After Tour

Escrita por Nicole Nicolak | Revisada por Lelen

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  "A banda americana All Time Low está vindo para o Brasil! Serão feitos vários shows em várias cidades diferentes. Nossos queridinhos passarão de Porto Alegre até Belo Horizonte entre 19 e 29 de Janeiro. O dia está logo ali, já comprou seus ingressos?"
  - Essas revistas de hoje em dia são tão... Idiotas. - foi ouvida uma voz quebrando o silêncio da sala de reuniões daquele prédio.
  Na sala encontravam-se três garotas. , e . As três e mais uma amiga, , tinham montado uma produtora de shows, que cresceu com muita prosperidade, e agora eram quem trazia bandas e mais bandas para o Brasil.
  - Mas olha também o que tu tá lendo, né? É a Capricho, elas falam como se as leitoras tivessem dez anos. - falou encarando a outra amiga.
   ou , como preferia ser chamada, era a mais velha de todas. Tinha 22 anos, mas mesmo assim não era considerada a mais responsável. Esse papel que havia ficado para , de 20 anos. Essa que sempre quis fazer faculdade de medicina e se tornar uma grande médica, fora convencida pelas amigas que essa sociedade daria muito certo, mas ela sempre diz que elas a venceram no "seremos mais famosas que o Gabe Simas." A idealizadora de tal projeto fora , de 20 anos também. A garota sempre teve o sonho de poder montar algo assim no Brasil, uma produtora que trouxesse shows realmente bons e com um intervalo de tempo menor e para mais cidades. Por ultimo, temos . A mascote da equipe tem apenas 18 anos. Assim que terminou o ensino médio, se juntou as amigas. É a "piada" do grupo, mas quando se fala em realmente trazer uma banda para o Brasil, a garota não desiste tão cedo.
  - Também não precisavam ridicularizar o All Time Low desse jeito, né? - falou rindo.
  - Né? Uh, All Time Low, nossos queridinhos, uh. - acompanhou em sua risada - Até parece que gostam da banda.
  Ouviram um celular tocando. Era o de . No que atendeu, ouviu um berro vindo o outro lado da linha.
  - ONDE VOCÊS PENSAM QUE ESTÃO? - Era .
  - Aqui no escritório... No prédio...?
  - Que bonito, né? E eu fico no aeroporto esperando as duas bandas sozinha? Eu não tenho espaço no meu carro pra dispersar toda essa multidão de fãs que estão aqui e...

  Enquanto falava, , e já estavam pegando suas bolsas, celulares e chaves de carro em seus respectivos escritórios e estavam correndo para o elevador. Em menos de cinco minutos já estavam na garagem do edifício, cada uma em seu respectivo carro.
  O trânsito de São Paulo não ajudou muito para que chegassem ao aeroporto rápido, o que fez com que cada uma recebesse ou uma ligação ou uma mensagem de texto de falando como elas eram irresponsáveis e coisas do gênero. Depois de 40 minutos, chegaram no aeroporto e seguiram para o salão de desembarque. Foi aí que viram a multidão que havia se formado ali. Havia mais de duzentas pessoas esperando que o "All Time Low" saísse do salão VIP em que estavam. As três passaram espremidas entre os fãs, às vezes tendo que gritar coisas como "eu sou da equipe" ou "ou eu passo, ou eles nunca mais voltam pro Brasil".
  Quando enfim entraram no mesmo, a única coisa que faltou foi acertar alguma coisa na cabeça de cada uma, mas não o fez pois os gurias das duas bandas e ainda a equipe estavam ali.
  - Afinal, cadê as vans que nós pedimos? - falou tento certeza que tinha pedido duas vans.
  - Só veio uma! A outra estava sendo usada por sei lá quem em sei lá onde. - falava, agora, um pouco mais calma.
  - Vamos separar assim nos carros, então. Pra não ter problema de fã correndo atrás de carros e blá. - começou - O Alex, o Evan e o Justin vão comigo no meu carro, já que ele é o mais discreto de todos. O Rian, o Matt e o Joshua vão no carro da . O Jack, o e o Jeff vão no carro da e o Zack, o Matthew e o Tony vão com a . - ela falou e virou-se para a porta para sair, mas fora chamada pelo Flyzik.
  As garotas tinham inglês fluente e conversavam, praticamente o tempo todo no idioma, até mesmo em seu escritório. Elas achavam que era um jeito "mais legal" de se comunicar.
  - Como vamos passar pelas fãs alí? - o tour manager da banda disse apontando para o lugar para onde se dirigia.
  Pelo vidro, eles podiam ver as fãs se apertando contra o mesmo e acenando, mandando beijos, tirando fotos. Não pareciam normais, ao ver de todos, nem ao menos das garotas brasileiras.
  - Podemos ir pelo portão de trás. Ele tem acesso ao estacionamento, não tem? Foi por lá que o My Chemical Romance escapou naquela vez. - falou e já começou a dar as coordenadas até tal portão e ir andando.
  Todos já a seguiam, mas quando chegaram ao estacionamento tiveram que correr para não serem alcançados pelas fãs. Logo todos já estavam em seus respectivos carros, indo em direção ao hotel da banda, onde parte da equipe que estava indo de van já estava.
  - Elas são todas assim? - Jack falou assustado, quebrando o silencio que estava no carro.
  - Quem? As fãs? São até piores, sem brincadeira. - falava e prestava atenção no trânsito - Uma vez nós estávamos tendo uma reunião pós-tour com o Panic! At The Disco, sabe-se lá como, elas conseguiram invadir o nosso escritório. Nós tivemos que chamar a policia pra tirá-las de lá.
  - Você não tá falando sério, né? - Jeff falou se enfiando entre os bancos dianteiros do carro querendo entrar na conversa.
  - Tô sim. Essas garotas brasileiras são todas atiradas demais, vocês vão ver. Às vezes até fica chato pra gente trazer as bandas e quando elas chegam aqui, vem umas gurias dessas ficam agarrando, arranhando.

  O papo continuou fluindo sobre como as fãs eram fora do normal e coisas do gênero.
  No carro de , ela e os meninos já conversavam como se fossem amigos desde a quinta série. Combinavam de sair em tal bar quando fossem para tal cidade e tudo mais. Eles já sabiam de metade da vida de , da produtora e das outras meninas.
  Os outros dois carros, de e de , chegaram primeiro no hotel e as garotas já foram cuidar de pegar as chaves do quartos e levar os meninos para a sala de reunião, onde elas informariam para todos quais os hotéis que ficariam, os dias de folga e coisas do gênero. Eles estavam em São Paulo e iriam para o primeiro show no Rio de Janeiro no dia seguinte.
  Depois de alguns minutos, todos já estavam na sala de reuniões e então começou com o mesmo discurso de sempre, quando elas recebiam alguma banda e algum imprevisto como esse acontecia. As desculpas, as promessas de que elas compensariam com um bom bar em alguma cidade muito divertida. Promessas essas que variavam de banda pra banda.
  - Ok, vocês vão tocar em oito cidades, como já devem saber. - falava agora e estava se dirigindo mais ao Flyzik do que a qualquer outro - A folga maior que nós conseguimos para vocês foi depois do quinto show, que serão dois dias de folga. Depois do terceiro show vocês terão um dia. As duas são no estado de São Paulo, mas uma é na praia e outra na cidade...
  Ela continuava dando-lhes todas as informações enquanto checava as vagas nos hotéis de todas as cidades e conversava com os seguranças deles e da produção. estava vendo se todos estavam salvos e vivos e ela ainda olhava se todas as malas e equipamentos da banda estavam ali.
  Quando terminaram todos os afazeres que tinham com a banda, deixaram cartões com seus celulares e telefone dos seus apartamentos com Flyzik e foram para o próprio escritório. O escritório das garotas ocupava todo o terceiro andar de um edifício de negócios no centro da capital paulista. Cada garota tinha sua sala própria e também tinham uma sala de reuniões, claro que também havia a recepção onde uma mulher que já estava nos seus 30 anos, Marina, trabalhava como secretária.
  - Acho que esse All Time Low vai nos dar trabalho, o Motion City nem tanto, mas o All Time Low... - falou sentando-se em uma das cadeiras que estavam em volta da mesa oval da sala de reuniões.
  - Trabalho como? Por causa das fãs? - falou dando de ombros - O máximo que pode acontecer é nós perdermos algum voo ou coisa parecida.
  - Vão te dar trabalho na cama, isso sim amiga. - falou entrando na sala fazendo com que todas rissem.
  - Não pra gente, né. Pra Lety e pra Lallie tudo bem... - começou, mas fora interrompida.
  - O Flyzik praticamente implorou pra que não permitam nenhuma groupie ou coisas do tipo nessa tour. Ele não quer encrenca pro meninos aqui no Brasil, sabe? - falou e dirigiu-se a porta - Bem, tô indo pra casa. Cheguem no horário amanhã no aeroporto, ok? O vôo é às nove da manhã. Não. Se. Atrasem.


