A Different Kind of Buzz

Escrito por Raisa L. | Revisado por Pepper

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Parte do Projeto Songfics - 6ª Temporada // Música: Lorde - Royals

  Nós tínhamos tudo nesse momento. Pelo menos tudo que uma pessoa pudesse querer. Tínhamos dinheiro e fama, o nosso país caia sobre nossos pés, assim como outros países do mundo. Chegamos ao pico de tudo, erámos tomados como rei e rainha na atualidade e mesmo assim parecia que nós não tínhamos nada. Perdemos o que mais precisávamos para manter a chama viva, perdemos a magia, estávamos virando robôs.

  ―

  - ! , EU TE AMO, !
  - , CASA COMIGO! EU AMO VOCÊ!!
  As fãs gritavam por todos os lados, e os dois não sabiam exatamente para onde olhar, acenavam e sorriam sob os braços fortes e enormes dos seguranças. Quando chegaram a porta do hotel parou e olhou a multidão.
  Havia apenas dois anos que sua vida havia mudado completamente. Ela e o namorado moravam no bairro de Brixton, naquela época. Bairro do qual não se dava para se orgulhar, um dos bairros mais violentos de Londres, onde todos evitavam morar. Naqueles tempos de Brixton, e gravavam vídeos e postavam no youtube, tocavam em pubs e em alta estação iam para os metrôs do centro, conseguir algumas libras dos turistas. E foi assim que eles foram descobertos. Em uma versão completamente inusitada de pop, que os empresários os acharam interessantes, mais interessantes ainda depois de ver a quantidade de views que seus vídeos mal produzidos tinham. Ali nascia a He to Her.
  A partir de então, as coisas cresceram, saíram de Brixton para um duplex em Mayfair, agora os fãs não mais deixavam comentários no canal do youtube pedindo uma musica pra covers, eles lhe escreviam cartas, compravam presentes e declaravam amor incondicional, às vezes chegava a ser assustador. Mas agora eles estavam lá, e sabia muito bem que devia a vida por eles, caso o contrário ela ainda estaria acordando as cinco da manhã para poder chegar no horário da faculdade para tentar sair daquele lugar. Por isso ela não hesitou em ir até aquelas pessoas que gritavam por seu nome. Ela viu a aglomeração se formar, então ela parou.
  - Pessoal, fiquem tranquilos! Eu vou atender a todos. – Olhou para trás e viu vindo em sua direção. – Nós vamos, ok? Agora sem empurrar!
   segurou sua cintura e beijou-lhe a testa, sorrindo.
  - Essa é a minha queen bee. – Ele sussurrou e fazendo-a sorrir. – Vamos lá!
  Atenderam os fãs com calma, recebiam as cartas e os elogios, ursinhos de pelúcia e lembrancinhas simples, mas especiais. Fizeram isso por horas a fio, e o grupo começava a se dispersar, mas ao mesmo tempo chegava mais pessoas. Mesmo o cansaço do voo não tirava a determinação dos dois de agradecer a cada pessoa que estava la, mesmo que isso a única forma fosse com abraços e fotos. olhou para trás e viu o empresário falar algo pros seguranças que logo se aproximou deles.
  - Ok, o tempo acabou... – Jeremy anunciou, já se colocando entre os fãs e a dupla.
  - Não, o tempo não acabou Jeremy. – disse, olhando para o segurança que revirou os olhos.
  - Senhor, eu tenho ordens para tira-los daqui.
  - O tempo só termina quando dissermos que acabou Jeremy. Logo, nos dê licença.
  - Me desculpe, mas eu tenho que seguir as ordens.
  Jeremy colocou a mão nas costas de , usando a força para tira-lo de lá. Pegou pelo braço, mas ela se recusava em sair. Um garoto que aparentava ter 17 anos a segurava enquanto fazia declarações, aos prantos. O segurança pareceu não gostar muito disso. Impulsionou o cantor para a porta do hotel e a mão que antes estava sob suas costas, empurrava co violência o garoto, que foi parar ao chão.
  - Não! JEREMY, O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?
  A garota gritava enquanto o homem a puxava para dentro do hotel. que já estava na porta a espera da namorada, não pensou duas vezes em ver como o garoto estava. Jeremy tentou impedir, mas algo no olhar de bloqueou qualquer ação que o outro pudesse fazer. queria ir, mas obviamente era muito menor e fraca para lutar contra o homem, que a levou até o saguão do hotel.
  Alguns minutos depois e estava la, junto a ela, abraçando-a e perguntando como ela estava.
