About This Love

Escrito por Stephanie Contarini {Steph} | Revisado por Natashia Kitamura

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Parte do Projeto Songfics - 14ª Temporada // Música: Sobrenatural, por Luan Santana

  5:30 da tarde, eu tinha acabado de chegar em casa depois de dar uma saída com o Derek e a turma. Eu estava sentado no sofá vendo TV e no Twitter através do celular quando tocaram a campainha.
  — Deixa que eu atendo — disse descendo as escadas sorrindo.
  Quem será que era? A era uma sem graça, nunca tinha levado ninguém pra casa sem a permissão da nossa mãe.
  — Namorado novo, é? — brinquei rindo.
  — Seu babaca, cala a boca — ela murmurou antes de abrir.
  — Oi, o que aconteceu? — escutei uma voz perguntando confusa.
  Caramba, eu conhecia aquela voz. Era a . Uma das melhores amigas da minha irmã. Ou seja, como ela é da idade dela e está na mesma turma que ela, é um ano mais velha que eu já que a minha mãe decidiu que seria legal criar duas crianças juntas um pouco tarde demais.
  Se eu tinha chance? Nunca! Ia fazer dois anos que ela morava na cidade e até agora dois caras arranjaram coragem pra ficar com ela, e um hoje é o namorado dela.
  Por quê? Por que ela era metida? Feia? Chata? Popular demais? Não gostava de ninguém? Nenhuma das alternativas acima.
  Não que fosse a menina a mais vaidosa, uma líder de torcida ou coisa do tipo, mas a presença dela era notável e marcante em uma sala. Sem uma palavra ela ia fazer com que você olhasse pra ela, porque a confiança que ela transmitia chamava atenção.
  Mas vamos parar de falar um pouco dela? Está ferindo meu orgulho e esquentando meu sangue pensando no babaca que é o namorado dela. Vamos. Assunto encerrado.
  — Oi, — ela disse acompanhando quando passou por mim.
  Ela pouco se importava comigo, só sabia meu nome e olhava na minha cara por que um dia ficamos na detenção sozinhos e claro, eu era irmão da amiga dela.
  — Oi, — respondi no mesmo tom, sem tirar a atenção do celular.
  E por que aquela dor de cotovelo toda? Eu prefiro não falar sobre isso agora.
  Uns 45 minutos depois, as duas desceram de volta, pelo jeito que estavam arrumadas, com certeza, iam pra alguma festa ou coisa do tipo.
  — Onde vocês pensam que vão? — minha mãe disse saindo da cozinha.
  — É aniversário da Kate mãe — explicou.
  — Isso tia, é aniversário da Kate e festa dela começa… daqui a pouco — completou.
  — Nada disso, vocês não vão sozinhas, o seu irmão vai com você — ela disse olhando pra .
  — Ah... Mãe! Ele precisa mesmo ir? — ela reclamou.
  Eu bufei baixinho, de jeito nenhum eu ia ficar de motorista ou muito menos babá das duas!
  — Está bem, ele vai — se rendeu.
  — O quê? Não! Ele não vai!
  — Não vou mesmo! — me levantei do sofá. — Eu não vou passar a minha sexta à noite de babá!
  — Ah, o senhor vai sim. Se os três não forem, ninguém vai.
  — Vai, , por favor — pediu manhosa.
  — É, só vamos ficar lá umas 2 horas no máximo — pediu.
  — Eu vou pegar meu casaco — bufei subindo as escadas, eu não tinha nada escolha mesmo.
  As duas comemoraram enquanto eu descia as escadas e praticamente me puxaram pro carro pra irmos logo pra festa da tal amiga delas.
  — Não, ! É aqui, pode parar — disse quando passamos na frente de uma casa enorme cheia de luzes, música alta e pessoas da nossa escola entrando.
  — Mas essa não é a casa daquele...? — perguntei estalando os dedos pra tentar lembrar.
  — Do Ethan? É. Por quê? — respondeu.
  Ah, legal, eu ia ser obrigado a ficar mofando na casa do namorado dela!
  — Por nada — respondi seco abrindo a porta e saindo do carro. — O Derek vai me matar se descobrir que eu vim pra cá sem ele — murmurei.
  — Quem disse que ele precisa saber? Aproveita — ela disse entrando na casa com .
  — ! Oi! — eu ouvi uma voz me chamando e me virei.
  — Daniela? Oi! Como você tá?
  Daniela era uma garota legal, gostava de mim, mas definitivamente ela não fazia o meu tipo, eu, com certeza, não era o garoto que ela achava que eu era.
  — Eu tô bem! Todos os meus amigos estão aqui, então eu meio que fui obrigada a vir — ela disse e eu sorri sem graça.
  — Entendi…
  — Dani? Você não vai me apresentar ao seu amigo? — uma menina apareceu do nada sorrindo.
  — Esse aqui é o , e eu não sei exatamente se nós somos amigos… — ela disse um pouco envergonhada.
  E com isso veio outra menina, e mais uma, outra… até que eu tinha uma roda com umas 5 garotas em volta de mim.
