A last tears

Escrita por Fabiana | Revisada por Laura Weiller (Até capítulo 04) | Natashia Kitamura

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Capítulo 01

    3 ANOS ANTES DO ACIDENTE

  Fui adotada recentemente por uma família, ninguém sabe nada da minha família biológica. Já perguntei milhões de vezes como vim parar ali, só que eles ficam nervosos e me colocam de castigo. É eu sei, é ridículo. Eu tenho uma amiga, ou pego menos tinha. O nome dela era ela estava tentando me ajudar a descobrir quem são meus pais, só que para isso não deixaram eu sair do abrigo. Tive que fugir né?! Nunca fui de seguir regras e nem vou ser. Em algum momento da nossa fuga, estávamos na rua 169. Paramos em um beco para descansar, o que foi uma péssima escolha. Alguma coisa aconteceu com ela. Parecia que ela estava envolta a algum feitiço. Um vento forte passou sobre nós e escutamos risadas. Muitas risadas. se levantou e ficou imóvel. Pude ver um sorriso em seus lábios. Ao longo de seus passos algo foi se materializando no chão de acordo com o seu andar. Uma gosma preta começou a envolvê-la. Seus pés e a cabeça estavam sendo tomados por aquela "gosma".
  - isso é algum tipo de brincadeira? - Disse andando pra trás. Ela ria igual a uma psicopata. Tentei correr dali.
  - NÃO VAI CONSEGUIR SAIR DAQUI ! HAHAHAHAH. - Risos e mais risos. Sua voz estava grossa e ela estava sendo sugada pra dentro de uma gosma preta. Não era ela, era alguma coisa que a tinha dominado. Ela balbuciava coisas como "destruir, destruir". Eu sai correndo dali, o abrigo não estava tão longe. O céu antes que estava claro, agora era dominado por um roxo esverdeado. Na porta do abrigo a Diretora estava chorando "NÃO CONSEGUIMOS PROTEGÊ-LA! ELAS A PEGARAM!" ela dizia, assim que me viu correu em minha direção.
  - Você esta bem! AI MEU DEUS! LEVEM-NA DAQUI! AMANHÃ CEDO IREMOS ACHAR UMA FAMÍLIA PRA VOCÊ ! NADA MAIS IMPORTA! – Ela disse desesperada.
  - Não, eu tenho que voltar esta lá! Alguma coisa muito sinistra aconteceu e ela foi sugada por uma espécie de coisa preta. Preciso ajudar! VOCÊS PRECISAM AJUDÁ-LA! - Eu disse ofegante.
  - Não podemos! Ela não tinha família. Era uma ninguém. Ninguém se importava com ela. - Ela disse me segurando pelo braço à força.
  - Eu... Eu me importo! EU ME IMPORTAVA! - Disse tentando me soltar.
  Ela apenas reprovou com a cabeça e uma lágrima caiu do seu olho. Ela chamou os seguranças para me levarem dali. Eles não iam ajudá-la. Disseram que não havia volta. E eu não consegui salvá-la. Minha melhor amiga morreu. E por minha causa. Na manhã seguinte me levaram dali. Pra uma nova casa. Uma nova vida.

  ATUALMENTE~

  Agora sou Payne. Não me dei bem com minha "mãe" ela me odeia. Não queria me adotar. Quem convenceu ela foi Liam, que queria uma irmã mais nova. Nesses tempos eu me apeguei muito a Liam, não sei direito o que sinto, quando ele chega perto minhas pernas tremem e meu coração dispara. Eu torço pra ter pegado algum tipo de gripe.

  TRIIIIIIIIIIIIIIM TRIIIIIIIIIIIIIIIIM TRIIIIIIIIIIIIIIIM!

  - AAAAAhhh. - Bati com tudo no despertador. É, ele quebrou! Mas, agora vou poder dormir mais. Me rastejei pra fora da cama e fui tomar banho. Hoje tinha aula affz. Liguei o chuveiro e fiquei sentindo a água quentinha batendo no meu corpo gelado. Saí do banheiro e fui para meu quarto me trocar, a janela do meu quarto estava aberta, fui de toalha mesmo fechar. Sem querer passou um vento forte e minha toalha caiu. Ops! Sorte que não mora ninguém ali -pensei um tanto errado.
  - AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH credoooo. - Eu olhei e tinha um menininho na janela, devia ter uns 3 ou 4 aninhos. Ele chorava e tapava os olhos. Peguei minha toalha e me deitei no chão na esperança de me esconder.
  - Oh Mike, o que aconteceu? - Reconheci pela voz que era uma mulher, perguntando ao menino e ele não conseguia falar só soluçava. Isso me deu um aperto no coração, porque se eu não tivesse me vestido primeiro não teria causado "um trauma" a uma criança. Não ouvia mais conversa nenhuma e decidi me levantar e fechar de vez essa janela só que notei que alguém me observava.
  - Ora, Ora, Ora, não sabia que a casa tinha uma vista dessas, se eu soubesse teria me mudado mais cedo. - Disse um garoto me encarando encostado na janela da casa vizinha. Que por SORTE DO DESTINO ficava de frente pra minha janela. O menino mantinha um sorriso malicioso nos lábios que me deu arrepios. Fechei a janela o mais rápido possível rezando pra que isso só tenha sido uma neurose da minha cabeça. Me vesti rapidamente e sai apressada até a porta. Nem tomei café direito e sai sem dizer nada. Já estava suficientemente atrasada pra escola! Acho...
  Cheguei na escola e por sorte ainda não tinham entrado. conversava animadamente com Liam, e ele parecia estar totalmente entediado. Ri com isso. Fui até eles, Liam pareceu feliz e aliviado ao mesmo tempo em me ver, ri de novo.
  - Oii Liam. – Sorri.
  - Oi prima! Pensei que não iria vir hoje. – Liam me deu um abraço. se contorceu de raiva.
  - Ah... Oi. É... Krista? – Ela se fez de desentendida.
  - . - Disse a corrigindo.
  - Ah,tanto faz Tiffany, tchau. - Disse ela saindo. –E Tchau Liam. - Deu um beijo na bochecha dele. Revirei os olhos.

  Bateu o sinal.

  - Tchau Lila. - sorriu.
  - É sua estúpida. – Murmurei.

  Entremos pra sala de aula

  - Bom Dia Alunos! Temos um aluno novo! – A professora foi dizendo. - Harry entre.
  Nisso entrou um menino lindo de morrer. Cabelos cacheados, olhos verdes e perai... OMG É O MENINO DA JANELA! Harry passou pela classe e sorriu ao me reconhecer. Gelei totalmente. Fiquei branca, cera, papel alumínio. Pera... Alumínio?
  Harry se sentou bem na minha frente e...

Capítulo. 02

  Harry se sentou a minha frente e não disse mais nada. Às vezes olhava pra trás pra me pedir um lápis ou uma caneta ou pra ver o que eu estava fazendo, mas era só isso. Harry era quieto. Tínhamos que fazer um trabalho, o professor escolheu as duplas e ficou assim “Sara e Thor, Lisa e Melani, Cat e Robi, Liam e Danielle e e Harry.
  - Professor eu não posso me sentar com o Liam ? - eu disse ao olhar Harry.
  - Não.
  - Mas professor...
  - Não. Sou eu quem escolhe as duplas sua menininha enxerida! – me calei e Styles riu. Ele juntou nossas cadeiras.
  - Então... Garota da toalha. Devia fechar a janela mais vezes. Não que eu me importe. Adoraria acordar assim todos os dias. – Styles deu um sorriso sedutor.
  - Ahh, podemos começar o trabalho? – tentei mudar de assunto.
  - Podemos sim. - sorriu - Hãn... Você sabe alguma coisa sobre “Deuses Prometidos”? - mordi o lábio inferior.
  - Não me provoca garota... – disse apontando pra minha boca. Mostrei a língua pra ele.
  - Olha, que quem dá língua pede beijo. – disse se aproximando e me roubando um selinho.
  - Harry! – disse olhando pros lados. - É proibido beijar na escola. - disse corando.
  - Ah é? - Disse se aproximando mais. - Não me diga pra não fazer uma coisa. - virei o rosto desesperada e ele beijou minha bochecha.
  - Ahh o livro Harry, O Livro. –disse enrolando a ponta do cabelo. Harry assentiu com a cabeça nervoso, mas depois riu e começamos a fazer o trabalho. Parecia que Harry tinha alguma coisa a ver com a história, pois explicava com tantos detalhes.
  - Como sabe tanto sobre deuses tendo só 19 anos? Por acaso você é um deles? – zombei.
  - N-não! N-não sou! O que você tá falando garota? Você f- faz perguntas d-demais – Harry gaguejou passando os olhos pela sala. - E olha, aquele não é Liam? – virei meu rosto pra olhar e Liam estava quase beijando Danielle.
  - PROFESSOR! – gritei e eles se assustaram. Danielle se separou de Liam instantaneamente.
  - Sim, hãn senhorita Payne?
  - Nada. É que eu queria perguntar que horas acaba a aula... Por que eu to com fome. - menti. A classe inteira caiu na risada.
  - Senhorita Payne,você deveria se preocupar mais com o trabalho do que com seu estômago. Está com nota baixa na matéria. - abaixei a cabeça e Liam me olhou com raiva. Uma vez Liam me contou que ele era apaixonado por ela desde a 7º série! O que... O que está acontecendo comigo? A aula acabou e fomos pra casa. Na saída da escola avistei Liam e acenei. Liam fingiu que não me viu e saiu de mãos dadas com Danielle. Aquilo doeu? Doeu. Virei às costas e sai de cabeça baixa. Uma lágrima caiu do meu olho. Fui direto pra casa. Cheguei em casa.
  - E ai como foi a escola filha? - disse meu pai adotivo. Não respondi e fui direto pro meu quarto e me tranquei. Joguei minha mochila em cima da cama e comecei a chorar. Porque eu estou assim? - pensei.
  - EU NÃO QUERO ME SENTIR ASSIM! - gritei de raiva. O simples fato de Liam possivelmente gostar de Danielle estava me deixando assim? Porque eu estava assim? A família de Liam me adotou só a 3 dias e eu estou assim?! NÃO POSSO! - comecei a chorar mais. Coloquei o fone de ouvido e fiquei ouvindo músicas tentando esquecer o que tinha acontecido. Tomei um banho e dormi. Quando já estava quase pegando no sono algo ou alguém bate na minha janela. Tentei ignora-lo só que parecia que ia QUEBRAR a minha janela.
  - HARRY O QUE VOCÊ QUER? - gritei com o travesseiro na cabeça. Baterão de novo fui abrir a janela e tive uma surpresa. Não era Harry. Era uma arvore que estava batendo na minha janela por causa da chuva. Tinha alguma coisa amarrada nela. Tinha uma carta. Fechei a janela e joguei a tal carta na cama. Fiquei encarando-a durante alguns minutos e decidi abri-la. Ela dizia "ALGO MUITO RUIM ESTA PRESTES A ACONTECER. SE USAR ISSO NADA DE RUIM PODERÁ ATINGI-LA - S/ A.G N."
  Tinha um saquinho com um colar que tinha um pingente SINISTRO. Tipo uma inicial de alguma tribo ou agência sei lá. Que bobagem! Me proteger? O coloquei em cima da escrivaninha e fui dormir logo depois, escuto um barulho lá em baixo. Gritos e algo quebrando. Desco correndo a escada e me deparo com Liam jogado no chão. O que? Liam? - Olho pra porta e vejo uma coisa familiar. Vejo aquela gosma preta saindo pela porta. – O que? Pego um pouco de água e jogo na cara dele.
  - O que? ? O que aconteceu? Aaah minha cabeça. - Liam colocou a mão no local onde tinha um corte.
  - Eu... Eu não sei... Eu estava lá em cima, e escutei um barulho. Quando desci vi você ai desacordado. Você esta bem? - disse o analisando.
  - Eu... Eu estava aqui e uma coisa preta começou a sair da porta. Fui ver o que era e depois eu... Eu não me lembro de mais nada. - Abraço Liam. Não o aguentaria perdê-lo que nem perdi . Pela mesma razão.
  - O Importante é que você está bem. - Sorri. Me levanto.
  - Aonde vai?
  - Dormir? - disse subindo pro meu quarto. Liam foi atrás.
  - Dorme comigo? - Liam faz biquinho.
  - Cadê a Danielle? - ironizei e subi as escadas. Liam segurou minhas mãos. – Por favor, dorme comigo. Só hoje. Eu... Eu to com medo daquela coisa voltar. - disse Liam corando.
  - Liam...
  - Prometo que não tento nada.
  - Tudo bem, vamos. - disse pegando a mão de Liam que corou e a soltei automaticamente. - Desculpe. - disse corando também. Liam deitou na cama dele e foi pro lado batendo a mão no colchão pra mim deitar também. Fecho os olhos.
  - ... - sussurra.
  - O que foi? - sussurro também ainda de olhos fechados.
  - Acho que estou apaixonado.
  - Aé? Por quem? - disse esperançosa.
  - Acho que pela Danielle. Não sei... É estranho. - disse Liam.
  - Ah. - disse seca. - Vocês formam um casal bonito. Boa noite Liam. - fecho os olhos. Um silêncio de 10 segundos permanece no local até que Liam o quebra.
  - ... No que está pensando? - Abro os olhos e vejo o quão perto Liam está com aqueles belos olhos castanhos me olhando fixamente, perigosamente perto.
  - Nada - disse me afastando um pouco.
  - Posso te fazer uma pergunta? - Liam mordeu o lábio inferior. Assenti que sim.
  - Você gosta de mim? - Liam me olhou fixamente.
  - Liam... Que pergunta é essa? - disse desviando o olhar.
  - Só me responde. Você gosta não é? Ou você queria de verdade falar com o professor hoje? Não é ? Olha nos meus olhos e diz que não gosta de mim! - fiquei quieta.
  – Porque... Porque isso faz diferença pra você? Você gosta da Danielle. - disse seca e me virei pro outro lado, mas Liam agarrou minha mão e me puxou pra mais perto dele. Fazendo assim ficar de frente pra ele. -Lembra do que você disse? Que não ia tentar nada? - disse séria.
  - Eu disse que ia tentar... Não que iria conseguir. - disse Liam chegando mais perto.
  - Liam, para. Não podemos.
  - Porque não? Eu te amo. - disse Liam tentando te beijar. Desviou.
  - Você é bipolar garoto? Você não gosta de mim. Gosta de outra. Sou só um passatempo, e você sabe disso. Você sabe que não é verdade. Você gosta da Danie... - Liam não deixou você terminar e te beijou. Um beijo calmo e delicado.
  - Ainda vai dizer que eu gosto dela? - Liam sussurrou sem separar seus lábios. Sorriu. Isso era demais pra uma garota como eu. Era demais para qualquer garota.
  - Liam... - disse o afastando.
  - Shhh eu te amo é você que eu amo. - disse chegando mais perto.
  - PARA! Para de dizer isso! Para de me iludir! Nós dois sabemos que só tem pena! Você gosta de Danielle. Danielle é a sua garota. Não eu. Olha pra mim. Olha o que esta escrito aqui Liam. - mostrei minha pulseira que tinham me posto no abrigo com a legenda "mentalmente desajustada" no dia do acidente, que já tinham a tirado do meu pulso e eu nem vi. - Sou tão mentalmente desajustada que nem percebi que tiraram minha pulseira de mim. Eu nunca vou ser o que você espera Liam. - disse com lágrimas nos olhos.
  - ...
  - Liam, me deixa em paz. - disse me virando ficando de costas pra ele, Liam ainda tentou me chamar, só que eu o ignorei e dormi.

  Sonho On

  "Eu estava andando sem rumo, vestida toda de branco e meus cabelos estavam soltos, nunca ficaram tão naturais. Escuto gritos, vou correndo e correndo e esses gritos só aumentam. Os gritos param e eu vejo um menino. Um menino loiro de olhos bem azuis parado a minha frente. Ele usava um colar igual ao meu e tinha uma aparência assustada. Sua roupa era igual a minha, só que a camisa dele tinha marcas vermelhas. Continha sangue. Eu olhei assustada.
  - Quem é você? Porque você esta todo sujo de sangue? O que você tem a ver com isso? Porque está na minha mente? - o menino sorriu e me deu a mão. - Não vou lhe fazer mal. - o menino sorriu de novo mostrando seus dentes "tortinhos". O abracei. Ele usava um perfume bom, um cheirinho de limão. Ele me passava segurança. E não tinha aparência de uma pessoa má. Podia jurar que já o conhecia. Alguém bate palmas. -CLAP,CLAP,CLAP! -um vento se passa por nós levantando a minha blusa. A abaixei rapidamente e escuto risadas. Várias risadas vindas de todos os cantos, segurei a mão do menino e vi que ele estava com medo também.
  - Olha quem veio até aqui...
  - Socorro, socorro. - escuto alguém sussurrando no meu ouvido. - Nunca irá conseguir salvá-los. - Uma voz rouca disse ao pé do meu ouvido que me deu arrepios e me virei imediatamente. Não consegui ver o rosto da pessoa porque a mesma enfiou uma faca em minha barriga. Cai no chão, com olhos abertos. - PARECE QUE O anjinho não conseguiu salvar a escolhida. - risos e mais risos. Tentei olhar pro rosto da pessoa e vi Harry rindo junto a outra pessoa a qual não consegui identificar.
  - H-Harry? - digo com o restinho de força que me restou. Pude ver Harry tirando um vidro roxo de dentro do bolso de sua calça e soletrando algumas coisas que não consegui entender. A ajudante deu um passo a frente e consegui ver o rosto dela.
  - Espera ai... é você? - Ela não lhe deu ouvidos. Pegou a faca, mas antes aquele menino loirinho correu e se jogou em sua frente.
  - NÃO! VOCÊ NÃO VAI FAZER ISSO. - Era tarde, ela já tinha feito o movimento com a faca. Ele voou pra cima de Harry dando-lhe um soco na cara. Harry caiu no chão e limpou o sangue que escorria em sua boca. Fez um sinal pra ajudante que sacou um revólver e apontou pra minha cabeça. Esse sonho estava real demais para o meu gosto. – PÁH -o barulho da arma tem sobre o meu frágil crânio.

  Sonho off

  Acordei toda suada, e no meu quarto. Que sonho estranho... Liam deve ter me levado pra cá durante a noite. -Pensei. Meu colar estava em cima da escrivaninha como eu tinha deixado ontem. A janela estava aberta e alguém tinha me coberto. Imaginei que foi Liam. Levantei e fui tomar banho. Me vesti dentro do banheiro mesmo. Desci pra ver se Liam ainda estava dormindo e não o encontrei no quarto ou lugar nenhum da casa. Subi desesperada pro meu quarto pra ver se achava algum bilhete dele ou algo parecido. Mas invés disso tinha uma carta em cima da minha cama.
Fiquei assustada com a carta e peguei a pena. Estava escrito assim:

  " Seu precioso amorzinho Liam, está comigo, ah, e a sua querida família falsa já era. Aproveite suas últimas 24 horas de vida... Escolhida.
-T"

  Desci as escadas correndo pro quarto dos meus pais. Não tinha ninguem, só uma enorme poça de sangue envolvendo os lençóis. – Não... Não pode ser! PORQUE ISSO ESTA ACONTECENDO? - subi correndo pro meu quarto chorando peguei a tal carta envolta por uma gosma preta agora. A analisei e pensei. – O QUE? O QUE EU FIZ? QUE É VOCÊ? PORQUE ESTA TIRANDO TUDO O QUE EU TENHO? - gritei. Não obtive resposta. Estava prestes a sair só que algo forte entrou pela porta quebrando tudo, e assim me colocando de cara com a porta rolei pra trás ao ver o que era, me escondi de baixo da minha cama. O QUE É ISSO?
  Era uma criatura estranha e procurava por algo. Ela pulou na minha cama e ficou a farejando o tapete, seu olhar se encheu de raiva e quebrou tudo. EU ESTAVA EM PÂNICO! Meu colar caiu no chão e o peguei rapidamente e o coloquei. Sai da cama e a criatura gritou, como se algo a queimasse. Percebi que ela apontava algo. O MEU COLAR! De repente a criatura voou pra cima de mim e eu me esquivei com tanta agilidade e sai do chão. Eu... Eu estava voando? Ela grunhia com tanta raiva que saia fogo dos olhos. LITERALMENTE A CRIATURA PEGAVA FOGO! Estava correndo pela casa tentando achar uma saída, algum esconderijo. Já sei! Corri para o quarto dos meus “pais” e me escondi atrás da porta, um pouco atrás do guarda-roupa. A criatura estava no corredor no lado oposto, farejando e farejando com uma raiva absurda. Ela entrou no quarto arrebentando tudo. Torci pra ela não me achar. Ela estava farejando o lugar e olhou fixamente para o guarda-roupa e um sorriso diabólico surgiu na sua boca.
  "Agora que eu morro" pensei. Num minuto em que ela virou de costas tentei sair dali só que ela me percebeu e pulou no meu pescoço. Ela estava em uma tentativa de tirar meu colar me arranhando. Suas unhas eram enormes, você estava sangrando muito. Ela tinha feito um corte profundo em seu braço. A criatura sorria. Você lutava com todas as suas forças. Pegou um abajur que estava do seu lado e quebrou em cima da cabeça da criatura. Ela caiu no chão desmaiada. Fiquei olhando pra aquilo durante alguns segundos até ela se reanimar de novo, bati com o abajur de novo na cabeça dela e ela desmaiou de novo. Mas, logo se reanimou. Bati de novo. Caramba essa coisa não morre? Sai correndo pro andar de baixo em busca de algo que a matasse. Lembrei-me de algo importante, vi em um livro com uma criatura dessa. A única maneira de a matar é com sal, água, capim e uma dose de coragem. UMA DOSE DE CORAGEM? QUE COISA É ESSA? Já deveria saber que em livros mitológicos eles pedem coisas mitológicas também. Já que ninguém nunca acordou com um monstro querendo te matar não é? Fiz o que estava na tal "receita" e coloquei dentro de um borrifador. Onde eu iria achar capim agora? Escuto o grunhido da criatura no andar de cima, saio correndo porta à fora até o jardim em busca do último item, escuto a criatura gritar de novo. Ela... Ela tinha se reproduzido? Meu Deus. O que eu faço agora? Estou ficando cansada correndo mais que nunca. Chego até o jardim e coloco correndo o capim dentro do borrifador. Espero elas chegarem até mim. Elas correm muito rápido borrifo em todas elas, só que uma sobrevive. De longe avisto Harry desesperado da janela gritando.
  - CORRE! CORRE O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO CORRE! - não lhe dei ouvidos e voltei minha atenção a criatura.
  - AGORA VOCÊ VAI MORRER - digo apontando o líquido pra ela. Só que DROGA! Está vazio. A criatura avança e eu me esquivo e olho desesperada para Harry, ele faz sinal pra mim segui-lo começo a correr dela. - O QUÊ? O QUE EU FAÇO AGORA? - avistei em um ponto do jardim, lá em cima tinha uma árvore com um potinho no topo, Harry ja tinha subido. Não pensei duas vezes e a escalei, morro de medo de altura, mas tem ocasiões que precisam de coragem. CORAGEM! É ISSO! Escalei os galhos, quando eu ia pegar algo me puxa pra baixo. A CRIATURA! ELA ESTAVA lá, intacta com mais 3 seres da espécie. Estava quase caindo quando Harry gritou.
  - ME DÊ SUA MÃO! - Grita Harry
  - O QUE?
  - ME DÊ A SUA MÃO! - agarrei a mão de Harry e senti uma corrente elétrica percorrer por todo o meu corpo. O céu começa a brilhar e Harry me abraça.
  - Você está bem ? - pergunta Harry.
  - Acho... Acho que sim. O que foi aquilo? - Harry me lança um olhar de compaixão e grita para o buraco que está com uma forte claridade se abrindo nos céus.
  - A Achamos. - sorri. - Ela está segura agora. - Harry sorri pra você. Que sorriso... Lindo.
  - O quê? O que está acontecendo? Harry! Que palhaçada é essa? Será que dá pra alguém me explicar o que esta acontecendo?!