  - Jeremy! O que você pensa que estava fazendo? Aquelas pessoas que estão lá, são elas que pagam seu salário, seu idiota! Se não fosse por elas você não estaria aqui. Se não for pra proteger a gente caso nossa vida estivesse em risco. Não havia risco algum em palavras como aquelas. Você deveria ser demitido neste exato momento!
  - Mas não vai... – Simon, o empresário apareceu com os cartões dos quartos dos hotéis - Jeremy precisava conter aquelas pessoas. Se ela querem fotos que paguem os Meet & Great.
  - Isso é a coisa mais estúpida que eu já ouvi!
  - , querida, isso é pro seu bem, porque você não ia conseguir atender a todos, logo iria se cansar e as pessoas que esperaram não iriam gostar, então todas aquelas mensagens de ódio de decepção iria aparecer. Dessa forma vocês serão tão mocinhos quanto seus fãs.
  - Espera... Você fez isso intencionalmente?
  - , tudo se trata de negócios hoje em dia, basta você saber usar ao seu favor. Agora vamos para o restaurante, Urie está com uma nova musica para vocês.
  Urie Caine era um compositor famoso, responsável por músicas no topo de todas as paradas, no entendo, suas musicas muitas vezes não condiziam com o conceito original dos artistas, o que deixou e preocupados.
  Suas preocupações tivera motivos assim que começaram a leitura de “If you can afford me”.
  - Se você quer dar uma volta, apenas diga o seu preço, não gaste pouco com o seu coração, não faça uma aposta se você não pode preencher o cheque pra mim, pra mim. Porque eu posso ser comprada, mas você pagará o preço se você pode me bancar... – leu em voz alta um trecho da canção. – Isso definitivamente não era o que eu estava esperando...
  - Mas isso é o que o mercado pede hoje, queridinha. – Urie usou um tom desgostoso na voz. – Hoje as musicas falam de dinheiro, de poder, quanto mais se gasta melhor! Não se faz sucesso com musicas onde se dirigem Cadillacs nos clipes.
  - Mas eu gosto de Cadillacs! – soou um pouco como uma garotinha mimada, mas era a sua reação ao brincarem com sua música. – Me desculpe Urie, você realmente é um compositor bom, mas eu não aceito cantar sobre isso, não me importa se hoje em dia as pessoas querem clipes com tigres em coleiras de ouro. Isso não sou eu, isso não é nós! – Ela se levantou, jogando o guardanapo na mesa. – vou me retirar, antes que isso se torne uma grande confusão. – Olhou para , ela entendeu que ele iria tentar contornar aquela situação fazer aquilo do jeito deles – E a propósito, Urie. Eu TENHO um Cadillac.
  Ela estava com um papel e uma caneta na mão, e o violão ao seu lado, quando ouviu a porta se abrir. surgiu com uma bandeja com panquecas e um copo de leite. Ela sorriu e deixou o caderno de lado.
  - Trouxe para você, a mocinha não come desde antes do voo. Deve estar faminta.
  - Talvez esteja... Fiquei tão entretida e irritada que esqueci de pedi algo no serviço de quarto.
   colocou a bandeja na mesa e saiu da cama para poder apreciar a comida que o namorado havia trazido. por sua vez sentou-se na cama, pegou o violão e comeu a dedilhar sem muita preocupação, seus olhos bateram no caderno em cima do cobertor grafite que cobria a cama e começou a ler os rabiscos que conhecia tão bem.
  - Mas toda música só fala sobre dentes de ouro, vodka, viagens no banheiro, manchas de sangue, vestidos de festa, destruição do quarto de hotel. Nós não ligamos, dirigimos Cadillacs nos nossos sonhos... – Ele sorriu. – Gostei disso.
  Logo suas mãos logo foram para os acordes, sol, fá, sol, fá e dó... Isso foi o suficiente para uma batida envolvente fosse criada. sorriu.
  - E eu gostei disso.
   terminou sua janta e deitou perto do namorado, que trabalhava vividamente a melodia. Ela observava o namorado determinado na nova tarefa e voltou ao tempo que escreviam musicas no quarto dela e depois corriam para o banheiro para poder ter melhor retorno. Se lembrou das moedas que catavam no case no fim de tarde, dos comentários nos vídeos incentivando-os a não parar.
  - ... – se sentou com as pernas cruzadas, no mesmo momento o garoto parou de tocar. – O que estamos fazendo. É o que a gente sonhava?
  - Não sei, às vezes me pergunto isso também, no inicio tudo era um sonho, mas agora, não sei, sinceramente.