  — Ei, que bagunça toda é essa em cima dele?! — apareceu do além, com atrás dela. — Vão procurar o que pastar vão, bando oferecidas — ela disse brava me puxando pela mão.
  Eu falei que ela tinha confiança.
  — Ei, o que aconteceu?! — eu perguntei enquanto ela continuava me puxando e nos seguia até o carro.
  — Nada — ela respondeu, escondendo alguma coisa. — Só… só vamos pra casa, por favor — ela disse quando chegamos no carro.
  Eu abri a porta pra ela e ela entrou no carro, e enquanto eu dava meia volta pra voltar pro banco do motorista segurou meu braço.
  — Leva ela pra casa dela, e esquece essa tua parte bruta, não foi uma noite legal pra ela hoje. Você sabe que no fundo faria por ela o que faria por mim, então seja menos… você — como eu faço isso?! —, tá legal? Eu vou pegar um táxi de volta pra casa depois, não esquece que se você chegar depois de 1:00 é castigo, obrigada por ter trago a gente aqui — ela disse baixinho me abraçando.
  — Mas o que aconteceu? — perguntei quando ela me largou.
  — Nada, se ela quiser ela te conta, mas não força. Eu te acordo quando chegar, até! — ela disse entrando na casa de volta.
  Então tá, né?
  Simplesmente entrei no carro e ela colocou os fones de ouvido, me ignorando. Isso foi até o fim da rua em que estávamos, quando eu perguntei:
  — O que aconteceu?
  — Nada — ela respondeu olhando a vista da janela.
  Eu parei o carro no meio-fio e olhei pra ela.
  — Então do nada você resolve me tirar de lá com aquela raiva toda daquelas meninas?
  — , vai por mim, você não vai querer saber o que aconteceu e o porquê daquilo.
  — Por que não?
  — Agora não, mas depois você vai saber — ela disse trocando a música que estava ouvindo.
  — Então tá, eu vou ficar esperando bem aqui — disse cruzando os braços.
  Desculpa, , eu não sei como deixar de ser “eu”.
  — Ótimo — ela disse se ajeitando no banco e olhando a janela.
  Uns 5 minutos depois, ela bufou.
  — , deixa de ser criança e dirige esse carro!
  — Deixa de ser criança você e me conta o que tá acontecendo, desde aquele dia parece até que eu sou um estranho pra você!
  — Que dia?! — ela perguntou, se virando pra mim.
  Agora sim, finalmente uma conversa pra pessoas com mais de 8 anos!
  — Você sabe muito bem do dia que eu tô falando!
  — Ah... aquele dia — ela bufou. — Aquele maldito dia no fim de semana da praia.
  — Exatamente, culpe a tequila! Não a mim! — disse e ela riu.
  — Você é um babaca, sabia?
  — Sou, e além do mais sou curioso. O que aconteceu, ? O que você quer que eu faça? Depois daquele dia eu... eu estava tão feliz... aí você me apareceu toda confusa no dia seguinte, chorando, dizendo que amava o Ethan. Eu disse que estava tudo bem, que você não precisava se preocupar comigo, que nós ainda éramos amigos e no dia seguinte na escola você começou a agir como se eu e os outros meninos da escola fossemos um monstro na sua vida ou coisa do tipo. Aí hoje você resolveu que queria voltar pra casa comigo…? Eu sou seu step? É isso?
  Naquela hora eu já tinha largado o orgulho, a raiva, e até um pouco do meu lado reservado.
  — Não , não é nada disso…
  — Então me conta! O que aconteceu?
  — Você quer mesmo a verdade ? Toda ela? — ela se rendeu.
  — Quero.
  — Então tá bom... — ela suspirou, se ajeitando na cadeira. — Eu acabei de terminar com o Ethan, por isso eu estava com tanta raiva na festa.
  — Por que você terminou com ele? Você amava ele...
  — Achava que amava, . Sabe aquele ditado: “a gente só dá valor quando perde”? Depois daquele tempo todo longe afastada de todo mundo, eu pude perceber que eu amava outra pessoa. E eu nunca tinha sentido aquilo antes. Aquela pessoa que antes eu era pra todo mundo, eu era só para as minhas amigas. E... Eu ainda não sei como essa pessoa vai reagir a isso — ela suspirou.
  — Teve outro cara depois de mim?! Quem é? — perguntei, um bravo.
  — Não , é você — ela disse fazendo carinho no meu rosto.
  Eu fiquei paralisado por uns 30 segundos, até que finalmente consegui reagir.

  [Um mês depois...]

  Já estávamos de férias, eram quase 15:30 da tarde e não tínhamos nem acordado ainda.
  Caramba, já tinha se passado um mês desde que tínhamos começado a namorar. Passou tão rápido... e nós parecíamos duas crianças naquela época. Nosso amor era um amor maluco e nossa história era confusa, mas não deixou por um segundo de ser verdadeiro.



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