Capítulo. 03

  No céus apareceu uma mulher. Nem tão jovem, nem tão velha. Ela abriu um sorriso em nós ver.
  - Minha querida filha. - você olhou desesperada pra Harry.
  - Harry... Porque essa mulher tá me chamando de filha? Harry... Me ajuda. Ela tá chegando perto de mim... Harry! - olhou pra ele - Me diga agora! O que é isso? O que está acontecendo?! - Harry olha fixamente em seus olhos. Se Harry não estivesse me segurando, provavelmente cairia agora.
  - Calma. Tudo vai ficar bem. - disse ele chamando aquela mulher com um gesto. - Essa é Anita, a sua... Ér... A sua... - a mulher assentiu dando-lhe permissão para dizer tal coisa que seja. - - Harry olhou bem a fundo nos seus olhos deixando-me hipnotizada. - Essa é a sua mãe.
  - Minha... Mãe? - olhei pra ela e pra Harry. – NÃO! NÃO PODE! MEUS PAIS SÃO AQUELES QUE ME ADOTARAM, QUE ME DERAM AMOR E CARINHO! EU NÃO SOU SUA FILHA! EU NEM TE CONHEÇO! - disse tentando sair dali, mas Harry te segurou.   - é verdade! Essa é a sua mãe biológica! Ela é uma deusa. Você é uma deusa. Vocês são duas deusas.
  - Harry... Eu sei que eu sou linda, mas não é pra tanto! Eu te conheci hoje e...
  - NÃO! - gritou ele. - , você e sua mãe são deusas. Com poderes. São aquelas coisas que vimos ontem na aula. Você faz parte dos 7 deuses perdidos! E eu também sou um deles - disse ele falando extremamente devagar para que você entendesse. Olhei para os dois indignada e sai dali o mais rápido que pude. Desci daquela árvore e sai correndo para um parque que tinha ali perto. Ao longo dos 3 anos em que estive naquele abrigo, sempre tinha pra onde fugir, atrás do parque, tinha uma espécie de caverna que ninguém sabia onde se localizava. Era mais um dos segredos que aquele parque tinha. Um dos meus refúgios para pensar.
  Encostei na parede e fui escorregando até estar sentada no chão. Abracei minhas pernas e me coloquei a chorar.
  - URRRRRRRRGH! Porque tinha que ser assim? Porque eu não podia ser uma garota normal? - Peguei uma pedra que estava ao meu lado e joguei com toda minha força na parede que estava a minha frente. Abracei mais ainda os meus joelhos e afundei a cabeça em minhas pernas.
  - Você não pode fugir do que realmente é. - uma voz rouca ecoou do meu lado, olhei assustada e pude ver Harry. Nem o tinha percebido chegar.
  - Argh! Como conseguiu me achar aqui?
  - Quando você usa seus poderes é fácil te achar. - disse apontando pra parede em que joguei aquela pedrinha. Ela estava toda quebrada em pedacinhos. Apertei bem meus olhos pra certificar se eu estava vendo direito e estava.
  - Mas... Como?
  - Argh garota! Você não entendeu ainda? Você é uma deusa! Porque você acha que foi atacada hoje? Foram a trevas! Elas estavam procurando os deuses enquanto você estava no abrigo. Ele era mantido por uma força que não permitia que elas entrassem porque sabiam que você era uma deusa. E quando te acharam, você não estava mais no abrigo. Tinha uma casa, a qual elas podiam invadir e assim matá-la. - Harry disse amassando uma pedra com as mãos a tornando em pó.
  - Como sabe de tudo isso?
  - Fontes. - respondeu deixando um silêncio no ar.
  - Porque ela me abandonou? - disse com os olhos cheios de lágrimas.
  - Ela? - olhou confuso.
  - Ela... Aquela moça que diz ser minha mãe. Por que... Porque ela fez isso? E-ela não me queria? - Harry negou com a cabeça.
  - A outra coisa que você precisa saber. Há muitas coisas que você ainda não sabe, nem eu sei muito sobre isso, mas posso afirmar que sua mãe fez o que fez para lhe manter em segurança. Para que você pudesse viver. Ter uma vida. Sabe o que é isso ? Ter uma vida? Ter amigos? Ter uma família a quem pudesse "amar"? Eu fui minha vida inteira sozinho, me designaram pais, só que eles me abandonaram. Não tinham condição para me manter. Não conseguiam nem se manter sozinhos. Falaram pra mim "Filho, nós vamos ali e já voltamos ok?" Eles não voltaram, fiquei esperando dias lá e eles não voltaram. Nunca mais. Desde os 7 anos eu passei minha vida sozinho. Brigando com os ratos para comer um pouco de lixo, dormindo em ruas. Me recusava a ir para um abrigo, até um dia. Eu estava tendo os primeiros sintomas da transformação. Comecei a ser seguido por uma gosma preta, ela estava levando consigo até os ratos. E... Foi ai...
  - Foi ai...? - perguntei. Ele respirou fundo.
  - E foi ai que eu me vi sem escolha. Parei de fugir dela e ela me levou com ela. Me tornando um servo. - Harry me mostrou o pulso e pude ver que a marca ainda estava só que bem fraca desenhada em "T" - T de trevas... - ele sussurrou e olhou pros lados. - Não é muito bom dizer esse nome alto... Quando eu era um deles, tinha acesso a todos os abrigos em que estavam escondidos os escolhidos. Eu era o novato, tinha que provar ser de lealdade ou então eles me matavam. Bom... Quando eu passei os olhos pelos abrigos, eu me encantei com você. - corou. - Você me chamou a atenção. Eu passava todo dia na sala de controle só pra ver você na mini telinha que monitorava os abrigos. Eu ia todo dia e ficava uns 10 minutos olhando só pra você, às vezes até te ajudava em algumas coisas. Eles me pegaram olhando pra você e me mandaram te matar pra mostrar que eu era de confiança. Só que, você levou uma amiga com você... Eles não esperavam por isso. E na hora de matá-la eu não consegui... Então... - Harry engoliu seco. - Eu acabei levando a sua amiga - Harry abaixou a cabeça. - Não ia ter coragem para te matar... Eu a amava.
  - Harry... Eu...
  - Shhh deixa eu continuar - disse colocando a mão na sua boca. - Os deuses reconheceram o meu ato e eu consegui ter força o suficiente para me libertar daquela maldição. Consegui sair das trevas e eles me colocaram em um abrigo. Logo depois, fui adotado por Anne, e por sorte, me mudei pro lado da sua casa. - ele sorriu pro nada e se virou pra mim. - abaixei a cabeça e Harry a levantou delicadamente - E eu ainda continuo completamente apaixonado por você. - disse e se aproximou para mais perto. Estava olhando nos seus olhos e ele nos meus, estávamos a centímetros longe um do outro, nossas respirações estavam ficando aceleradas quando algo gruniu. Harry olhou desesperado para trás e pude ver que não estávamos sozinhos.
  - É MELHOR SAIMOS DAQUI E RÁPIDO! VEM! - Harry pegou minha mão, e saímos correndo. Do lado de fora pude avistar Anita nos dando cobertura.
  - RÁPIDO VENHAM POR AQUI CRIANÇAS! - gritou ela. A lançei um olhar de fúria e pude ver que ela entendeu. Demos as mãos e ela pronunciou algumas palavras. Que tipo de macumba essa mulher faz? O que ela pensa que... Mal terminei de falar e aquela mulher começou a sair do chão. Eu estava escorregando.
  - AAAAH EU ESTOU ESCORREGANDO ME AJUDA! - Gritei desesperada mas Anita fez que não.
  - O QUE? SUA FILHA TA CAINDO E VOCÊ NÃO AJUDA? OLHA,EU ACHO QUE VOCÊ NÃO ANDA LENDO BONS LIVROS MATERNAIS NÃO! - ela não me deu ouvidos. - PORFAVOR, EU NÃO QUERO MORRER. - gritei, Harry estava desesperado gritando pra ela também e ela não fez nada. Então eu escorreguei de vez e pela minha surpresa, não cai. Ela havia me segurado.
  - Pode abrir os olhos querida. - ela disse pegando minha mão e só então percebi que tinha os fechado.
  - Regra número 1: você só será capaz de fazer as coisas se acreditar. Eu poderia muito bem não ter te ajudado depois dos insultos que me fez - disse Anita saindo triunfante. Harry estava ao meu lado pasmo que nem eu.

Capítulo. 04

  Anita estava indo em direção a uma espécie de "palácio" que imaginei ser.
  - Vocês não vão vir ? - ela gritou lá de dentro nos despertando do "transe".
  Fomos seguindo ela, lá tinham coisas bem sinistras me vi indo em direção a uma espécie de flor que tinha lá. Eu estava hipnotizada, aquilo era tão lindo. Queria tocá-la, mas Harry correu e me puxou correndo.
  - VOCÊ É DOIDA ? Quer se perder é? O que estava fazendo ali? - ele perguntou ofegante quando me viu perto daquela flor. - VOCÊ A TOCOU? - disse desesperado olhando para as minhas mãos e indo me guiando onde estava Anita.
  - Não... Por que?
  - AQUELA É A "Nerium Oleander" - disse ele sussurrando enquanto andávamos pelo corredor.
  - O que?
  - Uma planta perigosa. Ela é tóxica, e você foi atraída pra armadilha dela. Ela é tão linda que você sentiu vontade de toca-la não é? - assenti que sim. Ele suspirou. - Se você a tocar em uma determinada parte dela, pode passar mal ou até morrer. E se você comer uma única folha dela, morrerá talvez em alguns minutos. - arregalei os olhos e dei um passo pra trás.
  - Se é tão perigosa porque vocês tem isso aqui?
  - Usamos em alguns venenos. - disse sem dar importância.
  - Que tipos de venenos? - arqueei a sobrancelha.
  - Olha, isso não é da minha conta. - revirou os olhos e escutamos um barulho. De alguma coisa quebrando, Harry correu e me arrastou para uma sala onde ninguém nos conseguiria ouvir.
  - Por enquanto que estiver aqui, fique perto de mim. Ainda não sabe muita coisa, e além do mais. - olhou para os lados para certificar que ninguém estaria ouvindo.
  - As paredes, elas tem ouvidos. – sussurrou.
  - O que? - disse e ele bufou.
  - Quis dizer, que não se pode confiar em ninguém aqui. - Disse ele revirando os olhos como se aquilo fosse óbvio.
  - Posso confiar em você? - perguntei.
  - DEVE. - disse e rimos. - Agora vamos, acho que já foram. - disse abrindo a porta.
  - Eles quem? Você tá falando das... - disse e Harry me lançou um olhar sério. Que pude entender.
  - Aquelas coisas... Elas conseguem entrar aqui? - sussurrei e ele assentiu.
  -A qui geralmente, tem um escudo de proteção, mas alguma coisa o desativou. Talvez a sua chegada deve ter distraído os monitoradores. - disse em um tom de raiva. Avistei Anita correndo pelos corredores.
  - Ér .. Harry, não deveríamos estar seguindo Anita? - disse e ele assentiu e se levantou. Assim que Anita nos viu sua cara ficou vermelha.
  - E HARRY! ONDE VOCÊS ESTAVAM?
  - A donzelinha aqui queria tocar a "Nerium Oleander". - abaixei a cabeça e ela olhou pra mim como se já soubesse tudo o que eu iria falar.
  - Tudo bem. Mas cuidado. - disse me puxando pela mão e só notei que estava segurando a de Harry. Soltei-a imediatamente e ela me puxou para uma sala. Uma sala enorme.
  - Aqui é o "Centro de Treinamento". Você e Harry irão descobrir seus poderes nesta fase da transformação!
  - Isso é demais! - disse Harry ao dar uma olhada nas armas. - Posso ficar com essa ? Caso haja algum imprevisto. Alguém pra matar?
  - Não vai precisar de arma nenhuma se você tem seus poderes. - Anita disse ele bufou.
  - ,não quer tentar alguma coisa? - perguntou Anita cheia de orgulho.
  - Não... Sei.
  - Mas,o que é isso. Harry me contou que você destruiu uma parede com uma pedrinha hoje mesmo! - Dei um olhar mortal pra Harry e ele riu. Não entendo esse garoto!
  - Bom... A culpa não é minha se eles não tinham uma arquitetura muito boa. - disse seca.
  - Ahh que isso! Tome pegue esse carro. - disse ela me atirando um caminhão automaticamente me abaixei instintivamente e o carro caiu em cima de mim. Harry tentou correr pra me ajudar, só que Anita o impediu.
  - VOCÊ TA DOIDA? QUER MATAR ELA? - disse Harry.
  - Quieto! Vamos ver como ela se sai. - Disse Anita. Tentei levantar o carro, não consegui.
  - Eu não consigo! - disse tentando o empurrar pela 5º vez.
  - Tente! Acredite! - gritava Anita. Ela já estava me irritando, eu estou sendo forçada a levantar um caminhão de 1 tonelada. Estava com tanta raiva de tudo que gritei.
  - AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH - empurrei o caminhão mais uma vez e nada. - Você pode me tirar daqui? - gritei e Anita o tirou com dois dedos. Eu hein.
  - Bom, vimos que força não é o seu forte! - disse rabiscando um caderninho.
  - Ava é mesmo? - disse me levantando e limpando a minha roupa.
  - Vamos ver se Harry consegue! - disse e a mulher, e jogou uma moto em cima dele. Ava ta de zoa né? Uma moto ? MINHA FILHA,SE JOGOU UM CAMINHÃO EM MIM!
  - Mas que? Uma Moto? - disse ironicamente.
  - Sim. - Disse Anita e Harry a levantou com facilidade. Eu estava odiando essa mulher a cada segundo.
  - Bom, vamos para o segundo teste. Vamos ver se você tem a velocidade e a inteligência. - disse ela soltou uns 5 criaturas geneticamente alteradas pra correrem atrás de mim. Me agarrei a uma árvore e comecei a escalá-la. Eles ficaram latindo lá em baixo.
  - HAHA TOMEM SEUS LESADOS! - disse dando língua pra eles. Mas, Anita pegou uma faca e começou a cortar a árvore em que eu estava. - ÔÔÔÔ NÃO FAZ ISSO ! NÃO O QUE VOCÊ PENSA QUE TA FAZEN... - A árvore veio ao chão e eu comecei a correr, não tinha mais árvores. Tentei voar. EU NÃO CONSEGUI VOAR! Quando eles estavam quase conseguindo chegar até mim Anita os capturou e os prendeu de volta aonde estavam.
  - Bom, velocidade não é o seu forte. Mas, foi inteligente o suficiente pra subir em uma árvore, isso eu reconheci. Mas, seria mais fácil testar antes se consegue voar. Você quase perdeu um dente hoje. - disse e Harry riu.
  - Agora vamos ver como se sai Harry. - dito isso eu pulei pra trás e quando ela abriu as portas, tinha um gatinho branco filhote parado olhando-o meigamente. Fala sério! O único desafio que Harry tem que enfrentar ai é o gato não fazer xixi nele.
  - Um gatinho? Você solta cinco monstros pra mim e um gatinho pra ele? - disse furiosa. Ela me olhou como se não entendesse e deu atenção a Harry. Ele pegou o gatinho calmamente e o colocou dentro de uma caixa de transporte.
  - Muito bem Harry! Você concluiu os dois testes excepcionalmente! - disse e ele sorriu. - Já você ... Não concluiu nenhum. Mas, não se preocupe querida, os poderes veem e voltam.
  - Aé? Porque será que ele se saiu melhor ANITA?
  - Hãn? - ela disse se fazendo de desentendida.
  - Você jogou um caminhão de 1 tonelada pra mim e uma motinho pra ele. Você jogou 5 monstros pra me pegarem e um gatinho pra ele. Que palhaçada é essa? - disse e eles abaixaram a cabeça.
  - O que esta acontecendo aqui? Vocês por acaso namoram ou algo do tipo? - disse e comecei a rir. Harry e Anita? Isso era patético.
  - Não! - disse Anita.
  - Não é nada disso! - disse Harry irritado.
  - Então o que é? - cruzei os braços.
  - ... Lembra que eu disse que você era uma dos 7 deuses perdidos? - afirmei com a cabeça. - E lembra que eu disse que as trevas estavam atrás desses deuses perdidos? -afirmei de novo com a cabeça já impaciente.
  -Tem uma coisa que eu esqueci de contar... - Harry disse chegando mais perto.
  - Como assim? - disse dando um passo pra trás. Anita faz sinal para Harry sair e ele entende.
  - Eles estão a trás não só de nós. Mas sim da "Escolhida", é tipo a deusa mais poderosa entre os 7 deuses. Ela é a lider, ela é como o centro da força desses 7 deuses. Se você é um dos 7 deuses e chega a tocar nela, uma corrente elétrica passa pelo seu corpo e sua áurea fica dourada. Indicando assim, um outro Deus perdido.
  - Tá e dai? - disse sem dar importância.
  - Achamos que você pode ser ela. - completou Anita.
  - Eu? Por quê? Vocês já viram que eu não tenho PODER NENHUM?
  - Não é bem por ai ... A Escolhida sempre tem algum poder. A Escolhida é a combinação de todos os poderes juntos. Só basta ter paciência.
  - Você ainda não me explicou porque pegou tão leve com Harry nos testes. - disse seca.
  - Ele é um recém marcado. Seu temperamento não é o mesmo que o seu. Lá, quando ele era um deles, eles aprenderam a odiar tudo que fosse fofo ou fácil demais. Ele é imprevisível, você nunca sabe qual vai ser o maior desafio pra ele. Ninguém sabe. É mais um mistério dos marcados. É quase um milagre ele ter conseguido escapar da escuridão, ele nunca contou pra ninguém o motivo. "Eu era o motivo" - pensei. Sorri com isso.
  - Você não sabe o sacrifício que é pra Harry só de pisar aqui. - completou Anita. Olho de relance para Harry e o vejo sentado com as mãos na cabeça se balançando em um canto escuro da sala. Aquilo me preocupa.
  - Agora, chega de perguntas! Vocês já treinaram o suficiente hoje! Merecem um descanso.
  - Vocês tem isso aqui? - digo ironicamente. Anita semicerra os olhos pra mim e sai. Vou até Harry.
  - Harry, você está bem? - digo quando noto que ele esta tremendo.
  - Elas... Elas estão querendo m-me l-levar. - ele sussurra e olha pra mim. Seus olhos estão vermelhos. Grito pra Anita e ela vem correndo.
  - O que aconteceu? - ela diz preocupada. - Ah não... - diz olhando Harry que esta ficando com os olhos marejados e a marca de "T" esta se reconstruindo em sua pele.
  - O que esta acontecendo? - digo desesperada. - PORQUE ELE ESTA ASSIM? - grito pra Anita e ela saca uma seringa e injeta no ombro de Harry, o qual se apaga completamente.
  - RÁPIDO! TEMOS QUE LEVAR ELE DAQUI! E RÁPIDO! - disse Anita.
  - Por quê? O que está acontecendo? - digo estressada.
  - As trevas! Elas conseguiram localizar Harry! Ele não te explicou o porquê da marca? Eles os marcam pra poder localizá-lo. Não sabia que ele ainda tinha vestígios da marca. Ele não poderia ter entrado aqui assim... Ele não poderia ter saído de lá. Se elas o acharem... Ele não vai ter muito tempo de vida. Muito menos você! - diz Anita seriamente.