   deixou o violão cuidadosamente no chão e se deitou na cama. As mãos sob a cabeça, as pernas esticada se cruzavam, só então ele percebeu que o teto do quarto tinha um desenho muito parecido com o sofá da casa da avó. Lembrou-se daquele lugar, o cheiro de comida que vinha da cozinha, a TV de vinte e nove polegadas, as antenas com lamina de aço. Lembrou-se de como ele planejava dar uma TV digna para a avó, com canais pagos para ela nunca mais precisar usar palha de aço na antena novamente. Ele conseguira fazer isso, e a avó sorriu, falando que não precisaria daquilo, o importante era que ele nunca esquecesse a velha que ele chama de vó, que a visitasse sempre... Mas e agora, há quanto tempo não a via? Um mês? Um mês e meio talvez. A fama é agridoce, disse uma vez Simon. Mas porque ele precisaria de fama, se o que eles tinham era o suficiente naquela época?
  Olhou então para a namorada, sua abelha rainha, como ele costumava chama-la. era diferente das outras em tantos aspectos que ele não podia definir. Em meio da confusão de Brixton, em meio de toda aquela gente comum e sem graça, de rotina definida ele viu em a esperança, esperança de um dia se livrar daquele bairro imundo e mudar de vida, ele quis ser alguém por ela. Eles juntos poderiam construir uma nova colmeia, uma nova vida. reluzia, mas não era como ouro, era como mel. Toda a doçura e encanto que cintilava dela agora pareciam apagados com a mesma ideia que se passava pela cabeça dele. Eles estavam sendo mudados.
   se aconchegou nos braços do namorado procurando proteção. Ela precisava daquele cheiro, precisava da respiração calma e do coração batendo para se lembrar de quem era. com certeza era a única força que a mantinha da forma que ela sempre foi, e sem ele... Não, ela não gostava de pensar em uma vida sem ele. Ela mal lembrava de como a vida era há quatro anos atrás, quando não o tinha.
  - Hoje em dia parece que tudo era melhor quando no encontrávamos com o pessoal no metrô pra juntar o dinheiro e ver quanto nós tínhamos pra pudéssemos fazer festa. – riu ao se lembrar. – As vezes só dava para comprar uma vodka e um pacotinho de suco de uva.
  - Daí íamos pro estacionamento do mercado esperar sair do café, e então começássemos a beber até o dia amanhecer e não ser tão perigoso voltar pra casa. Erámos tão felizes... Hoje em dia ir pro café só pra dar uma passadinha rápida. Sinto falta da nossa antiga vida. Até namorar ficou mais difícil!- riu e depositou um beijo na testa de .
  - Quando começamos a fazer o que nós amamos por dinheiro? – Agora posicionou as mãos no peito de e pois seu queixo lá, pra poder olhar diretamente dos olhos do garoto. – Isso não deveria ser algo que fizemos por amor?
  - E quem te disse que nós precisamos fazer isso por dinheiro? Nós podemos sair dessa a qualquer momento. Basta você querer...
  - E você? Você quer o que?
  - Eu quero mandar o Simon se foder. Eu sou realmente muito grato ao que ele fez conosco. Mas eu não quero mudar o que eu sou para ganhar mais. Nós não fazemos isso por dinheiro. Por mim, eu já estaria fora, num apartamento apertado em Green Lane, onde a gente iria criar nosso bulldog e depois nossos filhos. Fazendo CD’s completamente independentes e vendendo enquanto tocássemos em pubs e no café do . Lógico que não seria assim para sempre. Quando Peter ou Sophia chegar, nós iriamos parar de cantar muito, então eu iria trabalhar no escritório de desing do , e você teria terminado seu curso de administração e estaria ajudando a Rebby com a loja dela. E só nos fins de semana iriamos tocar, porque isso é o que a gente ama fazer, e nossos filhos, com uns dois ou três anos estariam com um pandeiro, cantando musicas de Elvis, no parque, no meio do piquenique com nossos amigos.
  - Vejo que você te um plano...
  - Era o que nós planejávamos antes de sermos da realeza.
   colocou força no corpo, fazendo com que ficasse embaixo dele, o nariz tocando o do outro, respirações se misturando, assim como eles gostavam, assim como deveria ser.
  - Mas nós nunca vamos ser, de fato, da realeza... – sorriu, ela queria muito acabar com essa conversa para que se beijassem logo. – Mas eu posso ser uma rainha pra você.
  - Minha queen bee.
  Não houve mais palavras. Apenas sorrisos e beijos, abraços, toques, peles expostas, choques, sensações. Não havia o que se preocupar naquele momento, era apenas os dois e isso era o que bastava.

