About Love

Escrito por Indy | Revisado por Mari Alves

Tamanho da fonte: |


  Eu estava deitada no sofá de casa, e na televisão passava algum programa típico de domingo, que eu não prestava atenção. Só tinha atenção para alguém: ele. Meu namorado, , estava deitado no meu colo cochilando tranquilamente, enquanto eu fazia cafuné nele e o observava dormindo. Era uma sensação instantânea de imensa de paz. Adorava observar o jeito que ele respirava, observar a serenidade do seu rosto.
  Nossa, como eu o amo. Às vezes, penso que amo mais ele do que a mim mesma. Ele é meu exemplo que a perfeição pode existir, e a minha perfeição é ele. Como eu conseguia viver uma vida sem ele? Acho que o que eu vivia antes não era viver, como na frase que eu ouvi: antes dele parecia que eu estava adormecida para a vida, e quando ele apareceu, eu acordei. Sorri por pensar o quão sortuda eu sou por tê-lo na minha vida, e então eu comecei a lembrar de como tudo começou.

  #Flashback On

  Eu estava entrando no shopping, pensando o que eu estava fazendo lá. Tudo bem que a era minha amiga, mas só teria ela que eu conheço, e ela é a aniversariante, não poderia me dar atenção, então ia ser um saco. Bom, mas eu estava realmente precisando sair; esse meu trabalho no shopping, e ainda no final do ano, estavam acabando com a minha vida social.
  Olhei no relógio, 19:25. Além de ser a sem amigos e excluída, eu também seria a atrasada. Então, corri e subi as escadas rolantes que saem na porta do boliche. Olhei, já esperando não encontrar ninguém, e então eu o vi.
  Quando eu o vi pela primeira vez, senti como se tivesse observando um pedaço do paraíso. Era incrível o modo como ele se destacava dos outros, parecia que meus olhos só enxergavam ele e nada mais parecia importar. E o engraçado é que ele tinha uma simplicidade em ser tão belo, não parecia saber que era tão bonito, e se sabia, não parecia se importar. Ele tinha olhos tão belos, profundos e sinceros. O seu sorriso me fazia rir junto, ele tinha lábios perfeitamente desenhados, como se Deus tivesse escolhido colocar toda sua perfeição em uma pessoa.
  - ! Você veio! - Disse e correu até mim, me abraçando apertado.
  Eu sorri sem graça, e provavelmente estava vermelha, pois todos me olhavam.
  - Oi, ! Claro que vim, eu disse que viria! Vem cá, deixa eu te dar parabéns - Então eu a abracei bem forte. - Parabéns, linda! Tudo de bom e muitas felicidades. Eu não trouxe seu presente porque eu não achei a camiseta da banda que você gosta.
  - Sério que você vai me dar? - Ela fez cara de cachorro sem dono; sorri e concordei. - Então, deixa eu te apresentar pro pessoal...
  Ela foi falando os nomes, e na verdade eu me recordo de apenas olhar e cumprimentar. Eu só tinha ouvidos para um nome, e quando ela disse, eu sabia. Eu estava apaixonada por um garoto com nome .
  Enfim, o boliche do shopping estava lotado, então resolvemos ir andando até o outro shopping, que não era longe. Diferente do previsto, eu acabei me enturmando com duas meninas que tinham um estilo bem legal, e eram novinhas, tipo uns 14 anos. Eu até estava me divertindo com elas, quando a chegou perto de mim e disse que tinha um menino afim de mim. Meu coração ficou acelerado, pensando que podia ser o , mas ela acabou se distraindo e não me contou quem foi.
  Quando chegamos no shopping, o boliche também estava cheio, então alguns meninos pediram um chopp. Fui ao banheiro checar se estava tudo em ordem e, é claro, fofocar com as meninas.
  Entrei no banheiro, repassei meu batom, depois me olhei no espelho. Concluí que eu não ia conquistar ninguém com aquela minha roupa. Eu estava em um dia ruim, em que você coloca qualquer roupa e está bom, vestindo um tomara que caia preto com um laço do lado, um jeans que não me deixava sexy, mas era confortável e simples, e um all star branco. Se eu soubesse que iria querer impressionar alguém, eu teria vindo com roupas descentes. Infelizmente, nenhuma das meninas tocou no assunto de garotos, e eu estava na esperança de saber mais sobre o tal do ; saímos do banheiro. O pessoal ficou um tempo conversando sobre o que iria fazer, e enquanto isso eu comprei um sorvete e fiquei na minha com o meu sorvete. Ofereci para todo mundo e esperei que o aceitasse, mas ele agradeceu e dispensou. Que feio, eu oferecendo sorvete pro garoto, muito pornô.
  Acabamos escolhendo comer alguma coisa e não indo no boliche, porque estava lotado. Eu estava esperando lá fora com as meninas, quando um menino, que no momento eu não lembrava o nome, começou a puxar assunto. Descobri que o menino se chamava . Ele até que era simpático e engraçado, mas não me lembro o porquê ou como, só sei que do nada ele começou com umas graças de tentar me beijar, e eu me afastei e o empurrei. Eu estava falando um monte pra ele e, consequentemente, deixando ele super sem graça, quando chegou o amigo dele, , e o puxou, falando para ele parar de ser idiota. Ele saiu, arrastando com ele, voltou o olhar para mim, deu um sorrisinho e piscou. Ah, eu mereço! Tipo, eu sou muito legal, mas não faça nada que eu não te dei liberdade pra fazer. Resumindo: não me encha. Com as boas patadas que eu dei no , fiquei com fama de difícil entre os meninos, pelo que eu percebi. Legal, isso ia me ajudar muito com o .
  Já estávamos comprando o lanche, e nada do chegar em mim. Tipo, ele me olhava, às vezes, mas eu também não sou de encarar; na verdade, sou muito, mas muito discreta, tanto que todos os meninos que ficaram comigo acharam que eu não queria nada com eles. É, não sei mostrar interesse. Fui comprar um copo de água, pois no dia anterior tinha ficado doente pra danado, tomado soro e tal, então fui comprar minha água e fiquei observando ele de longe.

