7 Boys - Nerdy

Escrito por Tize | Revisado por Pepper

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  A escola estava uma bagunça. Tudo porque uma professora e eu estudante tinham se envolvido. Pergunto-me qual o problema disso? O amor não tem fronteiras, não tem idade, não tem sexo, não tem raça ou credo que o impeçam. (Embora a ideia de namorar uma mulher de 30 anos não seja muito do meu agrado... Mas gosto é gosto, não?)
  Veja a minha situação: o garoto nerd da escola apaixonado pela garota popular. Ok, quando tudo começou, ela não era assim. era inocente e pura, além de gentil e fofa. Eu a amava por causa do jeito como ela tratava a todos igualmente, sempre com um sorriso verdadeiro nos lábios.
  Ah! Ela mudara tanto desde que entrara naquela escola... Porém eu não consigo ignorá-la. Eu ainda a amo. E não sei se conseguirei desistir assim tão fácil dela. Porque ela estava se destruindo gradativamente e eu precisava salvá-la. Mas como se ajuda quem não quer ser ajudado?
  – Ainda acho que isso não é o melhor a se fazer... – meu melhor amigo dizia.
  – Eu tenho que tentar. Eu não posso deixar ela se acabar assim... Eles só estão se aproveitando da beleza dela! – eu retrucava.
  Tinha tomado minha decisão no dia anterior, graças a um acaso. Era domingo, e eu estava cortando a grama do jardim quando a vi passar. (Sim, eu sou vítima de trabalho escravo, alguém avise para meus pais que isso é ilegal.)
   usava uma saia de pregas curta e uma daquelas meias enormes que iam até depois do joelho, toda listrada e colorida.
  Eu acho que não consegui conter um suspiro alto e apaixonado. Ela parecia um devaneio, andando tão perto da minha casa, casualmente. Linda. Por que me provocava tanto assim? Sem me importar com mais nada, eu a segui. Não me chamem de maníaco, eu apenas queria saber aonde ela iria àquela hora da tarde, num domingo entediante. Além disso, e se ela fosse assaltada? Só precaução...
  Acho que nunca fiquei tão chocado em toda a minha vida. Tudo bem, eu não sou a pessoa mais inocente do mundo. Só me interesso por vídeo games, computadores, Star Wars, sabe, aquele típico virgem que todos zoam, mas isso não quer dizer que eu me isole totalmente do mundo. Eu sei até do que acontece (aquela noção básica), mas nunca presenciei nada.
  Até aquele dia. Sabe, eu faria qualquer coisa para tê-la ao meu lado, porém nunca fumaria. Nunca. Isso estava fora de cogitação. Mas não pensava da mesma maneira. Ela e seus “amiguinhos” estavam tragando em um beco qualquer perto de uma loja de conveniência. E eu só podia observar tudo, sentindo meus pés perderem o contato com o chão.
  A que eu conhecia não era assim. Ela não iria atrás das pessoas facilmente, não se deixaria corromper... Eu acho que estava enganado. Ela estava se ruindo, bem na minha frente, e eu não podia fazer nada. Nada?
  – Eu vou falar com ela. Não importa como ou se ela vai me ouvir, mas eu preciso tentar! – eu falei resignado e meu amigo suspirou.
  – Você é quem sabe. – ele disse.
  Afastei-me, indo em direção a . Eu sabia onde ela morava, então eu só precisava interceptá-la no meio do caminho na volta da escola. Tinha que ser em um momento em que ela estivesse sozinha... Eu não queria ser interrompido e nem queria causar mais problemas. Ela tinha uma reputação e algumas complicações. Precisava ser apenas nós dois.
  – . – a chamei e ela congelou.
  – O que você quer? – ela perguntou e eu senti nervosismo em sua voz.
  – Quero conversar. – falei.
  – Não temos nada para conversar. – ela disse com um riso de deboche no final da frase, recomeçando a andar.
  – Provavelmente não, a não ser sobre cigarros. – falei forçando um tom casual.
  Ela parou e se virou lentamente para me encarar. Ahh... Os olhos dela era tão lindos e grandes...
  – O quê? – ela disse dando um sorriso amargo. – Vai me denunciar para meus pais? Ahh eu deveria imaginar... Suga, o garoto certinho, faria mais o que?
  – Você fala como se fosse a rainha das malandragens. – dessa vez foi a minha vez de soltar um riso de deboche.