  ―

  Ao voltarem para Londres, tudo ainda parecia fora do lugar, como se eles não pertencessem aquilo. Nas duas semanas de folga voltaram para a antiga casa em Brixton, onde eram muito bem recebidos, principalmente depois da ONG que construíram lá. Sentiram-se mais leves, arriscaram até a postar um cover no canal antigo do youtube. “Bittersweet symphony” era a musica, tão auto explicativa que eles não iriam ficar surpresos se especulações voltassem a aparecer. “Sem mudanças, eu não vou mudar, me deixe em meu molde” era o que eles estavam tentando fazer Simon entender.
  Mas ele não entendeu.
  Assim que a folga terminou, eles foram a Royals Records, para os ajustes das musicas para o novo álbum. Seria o terceiro álbum.
  Simon e os produtores estavam na mesa de reuniões, e assim que eles chegaram, falaram das novas ideias. Tudo muito pop, muito eletrônico, batidas que não faziam o que eles eram. e não estavam gostando nadinha daquilo.
  - Crianças, vocês poderiam tocar Best song ever mais uma vez, para podermos analisar a música?
  Eles se levantaram e foram para um estúdio reservado. pegou o violão e se sentou, pegou o microfone, então cantaram a música que tinham composto. Algo leve, para as pessoas não se forçarem a entender muito, um caso de amor explicito e a primeira vista.
  Quando terminaram de cantar e sorriram um para o outro. Simon por sua vez não parecia gostar do que ouviu.
  - Crianças, vamos fazer algumas alterações, a gente pode substituir seu violão por uma guitarra. A gente precisa de uma batida mais dançante, teclados e distorções, quando você falar a frase “E o pai dela era um dentista” você dá um grito do tipo “WOW” pra passar a ideia de que ele gosta desse fato. Nada de suspiros, vamos fazer uma atitude mais largada, de provocações até conseguir a noite desejada. Será que vocês podem fazer isso?
  - Não, Simon, nós não podemos. – se levantou e pôs o violão onde deveria estar. – Nós não estamos interessados em mudar a canção para passar a mensagem diferente. Não é nossa intenção entrar nesse tipo de casinho amoroso.
  - O que você quer dizer com isso?
  - Ele quer dizer que nós estamos fora.- concluiu decidida. – Nós pagamos as multa de rescisão do contrato, as musicas eram nossas e os direitos autorais também, creio que não devemos muito a você. Só diga onde nós assinamos.
  O choque pegou todos de surpresa, o empresário pediu um tempo para que tudo se acalmasse. Mas nada parecia acalmar o suficiente o casal, que estava irredutível na decisão. Logo a notícia se espalhou, a He to Her iria cumprir com a agenda e logo depois acabaria com o contrato com a Royals Records. Entre entrevistas e shows eles recebiam uma resposta do público não esperada, eles imploravam para que a banda não parasse, campainhas onlines e até flash mobs pelo mundo. Isso fez com que e chegassem a conclusão de que aquilo não podia ser o fim.
