em Fernando de Noronha. Já era noite e o vento da praia soprava fazendo seus cabelos balançarem para direita com certa força. Eles riam descontroladamente por causa do álcool em seu sangue que já fazia efeito de profunda alegria.
- Eu te amo – Disse rindo logo em seguida se jogando nos braços de .
- Eu também te amo, meu amor – Ele segurou o rosto de sua mulher e a beijou. E os dois caíram da areia rindo da situação dos dois.
- Sabia que por aqui tem uma lenda? - Falou a garota – “A lenda da Galácia”.
- O que diz essa lenda? – Perguntou ele.
- Diz que quando duas pessoas são apaixonadas e ficam juntas aqui serão unidas e juntas pra sempre – Disse ela.
- Então, por que “Galácia”? – Indagou ele.
- Não sei, achei esse nome legal e decidir colocar – ela começou a rir e ele também o seguiu rindo.
- Vamos ficar juntos pra sempre – Ele concluiu.
- Sempre – Ela repetiu.
2 anos depois
- Sai do carro – ordenou pra si mesmo. Naquele momento ele tinha voltado para Fernando de Noronha onde passaram a lua de mel, estava em um lugar quase vazio;
havia deixado as roupas dela no lugar onde ela deixou, o quadro a qual pintara ele não tinha coragem de tirar do meio da sala. Ele sentia o cheiro do seu perfume nas cobertas que ele dormia, tudo a lembrava.
Estava irreconhecível, parecia que vivia apenas para o trabalho e quando não estava a serviço na polícia da cidade, estava à procura de pistas para achar sua esposa. Naquele momento sua vida havia se tornado um grande inferno e agora acabaria ele mesmo com aquilo.
- , você sabe que isso é algo definitivo – Falou o homem que desde o desaparecimento de , e tendo ela dada como morta, esteve ao seu lado. Um homem de pele negra e voz mansa que sempre aconselhava , ele não sabia de onde o conhecera ou como soube que ele existia. Algo dizia que ele era apenas fruto de sua imaginação, mas não se importava.
- Atende ao telefone . Atende ao telefone . Atende ao telefone . Atende ao telefone . Atende ao telefone . Atende ao telefone . Atende ao telefone . – Repetia o homem ao ver apontar a arma em sua cabeça; O telefone de tocava no carro. rangia os dentes.
- 7 meses – Falou quando o telefone parou de tocar – Só fomos casados por 7 meses – Seus olhos estavam cheios de lágrimas e a arma que estava apontada para o homem ele voltou contra si – Aqui, nesse lugar – Ele respirou fundo – Aqui nós prometemos que ficaríamos juntos pra sempre.
O telefone de voltou a tocar e, se ele não soubesse que era impossível, diria que o telefone tocara mais alto do quê o habitual.
- Atende ao telefone . Atende ao telefone . Atende ao telefone . Atende ao telefone . Atende ao telefone . – Repetiu o homem – Você sabe que ainda há esperança.
- Não há! – exclamou como fosse uma criança fazendo birra de forma eloquente – Nunca teve – Baixou o tom de voz – Ela está morta! – Ele gritou de novo.
- Atende ao telefone, . – Falou o homem com tom de ordenança. tirou a arma da cabeça e foi em direção ao carro quase que involuntariamente.
- Alô? – Falou ele sentando no carro e encostando a testa no volante. – O quê? – Ele arregalou os olhos e fechou a porta do carro logo dando partida no carro, saindo assim da praia onde ele situava. Desligou o telefone e digitou outro número. – Bom dia, gostaria de uma passagem para às 13h00min de Fernando de Noronha para Pernambuco.
(...)
entrou no hospital correndo direto para recepção onde estava quase ninguém, apenas uma mulher aparentemente frágil com uma touca, bem provável que ela tenha câncer, pensou .
- Onde está ela? – Perguntou a recepcionista.
- Ela quem? – Perguntou a mulher sem saber de quem se tratava.
- . – Disse ele contendo a ansiedade de rever sua esposa.
- Ela está no quarto 7, senhor - Antes que terminasse já corria pelos corredores.
- Por favor, não corra – Gritou a mulher sendo ignorada pelo homem.
empurrou a porta e entrou no quarto do hospital onde o detetive que cuidava do caso olhava pela janela. E lá estava , ela dormia tranquilamente na cama, mas com uma aparência frágil, pálida e com os lábios brancos, os cabelos dela estavam maiores desde a ultima vez que a viu e parecia mais magra do quê o normal.
Os olhos de se encheram de lágrimas ao vê-la mais uma vez, sentou-se na beirada da cama ignorando o detetive que o olhava, segurou a mão de sua mulher e beijou-lhe a testa.
- Ela foi encontrada quase morta na divisa entre Pernambuco e Alagoas – Explicou o policial – Em São José da Coroa Grande pra ser mais exato – Ele andou lentamente pelo quarto – O homem que estava com ela – olhou pra ele observando atentamente – Ele a sequestrou e, ao fazer o corpo delito, foi abusada por ele todo esse tempo, sexualmente, fisicamente e moralmente – cerrou o punho.
- E ele está preso? – Perguntou ansioso pela resposta, se não fizessem, ele o faria.
- Não, está morto – Ele falou.
- Quem o matou?
- Sua mulher – Ele disse com indiferença que geralmente os policiais tem – Ela o matou e pediu ajuda para uma vizinha que ligou para nós. Ela está com um problema de desnutrição e anemia, e alguns hematomas que sumirão com o tempo, nada além disso. Logo ficará bem.
suspirou aliviado e virou-se para ver de novo, não se cansara de olhar para a mulher que conquistou seu coração.
- Vou deixá-los a sós – Disse o detetive – Até segunda, .
- Até, Steve, bom trabalho – Ele sorriu para o colega de trabalho e o seguiu com o olhar até a porta se fechar. Ele virou-se para ela e toco-lhe o rosto, acordou com os olhos arregalados.
- Shhi, calma – Disse – Sou apenas eu – abriu um sorriso seguido por uma lágrima caindo em seu rosto.
- Eu senti ta-tanta su-a falta – Ela tinha voz trêmula.
- Eu também, meu amor – se segurou para não chorar. - Lembra da lenda? – Disse ele.
- Sim, vamos ficar juntos pra sempre. – Ela sorriu se aconchegando melhor na cama – Eu senti tanto medo, .
- Não se preocupe, eu estou aqui. – Ele disse.
3 meses depois
olhava pela janela de sua casa, lá fora tinha um belo sol e as flores pareciam mais coloridas do quê o habitual.
- Então, ela não dormia bem nas primeiras semanas? – Perguntou o homem o qual conhecia bem.
- Não, por isso comecei a levá-la ao psicólogo, ainda hoje ela carrega umas mágoas. – Respondeu ele.
- E ela está bem agora? – Indagou.
- Sim, ainda tem traumas quanto àquele tempo, como eu disse – Ele virou-se para olhar nos olhos do homem – Ela está grávida – ele sorriu feliz.
- Que bom – O homem sorriu em resposta e se levantou abotoando os botões do casaco. Ele virou-se e saiu andando pela porta.
- Por que você me ajudou? – Perguntou , essa pergunta estava em sua cabeça há muito tempo.
- Porque você me pediu ajuda – Respondeu o homem abrindo a porta.
- Quem é você? – Perguntou mais um vez.
- o Eu Sou – Logo se viu uma luz forte quase o cegando sumindo logo depois, o homem que falara.
FIM

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