7 Boys - What I Go To School For

Escrito por Tize | Revisado por Pepper

Tamanho da fonte: |


  JungKook não olhava para o relógio, contando os segundos para o fim da aula, como os seus colegas faziam. Sua atenção era completamente focada nela, Senhorita . A professora deveria ter uns trinta e três anos, mas o garoto não se importava.
  Ela era linda. Suas curvas bem desenhadas, a voz suave, os olhos grandes, lábios carnudos... Mas ele amava de verdade aquelas pernas. Eram bem torneadas, longas e macias, ressaltadas pelas saias e shorts que usava diariamente. Não eram nada exageradas, apenas evidenciavam suas qualidades.
  JungKook não raramente deixava seus pertencem caírem no chão para ela pegar, assim mostrando-lhe uma pequena parte do que ele realmente queria ver. Seu lugar na primeira cadeira da fileira do meio tinha desses privilégios.
  – E alguém sabe me dizer qual o tipo de governo era o de Esparta? – ela falava enquanto todos pareciam dormir. – Kookie?
  JungKook sentiu aquela sensação arrepiante e gostosa pelo corpo. Era assim sempre que ela o chamava daquela maneira carinhosa.
  – Diarquia. – ele respondeu com seu melhor sorriso.
  – Exatamente. – ela disse retribuindo o sorriso e continuando a explicação.
  Para o garoto, os olhos brilhantes da professora se concentravam apenas nele. A voz doce dela ecoava em sua cabeça – talvez fosse por isso que suas notas estivessem subindo tanto. Nunca estudar História fora tão especial.
  A coisa toda tomou forma numa quinta-feira, pela manhã. Acidentalmente, enquanto fugia de (mais) uma confissão, JungKook ouvira Srta. conversando com seu namorado pelo telefone, e um sorriso enorme surgiu em seu rosto ao entender a situação.
  – Hey, Zelo! – ele exclamou se aproximando do amigo.
  – O que foi agora? – o menino alto perguntou erguendo uma das sobrancelhas.
  Sabia que aquele sorriso que o moreno carregava nos lábios não seria de graça.
  – Será que você poderia me ajudar? Eu só preciso que você finja que eu vou dormir na sua casa hoje. Ou algo assim.
  Zelo arregalou os olhos, incrédulo.
  – Como é que é? – ele exclamou e todos ao redor, no corredor, olharam para os dois.
  – Shhhhhiu! Sério, eu só preciso que você me dê um motivo para eu sair essa noite. Por favor. – JungKook disse juntando as mãos e olhando-o de forma implorativa.
  – Aish! – Zelo analisou o garoto por alguns segundos. – Ok, ok. Só quero que você me explique direito isso. O que você vai fazer?
  JungKook mordeu o lábio inferior pensativo. Ele nunca poderia contar ao seu amigo sobre sua obsessão pela professora de História. Eles nunca entenderiam...
  – Eu te explico, mas hoje não. Prometo.
  Zelo suspirou, mas assentiu.
  – Espero que isso não cause a morte de ninguém no final... – ele sussurrou quando JungKook se afastou saltitante.