  Conversaram com dois amigos que fizeram graças a fama, uma das poucas coisas boas que ser celebridade os proporcionou. Tom Fletcher e Danny Jones, apoiaram a ideia de se tornarem independentes e ofereceram a gravadora pessoal para que o cd fosse produzidos, eles, lógico, iriam ajudar com toda a produção das faixas, ajudaram também cedendo os contatos para os cds físicos pudessem ser fabricados. Tudo sem precisar ter alguma despesa significativa.
  Montaram uma mine equipe com cinco pessoas e criaram um site para a dupla. ficou responsável pelo design e organização, Rebby com a loja virtual e as camisetas das camisetas que iriam ser vendidas, além do cd físico e digital. e ficariam com a parte administrativa e Meredith a fotografa oficial. O site funcionaria para que as pessoas pudessem interagir com a banda. A loja virtual seria com preços acessíveis a todo o publico, com produtos que não passariam de vinte libras.
  A vida do casal também sofreu algumas modificações. Venderam o luxuoso duplex em Mayfair e compraram um apartamento aconchegante de dois quartos em Green Lane, como planejaram. Eles iam com mais frequência visitar os amigos e os familiares, e velhas cenas no estacionamento do mercado voltaram a se repetir algumas vezes depois das reuniões de pauta sobre a mine empresa que formaram. Os fãs ficaram mais felizes com os vídeos diários sobre a gravação do álbum e os covers que eles filmavam nas madrugadas quando não tinham o que fazer.
  Hermes também era uma novidade. O filhote de bulldog inglês era o mais novo membro da família, era paparicado e até perfis falsos do cachorrinho foi criado pelos fãs com a intensão de divertir.
  Era visível a felicidade que e estavam. Nem os paparazzi mais os irritavam, eles aproveitavam os flashs não autorizados para fazerem propaganda da ONG que os dois tinham no antigo bairro. As entrevistas eram mais leves, agora que não tinham mais nenhuma pressão em o que falar ou não, agora eles estavam livres e ficaram gratos por isso.
  Com a liberdade o tempo pareceu voar. Entre capas de revistas e premiações, o dia do lançamento do álbum “A diferente kind of buzz” chegou.
  Eles organizaram um esquema que não poderia ser falho. Em pontos estratégicos da cidade eles iriam estar parados com o violão e um mine amplificador. Como nos velhos tempos, mas agora o case não estaria aberto para que as pessoas depositassem dinheiro, e sim pegassem os cd’s do primeiro lote, que seriam distribuídos gratuitamente. Iriam postar vídeo no integram dizendo o local exato em que estariam e depois cantariam 3 musicas, para logo poderem ir para outro ponto da cidade. Os lugares variavam. A porta da ong em Brixton, o café de , a estação de metrô em mayfair, na Abbey Road, uma cabine do London Eye, em frente ao Big Ben, ao lado do memorial da Princesa Diana no Hidden Park, em um taxi fluvial no rio tamisa, entre outros lugares públicos. No sábado, para fechar a semana, eles iriam cantar numa área aberta do St. James Park, dessa vez show seria completo e como manda o figurino. A prefeitura de Londres foi informada e para não causar nenhum constrangimento, alguns policiais estariam lá. Eram esperadas em torno de no máximo mil e quinhentas pessoas e eles mal podiam esperar para ver a reação do público com as novas músicas.