  – Você não deveria se intrometer na vida alheia. – ela disse fria.
  Suspirei.
  – Eu só estou preocupado, . Eu não aguento mais te ver morrendo aos poucos...
  Ela arregalou os olhos confusa.
  – Não tem ninguém morrendo aqui, Yoongi. Não sei de onde tirou essa ideia absurda! – ela disse cruzando os braços.
  – Vamos conversar em outro lugar, por favor. – eu falei quando percebi que alguns alunos de nossa escola se aproximavam.
  Ela seguiu meu olhar e bufou.
  – Vem! – ela disse recomeçando a andar e eu a segui.
  Não demorou muito e chegamos a uma casa abandonada que ainda não tinha sido terminada de construir. Sorri com as lembranças boas que aquele lugar me trazia. Era onde costumávamos vir quando ela ainda era a pela qual me apaixonei. Passei as mãos em uma das poucas paredes que estavam completas.
   Por que sumiram? – eu perguntei quase em um sussurro.
  – O quê? – ela indagou.
  Olhei-a e entendi que ela havia escutado perfeitamente a minha pergunta. Ela só estava se fazendo de desentendida.
  – Nossas marcas. – falei apontando para o lugar na parede onde deveria estar escrito nossos nomes e sonhos, mas tudo o que havia era uma camada de tinta podre.
  Ela deu de ombros e não quis me encarar.
  – O que você queria falar? – ela disse se mostrando impaciente, mas eu sabia que era fingimento.
  Ela estava constrangida. Olhei novamente para a parede e suspirei. O que eu faria com você, ?
  – Queria saber o que há em sua cabeça. – comecei e senti os olhos dela em cima de mim. – Desde quando você é tão burra? Fumar... Beber... Se drogar... Isso a que eu conhecia nunca faria. O que é que te fez mudar tanto...
  Olhei-a esperando alguma reação, mas ela estava ocupada analisando as unhas.
  – Você não é assim, . Você não precisa se submeter a coisas tão estúpidas, não precisa provar nada a ninguém. – eu continuei, ainda encarando-a. – Eu sempre gostei do jeito que você é de verdade.
  Essas palavras a fizeram estremecer. E embora ela tentasse parecer não estar prestando atenção, eu sabia que estava fazendo efeito nela.
  – Você sempre foi tão perfeita. Educada, gentil, bondosa, uma boa menina...
  – As pessoas não gostam de boas meninas. – ela me interrompeu e eu senti a raiva na voz dela.
  – Pessoas estúpidas pensam assim, . – falei calmo. – Eu realmente te admirava, sabe. Sem esforço algum, você me tinha na palma da sua mão.
  Suspirei ao perceber isso. Sim, ela sempre me tivera na palma da mão. Quando ela decidira se eleger como presidente do grêmio, eu nem precisei de campanha para votar nela. Mas ela continuava a me ignorar.
  – Ver você se arruinando tão próxima assim e me sentir impotente diante disso é horrível. Eu não quero te ver sofrer. Eu preciso de você feliz. ... – eu falei e fui me aproximando inconscientemente dela, até poder tocar-lhe a face com as mãos e fazê-la me encarar olho a olho. – Eu quero cuidar de você. Você não está sozinha. Você não precisa de muita coisa, não precisa deles! Será que não percebe? Eu te amo.
  Os olhos dela estavam marejados. Isso me doía no coração, embora eu soubesse que era um bom sinal. Ela estava me ouvindo e as palavras surtiam efeito.
  – , eu realmente te amo. – eu sussurrei colocando minha testa colada a dela.
  Acho que nunca vou esquecer aquela sensação. Os olhos dela estavam arregalados e molhados, me encarando como se tivesse achado tudo o que precisava no mundo.
  – Você... Me ama? – ela balbuciou.
  – Eu... – eu iria repetir aquela frase mais uma vez, mas fui interrompido pelos lábios dela, que se juntavam aos meus carinhosamente.
  Eu não sabia bem o que fazer ou pensar. Então simplesmente agi por instinto. Levei minhas mãos até a cintura dela e a puxei para mais perto, enquanto ela enlaçava seus braços entorno do meu pescoço. A boca dela era tão macia e doce...
  Quando paramos para respirar, ela me encarava com um ar de quem não sabia de mais nada. Parecia ter voltado a ser a minha de muito tempo atrás...   – Eu te amo. – eu falei quando recuperei o fôlego e ela sorriu.
