5 Coulors in Her Hair

Escrito por Ágatha Pedotte | Revisado por Mandyy

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Capítulo 1 - She's got five colours in her hair

  E aí? Meu nome é Avril, Avril Lavigne. Tenho 16 anos e moro no sul da Califórnia, em Los Angeles para ser mais exata, adoro morar aqui e não arredo o pé dessa cidade, mas o grande problema é que estão querendo me tirar daqui à força e me mandar para Londres, vê se pode! E tudo por causa de um tremendo mal entendido, mal entendido nada, ARMAÇÃO, daquela vadia da Britney. Juro que um dia mato essa bitch, a se mato, se eu não matar, o carro da minha mãe a atropela “acidentalmente” deixando aleijada pra sempre. Cruzes tirem o diabo de mim que ele voltou, e está planejando um futuro terrível para a Britney.
  - AVRIL LAVIGNE FLETCHER! – Minha mãe gritava feito uma louca, e vocês acham que eu ouvia alguma palavra? Mas claro que não, ficava cantando mentalmente a música que parecia ser feita para mim, 5 colours in her hair, do McFly, não são a minha banda preferida, mas eu até que gosto deles. Já fui em TODOS os shows que tiveram aqui em Los Angeles e tá bom, tá bom, EU MORRO POR ELES, SOU COMPLETAMENTE LOUQUINHA POR ELES, e essa música é mais que especial para mim, porque eu tenho cinco cores no cabelo, além do meu loiro natural, eu tenho um preto em mechas por baixo do cabelo, mechas azuis logo acima, depois vem as verdes e as cor de rosa; sei que parece coisa de louca, mas eu amo meu cabelo assim, e é assim que ele vai ficar, por mais que muitas pensem que eu sou uma maníaca do parque ou qualquer coisa do tipo. Enquanto eu cantava mentalmente “She's just a loner with a sexy atittude”, minha mãe gritava, berrava, xingava, e todas essas coisas que as mães A-D-O-R-A-M fazer, mas as únicas seis palavrinhas que não foram gritadas me fizeram prestar atenção em todo o resto.
  – Você vai morar com seu pai! Já decidi, você vai pra lá, e amanhã! – Ela virou as costas e foi indo para a porta, provavelmente indo comprar a passagem.
  - MERDA! – Eu gritei e ela se virou imediatamente, agora eu devia dizer: “PUTA QUE ME PARIU”, mas isso iria cagar mais o que eu já tinha enchido de merda que estava todo cagado, se é que me entende, cagar o que já está cagado é um dom das Lavigne, a se é!
  - O que foi que você disse? – A voz de assassina que toda mãe faz não é nem um pouco assustadora perto da voz de assassina da MINHA mãe.
  - Merda? – Disse baixinho, com um sorriso amarelo e com a cara de “caguei o cagado”!
  - Pro quarto! – Ela disse respirando fundo.
  - Mas mãe...
  - PRO QUARTO AGORA!
  Viu só? As Lavigne tem o dom de cagar o cagado, eu já tava odiando ela, agora, eu a odiava de VERDADE, e não é a primeira vez que ela caga tudo que está cagado, afinal, para perder cinco namorados, dois maridos e uma filha não é pra qualquer um não! É claro que o primeiro que ela perdeu foi meu pai, o segundo Richard, o namorado que se salvou de perder a namorada, mas perdeu a mulher, ou melhor, o namorado que ela conseguiu não perder, mas que perdeu quando virou marido, e os outros foram apenas namorados que ela teve, mas nunca mais conseguiu engatar um casamento, ela os bota pra correr antes disso, coitados, quase todos eram boas pessoas... E agora eu... Sua filha, a única filha e ela faz isso.
  Subi as escadas batendo os pés, marchei até meu quarto, bati a porta e fui até a janela, afastei a cortina branca e olhei através do vidro minha mãe ligar o carro e sair loucamente pela rua. Joguei-me na cama e fiquei olhando para o teto, olhando para o pôster do McFly que eu tinha colado lá, lembrei então de onde meu pai morava, e de onde o McFly morava, em Londres, os dois, em Londres, pelo menos um ponto positivo dessa coisa toda.
  - Espero que nos vejamos em breve. – Disse mandando um beijinho para o mega pôster grudado no teto.