  No dia seguinte, e esperavam todas as duas bandas no hotel para ir com eles até o aeroporto, onde eles se juntariam com e e então iriam para o Rio de Janeiro.
  - Ligou pra lá pedindo policiamento? - falou cutucando .
  - Ligar pra onde pedindo o que? - eram oito horas da manhã e a outra não tinha ido dormir nada cedo na noite anterior.
  - Pro aeroporto do Rio, . Pra pedir policiamento por causa das fãs! Será que eu tenho que fazer tudo sozinha?
  - Nah, ah. Isso. Eu liguei ontem antes de sair do escritório. Tá tudo bem, calma. - ela riu - Dá onde tu tá tão nervosa assim? Nem com o McFLY tu ficou assim tão nervosa, e olha que o Tom tinha vindo pra cá solteiro, hein. - riram juntas.
  - Sei lá... É que, tu sabe, o All Time Low é uma das bandas preferidas de nós quatro. Eu não quero que nada dê errado dessa vez e nós já começamos com o pé esquerdo.
  - Nem em sonho, aquilo só serviu pra aproximar todo mundo, já pensou assim? - foi andando para trás - Tem que aproveitar o momento, . - e esbarrou em alguém.
  Quando a garota virou-se para ver quem era, notou ser Zack, do ATL.
  - Ups, foi sem querer. - sorriu sem graça.
  - Tudo bem, tudo bem. - ele sorriu - Sabe se tem algum lugar bom aqui pra eu pegar um café? Sabe, eles estavam todos loucos lá no hotel, então eu peguei um táxi.
   olhou de Zack para , que já teclava furiosa no seu celular. E fez um gesto com a cabeça como se estivesse dizendo para ele a seguir.
  Eles foram andando até uma cafeteria no aeroporto mesmo, uma em que as meninas sempre paravam para pedir alguma coisa. Zack pediu um café e o obrigou a provar um pão de queijo dizendo que era a "melhor coisa do mundo". A garota apenas pediu um suco. Escolheram uma mesa e sentaram-se para esperar o horário do voo.
  - Então, vocês esperavam toda aquela recepção das fãs ontem no aeroporto? - ela falou para quebrar o silêncio.
  - Na verdade a gente achava que ia chegar e pegar um táxi ou uma van até o hotel como a gente faz em qualquer lugar. Sem ninguém reconhecer a gente nem nada. Mas daí nós chegamos lá e aquela outra menina, a , tava lá esperando a gente e disse que não podíamos sair da sala VIP até vocês chegarem. Foi muito engraçado, na verdade. O Alex e o Jack ficaram procurando o nome de vocês no Google.
  - Sério? Esses dois realmente não têm mais nada pra fazer.
  - Na verdade eles já fizeram coisas piores, muito piores. Uma vez, quando estávamos em Baltimore de férias eles levaram garotas de programa pra casa do Rian e deixaram as garotas esperando ele no sofá, só que quem chegaram foram os pais dele. Melhor foi na hora de explicar que era uma brincadeira do Alex e do Jack, mas né. Uma hora todo mundo se acostuma.
  - Coitado do Rian, pelamor. Imagino o quanto nós vamos presenciar nesses dez dias com vocês, vou andar de armadura completa. Com direito a escudo e espada.
  Ficaram conversando e rindo por pelo menos meia hora, até o celular de tomar, ela atender e ser avisando que elas já tinham feito o check-in de todo mundo e logo iriam embarcar. Os dois desceram até a sala de espera onde todos já estavam os esperando e, depois de alguns minutos, embarcaram no vôo para o Rio.
  A loucura só tinha acabado de começar.


  Já no avião, optaram por deixar cada guri da banda com uma das produtoras para eles tirarem alguma dúvida ou algo do gênero. As meninas haviam corrido atrás de alguém para cuidar dos shows do Motion City, uma produtora que trabalhava sozinha e que era parceira das meninas, Jully.
  - Então, tem um bar ótimo lá no rio e eles... - falava com Alex sobre a "noite" do Rio de Janeiro, onde eles poderiam ir após o show, caso estivessem dispostos.
  - , você não toma jeito mesmo, né? - se projetou pra frente em sua poltrona, cutucando que estava na poltrona da frente.
  Imediatamente olhou para trás fazendo uma cara feia para , fazendo ela, Alex e Rian, que estava ao lado de , rirem.
   conversava com Jack, por incrível que pareça, sobre o novo álbum que os meninos estavam trabalhando com. Jack até parecia mais inteligente quando conversava com , foi o que Zack comentou com fazendo com que passassem minutos rindo.
  Depois de longos minutos, quase uma hora, já estavam no Rio de Janeiro. Por incrivel que pareça, haviam no máximo dez fãs lá, que os garotos decidiram parar para atender. teve seu um minuto de fama quando uma das meninas que estavam lá reconheceu ela como "produtora do show do The Used" e até pediu pra tirar foto com ela. , e não cabiam nelas mesmas, de tanto que riam das caretas que fazia para a menina.
  Quando chegaram no hotel, deram de cara com mais algumas fãs, essas que não foram atendidas porque as meninas da produção precisavam fazer uma outra reunião "daquelas chatas", como era apelidada por elas, e já estavam atrasadas por causa do aeroporto.
  Durante a reunião, todos já estavam bebendo alguma coisa alcoólica. Nada profissional, elas sabiam, mas usaram a desculpa do Jack de estar com sede e mandaram que trouxessem algumas caipirinhas para que eles experimentassem e então só pararam uns 40 minutos depois quando deu um grito de chega.
  Os show que fizeram no Rio de Janeiro fora o mais calmo de todos eles, em todos os sentidos possíveis. Só o publico que fizera bonito, mas fora isso, não tiveram problemas com hotel, avião, fãs malucas, qualquer coisa que pudesse matá-los ou blábláblá.
  Nem sequer tiveram uma "after party" naquele dia. Estavam todos de um certo modo, cansados. As garotas estiveram terminando os últimos ajustes com os hotéis das outras cidades, assim como a segurança e os vôos.


  No dia seguinte, Jack fora o primeiro a acordar e, como não sabia uma frase em português e não achava uma alma online em seu twitter, decidiu bater em uma das portas das produtoras. Pegou o cartão que tinha com o celular de todas e, como elas haviam colocado depois, o numero dos quartos e foi bater nas portas. Lembrou que não devia chamar de jeito nenhum, pois ela avisou que não queria ser acordada antes do horário combinado, e que se fosse haveria morte.
  Bateu primeiro no quarto de , animou-se quando ouviu barulho de movimento no quarto e quando viu que a porta se abria.
  Já , que não sabia como nem porque tinha levantado, abriu a porta, fez uma careta e apontou para mais adiante no corredor.
  - Procura a próxima! - e praticamente bateu a porta na cara de Jack, voltando a dormir.
  Jack apenas riu da própria desgraça e voltou-se para o próximo quarto. .
  Bateu. Ninguém respondeu. Bateu de novo e nada. Chamou por ela e depois de alguns segundos sentiu seu celular vibrando. Era uma mensagem dela, como o visor indicava. "Não importa se o prédio tá pegando fogo, me deixa dormir!!!!"
  Riu novamente e seguiu para a próxima, . Já esperava levar uma portada na cara ou algo do tipo, mas quando bateu na porta ela se abriu. Ele aproveitou a oportunidade para colocar a cabeça pra dentro do cômodo e chamar por .
  - No banheiro! - ela falou meio embolado fazendo-o deduzir que ela estava escovando os dentes.
  Quando ela saiu, já vestia jeans, uma camiseta e estava de havainas. Os cabelos soltos e bem arrumados. Andou em direção ao notebook que já estava aberto em cima de uma mesa no canto do quarto e sorriu para ele, assim que sentou-se na frente do mesmo e começou a teclar.
  Ficaram em silêncio por alguns segundos, Jack se esquecendo o que havia ido fazer alí.
  - Então, senhor Barakat, o que o traz ao meu quarto às... - parada para checar as horas - sete e meia da manhã? Acho que o combinado de acordar ela só daqui meia hora.
  - Era... Mas é que eu fiquei sem sono, sabe? E queria comer alguma coisa... Daí eu vim atrás de alguém que soubesse falar "Por favor, me dê um sanduiche e café com leite" ou algo do tipo em português. - ele falou e ela riu.
  - Não me diga que você passou no quarto de todas elas antes, por favor. - ela falava rindo.
  Sempre que saiam em turnê com alguma banda e alguma coisa parecia acontecia. Elas iam dormir no mesmo hotel que a banda e colocavam no ultimo quarto do corredor, sempre fazendo com que, mesmo sem saber, passem pelo quarto dos "três leões ao acordar", como foram apelidadas por Jack depois.
  - Só não fui no da ... - ele falou fazendo um bico sem entender do que ela tanto ria.
  - Não ligue para o mal humor delas e ainda bem que tu não foi no dá . Pelo que eu sei, a é educada e não fala nenhum "sai daqui, porra". A sempre exagera dizendo coisas do tipo "foda-se o seu mundo caindo, tô com sono"... Mas já a , ah. Se ela te acertar um soco, eu já acho pouco. - falou dando de ombros e voltando a se concentrar na tela em sua frente.
Silêncio de novo.
  - Que tu tanto digita aí? - Jack decidiu tentar puxar assunto.
  Ele já não estava mais com fome e não queria mais saber do seu sanduiche ou das outras meninas, ou como eram ao acordar. Estava ali e estava interessado por aquela que simplesmente não dava bola nenhuma pra ele e estava o trocando por um notebook.
  - O cronograma de hoje. - ela falava sem tirar os olhos da tela.
  - E como se faz isso? - ele fez uma careta de duvida e ela somente levantou os olhos para olhá-lo.
  Riu novamente e o chamou para sentar-se ao seu lado. Ele pode perceber uma planilha aberta com vários horários, valores de hotéis, nomes de cidades, de coisas que pareciam bares e milhões de horários de vôos.
  - Assim, óh. Eu preciso organizar isso e mandar um pro Matt e um pra cada uma das meninas. Preciso colar tudo que vai acontecer hoje e o que é provável que aconteça. Por exemplo, às oito horas o recepcionista foi avisado que ele terá que ligar para todos os quartos acordando todos. E é claro que uns dez minutos antes eu tenho que ligar avisando ele de novo. Daí todos tem que estar prontos pra tomarmos café as oito e vinte e cinco, lá em baixo. Depois, nem subimos, já vamos direto ao aeroporto, de onde pegamos o vôo das nove e quarenta e vamos para Florianópolis.
  - Haja organização... E paciência. Sério, parabéns. - Jack falou rindo - Eu não conseguiria fazer isso nem depois de trezentas tentativas.
  - É fácil depois que você pega o jeito... Sem falar que eu tenho medo de deixar nas mãos delas. Vai brotar milhões de bares, de festas, de shows de outras bandas e até cidades que não estão no cronograma da turnê.
  - Não vai me dizer que já aconteceu?
  - Já, quando o Avenged Sevenfold veio. Eu não sei qual delas foi, mas eu sei que no dia de folga da turnê nós estávamos indo para Buenos Aires, visitar os bares de lá. A apaixonada pela Argentina é a , mas ela jura de pé juntos que não encostou um dedo naquele cronograma. - ela suspirou e el riu.
  - Mas pelo menos deu tudo certo... Não deu? Digo, vocês conseguiram voltar e tal?
  - Ah, isso sim. Eles tinham três dias de folga e na volta tocariam em Porto Alegre, que é uma cidade até que "mais perto" de Buenos Aires, mas né. Eu entrei em desespero.
  Ouviram umas batidas na porta e logo viram entrando pela mesma. Jack só a olhava divertido e confusa.
  - ... Quarto errado... - Jack falou olhando pra ela.
  - Nem teu esse quarto é, oh você. - a olhou repreensivamente e só deu-lhe de língua - Eu preciso daquela blusa da produção, . Diz que a minha tá contigo, por favor, por favor, por favor.
  - Tá na tua bolsa, eu coloquei lá no escritório. Tu tinha deixado ela lá em casa, né.
   sorriu e mandou um beijo "no ar" para . Saiu gritando um "obrigada, sua linda".
  Quando entrou no quarto da outra, era porque o recepcionista já tinha acordado todos e, com certeza, ela estava atrasada pois tinha esquecido alguma coisa e estava se matando de procurá-la.
  Jack esperou que enviasse o tal cronograma para todos e que desligasse seu notebook, para que então descessem e fossem tomar café.
  No elevador, deram de cara com uma sonolenta que segurava o notebook e estava com o iPod pendurado no mesmo pelo cabo USB.
   riu e fez uma careta para ela. Usou a desculpa de que tinha que arrumar a lista de músicas o iPod e que tinha que checar os emails... E estava fazendo tudo ao mesmo tempo pra não se atrasar, mas ao mesmo tempo já estava atrasada. Típico.
  Quando chegaram no restaurante do hotel, encontraram com , Alex e Rian.
  - Bom dia, belas adormecidas. - Alex falou com um largo sorriso.
  - Boa madrugada. - murmurou e deixou o notebook na mesa ao lado deles e saiu a procura de um suco e cookies.
  - Não liga, ela é sempre assim. Depois de comer o humor chega. - falou.
  - Se isso ao menos fizesse sentido... - comentou e logo viu chegando com Matt e eles discutiam o cronograma.
  Matt estava tendo problema em entender em qual parte, no cronograma, eles iriam fazer a passagem de show e praticamente esfregava a folha na testa dele falando que estava escrito ali, "bem aqui, às 16h35min!" como ela dizia.
  Zack desceu com Evan e Jeff bel acertada na cara deles, por exemplo. Elas não se importavam se eles eram o ATL ou não, elas não mudavam a personalidade delas por causa deles. Riam das besteiras deles e quando não tinham graça, simplesmente não riam e ainda falavam que eles estavam sendo idiotas. E isso estava começando a encantar os meninos.


