7 Boys - Crashed The Wedding

Escrito por Tize | Revisado por Pepper

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  Ele não conseguia parar de correr. Por mais que bem lá no fundo ele sentisse que tudo aquilo era uma loucura, ele não poderia parar. Ele tinha um casamento para deter, caso contrário sua vida seria cheia de arrependimentos. Parou em uma esquina para recuperar o fôlego, aproveitando para procurar alguma plaquinha de identificação de rua.
  Gordon Street. Ele estava no rumo certo. Voltou a correr se relembrando do que o motivava a continuar. Um sorriso travesso surgiu em seus lábios carnudos enquanto a imagem de aparecia em sua consciência, o cabelo ruivo, a pele lisa e os olhos grandes. Ela era perfeita.
  Tinham se conhecido por acaso em um zoológico. Ela estava fugindo do seu “namorado” e do suposto encontro em que estava sendo obrigada a ir, quando esbarrou nele. Naquela época Nam Joon gostava de usar óculos escuros e um penteado que o fazia parecer um afro descendente, que davam a ele uma imagem totalmente bad boy e nada fofa.
  – Olha por onde anda! – ele exclamou soando um pouco rude.
  Mas na verdade ele estava constrangido. Aquela garota descuidada era extremamente bonita e tinha feito com que ele ficasse sem saber como agir naturalmente.
  – Eu que digo isso! – ela revidou irritada.
  Nam Joon notou que a garota estava inquieta, olhando para todos os lados.
  – É uma fugitiva? – ele indagou querendo provocá-la.
  A primeira impressão não estava sendo das melhores, e mesmo que ele quisesse melhorar isso, não sabia como fazê-lo. Então simplesmente adotou uma atitude malvada e implicante para seguir conversando.
  – Acho que não é da sua conta. – ela disse sem encará-lo.
  – Você é mesmo muito atrevida, não? – ele riu e de repente paralisou.
  A garota doida tinha puxado-o para perto de si, encurralando a si mesma contra a parede. Os rostos estavam muito próximos e quem olhasse de fora acharia que eles estavam se beijando.
  – Só me ajude por enquanto. – ela sussurrou suplicante.
  Nam Joon não sabia de mais nada. Parecia que tudo tinha parado, até o som da respiração ofegante não existia mais. Tudo o que sentia era o próprio coração acelerado e a presença tão próxima dela.
  – Obrigada. – ela disse sorrindo, desfazendo-se daquela posição tão repentinamente quanto a tinha criado.
  Ele ficou ali parado, sem reação, até que ela o cutucar, preocupada.
  – Você está bem?
  – Eu... – ele balbuciou olhando-a envergonhado. – Eu a-acho...
  A garota riu, soltando um som adorável.
  – Você é fofo, embora tenha essa imagem de garoto durão. – ela disse fazendo-o corar ainda mais.
  – Nã-não é as-assim... – ele tentou se defender, mas apenas serviu para fazê-la cair na risada ainda mais.
  – Ok, ok. – ela disse quando conseguiu recuperar o fôlego. – Por acaso, eu me chamo . E você?
  – Nam Joon, mas pode me chamar de Rap Monster... – ele disse sem graça.
  – Certo, Rap Monster. Eu gostei do seu apelido. Então, quer dar uma volta?
  E foi assim que eles começaram a se envolver. Nam Joon era um garoto que na verdade tinha uma personalidade totalmente oposta à imagem que costumava transparecer. Aquele ar de homem sério, durão, nada inocente e meio ameaçador era apenas na primeira impressão.
  Por dentro, ele era engraçado, com uma alma profunda, muito inteligente e com valores indestrutíveis.
  – Você tem um sonho? – ele uma vez a perguntou.
  Estavam na casa dele à noite, completamente sozinhos. Ela havia mentindo para os pais dizendo que dormiria na casa de alguma amiga e os pais dele tinham ido para o interior, passar o fim de semana longe do estresse da cidade. Rap Monster usara a desculpa de fazer um trabalho em dupla para ficar.
  Eles não tinham planejado muito a situação. Ela meio que acontecera naturalmente. Como quando você joga uma pedra na lagoa, entediado, e percebe que ela pula três vezes sem querer.
  – Um sonho? – ela repetira a pergunta pensativa.
  – Sim. Quero dizer, todos nós estamos nessa vida de estudante... Acumulando “conhecimentos” e matérias, sem realmente saber o futuro, sem entender para que servem ou como isso realmente te ajudará a chegar ao ápice...
   franziu o cenho. O quarto de Nam Joon era pequeno e aconchegante, com um armário e estantes cheias de livros. Não havia muitas peças de decoração porque ele facilmente as quebraria, graças a seu talento natural para o desastre. Mas ainda assim, era um quarto bem decorado, com pôsteres de times e ídolos musicais, além de vários CD’s espalhados perto do estéreo.
  Porém, o que mais estava chamando atenção de naquela momento era a cama estreita em que estavam deitados. Ela era muito pequena para os dois corpos, obrigando-os a se tocarem além do necessário. O contato de peles fazia-a se desconcentrar.
  – Um sonho... – ela sussurrou mordendo os lábios e encarando-o. – Eu gostaria que meu pai me deixasse livre para escolher quem eu amo...
  Nam Joon olhou-a e suspirou. O pai de era um homem assustador, CEO de uma grande empresa e de uma família nobre. Ele nunca deixaria sua filha preciosa se relacionar com qualquer um, por isso vivia forçando-a a encontros com candidatos a altura escolhidos a dedo por ele mesmo.
  Rap Monster não precisou conhecê-lo pessoalmente para entender toda a situação. Por sorte, não era nada inocente e controlável. Ela sabia o que queria, usando de todos os meios possíveis para se ver satisfeita. Ela não era a princesinha que deveria ser.
  – E você? Qual o seu sonho? – ela indagou ajeitando-se na cama para ficar de lado, totalmente virada para ele.
  – Eu estou tentando descobrir isso ainda... – ele disse engolindo a seco.
  Os olhos dela perfuravam-no intensamente, e quando ele percebeu, já estava beijando-a.
  – Nam Joon... – ela sussurrava entre os toques de lábios. – Por favor...
  Ele sorriu, mostrando suas covinhas. Lentamente ela começou a tirar-lhe a camisa, passando as mãos pelo abdome e peitoral definidos, finalizando nos braços musculosos. Ele a beijava cada vez com mais ferocidade.
  – Seu pai ficará uma fera se descobrir... – ele murmurou enquanto ela mordiscava um dos ombros nus dele.
  – Se ele descobrir... Vamos enfrentá-lo? – ela perguntou parando de mordê-lo para encará-lo séria.
  Nam Joon engoliu a seco. Ele não era do tipo de fugia de desafios e vivia sempre em confusão não só graças a sua habilidade de ser desastrado, mas também por causa de sua aparência. Porém, isso não significava que ele era um rapaz sem medos e com falta de juízo. Ele sabia o que suportava, conhecia seu limite.
  – Eu não quero ficar sem você... – ela disse quase num sussurro, fazendo-o se arrepiar.
  – Eu vou fazer qualquer coisa por você. – ele disse e então a beijou carinhosamente.