  Levantei-me e abri o guarda-roupa, como eu colocaria tudo aquilo em uma mala? Fiquei observando ainda por alguns segundos, e então catei todas as mochilas, malas, bolsas, necessaires, e tudo que desse pra enfiar alguma coisa dentro, e comecei então a enfiar tudo de qualquer maneira em qualquer lugar, todas as roupas, sapatos, livros, filmes, CDs, revistas, maquiagens, esmaltes, acessórios, e tudo mais que tinha no quarto, e não é que coube sem faltar nada? Mas o problema era que eram cinco mochilas, duas malas de rodinhas e duas de carregar na mão, três bolsas e seis necessaires que estavam dentro de outras malas, mochilas e bolsas, e como eu levaria SETE bagagens? Eu não sei, mas eu levaria TUDO! Não ia deixar NADA para trás, nadinha.
  Larguei tudo em cima da cama e fiquei olhando.
  -O que você pensa que está fazendo? – Achei que fosse minha mãe ao entender a frase, mas depois reconheci a voz, era minha melhor amiga, Harley.
  - Sendo forçada a ir para Londres para morar com meu pai. – Disse, e pela primeira vez depois de toda essa loucura me dei conta do que realmente aconteceria se eu fosse embora, eu ficaria longe de Harley, minha melhor amiga, longe de George, meu melhor amigo, longe tudo, até da nossa banda de garagem, One Night Only, longe da minha vida. As lagrimas começaram a crescer em meus olhos, virei para trás e olhei para minha amiga, e vi que George também estava lá. – Não quero ir.
  Corri e me joguei nos braços deles, e choramos juntos, pelo menos eu e Harley sim, George se recusava a dizer que chorava, disse que um cisco caiu nos olhos e saiu dali debulhado em lágrimas todo machão, mas era o machão que eu amava, como amigo, lógico, o meu machão. Eu não queria mais ir, na verdade acho que nunca quis, mas só agora caiu a ficha do que estava acontecendo de verdade, eu iria abandonar meus melhores amigos e toda a vida que eu tinha, por causa da merda da Britney, aquela vaca estragadora de vidas inofensivas!
  - Não vai não amiga. – Harley disse entre lágrimas e soluços.
  - E você acha que eu quero ir? – Perguntei incrédula, enquanto nos sentávamos na cama abraçadas. – Estou sendo forçada, desertada, mandada a força e sem escolha!
  - Mas porque ela vai te mandar meu pedacinho de merda? – Chorando ela me perguntou, tentando fazer graça de algo. – Não me diz que ela acreditou nas mentiras da Britney? – Fiz que sim com a cabeça, com as lágrimas caindo como uma cachoeira de meus olhos. – Não acredito nisso, a tia ficou LOUCA ou o quê? Pelo amor do Pai amado, não acredito nisso, eu preciso levar a tia pra conversar com a minha mãe, pra ver se ela vê a bobagem que está fazendo.
  - Deveria mesmo, Hay. – Nem percebi que George já tinha voltado, ele caminhou até nós e se sentou ao meu lado, abraçando-me.
  – Não quero que a nossa merdinha vá embora. – Como são carinhosos esses meus amigos, Pai do céu, imagina só se eles não fossem.
  - O que está havendo aqui? – Minha mãe olhava brava para nós três abraçados.
  - Viemos buscar a Avril para ir tomar sorvete, sabe... Quarta é o dia do sorvete, a gente sempre vai, mas ai tivemos uma pequena surpresa...
  Hay se levantou, eu e George a imitamos e damos passagem para as malas, para que minha mãe pudesse vê-las, ela simplesmente olhou e ficou séria, ainda mais do que estava antes de ver as malas, e estendeu a passagem para mim, eu fui até ela e peguei a olhei com lágrimas nos olhos, achei que ela fosse me abraçar, mas não, ela abriu a bolsa e tirou setenta reais lá de dentro e me deu.
  - Vá sair com seus amigos, é o seu último dia com eles, se eles quiserem dormir aqui com você essa noite e depois acompanhá-la até o vôo de amanhã... As portas estão abertas. – Minha mãe disse e saiu, deixando apenas eu, Hay e George, completamente desolados.
  - Vêm, vamos alugar uns filmes, comprar uns doces e coisas engordativas e vamos lá pra casa, e é LÓGICO que eu venho dormir aqui depois. – Hay foi me puxando para fora do quarto, e George veio logo atrás, murmurando um “eu também venho”.