  ―

   andava de um lado para o outro depois dos exercícios de aquecer a voz. Ouvia o barulho das pessoas chegando e sentia que iria explodir a qualquer momento.
   percebeu o nervosismo da garota e sorriu. Caminhou até ela em passos mansos e a segurou pelos ombro. logo olhou para ele, analisou os olhos brilhantes e o sorriso travesso que ele sempre mantinha em seu rosto, sempre parecia despreocupado...
  - Por que você está agindo como se nada pudesse dar errado?
  - Porque nada vai dar! – Ele deu um selinho demorado em que suspirou. – Confie em mim, tudo vai dar certo.
  - Você não está nervoso? – apertava a camisa do namorado, nervosa.
  - Estou quase cagando as calças... – sorriu ao ver enfim a namorar rir um pouco relaxada. – Mas está tudo bem, você está aqui comigo. – a abraçou forte e retribuiu.
  - Eu amo você, .
  - E eu amo você, .
  Os dois se beijaram sem muita pressa, e pela primeira vez naquela tarde sentiu que nada daria errado.
   anunciou que estava na hora. Os dois deram as mãos e foram para os fundos do palco.
  - Eu estou logo atrás de você. – disse enquanto colocava o violão. – Qualquer coisa, apenas olhe pra mim e tudo dará certo.
   deu um selinho rápido no namorado no namorado e fez sua imagem surgir no palco. Gritos foram ouvidos mais do que era o esperado. Ao subir, ficou embasbacado, com certeza ali não tinha mil e quinhentas pessoas, eram mais... Muito mais. Depois iriam saber que doze mil pessoas apareceram no pequeno encontro. A multidão com cartaz, celulares a posto, gritos, sorrisos e lágrimas receberam os dois fazendo-os arrepiar. Agora a única coisa que importava era viver aquela fantasia.
   respirou e esperou que terminasse a contagem.
  - I've never seen a diamond in the flesh...
   ouviu as pessoas gritarem assim que ela começou o novo single, Royals era o mais importante grito de liberdade que eles tinham naquele momento. Mostrava quem de fato eles eram, ela não se importava com os diamantes que nunca chegara a ver, não se importava com o fato de Brixton não ser um local para se orgulhar, aquilo era ela. Ela dentro de um hotel cinco estrelas de teto com estampa de sofá escrevendo o que ela queria cantar. Cantar sobre a vida, não sobre dinheiro, sobre farras de pessoas fúteis. Olhou para e lá estava ele, radiante com seu violão, cantando todo o fato deles não se importarem com as merdas que está na moda. Eles faziam a própria moda.
  - And we'll never be royals it don't run in our blood, that kind of lux just ain't for us.
  We crave a different kind of buzz... Let me be your ruler, you can call me queen bee... And baby I'll rule I'll rule... Let me live that fantasy.
  - My friends and I we've cracked the code...
  Mais venerações, mais gritos, não sabia onde mais colocar seu sorriso. Estava feliz em saber que tinham feito a escolha certa. Feliz em as pessoas reconhecerem ele pelo o que ele era. Feliz por não ser um robô, um escravo do dinheiro. Avistou Simon na grade entre o palco e a multidão, fez um cumprimento com a cabeça, ele por sua vez o aplaudiu, entendeu isso com um pedido de desculpas, um gesto de orgulho. Ele sorriu um pouco mais com isso. Olhou para e a via tão radiante e contagiante, ela acenava pros fãs, um dos fãs jogou uma tiara com flores para ela que a pegou e colocou na cabeça; ela então veio em sua direção, linda como sempre fora, apoiou um braço no ombro do rapaz, trocaram olhares faiscantes, sorrisos radiantes.
  - You can call me Queen Bee...
   cantou por sua vez, o fazendo morder o lábio. já fazia isso.
  O publico retribuía cada gesto, cada ordem, cada musica que era tocada. Cantaram junto, sorriram junto, se emocionaram juntos. Fizeram com que e pela primeira vez gostassem de ser rainha e rei de alguém.