  #Flashback Off

  Tom se mexeu no meu colo e eu sorri. Ele tem uns 'distúrbios' enquanto dorme, às vezes ele se mexe do nada, além de, na maioria das vezes, roncar. Engraçado como mesmo com tudo isso eu ainda acho perfeito o modo como ele dorme. Comecei a fazer cafuné no cabelo dele e acariciar o seu rosto. Ele voltou a dormir como um anjo. Afastei o cabelo dele da testa e lhe beijei. Eu me ajeitei e ele resmungou. Ele odeia essa minha dor nas costas, então eu fiquei parada, continuei a fazer cafuné. Quando ele voltou a dormir, eu continuei em minhas memórias.

  #Flashback On

  Eu sentei com a , e enquanto nós comíamos, um amigo dela chegou. Eles se cumprimentaram, e eu descobri que ele era ex-professor dela, que deu aula em uma escola que eu também estudei.
  Nós conversávamos, e eu olhava às vezes pro . Percebi que ele retornava o olhar, e eu senti um calafrio, daqueles bobos que a gente sente quando gosta de alguém. Uma parte do pessoal começou a se levantar, dizendo que ia embora, pois a mãe de algum deles tinha vindo buscar, e minhas esperanças com o foram por água abaixo.
  Quando eu já estava desolada, pensando que nunca mais iria vê-lo, um grupo foi embora, mas ele estava entre os que ficaram.
  Fiquei super feliz e continuei olhando pra ele, mas ele nada de tomar atitude. Ok! Eu sou uma garota moderna e tal, mas eu não cheguei ao estágio de chegar em um garoto, então fiquei na minha, ainda com esperanças. Minha felicidade acabou rápido, quando percebi que estava na hora de eu ir embora, então o tal do ex-professor, que estava conversando com a gente, e que por acaso estava dando em cima da minha amiga, se ofereceu para nos levar pra casa. Eu percebi que minha amiga não queria, então pensei em alguma coisa para nos livrar. Comecei a me despedir das pessoas, muito triste, porque provavelmente nunca mais iria ver o .
  Nos despedimos deles, que iriam ficar esperando a carona, e descemos. Quando já estávamos quase chegando, fingi que meu celular estava tocando, e supostamente atendi.
  - Alô? O quê? Pai? Oi, tô aqui no shopping ainda. Por quê? Ah, tá bom, eu espero.
  - O que foi, ?
  - É que meu pai disse que vai vir buscar a gente, . - eu disse e dei uma piscadinha pra ela.
  - Ah, que bom!
  - Vocês não querem mesmo que eu leve vocês? - Perguntou o ex-professor tarado.
  - Não! - Nós respondemos juntas.
  - Então tá. , você pode ir ali comigo que eu quero falar com você?
  Ela me olhou, com cara de quem pede socorro, e eu disse:
  - Olha, vai rápido que meu pai tá chegando.
  Ele concordou, olhou pra ela, que o seguiu. Ela lançou um olhar pra mim e disse "obrigada" sem emitir som.
  Enquanto eu esperava o ex-professor tarado e minha amiga indefesa, olhei pra escada rolante e senti que meu coração podia sair pela boca.
   descia com os amigos dele, e quando eles me viram, vieram até mim.
  Um amigo dele, que se chamava , que aliás era uma gracinha, perguntou por que eu estava sozinha. Eu expliquei e eles resolveram ficar comigo.
  Ele estava tão perto de mim, e eu queria tanto tocá-lo, puxar assunto, fazer alguma coisa, mas minha vergonha me impedia.
  Enquanto brigava comigo mesma por não ter nenhuma atitude, e ficava brava com uma amiga dele, que ficava oferecendo outras garotas do shopping pra ele, a voltou e nós fomos caminhando pro estacionamento.
  - Obrigada por me salvar, viu? - Ela disse, sorrindo, e me deu um abraço. - Aquele nojento pediu pra ficar comigo, eca! - Nós fizemos cara de nojo e demos risada. - Fico te devendo uma...
  Então um pensamento veio à minha cabeça, e eu aproveitei antes que minha coragem fugisse.
  - Então... Eu gostei daquele garoto - apontei pro e ela sorriu.
  - Pode deixar.
  Continuamos andando em direção ao estacionamento, quando eu percebi que todo mundo tava andando na frente. Eu já ia gritar, quando alguém pigarreou ao meu lado. Quando eu olhei, era ele.
  Ele sorriu, provavelmente se divertindo com a minha lerdice, e eu sorri, sentindo minhas bochechas ficarem vermelhas.
  Ele perguntou meu nome, eu respondi, e quando ele disse o dele, eu já sabia.
  Eu não me lembro se nós conversamos mais alguma coisa, mas em certo momento ele parou na minha frente.