Capítulo 05

  Anita e eu carregamos Harry até o dormitório em que ele ficaria. Cada vez que corríamos, o barulho diminuía. Harry estava gemendo de dor, o efeito da droga injetada em seu pescoço na estava perdendo o efeito.
  - Vá buscar algumas toalhas, ele está suando muito. - disse Anita o deitando na cama.
  - O que tinha naquela seringa? - digo assustada enquanto revirava os armários.
  - Remédio. - disse ela seca.
  - Seja mais específica. - pedi entregando-a a toalha que a pôs na testa de Harry. Anita ignorou minha pergunta e pegou um livro. Um livro grosso com algum símbolo na capa. O tal símbolo do pulso de Harry. Ela dita algumas palavras e coloca a mão na cabeça de Harry.
  - Espera, você é feiticeira também? - digo confusa.
  - Em parte, a aliança entre o que nós somos exatamente ainda não está formada. - Diz ela enquanto olhava para Harry aflita, assim tanto como eu. Ele estava tremendo. Fui tentar acordá-lo só que Anita me puxa:
  - Você não pode acordá-lo! - ela sussurra, mas ainda sim sinto o tom de raiva em sua voz.
  - Por que não? Ele não está bem!
  - Essa não... - diz Anita o analisa de perto preocupada e se levanta:
  - O que ele tem? - digo me sentando ao lado de Harry e o observando de longe.
  - Harry está tendo um pesadelo. Os marcados tem as emoções mais afloradas, sentem as coisas duas vezes mais que nós. Nunca se deve acordar ninguém assim. Os pesadelos que ele tem são uma coisa muito fora do comum. Vai muito além de física ou magia... - diz Anita soltando um suspiro. - Vou pegar alguns remédios, quando ele acordar, provavelmente terá dor de cabeça. - Foi até a porta. Assenti com a cabeça e voltei a encarar Harry. Ele era muito, muito bonito. Era inevitável não o olhá-lo. Seus cabelos cacheados estavam bagunçados, sua camisa branca de gola em "V" estava colada ao corpo. Dava pra ver perfeitamente seu abdômen não muito definido, mas mesmo assim de causar suspiros em qualquer garota. Ele usava uma calça jeans e um Allstar branco. Harry tremia muito. Segurei sua mão e a apertei para de alguma forma ele sentir que eu estava ali com ele, nem que fosse por meio de sonhos. Nesse ato que fiz, minha mão e a dele começaram a brilhar. Uma luz tão forte inundou o local, fiquei com medo e soltei a mão de Harry, o rosto dele se contraiu e o impacto foi tão grande que me fez cair, justamente em cima dele. Harry abriu os olhos assustado e me viu jogada em cima dele. Mas, logo seu rosto relaxou me dando um sorriso sapeca.
  - Desculpa. - disse tentando me levantar. Harry riu.
  - Nossa, depois eu é que sou o tarado. - ele caiu na gargalhada e eu lhe dei um tapa na cabeça e ele reclamou.
  - O QUÊ? GAROTO, NÃO É NADA DISSO! OLHA, O QUE ACONTECEU AQUI FOI MUITO SINISTRO. MAS NÃO É ISSO QUE VOCÊ NA PENSANDO, ALGO MUITO ANORMAL ACONTECE QUANDO EU TOCO NA SUA MÃO. - disse tentando explicar, só que fiquei mais vermelha ainda. Harry me interrompe:
  - Eu sei o que aconteceu. - ele sorriu. - Você me viu tão lindo ali e se jogou em cima de mim. É, já passei por isso... - diz ele dando os ombros e sorrindo torto.
  - O quê? Você não vê que não é nada disso? Você estava suando muito, fui tocar sua mão e uma luz sinistra passou por aqui. Quando eu soltei sua mão eu acabei caindo em cima de você. - disse fazendo a cara mais óbvia do mundo.
  - Ok, eu acredito em você. - Harry disse rolando os olhos. – Por que queria tocar na minha mão então? - Harry disse se aproximando mais ainda.
  - Eu... Ahn... Eu não sei... Eu queria que você soubesse que eu estava aqui com você. Só isso. Como amigos. - deu um sorriso nervoso pra Harry que negou com a cabeça.
  - Ai, ai, até quando vai negar o que rola entre nós? - Harry disse chegando mais perto.
  - Não rola nada entre a gente. Eu te conheci ontem. - disse andando pra trás.
  - Mas eu disse que te amo. - Harry disse chegando ainda mais perto. - Vai dizer que quando você olha nos meus olhos não sente o mesmo? Vai dizer que suas pernas não tremem quando você me vê? - deu um passou pra frente e sussurrou com os lábios quase encostados nos meus. - Primeiro você vai negar, depois vai fugir de mim... E logo vai se perder nos meus olhos. - ele riu. - E vai se apaixonar por mim. - disse tentando me roubar um selinho. Eu não conseguia me mover.
  - Nunca. - virei o rosto e ele riu irônico e agarrou meu braço - Estou te dando uma chance de ficar comigo. - diz Harry em um tom de raiva.
  - H-Harry... Você tá me m-machucando! - disse tentando me soltar, mas ele apertava meu braço cada vez mais - H-HARRY! - gritei e ele me soltou. Grunhi de dor e ele se desesperou.
  - M-me desculpa e-eu não queria ter feito isso... - disse ele tentando chegar perto de mim.
  - SAI! - gritei - Você é muito presunçoso! Eu nunca ficaria com você nem se você fosse o último ser humano da Terra e minha vida dependesse disso. - disse dando um chute naquele lugar nele e dando um tapa em sua cara. Sai correndo dali, mas não o suficientemente rápido pra não ver que uma lágrima escorreu do olho de Harry quando eu disse aquilo. "Talvez você tenha dado um chute muito forte, ele não estaria especificamente chorando por você." - pensou ao cruzar o corredor, mas, Harry correu atrás de você no corredor.
  - ! ! POR FAVOR, ESPERA! ME DESCULPA, SÉRIO! NÃO SOU EU QUEM ESTOU FAZENDO ISSO, SÃO ELAS! ELAS ESTÃO ME SEGUINDO, POR FAVOR! POR FAVOR, ME PERDOA! , EU TE AMO, EU TE AMO, EU NUNCA TE FARIA ALGUM MAL, ME DESCULPA. - Disse Harry chorando desesperadamente ajoelhado na sua frente. Não sei se devo confiar em Harry, ele me parece um pouco bipolar demais.
  - Harry. - digo séria e ele não me ouve e continua a chorar baixinho. - HARRY. - grito dessa vez e ele levanta a cabeça como uma criança que acabou de saber que seu cachorrinho morreu. - Eu te perdoo, mas não faça mais isso! Não gosto que falem assim comigo. Se você ousar me bater mais uma vez, diga adeus ao seu amiguinho ai em baixo. - aponto para a calça dele e ele engole seco. - Eu posso acabar com você em um único golpe, então tenha amor a sua vida e não mecha mais comigo. Eu sei o que faço e não é um playboyzinho que deu sorte que vai mudar isso – disse, o encarando ameaçadoramente e saindo dali. Não sei como devo agir com Harry a partir de agora. Pelo o que eu entendi, Harry não controla muito bem seus sentimentos. No mesmo instante ele pode te amar incondicionalmente e no segundo seguinte pode te odiar fervorosamente.

Capítulo 06

  Sai correndo dali depois do que disse a Harry. Fui para o meu dormitório e me tranquei. Sabia que iria ter que descer para o jantar, mas, não estava me preocupando com isso. Olhei pra frente e tinha uma mesinha com um notebook.
"Nossa. Eles pensaram em tudo" - pensei.
  O notebook só abria em um navegador. Um que eu nunca tinha visto antes... Esquisito. Fui pesquisando mais sobre "trevas", como eles marcam as suas vítimas, se existe algum tipo de exceção a isso. Como reconquistar a mente de um marcado, se eles podem voltar a serem humanos, ou se eles têm algum ponto fraco. Achei mil resultados, mas nenhum era o que eu definitivamente procurava. Fechei o notebook e deitei na minha cama. Fechei os olhos e vi Liam.

  ~~FlashBack~~
  - Gosta de morangos? - perguntou Liam rindo. Estávamos fazendo um pique- nique para comemorar minha nota alta em história. Eu estava muito ruim nessa matéria e Liam me ajudou. Ele era um ótimo professor nas horas vagas.
  - Clarooo! Morangos são minha vida. - respondi dando um sorriso. Eu amo morangos. - O que mais tem na cesta? - gargalhei e ele sorriu.
  - Isto aqui. - disse me entregando uma flor. - Uma flor, para outra flor. - disse Liam corando.
  - Awwn Liam, que lindo. - peguei a flor e sorri timidamente.
  ~~Fim Flash Back~~

  Liam e eu nunca fomos irmãos. Nunca. Eu não pertencia àquela família e todos sabíamos disso. Eu nunca me adaptei aquela vida. Eu era sempre a garota esquisita da turma. Liam tinha amigos. Eu não me enturmei com eles, pois me julgaram a ser "nerd". Eram "Louis e Zayn" os tais que me colocaram esse apelido. Ainda não sei como Liam sendo tão adorável era amigo daquelas pestes. ONDE está Liam? Ele está vivo? Se está, aonde?
  Uma lágrima caiu do meu olho ao lembrar dele. O que me tirou daquela prisão. O que pôs quase um fim no meu sofrimento. O tal garoto que eu nem sei mais se ainda está vivo. Essa dúvida estava me matando. Acabei pegando no sono.

  ~~Sonho On~~
  "Eu estava nadando, nadando no lago que eu ia quando era pequena. Eu e (nome da sua melhor amiga) fugíamos desde pequenas. Éramos pestinhas aos 6 anos e sempre íamos brincar nesse pequeno lago. Mergulhei tendo uma visão mais geral do próprio lago. O qual continuava intacto mesmo nos meus sonhos...
  - , me ajuda... - escuto alguém sussurrar me chamando. A voz grave parece ser um homem e volto à superfície. Não vejo ninguém e voltou a mergulhar um pouco receosa. – , preciso de você... - escuto alguém de novo, só que a voz está mais fina. Agora é uma mulher e voltou à superfície. Não vejo nada. Saio do lago cautelosamente e vou pegar minha toalha quando escuto:
  - , SOCORRO! - essa pessoa grita. Sua voz está abafada. O grito não vem de fora, mas sim do lago... O grito vem de dentro dele. Vou me aproximando novamente do lago e vejo Liam. Ele está dentro da água - ! - grita ele e algo agarra sua perna e o puxa para baixo.
  - LIAM! NÃO! - grito e mergulho apressadamente até as profundezas do lago, Liam sumiu, aquela coisa o puxou, vou mergulhando mais e mais, o ar já está me faltando. Quando vou subir para pegar mais ar algo agarra minha perna, me fazendo tentar gritar e soltar todo o ar que eu tinha. Tento me soltar, minha visão já está ficando escura, vejo meus pais adotivos com Liam gritarem absurdamente em uma sessão repetida o meu nome. Gritarem para eu tentar sair dali, que eu ia morrer, mas não consigo fazer nada. É como se eu tivesse perdido todos os movimentos. Liam está amarrado do meu lado e em seguida os meus pais adotivos. Alguma coisa esta escurecendo a água. Das sombras consigo ver Harry que lança algumas bolhas de oxigênio para nós. Ele não consegue me acertar a tempo e a água chega em meus pulmões."
  ~~Fim do Sonho~~

  Acordei suada, olhei no relógio era 4:22 da manhã.
  - Liam... - é tudo o que consigo dizer. Minha respiração está ofegante e meu quarto está escuro. - Não me lembro de ter apagado a luz... - digo enquanto sento na cama.
  - E não apagou. - Anita diz do meu lado, junto com Harry.
  - Ai que susto! - disse colocando a mão no peito. – O que ele faz aqui? Foi ele que te trouxe, não foi? - digo seca apontando pra Harry que abaixa a cabeça.
  - A culpa não é dele. Você começou a gritar, e nós acordamos. Viemos ver o que estava acontecendo com você. Foi Harry quem me avisou. - disse Anita séria. E Harry deu um olhar pra ela.
  - Dedo duro! - ele murmurou. E eu ri.
  - Eu... Eu tive um sonho muito esquisito. - disse colocando as mãos na cabeça.
  - Que tipo de sonho? - foi a vez de Harry perguntar.
  - Sonhei que eu estava em um lago, e vi Liam. Ele me pediu socorro, ficava gritando meu nome. Foi sinistro. - disse e Anita pareceu se preocupar.
  - Liam? Aquele que as trevas levaram? - ela arqueia a sobrancelha.
  - Sim. - digo sentindo as lágrimas se formarem nos meus olhos. Harry vem para mais perto de mim e senta do meu lado me abraçando. Aceito o abraço. Anita levanta e começa a andar pelo quarto.   - O que aconteceu? - disse me referindo a Anita que murmurava algumas coisas pra ela.
  - Isso é impossível! - ela disse olhando pra mim sem acreditar. - Tem certeza que sonhou com Liam? - disse ela me olhando incrédula.
  - Sim. - disse confirmando a cabeça e pude ver que Harry estava um pouco incomodado com a situação.
  - O que isso tem demais? Ele está morto mesmo, não? - disse revirando os olhos. E Anita me olha.
  - Harry está vivo não é? - disse ela me devolvendo o tom. Harry e eu olhamos pra ela confusos. Harry ainda me abraçava. - Estou querendo dizer que, Harry foi marcado e está vivo. Ele conseguiu sair da maldição. Bastava ter um motivo. Você não sabe se Liam está morto. - disse ela como se estivesse falando com uma criança.
  - Tá, e o que isso significa? - disse saindo dos braços de Harry o qual fez biquinho.
  - É possível que Liam esteja tentando se comunicar com você. - disse Anita.
  - O quê? - arregalei os olhos. - Ele... Ele pode estar vivo?
  - Sim, e não só vivo. Ele ainda pode ser puro. - disse ela deixando a resposta no ar.
  - P-puro? Como assim? - disse Harry malicioso.
  - Puro de não ter maldade Sr. Styles. - disse a Harry e ele sorriu envergonhado.
  - Isso mesmo, e se ainda resta um pouco de bondade no coração dele, temos que achá-lo. O sonho que você teve é a prova mais clara que ainda não foi marcado. Ele só está... Digamos que... Na fila. - disse Anita.

Capítulo 07

  - Então, como vamos descobrir onde ele está? - Pergunto esperançosa.
  - Não vamos. - Anita diz e vai em direção à porta.
  - C-como não? - fiquei confusa.
  - Ah não, querida - ela vai até você e senta na beirada de sua cama. -, nós não podemos ajudá-lo. Apenas você. - diz ela calmamente.
  - Eu? Como? Eu não sei nem onde ele está! - revirei os olhos.
  - É isso o que você tem que fazer meu amor. Descobrir onde ele está, pense com o coração. Pelo o que eu entendo em anos sobre esse assunto, essa não vai ser a única, nem a primeira vez que irá acontecer. Você é a escolhida. Você pode ter visões de algo que ainda não aconteceu, mas, poderá acontecer a menos que você impeça. Querida, você descobriu um dos seus 7 poderes. Estou muito orgulhosa de você. - diz Anita beijando o topo da sua cabeça e saindo do seu quarto te deixando a sós com Harry.
  - Então... - diz Harry. - Quem é esse "Tal de Liam"? - Harry diz fazendo aspas no ar.
  - Meu... Hãn... Meu amigo. - engoli seco.
  - Hm... - diz Harry sentando ao seu lado. - Você é uma péssima mentirosa. - Harry diz deitando em sua cama e gargalhando. Bati com meu travesseiro nele e ele riu pegando o outro que estava em baixo dele. Começamos a fazer uma guerra de travesseiros ali mesmo, no meio do meu quarto. Eu bati o travesseiro na cabeça dele e Harry caiu no chão.
  - AI MEU DEUS! - você chega mais perto de Harry e vê que ele está desacordado. - Harry fala comigo. - você começa a chorar - Harry pelo amor de Deus fala comigo - diz batendo de leve na bochecha dele. - AI MEU DEUS O QUE EU FAÇO AGORA? - disse desesperada.
  - Respiração boca-boca. - Harry sussurra de olhos fechados lhe dando um sorriso torto.
  - Seu idiota! - disse batendo de leve no braço dele.
  - Mas ficou toda preocupada comigo. - disse Harry abrindo os olhos e rindo. Tinha algo estranho em seu olhar.
  - AI MEU DEUS, HARRY. - disse pulando para trás da cama.
  - O que foi? - diz ele confuso.
  - O-os s-seus o-olhos! - disse gaguejando.
  - O que tem nos meus olhos? - Disse Harry pegando um espelho que estava ao lado da minha e vendo seu reflexo. Seus olhos estavam violeta invés de verdes.
  - Ah não é nada demais! - ele disse vendo o reflexo dele no espelho. Seus olhos estavam normais agora.
  - O que...? Como...? - você diz dando um passo para trás.
  - O que tem de errado nos meus olhos? É normal. - ele completa sem dar importância. Harry iria acrescentar mais alguma coisa, mas você o interrompe.
  - O quê? Garoto, você tem algum problema? Seus olhos estavam V-I-O-L-E-T-A! Isso não é normal, eu vou chamar Anita que ela vai ver o que é isso - Disse indo até a porta, mas, Harry me puxou rápido pela mão consequentemente colando nossos corpos, não hesitei em nada, sabia que estava cometendo um erro. Sabia que não podia deixar Styles chegar tão longe. Sabia que não o permitiria me beijar, mas, era inevitável. Algo me puxava para Harry, seu olhar fatal estava tendo efeito em mim. Ele parecia estar lutando uma batalha mental contra meus olhos e minha boca, ele intercalava o olhar de um para o outro. Harry olhou bem fundo nos meus olhos me beijou. Um beijo calmo e delicado.
  - Posso explicar agora? - ele pediu colando nossas testas. Sabia o quando errado era eu estar tão próxima de Harry, mas não me importava com isso agora. Ele tinha me hipnotizado. Como um flautista mágico hipnotizando seus ratinhos. Eu havia caído em sua armadilha. Styles é tão bonito que se pode pensar que não é digno de fazer nenhum mal a nada nem a ninguém. Só que, quando estávamos naquele quarto, no quarto de Harry, ele me provou ser uma pessoa que eu nunca imaginei que ele seria. Até porque, o conheci a menos de 48 horas e em tão pouco tempo estou definindo uma pessoa que nunca vi na vida, mas que passou a vida toda me observando. Uma pessoa assustadora eu diria.
  - Meus olhos ficam assim quando eu te vejo , eu... Eu te amo... - Harry diz olhando bem no fundo dos seus olhos. De novo. Ele tinha que parar de fazer isso.
  - Harry... Eu... - disse me afastando e tomando consciência do que fizera. Eu tinha beijado Styles. Um marco. Quem sabe o que detectaram em Harry? Um beijo de uma Deusa? De uma quase Deusa? O que eu era exatamente? Afinal, o único poder que eu conseguira até agora era o de ver Liam em meus sonhos... Ou devaneios, pra ser mais exata. O sonho parecia ser tão real que mal jurava que estaria dormindo.
  - O que foi? Não gostou de ter me beijado? - Disse Harry abaixando o olhar.
  - Não, Harry, não é isso, é que... - Harry te interrompe.
  - É que você gosta dessa "tal de Liam" não é mesmo? - Harry olhou pra mim e seus olhos estavam vermelhos.
  - Me desculpa Harry... Eu não... - Harry me interrompe.
  - Não queria me machucar? - completa Harry. - Tudo bem , eu entendo. Eu me apressei demais em dizer o que eu sentia. Mas, prometo que vou lutar por você. Vou ter o seu amor .
  - Harry não, não faça isso. Deixa eu terminar de falar. Eu gosto de você, mas como amigo. - disse colocando a mão no seu ombro, mas Harry a tirou e foi caminhando para porta.
  - Então vou ter que lutar mais do que eu imaginava. - diz Harry seco dando os ombros e saindo pisando duro.
  O que eu tinha feito? Eu tinha motivado ele a lutar por mim? Não era isso o que eu queria! Arrgh! Olhei no relógio, eram 5:22 da madrugada. Abracei minhas pernas e Fechei os olhos, acabei dormindo.

  ~~Sonho On~~
  Eu estava em um quarto todo preto.
  - O-oi? - disse. Não obtive resposta. - TEM ALGUÉM AQUI? - disse tentando caminhar pelo quarto.
  ~~Você está na sua mente ~~ - disse um menino loirinho que estava ali do lado.
  - Espera ai... Eu te conheço - disse chegando mais perto para olhá-lo. - Você é o menino que estava no meu sonho quando levaram Liam - disse colocando a mão na boca.
  - Um guardião. Um guardião dos sonhos. - disse estendendo a mão. - Me chamo Niall, e você está em um sonho agora. - disse sorrindo e mostrando novamente seus dentes "tortinhos".
  - Que tipo de sonho? - Quis saber e ele apontou para um determinado local do quarto.
  Uma porta se abriu dentro do quarto e lá pude ver Liam.
  - Vamos, vá atrás dele! Antes que perca-o de visão. - disse Niall correndo. O segui e Liam já estava lá na frente.
  - VAMOS! VENHA POR AQUI ! Você é muito desengonçada correndo! - Liam gritava e ria de mim enquanto eu corria para alcançá-lo.
  - Calma ai, - disse respirando ofegante. - Aonde você está me levando? - perguntei assustada. Tinhamos parado em um lago. Um lago esquisito.
  - Esse é o lagos dos desejos... - disse Niall.
  - E por que me trouxe aqui Liam? - disse virando a cabeça para olhá-lo e ele não estava mais ali. Tinha sumido. Mais uma vez. Agora, pelo menos sabia que ele queria que eu fosse a algum lugar. Um lugar que eu ao menos sabia se existia.
  - Lago dos desejos... - disse falando devagar as palavras como se estivesse as saboreando envoltas de chocolate.
  ~~Sonho Off~~

  Dessa vez, acordei e não tinha ninguém ao meu redor. Ninguém pra eu contar o que tinha acontecido. Nenhuma testemunha. Nada.
  Fui correndo até a mesinha e peguei meu notebook. Fui pesquisar o mais rápido o que era esse tal de "Lago dos desejos". Pensei que iria encontrar mil resultados como encontrei antes em minha última pesquisa. Mas, não. Só tinha um resultado. E era definitivamente o que eu estava procurando. "O Lago Sombrio" como é mais conhecido. O lago ficava a poucos quilômetros dali, peguei minha mochila. Coloquei tudo o que eu precisava e parti. Anita não iria querer que eu fizesse isso, era muito perigoso. Aquelas criaturas poderiam vir atrás de mim e eu podia morrer. Abri a porta cautelosamente para não fazer nenhum barulho e não acordar ninguém. Já estava quase cruzando o corredor, quando Harry me para.
  - Hey, vai aonde? - ele pergunta. Vejo que está sentado em uma cadeira tomando água.
  - Harry, eu não quero que... - ele me interrompe.
  - Só estou perguntando! - diz ele frustrado. – Ah, aquilo, ér... Já passou... - sussurra ele.
  - Promete que não vai contar pra ninguém? - pedi sussurrando. Ele afirma.
  - Vou ao Lago Dos Desejos. - digo e ele cospe a água com o susto.
  - Shhhhhhhhhhhhh!- Pedi fazendo um gesto com a mão.
  - Desculpa. - ele pediu. - Você sabe que pode morrer, não é? Você vai sozinha? - ele pergunta arqueando a sobrancelha.
  - Sim. - afirmo não muito confortável com essa possibilidade.
  - Então, eu vou com você. - Diz Harry se levantando e você nega com a cabeça.
  - Nada disso! Sem chance! Eu vou sozinha. Não quero ninguém se arriscando por mim. - digo convencida e ele me olha sarcástico. - Mas, tá escuro lá fora ENTÃO eu deixo você vir comigo. - disse e ele riu.
  - Ta bom, só me espere aqui que eu vou pegar minhas coisas. - Disse Harry saindo correndo. "Idiota.” Murmurei e fui. Quando estava quase abrindo a porta da frente, vejo Harry vir correndo desapontado com uma mochila.
  - Pensei que iria me esperar - ele disse me dando um olhar severo.
  - Tá, tanto faz bebê. - disse irônica e partimos. Estávamos indo em uma jornada nada segura, em busca de resgatar Liam. Será que eu estou fazendo o certo?