  O ar noturno era gélido, mas ele não se importava. Apenas seguia em frente, procurando o endereço anotado em um pedaço amassado de papel.
  – Era para ser por aqui... – ele murmurava apertando os olhos para enxergar com a pouca luz da rua.
  De repente estacou e sorriu. Ali estava o endereço. A casa da senhorita . Era uma de dois andares, sem cerca, com paredes cor de pastel e janelas amplas. Bem ao lado da construção havia uma enorme árvore, cujo topo ultrapassava o telhado.
  A única luz proveniente de dentro era justamente a de uma janela ao lado dessa árvore. Sem hesitar, JungKook rumou para lá, esperando ter sorte. Subiu cuidadosamente pelos galhos largos e espalhados, até chegar a um privilegiado pela proximidade com a casa. Contendo a respiração arfante, ele observou a janela, sem saber o que esperar.
  Ele se atentou a cada detalhe daquele quarto. Era espaçoso, com uma cama de casal encostada na parede oposta à janela, um criado mudo e um armário logo ao lado. Não se passaram nem cinco minutos e JungKook perdeu o movimento de todo seu corpo – praticamente. Ela adentrou em seu campo de visão apenas com as roupas íntimas.
  Ele não teve muita opção, a não ser ficar imóvel e olhar para aquela cena deliciosa. A lingerie de um tecido vermelho com renda preta por cima contrastava com a pele clara e macia, muito à mostra, realçando a curva delgada da cintura e os seios volumosos.
  JungKook observou-a se deslocar até o armário, abri-lo e demoradamente escolher uma roupa. Ele conseguia ouvir o cantarolar doce que ela emitia sem se dar conta de que estava tendo sua privacidade invadida, enquanto pegava uma ou duas roupas para analisar. Era a visão mais divina que o garoto já tinha visto em toda sua vida.
  – Eu acho que posso morrer agora mesmo... – ele sussurrou rouco.
  A professora escolheu uma camisola de tecido fino e transparente, com o tom perolado e de alcinhas para vestir. Mas antes de fazê-lo, sentou-se na cama e pegou um potinho de cima do criado mudo.
  JungKook quase engasgou quando ela começou a espalhar o creme de corpo lentamente por suas pernas. Era simplesmente de mais para sua inocência, aquela cena tão sedutora. Quando viu, já estava no chão. Tinha caído e a culpa era dela e de sua imagem sedutora.
  – Omo! Está tudo bem? – ele ouviu a voz aquela voz de cima.
  Olhou e lá estava a cabeça dela para fora da janela, encarando-o preocupada.
  – Espera um minutinho! – ela exclamou.
  Mesmo que JungKook quisesse fugir, ele não conseguia. Estava tonto e a queda tinha provocado uma falta de ar insuportável – não que ele já não estivesse sem ar antes.
  – Tudo bem? – a professora perguntava ao se aproximar dele.
  Ele apenas murmurou algo inaudível.
  – Kookie, meu filho, o que é dessa vez? – ela perguntou ajudando-o a se levantar.
  Andaram para dentro da casa, onde ela o deixou sentado no sofá.
  – O que você estava fazendo? – ela indagava.
  JungKook estava tão envergonhado e nervoso que nem reparou no sorriso satisfeito nos lábios de sua Srta. , ou nas bochechas rosadas que ela carregava enquanto se sentava ao lado dele no sofá. Afinal... como explicar a sua professora de História que a estava stalkeando?
  – Eu... er... e...r... – ele balbuciava enquanto suas bochechas se avermelhavam.
  – Eu sei o que você estava fazendo, Kookie. – de repente o tom de voz dela mudou.
  JungKook olhou-a assustado. Não era como se ela estivesse falando com um aluno. O tom que ela usava era sexy e levemente rouco, uma face que ele nunca conseguira enxergar antes. Engoliu a seco.
  – Oi? – ele disse confuso.
  A professora sorriu de uma maneira que o fez estremecer de prazer.
  – Eu sei de tudo. – ela disse mordendo o lábio inferior. – Eu sei...
  JungKook desviou o olhar, corado. Ela ainda estava apenas com a camisola transparente por sobre a lingerie e isso só piorava a situação.
  – Eu sei... – ela continuou, enquanto se aproximava do jovem. – O que você quer...
  Com os olhos arregalados, JungKook voltou a encará-la. Seus rostos estavam tão perto que podiam sentir a respiração um do outro.
  – Você sabe por que eu vou à escola, Kookie? – ela falou prendendo os olhos do garoto nos seus. – Você sabe?
  Ele negou com um movimento de cabeça. A professora sorriu com o nervosismo que ele estava sentindo. Era uma sensação deliciosa... Lentamente, ela se aproximou ainda mais, até seus lábios encostarem-se à orelha dele.
  – É por você. – ela sussurrou e ele se arrepiou instantaneamente.
  Sorrindo, ela voltou a encará-lo. Jovens naquela idade... Tão novo, os hormônios à flor da pele, cheios de energia e pedindo por cuidado...
  – É só por sua causa, Kookie. – ela disse dando um sorriso doce, o que fez o menino suspirar. – E você? Por que vai à escola? Não me diga que é só por obrigação...
  – N-não... – ele se apressou em dizer, nervoso.
  Não queria que ela tirasse conclusões erradas. De fato, ele era obrigado a ir àquele inferno por causa dos seus pais. Mas desde que entrou no ensino médio, só pensava em sair. Tinha até arrumado uma vaga como treineer em uma agência. Seu sonho era viver de música e dança, apenas. Mas então ela aparecera em sua vida.
  Uma professora transferida, que mudara todas suas necessidades e desejos. Ir à escola tornara-se divertido, porque ela estava lá.
  – Eu também só vou por sua causa. – ele disse corando.
   Ela sorriu, reaproximando-se do garoto repentinamente.
  – Eu acho que temos uma encruzilhada aqui. – ela sussurrou enquanto ele encarava os lábios carnudos se movimentando. Parecia hipnotizado. – Agora que sabemos nossos motivos... Podemos deixar de ir para lá. Você não acha?
  JungKook desviou a atenção para os olhos castanhos que o fitavam divertidos.
  – Co-como assim? – ele indagou rouco.
  – Você sabe... Não precisamos nos encontrar na escola. Podemos nos divertir fora dela. O que acha?
  O garoto arregalou os olhos. Ela estava apenas brincando, certo? Provocando-o daquela maneira... Sorrindo, Srta. se afastou e JungKook sentiu que poderia respirar melhor.
  – Eu não quero que se sinta pressionado, Kookie. – ela falou com a voz levemente melosa, quase como se fosse um gemido, deixando o menino arrepiado.
  – Eu só não entendi direito... – ele começou, mas foi interrompido pela professora, que novamente estava com o rosto próximo do seu.
  Uma das mãos dela passeava pelo abdome dele, por cima da camiseta.
  – Kookie... – ela sussurrou no ouvido dele, logo em seguida mordendo o lóbulo.
  – Pro-professora? – ele gaguejou arrepiado de prazer e excitação.
  – Não, não, não! – ela o repreendeu ainda próxima ao ouvido dele. – Não sou mais sua professora.
  JungKook sentiu a mão dela descer pela sua barriga, parando no volume que já havia se formado sob a calça.
  – Professoras não devem deixar os alunos assim. Ou devem? Bem, acho que depende do que elas ensinam, não é? – ela disse risonha fazendo-o corar.
  – Srta. ... – ele disse com dificuldade e ela sorriu, se afastando um pouco para olhá-lo.
  – Sim, Kookie?
  Ele encarou-a de volta, pensando por um momento se aquilo tudo não era um sonho.
  – Apenas vamos fazer isso. – ele disse, logo em seguida puxando-a com urgência contra seus lábios, em um beijo apaixonado e necessitado, que só um garoto de quinze anos conseguia executar.