  - Posso te beijar? - Ele disse, com um rosto travesso e um sorriso torto tão lindo que eu fiquei sem ar, e só consegui responder acenando sim com a cabeça.
  Então ele chegou mais perto e colocou os lábios junto aos meus. Eu abri a boca, e quando nossas línguas se tocaram, ao invés de eu estar observando um pedaço do paraíso, eu estava provando um pedaço. Nosso beijo era quente e se encaixava perfeitamente. Ele tinha, definitivamente, os lábios mais macios, e o beijo dele era tão doce! Nosso beijo começou suave e foi ficando intenso. Ele havia enlaçado a minha cintura com suas mãos, e nossos corpos estavam juntos. Eu podia sentir o calor que o corpo dele emanava, e o cheiro enlouquecedor do seu perfume. Coloquei minha mão na sua nuca, mexi em seu cabelo, que era macio, e quando eu fiz isso, senti que ele gostou.
  Continuamos a nos beijar por alguns longos minutos, e então os amigos dele começaram a gritar que a carona tinha chegado.
  Nos separamos involuntariamente, e eu percebi que ele estava corado, então nós sorrimos.
  - Me passa o seu celular?
  Eu ainda estava meio desnorteada, então respondi. Ele me olhou por um tempo, então os amigos dele o chamaram de novo e eu praguejei todos eles, querendo que sumissem. Algum tempo depois ele me contou que eu não pedi o número do celular dele, e que ele pensou que eu não estava interessada, mas realmente na hora eu estava tão em ecstasy, que nem me ocorreu. Então fomos andando até os amigos dele de mãos dadas. A mão dele era tão quentinha e macia que eu não queria mais largar, e eu estava tão feliz!
  Quando chegamos, me despedi de todos, e dele com um selinho rápido, deixando claro que, sim, eu estava embaraçada na frente dos amigos dele, senão teria o beijado de verdade. Fui embora com a minha amiga, e mais uma amiga dela, que morava perto de nós duas.
  Estávamos andando, e a me atormentava com apelidos de danada a safada. Eu só ria, mas não sorria nem por ela estar me zoando, e sim porque eu estava feliz, como há muito tempo não me sentia.
  Fomos embora de táxi, como estava tarde, não estava passando mais ônibus, e como eu tinha inventado a história do meu pai, ficamos sem carona, mas por sorte nós três morávamos perto, então dividimos o táxi e fomos pra casa. O assunto durante a viagem foi, claro, eu e o , e também sobre o ex-professor tarado.
  Quando o táxi me deixou em casa, eu me despedi das meninas e fui pra casa.
  Naquela noite eu tive ótimos sonhos com o , e tanto acordei como dormi com um sorriso nos lábios.

  #Flashback Off

  E hoje, dia dezoito de Dezembro de 2010, nós completamos um ano de namoro, e é tão bom lembrar dos nossos momentos! Eu me lembro do nosso primeiro encontro oficial, que foi um dia seguinte da primeira vez que ficamos. Nós assistimos um filme de terror com nome 'Atividade Paranormal', nos beijamos o filme inteiro, e outros nossos quatros amigos nos perturbaram. Me lembro de só ter assistindo o final do filme, quando eu fui dormir à noite, e fiquei com medo, mas então lembrei do e dormi em paz. Será que foi aí que eu comecei a amá-lo?
  Acho que eu sempre o amei, mesmo antes de conhecê-lo, e isso me lembrou a música Speechless, das The Veronicas. Comecei a cantar baixinho, como uma canção de ninar...

  Feels like I have always known you
  And I swear I dreamt about you
  All those endless nights I was alone

  Parece que eu sempre te conheci
  E juro que sonhei com você
  Todas aquelas noites sem fim em que eu estava sozinha

  It's like I've spent forever searching
  Now I know that it was worth it
  With you it feels like I am finally home

  É como se eu tivesse sempre procurado
  E agora sei que valeu
  Com você me sinto finalmente em casa

  Eu estava cantando baixinho, quando acordou.
  - Oi, amor. - ele me olhou com carinha de sono.
  - Oi, vida. - sorri e beijei-lhe a testa.
  Ele sorriu de volta e me pediu um beijo.
  Eu abaixei e lhe beijei intensamente, com amor. Senti todas as sensações que eu senti na primeira vez, e acho que sempre sentirei, pois nosso amor é pra sempre, e mais que sempre... Eterno.

Fim



Comentários da autora
--