Capítulo 08

  Fomos caminhando mais a frente nos distanciando do que julguei a ser um "acampamento" tendo uma segunda e mais focada visão de onde estávamos, mas, sabia que não era. Tinha outro nome... Um nome que não me chegava à cabeça nessas horas. Eu e Harry ficamos caminhando por 45 minutos até chegarem em algum lugar descente para descansar.
  - Olha, ali tem uma fonte. - diz Harry. - Fique aqui que vou ali encher nossas garrafas d'agua.
  - Você sabe se essa água é segura? - pergunto a Harry e ele dá os ombros e sai andando. Desde que saímos do "acampamento" tenho a impressão de estarmos andando em círculos. Todo lugar que nós vamos, tem a mesmas pedras e as mesmas plantas. Uma planta familiar. Minha barriga ronca. Estou morrendo de fome e olho pra frente e encaro a tal planta. Ela me parece bem apetitosa eu diria. Saco um canivete do meu bolso, corto uma parte da planta. Mas, ao contato com a folha, minha visão começa a girar e caio com meu joelhos no chão. Eles ardem porque sentiram o impacto com as pedrinhas que no chão tinham. Estou ficando fraca, alguma coisa está acontecendo. Alguma coisa de errado tem naquela planta. Olho para minhas mãos e pisco três vezes até conseguir enxergar que planta eu estaria prestes a comer. Minha cabeça dói e não consigo pensar direito. Reparo no lugar onde estou antes da minha visão começar a embaçar. Estava amanhecendo. Eram 6 horas da manhã agora. Não fazia muito tempo em que tinha decidido dormir. Bom, tentativa falha. Olho para frente e vejo Harry vindo correndo desesperado derramando um pouco da água ao longo que vinha correndo.
  - , ! - Diz ele vindo correndo em minha direção. - Você tá bem? - diz ele abrindo a garrafa e jogando um pouco de água na sua cara. Ele repara na sua mão. - Você é doida? - diz ele tirando desesperado aquela planta da minha mão. - Essa é a Nerium Oleander ! Eu disse pra você não encostar nela! - ele diz na tentativa de te acordar. Ele dá leves tapinhas na minha cara, mas nada. Ele pega água e joga na sua cara. Você acorda ofegante.
  - O QUÊ? - diz reparando que você está toda molhada, mas, logo Harry explica.
  - Calma, não é isso que você tá pensando. - ele ri. - Eu que te molhei.
  - Por que você fez isso, seu animal? - grita furiosa e o barulho da sua voz é ouvido por toda a floresta através do "Eco" que resultou seu tom. Harry corre e tapa a sua boca. Você se debate.
  - Shhhhhhh - ele diz te abraçando e escutamos um barulho. Era uma das criaturas. Ela não tinha nos percebido ali ainda. Mas, Harry tinha um perfume tão forte que acabei espirrando. - Atchim! - A criatura olha pra nós e um sorriso se forma em sua boca. Harry me puxa pela mão desesperado e corre comigo de volta pro acampamento à força e abre a porta.
  - O QUÊ VOCÊ FEZ? Não podíamos voltar! - grito furiosa.
  - Bom, EU salvei sua VIDA. - Harry disse levantando o tom de voz.
  - Que eu saiba, EU sou a ESCOLHIDA! Eu tenho força o suficiente pra lutar contra aquelas criaturas e NÃO preciso de babá! - disse aumentando o tom de voz também.
  - Ah, é? Porque se a babá não estivesse lá você agora estaria MORTA! - diz Harry gritando também. Anita aparece na escada.
  - MAS QUE GRITARIA É ESSA AQUI AGORA? Hein, HARRY? - Ela diz.
  - Hãn... - Harry olha pra você de relance e engole seco. - queria fugir. - ele diz e você o encara com ódio.
  - Como é que é filha? Por quê? - diz Anita.
  - Mãe, eu tive um sonho com Liam. Ele me levou a um lugar e eu sinto que devo ir lá, que ele esta querendo ajuda. Mãe você precisa entender. Ele é muito importante pra mim. - diz desesperada quase chorando.
  - Ele mandou ela ir ao "Lago dos Desejos". - Harry diz seco.
  - O quê? - Anita diz assustada. - Ah não querida... Não vamos ao Lago dos Desejos. É muito arriscado para nós, você poderia não conseguir voltar... - ela diz.
  - E O QUE NÃO É ARRISCADO PARA NÓS, MAMÃE? - você grita. - NO FINAL, VAMOS TODOS MORRER! NÃO IMPORTA COMO, MAS, VAMOS! E SE EU TIVER QUE MORRER, VOU MORRER SALVANDO QUEM EU AMO. VOU MORRER PELO MENOS SABENDO QUE LUTEI POR LIAM! QUE CONSEGUI O LIBERTÁ-LO. VOCÊ NUNCA SENTIU ISSO? - diz com os olhos marejados.
   Eles te encaravam com pena.
  - Licença, mas, ao contrário de vocês dois. - você aponta pra eles. - Eu tenho atitude. - abriu a porta em um impulso e saiu correndo de volta pra floresta. Harry conseguiu alcançar você.
  - O que você quer? - disse seca pra ele enquanto andava.
  - Pedir desculpas... - disse Harry e você olhou sarcástica pra ele.
  - Pelo quê? - queria ouvir da boca dele.
  - Por dedurar você. - ele bufou.
  - Pare de me seguir. - ordenou. - Você traiu minha confiança em você Syles - disse o encarando o qual ficou surpreso.
  - Mas, eu pedi desculpas... - ele disse.
  - Sim, mas também pediu desculpas quando me atacou naquele quarto, quando gritou comigo, quando me dedurou... Você não cansa de pedir desculpas? - disse o olhando seca pra Harry e ele abaixou a cabeça.
  - Não importa o que você diga. - ele sussurrou. - Eu sempre vou ter que proteger você. - ele levantou a cabeça e você voltou a andar não dando a mínima pro que ele dizia.
  - Afinal de contas, onde fica esse Lago Dos Desejos? - disse querendo mudar de assunto.
  - Bom, temos um longo caminho a prosseguir. - diz ele pegando um mapa. Me surpreendi. Que tipo de pessoa anda com um mapa do Lago Dos Desejos? Por acaso ele já sabia que eu iria pedir isso a ele? Harry continuou falando.
  - Bom. Pelo mapa, estávamos no "Vale das pedras" onde cresciam muitas plantas daquela proibida. - ele olha rápido pra você. - Já passamos por lá, ele disse andando com o mapa. O segui. - Temos que ir ainda a "Floresta sombria" e ao "Bosque dos medos" e enfim, temos que passar pela "Ponte da coragem" que dá direto ao lago. Perguntas? - disse ele. O encarei surpreso. Floresta Sombria? Bosque dos Medos? Ponte da Coragem? Em que tipo de filme bizarro eu tinha me metido? "Não tem mais volta ... " - pensei tentando me reconfortar.
  Seguimos andando mais uns 15 minutos até encontrarmos um portão. Ele estava enferrujado e velho.
  - Devemos entrar? - perguntou Harry. Assenti, mas, não estava muito segura sobre isso. Harry pegou um troco que estava ali perto e arrombou o portão. O qual já estava caindo aos pedaços. Não tinha reparado, mas nele indicava onde estávamos. "Floresta das Sombras. Não entre." Estava escrito ali. Ao longo em que andávamos por aquela floresta ia encontrando espalhadas por diversas árvores placas como "Perigo!", "Não ande mais um centímetro, ela vai te achar!"; "Cuidado!"; "Chegou até aqui, não tem mais volta." agarrei o braço de Harry com medo.
  - Calma. - Harry disse e riu da minha atitude. - Vem, não é muito seguro irmos por esse lado. - disse ele reparando nas placas e indo ao lado oposto. Um alívio percorreu meu corpo, mas, não tanto, ainda estava segurando o braço de Harry.

  - Quantos anos tem essa floresta? - disse reparando no lugar. Escutava gritos, gemidos sofridos.
  - Cem mil anos. - disse ele. - Dizem que a floresta era assombrada, porque ouve um acidente e várias pessoas morreram aqui. Dizem que se você escutar bem, ainda consegue ouvir os gritos e gemidos de pavor das vítimas. - disse Harry e eu segurei firme seu braço. "Calma não deve ser isso que você esta pensando. Isso não é real." - disse tentando se consolar, mas era real. Eu estava ali. Naquela mesma floresta. A qual me dava calafrios. Estávamos quase chegando ao outro lado da floresta quando algo agarra meu pé. - AAAAAAAAAAH AGARRARAM MEU PÉ HARRY, AAAAH! - disse e Harry olhou pra mim querendo rir. Olhei pro meu pé e vi que ele tinha enroscado em um galho de árvore. - Calma, não se mexa, ele é muito perigoso. - disse Harry zombando. Corei. Que idiotice! - pensei. Chegamos ao outro lado da floresta e chegamos a tal famoso "bosque dos medos" o que será que irá acontecer? O bosque estava repleto de neblina. Mal dava pra enxergar. Harry se aproximou de uma placa e a leu:
  "Cuidado, perigo de sérias alucinações" Harry riu.
  - Isso deve ser só mais uma placa pra assustar turistas! - disse e um buraco se abriu do chão.
  - HARRY! – gritei, mas ele não conseguia sair dali. Uma pedra caiu em meu pé. – HARRY, POR FAVOR! - disse tentando puxá-lo, mas, ele não se movia. - HARRY. - ele caiu dentro do buraco imóvel. Pulei também dentro dele e vi que tinha um monte de espelhos.
  - Ah. - Harry gemeu de dor. - Meu pé, me ajuda - disse e corri até ele tirando a pedra de cima dele. O abracei. - Oh meu Deus Harry, você ta bem? - disse o abraçando forte, e Harry me abraçando mais forte ainda.
  - Sim. - disse ele ainda no abraço. - eu preciso te falar uma coisa... - disse ele e gemeu de dor. - Caso aconteça qualquer coisa, nunca deixe de acreditar que você tem força. Nunca desacredite que você pode fazer uma coisa. Você é capaz . - disse Harry tentando se levantar.
  - Por que está me dizendo isso? - perguntei tentando o ajudar. - Nesse bosque vamos ser atacados com os nossos medos mais profundos. E se um de nós não conseguir superá-los, vamos ficar aqui pra sempre. - disse Harry sério.
  - P-pra S-sempre? - gaguejei.
  - Sim. - disse ele sério e reparando no lugar. Um alarme tocou e ele olhou pra mim.
  - Bom, hora do show. - disse Harry e as paredes começaram a cair, o lugar começou a ser inundado.
  - ESSE É O SEU MEDO? - gritei pra Harry, pois o barulho era absurdo por causa das paredes. - Você tem medo de água? - disse mais calma e ele veio pra perto de mim e me abraçou. A água estava subindo cada vez mais rápido.
  - Não! - disse ele afundando.
  - HARRY! - gritei e mergulhei para pegá-lo. Consegui e subi com ele até um amontoado de paredes quebradas que estavam ali. Não iria demorar muito para o quarto estar todo inundado.
  - Eu tenho medo de perder você. - Harry disse respirando ofegante e tossindo. Tinha engolido um pouco de água também. - Mas, eu não tenho mais. - Harry e a água começou a baixar. Sorrimos um pro outro. "Bom, level 1 concluído" - pensei ao ver que não tinha mas nenhuma gotinha de água na sala. "Agora é a minha vez."
  - Eu tenho que ir sozinha? - Disse e Harry assentiu.
  Caminhei em direção a uma porta branca, a abri e o quarto estava um pouco escuro. Vi uma sombra se mexendo muito familiar.
  - L-Liam? - eu disse e ele se virou. Tapei minha boca perplexa com o susto que levei.

Capítulo 09

  Quando abri a porta, tive duas surpresas. A primeira a perceber que aquilo não era um quarto qualquer, mas sim um labirinto secreto. Vi Liam de costas debruçado sobre a cerca de grama que tinha ali. O chamei.
  Ele se vira lentamente e posso ver seu rosto nitidamente.
  - LIAM! - digo sorrindo e corro pra abraçá-lo, mas ele se esquiva e corre de mim.
  - Liam, volte já aqui seu bobo! - disse rindo e correndo atrás dele. Ele entrou no labirinto. Fui o seguindo até perdê-lo de vista.
  - Liam? - pergunto olhando em volta e o vejo sentado em um banquinho de costas pra mim. Vou chegando mais perto, até que consigo vê-lo melhor.
  - Liam, por que você esta fugindo de mim? - pergunto e ele me interrompe antes que eu possa dizer algo a mais.
  - VOCÊ É INSIGNIFICANTE! - grita ele. Nunca vi Liam desse jeito.
  - O que você disse? - pergunto em choque, Liam nunca gritou comigo.
  - EU TENHO NOJO DE VOCÊ, SUA ESTÚPIDA! AINDA NÃO NOTOU PORQUE MEUS AMIGOS TE CHAMAM DE NERD? VOCÊ É RIDICULA! - Liam grita e seu reflexo pisca rapidamente. Olho assustada pra ele e concentro mais minha atenção ao rosto dele. O reflexo agora está embaçado, parece que deu pane em alguma máquina. É a mesma imagem de uma TV quando você clica em um canal que nem existe. Aquele não era Liam.
  - Eu não acredito em você - disse calma, mas com uma certa tristeza na voz; pude ver a imagem de Liam piorar. É isso? Meu medo era que Liam se juntasse aos amigos dele e me ignorasse? Se for isso, era muita estupidez minha! Onde já se viu! Eu gostar de Liam? Eu não gosto de Liam! Ele é esquisito e namora da Danielle, a patricinha da escola, e ela e as amigas, ou melhor, as servas dela "Perrie e Eleanor" vivem ridicularizando todo mundo! Esse não era meu medo. Mas, ninguém sabe ainda...
  - O QUÊ? ALÉM DE BURRA, É ESTÚPIDA? Mereço! - diz Liam torcendo os punhos.
  - Eu já saquei a sua, moleque. - ri sem vontade. - Você não é Liam de verdade. É só um truque de ilusão desse maldito lugar. Você nem existe. - digo convencida e Liam fica vermelho de raiva. Sua imagem não para de piscar e some em uma fumaça violeta. A mesma que um dia vi em meus sonhos. A mesma cor da fumaça que ficou nos olhos de Harry. O que tinha tanto nessa cor que me intrigava? Fiquei pensando enquanto caminhava para a porta. Ela não se abriu. Mas... Eu já não tinha feito o meu desafio? - penso. ~~Você ainda não cumpriu todo o acordo, tem que achar outra saida~~ uma voz surge na minha cabeça. A voz daquele menino loirinho, Niall. Ele me disse que era um guardião de sonhos, então, o que estaria fazendo aqui? “Eu não estava sonhando agora...” Pensei. Ouvi alguém respirar ofegante atrás de mim. Me virei rápido e me deparei com uma criatura daquelas, só que essa tinha um olhar bem familiar. Não consegui pensar muito nisso, comecei a correr desesperada pelo labirinto. “O que eu vou fazer? Não tem nenhuma árvore por aqui e meu treinamento mal começou!” Pensei e ouvi de novo a voz de Niall em minha cabeça "Acredite e vai conseguir" disse ele. Corri o máximo que podia, mas não encontrava saída. A criatura já estava bem perto. Corro até chegar ao centro do labirinto. Descanso. “Tinha acabado” pensei errado. A criatura me atacou pela esquerda e me prensou contra parede. Ela babava muito e respirava ofegante.
  - O que você quer de mim? – grito, pois a criatura fazia um barulho estranho. "Esse é o meu fim." Pensei. - Vai! Acaba comigo logo! - grito com raiva. - NÃO É ISSO O QUE SEU CHEFE QUER? - digo. A criatura me olha com dor.
  - M-m-me s-s-sa-salv-salva - a criatura disse gaguejando. Não entendi. Quem deveria estar em perigo agora era eu. Por que ela estaria pedindo ajuda? AI. MEU. DEUS. Olhei bem fundo nos olhos da criatura e vi . Ela foi se transformando aos poucos em humana e correu para o labirinto para tentar se esconder. Eu estava paralizada. O que teria acontecido ali? Uma meia marcada que não conseguiram marcar completamente? Eu tinha encontrado minha melhor amiga e a pergunta ainda não era essa. O que ela estava fazendo aqui? E por que veio ME pedir ajuda? "Você é a escolhida, geralmente, as pessoas procuram a fé a partir de você." Pensei. Fui correndo até a porta no final do labirinto e consegui sair. Harry me esperava aflito.
  - Então... - Harry perguntou.
- Eu... Eu... - não conseguia falar. Nada. Lancei um olhar pra Harry.
  - No acampamento conversamos sobre isso... - ele me disse sério. Fomos abrir a porta e a maçaneta saiu. Essa não. Estamos presos aqui?
  - Harry... Me diz que tem outra saída... - disse implorando.
  - Pior que não tem - Harry me devolveu o mesmo olhar. “O que vamos fazer agora?” Pensei. Me virei e tentei quebrar a porta.
  - Não vai conseguir! A porta é feita de um material que nem a própria magia pode abrir. - disse dando um suspiro cansado. - Vem. Vamos ter que pular. - diz ele olhando pro teto que tem um enorme buraco.
  - O quê? – pergunto, mas Harry me prende contra sua cintura e começa a voar. Conseguimos sair daquela casa, mas a neblina estava dificultando muito o voo. Harry tossia.
  - Tudo bem? - pergunto olhando pra ele.
  - N-não. - tosse ele. - Aqui tem um elemento no ar que pode nos deixar doentes. Só que eu não consigo aterrissar. Não enxergo. E se eu não vir e descermos no mar? O mar do "Bosque Dos Medos" é um habitante natural para aquelas criaturas. - diz Harry e eu me lembro de . Ela deve ter sentido minha presença aqui e vindo me procurar. Mas, se ela podia me rastrear, por que os outros não fizeram isso como tal?
  - Quantos deles vivem por aqui em geral? - pergunto querendo achar alguma resposta.
  - Só os de pouca importância. A maioria não sobrevive à marcação e dispensam pra cá pra morrerem de causas naturais. Eles não podem matá-los. Seria como eliminar a própria raça. "Então foi isso que aconteceu com ? Ela foi marcada há tantos anos e vive por aqui? “Ela estava esse tempo todo procurando minha ajuda?” Pensei. - Não se deve confiar em marcados/não muito marcados. Eles geralmente são traiçoeiros e te levam pra uma armadilha. Fazem você acreditar que precisam de socorro. Até que você decide ajudar e é amarrado e levado ao chefe, é patético. - Harry diz. Ia perguntar como ele sabia disso, mas lembrei que há poucos meses atrás ele era um deles.
  - E você? - pergunto e ele me olha surpreso. - Você conseguiu se recuperar, mas está voltando a ter os sintomas, então seu estado agora não é muito melhor do que o deles, não? - pergunto e ele arqueia a sobrancelha.
  - Ótimo argumento, Senhorita Payne! - ele me olha e sorri, mas depois seu sorriso se desfaz. - Isso é um mistério. Pode ser que não vá demorar muito tempo pra eu ficar assim. - ele aponta pra baixo e vemos que uma das criaturas esta nos encarando.
  - ... - sussurro e Harry me olha confuso. Decido que é a hora de contar pra ele o que realmente aconteceu naquele labirinto. - Harry... Eu tenho que falar uma coisa. - ele te olha preocupado. - Lá no labirinto eu encontrei a e ela tinha virado uma das criaturas. - Harry arregala os olhos, mas não me interrompe. - Ela me pediu ajuda, e também tinha Liam, que não era Liam, e ainda tem aquele menino loirinho, Niall, que... - Harry parece surpreso ao ouvir esse nome.
  - N-Nial? Você conhece o Niall? , não acredite nele, ele não diz a verdade! - Harry pergunta e assume uma posição de raiva na mesma hora.
  - Sim, ele é o meu guardião dos sonhos. E por que me faria mal se está só me ajudando? - responde normalmente. Harry ri sem vontade e me olha com raiva.
  - Continue assim ... Vai aprender a se comportar direitinho. - Harry murmura pra si próprio quando vocês acham um lugar para aterrissar.

  Narradora On ~~
  Mas não sabia tudo sobre Harry. O garoto ainda tinha um lado seu que ninguém sabia qual era e estava prestes a descobri-lo. Só faltava uma palavra chave para isso, ou melhor, um certo nome: "Niall".