  Quando chegaram em Campinas, foram direto para a casa de show passar o som. As garotas corriam de um lado para o outro, pois de algum jeito a segurança havia sumido e os ingressos que eram para estar na bilheteria não tinham chegado ainda.
   discutia com o gerente da casa de shows por telefone, ligava para a polícia pedindo auxilio na segurança, ligava para freneticamente para a empresa de segurança que trabalharia ali naquele dia e procurava algum lugar que pudesse fornecer os ingressos para eles, pois muitas pessoas ficaram de retirar os ingressos na bilheteria naquele dia... E elas só tinham meia hora.
  Depois de passar o som das guitarras, Alex e Jack sentaram-se no palco e assistiam a correria das meninas. Volta-e-meia alguma delas passava por ali correndo ou gritando com alguém, chamando alguém. Alguma coisa do tipo. Os dois chegaram a gargalhar quando as quatro se encontraram no meio da pista da casa de show, sentaram-se e confirmaram que tudo estava certo.
  Terminaram de assistir a passagem de som e foram para o hotel onde todos eles dormiram até a hora do show, estavam possuídos pela ressaca de Florianópolis e ainda por cima as meninas tinham tido aquele problema no meio da tarde.
  O show correu bem, as meninas reencontraram os meninos do Replace os quais elas ajudaram a crescer por insistência de , que tinha algumas amigas que eram mega-fãs dos meninos. "Não são tãão bons, mas também não é ruim, poxa", ela costumava dizer.
  Quando chegaram ao hotel, após o show, deram de cara com as duas groupies mais amadas do Brasil, se é que me entendem. Lallie e Lety. As meninas não suportavam as duas, pois achavam que elas só conseguiam acabar com a imagem do Brasil, e o ódio só piorava com o fato de elas serem amigas do tal do Gabe Simas. Ficaram aliviadas quando Matt simplesmente expulsou as meninas do hotel, pedindo para que a segurança não as deixasse ficar no hotel em que eles estavam, mesmo que tivessem que pagar outro para elas. Matt não queria ninguém que não fosse da equipe e que "ele fosse com a cara" enchendo os meninos.
  , , e não sabiam se podiam rir ou não na hora em que viram Matt fazer isso, então simplesmente sumiram no hotel, indo para o quarto de e se acabando de rir.
  - Acho bem feito pra elas, sem mais. - começou.
  - Tava mais do que na hora de elas levarem um ponta-pé. - falou e se jogou na cama rindo.
  - Isso só prova que o reinado do Simas esta acabado, meninas. - falou séria - Nós mandamos nessa bodega agora, eaê!
  Não conseguiram parar de rir por um bom tempo.
  Já mais para frente naquele mesmo corredor, os meninos da banda estavam reunidos no quarto de Alex. Jack e o loiro, agora de madeixas roxas, estavam deitados no chão. Zack sentado em uma poltrona e Rian na cama.
  - Eu sei que o Matt tinha falado que elas eram bonitas e legais e que não era pra nós começarmos a gostar delas, mas poxa... Elas tem algo que, sei lá, parece que falta nas outras! - Rian falou se referindo as produtoras.
  - Não é? O jeito que elas nos tratam e tudo mais. Vai ser meio foda quando a turnê acaba-
  - Sem pensamento negativo! - Jack cortou Alex - Nós podemos levar elas com a gente, que tal?
  - Jack... Elas tem uma vida aqui, lembra? E uma produtora pra lá de famosa. - Zack começou - Elas até conseguiram desbancar o Simas e agora ele não passa de um DJ por aí... Me assustei hoje na van quando a virou e perguntou do que a gente tava rindo. Achei que ela tivesse ouvido a nossa "brincadeira".
  - Nunca mais brincaremos de dizer o nome das gurias que estamos afim perto delas, fechado? - Rian falou fazendo todos rirem - Pelo menos assim nós sabemos que não estamos dando em cima da mina de nenhum, né. Cada um preferiu uma, credo.
  - Tô te falando... Essas brasileiras tem alguma coisa no sangue, cara!
  Continuaram conversando e rindo noite a dentro, o ATL e as meninas também. Cada grupo em seu quarto. Quando já passava das três da manhã se arrastaram para os quartos. e Rian acabaram se esbarrando no corredor, pois foram os primeiros a voltar para seus quartos. Apenas sorriram um para o outro e desejaram um boa noite simpático. se surpreendeu quando Rian se aproximou para dar-lhe, achava ela, um beijo na bochecha e acabou acertando o canto de seus lábios.


  No dia seguinte os meninos teriam o dia de folga, então deixaram para dormir até tarde. Já as meninas, acordaram depois das dez e foram direto para a piscina. Não tinham planejado nada para a folga deles daquele dia ainda e decidiram fazer uma "festa na piscina". Fecharam a piscina do hotel para todos eles e pediram comida e bebida.
  Quando o relógio marcou 12:30h, foi até a recepção pedir para que ligassem para os meninos os acordando e avisando que descessem para a piscina que elas estavam esperando.   Em menos de vinte minutos os meninos já estavam na piscina junto com elas e bebendo mais ainda.
  Eles pulavam na piscina com garrafas de cerveja na mão, abraçados em uma das meninas ou simplesmente imitando algum tipo de bicho desconhecido. Rian e estavam sentados na borda da piscina, os dois já tinham bebido bastante como todos e agora conversavam sobre qualquer coisa. e Alex estavam em um dos cantos da piscina, ela com as costas encostadas na parede da mesma e ele pressionava o corpo no dela em meio a um beijo. e Jack estavam sentados em uma espreguiçadeira, ela com as pernas dobradas e ele na ponta, conversavam sobre qualquer coisa que nenhum deles sabia o porque. e Zack bolavam algum plano maligno para fazer o beijo de e Alex terminar de maneira engraçada.   Foi então que a mais nova pegou o balde de gelo, colocou um pouco de água da piscina e com a ajuda de Zack, jogou no meio do casal. e Alex saíram imediatamente da piscina e corriam atrás dos outros dois em volta da piscina.
  Rian aproveitou a bagunça para sair dali sem chamar muita atenção e é claro, levando com ele. Levou a menina pelo braço até o salão de jogos do hotel, que era ali ao lado da piscina. Quando ela abriu a boca para falar-lhe algo, ele simplesmente avançou e beijou-lhe os lábios. Primeiro selou os dele com os dela, fazendo uma pausa para ver qual fora a reação dela. que não sabia o que dizer, simplesmente puxou Rian para que voltassem com o beijo.
  Não sabem quando tempo ficaram ali perdidos em meio aos beijos em que estavam intercalando com sorrisos um para o outro, mas sabem que quando voltaram para a piscina, já de mãos dadas e sorrindo feito bobos, os outros tinham arrumado uma caixa de som.
   e dançavam com Zack e Alex, respectivamente, qualquer música que tocasse. A atual parecia ser "Hips Don't Lie" da Shakira. e Rian não conseguiram segurar o riso e logo já estavam dançando com eles. estava se recusando a sair da sua zona de conforto que era aquela cadeira para ir dançar e possivelmente "quebrar a perna", como ela dizia. Mas depois de muita insistência de Jack ela se rendeu e então fora dançar com os outros.
  Devia passar das 20 horas quando decidiram subir para algum dos quartos, pois segundo Alex, todos iriam murchar até virarem ameixa se continuassem lá em baixo na piscina. Foram então para o quarto dele, já que ele fora o dono da ideia.
  Já no quarto, decidiram que jogariam "eu nunca". Definiram uma ordem e começaram. Alex e estavam deitados na cama, e Rian numa poltrona e por incrível que pareça nenhuma das mentes geniais alí havia percebido que os dois estavam tendo algo, e Jack estavam sentados em "pernas-de-indio" e chegavam a ser engraçados um ao lado do outro, Zack estava sentado com as pernas estendidas e tinha a cabeça deitada em seu colo.
  O jogo começou com .