  A minha tarde foi mais feliz do que minha manhã e o inicio da tarde horrorosa, no fim acabei me divertindo muito com meus amigos, assistimos a uns filmes melosos, que fez eu e Hay chorar e George rir por a gente estar chorando, umas comédias, que nos fez rir muito e um terror, que literalmente foi um terror que só, tanto terror que decidimos que não dormiríamos essa noite. Depois da tarde maravilhosa eu tinha que voltar a realidade, e meus amigos junto, nós fomos lá pra casa, quando entrei no meu quarto tomei um susto, minha mãe tinha arrumado minhas malas, desfeito todas aquelas bagagens e colocado em duas malas ENORMES que estavam ao lado de minha cama, ela deixou também uma bolsa pra mim, provavelmente nova, dei uma olhada dentro e tinha coisas “necessárias” para o meu vôo, um livro, meu Ipod, meus fones, minha carteira, e mais um monte de outras coisinhas, joguei a bolsa do lado das malas e nós deitamos na minha cama, ficamos conversando a noite inteira, olhamos alguns filmes no meu notebook, escutamos música e fizemos mais um monte de outras coisas, nós cuidamos para fazer o MÁXIMO de barulho possível, uma punição pequena para quem merecia ser mandada para o Iraque com a camiseta “Eu amo os EUA” ou qualquer coisa parecida, acabamos adormecendo enquanto olhávamos “Marley e Eu” e acordamos com minha mãe dando um beijinho na testa de cada um.
  - Está na hora minha querida. – Ela disse, mas que sínica, pensei.
  Levantamos devagar, nós acabamos dormindo com as roupas que passamos à tarde, eles estavam prontos para ir ao aeroporto, e eu não, eu não queria causar má impressão no meu pai “desconhecido”, fui tomar banho e depois me vesti devagar, coloquei uma calça jeans preta, uma blusa branca, um casaco cinza com preto, minhas botinas, meu colar de caveira e meus anéis, fiz a maquiagem preta de sempre e peguei minha bolsa preta e finalmente desci as escadas.
  - Tá linda minha merdinha. – Hay disse me abraçando com um pouco de lágrimas aos olhos.
  - Tá muito linda. – George me esmagou nos seus braços, e fomos nós três para o carro, abraçados, onde minha mãe já nos esperava.
  O caminho até o aeroporto foi silencioso e com clima pesado, ou como diz Hay “o clima foi tenso”, finalmente chegamos, eu desci calma, mas ao mesmo tempo muito nervosa, já imaginei como eu estaria quando descesse em Londres, eu ia pirar. Minha mãe ficou calada e se sentou no portão de embarque cuidando das malas, enquanto eu, Hay e George fomos dar uma volta pelo aeroporto para matar tempo, faltava ainda meia hora, e essa foi a meia hora mais feliz da minha vida, nós rimos, brincamos, corremos, fizemos loucuras que nunca faríamos se esse não fosse meu último dia em Los Angeles.
  - O vôo 35214 para Londres saíra em dez minutos. – A voz eletrônica ecoou pelo portão de embarque e pelo resto do aeroporto, tinha chego a hora, eu ia embora, e sabe lá Deus quando eu voltaria.
  - Tchau minha merdinha, não se esquece que eu Te amo e de me ligar TODOS os dias, se não eu piro. – Hay chorava, mas mesmo assim não perdia o sorriso encorajador.
  - Vê se me liga também, não se esquece do George aqui. – Meu amigo “delicado” me esmagou outra vez em seus braços e eu adorei, eu não queria deixar aquilo tudo para trás mas eu tinha que ir, afinal, eu não tinha escolha.
  Minha mãe disse um tchau silencioso, apenas abanou, então eu fui, caminhei até o despache de malas e a despachei. Abandonei minha vida em Los Angeles no momento em que coloquei meu pé dentro do avião, me sentei na poltrona e olhei pela janela, meus olhos se encheram de lágrimas, coloquei meus fones de ouvido e coloquei a música que tinha vindo primeiro, e foi justo a que eu não queria escutar, porque me faria chorar, e muito, a música que eu, George e Hay gravamos no pequeno estúdio do tio de George, Everybody Hurts, eu que escrevi e nós gravamos, eu na guitarra e voz, Hay no violão e voz de fundo e George na bateria, e a música ficou perfeita, ficou linda, mas não para aquele momento, as lágrimas rolaram por meu rosto e eu chorei até dormir, como eu nunca tinha feito na vida.

