Abandonada no Altar
Escrito por Anna Jackmann | Revisado por Feer
- Qual é o seu problema? Pensou que eu iria voltar correndo para você, depois do que fez? – gritei a plenos pulmões. Quem aquele cretino pensava que era?
- Eu já disse que estou arrependido – ele disse, seu olhar poderia parecer inocente aos olhos dos outros, mas não aos meus.
- Não acha que é tarde demais para se arrepender? – perguntei entre dentes eu estava com tanta raiva.
- , por favor – pediu se aproximando de mim, me afastei no mesmo instante.
- Não peça por favor, , não tem o direito – murmurei com arrogância, tudo o que eu sentia antes por ele de bom, havia se transformado em o mais puro e cego ódio.
Flashback on
1 ano antes...
- , amor você está linda – mamãe disse emocionada ao me ver com aquele vestido. Finalmente o grande dia havia chegado, eu estava muito feliz, meu coração parecia que iria parar a qualquer momento.
Meu grande sonho desde que eu tinha quinze anos era me casar, ser uma boa esposa, dona de casa e boa mãe. E estava o realizando.
- Obrigada mãe, mas pare de chorar – pedi indo abraçá-la.
- Tudo bem, desculpe – ela disse se afastando, passou os dedos nos cantos dos olhos – Seu pai está esperando.
Assenti e assim fomos até o carro do meu pai. A cada curva que o carro fazia minhas mãos suavam mais meu coração batia mais rápido e o nervosismo crescia.
E então o carro parou em frente à igreja respirei fundo algumas vezes.
A igreja estava cheia eu caminhava lentamente em direção ao meu futuro marido. Sorri abertamente para ele e recebi um sorriso fraco em resposta.
Papai beijou meu rosto gentilmente e entregou-me a .
O padre dizia coisas bonitas enquanto nos abençoava, olhei para e ele estava de cabeça baixa, voltei minha atenção ao padre.
- Amélia , você aceita , como seu legítimo esposo? – perguntou o homem de cabelos negros olhando-me fixamente.
- Aceito – respondi procurei os olhos de , mas não encontrei.
- E você , aceita Amélia , como sua legítima esposa? – meu coração acelerou mais, olhei para com expectativa.
- Não... – prendi a respiração.
- O quê? – sussurrei incrédula.
- Eu não aceito – ele repetiu em alto e bom som, virando-se para os convidados rindo.
O desgraçado estava rindo.
- Eu nunca me casaria com você – ele disse irônico.
Meu coração estava em pedaços ás lágrimas rolavam pelo meu rosto.
- Adeus, – dizendo isso ele desceu do altar e andou a passos firmes até um dos bancos da igreja de onde uma mulher ruiva levantou-se e foi junto com ele. Eu conhecia aquela cabeleira vermelha era ela.
Candice a vizinha dele.
Candice lançou um olhar e um sorriso vitorioso para mim antes de ambos saírem da igreja.
Engoli meu choro, olhei para todos os lados e todos me encaravam alguns surpresos, outros com pena. Funguei, segurei a saia do vestido e fiz a única coisa que poderia fazer. Ir para casa.
Flashback off
- eu cometi um erro, mas peço que me perdoe – implorou.
Eu ri dele, ri alto. Risada que se transformou em uma gargalhada joguei a cabeça para trás.
- Do que está rindo? – quis saber.
- Ai, – balancei a cabeça negativamente – Estou rindo de você e do seu cinismo. Você acha mesmo que vou acreditar que está arrependido? – ri sem humor – Conta outra – cerrei os olhos. Minha raiva crescia mais a cada minuto.
- Eu te amo – ele indagou aproximando-se outra vez de mim.
- Quem é você para falar que ama alguém? – rosnei – Onde está a vadia da Candice?
- Ela foi embora, com outro cara – murmurou.
Ri.
- Por que será que eu não estou surpresa? – indaguei sarcástica. Eu estaria mentindo se dissesse que não estava adorando tudo aquilo – Enfim sinto dizer que seu tempo acabou, quer dizer, não sinto não, nem um pouco – mordi o lábio inferior.
- Quer dizer que você já tem outro? – perguntou. Arqueei as sobrancelhas.
