À Espera do Inevitável

Escrito por Maria Eduarda | Revisado por Natashia Kitamura

Tamanho da fonte: |


  Depois de três anos, eu não ligava se perdia o meu cabelo. Não ligava se tinha de suportar tanta dor no meu corpo. Eu simplesmente não ligava ao fato de que eu estava para morrer.
  Afinal, para quê ficar perdendo o meu tempo pensando em algo inevitável?
  Eu queria parar de sobreviver e começar a viver,queria sonhar com felicidade, amar alguém, fugir de casa, antes que o tempo acabasse.
  Eu queria ser livre!
  Subi até ao topo daquela montanha, abri os braços e deixei que a brisa gelada do início de Outono explorasse o meu corpo.
  Inspira! Expira! Inspira! Expira! Abre os olhos! Sorri!
  Juntei os meus braços de novo ao meu tronco e comecei a gritar e a correr que nem uma demente. Mas quem liga?
  Deitei no chão e esperei que a minha respiração voltasse ao normal.
  Depois de alguns longos minutos, levantei-me e olhei ao me redor. Estava rodeada por natureza, da mais bela.
  E foi naquele pequeno momento de reflexão que me lembrei de algo! Ainda faltava encontrar o amor.
  Mas…? Eu não já encontrei? Eu lembro de tê-lo conhecido naquela tarde. 14 de Junho.
  Fui até ao limite da montanha, olhei lá para baixo, e foi aí que o vi.
  O seu cabelo castanho um pouco despenteado, a sua pele branca como a neve, o seu olhar misterioso, aquele rosto tão perfeito. Tão meu.
  Ele chorava.
  Gritei pelo seu nome como nunca gritei por ninguém na vida. Ele nem olhou para mim. O que é que estava a passar?
  Foi aí que o vi pegar num ramo de flores amarelas. É, ele tinha mal gosto.
  Olhou para elas e pousou sobre uma campa. A minha campa.
  - Não diga que eu tenho mau gosto, porque eu te amo! - uma lágrima escorreu pelo seu rosto e eu quis chorar com ele, mas eu não conseguia.
  Eu tinha morrido.

FIM



Comentários da autora

  Eu sei que maior parte nem gosta de shortfics! Nem eu gosto! Mas deu vontade de escrever e espero que gostem :)
  Ah! Eu sou portuguesa kkk