Capítulo 10

  Harry aterrissou depois de 10 minutos. Paramos no centro da floresta. Bom, aquelas criaturas ficam geralmente mais na frente então, se tivermos sorte, elas não nos acharão. Mas... Quem me garante? Eu estava a quilômetros de distância da floresta enquanto enfrentava meu desafio no bosque dos medos e mesmo assim me acharam. Bom... Só quero ver o que o "meu guia sabe-tudo" vai falar quando a gente trombar com um deles. Harry saiu sem dizer nada.
  - Aonde você vai? - digo fazendo-o parar no meio do caminho. Ele se vira pra mim e diz:
  - Vou pegar lenha para tentar montar uma fogueira. Sabe... Tento não ser tão inútil como você pensa. - Harry diz irritado e se vira, andando novamente.
  - Eu nunca disse que você era inútil. - digo segurando o braço dele e o fazendo olhar pra mim.
  - Então para de falar com o seu amiguinho Niall. Você tem a mim. EU sou o seu guia. EU te dou as dicas! Você não precisa ficar ouvindo Niall! - diz ele irritado.
  - Só que onde você estava no Bosque Dos Medos mesmo? - semicerro os olhos e ele desvia o olhar. - Você não estava lá pra me ajudar. Você estava do outro lado da porta sem ao men...
  - Eu estava preocupado sim. - ele me interrompe.
  - Mas, essa sua preocupação não foi tão útil para me manter viva, não? - digo sarcástica. Harry me olha de novo. - Foi Niall quem me disse o que fazer quando eu pensei que já tinha feito o desafio. Se ele não me alertasse sobre isso eu iria ficar lá. Pra sempre. Em uma tentativa estúpida de abrir aquela droga de porta que tinha se fechado misteriosamente. E agora você vem pagar de coitadinho? - digo com os olhos cheios de lágrimas. - Você não sabe o que é a pressão de tentar salvar a vida de uma pessoa e um monte de coisas tentando matar você. Você não sabe o que é perder alguém que ama... Você não sabe o que é ser a Escolhida sem ao menos saber controlar nenhum poder. - digo e Harry toca o meu ombro em uma tentativa de me reconfortar, mas não funciona. - Olha, eu entendo esse seu ciúmes todo, mas isso não ajuda em nada. - digo e ele balança a cabeça confirmando e sai andando.
  - Aonde vai desta vez? - digo secando as lágrimas.
  - Esqueceu que ainda temos que montar uma fogueira? - ele sorri timidamente. - Já esta escurecendo... - diz ele em um tom brincalhão me fazendo sorrir.
  - Tudo bem, vamos então. - digo me levantando e ele coloca a mão na minha frente impedindo minha passagem - Não. - diz ele.
  - Nada disso. - cruzo os braços e ele revira os olhos. - Está bem, vamos! - diz ele calmo.
  Pegamos as coisas e encontramos alguns galhos soltos de árvores que estavam no chão, usamos na fogueira. Voltamos ao nosso "acampamento" improvisado.
  - Tem certeza que sabe fazer isso? - Harry perguntou receoso. Estávamos tentando acender a fogueira, bom, era quase que uma prática dos poderes.
  - Claro. Alguma vez eu já coloquei você em perigo? - digo e ele me olha segurando uma risada.
  - Hm, deixa eu ver... - diz ele - Tem um monte de coisas tentando matar a gente enquanto tentamos salvar o seu primo, quase ficamos presos para SEMPRE no Bosque Dos Medos, sua mãe provavelmente vai me expulsar do acampamento por ter fugido com sua filha e...
  - Já entendi. - disse interrompendo ele, que riu discretamente. - Cala boca! - digo rindo e me concentrando nos meus poderes.
  - É... Só por precaução... - diz Harry e ele sai correndo feito um doido para trás de um tronco não muito longe de onde eu estava. - Desculpa, - grita ele rindo. Reviro os olhos rindo também. Respirei fundo e me concentrei. Pensei em Liam, nos meus pais, pensei na minha mãe, pensei em como todos eles estariam se eu não conseguisse ser a escolhida, pensei em como ficariam decepcionados. Bom, em parte a minha mãe. Ela parecia tão orgulhosa no dia que soube que ela era minha mãe, quer dizer, em menos de 48 horas eu a conheci e sinto aquele estranho sentimento que eu passei a vida toda com ela sabe? Que ela sempre esteve ali... Fui acordada de meus pensamentos com Harry gritando "FOGOOOOOOO".
  Abri os olhos e vi que eu tinha acendido a fogueira. Eba. Ponto pra mim. Olho na direção em que Harry estava e ele parecia desesperado. Olho a minha volta e só então percebo que fiz um círculo de fogo em volta de mim mesma, e as chamas estavam muito altas. Tento concentrar meus poderes de novo e abaixar aquele fogo. Eu consigo acabar com ele e Harry vem correndo na minha direção e me abraça.
  - Você ta bem? Se queimou? - diz ele respirando ofegante.
  - Calma! – ri. - Sou eu quem estava ali e você que está suando? - rimos e Harry me encara por um instante e sorri para o nada. - O que foi que o idiota ta rindo? - disse e ele fingiu estar ofendido.
  - Heeey! Eu não sou um idiota qualquer! Sou o seu idiota! - diz Harry diz e começa a me fazer cosquinhas. - PARA... HARRY... PARA! - digo sem conseguir parar de rir. Já estou jogada no chão de tanto rir. Ele para de me fazer cócegas e se junta a mim deitando-se no chão e soltando uma risada gostosa. Nós dois paramos de rir por um instante e nos encaramos. Não aguentei e comecei a rir de novo. Uma joaninha havia pousado na ponta do nariz de Harry, eu a tirei, agora brincava com ela em minhas mãos.
  - Sabe ? Por mais difícil que a situação seja eu estou me divertindo com você. diz ele e se volta pra mim. - Eu gosto de ficar com você. - ele sorri de canto o que me faz corar.
  - Obrigado. - minha voz sai quase em um sussurro. Acabamos dormindo ali mesmo. Acordei com a voz de Niall ecoando em minha cabeça ~~... ~~ - Niall diz em minha mente. ~~O que foi? ~~ - digo mentalmente também. ~~Vá até aquela arvore ali na frente~~ - diz ele. ~~O quê? Por quê? ~~ digo olhando para a arvore que estava na minha frente. ~~Ali no chão deixaram alguma coisa pra você. Espero estar fazendo o certo, boa sorte...~~ - diz Niall deixando minha mente em um sussurro. Me aproximo devagar para não acordar Harry e vejo que no chão da árvore tem um livrinho. !Curiosidades sobre marcados e não marcados! O quê? Por que alguém escreveria algo assim? Abro o livro e percebo que uma parte está marcada por uma pena comprida, imaginei que Niall havia arrancado uma de suas asas, na página esta escrito !Curiosidade 1 = Violeta é a cor das trevas” bem no cantinho do livro, Niall tinha deixado um bilhete escrito: "Você corre perigo. Tenha bastante cuidado ao ler a página seguinte." Virei a página e me deparei com a foto de um menino. Bom, um menino bem parecido com Harry. Tinha olhos violeta e cabelo encaracolados. Pela foto, julguei que era um menino de 11 anos. Ele estava do lado de uma mulher alta e loira. A imagem parecia ser de um jornal antigo A legenda dizia "O Príncipe das Trevas, Hazza, está desaparecido." e bem do lado da foto dele, vi a foto de um bebê: "A Filha da deusa/feiticeira Anita, nasceu hoje. Bem-vinda ao mundo, . Parece que a família agora, irá ter que tomar mais cuidado, Hazza está desaparecido e pode ter o mesmo objetivo que seu pai sem sorte tentou cumprir. Matar a família de Anita. Torcemos pra você estar a salvo ." A minha foto bebê estava circulada com canetinha roxa. Foi ai que a ficha caiu. Violeta é a cor das trevas, violeta é a cor dos olhos de Harry às vezes. A convivência com os humanos não marcados deve ter alterado a cor dos olhos dele por isso ficam mudando de cor, violeta era a cor de toda a sala do Bosque dos Medos, violeta era a cor das flores da Floresta Sombria. Tudo se encaixava. Não existia nenhum Bosque Dos Medos, nenhuma Floresta Sombria. Nada. Harry era O Príncípe das Trevas. Uma lágrima caiu do meu olho, mal notei que estava chorando. Aquelas palavras... Ele dizendo que tinha se apaixonado por mim... Eu o beijei. Eu beijei o arqui-inimigo de toda a minha família. Eu tinha que achar um jeito de voltar pra casa sem que ele me percebe-se.
  - Então você descobriu tudo... - uma voz diz atrás de mim e eu me viro rapidamente. Me deparo com Harry me olhando cínico. - Que pena que meu divertimento tem que acabar tão cedo... Seria tão bom tirar proveito de você agora... - Harry diz acariciando meu rosto.
  - NÃO ENCOSTA EM MIM, SEU IDIOTA! - grito e voo pra cima dele, mas ele desvia e agarra meu maxilar com as mãos. - ME RESPEITA, SUA VADIA, SENÃO EU NÃO VOU TER NEM UM POUCO DE COMPAIXÃO COM VOCÊ! - Harry fala e me dá um selinho.- Linda. - diz ele. Limpo minha boca e dou um tapa na cara dele. Ele se esquiva e agarra meu braço. - Como pode fazer isso? Esqueceu que eu posso acabar com a sua vida? - ele ri cínico. – Ahh, mamãe Anita não ensinou você a ter bons modos? Ah é, você não tinha mãe né... Cadê o seu Niall agora? - diz ele e aperta meu braço com mais força. Começo a chorar.
  - Por favor, não faz nada com eles... - digo em meio aos soluços.
  - Isso só depende de você. Seja uma boa menina então, . - Harry diz bem perto da minha boca, cuspo na cara dele, ele limpa com a outra mão e me encara com raiva, é nesse meio tempo que eu me solto.
  - Não mesmo. - digo saindo correndo. Harry sai atrás de mim e pega uma faca no bolso dele. Corro pra floresta. - NÃO VAI CONSEGUIR FUGIR DE MIM PRA SEMPRE, ! - grita ele e começa a gargalhar. - AONDE VOCÊ ESTÁ? EU VOU TE ACHAR...! - Harry começa a rir feito um psicopata. Saio correndo na floresta, encontro uma caverna, paro nela para tomar o fôlego, mas, escuto a voz de Harry de longe - EU ESTOU CHEGANDO PERTO DE VOCÊ... APROVEITE ESSA CAMINHADA, PELO MENOS VAI MORRER MAGRA. - Diz Harry e ele começa a rir de novo. Começo a correr mais rápido, só que acabo esbarrando em alguma coisa. Caio com tudo no chão. Olho pra cima e vejo uma das criaturas, mas, não qualquer uma. A que eu esperava ver nesse exato momento. Uma velha conhecida.
  - ? - digo sorrindo de orelha a orelha.

Capítulo 11

  - ! - diz ela me ajudando a me levantar. - O que você está fazendo aqui? Você tem que voltar. - ela diz me puxando para trás de um tronco, que era quase um esconderijo.
  - Não, eu preciso de ajuda. - digo olhando pra ela e ela me devolve o olhar, confusa. - Você precisa me levar de volta pra casa. - digo e ela revira os olhos.
  - Como assim? - ela diz.
  - , Harry é o príncipe das trevas. - digo e ela me olha confusa.
  - O quê? Como assim? Existe um príncipe das trevas? Quem é Harry? - ela fica mais confusa ainda.
  - É uma longa história. - digo. – Mas agora é importante que você me ajude.
  - ... Eu não estou entendendo nada! E em primeiro lugar: Eu sou uma das criaturas, podem me localizar com isto - ela mostrou o pulso dela. -, a hora que quiserem, no lugar que quiserem, se sentirem algo de errado. Não é de bom tom eu ficar conversando com aquela que todos querem matar, não acha? - diz ela saindo andando.
  - ! ... Aaaaah, eu estou sentindo você! - escuto a voz de Harry de longe e olho desesperada para , que revira os olhos.
  - Está bem, está bem! - diz ela. - Eu só tenho mais 3 horas como humana, vou levar você até uma cidadezinha que tem aqui perto, mas você tem que PROMETER que vai ficar lá BEM escondida, certo? - fala com o dedo apontado pra mim. Assenti com a cabeça rindo e fomos. Mal terminei de piscar e já estávamos em um pequeno vilarejo.
  - M-mas c-como? - digo olhando incrédula pra ela. As casas eram bonitinhas e umas iguais as outras, parecia um acampamento. Tinha neve por todo o chão e telhado de casas.
  - Todo marcado pode fazer isto. - ela diz dando os ombros.
  - Nossa, eu só sei acender uma fogueira e quase incendiar uma floresta e sou a Escolhi... - corre e tapa a minha boca.
  - Xiiiiiu! Gente que trabalha pra Harry visita aqui. Se eles suspeitarem que você está aqui, você já era. - disse fazendo um gesto com mão, como se estivesse cortando seu próprio pescoço.
  - Ok, ok - digo. me levou a uma parte afastada do vilarejo, onde tinha uma espécie de mini casinha. - Tá brincando né? - eu disse olhando pra ela. - Aí não cabe nem um cachorro. - digo e ela semicerra os olhos e toca na casinha. Ela aumenta de tamanho imediatamente. - M-mas c-como? – digo de novo sem acreditar no que eu estava vendo.
  - Aaah, você vai ficar falando toda hora isso agora? - diz ela rindo. - Nós marcados, sofremos. Mas tem seus privilégios. - diz ela entrando na casinha e cantarolando - Não é tão ruim.
  Segui ela rindo daquela cena.
  - Bem, a casa parece ser aconchegante. - digo sentando no sofá, mas ela faz um gesto para mim me levantar e faço isso imediatamente.
  - A casa é minha ENTÃO temos as regras aqui mocinha. Primeiro - diz ela mostrando a mão, como se fosse contar em cada dedo. -, se esconda muito bem, não deixem te perceberem. Do lado do sofá tem uma caixinha, lá tem uma capa preta e você pode... - diz ela e para por um momento. - Pode não, DEVE usar se quiser sair. - diz séria.
  - Sim senhora! - digo e rimos. - Mais alguma coisa? - pergunto e ela se aproxima.
  - Tem um rapaz que... - ela diz desviando o olhar.
  - Hum... Tem um rapaz... - digo segurando uma risada e ela bate na minha cabeça.
  - Não desse jeito, sua safada! - diz ela rindo. - Como eu ia dizendo, tem um rapaz QUE pode te ajudar a voltar para o acampamento. Lá tem uma magia que não me deixa passar, mas deixam ELE passar. Entende? Ele é normal. - diz ela dando os ombros e olhando para os pés. - Ér... Só tem um probleminha... Ele gosta de entrar nos lugares sem a permissão dos outros e é muito sincero; e lindo, e fofo, e tem os olhos mais lindos do mundo e... - ela se distrai por um momento e eu sussurro:
  - E você está caidinha por ele... - digo gargalhando. Ela me fuzila com o olhar e logo começa a rir junto comigo se dando conta do que tinha dito.
  - Bem, eu tenho... - diz ela olhando no relógio de pulso dela. - Minha nossa! Eu tenho muito pouco tempo! Já está escurecendo. - diz ela saindo e batendo a porta. – Ah, e qualquer coisa, peça para Louis. - ela diz saindo.
  - Quem? - grito de volta. - O RAPAZ QUE EU FALEI. - ela diz nervosa e sai de vez.
  - Bem... - digo olhando o lugar. - Até que aqui não é tão mal assim. - digo andando pela casa e analisando - Ah credo... Isso são... Aranhas...? URGHH! - digo reparando nas teias do lado da janela.
  - A moça tem medo de aranhas? - Diz um menino levantando de baixo da janela me dando o maior susto.
  - AH, MAS QUE SUSTO, GAROTO! - digo colocando a mão no peito. - ele ri.
  - Me desculpe, senhorita. - ele diz me analisando. Só então percebi que não estava usando a capa que disse para usar. Saí correndo para sala em busca dela, até que acho a capa e a visto. - MOÇA! - grita o menino atrás de mim. Me viro assustada novamente. - Eu te assustei? - ele diz preocupado.
  - COMO É QUE VOCÊ ENTROU NA MINHA CASA? - grito pra ele e ele me olha confuso.
  - Nossa, eu to aqui todo preocupado com você e você vem dizer isto? A Sra. Educação ligou e mandou recado, tá? E péssimas notícias, você não atendeu. - disse ele sentando no sofá.
  - Argh! - digo o analisando. - Você deve ser o Louis. - digo e ele me olha surpreso.
  - Como sabe o meu nome? Peraí... - ele parou e me analisou por um momento. - ? É você? WOW, você tá uma gata! - ele diz me olhando surpreso. Muito surpreso mesmo.
  - Como você sabe quem eu... - ele me interrompe:
  - Sou eu, ! Ah, qual é! Quem era aquele menino lindo que andava com o seu primo Liam? - ele diz e eu reviro os olhos. - Lembra-se do Zayn também? Ah, nerd, o Zayn! Ele vai ficar feliz em te ver! A escola ficou muito solitária depois que nós dois não tivemos ninguém pra zoar! - diz Louis incrivelmente animado. Olhei chocada pra ele. Quer dizer que além de um monte de gente estar querendo me matar, minha melhor amiga ter virado um monstro, eu ainda encontrei os meninos que me zoavam na escola? Louis e Zayn? Ahh não, diz pra mim que é mentira!
  - Argh! Zayn também está aqui? - digo olhando pra ele e ele assentiu com a cabeça. Bato a mão na testa. - Oh Deuses, entre todas as pessoas do mundo, por que eu? - digo fechando os olhos impacientemente.
  - Ahh, qual é nerd! Zayn gosta de você, na verdade, ele é apaixonado por você! Ele vai ficar feliz em vê-la. - Diz Louis me abraçando de lado, saio do abraço instantaneamente. - Então tá... - sussurra ele, irritado.
  - A disse que você sabe me levar de volta ao acampamento. - disse indo direto ao ponto.
  - Então, espera... De quem a sempre falava que iria nos salvar de tudo, iria salvar o mundo... É você? - diz ele. - VOCÊ É A ESCOLH- corro e tapo a boca dele.
  - Se me acharem aqui, eu vou morrer. - sussurro baixinho e ele assentiu sorrindo de lado.
  - Sua voz sussurrando é sexy. - diz ele e eu reviro os olhos.
  - Você vai me levar pro acampamento, ou não? - digo irritada.
  - Sim, mas com uma condição: Você tem que me beijar. - ele diz e arregalo os olhos. – Brincadeira! - ele ri - Sim, eu te levo, mas temos que esperar Zayn voltar. Só ele conhece o caminho. - Louis diz.
  - E aonde ele foi? - pergunto.
  - Na casa de uma amiga. - ele diz olhando pra mim rapidamente.
  - Ah. - digo seca.
  - Com ciúmes, ? - diz ele e começa a rir. - É claro que não, seu idiota! Há quanto tempo ele foi? - pergunto.
  - Ontem. - diz ele e eu coro. Louis começa a rir da minha cara. - VOCÊ ESTÁ COM CIÚMES! SIM, VOCÊ GOSTA DO MALIK! - ele diz em meio às risadas.
  - Argh! Não é nada disso! Eu só to com pena da menina, tadinha, deve estar desesperada com o Malik até essa hora na casa dela! - digo e Louis me olha sarcástico.
  - Aham, claro. - diz Louis segurando o riso.
  - Argh! Para de rir, menino! - digo batendo na cabeça dele e rindo também.
  - Bem, ele já deve estar chegando. - diz Louis olhando as horas.
  - M-mas, como ele sabe que tem que vir pra cá? Ele nem sabe que eu estou aqui! – digo.
  - Agora sabe. - diz Louis mostrando o celular dele pra mim, com a mensagem dizendo para ir até a casa da , que era urgente.
  - Então ... Enquanto o Zayn não vem, que tal reconsiderar aquela ideia do beijo que eu disse antes? - diz Louis chegando mais perto.
  - Nem pense nisso. - digo e ele levanta as mãos em sinal de rendimento. - Tá, mas não pense que vai resistir por muito tempo. - diz Louis sorrindo de canto e eu bato a mão na testa.
  - Tem como você ser um pouco menos convencido? EU NÃO VOU TE BEIJAR E NÃO GOSTO DO MALIK! VOCÊS ME ZOAVAM NA ESCOLA, EU VOLTAVA CHORANDO PRA CASA POR CULPA DE VOCÊS! EU ODEIO VOCÊS DOIS! - digo gritando e Louis me olha desapontado.
  - Você me odeia, ? - Escuto alguém dizer da porta e me viro para olhar.

Capítulo 12

  Olhei pra porta e vi Zayn. A camisa dele estava amarrotada, e molhada. Era óbvio que estava chovendo.
  - Zayn? - disse olhando pra ele. Ele estava todo molhado, piscando várias vezes tentando me enxergar direito, pois a água corria em seu rosto.
  - Vem mano, entra logo. - disse Louis vendo o estado do garoto, mas, ele não parava de me encarar. - Você me odeia, ? - repetiu ele. Fiquei calada. - Você me odeia? - ele disse mais alto. Continuei calada.
  - Ela odeia a nós dois. Segundo ela, a atormentávamos na escola - disse Louis colocando a mão na testa, simbolizando um desmaio.
  - Ora e esperavam que eu amasse os dois? - falei um pouco mais alto do que o normal. - Depois de tudo o que me fizeram?
  - Mas você guarda rancor, hein menina... - disse Louis abrindo a geladeira e pegando um refrigerante. Zayn abaixou a cabeça e passou reto por nós dois em direção ao banheiro.
  - Quando é que você vai contar a ele? - perguntei a Louis.
  - Contar o quê?
  - Que eu preciso da ajuda de vocês, contar quem eu... - Zayn entra na sala, vestindo outra camisa e uma calça jeans.   Olhei confusa. - Sempre ando com uma roupa a mais, em caso de emergência. - disse ele.
  - Mas, se vestir tão rápido assim é um tanto... Anormal. - eu disse e ele revirou os olhos.
  - Então, o que faz aqui? - ele perguntou mudando de assunto.
  - Preciso da sua ajuda. – disse.
  - Eu? - Os olhos de Zayn brilharam. - E por que eu te ajudaria? - ele deu um sorriso sarcástico. Louis correu até Zayn e cochichou algo no ouvido dele. - Ér... Nos dá licença um minutinho? - disse Louis e arrastou Zayn pra um quarto vazio que tinha ali. O quarto de . - Então quer dizer que é ELA? - Pude ouvir a voz de Zayn por de trás da porta. Seu tom de voz não era o dos melhores.
  - O que vamos fazer?   - Ajudá-la. - Zayn bufou e abriu a porta, eu caí no chão com tudo. Eles olharam pra mim.
  - Espionando? - Zayn perguntou tentando conter o riso.
  - Não. - me levantei arrumando minha roupa.
  - Mas é claro que não! - disse Louis passando em direção à sala e fazendo questão de esbarrar em mim. Segui eles e me sentei no sofá.
  - É o seguinte, vamos te levar ao caminho pro acampamento. - Disse Louis. - Mas, temos que seguir as ordens dele. - apontou para Zayn e eu revirei os olhos.
  - Tudo bem, vamos? - disse e um forte estrondo caiu sobre o vilarejo. Louis correu para as janelas. - O que foi isso? - perguntei assustada. Corri até a janela e vi Harry montado em um cavalo, mais sorridente do que nunca.
  - Meus queridos servos, vim informá-los que a Escolhida está desaparecida. É triste, não? Pois bem, EU quero encontrá-la, porque sim. Já devem saber que EU sou o Príncipe das Trevas e o único empecilho no meu caminho, é esta filhote de rato. Quero que procurem ela e tragam-na pra mim ainda com vida, pra mim ter o gostinho final de conseguir matá-la. - todos fizeram Oh! - E quem se meter no meu caminho, irei matá-lo. Da forma mais cruel e desumana possível. A recompensa por me trazer a menina será muito mais do que conseguiram arrecadar nas suas vidinhas medíocres. Obrigado. - Terminou Harry falando e se virou pros marcados dizendo "foi incrível, não?"
  Olhei pra Louis desesperada.
  - Eles nos acharam. Eles acharam você, - Louis se apressou e trancou as janelas, corri e peguei minha capa.
  - Vamos, rápido temos que sair daqui, e logo! Estão inspecionando as casas! - Zayn disse e corremos para a saída dos fundos. Coloquei o capuz e saímos. - Venham por aqui... - Zayn sussurrava nos guiando. - Tem uma floresta por ali que corta o caminho que dá a volta nos monstros. Está bem? - assenti e fomos. Entramos na floresta. Apesar de estar quase de noite, a floresta é muito clara.
  - Esta é a floresta encantada. É onde vivem quase todos os contos de fadas... - disse Louis pela primeira vez desde que saímos da casa de .
  - Eu gosto daqui. Me faz sentir... Bem. - disse Zayn sorrindo.
  - Espera, Floresta Encantada? Não esperam realmente que eu acredite nisso, não é? - disse querendo rir, e os dois me olharam sérios.
  - Esperamos sim, porque, se você não acreditasse em contos de fadas, não teria entrado aqui. - respondeu Zayn.
  - A Floresta proíbe qualquer tipo de ser que não acredite em magia. - continuou Louis.
  - Se bem que... - disse Zayn.
  - Se bem que...? - quis saber. Ele respirou fundo.
  - Se bem é meio improvável que os da espécie de e Harry consigam entrar aqui. Eles sofreram muito e é necessário terem pensamentos felizes... Queria que fosse capaz disso, já Harry... - Zayn cerrou os punhos.
  - Calma, cara. Tudo vai dar certo. - Disse Louis.
Mais tarde, já tínhamos encontrado abrigo e estávamos em volta da fogueira improvisada por Zayn.
  - Pois é... - começou Louis - Quem diria que estaríamos aqui, em uma floresta encantada, tentando salvar a vida da nerd da escola. - Disse Louis e Zayn riu.
  - Os valentões agora são os cavaleiros, e a nerd agora não é mais nerd. - disse Zayn olhando fundo nos meus olhos. - Na verdade, eu acho que ela nunca foi. - ele disse e corou depois, desviando o olhar e sorrindo encarando os sapatos. Estávamos todos deitados. Me virei pra dormir e antes que eu pudesse perceber, Zayn já tinha caído no sono. Ri com isto.
  - Sabe Louis, estou com um bom pressentimento quanto a isso... - disse olhando para os céus e observando as estrelas.
  - Só você. - disse Louis rindo. - Garota, você tem noção da confusão em que se meteu? - Louis perguntou indo deitar também. Eu só ri, como se aquilo não tivesse importância. Afinal, já estava feito.