- Não que seja da sua conta, mas sim eu tenho uma pessoa. E ela é muito melhor que você – debochei – Muito mais homem que você e eu o amo como nunca amei outra pessoa nem mesmo você – olhei-o de cima a baixo.
Eu o amava, ele só precisava saber.
Flashback on
3 meses depois do casamento/fracasso...
Eu finalmente tinha conseguido chegar em casa essa cidade estava um caos.
- Mamãe. Cheguei – disse alto enquanto fechava a porta e deixava meu casaco por ali.
- Oi, – mamãe veio sorrindo até mim ela usava um avental vermelho, seus cabelos pretos – como o meu – estavam presos num coque frouxo – Que bom que chegou. Temos visita, um amigo de seu pai – acrescentou.
- Ótimo, mais um daqueles velhos chatos que o papai trás para casa – resmunguei entediada.
- E quem disse que ele é velho? – mamãe retrucou arqueando as sobrancelhas.
- Que seja – sussurrei cansada. Três meses haviam se passado desde o dia mais humilhante da minha vida. Suspirei enquanto seguia mamãe até a cozinha.
Observei os cabelos louros do homem que conversava com papai de costas para mim, seus ombros largos. Usava uma camisa preta e calça jeans.
- Até que enfim, – disse papai fazendo o homem se ajeitar na cadeira perto do balcão – Quero que conheça alguém – papai levantou-se – Esse é Brian Johnson – o tal Brian virou-se sorrindo e eu perdi o ar. Droga! Por que ele tinha que ser tão bonito assim?
- É um prazer conhece-la – ele disse com a mão estendida na minha direção, olhando-me fixamente.
- O prazer é meu – sorri amarelo segurando sua mão quente.
Flashback off
Ah, Brian se você soubesse!
- Quer dizer que você não esperou nem passar um ano direito e já foi atrás de outro? – perguntou irritado.
Eu ri outra vez como ele consegue ser tão cínico. Deus!
Flashback on
Dois meses depois...
Por incrível que possa parecer, Brian e eu nos tornamos amigos, ele iria morar em Kentucky, ele estava procurando por um apartamento e eu estava o ajudando com isso.
- Finalmente pensei que fosse ficar aqui para sempre – fiz drama ao vê-lo sair do prédio.
- Ah que exagero – brincou bagunçando meus cabelos.
- Ficou com o apartamento? – perguntei curiosa.
- Sim. Agora tenho um lugar para morar – agora foi a vez dele de ser o dramático.
- Você fala como se estivesse morando na rua, Brian – franzi o cenho.
- Ah, você sabe o quanto gostei ficar na sua casa, – Brian acariciou meu rosto e eu me arrepiei.
- Eu sei. Vou sentir sua falta – choraminguei fazendo bico.
Ele riu alto. E Deus... Que risada linda.
- Você pode vir me visitar sempre que quiser – disse me olhando fixamente. Suspirei.
- Mesmo assim – resmunguei o abraçando pela cintura – Você é o meu melhor amigo, Brian.
Brian suspirou abraçando-me com mais força.
Flashback off
- Você queria o quê? Que eu ficasse chorando por você para sempre? – perguntei descrente – Cara você me iludiu, me abandonou no altar - eu dizia enumerando nos dedos – Fugiu com a vagabunda da sua vizinha. E agora volta querendo ser perdoado – ri debochada.
- Fiz aquilo porque estava confuso, , eu sempre amei você.
- Cala a boca. Eu também te amava e estava confusa, mas nem por isso eu te abandonei – esbravejei. Passei as mãos pelo rosto.
- Vai me dizer que esse cara é melhor que eu – ele sorriu malicioso. Que cara ridículo, eu sentia repulsa, nojo.
- Você não sabe o quanto – menti, porque eu e Brian nunca tínhamos feito sexo. A única coisa que ele havia conseguido fora um beijo – Ele me faz mulher de verdade, coisa que você nunca conseguiu fazer – sorri maldosa – Você nunca conseguiu fazer eu me sentir como ele faz.
- Diz isso agora – rebateu.