  Infelizmente, as pessoas não sabem exatamente do que são capazes, até que o tenham que fazer. O pai de já desconfiava de tudo desde o início. Bastaram apenas mais algumas semanas para ele interferir.
  – Você só pode estar brincando! – ele dizia com um sorriso irônico no rosto. – Esse rapaz nunca teve um emprego! E você ainda diz que o ama... Amor não irá te sustentar, nem trazer prestígio!
  – Por que tem que ser assim? Por que tenho que viver da maneira que você quer? Por que tenho que dar valor a coisas tão fúteis como prestígio perante a sociedade?! – ela revidava com os olhos cheios de lágrimas e raiva.
  – Porque você é minha filha e eu não posso te deixar afundar dessa maneira.
  Nam Joon estava imóvel. Ele podia sentir o peso das paredes do escritório do pai de esmagando-o. E tudo o que ele queria naquele dia era levá-la até sua casa, dar-lhe um beijo de despedida, depois voltar para o próprio lar e adormecer. Ele estava cansado do dia longo de aulas entediantes e treinos. Mas o pai dela tinha que vir e estragar tudo, interceptando o casal no meio do caminho e obrigando-os a virem até o escritório.
  – Eu não tenho direito de escolha? – ela perguntou indignada e o homem com semblante sério suspirou, sentado em sua cadeira de couro do outro lado da escrivaninha.
  – Eu só quero o melhor para você, princesinha...
  – Eu te odeio. – ela sussurrou, mas o peso dessas palavras não era diferente do de um grito.
  Nam Joon arregalou os olhos enquanto a via saindo do escritório. Ele já não sabia para quem ela tinha dito aquilo. Por que ele parecia ser tão inútil?
  – Vá embora, moleque. E nunca mais apareça na nossa frente. – o homem disse tirando-o de seus pensamentos.
  Nam Joon saiu daquele lugar sentindo-se o pior dos piores. Ele não queria ser assim... Ele precisava mudar. Mudar para salvar-se. Mudar para salvá-la.
  – Eu não posso continuar assim... – ele disse a si mesmo, tomando uma decisão.