  – Você sabe quanto tempo eu esperei por isso? – ela disse e eu franzi o cenho.
  Ela esperava que eu me declarasse para ela? Ela sorriu e apertou uma de minhas bochechas, enquanto eu tentava não transpassar minha confusão.
  – Do que você está falando? – eu perguntei e ela suspirou.
  – Desculpa. Eu tenho sido uma estúpida por todo esse tempo... Eu tinha desistido de tentar te conquistar já. Você nunca me tratava mais do que uma amiga, talvez uma irmã... – ela disse com seus olhos se prendendo em algumas memórias do passado. – Quando chegamos ao ensino médio, eu vi uma oportunidade de te mostrar que eu não ficaria incondicionalmente ao seu lado pela eternidade.
  Então era isso. Ela estava esse tempo todo tentando chamar minha atenção? Se destruindo para ver até onde eu iria para protegê-la? Que tipo de confiança a levara até esse ponto?
  – Você... – eu balbuciei, mas o sorriso dela me fez calar.
  – Eu não tinha certeza... Se isso poderia funcionar. Então eu simplesmente desisti. Pensei que você não se importaria mais comigo e teve uma época que eu realmente via assim...
  Ela suspirou, me deixando incomodado. Eu já não entendia mais nada.
  – Você acha que eu não sei? Que não percebo que todas essas pessoas com as quais me envolvi, não passam de seres insignificantes? – ela continuou enquanto eu encostava minhas costas na parede. – Eu nunca confiei neles. Mas há essa altura eu não tinha como voltar atrás. Tinha tomado minha decisão. Se eu não podia ser sua namorada, eu não queria continuar sendo sua amiga.
  Eu ri amargamente, fazendo-a me encarar um pouco assustada.
  – Você é mais idiota do que eu imaginei. – falei sem olhá-la.
  – Talvez... Eu cavei minha própria cova de solidão. Mas minha estupidez é compensada pela minha sorte. – ela disse e eu finalmente a encarei. – Você veio me resgatar.
  Não consegui segurar meu riso quando ela começou a sorrir daquele jeito que há muito tempo eu não via. Aquele jeito cheio de aegyos naturais e fofos. Nada dos falsos que ela se forçava a fazer quando estava exposta.
  – Mas e agora? – eu perguntei curioso. – Você vai mudar radicalmente da noite para o dia?
  – Não era isso o que você queria? – ela disse se aproximando lentamente.
  – Você não se importa? Vai ser uma barra pesada... – eu disse enquanto ela pousava as mãos em meus ombros e eu a segurava pela cintura.
  – Hmmm... Eu nunca me importei realmente com isso. Não sou uma boa atriz?
  Eu ri. Ainda estava encostado contra a parede e ela estava em meus braços. Seria um sonho?
  – Quando nos formamos, vamos a uma agência especializada e você fará um teste. Quem sabe não atua no próximo drama? – eu falei e ela riu, encostando a cabeça em meu peito.
  Aproveitei esse relaxamento, e inverti as posições. Agora era ela contra a parede. me olhou um pouco impressionada.
  – Só me promete uma coisa? – eu disse e então aproximei meus lábios do ouvido dela, fazendo-a se arrepiar. – Nunca mais me deixe assim do nada, ok?
  Afastei meu rosto para encará-la e ela assentiu, sorrindo.
  – Nunca mais irei te deixar, Suga. – ela disse, passando uma das mãos pelo meu cabelo escuro.
  – Yah! Não faça isso! – eu falei erguendo uma das mãos para ajeitar a bagunça que ela fizera.
  Nesse meio tempo, ela me empurrara e eu caí no chão.
  – Sabe, enquanto eu estava atuando, aprendi algumas coisinhas básicas... Você quer que eu te ensine? – ela disse e eu pela primeira vez na vida vi um sorriso malicioso naquele rosto de anjo. Corei.
  – Yah! Você não pode ficar falando essas coisas... – eu disse enquanto ela se aproximava de mim.
  – Por quê? – ela indagou se agachando ao meu lado.
  Sorri. Em menos de um segundo, ela estava no chão, eu por cima dela, prendendo seus pulsos acima da cabeça.
  – Porque essa fala é minha. – eu disse e então a beijei.

FIM



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