Capítulo 13

   Pov's
  No meio da noite, abri os olhos lentamente. Acordei com minha garganta seca. Olhei pra Louis e Zayn, ambos dormindo e ao que parece no sétimo sono. Deveria acordá-los? Acho que não seria necessário. A poucos passos de onde estamos, deve existir algum tipo de riacho com águas cristalinas em que eu poderia matar minha sede. Mas, se eu sair assim, não ficariam preocupados? Principalmente, EU saindo sozinha? Dando-se a entender que estariam todos dispostos a me caçar para me levar a Harry? Essa ideia seria quase um suicídio. Deitei-me novamente esperando a sede passar. Minha boca estava tão seca, que a saliva que produzia era pouca. Olho ao redor e vejo milhares de pitoquinhos brilhantes (bichinhos) nos sobrevoando. Provavelmente vagalumes.
  - Aqui tinha que ter tantos desses bichinhos? - murmuro pra mim mesma e viro para o outro lado.
  - Dãan, aqui é uma floresta sua tonta! - respondeu alguém. Me virei lentamente pra não morrer de susto com o que eu estaria prestes a ver. Mas, não tinha nada. Seja lá de onde essa voz veio, não de onde eu estava.
  - Quem está ai? - digo sussurrando, pois não queria acordar Zayn e Louis.
  - Alguém... - responde a mesma voz. - Alguém que te conhece muito bem...
  - Eu vou repetir novamente por que acho que você não ouviu bem. Diga-me QUEM é VOCÊ? - minha voz sai falha. Louis se meche.
  - Ora, ora, ora, a pequena rata da floresta não me reconhece? - disse a voz e olhos piscaram da árvore da frente. - V-você é a árvore? - digo arregalando os olhos.
  - NÃO SUA MENINA BURRA! - a voz altera o tom. - Mais em cima... - responde calma. Levanto o meu olhar até os galhos e vejo uma sombra preta entre as árvores me olhando de cima. Olhos violeta. Essa não, Harry...
  Abro a boca pra gritar só que ele pula e a tapa. Tento gritar novamente mais só faz com que ele puxe uma faca do bolso.
  - Quieta ou te mato aqui mesmo! - diz ele ao pé do meu ouvido. - Não são lindo esses seus amiguinhos? - ele sorri. - Dormindo enquanto a protegida deles é morta. - ele desfez o sorriso. - Uma pena, não?! - lanço-lhe um olhar de desgosto o que o faz rir. Tento me soltar, não paro de lutar, mas ele é mais forte.
  - Shhhh Shhhhhh - ele diz. - Você não deveria ter fugido, menina... - ele diz abrindo um vidro roxo de sua calça e uma fumaça violeta se espalha pelo local. O vidro cai e quebra no chão. Nossos corpos somem pra dentro da fumaça...

  Louis Pov's
  Acordei com Zayn gritando feito doido.
  - ELA SUMIU, ELA SUMIU! - ele andava de um lado para o outro. - PEGARAM ELA, AAAAAAAAAH CARA! Eu não deveria ter dormido, deveríamos tê-la amarrado a uma árvore. Deveríamos tê-la algemado em nossos pulsos. - disse Zayn passando as mãos pelo cabelo e pelo rosto.
  - Ela deve mexer muito com você. Se o faz desmanchar seu cabelo assim... – ri. - Isso é sério. vai matar a gente. - diz ele. - O que vamos fazer? - ele pisca os olhos rápido.
  - Hm... Sei não. Acordei agora. - coço os olhos. - Vamos procurar pistas. - digo me levantando. Zayn e eu fomos a dois metros de onde estávamos. Nenhuma pegada, nenhum símbolo de socorro. Nada.
  - Harry deve ter um meio de teletransporte. - digo que faz Zayn rir. - Você acha?! Harry é o príncipe das trevas. O pai deve ter ensinado a ele até como... Até como... Ah, sei lá. - ele diz irritado. Ando pro lado oposto de onde ela estava na noite anterior. Encontro um pó violeta esparramado pelo chão. - Cara, vem aqui. - digo e Zayn se aproxima.
  - Ele... Ele estava aqui... - eu gaguejo. Zayn olha com os olhos arregalados pra mim e grita: - ELA TA MORTA! - ele começa a gritar.
  - Hey, olha, é o mesmo pó que fica na casa da . Calma cara, ela não tá morta. Só foi sequestrada. - ele me olha sarcástico.
  - SÓ SEQUESTRADA? Teremos que ir até o castelo de Harry! - eu arqueio a sobrancelha. - Aquele negócio é o acampamento dos marcados! Você não quer que eu... - Zayn me implora com o olhar, reviro os olhos.
  - Então, vamos achá-la! - disse indo para o norte da floresta.
  - Não, espera! - corro até minha mochila e pego meus óculos escuros e os coloco lentamente.
  - Yeah, let's go baby, SUPERMAN IS HERE! - Zayn ri. - Vem logo! - ele grita mais a frente. Alcanço ele. - O lugar é bem longe. Teremos que andar por quatro horas se quisermos chegar a tempo de encontrá-la ainda com vida. - disse Zayn respirando fundo.
  - Quatro horas? Você vai me fazer andar quatro horas? - ele me olha desapontado. Luto para não revirar os olhos. - Tudo isso por causa da nerd, Malik? - eu digo já sabendo a resposta e ele me olha irritado. Levanto as mãos em sinal de defesa. – , não tema! Sua cavalaria está chegando! - gritamos e erguemos nossas espadas. Ambas improvisadas com a madeira das fadas, mas tá valendo.

Capítulo 14

  "Depois que Harry me sequestrou, eu desmaiei. Não sei o que tanto me afeta naquela fumaça violeta. Talvez ela tenha esse mesmo efeito em qualquer um que seja usado contra seu rosto. Minha cabeça ardia novamente. Minhas pernas estão amarradas em uma cadeira. Eles não amarraram minhas mãos. Uma luz central ilumina o lugar; vejo que não estou tão sozinha o quanto aparenta. Três indivíduos estão amarrados na parede da frente, desacordados. É evidente que haviam sido torturados. Eles estão sujos. As mãos deles? Nelas pingam sangue. A luz que ilumina o local não deixa claro quem são. Não ilumina o rosto. Um deles acorda e olha para frente, para onde eu me encontro. Seu corpo é envolto de um tecido não humano... É madeira. Harry mantinha um boneco de madeira com vida na masmorra. Esse cara realmente tinha sérios problemas, os quais me custaria a vida entender.
  - Toc, toc, toc. - faz o barulho dos passos de alguém se aproximando. - Toc. - ele para. Olho para o que imaginei ser a porta e vejo a maçaneta rodando. Ela se abre e uma frecha de luz bate em meus olhos me fazendo encolhê-los um pouco. Tento colocar a cadeira para mais perto da sombra.
  - Eu estava à sua espera. - a voz de Harry soa na masmorra fazendo um eco. - Vamos dar início à execução! - ele diz e meias dúzias de guardas entram no lugar.
  - Não... Não! - digo tentando me soltar. - Socorro! - grito e eles prendem meus braços para trás, fazendo um nó com uma corda bem apertado. Olho para frente e finalmente consigo ver Harry. Ele tem um sorriso enorme nos lábios, parece estar se divertindo muito com isso. - O que você vai fazer comigo? - minha voz sai trêmula. Ele dá uma gargalhada. - Seu doente! - digo com uma expressão enojada o que o faz aumentar o sorriso.
  - Ah, não faça essa cara! - ele diz e eu desvio o olhar. Ele pega meu maxilar em um golpe me fazendo olhar pra ele. - Não queria ver sua família? Não queria ver Liam? Não quis ficar com ELE? - ele ri forçado. - Amarrem-na! - ele ordena e os guardas ficam sem entender.
  - Mas Senhor, ela já está amarrada. - um deles diz e Harry acerta uma faca bem no peito do guarda. - Você disse alguma coisa? - ele pergunta e o soldado cai no chão. - Não discuta com seu mestre. - Harry disse e cuspiu no rosto do soldado enquanto via a luz deixar seus olhos. Ele olha para os outros que se apressam em correrem em minha direção.
  - Não! Não! Socorro! - grito e eles apertam as cordas ainda mais. Harry tira o mesmo vidrinho roxo do casaco e vem caminhando na minha direção.
  - Vai acabar antes que você perceba...
  - Não... - tento ir pra trás, mas meus pés continuam amarrados. - Você é doente, louco, idiota, psicopata... - digo sentindo que iria vomitar.
  - Me xingar não vai fazer a menor diferença agora. - ele ri. - Você ainda não entendeu? - ele vem para mais perto e sussurra: - Eu vou matar você.

  Pov's Louis.
  - Cara, já pensou em ser maratonista? - disse quase que cuspindo meus pulmões pra fora.
  - Deixa de ser idiota, - Zayn estralou os dedos. - Só estávamos correndo porque você arranjou uma briga com o coelho branco.
  - Ah, mas eu estava com fome! Ninguém mandou ter uma pilha de cenouras bem à mostra assim. Sabe que não me seguro quando falamos de cenouras. - ele me reprovou com o olhar.
  - Estávamos na casa dele! Era a história dele! - Zayn quase gritou.
  - Tecnicamente, era a da Alice. - ele deu um tapa na minha cabeça. - mas você pode dizer que era a dele. - disse rápido tentando não levar outro tapa. Abri minha mochila e peguei uma cenoura.
  - Você deveria se envergonhar disso. - Olhei pra Zayn e ri.
  - Ah, qual é! É só uma e aquele coelho tinha trinta dessas! Não me admira ser tão gordo que nem correr atrás da gente pode. - peguei minha garrafa de água e um objeto pontiagudo escorregou um pouco pra fora. Olhei pra Zayn que o encarava intrigado. Arrumei o mais rápido que pude.
  - Aonde arranjou aquilo? - ele apontou para a mochila. - Louis... - Zayn estalou a língua.
  - Não! Claro que eu não peguei mais nada! - fingi estar ofendido.
  - Então ok - me levantei e continuamos andando. Zayn começou a rir. - Passamos por diferentes histórias até agora tentando achar a casa de Harry e o engraçado é que, por um momento, pensei que estivesse roubando esses objetos de todas elas. - ri sem vontade enquanto Zayn gargalhava.
  - Claro que não, maninho. - engoli seco. - Hm, vai na frente. Eu estou cansado, vou ficar um pouco distante.
  - Tá, mas depois não vai conseguir me alcançar. - eu ri e ele saiu. Olhei ao redor e abri minha mochila afim de ver o que era aquele objeto pontiagudo e, digamos, que eu levei um baita susto.
  - Hey, - gritei para Zayn enquanto tirava aquilo da mochila. - Em quanto tempo será que Poseidon sentiria falta do tridente? - ri nervoso e Zayn ficou imóvel.
  É, eu tinha feito besteira.

   Pov's
  - Já não se divertiu o bastante? - gritei e Harry me imitou com uma voz ridícula "já não se divertiu o bastante?"
  - Eu nunca vou me divertir até que você sofra o que tem que sofrer. - ele disse sério e pegou uma faca.
  - Você é a definição perfeita de garoto problemático. - disse sentindo que ia vomitar novamente. Minhas mãos estavam presas na cadeira. Eu estava em outro lugar, apesar de ser um quarto vazio desta vez tinha iluminação. Uma luz forte iluminando de cima a minha cabeça, iluminando a mim completamente, fugindo apenas uma parte do meu rosto. Harry pegou a faca e fez cortes na minha perna, grunhi de dor. Ele subiu para os meus braços fazendo cortes grossos. Escorria sangue por toda a parte; ao meu lado, uma poça vermelha começava a se formar, Harry ria muito. - Não é maravilhosa essa sensação? - ele sussurrou próximo ao meu ouvido. - Morrer lentamente... - e fez um novo corte no meu braço.
  - Não sei, não é você que tem que ameaçar as pessoas pra continuar vivendo?! Pra ter atenção? Pra ter amigos? - disse e ele abriu o corte, aprofundando a faca na carne ensanguentada. Aquilo era extremamente doloroso. – Por que você não me mata logo? - estava com dificuldades para respirar. Harry fez um movimento rápido na minha barriga. Um corte fino, mais para um arranhão.
  - Isso seria muita bondade minha e Hm... Deixa eu ver, ah, é... Não. - ele largou a faca em cima da mesa e eu olhei cínica pra ele.
  - Já acabou, amor? - sorri falsa e o vi pegar uma garrafa. Ele a abriu e começou a jogar nos meus ferimentos. Ardia, ardia muito. Era álcool. Me concentrei em esquecer a dor e pensar que Louis e Zayn estavam a caminho, mas era bem capaz de Louis ainda estar dormindo. Harry jogou mais álcool vendo que eu não tinha reação. Ele agachou até ficar cara a cara comigo.
  - O que está acontecendo? - disse me encarando preocupado. - Você não está sentindo dor. - Ele acariciou meu rosto. Tentei fugir do toque, inutilmente. - Bem, acabou o álcool, mas acho que você com certeza irá sentir dor quando começar a, digamos que... Queimar. - olhei incrédula pra ele e o vi sair sorrindo. Ele ia me matar, eu tinha que sair dali. Tentei desamarrar minhas mãos e acabei machucando elas; tentei me virar e vi que ali tinha um prego. Um prego enorme, quase solto saindo da cadeira. Virei meu corpo na tentativa de tirar ele dali, eu iria ter pelo menos uma defesa. Minhas mãos estavam ensanguentadas e por isso escorregaram da corda. Tirei o prego dali, ele estava em minhas mãos, não tão afiado, mas pronto para um ataque surpresa. Só tinha que conseguir que ele chegasse perto suficiente e aí sim o atacaria. Eu tinha que conseguir forjar um acidente. Vi ele chegar, coloquei as mãos para atrás e fiz a cara mais patética de todas. Oh God, eu só queria saber atuar em uma hora dessas.
  - Pensei que tinha acabado o álcool. - disse quando o vi chegar com outra garrafa. - Ah não, isso aqui não é pra você. - ele ia dar um gole na garrafa, mas, por algum motivo ele parou. - Tem alguma coisa errada? - ele olhou para frente. Atrás de mim, um guarda vinha vindo e provavelmente notou que minhas mãos não estavam amarradas. Ele estava pisando firme. Supliquei com o olhar para que não contasse nada.
  - Ahn... Não, Majestade, claro que não. Só estávamos levando... O corpo do Soldado Menas para... hm... A floresta. - ele disse e olhou pra mim e saiu devagar. Harry quebrou a garrafa ficando apenas com um pedaço.
  - Um momento. - pediu ele e o guarda se virou. Na mesma hora foi atingido na perna pelo o que Harry tinha em mãos. - Que isso sirva de lição para você e os outros quando forem esconder algo de mim. - meu coração começou a acelerar. - Porque vocês sabem que não podem sair com ninguém daqui sem minha permissão! - gritou ele. Suspirei aliviada e Harry se virou ficando bem próximo a mim. Essa era minha chance. Eu tinha que atacar. - Quase tinha me esquecido de você. - ele ia tocar meu rosto, mas eu virei o braço dele, peguei o prego e enfiei no coração dele. Harry arregalou os olhos e cambaleou pra trás, parecendo impressionado e assustado com meu gesto. Com uma mão, ele removeu o prego. Havia fúria em seus olhos. Ele vinha na minha direção. Olhei no chão desesperada e vi o pedaço da garrafa que Harry tinha quebrado, não perdi tempo e ataquei novamente com tanta força que o fez desabar no chão. Caí ao lado dele. - Tenho que admitir... Você é selvagem, garot... - não deixando terminar a frase, enfiei os cacos de vidro bem profundamente em todas as áreas da barriga dele. Ele estava atordoado. Minhas mãos estavam em sangue puro. Peguei o canivete decidida a matá-lo, mas, de repente, tomei conta do que estava fazendo. Eu... Eu não sou uma assassina. Não sou igual a Harry. Ele ainda respirava, tirei alguns cacos de vidro do estômago dele desesperada e sai correndo. A porta estava aberta e ele me olhou confuso e ao mesmo tempo admirado. Em uma fração de segundos eu já me encontrava fora dali. Agora, só tinha que achar o caminho de volta pra casa. Louis e Zayn estavam em perigo se ficassem junto a mim. Eu tinha certeza de que Harry em pouco tempo se levantaria e começaria outra caçada em minha busca, eu só tinha que correr. Correr para bem longe. Nem podia me ajudar àquela altura. Eu tinha acabado de começar uma guerra.

Capítulo 15

  Niall Pov's
  Recebi um chamado. estava em perigo, disso eu sabia. Me concentrei e a localizei; ela estava amarrada a uma cadeira, mas... Por quê? Logo vi a sombra de Harry pela porta. Ele tinha um canivete ensanguentado em mãos enquanto gritava algumas palavras a ela. Eu queria ajudar, mas não podia. Anjos não podem interferir, pelo menos EU não posso.
  Fiquei observando-os, um guarda veio e morreu logo em seguida. Harry é um monstro, disso não há dúvida alguma. Ela havia atacado ele; seus instintos de batalha eram incríveis. Ela conseguiu imobilizar Harry com apenas um prego, isso eu tenho que reconhecer. Ela fez mais do que eu consegui na minha vida inteira em apenas alguns segundos. Logo Harry estava sozinho.
  - Não me admira que você tenha visto tudo - Harry limpou o sangue em sua boca e se virou pra mim -, não pode evitar, não é? - ele ri e se levanta. - Estão ligados.
  - Você ainda vai pagar pelo que fez. - disse olhando diretamente em seus olhos. - Por que isso, Harry? Já não conseguiu o que queria?
  - Ora, ora, ora , acabar com a sua vida só foi um mero divertimento, meu amigo. Agora, tenho outros planos para sua amiguinha.
  - Os mesmos que teve com Emma? - rebati e sua expressão tornou sombria.
  - O que eu tive com Emma, não diz respeito a você.
  - Mas é claro que diz! - ele fechou os punhos. - Diz exatamente a respeito a mim. Eu a AMAVA! - gritei e senti meus olhos arderem. - Nós nos amávamos! Íamos viver felizes se não fosse... - Senti minha cabeça explodindo, senti que estava ficando tonto. - Eu... Eu não me lembro... - murmurei tentando colocar meus pensamentos em ordem.
  - Se não fosse...? - Harry sorriu. - Prossiga, meu jovem.
  - Eu... Eu... - estava ficando tonto.
  - Não se lembra, não é? - ele disse dando um sorriso amargo. - Emma era uma mentirosa, ela estava mentindo pra você. Ela só queria te destruir.
  - MENTIRA! - gritei tapando os ouvidos e Harry arqueou a sobrancelha. - Emma não era igual a você! - Harry riu.
  - Ela era igualzinha a mim, seu tolo. Não se lembra de como... Morreu? Pois bem, irei refrescar a sua memória e alguns bônus a mais do que ela não contou a você. Emma nunca amou você, bem, não no começo. Conhecer você não foi por acaso.
  - O que está querendo dizer? - disse como se estivesse cuspindo as palavras.
  - Sabíamos que você era o filho de Anita e que provavelmente seria o escolhido. Minha família vem planejando isso desde quando eu era menino. Eu cresci e você também cresceu, Emma cresceu... E ai que surgiu a ideia. - Harry estalou os dedos. - Emma fingiu estar apaixonada por você, iria poder matá-lo e você nunca iria saber o quão poderoso era. Vinha me contando tudo o que vocês conversavam. Até que você tinha que tomar água antes de dormir.
  - Oh, meu Deus, que monstro! - ele sorriu.
  - Mas depois, Emma foi fraca e se apaixonou por você de verdade. Ela falava em livrar a sua vida, que Anita poderia ter outro filho. Ela não queria matá-lo, foi ai que eu tive que agir. Pobre irmãzinha, tão fraca. - ele riu. - Castiguei-a no mesmo dia. Mandei uma carta em nome dela a você dizendo que o irmão dela queria aprovar o namoro de vocês e você caiu como um patinho! Depois foi só colocar um pouco de veneno na sua bebida que... Oops! Você morreu. Mas, infelizmente voltou! - fez uma careta de nojo. - O que aconteceu mesmo? O que deu errado?
  - Tinha o coração bom e puro. Minha missão ainda não havia terminado, eu não deveria estar ali. Me transformaram em um anjo para proteger a verdadeira escolhida.
  - “Tenho um coração bom e puro”, “PROTEGER, AH, PROTEGEEERRR”! - Harry imitou com uma voz fininha. - Você é quase tão patético quanto a sua irmã! - ele revirou os olhos.
  - E disso você entende, não? Ser patético. É exatamente o que você faz. - O castelo tremeu. - ele piscou.
  - Tem alguma coisa errada. - Harry disse e eu evaporei, saindo dali. Sabia o que tinha acontecido e não era nada bom.

  Zayn Pov's
  - Aqui, Louis! Acho que eu encontrei. - disse recuperando o fôlego atrás das árvores. Louis apareceu logo atrás.
  - Você acha? - ele disse sarcástico e enxugou a testa. Zayn olhou para o alto, viu quatro torres em volta de uma maior que ligava a outra parte do castelo. A casa de Harry era estranha. Havia vários guardas parados na porta, eles estavam discutindo alguma coisa. - Vamos, por aqui. Acho que podemos contornar o castelo. - Os dois riram e começaram correr pensando em como seria fácil dessa vez, ao passar tão despercebidos. Tinha uma porta na lateral do castelo. Louis forçou a maçaneta, mas a porta não abriu.
  - Deveríamos saber que Harry não seria tão burro assim! Ele deve estar agora caçoando do nosso fracasso! - Louis bateu na própria testa. Abaixei e virei o tapete.
  - Oh, ele é muito inteligente! - zombei pegando a chave, mas fui atirado para trás assim que entrei. Minha cabeça doía como se um gigante tivesse-a esmagado.
  - Ele pôs um feitiço de proteção. Maldito seja, Styles! - grunhiu Louis. Atrás dele, cobras aos montes começavam a vir em nossa direção.
  - Louis se afaste, não faça movimentos bruscos, mas saía daí. Estou preso. - ele murmurou aborrecido. Seus pés estavam fincados na terra, tinham sido levados pelas raízes. As cobras estranhamente salivavam de alegria ao ver a presa tão indefesa, Louis.
  - Vamos amigo, você consegue. Xô, saiam daí! Não vão comer meu amigo! - gritei para as cobras sacudindo um pedaço de madeira, mas elas pareciam estar rindo. Avançaram em nós dobrando o seu tamanho natural. A cobra da frente ficou maior que o castelo, as outras estavam quase alcançando o tamanho das torres, mas pararam por ali. Não deviam ser mais do que adolescentes. Em minha mão uma espada apareceu. Fiquei bastante surpreso, não costumava a ganhar presentes; muito menos os que eu nem sabia de onde vinham.
  - Me solta. - pediu Louis que já estava com metade do corpo sendo engolido pelas raízes. Elas cresciam rápido. Dei um golpe com a espada e Louis se soltou. - Posso pegar o tridente em minha bolsa. - Não! Já pegou algo que não devia, agora vai usá-lo também? Se tem uma coisa que eu sei, é que eles ficam furiosos quando mexem nas coisas deles. Não vai querer piorar o seu estado, não?
  - Você tem razão. - ele olhou para o chão e pegou um graveto que logo se transformou em lança.
  - O quê? - murmurei e a cobra atacou. Tentou me morder, mas eu golpeei sua boca, fazendo-a ficar furiosa. Enfiei a espada em sua barriga e ela se desmanchou em fumaça violeta. - Louis, atinja a barriga delas! - gritei e ele o fez, transformando outra em apenas fumaça. Só faltava uma. A mamãe delas, a gigante. Golpeamos sua barriga, mas nada aconteceu.
  - E agora? - gritei para Louis e ele apontou para cima. A cobra tinha um estranho símbolo na cabeça, devia ser ali. - Eu vou distraí-la e você a mata! - disse e Louis assentiu, ficando atrás de mim. - Hey, monstrengo! – disse, furando sua barriga diversas vezes, até que Louis a acertou e ela explodiu em uma gosma azul.
  A espada em minha mão sumiu, revelando-se um graveto e a de Louis também. Olhei para Louis e começamos a rir. Quando a fumaça baixou, vimos um ser totalmente furioso e irritado, carregando um canivete ensanguentado. Temia ser o sangue de . Ele olhou para nós e riu.
  - Não deveriam estar aqui. - o sorriso sumiu de seus lábios. Algo me dizia para sair dali o mais rápido possível, mas alguma coisa me acertou forte na cabeça e eu apaguei.