  - Ok, eu nunca... Deixa eu ver. - pausa para o pensamento lento pelo alcool - Eu nunca dormi no chão.
  - , como você é radical! - falou fazendo todos rirem e fazendo com que lhe mostrasse o dedo do meio.
  - SOU EU, PÁREM DE RIR! - Jack falou alto para que todos ficassem quietos - Eu nunca beijei o Alex.
  As três meninas olharam para ele espantadas e logo depois caíram na risada. Depois dele era a vez de .
  - Eu nunca lavei o carro com um copinho... Né ?
  - Mas eu nunca la... Oh, espera. ! - mostrou-lhe a língua.
  Eles mal conseguiam falar de tanto que riam a cada "eu nunca" que era revelado alí.
  - Eu nunca tive uma foto minha pelado revelada na internet. - foi o que Zack falou quando ficou sem opção alguma.
  - E corre esse perigo ainda? - Rian perguntou.
  As meninas realmente não entendiam o que ele queria dizer com aquilo, mas fingiam que estavam totalmente dentro do assunto.
  - Nah, eu acho que não. - pausa para o silencio de todos - OK! Quem é o próximo?
  Ficaram jogando "aquele negócio", como o jogo fora apelidado por Rian depois, até quando já passava das duas da manhã. Foi então que Matt praticamente tentou arrebentar a porta do quarto mandando que todos fossem dormir porque eles tinham que viajar no dia seguinte e atrasos não seriam tolerados. Ao terminar de falar, ele recebeu uma careta de e um xingamento de cada um dos que iam passando pela porta. Rian "levou" até deu quarto, indo de mãos dadas com ela até a porta do mesmo e dando-lhe um selinho de boa noite, só então que os outros perceberam que eles estavam juntos e ficaram cantando algo que parecia ser "com quem será" por mais uns dez minutos.
   dormiu com Alex de novo naquela noite usando a desculpa de que estava cansada demais para ir para o seu quarto.
  Jack e despediram-se com um beijo no rosto e um simpático "boa noite" com um sorriso e foram para lados opostos no corredor.
  Zack carregou até a porta do seu quarto, quando a colocou no chão trocaram olhares e ameaçaram um beijo, mas Jack agarrou Zack pelo braço e o arrastou para o outro lado do corredor com ele falando um "Agora não amigo, deixa pra outro dia" fazendo rir e somente acenar para eles.
  A ressaca deles no dia seguinte também fora uma das mais pesadas.


  Foram praticamente arrancados de suas camas por e Matt às sete e meia da manhã. Saíram do hotel e chegaram no aeroporto com as caras mais fechadas possíveis e óculos de sol para esconderem as caras de sono e, também, para poderem dormir em qualquer canto possível.
   e Alex estavam sempre juntos, agora. Andavam de mãos dadas, se abraçavam na frente de fãs e fingiam que não existiam. Até chegaram a dar um selinho porque uma fã pediu, super normal. e Rian já eram mais discretos. Somente andavam de mãos dadas, ou juntos. Sempre sorriam um para o outro, chegavam a escorrer fofura, coisa que Jack havia dito. Jack fazia questão de não desgrudar de e de nunca perder uma piada, adorava o sorriso da garota e o som da risada dela. Ele confessou para Alex que a imagem do sorriso dela e o som de sua gargalhada conseguiam que ele ficasse hipnotizado... Coisa essa que Alex ficou zoando por horas e horas. e Zack pareciam "melhores amigos com benefícios", conversavam sobre tudo, riam de tudo, pregavam algumas peças nos outros, mas era possível ver nos olhos deles que não eram só isso que queriam.
  Já no aeroporto tomaram praticamente litros de café para ver se conseguiam se manter acordados pelo menos até entrarem na aeronave, o que não adiantou muito pois metade deles dormiram na sala de espera e no vôo também.
  Chegaram a Belo Horizonte, a próxima cidade da turnê, no horário de almoço. O que significava que tinham que achar logo um lugar para comer ou alguém ia começar escândalos dizendo que morreria se não comesse naquele instante. No fim, foram para o hotel e , Matt, e Evan foram buscar lanches do Burger King em algum shopping da cidade. Eles disseram que foi impagável a cara que a balconista fez quando eles disseram o tamanho do pedido que fariam.
  De volta ao hotel, juntaram todos numa das salas de reunião do mesmo e comeram lá, pois muitas fãs tinham se hospedado no mesmo hotel que eles e eles estavam tendo problemas para andar pelo mesmo e coisas do tipo.
  Comeram, dormiram por menos de uma hora e já foram para a casa de shows passar o som, afinar instrumentos, se arrumar, aquecer, qualquer coisa que quisessem fazer antes do mesmo.   Duas horas antes do show, eles estavam no camarim sem fazer nada. Os meninos tomavam energéticos e as meninas qualquer tipo de refrigerante que achassem pela frente. Estavam completamente cansados e não se assustariam se fossem dormir assim que chegassem ao hotel. Mas uma surpresa brotou para eles logo que Matt abriu a porta chamando por .
  - Ei, tem algum DJ na programação do show? Digo... Depois da banda de abertura? - ele falava com a folha da programação diária na mão.
  Ela olhou para ele com uma cara confusa e correu para a mesa em que estava seu notebook, abrindo a programação do dia e constatando que não havia DJ nenhum da mesma.
  - Aqui não diz nada... Quem tá aí?
  - É um tal de Gabe Simas... OH! - então Matt finalmente lembrou de onde conhecia aquele nome.
  As garotas explodiram em uma risada e então as quatro foram com Matt para onde Simas estava esperando a resposta de que ele estava SIM na programação do show.
  - Olá Simas! - elas falaram em uníssono.
  - Quarteto de horrores. - ele falou de cara fechada, esperava que qualquer um estivesse produzindo o ATL no Brasil, menos as meninas que o derrubaram.
  Simas tinha um imenso ódio delas, pois como ele elas subiram muito rápido, mas a diferença é que elas eram mais simpáticas, mais eficientes e mais bonitas, portanto acabaram se dando melhor do que ele e crescendo cada vez mais... Então, roubando o lugar de Simas deixando-o desempregado e tendo que correr para a carreira de DJ.
  - Querendo se infiltrar na nossa produção com algum plano maligno? - falou sorrindo somente com o canto dos lábios.
  - Nah, . Vim aqui porque o dono da casa é meu amigo e pediu que eu tocasse aqui hoje. - ele falava com um ar superior, como se fosse o rei do mundo.
  - Não acredito que você veio até aqui só pra tocar antes do show do ATL, mas tudo bem. - falou dando de ombros, virando as costas e saindo. Gritou enquanto voltava para o camarim - Deixa ele entrar, Matt. Ele toca depois da banda de abertura e vai ter só três musicas, nada mais. Se ele ousar tocar quatro, eu mesma subo lá e acabo com o showzinho dele.
  As três que ficaram se entreolharam e explodiram em risos, quando o ataque terminou repetiram as ações de voltando para o camarim com os meninos do ATL.
  O show em BH correu bem. Nenhum stress com a casa, com os seguranças, com as fãs ou com o Simas, o que já deixou as meninas muito felizes.
  Dormiram cedo, como esperado, e no dia seguinte partiram para Guarujá.