   se olhava no espelho sentindo que não olhava para si mesma. Aquela imagem no reflexo realmente não era ela, mas uma garota estúpida que tinha deixado de viver. Nada mais importava agora. Ela seguia as ordens de seu pai sem hesitar ou contestar. Até estava indo se casar com um riquinho qualquer de sobrenome tão bobo quanto sua personalidade.
  E mesmo que ela soubesse que não queria isso, a coragem e o ânimo faltavam-lhe para desistir. Toda sua personalidade antiga havia ido embora junto com seu amor... Junto com Nam Joon.
  Não! ela pensou. Não pense nele. Ele já não pensa mais em você...
  – Vamos, querida? – a voz estúpida de seu noivo a despertou do transe.
   forçou um sorriso e foi para o lado dele. Eles iriam mesmo fazer isso...
  – Você está bem? – ele perguntou olhando-a preocupado. – Parece estar nervosa...
  – Sim... É meu casamento, não é? Ficar nervosa é normal... – ela respondeu controlando seu tom de voz irônico.
  – Oh! Sim, realmente... Mas o seu nervosismo está mais para um triste do que um alegre...
   suspirou, encerrando o assunto. Esse homem era insuportável, definitivamente. E ela iria ter que aturá-lo pelo resto de sua vida idiota...
  – Pronta? Vamos! – ele disse puxando-a para o tapete vermelho que se estendia pelo salão onde a cerimônia seria executada.
   tentou sorrir, mas não conseguiu. Nada daquele lugar ou daquela gente poderia ser um motivo para alegria, então por que ela sorriria? Foi quando ela escutou aquela voz.
  – !
  Ela não estava delirando? Optou por continuar caminhando, aquilo deveria ser fruto de sua imaginação, mas a voz voltou a perturbá-la, dessa vez mais audível.
  – , por favor, não se case!
  Lentamente ela se virou para encarar a imagem que todos os outros, convidados e até o noivo, já olhavam. Nam Joon estava parado na porta do salão, ofegante e suado, usando uma roupa casual. O cabelo agora estava liso e dava-lhe um ar mais sereno e bonito. Os óculos costumeiros também haviam sumido, então ela conseguia enxergar aqueles olhos pequenos e profundos que só ele tinha. Isso lhe trouxe um sentimento muito bom à tona.
  – Rap Monster... – ela ofegou soltando o noivo e o buquê para correr e abraçá-lo.
  – ! – ele disse apertando-a contra o peito.
  – Eu achei que você tinha desistido... – ela disse sentindo as lágrimas aparecerem.
  – Eu nunca desistiria de você. – ele falou se afastando o suficiente para poder encará-la. – Porque eu te amo.
  O beijo que se seguiu arrancou suspiros e aplausos da platéia que assistia à cena. Os únicos nada felizes com isso eram o noivo e o pai da noiva. Mas eles não tinham muito a fazer, afinal, estava de volta e Nam Joon também, e dessa vez ninguém iria impedi-los.

FIM



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