Capítulo. 16

   Pov's
  Eu estava perdida, era isso. Não tinha parado de correr desde o ocorrido no castelo de Harry. Meus pés doíam muito, eu tinha que parar o mais depressa possível, caso o contrário... Poderia até desmaiar! Em minha frente havia um riacho. Estava mais para um lago, tenho que confessar. Não tinha reparado antes, estava ficando com sede.
  A água era cristalina; flores e plantas se iluminavam à beirada do riacho, eram envoltas de uma fina camada de luz que me davam a esperança para seguir em frente. Uma visão magnífica, as flores mais bonitas que eu já vira em minha vida. Me ajoelhei e juntei as mãos, mergulhei elas e as trouxe até a boca, mas minha mão estava seca. Tentei novamente, já frustrada e nada. Nem sequer uma gota d'água.
  - Ora essa! - bati as mãos na água e elas afundaram até a metade do meu braço. Olhei meu reflexo na água, eu estava horrível; minha roupa estava suja, meu cabelo despenteado, tudo prejudicado. Fechei os olhos. O que eu iria fazer agora? Iria fugir para sempre? Era esse o meu destino? Meus olhos ardiam, lágrimas quentes rolavam pela minha bochecha.
  - O que foi, menina? - levantei meu olhar à frente, mas não vi nada. Isso era comum, pra mim. Um tanto assustador, porém comum; não dei muita importância para aquela voz e voltei a chorar. Por dias não me permiti chorar na frente de ninguém. Não queria ser aquela menina frágil, mas estava sozinha, eu finalmente podia chorar.
  Fui atingida por algo na cabeça.
  - Estou falando com você! - disse a voz. A MESMA voz.
  - Que importância tem, se eu nem lhe vejo? - minha voz saiu mais baixa que o normal.
  - É porque a garota só enxerga o que quer! Não vê o que realmente está a sua frente... Hábito de mortais. - resmungou.
  - Olha, você realmente não sabe do que está falando. - hesitei. - Estou enxergando mais coisas do que eu queria. - minha voz saiu embragada pelo choro.
  - Estou um pouco acima de você. - meu olhar seguiu até uma borboleta. - Mais em cima. - a voz deu ênfase em ''mais''. Em um dos galhos da árvore, a qual estava do outro lado do riacho, pude ver a sombra de um gato. Um gato que sorria para mim, como se eu já lhe conhecesse.
  - Olha, - disse querendo segurar o riso. - Não sei se você chegou a perceber, mas eu NÃO sou a Alice. Então pode sair daí, gato. E não. Eu não sei o seu nome. - ri com isso.
  - Eu não sou um gato. - ele disse como se minha piadinha não fizesse sentido, mas mesmo assim o ofendesse. - Meu nome é - ele disse saindo das sombras. Era ruivo, e tinha os olhos azuis, as bochechas um pouco gordinhas. Usando um jeans, uma camisa vermelha e um casaco azul marinho por cima. Mesmo assim, ele lembrava de longe a sombra de um gato enorme. - Edward. - ele disse e pude ouvir um ligeiro ''miau'' quando disse “Ed”. Foi tipo, MIEDWARD. Mas foi bem rápido.
  - Ah sim. - disse como se tudo fizesse sentido, o que era mentira. - Isso explica porque aquela pedra doeu tanto. - fiz uma careta passando a mão no local. - Um gato não acertaria de tão longe. - disse brava e ele revirou os olhos.
  - Sou um tigre. - ele disse finalmente, como se isso fosse normal, por exemplo: Eu chego todo dia em meninas sentadas em riachos, jogo pedras nelas porque não me dão atenção, a qual eu quero muito, converso com elas. Digo que sou tigre e depois saímos cantando ao por do sol, ao som de Applause, da Lady Gaga.
  - Ainda sim um gato, só que maior. - disse e ele me olhou sério.
  - E com dentes que podem te rasgar - acrescentou ele. - Uma pele um tanto diferente. - continuou - E o charme. Ah, o charme RAWR - ele curvou os ombros simulando que iria pular em cima de mim. Confesso que fiquei com medo, mas disfarcei.
  - Sim, e sabe o que eu sou? - disse me levantando. - Sou um dinossauro. - ele me olhou um tanto sarcástico, ameaçador. - eu pulo de lá - corri ao redor dele. - pra cá. - parei no mesmo lugar. - E você não me vê porque... - queria que ele completasse, mas pareceu não me entender.
  - Eu estou lhe vendo. - Edward me interrompeu.
  - Porque sou um dinossauro! - continuei e ele semicerrou os olhos.
  - Isso é uma piada? - disse irritado.
  - Eu que pergunto: Isso é uma piada? - cruzei os braços. Ele passou a mão no cabelo e seu corpo começou a se transformar. Suas mãos e pés viraram patas e o que parecia ser um adolescente, virou um tigre totalmente irritado. Ele rugiu pra mim. Me afastei e vi ele se transformar de volta. - Acredita agora? - ele disse arrumando a camisa.
  - Sim, acredito. - franzi a testa. - E por que você está aqui mesmo? - a verdade, era que eu não me lembrava. Não queria ser mal educada, só não sabia como um tigre poderia me ajudar. Harry tem alergia a tigres? Alguma magia que não permita o ferir se eu estiver com um tigre?!
  - Fui enviado. - hesitou. - Por Anita.
  Não sei se achava legal de minha mãe ter me enviado um tigre, ou incômodo. Até mesmo engraçado por ela ter me prestado a ajuda só agora. De qualquer modo, eu não estava em condições de recusar.
  - Então tá, tigrinho. Então me ajude nisso: Eu estou com sede e a menos que você tenha uma garrafa de água gelada aí com você, sua ajuda não me serve de nada. Se bem que eu poderia fazer um lindo casaco com a sua pele, para me aquecer quando a noite baixar.
  - Você não é nem doida de fazer isso. - ele respondeu rápido ignorando o meu “pedido de água”. - Pode ser uma floresta encantada, mas como no mundo real, temos nossas regras aqui também. E caso não note, esse não é um lago comum. - ele disse se sentando ao pé da árvore. - Estou aqui para garantir que você volte para casa - ele me analisou por um momento -, viva.
  - Obrigada, mas eu não quero a sua ajuda. Já tenho pessoas demais envolvidas nisso. - vi um peixe subir em um salto e afundar na água. - E eu peço que me deixe em paz e... - ele balançou a mão e um banquete surgiu em minha frente. - Minha nossa, isso é comida?! - disse pegando um sanduíche e o devorando. Ele sorriu:
  - Você deve ser importante - pegou uma maçã e a mordeu. -, caso o contrário, eu não teria tido esse trabalho todo para chegar até você.

Capítulo. 17

  Zayn’s POV
  Eu estava em uma sala antiga, com móveis antigos. Em cima da mesa havia um diário e uma pena. Uma menina estava chorando em sua cama. Tinha os cabelos castanhos e olhos castanhos. Usava um vestido largo branco, estava arrumada para dormir. Seus olhos estavam em um vermelho intenso, como se estivesse chorando o dia inteiro; Seu rosto era uma pintura nítida de dor.
  - Hã... Quem é você? – perguntei, mas ela não me ouviu. Em frente à cama dela tinha um espelho e ele estava exatamente direcionado para mim. Eu era apenas uma camada transparente, como um espírito. É óbvio que ela não me veria.
  Alguém estava chegando, a menina limpou o canto dos olhos apressadamente e correu até a porta trancando-a.
  - ANNABETH, ABRA ESSA PORTA! - alguém gritou do outro lado. Era Harry. - Eu garanto que se você não me deixar entrar... - ele não terminou a frase. Algo batia fortemente contra a porta. Duas, três batidas e já se via a ponta de um machado.
  - Não! Harry, por favor, não... - suplicou ela desesperadamente. - Eu, Eu... Eu deixo você entrar. Deixo que me leve com você. Podemos fazer um acordo.
  O garoto parou em um rápido momento de dúvida.
  - Que acordo?
  - Eu vou com você. - respirou fundo. - Mas tem que deixar Niall em paz. Por favor, não o mate. Ele não é quem você estava procurando. Ele... Ele é normal. - a menina tentava parecer confiante, mas sua voz estava trêmula demais para isso. Senti pena dela. Quantos anos deveria ter? 13, 14 anos? Era muito nova para presenciar tanto sofrimento.
  - Hum... Você quer que eu não o mate?
  - Sim. - ela hesitou. - Se fizer isso, eu vou com você sem reclamar. Apenas... Apenas o deixe em paz, está bem? - ela não parecia segura de sua escolha.
  - Ah, Ana. Eu já o deixei em paz. - Zayn conhecia esse tom. Ele estava sendo sarcástico.
  - Quer dizer - ele continuou. - Eu literalmente o deixei em paz. Ele já está morto.
  Annabeth ficou em silêncio por alguns segundos, mas quando tornou a falar sua voz estava estranhamente mais calma.
  - Está bem, irmãozinho. Se você quer luta, terá luta. - ela estralou os dedos e de repente estava vestindo uma armadura e uma espada. Ambos irradiavam poder; ela segurava a espada firmemente, como se estivesse com medo de que suas mãos a traíssem assim que abrisse a porta e encarasse Harry.
  Ela estava com a mão na chave quando a voz de Harry retumbou metálica.
  - Ingênua Ana. - a porta se abriu em um estrondo, mas Harry não estava ali. Ana se desequilibrou. - Você acha que pode me vencer? - ele riu. - Antes de tudo, tem que dominar a si mesma. Dominar a sua mente. Acha mesmo que estou aqui? Olhe para a porta. - ela virou o rosto para aonde a porta caíra, mas ela não estava ali. Ela nunca tinha sido arrombada. Estava intacta, perfeitamente ajustada ao quarto da garota. - Você vê o que eu quero. Ainda não percebeu?
  Ana estava em choque. Totalmente atordoada, mas Zayn também viu a porta sendo derrubada. Será que Harry o estava dominando também? Poderia vê-lo ali? Era tão poderoso assim?
  - Como que você pode ser a preferida da mamãe? - ele resmungou em sua voz normal. Desta vez, Zayn conseguia vê-lo parado a porta. - Eu sou o mais poderoso! Eu, Harry! Eu sou! - ele bateu no próprio peito, sorrindo.
  - Quem quer um bolinho? - ela rosnou e balançou as mãos e bolos de aniversário foram jogados em uma velocidade extraordinária para Harry. Sério, eu teria medo disso. Se eles não estivessem cobertos de fogo, poderia ser até fofinho.
  Harry fez um movimento e ela foi arremessada contra parede. Sua expressão endureceu, ela estava se transformando em algo. Zayn tinha que ser rápido, não podia ficar parado olhando.
  - Quem quer um bolinho? Francamente, Ana...
  - Ana, não o escute. Ele está ali. Não deixe ele entrar na sua mente! - Zayn tentou avisar gritando, mas a garota não o via. Não tinha como ver. Ela se levantou e com um simples piscar, jogou Harry para outro lado do quarto e brandiu sua espada. Harry limpou o sangue que escorria em sua boca e segurou a dele. Foi uma luta feia; ao final, Ana estava com um corte profundo atravessando sua boca. Harry estava acabado. Seus olhos, antes eram verdes, agora estavam com um profundo violeta. Ela fechou os olhos e o ar foi ficando seco, sem oxigênio. Harry estava sufocando. - Ana... - ele tossiu. - Me desculpe, por favor.. Eu aceito os seus estúpidos bolinhos agora. - seus olhos estavam vermelhos. Ele estava a ponto de chorar e não conseguia se desculpar descentemente, ou era apenas uma consequência do poder de Annabeth. O ar no ambiente caiu em um frio imenso, Zayn conseguia respirar normalmente, Harry estava morrendo. Não sabia como, mas ele podia sentir uma grande fonte de poder se enfraquecendo e ao mesmo tempo, outra ficando mais forte. Os cabelos de Ana se iluminaram e ficaram loiros. A camisola que vestia se transformara em um lindo e delicado vestido branco que lhe caía sobre os ombros. Estilo deusa grega, era isso que Zayn pensava. Harry estava jogado no chão e foi então que Anabeth parou.
  - Não quero lhe matar, só quero que saiba que poderia o ter feito e não fiz. Não estou nessa vida para matar pessoas. Eu sou bondosa, já você... - franziu a testa. - Talvez tenha salvação se não continuar com essa obsessão pelos sete.
  - Acha que me venceu... - ele tossiu. - Mas eu ganhei esta batalha éons atrás. Essa é a sua forma brilhante? Engraçado. - ele riu, mas sua expressão tornou-se séria. Ele gritou e Ana foi lançada contra a parede, tornando-se uma escultura de pedra.
  - Hum. Não foi tão divertido. Poderia ser melhor... - Ele fez uma careta.
  - Tem alguma coisa errada. - franziu a testa e olhou ao redor, pousando seus olhos totalmente furiosos em cima dele.

  Zayn acordou com um ferimento sério na cabeça. Não jorrava sangue nem nada, mas estava muito feio. Seus pulsos estavam amarrados à correntes; as correntes eram rodeadas de cobras. Toda vez que Zayn tentava se soltar, elas lhe picavam. Ao seu lado, Louis não estava em melhor estado; seus sapatos estavam cobertos de terra, seus tornozelos estavam arranhados e alguém tinha escrito ''bolo'' com uma caneta em sua testa. Teve uma ligeira sensação de rir, mas acabou logo que percebeu que ele estava desacordado. Tinha um tubo ligando o seu estômago a uma parede. Estranho.
  Zayn tinha que achar um jeito de sair dali, mas as cobras não o estavam ajudando. Se não poderia vencer fisicamente, quem sabe poderia enganar as cobras.
  - Ah, ótimo. - resmungou ele. - Vim para fazer uma surpresa para o meu amigo e ele me recebe desse jeito. - suspirou. - Como se já não bastasse estar preso, ele ainda me amarra a essas cobras desprovidas de inteligência. - As cobras se agitaram e murmuraram com incredulidade:
  - Desprovidas de inteligência? É conosco que esse idiota está falando?
  - Olha! - resmungou com um falso chateamento. - Até aquelas que estão aprisionando Louis são mais legais. - ele hesitou. - Se fossem inteligentes mesmo, me soltariam e veriam para quem estão trabalhando de verdade.
  - Tolo! - uma das cobras gritou, mostrando as presas. Zayn se achava um estúpido por tentar alcançar algum tipo de sentimento de raiva naquelas coisas. Não devia parecer surpreso em ouvi-las falando, mas ficou.
  - Não trabalhamos para o garoto... - uma das três rastejou para mais perto dos pulsos de Louis ao ver que ele estava começando a se mexer. - Ele trabalha para nós.
  - Ha-Ha! - Zayn não sabia como, mas arriscou. - Mentirosa!
  A cobra o encarou profundamente, com seus olhos vermelhos sangue.
  - O garoto é esperto, ele é esperto. - uma delas falou enquanto rastejava distraidamente em cima da cabeça de Louis.
  - CALE A BOCA! - a que eu imaginei ser a mais esperta falou. - Como você ousa... - ela mostrou as presas e a atrás da cabeça dela surgiu uma pele esquisita, a deixando totalmente assustadora. Zayn pensou que iria morrer, então Harry entrou na sala e ai teve certeza.
  - O que ele está fazendo com vocês, meus bebês? - Harry apareceu dando um sorriso rápido. As cobras ficaram quietas. - O que eu falei de conversar com estranhos? Vocês só devem atormentá-los, minhas princesas!
  - Ele disse que somos princesas! - a terceira cobra disse mostrando suas presas, no que deveria ser um sorriso.
  - Bobagem! - a segunda falou, enquanto deixava sua pele morta cair na cabeça de Louis. E-C-A.
  - FIQUEM QUIETAS AS TRÊS! - a líder avançou. - Sim, senhor. Nós só o atormentamos. - a cobra olhou de relance pra mim e pude ver a raiva fervilhando em seus olhos. Se pudesse me matar, tinha certeza de que não hesitaria.
  - Ótimo. - ele piscou para a terceira cobra, que olhou para as duas irmãs e começou a fazer uns passos esquisitos de dança. Louis acordou e olhou para o tudo em sua barriga. Nele uma fumaça azul dançava. Ele trincou os dentes.
  - Harry... - sua voz saiu rouca. - Nos deixe ir. - olhou suplicante. Harry quase morreu de tanto rir.
  - Deixar vocês irem? É claro! - ele limpou os olhos. - Mas antes, tenho que drenar todo o seu poder, meu amigo.
  Estava começando a me lembrar de como aquele graveto se transformou na mão em minha mão e na de Louis. Só pessoas altamente especiais conseguiriam fazer aquilo. Não, não era possível. Louis era um dos sete. E eu também.
  Engoli seco. Será que conseguiria fazer aquilo outra vez? Se gravetos poderiam se tornar espadas, por que correntes não poderiam quebrar se e virarem e trazerem... hum, uma certa amiga?
  - Acho que não será necessário. - levantei a cabeça, com um sorriso que faria qualquer cobra-garota suspirar. - Vi o que você fez com sua irmã. Diria que poderia matar nós dois apenas pensando. Eu sei o que vocês são. - sorri. Sua expressão endureceu e ele semicerrou os olhos.
  - Está se referindo àquela pequena traidora? Vejo que é mais esperto do que parece. - ele virou de costas. - Talvez, eu não o mate. Você pode ser útil, você pode...
  Olhei para Louis enquanto Harry tagarelava sobre "como eu poderia ser útil" e ele parecia ter chegado a mesma conclusão que eu, pois as mãos dele estavam escorregando e as correntes ao lado esquerdo dele, estavam tomando outra forma. Esse era o único jeito de deter Harry. Tínhamos que invocar Annabeth. Só ela poderia deter Harry, ou quase.
No três. Louis assentiu com um sorriso divertido.
  - Você acha que nos venceu, mas estamos dando a volta por cima! - Louis gritou com seu sorriso sapeca. - Essas cobras? Não são de nada! Você deveria ter visto o que fizemos com a Mamãe dessas aqui!
  - Nossa... Mamãe? - elas choramingaram. - Você! - a primeira salivou em direção a Harry. - Era para você protegê-la! TRAIDOR! - elas gritaram e voaram em direção a Harry. De um jeito estranho, elas gritaram e pegaram fogo no mesmo momento. Harry ficou assustado e no mesmo segundo foi jogado com força contra parede.
  Os meninos sorriram.
  - Quem quer um bolinho?