  ―

  - E o Grammy de álbum do ano vai para... – Simon Cowell abriu o envelope e sorriu fazendo uma feição engraçada, olhando mais uma vez para a audiência. – A diferente kind of buzz, de Him to her!
  Eles definitivamente não estavam acreditando. Além de terem se apresentado com “Say something” e faturado prêmios de single, duo ou grupo, a maioria das categorias alternativas, agora e levaram o Grammy de melhor álbum. Era uma honra ser reconhecido pela academia da musica assim. Eles não esperavam o que estava acontecendo com eles. Nunca pensaram que iriam terminar não conseguindo sair dos holofotes, mas agora era diferente, a liberdade de poder viver a sua maneira, de atender aos fãs o tempo que precisassem, de cantarem da forma que quisessem, sem pressão e sem regras. Nunca foi tão bom ser famoso.
  Subiram ao palco e segurou o gramofone de ouro nas mãos, analisando maravilhada aquilo. Cumprimentou Simon que se disse orgulhoso deles. se posicionou em frente ao microfone.
  - Uma vez me disseram que a fama era agridoce. Mas acabamos descobrindo que tudo depende da forma em que a deseja. Não atropelamos nossas virtudes para tê-la, não perdemos nossa essência por ela, não a desejamos. E se hoje nós estamos subindo aqui pela sexta vez na noite, é porque descobrimos que o reconhecimento do nosso trabalho é doce. E é apenas isso que estamos desejando no momento. Obrigado a vocês por nos permitirem viver essa fantasia, fazer com que ela se tornasse real.
  Saíram para o backstage e Simon os chamou. deu a mão para e seguiram até o ex empresário.
  - Hoje eu vejo que a Royals Records não era para vocês... Vocês são muito maiores que ela. Meus parabéns, crianças. Fico grato por ter feito parte da historia de vocês.
  - Obrigada, Simon. Se não fosse por você nós nunca chegaríamos onde estamos. Nós que ficamos felizes em você ter feito parte da nossa historia. – mais uma vez abraçou Simon. – Mesmo você sendo tão mercenário.
  - Vamos lá, criança. Tudo é questão de negócios! Mas não pra vocês. Plebeus.
  Os três riram da pequena brincadeira maldosa. Simon se despediu dos dois e se afastou. colocou o braço em volta da namorada e caminho devagar.
  - ... Quero lhe apresentar uma coisa.
   a fez parar e ficou em frente a ela. Procurou algo no bolso do blazer e se ajoelhou. Uma pequena caixinha vermelha foi aberta e um lindo anel fez com que arregalasse os olhos.
  - Isso é um diamante. Ainda não é uma aliança, mas eu posso lhe apresentar uma, é só você responder a pergunta corretamente... Queen Bee... Você quer se casar comigo?



Comentários da autora


n/a: Espero que gostem, e na fic vocês encontram todos os vídeos em que me inspirei para construir as apresentações e as musicas. Espero realmente que vocês tenham gostado. E deixem aqueles comentariozinho maroto! (: beijos&queijos.
Versão de Best Song Ever Versão de Royals Versão de Say Something