- Digo agora, porque é a verdade. Quer saber eu cansei de perder tempo com você , eu te odeio, tomara que aprenda a conviver com isso meu caro. Ah, espero que não me procure mais, porque para mim você está morto desde o momento em que disse “Não” pra mim no altar – finalizei olhando-o nos olhos com todo o ódio e mágoa que tinha por ele.
Sai do café em que estava a passos largos onde infelizmente o encontrei.
Agora eu precisava falar com ele, o novo dono do meu coração e do meu amor.
Ah, Brian se você soubesse!
Flashback on
Uma semana antes...
- Brian? – o chamei. Nós estávamos no apartamento dele, vendo um filme entediante.
- Hum? – murmurou.
- Preciso te contar uma coisa – eu disse confiante, encarei-o e sorri.
- O quê? – quis saber, parecia interessado.
- Acho... Acho que gosto de uma pessoa, acho que estou apaixonada – sorri envergonhada.
- Acho que eu também estou apaixonado – meu sorriso murchou. Isso não podia estar acontecendo.
- Sério? Que bom. Quem ela é? – perguntei por perguntar.
- A garota mais linda que já conheci em toda a minha vida – ele sorriu abertamente. Lindo!
- E eu a conheço?
- Creio que sim...
Flashback off
Apressei o passo ao avistar o portão do condomínio onde ele morava.
- Boa tarde Frank, o Brian está? – perguntei ao porteiro.
- Está sim, quer que eu o avise? – disse.
- Não precisa – sorri amigável. Tomei o elevador. Meu coração batia tão rápido que por um instante pensei que ele fosse sair do meu peito.
Respirei fundo e toquei a campainha. Sorri ao ouvir o barulho de chave, mas ele sumiu quando meus olhos focalizaram uma mulher ali.
- Sim – ela sorriu.
- Ahn... O Brian está? – gaguejei nervosa. Era ela. A garota mais linda que ele já havia visto. Engoli em seco.
- Está, entre – pediu e eu o fiz, receosa.
- Desculpe perguntar, mas quem é você?
- Melany Johnson, sou irmã do Brian e você? – perguntou. Respirei aliviada.
- Sou – sorri.
- A claro – disse – Bom, diga ao Brian que eu dei uma saidinha, por favor – pediu, assenti. A vi fechar a porta e fui procurar Brian. O encontrei jogando no sofá vendo TV.
- ! – gritou ao me ver, correu até mim e me abraçou – Que bom que veio, tenho algo para te contar – ele estava feliz e eu esperava que ele continuasse assim depois que contasse.
- A é, o quê? – sentei-me ao seu lado.
- Vou pedi-la em casamento – engoli em seco. Minhas mãos gelaram.
- O quê?
- É, estou apaixonado, já a conheço algum tempo – a cada palavra, meu coração se partia.
- A sim – abaixei a cabeça triste – Fico feliz por você – menti.
- Não é o que parece – ele disse erguendo meu rosto – O que foi? – perguntou preocupado.
- Nada. É que eu sempre fico assim com essa história de casamento.
Não era mentira.
- Não fique assim certo – pediu abraçando-me.
- Prometa que não irá deixá-la no altar, que não irá se arrepender Brian – supliquei, me afastando dele para olhar em seus olhos.
- – ele riu baixo – Eu não tenho dúvida do que eu quero – afirmou segurando meu rosto entre as mãos quentes – Eu serei o homem mais feliz do mundo quando eu ver você entrando na igreja toda linda só para mim – ele sorriu e meus olhos estavam embaçados pelas lágrimas.
- Brian – pedi chorosa.
- Quer casar comigo? – pediu. Oh meu Deus.
- Quero – sussurrei.
- Eu te amo – ele disse baixinho antes de selar nossos lábios, iniciando um beijo calmo.
Um mês e meio depois...
E lá estava eu outra vez caminhando em direção ao altar em direção a Brian que me olhava fixamente, seus olhos brilhavam.
- Brian Johnson, você aceita Amélia , como sua legítima esposa? – Perguntou o padre.
- Aceito – Brian me olhou e sorriu – Para sempre – sorri de volta.
- Eu te amo Brian – sussurrei.
FIM
Pois é olha eu aqui outra vez, espero que tenham gostado e que vocês comentem bastante certo.