  - É aqui que tem praia? - Jack falava com a cara praticamente grudada na janela do avião fazendo com que risse ainda mais.
  - É Jack, é aqui que tem praia. - ela falava tentando para de rir.
  - E você vai me levar lá, né? - ele já tinha se virado e agora a olhava fundo nos olhos.
  - Claro, nós podemos chamar todos e-
  - NÃO! - ele a interrompeu - Eu quis dizer... Tipo... Só eu e você, sabe? Você me leva? - ele corou imediatamente e parecia estar muito sem jeito.
  , que percebeu o quanto o guri estava com vergonha, tratou de não rir. Apenas sorriu e se aproximou um pouco mais dele, dando-lhe um selinho no canto dos lábios e sussurrando um "eu levo, Jack". Ele não sabia o que fazer, muito menos como esconder o sorriso que havia se formado em seus lábios. Jack estava bobo de felicidade por ter conseguido um "mini-beijo", como ele tinha apelidado aquilo, de e ainda iriam para algo que parecia ser um encontro, pra ele.
  Chegaram a Guarujá e foram para o hotel, almoçaram e foram para o lugar que seria o show. Não queriam muita distração naquele dia, pois teriam os dois próximos dias de folga ali.
  O show foi ótimo, de novo, de novo e de novo. Quando estavam voltando para o hotel, uma menina parou e Alex para dizer-lhes que eles formavam um casal realmente muito bonito e pediu para tirar uma foto com eles, ela era uma fã. No princípio recusou a foto, mas então Alex praticamente a agarrou e a obrigou a tirar a foto. No fundo da mesma podia-se ver o resto da turma rindo da situação.
  Jantaram e depois ficaram no bar do hotel até a hora que achavam que deveriam ficar, mas não beberam demais ou coisa do tipo. Estavam comportados conversando... Coisa que qualquer pessoa que conhecesse a banda e as quatro produtoras estranharia quando visse e acreditaria que era mentira assim que ouvisse.
  No dia seguinte, Jack bateu cedo na porta de para que ela o levasse para a tal praia. Acabou que a menina não havia acordado ainda e então ele teve que ligar para o celular dela pra acordá-la.
  - Alô...? - ela atendeu com uma voz sonolenta.
  - , é o Jack.
  - Jack? - ela sentou-se na cama e já ia correndo pro banheiro lavar o rosto - O que aconteceu? Alguém se machucou? Alguma coisa aconteceu de grave? Meu Deus, Jack, o que foi?
  Ela já tinha lavado o rosto, prendido o cabelo num coque bagunçado e já estava trocando de roupa quando ouviu ele rindo do outro lado da linha.
  - Não aconteceu nada, . Eu tô aqui do lado de fora da tua porta, sabe? Queria saber se tu quer ir agora cedinho pra praia.
  Ela riu ao olhar para o relógio e notar que o cedinho dele já passava de nove e meia.
  - Vamos, só deixa eu por meu biquíni. Espera aí.
  Desligaram o telefone e ela terminou de se arrumar. Colocou um biquíni verde e jogou uma saída de banho branca por cima. Jack estava somente com uma bermuda. Ela não se preocupou em levar o celular ou alguma coisa do tipo, sabia que Jack estava levando o dele... Ou se não, saberiam onde eles estavam.
  - Vamos? - ela abriu a porta e deu de cara com um Jack sentado no meio do corredor - Demorei?
  Ele "analisou" o look dela e abriu um imenso sorriso.
  - Que nada... - falou puxando ela pela mão depois que ela terminou de trancar o quarto - E você está linda, por sinal.

  Andaram de mão dadas até chegarem a praia, quando chegaram na mesma Jack simplesmente soltou da mão de e correu até a água. Se jogou no mar só para se molhar, foi o que pareceu e voltou correndo atrás de , que já tinha tirado sua saída de banho e estava só de biquíni, sentada na areia, esperando que a boa vontade de Jack o fizesse voltar.
  Bem, ele voltou. Voltou, pegou ela no colo e voltou andando até o mar. Ela pedia pra ele parar e ele ignorava, ela ameaçava acertar um tapa nele e ele ignorava, ela acertou o tapa e ele continuou ignorando... E ainda riu. Quando chegaram no mar ele praticamente "mergulhou" com ela em seu colo, deixando os dois totalmente molhados.
  Quando levantaram não viram uma onda um pouco grande vindo e a mesma derrubou os dois. Levantaram rindo depois. Jack praticamente babava em e em seu sorriso e então, depois de bons mergulhos, criou coragem para puxá-la para perto e roubar-lhe um beijo. Beijo esse que não negou e então, não recuou. Ele tinha as mãos nas costas dela e ela nos ombros dele. Tinha que se apoiar nele e ficar nas pontas dos pés, devido a altura de Jack.
  O beijo continuou até quando faltou ar nos pulmões dos dois e eles precisaram respirar. Afastaram-se bem pouco, só a distância necessária para que conseguissem puxar um pouco de ar.
Olharam-se e caíram na gargalhada, ainda "abraçados". Trocaram alguns selinhos e então voltaram para a areia. Ficaram sentados na mesma. apoiada em Jack e ele com o braço passando em seus ombros. Volta e meia trocavam um selinho ou um sorriso ou até mesmo um beijo mais profundo.
  Decidiram voltar para o hotel quando a praia começou a encher e algumas fãs começaram a pedir fotos e perguntar quem era ela.


  - HEY MATE! - Alex gritou quando viu Jack e entrando no louge do hotel - Onde tu est... OH! OK! - e então percebeu que os dois estavam de mãos dadas - Eu vou, hmmmm, acordar a . Tá? Então... É. - e saiu.
  Jack e caíram na gargalhada e foram para a sala de jogos do hotel.
  Já no quarto de , Alex cutucava ela pra que a mesma acordasse.
  - , bicoito... Acorda...
  - Que foi, Alex? - ela falou virando-se na cama.
  - Eu vi o Jack e a lá em baixo... De mãos dadas... - imediatamente sentou-se na cama.
  - Como é que é? A e o Jack? GENTE! Preciso contar pras meninas.
  Pegou seu celular e mandou um sms para e outro para . Em menos de três minutos as duas entraram correndo no quarto de .
  - Desgraçada, tu não tá engasgada. - falou assim que entrou e viu que estava trocando de roupa.
  - É que o negócio era sério... O Alex viu o Jack e a juntos.
  - O Jack e a ? - e falaram juntas.
  - Sim! - Alex falou e pegou o celular - Vou chamar os outros dois guris e nós vamos tirar isso a limpo.
  Dessa vez foi a vez de Zack e Rian entrarem correndo no quarto.
  - Filho da puta, ele fez de novo! - Rian falou e ia saindo do quarto quando o puxou.
  - O caso é sério, Rian. Nós vimos a com o Jack. - falou calma.
  - Qual o problema? - ele estava confuso.
  - O problema, querido futuro cunhado, é que é a e é o Jack. ... Jack. - falava - A e o Jack. Entendeu?
  - Oh, entendi.
  Caíram na risada e logo desceram e foram atrás do casal. Separam-se em grupos, mas depois de procurar por tudo quando é parte do hotel, voltaram para a recepção não obtendo sucesso nenhum. Foi então que viram os dois entrando pela porta da frente com sorvetes em mãos.
  - OH, WAIT! - falou e parou na frente dos dois - Onde vocês, queridos do meu coração, estavam?
  - Sorveteria...? - falou apontando para o sorvete.
   rolou os olhos e virou-se para e moveu seus lábios como se dissesse "faça sua parte".
  - e Jack... Vocês estão juntos? - falou com os braços cruzados olhando seriamente para os dois.

  Jack olhou para que sorria de canto e encarava , depois de um curto tempo ela deu de ombros e falou um breve "sim". , e avançaram nos dois e não paravam de apertar as bochechas de e dar parabéns para Jack, por ele ter conseguido conquistar o coração de e fazer com que ela tivesse largado o celular.
  Devido a hora, foram almoçar juntos em algum restaurante ali perto e depois passaram a tarde na praia. Aprontaram uns com os outros, beberam mais um pouco e tentaram não ficar vermelhos feito camarão.
  Quando estavam voltando para o hotel, estavam podres de cansados pois já passava das sete da noite e eles estavam lá desde às três da tarde. e Zack iam na frente, ele carregando ela nas costas e os dois conversavam e riam muito. e Alex andavam de mãos dadas e ela tinha a cabeça apoiada no ombro dele. Jack andava abraçado por trás, o que chegava a ser hilário, pois os dois estavam andando de uma maneira muito desengonçada. e Rian iam de mãos dadas também, com direito a dedos entrelaçados e alguns selinhos no caminho.
  - Hey Zack! - Alex gritou uma hora - Agiliza aí ou tu vai ficar sozinho nessa turnê, hein?!
  Todas as quatro garotas pararam e ficaram encarando Alex. Jack e Rian xingando ele mentalmente e Zack querendo que ele tivesse o pescoço arrancado por qualquer coisa muito pontiaguda.
  - Oh, entendi. - falou e desceu das costas de Zack sorrindo - Acho que se era isso que você estava esperando com toda essa amizade e bláblá, Zack... Acho melhor a gente, sabe, dar uma afastada, tá? - mostrou um sorriso desengonçado pra ele e continuou andando.
  Zack não sabia o que fazer, pois não era aquilo que ele queria. Não queria uma "one tour standing". Estava cansado de menininhas dando em cima dele e de estar sempre sozinho quando precisava. Zack queria alguém e Alex tinha acabado de arruinar isso. e Rian, e Jack já estavam seguindo . Eles mais arrastados por elas do que qualquer outra coisa.
Quando passaram por Zack, puxou ele também pelo braço para que ele saísse dalí. Era praticamente possível ver a raiva nos olhos dele.
  - Alex... - finalmente chamou - Você percebeu o que falou, não percebeu?
  Nesse momento ela já tinha soltado a mão dele e já tinha se afastado um pouco.
  - Foi só uma brincadeira, eles não deviam ter levado a sério. - ele revirou os olhos e bufou.
  - Tem brincadeiras que machucam, Alex. Poxa.
  - Vai ficar me dando lição, ? Então tá bom. Ou você realmente achava que eu ia ficar te ligando depois da turnê?
   soltou uma grande gargalhada e começou a andar a caminho do hotel.
  - Então tá bom, Alex. HA-HA. Você realmente achava que eu ia receber tuas ligações? Por favor, eu tenho vida. - muito convincente, aulas de teatro - Não fui eu que fui a sua "one tour standing", meu caro. Você que foi a minha. - piscou para ele e tomou seu rumo ao hotel.
  Alex estava surpreso com as palavras dela. Nunca ninguém tinha falado algo parecido para ele e ele nunca tinha se sentido tão... Sujo. Foi então que se ligou que os dias que tinha passado alí com foram uns dos, se não os, melhores dias pra ele. E, claro, ele tinha feito o melhor sexo da vida dele. Sim, ele lembrava do que tinha acontecido naquele noite na van. Lembrava de cada detalhezinho. Mas agora com uma brincadeira e um ato tosco de grosseria e egoísmo, ele tinha estrago tudo.
  Alex tinha acabo de estragar a turnê da banda inteira.