Capítulo 18

   Pov's
  Já estávamos caminhando há tanto tempo que parecia que estávamos andando em círculos. Cada vez que alguma ameaça se aproximava, Edward se transformava e espantava qualquer um que fosse. Eu ficava assustada, é claro, mas Edward se transformava tanto que eu já estava me acostumando. Em uma hora, pensei em gritar alguns comandos pra ver se ele correspondia. Quando tudo isso acabasse, ele poderia dar um bom animalzinho ou cão de caça.
  - Sabe, você é a escolhida. - ele começou, respirando forte por ter acabado de se transformar. - Deveria me ajudar com essas coisas.
  - Sabe, não sou muito boa com a magia. - hesitei. Podia sentir meu rosto corando. É sério isso? Dá última vez que tentei, estava na presença de Harry. É obvio que iria dar errado. Mas agora...
  - Vamos ver.
  - O quê?
  - É isso aí. - ele cruzou os braços. - Vamos ver se é tão poderosa quanto dizem. Não posso estar arriscando minha vida por uma fracassada. - ele colocou as mãos nos bolsos e arqueou a sobrancelha. - Tente.
  - O que você espera que eu faça? Acabe com o seu trabalho e lhe dê um lindo vestido e um sapatinho de cristal?
  Ele franziu a testa.
  - Por que eu iria querer uma coisa dessas?
  - Estou brincando. Vou tentar conseguir água pra você, está bem? Mas continue afastado.
  Pensei em água o suficiente para beber. Senti um leve tremor nos pés e um zumbido vindo distante. Minha visão estava ficando embaçada, meus olhos ardiam e minha cabeça doía terrivelmente. Olhei para Edward e ele olhou pra mim apavorado.
  - Por favor, não me diga que você...
  Não muito distante, uma onda enorme e escura vinha vindo em nossa direção destruindo tudo o que estava ao redor. Desejei que a onda sumisse, mas nada aconteceu. E ela estava cada vez mais perto. O leve tremor havia se intensificado. Eu estava apavorada e acabara de começar um terremoto violento.
  - Pense em outra coisa! - ele gritou. Fechei os olhos novamente tentando imaginar um lugar feliz, mas só consegui me sentir tonta. O terremoto abriu uma fenda no chão, sugando uma dúzia de árvores. Minhas pernas estavam bambas, meu corpo estava me traindo, não me correspondia mais. Ed me segurou antes que eu caísse. - Ah meus deuses, por favor, não morra, . Olhe pra mim, só pra mim. - tentei focar em seus olhos azuis. - Pense em alguém que você ame, mas, por favor, nos tire dessa. - O rosto de Ed se transformou e passou por dois diferentes rostos amigos. - Louis e Zayn. “O que é isso nerd, vai se deixar abater por um simples terremoto?” A voz de Louis soou na minha cabeça. Sorri ligeiramente. “Vamos, . Eu sei que você consegue.” Zayn agora tinha um tom de voz calmo e doce.
  - Zayn... - Eles estavam em perigo, eu definitivamente não podia morrer ali. Eu tinha que salvar os meus amigos. Eu... Eu amava-os. O rosto de Ed voltou ao normal. Colocou-me delicadamente no chão. O terremoto cessou, mas a onda ainda vinha vindo. - Rápido, prenda o fôlego. Vou tentar nos proteger. Ed me olhou incrédulo.
  - Você o quê?
  Peguei a mão de Edward e imaginei uma barreira a nossa frente, nos protegendo de tudo. A onda vinha ao nosso encontro com uma fome de destruição devastadora. 5, 4, 3, 2 e... O impacto não aconteceu. Abri os olhos e uma fina camada brilhante havia nos tinha protegido. A onda tomava outro curso. Estávamos vivos.
  - Já pode abrir os olhos agora. - sussurrei. Os olhos de Ed se abriram lentamente. Um depois o outro. Achei engraçado, ele tinha mesmo certa semelhança com gatos. Embora isso o ofendesse e sempre dizia que era um Tigre. Ainda um gato, só que maior e mais desenvolvido.
  - Ai meu Deus. - ele olhou espantado para onde nossas mãos se encontravam. Na correria de tentar nos salvar, ele tinha ativado as próprias garras e com isso, acabara me ferindo. Quando as olhei e vi todo aquele sangue, a dor finalmente chegou. - Deixe-me cuidar disso. - ele tirou de um dos bolsos um band-aids e passou ele por toda a minha mão e os cortes cicatrizaram.
  - Legal. - sorri o que o rir de leve.
  - Você foi incrível! - ele disse entusiasmado. A ideia me fez revirar o estômago.
  - Incrível? Eu quase te matei. - hesitei. - Quase nos matamos. - ele revirou os olhos. - Você provou que tem muito, muito potencial. Digo, você descobriu a sua fonte.
  - Minha... Fonte?
  - O Amor. - ele piscou rapidamente e gargalhou. – “Louis, meu amor...” ele imitou-me com uma voz fininha.
  - Eu não disse isso. - cruzei os braços.
  - Ah é, como era o nome dele mesmo... Ah, sim. “Zayn meu amor, eu vou te proteger. Eu amo você.”
  Não era para ser verdade, mas conseguia sentir meu rosto esquentando.
  - Eu odeio Louis e sempre vou odiar o Zayn.
  Ele sorriu em ver que eu estava envergonhada.
  - Claro, negação é o primeiro passo. - ele suspirou. - Não adianta esconde-er. - ele cantarolou. - Quando disse pra pensar em quem você amava, você pensou nos dois. Em Louis, você sorriu carinhosamente, deve não ser mais que um amigo pra você. Já quando ouviu a voz de Zayn... Não adianta esconder, mocinha. Seu coração bateu mais forte. EU estava te segurando e SEI disso. Ah, o amor jovem...
  Certo, eu estava parecendo um pimentão aquela altura.
  - Você quer parar com isso? - bati nele e ele riu beliscando as minhas bochechas.
  Uma névoa violeta rastejava pelo chão, contornando nossos pés. Imagens começaram a passar a nossa volta. Um dos três prisioneiros que estava comigo no dia que fui sequestrada. A luz agora batia no rosto dele. Era... Era Liam. Ele estava o tempo todo ali! Também estava amarrado à parede, porém, uma fita branca cobria seus olhos e sua boca. A pele dele tinha adquirido um estranho tom violeta. Tinha alguém bloqueando a minha visão, era Harry. “Para o pátio.” Fram as únicas palavras dele. Liam tentou lutar, em vão. Eram seis caras de uniforme e um que reconheci ser aquele que me acobertou no plano de fuga. Ele estava jogado em um canto da sala, morto. Liam conseguiu se desvencilhar da venda que lhe tapava a boca.
  - ONDE ESTÁ ELA? - ele gritou. - O QUE VOCÊS FIZERAM? ELA ESTAVA AQUI! - Liam socou os guardas e jogou seu sapato em Harry.
  - O famoso Liam. - ele mantinha um sorriso irritante nos lábios que já estava cansada de ver. - O primo tão querido de , estou certo? - ele sorriu encantadoramente. Aquelas covinhas eram tão perfeitas que quase sorriu em vê-las. A névoa estava entrando em sua cabeça.
  A cena mudou. Liam estava amarrado a uma cadeira de metal e secretamente, havia um prego escondido em suas mãos. Harry estava ao longe, dando início ao espetáculo. Eles iriam matar Liam. Não aguentava mais ver aquilo.
  - Foi tudo culpa minha. - uma lágrima escorreu do olho dele. - Harry me disse, se me matarem, ele vai poupar você.
  - É mentira! - quis gritar, mas ele não me ouviria. - Liam, a culpa não é sua... - continuei sentindo um nó crescer na garganta.
  - Eu... Eu falhei com você. - ele abaixou a cabeça e com o rosto molhado a levantou novamente. - Me desculpe, .
  Em um movimento rápido com a espada, a cabeça de Liam foi cortada e arremessada para longe. A névoa evaporou me deixando com a notícia de uma possível perda.
  - LIAM! - disse sentindo que iria entrar em desespero. - Eu, eu não sei o que fazer! Isso foi... Isso foi real? Não pode ser. Harry está me enganando! - levei a mão aos olhos. Ed colocou a mão gentilmente no meu ombro.
  - Você fez o que pode. Liam estava com o destino selado, não pôde evitar. - o encarei. - Afinal, - ele sorriu de canto. - Não tem como lutar com uma criatura tão poderosa quanto Harry. - Os olhos dele piscaram em um rápido violeta. - Não pode se esconder para sempre, docinho. Pare de fugir igual a uma menininha assustada e encare a morte certa.
  - Não... NÃO! - O empurrei. - TRAGA-ME LIAM! Você não vai vencer! Eu vou resgatá-lo! - Harry riu a forma de Ed mudou, seus olhos estavam azuis novamente, ele estava atordoado.
  - O que... Aconteceu? Ah - ele fechou os olhos. -, minha cabeça. O que aconteceu?
  - Harry. - senti um gosto amargo na boca. - Ele está brincando comigo. Sabe onde eu estou e me quer morta. Ed riu sem jeito.
  - Isso é novidade. - olhei séria para ele.
  - Está me chamando para batalha final. - engoli seco. - Além disso... Se eu não for, ele vai matar meus amigos. - desviei os olhos. - E eles são tudo o que eu tenho. Eu devo me sacrificar. Essa mensagem foi apenas um aviso. Liam está vivo, não sei como, mas consigo sentir que não perdemos tudo ainda. Que... - minha voz falhou. - Não perdemos nada ainda.
  Ed ficou em silêncio por alguns segundos.
  - Isso está errado! Somos parte dos sete, certo? Se ele está com seus amigos, eles provavelmente são um deles. Isso significa que... - Ed contou nos dedos. - Só precisamos achar os outros dois. Não vai conseguir salvar ninguém se morrer, não percebe? Se você é a combinação dos sete, estamos ligados a você. Se você morrer... - ele hesitou. - Todos morremos e...
  - Harry vence. - completei com desânimo.
  - Não temos um número exato, mas podemos fazer uma ideia de quem sejam. Aprendi a fazer um pouco de magia com a convivência neste lugar. - Ele mostrou os dedos e uma fumaça apareceu no centro de sua mão. - O primeiro dos sete é... - suspensórios apareceram na tela.
  - Louis! - respondi entusiasmada. Isso poderia funcionar.
  - O segundo... - uma gosma preta apareceu em sua mão. Ela tomava forma humana às vezes.
  - . - As seguintes imagens demonstraram água = Zayn, estar ensopado e se trocar de maneira rápida era um tanto suspeito. A fumaça se agitou em aprovação. Luz = Niall era um anjo. Uma pata. = só podia ser Edward. Ele ficou em choque com a notícia, mas disfarçou. Fogo = Seria... Liam? E o último mostrou um coração = deveria ser eu.
  A noite se passou calma naquele instante. Edward era um amigo legal. Agora havia pergunta que martelava em minha cabeça. O que aconteceu comigo durante o terremoto e por que Zayn agora não saía da minha cabeça? Eu não tinha tempo para viver um romance adolescente, eu nem sabia se Zayn gostava de mim. Pode ser tudo uma ilusão da minha cabeça. Zayn nunca olharia pra mim. Liam e Danielle. A ideia de atrapalhar o romance desses dois me parecia loucura agora. Liam estava fora de questão. Eu deveria estar louca de achar que eu nutria algum tipo de sentimento por ele. A vida toda Harry controlou minha vida, me fez achar que estava apaixonada por Liam sem nem me dar o direito de protestar. Ele bagunçou minha mente, criou uma ilusão. Eu nunca tinha nem se quer pensado em Liam. O motivo dos meus pesadelos eram porque ele estava lá. Se duvidar, é possível que Liam esteja vivendo sua vida normal, com Harry bagunçando a mente dele, fazendo-o pensar que eu estou ali. Mas Harry não seria tão generoso assim. Minha família deve estar desesperada procurando por mim. Ele pode ter bagunçado minha mente em relação a minha família, mas nunca em relação à escola. Ele nunca pensou em tocar em Zayn e Louis. O que eu senti em relação aos dois, era totalmente verdadeiro. Eu odiava os dois. O que Harry admirava. A partir do momento que eu começasse a processar algum tipo de sentimento de amor por Zayn, ele iria dar um jeito de acabar com isso. Durante os meses que Harry manipulou minha mente me fazendo pensar que estava apaixonada por Liam, mas eu estava apaixonada por Zayn! Era o Zayn o tempo todo.
  ”Você me odeia ? - Fiquei calada. - Você me odeia?”
  Aquelas palavras ecoavam em minha mente. Meus olhos começaram a arder. Zayn era o meu verdadeiro amor? Era isso que aquele coração significava?
  Fechei os olhos e me virei para dormir.
  Ed finalmente começava a fazer sentido ou eu poderia estar delirando.

Capítulo 19

  Louis Pov's
   - Irmãzinha querida! - ele forçou um sorriso. - Há quanto tempo!
  Anna balançou a mão no ar e Harry foi arremessado contra parede, quebrando-a. - Vejo que ainda guarda rancor. - ele resmungou tirando algumas pedras de cima de seu corpo.
  - Ah, isso vai ser bom. - comentei e Zayn riu. Harry olhou com desgosto para nós.
  - Por anos eu fiquei presa nesta forma de estátua, servindo de enfeite para você. Sem poder falar, andar ou me mexer, e você me vem com IRMÃZINHA QUERIDA? - Anna semicerrou os olhos, caminhando na direção de Harry. - Sabe como é querer coçar seu nariz e não poder? - ela choramingou. - Vendo você matar inocentes, perseguir aquela pobre menina, bagunçando a cabeça dela.
  Harry estava pronto para o ataque, mas Anna foi mais rápida. Em um movimento, fincou os pés dele no chão, com pregos. Ele deu um grito abafado.
  - Sabe qual o seu problema? - ela sentou-se em uma cadeira.
  - Diga. - respondeu seco.
  - Você é tolo demais. - Harry riu com tristeza.
  - Tolo?! Eu construí exércitos, multidões me seguem, tenho soldados ao meu dispor! Me diga você o que os torna melhor. O que vocês têm? Vocês não tem nada! Isso? - ele arrancou os pregos dos pés. - É inútil.
  As portas se abriram em uma explosão. Soldados caíram no chão e o lugar se encheu com uma luz cegante. Harry cambaleou para trás e Anna também. À frente, via-se uma adolescente montada em um tigre branco. Sua expressão era feroz.
  - O que nós temos? - ela riu e voltou a ficar séria logo em seguida. - Nós temos algo que você não conhece. - Harry arqueou as sobrancelhas. - Nós temos coragem, bondade, confiança e uma coisa ainda mais poderosa.
  Harry revirou os olhos.
  - E o que seria isso?
  Um sorriso ligeiro brotou dos lábios da garota.
  - Amor.

  Ed Pov's
  Acordamos cedo, o dia nem era dia quando levantamos. Ainda estava de noite, porém, ambos tínhamos o mesmo pensamento. Precisávamos ir o quanto antes ao castelo de Harry, para a batalha final.
   estranhou a ideia, mas a convenci a montar em cima de mim. Se fossemos a pé na velocidade em que aquela garota caminhava, não chegaríamos tão cedo.
  Em um total de 30 minutos, estávamos diante do castelo de Harry. Peguei impulso e bati contra a porta. Os guardas nem se importaram em proteger, simplesmente correram como bebezinhos assustados. Com a minha força e a mágica dessa garota, éramos invencíveis.
  A magia de era tão incrível, que assim que entrou no ambiente, iluminou-o com uma luz cegante, cheia de poder. discutia com Harry, eu rosnava para o inimigo. Ele achava que brincávamos?
   gritou e fomos com velocidade em combate a Harry. Eram sete contra um. Os amigos de estavam a salvo e o melhor, tudo dava a entender que tínhamos uma nova aliada. Uma aliada poderosa.

   Pov's
  A guerra estava declarada. Iríamos vencer, ou iríamos morrer lutando.
  Saquei minha espada e fui em direção a Harry. Ele... Bem, ele tinha um revólver. Mirou em mim e deu o tiro, desviei ele com a espada. Continuei seguindo em frente. Quanto mais tiros ele dava, mas eu avançava. Nenhuma bala poderia me deter.
  - Não acha que eu posso lhe acertar, quando eu quiser? - Harry sorria loucamente.
  - Não acha que está desperdiçando muitas balas? - rebati.
  - Nunca. - o revólver se transformou em uma espada de ouro. - Assim está melhor. - ele piscou e me atacou, arranhando minha perna. Gruni e mirei em seu braço com a espada, fazendo um corte profundo.
  - Já chega. - ele rosnou. Sua espada se transformou em um canhão e atirou em mim. Dei uma cambalhota no chão e cai atrás de uma pedra. Olhei em volta, Harry tinha colocado meus amigos em diferentes situações. Zayn e Louis estavam lutando contra serpentes enormes; Uma garota loira estava presa em uma bolha roxa, totalmente furiosa. Ed estava cercado por dragões. Peguei um escudo, desviei de todos os golpes. Se esses animais eram controlados por Harry, eu tinha que deter Harry, consequentemente detendo os animais. Era um plano louco, mas poderia dar certo.
  - Andou treinando, ahn, docinho? - ele estava ofegante. - Não vai ficar se escondendo durante toda a luta, vai? - fez biquinho.
  - Sabe Harry - peguei minha espada. -, você fala demais.
  Olhei para a palma das mãos e pensei em todo o fogo que poderia reunir. Eu estava lançando grandes bolas de fogo em direção a Harry. Sem efeito nenhum. Ele continuava intacto. Pensei em algo afiado. Grandes exércitos de vidro e outras coisas afiadas vieram em direção a Harry, que surpreso, pegou um escudo e se defendeu. Quando minha magia acabou, olhei para ele.
   Harry tinha o cabelo queimado e suas roupas rasgadas; Havia um corte abaixo de seu olho esquerdo. Completamente intacto. Ele sorriu:
  - Minha vez.
  Com um estalar de dedos, senti uma dor alucinante em uma das minhas pernas. Bati a cabeça no meio da arena. Harry havia quebrado minha perna, e no impacto, eu havia quebrado meu braço. Eu era mesmo um desastre.
  O tempo pareceu ficar mais lento. As lutas pararam. Rostos se viraram para ver, armas vieram ao chão, gritos, risadas, Harry caminhando para mais perto de mim, tudo ao mesmo tempo. Harry gargalhou.
  - Então é assim que vai morrer? - Harry fingiu estar chateado. - Não foi como imaginei... - ele suspirou olhando para mim e em seguida sorriu. - Mas serve.
  Tentei levantar, inutilmente. Tinha provavelmente quebrado o braço, e uma das minhas pernas. Não estava em condições de lutar, Harry percebeu isso, e agora estava tirando proveito.
  - Sabe, acho que falam muita coisa errada de você. - Harry deu um sorriso afetado. - Vai ver você não é realmente a   salvadora da pátria. Aquela que traria a paz.
  Minha visão foi ficando cada vez mais escura. Senti algo gelado no meu pescoço, a gargalhada de Harry, então... Apaguei.

Capítulo 20

  Abri os olhos em um lugar estranho. Um lugar humano. Eu estava deitada, com um roupão branco e fios me ligando a uma máquina. Onde eu estava?
  - Onde eu estou? - disse me levantando e notei alguém do meu lado. Minha visão estava embaçada.
  - Shh, deite-se. Ai meu Deus. - um adolescente disse ao meu lado. - , você está viva! - ele me abraçou. Só então pude reconhecer... Liam. Meus olhos arderam, o abracei na mesma urgência. A barba dele havia crescido, estava mais forte. Ele havia mudado.
  - Liam... Eu pensei que você estivesse morto! - solucei. - Como escapou de Harry? - enxuguei o canto dos olhos e o vi franzir a testa.
  - Quem é Harry?
  - O príncipe das trevas, oras! Aquele que queria me matar. - hesitei. - Que quer me matar.
  Liam me olhou com pena.
  - Onde estão Zayn e Louis? - senti as lágrimas voltando. Liam mantinha a expressão de pena. - Eles não sobreviveram, não é? - lágrimas rolavam pelo meu rosto. - E Edward? E Anita? E... ? - perguntei com um fio de voz. - Todos estão mortos? - repeti para mim mesma.
   Liam chamou a enfermeira.
  - Liam, você vai ficar aqui comigo, não vai? - engoli seco. - Ele está me procurando, por favor, fica aqui. - segurei o braço dele.
  - Hã... É melhor você descansar. - ele me soltou e caminhou em direção à porta.
  - Liam. - implorei. - E os meus pais? Onde eles estão? - meu rosto estava vermelho de tanto chorar. Liam se virou devagar e pude ver seus olhos marejados.
  - Seus pais? - ele engoliu seco. - Depois eu explico tudo. Você está cansada, está alucinando com coisas. - ele se aproximou beijando minha testa. - Você esteve fora do ar por dez meses, é comum estar confusa. - ele se afastou. - Boa noite.
  - Eu estive fora... Dez meses? - murmurei assustada. A enfermeira se aproximou. - Moça, me ajuda. Por favor. Não faz iss... - ela injetou algo na minha veia. Então eu apaguei.

  [...]

  Acordei com a minha cabeça latejando. Eu ainda estava aquele lugar estranho. Porém, estava escuro. Meu pescoço doía e tinha um curativo enorme nele. Tentei focar no relógio na parede, eram 22:30.
  Olhei para o lado e não vi ninguém. Eu estava sozinha em um hospital. Analisei meu corpo: Eu estava repleta de cortes e marcas roxas e amarelas nos braços. Não queria nem ver minhas pernas. Senti um corte profundo na minha panturrilha e ele estava doendo muito.
  Tentei me levantar. O impacto dos meus pés com o chão gelado fez o meu corpo todo doer. Arranquei aqueles fios de mim e andei com dificuldade até a porta. Fui seguindo os cochichos até uma área que imaginei ser a sala de espera. Avistei Zayn e Louis lendo.
  Quando Zayn me viu, seu rosto se encheu de alegria e preocupação. Ele correu para me abraçar. O abracei forte; Seu abraço era tão reconfortante. Em seguida, ele me beijou.
  Então meu ar se foi e eu apaguei.

  Acordei novamente no mesmo quarto. Desta vez, eu não estava sozinha. Ao meu redor, Louis, Zayn e Liam estavam me encarando.
  - Podem me explicar o que está acontecendo, ou eu vou precisar desmaiar de novo? - perguntei me sentando, ainda meio tonta.
  - Calma. - disse Louis, com a voz trêmula. Ele parecia estar a ponto de chorar. - Liam nos contou que estava sonhando com um tal de Harry.
  - Não estava sonhando! Eu vivi! Vocês também! - respondi e Liam começou a chorar murmurando. ''ela está falando nele. O que vamos fazer?'' Zayn o abraçou.
  - Como vocês derrotaram Harry?
  - - Zayn começou delicadamente. -, não tem nenhum Harry.
  - Tem sim! E ele estava querendo me matar!
  - Não. - ele hesitou. - você estava em coma.
  - Mentira!
  - Estava sim. - Liam fungou. - E tudo por causa de... - ele olhou de relance para Louis que encolheu os ombros.
  - , você estava em um carro, voltando de uma festa. - Zayn enxugou os olhos. - Tinha outro carro na estrada, Louis não viu ele chegando e vocês bateram.
  Flashbacks começaram a rodar a minha cabeça, nada se encaixava.
  - Não!
  - Sim. - Louis concordou soluçando. - me desculpa. Eu coloquei sua vida em risco. Já me acertei com as autoridades. Tudo vai ficar bem.
  - Não. Não pode ser. Eu vivi aquilo! - minha cabeça doía. Os meninos me olharam com pena. - Tudo um dia irá fazer sentido, . - eles deixaram a sala. Minha cabeça ardia.
  Tudo... Tudo foi uma grande mentira? Eu... Eu estava livre de Harry? Meu Deus, isso era ótimo! Era tão bom! Eu poderia estar machucada, mas estava livre! Oh, eu vou poder ser uma garota normal! Não tenho que lutar contra ninguém. Ah, tantos planos! Quando eu sair desse hospital eu vou...
  - Como está a minha querida paciente? - uma voz conhecida soou ao longe fazendo o meu sangue gelar.
  - Tudo como o combinado, doutor. - Ao longe, vi um homem vestido de médico, mas com estranhos e familiares olhos violetas. Não.
  - ZAYN! - gritei. As enfermeiras me seguraram. O doutor vinha ao longe com uma seringa violeta. - Você está delirando, docinho, Delirando. - Harry gargalhava.
  - Não... LIAM! LOUIS! SOCORRO! - gritei tentando me soltar das enfermeiras.
  - ! - Ouvi a voz distante de Liam. Um bando de enfermeiras fizeram uma barreira, deixando apenas Harry e eu a sós.
  - Achou que poderia me vencer? - Harry despejava as palavras enquanto tentava aplicar aquele líquido na minha veia. - Ninguém nunca pode me vencer. - ele sorriu amargamente e colocou a mão no meu pescoço. - Deveria pedir desculpas? - sorriu cínico. - Você está alucinando, amor.
  - Isso ainda não acabou. - respondi seca, sentindo ficar mais sonolenta. Eu tentava lutar contra Harry, mas ele estava um passo a frente. Ele sempre estaria.
  - Da próxima vez em que desafiar alguém - ele hesitou, parecendo haver compaixão em seus olhos, agora verdes. -, veja se não está sob os domínios do adversário. - sorriu docemente.
  - Eu vou te matar. - disse com dificuldade. Ele me olhou com dor.
  - Não percebe que eu já estou morto?
  Minha cabeça estava girando de dúvidas, eu estava sem reação.
  - Este hospital, está cheio de explosivos. - ele injetou o soro em minha veia. - Se eu morrer, docinho, você vem junto. - sussurrou.
  Ele se afastou de mim. Minha visão escureceu e o relógio rodava. Meus amigos pensavam que eu estava louca, como eu poderia ajuda-los? Droga, , por que você sempre tem que fazer alguma coisa?!
  Minha visão escureceu novamente, meus olhos pesavam. Seria esse o grande final da Escolhida?! Eu não posso morrer desse jeito tão estúpido. Só que agora, não tinha escolha alguma. O relógio apitou, em seus 5 segundos para a explosão. Senti dois braços me envolverem antes do grande impacto.
  Apaguei novamente incerta da onde estava, e dessa vez, não achei que iria acordar.

Fim. Será?



Comentários da autora


Então, leitores. Esse foi o grande final de A Last Tears. Por favor, não me odeiem. Foi ótimo escrever essa fic, vocês me apoiando e tudo mais. Amo vocês e estamos ai, certo? Falem comigo se quiserem uma possível... A Last Tears 2. Será que esse foi o fim? Hahahah Espero que tenham gostado.