  Zelo estava sentado na escadaria do colégio, como costumava fazer sempre, rodeado por alguns amigos, enquanto comia seu café da manhã: cherry tomatoes – ele tinha acordado atrasado, para variar, então não teve tempo para uma refeição decente.
  Ele estava indo saborear o seu último precioso tomatinho quando alguém bateu em seu ombro, e o tomatinho saiu voando de sua mão, caindo no chão.
  – Yah! Quem foi que...?! – sua voz morreu quando ele reparou na cena a sua frente.
  Do carro da professora , desciam ela e JungKook.
  – Por que ele está com ela? – Zelo ouviu alguém perguntando.
  Simplesmente chocante. Do nada, JungKook e a professora de história aparecem juntos, saindo do mesmo carro, andando de mãos dadas pelos corredores do colégio sem o menor pudor ou senso.
  – Ai... Meu... Deus! – Zelo exclamou pausadamente quando todo o quebra-cabeça se encaixou.
  JungKook havia passado a noite na casa da professora?! Desesperado, ele procurou encontrar os olhos do amigo que andava ao lado da Srta. como se fosse o namorado dela. Quando conseguiu esse contato visual, por apenas cinco segundos, ele entendeu. Aparentemente, esteve sempre óbvio tudo aquilo, só que ninguém nunca quis enxergar. JungKook era apaixonado pela professora e tinha conseguido convencê-la a amá-lo também.
  O casal entrou na sala do diretor e depois de alguns minutos saíram. Os sorrisos estampados, enquanto eram seguidos por um diretor incrédulo e sua secretária histérica.
  – Foi bom ter te conhecido. E ter trabalhado nessa escola. – gritava a professora enquanto ela e JungKook se aproximavam do carro.
  Antes de entrarem, o garoto olhou pela última vez para o amigo alto que estava parado na escadaria, encarando a cena. O moreno sorriu e acenou, logo em seguida desaparecendo no banco do carona.
  – Esse doido... – Zelo sussurrou rindo, imaginando se algum dia voltaria a ver o amigo.
  Aquele dia seria agitado. Muito agitado. A fofoca iria se espalhar com um raio, as estudantes chorariam por terem perdido para uma coroa o seu estudante mais popular, os professores ficariam chocados, pais ficariam abismados e muitos adolescentes seriam transferidos para outra escola, onde não houvesse tamanha depravação. Mas ao menos alguém estava feliz. E não é isso o que importa?

FIM



Comentários da autora