  O resto daquele dia não fora muito divertido. e passaram o resto da tarde conversando na sala de reunião, passaram o resto do dia fazendo negócios com os empresários do Panic!At The Disco. Pretendiam trazer a banda para o Brasil novamente naquele ano e já estavam agilizando os negócios. O Panic! adorava fazer negócios com as meninas, pois Brandon havia ficado muito amigo delas. Eles tinham emails, skype e até celular uns dos outros. Chegava até a ser engraçado.
   e Jack ficaram no quarto dela assistindo filmes e jogos de futebol. tentava explicar para Jack todas as regras do nosso futebol, o que não deu muito certo e eles acabaram pegando um manual no Google para conseguirem entender até mesmo o que era um impedimento.
   e Rian foram dar uma volta pela cidade, ela queria comprar um tênis e acabou que estava indo sozinha, mas Rian se ofereceu e eles estavam andando pelo centro de mãos dadas como se fossem o casal do ano. Acabaram por lanchar em uma lanchonete no centro mesmo.
  Alex estava na praia. Ele não tinha voltado para o hotel, tinha ficado sentado de baixo daquela mesma árvore desde a hora em que fez a maldita brincadeira e estragou tudo que, achava ele, tinha construído durante aquela turnê. Foi aí que viu significado no "só dar valor quando perder". Tinha perdido quando fizera aqueles comentários ridículos e agora se arrependia demasiadamente. Ele gostava dela... Gostava não, amava ela. O jeito dela. Tudo naquela garota era exatamente perfeito para ele e agora ele tinha estragado tudo e não conseguia achar um jeito de consertar as coisas. Sabia que não cederia. Tinha que achar um jeito ou estaria completamente ferrado para o resto da vida.
  Já Zack estava em seu quarto. Tinha passado parte do tempo com seu skate andando "por ai", mas quando cansou simplesmente entrou para o hotel, subiu para seu quarto, tomou um banho muito demorado e deitou. Não sabia o que fazer para entender que ele não era o que Alex havia dito. Que não era aquilo que ele queria. Que ele queria ficar com ela e só com ela. Com o bom humor e a confusão que ela era. Os cabelos coloridos e o jeito engraçado que ela mexia a boca ao falar. Todas essas coisas. Ele queria que ela entendesse que Alex era um idiota e que ele queria ela... E a turnê estava acabando. Zack não conseguia se ver mais perdido do que já estava.


  O dia seguinte não fora muito animado e também não aconteceu mudança alguma no humor de nenhum deles. tinha programado uma passada na cidade de São Paulo, capital, mas acabou que foram somente ela, Jack, Rian e . Certo que não queriam ir, mas foram ameaçados de morte por e se não fossem. Não podiam se prender por causa da desgraça das duas e, bem, eles que aproveitassem uns aos outros e fossem felizes, palavras delas.
  - Sabe , acho que vou ligar pro McCracken. - falou depois que terminaram a negociação com o Panic!, na sala de reuniões.
  As duas só pensavam em trabalhar... Era o que as quatro sempre faziam quando queriam fugir um pouco dos problemas e da agitação que era a vida delas. Ligar para as bandas e fazer reuniões às vezes era a parte mais divertida.
  - O Bert? Se tu ligar pra ele, eu vou ter que ligar pro Beckett. - falou e as duas riram.
  Conheceram Bill Beckett e Bert McCracken em uma das Warped Tours que foram cobrir. Os quatro tiveram uma grande discussão sobre "quem pegaria o último pedaço do bolo da cantina da Warped" e acabou que quem comeu o último pedaço foi Gerard Way. Desde então, eles são amigos. Sim, isso mesmo. , , e eram amigas da maioria das bandas que você gosta. Aquelas que tocam na Warped ou que ainda estão para vir ao Brasil. E era amizade verdadeira, não somente algo para negócios... Outra coisa que as diferenciava do Simas. era a melhor amiga brasileira de todo McFLY e do Joe Brooks e era praticamente a conselheira do Mayday Parade e do 3OH!3. O Panic! era amigo de todas elas. sempre estava no telefone ou no skype com alguém do My Chemical Romance ou do The Used e adorava falar com os meninos do The Academy Is... ou do Cobra Starship. Viviam um sonho.
  Aquele dia em que gastaram no hotel fora produtivo somente para as amizades que mantinham a distancia. Telefonaram, conversaram pelo skype, pelo twitter, por qualquer coisa do tipo. Para elas fora um dia calmo do meio de toda a tempestade que a vida era.
  Para Zack e Alex não foram algo muito bom. Alex passou o dia compondo uma música nova, sentia que precisava fazer aquilo toda vez que se sentia mal. E no fim do dia, a musica que saiu era realmente muito boa. Já Zack passou o dia tirando fotos pelo hotel, pela praia. Era aquilo que aliviava a tensão dele e clareava seus pensamentos. Precisava pensar. Ele e Alex.
Precisavam decidir o que iriam fazer e rápido.


  Estavam na van indo para o aeroporto, já no dia seguinte. Agora iriam para Porto Alegre. O silencio era mortal dentro do automóvel e estavam divididos em meninas na frente e meninos atrás de novo. Então, num momento aleatório, quando já estavam próximos ao aeroporto as guitarras de "I'm Not Ok" do My Chemical Romance ecoaram pela van.
  - , atende logo essa coisa! - falou quando ouviu a música tocando.
  - Não tô achando, poxa. Era pra estar aqui nesse bolso da bolsa e... ACHEI! - tirou o celular da bolsa e atendeu o mesmo.
  Com certeza era algum membro do MCR. tinha um toque diferente para cada contato, o que as meninas achavam ser um inferno, mas assim ela sabia quem estava ligando. Como era I'm Not Ok, ela sabia que era alguém do MCR e que esse alguém era Frank. Era a música da banda que ele havia escolhido que tocasse quando ele ligasse. Era algo simples e chato para alguns, mas ela realmente gostava de fazer isso.
  - Alô?! - quando atendeu o aparelho eles chegaram ao aeroporto, então ela fora a primeira a saltar da van para falar com o pequeno Iero.
  - Hey ! Desculpe não ter falado contigo ontem, sabe? Eu realmente não tinha muito tempo pra ficar na casa do Gerard. Essas gêmeas estão completamente fora de controle e eu gosto de estar em casa o máximo que eu posso.
  - Tudo bem Frank, nossa. Não precisava nem ter ligado hoje. Mande um beijo pra Jamia, ok? Quando eu passar aí em Jersey tenho que dar uma passadinha aí pra conversar com a dona Iero. - riram juntos.
  - Mas então... Me diga o que era aquela tristeza ao falar com Gerard ontem?
  - Sabe Frank, é algo que na verdade só você pode me ajudar. Assim... Me diga você, o que eu devo fazer.
  Então contou para ele toda a confusão que havia ocorrido no hotel e como ela estava gostando de passar aquele tempo com Zack e todas as coisas que estava sentindo por ele. e Frank eram muito próximos. Muitos diziam que era porque eles tinham personalidades muito parecidas, outros achavam que era simplesmente porque se deram bem. Na verdade, nem eles sabem.
  - Sabe, . Eu nunca ouvi direito essa banda aí - pausa para a risada fofa e compreensível do Iero -, mas eu tenho certeza que eles não teriam ficado nesse silêncio infernal ou coisa do tipo se eles não estivessem brincando, sabe? Perdi a conta de quantas vezes eu e Jamis brigamos por causa de algo que eu disse ou que ela disse, mas depois nós nos reconciliamos porque é o certo a se fazer, porque com certeza um de nós errou na hora de tal discussão, ok?
  Frank tinha acabado de abrir os olhos de , mais uma vez.
  Enquanto os dois conversavam pelo telefone no salão de espera do aeroporto, no outro lado do mesmo Zack foi cutucado por .
  - Você realmente não quer ela só por uma turnê, né? - ele olhou para ela confuso e ela sorriu, ele comente respirou fundo e não tirou os olhos de uma que agora ria com alguém no telefone.
  - Não. Eu quero poder ficar com ela pro resto da minha vida.
  - Então você vai ter que correr atrás, sabe? A é bem ligada em grandes atos românticos ou alguma loucura assim.
  Ele agora encarava esperando uma resposta, essa resposta que ela não daria.
  - E, Zack, é o Iero no telefone com ela. Não precisa se preocupar. - e então ela saiu andando e procurando um Rian que tinha dois copos de café nas mãos esperando por ela.
  Zack não conseguia pensar em nada que pudesse fazer... Um grande ato romântico... De tanto que pensou, de tantas possibilidades que criou não viu o tempo passar e quando percebeu já estavam em Porto Alegre entrando no hotel. Foi então que ouviu algo de uma das fãs que estava na porta do mesmo, algo que fez com que ele se inspirasse, algo que sabia que daria certo.


  Para as meninas, o clima em Porto Alegre era o mais leve possível. O Opinião tinha uma ótima organização e elas puderam chegar meia hora antes do show e tudo estava pronto. Elas conheciam boa parte das bandas da capital gaúcha. Eram amigas da LeChevais, que abriria o show, a Fresno só cresceu quando largou a agenda de shows deles nas mãos delas e a Tópaz chegou tocar no nordeste. Elas sempre sabiam o que estavam fazendo, como divulgar o próprio trabalho e tinham uma simpatia que era só delas.
  Ao contrário dos outros dias, dessa vez elas não ficaram no camarim com os caras do All Time Low, elas foram assistir o show de frente ao palco. já aproveitando para tirar umas fotos do show para colocar no site da produtora depois. pegava depoimentos de alguns fãs da grade, junto com . ainda conferia se realmente estava tudo certo e volta e meia esbarrava em algum conhecido e tinha que parar para conversar.
  Então, finalmente, o show do All Time Low começou. Alex não tirava os olhos de e vice-e-versa. Zack tentava olhar nos olhos, mas a menina estava ocupada demais com a sua câmera fotografando qualquer coisa que não fosse ele. Jack chegou a se abaixar na frente do palco e chamar para um selinho, o que deixou ela morrendo de vergonha e ele cheio de si. Rian e tinham os olhos fixos um no outro, também, só que era um olhar doce, apaixonado.
  Quando chegaram em Jasey Rae, Alex ia começar a música direto, mas então Zack decidiu parar a mesma de repente.
  - HEY PORTO ALEGRE! - gritos vindos da platéia são inseridos aqui - Então, pessoas, aconteceu que nós íamos começar a tocar Jasey Rae aqui, mas eu acho meio chato só começar assim e eu tenho algo pra dizer. Tá certo que eu quase nunca falo... Não sei nem porque eu falei agora, mas eu acho que é o certo a fazer. Eu quero dedicar essa música pra uma pessoa, uma não, A pessoa. Alguém da banda pisou na bola e falou coisas que não devia e agora essa pessoa se afastou de mim e eu não tô conseguindo viver com isso. - já tinha a sua atenção totalmente focada em Zack e estava parada exatamente na frente dele - Então, nós vamos tocar Jasey Rae agora e ela vai pra você, . E eu espero que você desculpe a cabeça de vento do meu companheiro de banda e desculpe a minha falta de coragem.
  Depois que Zack terminou de falar, sentou-se na beirada do palco e cantou a música inteira olhando somente para ela. Ela cantava junto e praticamente gritava suas partes preferidas fazendo com que rissem e sorrissem muito.
  Quando a música acabou, ela disse próximo ao ouvido dele que desculpava o "seu urso" e que agora entendia o que estava acontecendo e que ela sentia o mesmo. Zack roubou-lhe um rápido selinho e levantou-se com um sorriso bobo no rosto. Sorriso esse que era impossível de tirar de seu rosto.
  Os dois foram o assunto do Twitter depois de tal ato.


  Logo após o show, foram para um dos bares do centro da cidade. Zack e não se desgrudavam nem um minuto. e Alex ainda estavam de cara virada e ninguém sabia o que fazer para mudar isso. Não era possível que alguém mudasse , quando ela tinha certeza de algo e Alex não sabia como quebrar as paredes de novo. e Jack não estavam bebendo, por incrível que pareça e e Rian estavam dançando qualquer coisa que parecia ser música.
  No dia seguinte, acordaram no horário certo, mas o avião deles atrasou em quatro horas, fazendo com que tivessem que almoçar em POA. As meninas levaram eles para uma churrascaria e eles adoraram o passeio. Diziam coisas como "agora eu entendo o que é churrasco de verdade" e outras até mais engraçadas. Foi numa dessas churrascarias que Jack fora convertido a torcedor do Internacional, o time de futebol gaúcho, coisa que só irritava no começo.
  De volta ao aeroporto, conseguiram ir para Curitiba, onde seria o próximo e penúltimo show. Assim que chegaram na cidade, Alex pediu a ajuda das três amigas de para que pudesse voltar a falar com ela, a beijar aqueles lábios, ver aquele sorriso. Bolaram um plano que tinham certeza que não falharia... Na verdade falharia somente se não se tocasse de tal plano.
  Como estavam todos atrasados, as meninas foram primeiro para a casa de shows arrumar tudo o que conseguiam. Simas apareceu novamente, dessa vez trazendo Letty, Lallie e Lari. Não incomodaram as meninas nem uma vez e tinham três seguranças, sob ordens de , os seguindo para tudo quando era lugar. As quatro produtoras assistiram todos os shows do backstage. Foi então que Alex parou o show depois de Remembering Sunday e saiu do palco, quando voltou trazia um banco extra e o violão novamente.
    - O que vocês acham de uma música nova? - a platéia foi à loucura - Então, eu queria pedir pra alguém muito especial vir aqui, porque eu escrevi essa música pra ela, sabem? Lembra do cara que falou a bobagem pro Zack? Então, fui eu. Então, , vem aqui ouvir a música que eu fiz pra ti.
  As meninas tiveram que empurrar até a metade do caminho, praticamente. Ela se recusava a chegar perto de Alex. Então, finalmente foi e sentou no tal banco. A platéia era de um silêncio mortal.
  E então, lá estavam os dois olhando fixamente um nos olhos do outro. Alex começou com as primeiras notas da música e então as primeiras palavras. Era um pouco animada, para combinar com , com ele havia contado para ela depois. O nome era "Time Bomb" porque ele achava que iria explodir se não fizesse algo que fizesse ela voltar para ele.
  No final da música, os dois choravam silenciosamente. Somente as lágrimas escorrendo, nada de soluços nem nada. Então ele levantou e abraçou ela, pedindo desculpas, se auto-xingando, falando que a amava e que queria viver eternamente com ela. O que fez ela rir e murmurar um "obrigada", recebendo depois um selinho e deixando o palco. No backstage as quatro amigas se abraçaram e choraram juntos, quem via de longe as achavam loucas, mas elas sabiam o que aconteceria dali menos de dois dias e era disso que tinham medo.
  Depois do show de Curitiba tudo estava bem e tudo estava certo. A banda foi para o hotel tranquila e não havia peso nenhum no ar entre eles. Todos os quatro casais dormiram abraçados naquela noite, uma coincidência um tanto cômica, mas verdadeira. Queriam passar a maior parte de tempo juntos.


  No dia seguinte, e Zack foram acordados por uma quantidade enorme de mensagens e chamadas sendo perdidas no telefone dos dois. As de Zack perguntavam se ele estava bem e algumas diziam algo como "que estúpido o que você fez". As de era coisas como "não entre no twitter", "não abra o alltimelow.com.br".
  Os dois se olharam confusos e então tratou de ligar para , a primeira na sua lista de "mensagens recebidas" e Zack saiu em busca de seu notebook.
  - ? O que essas mensagens querem dizer? - falou quando a amiga atendeu.
  - Abre o Twitter, . - ela falou e suspirou, tudo que falava repetia para Zack - Clica no nome do Zack nos TT.
  - O Zack tá nos TT? - falou olhando pra ele e ele olhava pra tela espantado.
  - Só clica, tá? Agora vai no primeiro link.
  No que abriram o primeiro link, viram uma foto do Zack com suas partes baixas a mostra. falou um "ops" e foi sentar na poltrona, longe do notebook para tentar não constranger Zack.
  - Ah, que desgraçada! - Zack gritou olhando para a tela.
   e já tinham desligado o telefone. A mais nova sentada na poltrona abraçando as pernas.
  - 'Cê sabe quem foi?
  - A minha ex-namorada. Não pensei que ela faria isso mesmo, sabe? - ele falava olhando nos olhos de - Ela disse que tinha essas fotos ainda e se eu sumisse da minha vida, ela colocaria elas na internet pra fazer com que eu passasse vergonha e ninguém mais iria querer ficar comigo. - ele riu fraco.
   levantou e andou até Zack. Fechou o notebook e levou até a mesinha.
  - Acho que eu aguento algumas pessoas falando mal de você e de mim por um tempinho.

  Ele levantou e deu um abraço apertado na menina, lhe roubando um selinho depois. Ficaram assim por um tempo, até Alex bater na porta com o seu notebook em mãos querendo falar com Zack. , que já sabia do que se tratava, apenas acenou para os dois e foi para o seu quarto tomar banho e trocar de roupa para tomarem café.
  Fizeram tudo muito rápido, para poderem pegar o avião no horário certo, dessa vez. Algumas fãs que encontravam Zack diziam que era ridículo o que ele tinha feito, outras falavam que sentiam muito pelo que aconteceu. Zack estava totalmente pra baixo por causa do acontecido e as pessoas ao seu redor tentavam de qualquer maneira animá-lo.
  Alex e Jack compraram um ursinho pra lá de afeminado numa das lojas do aeroporto e deram de presente para Zack. e tentavam distrair todos com a programação do dia. Rian e contavam qualquer piada que sabia, qualquer uma mesmo, mesmo que fosse a pior piada do mundo, eles estavam contado. não desgrudava dele e quando alguma fã começava a falar alguma coisa, ela simplesmente puxava Zack para outro lado.
  Finalmente embarcaram no avião para São Paulo. Hoje faria seu último show no Brasil e o público estimado era de seis mil pessoas. Não demorou muito para chegarem até São Paulo e quando chegaram foram direto para o hotel onde, na sala de reuniões, dariam algumas entrevistas e coisas do tipo. Enquanto eles estavam no hotel, as meninas foram para suas casas jogar as malas no quarto e depois partir para a casa de show. Lá sentaram numa mesa com Matt e Evan e começaram a listar todas as coisas que tinham que fazer, a ordem das bandas, que horas abririam mesmo a casa de show. Tudo para que aquele fosse o melhor show do ATL.
  A segurança teve que ser duplicada e elas tiveram que colocar alguns homens na calçada também, na fila. No meio da tarde saíram distribuindo garrafas de água pela fila, as quatro e mais a equipe do All Time Low.

  Mais tarde, começava o ultimo show do All Time Low no Brasil. Elas estavam no backstage e não conseguiam não notar a animação dos meninos ao tocarem para um publico animado e grande como aquele. Às vezes, a voz do público conseguia ser maior que a de Alex no microfone o que simplesmente o fazia parar de cantar e deixar que o público cantasse.
  No fim, deixaram o palco com grandes sorrisos no rosto e foram direto festejar. Foram para um bar no centro da cidade e curtiram como se fosse o ultimo dia da vida deles. Os casais não se desgrudavam e não ligavam para se beijarem ali onde, com certeza, havia alguns ou até mesmo muitos fãs que seguiram a banda. Não se desgrudariam naquele último dia e foi o que fizeram.
  Foram embora só quando o dono do bar estava praticamente fechando o mesmo. As meninas colocaram os meninos em um táxi para o hotel e elas foram cada uma para seus apartamentos. Elas moravam totalmente longe uma da outra. Cada uma em um canto da cidade. E bem no meio delas ficava o escritório.
  No dia seguinte acordaram cedo, com uma ressaca ótima, e foram direto para o escritório. Onde tinham combinado com Matt que fariam a última reunião antes deles voarem para casa.   Elas chegaram praticamente juntas e foram direto para a sala de reunião, onde tinham combinado com o All Time Low em mais ou menos uma hora.

  - Qual é a próxima banda que vem mesmo? - falou fazendo elas rirem. - Vou sentir muita falta deles, sério.
  - Quero saber o que vamos fazer sobre isso, agora. Sério. Queria poder continuar com eles pra sempre e viver um conto de fadas. - falou.
  - Nós já vivemos um conto de fadas, . Imagina só quantas pessoas queriam estar no nosso lugar, cara. - falou - Nós somos amigas de bandas que tem uma legião imensa de fãs que dariam tudo pra estar no nosso lugar.
  - Eu nunca parei pra pensar assim, sabia? - falou rindo. - Acho que até que temos um pouco de sorte.
  Continuaram rindo até Marina, a secretária, avisar a elas que o All Time Low estava ali e elas pediram que mandassem eles ali para a sala de reunião. Em menos de cinco minutos os meninos passaram pela porta da mesma.
  - Sinceramente? Esse negócio de vocês é lindo! - Jack falava e enquanto sentava-se em uma das cadeiras dali - É tão lindo esse escritório e essas cores e.
  - Jack? - olhou séria para ele o que fez todo o resto rir.
  Contaram para eles como escolheram aquele prédio, aquele andar, aquelas cores, tudo.
  - Então, bem. Sabem que estamos aqui pra reunião de encerramento da turnê e bem, depois daqui temos que ir pro aeroporto dizer tchau. - começou.
  Durante a reunião eles discutiram os lucros, quantidade de público, a probabilidade de eles voltarem no próximo ano, fizeram uma última entrevista para a revista que a produtora tinha, onde elas relatavam as turnês com detalhes para as fãs que não puderam ir e coisas do tipo. Trocaram emails, skype, qualquer coisa que permitisse que conversassem diariamente.
  Quando tiveram que ir para o aeroporto, foram como chegaram. Na mesma divisão de carros. Eles não queriam ir, elas não queriam ficar. No salão de espera, ficaram divididos por casais. Cada um deles em um canto diferente.

   e Alex já planejavam quando se veriam de novo, tendo contado os dias e tudo, e juravam fidelidade um ao outro, se falariam todo dia e coisas do tipo. e Jack conversavam normalmente, ele às vezes fazendo bico para conseguir um selinho da menina, coisa que arrancava risos deles. e Rian já tinham trocado até endereço para caso quisessem mandar uma carta um para o outro. e Zack conversavam e riam normalmente.
  Então chegou a hora deles embarcarem no voo.
  Alex e deram um beijo de cinema, como chamaram depois, e andaram abraçados até o portão de embarque.
   e Jack andaram de mãos dadas, divertidos, e volta e meia davam um selinho um no outro, na hora de dizer tchau Jack apertou ela em um abraço e roubou-lhe um belo beijo.
   deixou com Rian o seu chaveiro da sorte e Rian deixou com a sua primeira baqueta. Riram por terem trocado tralhas e andaram abraçados até o portão também, dando um beijo demorado quando tiveram que se despedir.
   foi carregada por Zack até o portão, eles foram combinando como se falariam, que horas, por quanto tempo, coisas do tipo. Quando chegaram, ela desceu e eles se beijaram.
  Depois, ficaram as quatro meninas acenando para eles. Todos achavam que acenavam por estarem se despedindo, estavam errados. Acenavam ali para o futuro que havia acabado de chegar.


  SEIS MESES DEPOIS.
  Muita coisa mudou nesses seis meses que ficaram sem se ver. Uma delas foi que as meninas estavam conseguindo montar uma filial da produtora em New York. Conseguiram o apoio do Panic! e do My Chemical Romance, esses que deixavam, agora, suas agendas estadunidenses nas mãos das meninas. Trabalhavam dias de semana no Brasil e uma delas voava para os Estados Unidos no final de semana para organizar a produtora lá de fora.
  Continuavam firme com o All Time Low. Todas de namoro firme e claro, tinham trocado alianças e tudo que tinham direito, mas foram poucas as vezes que se viram nesses seis meses. Era fácil o desencontro quando elas iam para NY, pois não era fácil encontrar os meninos na cidade. Aconteceu que em seis meses, todos se viram só duas vezes.
  , três meses depois da turnê do All Time Low no Brasil, se descobriu grávida de Alex. A notícia foi bem recebida por todos e agora sempre que podia, dizia que ela devia fazer comerciais sobre a importância da camisinha. Agora, já no seu sexto mês de gestação, sabia que esperava por trigêmeos. Dois meninos e uma menina. Os nomes escolhidos foram Clara, Richard e Joseph. Os padrinhos e madrinhas seriam os outros "casais low", como foram apelidados por uma revista londrina.
  Quando recebeu a notícia de que iria ser pai, Alex fez menção de pegar um avião para o Brasil no exato momento em que recebeu a ligação. Por sorte, Matt o impediu e disse que ele não podia simplesmente interromper a turnê européia por causa disso. Alex ficou emburrado por, no mínimo, vinte dias.
  Agora, elas estavam indo cobrir a Warped Tour, mas em surpresa. Os meninos achavam que elas estariam mandando só uma representando, porque o Hey Monday estava no Brasil, mas elas decidiram fazer uma surpresa pra eles e estavam indo para lá.
  Chegaram lá por volta das cinco da tarde, horário que o All Time Low tocaria. Elas foram se infiltrando no meio do público e conseguiram pegar um bom lugar onde eles poderiam vê-las e elas não ficariam se esbarrando em ninguém ou coisa do tipo.
  Então o All Time Low subiu no palco. Eles estavam sempre muito animados como sempre, mas não viram elas e elas não conseguiam segurar o riso. Ninguém havia as reconhecido ainda e isso era muito bom. Então, começaram a tocar Time Bomb. A música tinha entrado no repertório de turnê da banda depois da turnê brasileira.
  Alex cantava o refrão quando viu no meio do público.

  - Baby we were like a time bomb, but i need i... - fixou os olhos nela e ela acenou - ! - ele gritou no microfone e apontou.
  Agora todos já olhavam para as meninas que não conseguiam parar de rir. Rian, Jack, Zack e Alex já tinham até parado de tocar.
  - , suba já aqui! Tá querendo matar nossos filhos? - Alex falou apontando para o backstage, mostrou-lhe o dedo do meio e as meninas saíram do meio do público para ir até o backstage.
  O show do All Time Low teve mais duas músicas até eles saírem praticamente correndo do palco para irem atrás das meninas.
  - O que vocês estão fazendo aqui?! - Alex falou assim que se aproximou delas.
  - Olha Alex, é muito bom te ver também. As crianças que morreriam se eu ficasse lá em baixo também estão muito felizes. - falou e assim todos caíram na gargalhada.
  Todos abraçaram suas respectivas namoradas, beijaram, agarraram, tudo para tentar matar as saudades que estavam delas. Como o show havia acabado, eles foram para a tenda da cantina da Warped. Sentaram todos em uma única mesa e começaram a colocar o papo em dia.
  -... Então assim, eu acho que em menos de um mês já estaremos nos mudando para Jersey. - falava sobre onde seria a nova matriz da produtora e que logo estariam se mudando para os Estados Unidos.
  - Vocês não poderiam se mudar para uma cidade mais perto de Baltimore, não? - Jack falou e fez um bico, ganhou um selinho de .
  - Na verdade, amor, nós temos que ir para Jersey mesmo por causa das bandas com quem mais estamos trabalhando aqui, sabe? E Baltimore fica só a três horas de Jersey... Nós vamos nos ver sempre, poxa. Vocês vivem em New York, também, que é onde vai ser a produtora.

  Continuaram ali na cantina até escurecer, depois foram para o ônibus da banda. No dia seguinte, iam com as meninas até Jersey para ver os apartamentos que iam comprar, os seus no Brasil já estavam a venda. E o escritório em New York já estava comprado, também.
  Em menos de um mês, começariam uma vida nova em Jersey City. Talvez ainda acompanhando bandas em turnês, talvez até acompanhando o All Time Low. Não largariam a produtora do Brasil, deixaram um representando na filial, que agora ela lá, e sempre que era preciso, elas viajariam para o país.
  País esse que fez com que conhecessem os melhores caras de suas vidas. Os melhores futuros pais, os melhores futuros maridos. Aqueles babacas carinhosos e queridos que tanto amavam. Aqueles que lhes escreveram músicas e fizeram de suas vidas uma felicidade imensa.
  Agora, elas começavam a acreditar que viviam um conto de fadas, mesmo. Acreditavam na sorte que tinham.
  Sempre há um fator nas nossas vidas que pode mudar tudo. O delas, foi aquela turnê brasileira daquela banda americana. Foram todas as desgraças que já tinham acontecido, todas que foram substituídas por momentos de alegria depois. Agora podiam separar a vida em "antes da turnê" e "depois da turnê". Contariam para os filhos como se conheceram, o que aconteceu naqueles dias em que passaram junto, quando se muram pra Jersey. Tudo. Tinham muito pra contar.
  A história delas era parecida com uma fanfiction que liam quando tinham seus quinze, dezessete e dezoito anos. Parecia um conto de fadas.
  A vida delas era um sonho de menina, que tinha virado realidade de gente grande.

FIM



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