  - Moça? – Senti um cutucão e pulei da poltrona do avião, aeromoça me olhou assustada. –Chegamos a Londres querida. – Ela me disse delicadamente.
  Sorri para ela, pelo menos tentei, minha dor de cabeça era tanta que eu tinha certeza de que em vez de um sorriso saiu uma careta de dor. Desci do avião tirando meus fones e os guardando dentro da bolsa, peguei minhas duas malas e fiquei procurando por uma plaquinha escrita “Avril Lavigne” ou “Senhorita Avril Lavigne Fletcher” ou “Avril Fletcher”, mas não vi nada, nadinha, será que ele tinha se esquecido que eu vinha hoje?
  - Avril? – Ouvi alguém gritar, olhei para o lado e vinha um garoto, que parecia ter minha idade, em minha direção forcei a visão e vi que quem corria em minha direção não era somente um garoto, era TOM FLETCHER, TOM FLETCHER, vocalista E guitarrista da McFly, e ele gritou meu nome.
  - Avril? – Repeti, ele balançou a cabeça positivamente em resposta a minha pergunta, que antes era dele. – Sou eu.
  - Oi! – Ele disse. – Tom Fl...
  - Sei quem você é, sou sua fã. – Disse o interrompendo, tentando não parecer histérica.
  - Mas garanto que não sabe o que sou seu... – Ele fez suspense e finalmente falou. – Sou seu irmão...
  - O QUE? – Eu gritei.
  - Shh... Não grita, vem, vamos pra casa.
  Eu estava perplexa, não disse mais nada, apenas caminhei atrás dele, ele carregando uma mala e eu outra, eu sempre me gabei e brinquei que eu era parente de Tom por causa de nossos sobrenomes, mas nunca imaginei que fosse verdade, tá! Eu já imaginei sim, mas eu não sabia que era verdade. Chegamos ao carro, um carro bonito, eu não sou boa com marcas e modelos, por tanto, nem pergunte, entrei atrás e Tom na frente ao lado de um homem, que pela semelhança comigo e com Tom supus ser nosso pai, sim eu nunca vi meu pai, e não, minha mãe nunca me mostrou uma foto dele, ela não gostava de lembrar-se dele, o homem sorriu pelo espelho retrovisor e eu sorri de volta, me sentei bem tranqüila no carro, que me parecia uma minivan, mas muito mais bonita, era uma... Eu já tinha ouvido falar desse carro... Era um... Um Kia Mohave, dessa vez eu acho que acertei alguma marca estúpida, era grande, cabia umas oito pessoas, e era muito bonito, prata, gosto de carros prata. Olhei para o lado para colocar minha bolsa...
  - Ah. – Gritei com o susto de ver três carinhas sorridentes, de ver três carinhas masculinas, famosas e amadas por mim, sorridentes. – Oh Meu Deus. – Falei pausadamente. – Acho que minha mãe esqueceu-se de mencionar o pequeno detalhe de que eu era irmã de Tom Fletcher, que por um acaso, sabe, acaso do destino, é da minha banda favorita, e também se esqueceram de mencionar que eles iam me buscar no aeroporto, mas esse é um detalhezinho tão bobo não é? Por que contar a sua filha adolescente que ela é parente direta de um dos vocalistas de sua banda favorita e que eles iam buscá-la no aeroporto? Bobagem. - Surtei, surtei, surtei, porque eu falei essas merdas? OH PAI, ME AJUDA, QUALQUER UM, ALGUÉM FALA ALGUMA COISA, PELO AMOR DE DEUS!
  - Oi. – Eles falaram em conjunto e eu fiquei vermelha, como eles podiam ser tão lindos e simpáticos? Vou morrer aqui.
  - Oi. – Eu disse ficando vermelha, eu sentia meu rosto queimar.
  - Acho que nos esquecemos de pedir para avisarem você, não sabíamos que você não sabia sobre seu irmão. – Meu pai disse calmo. – Mas tenho certeza, que você como fã, vai gostar disso. – Meu pai sorriu e eu sorri de volta, eu estava começando a gostar dele.
  Meu pai ligou o rádio e fomos indo para casa, os garotos conversavam animadamente, riam, brincavam, se zoavam, para eles estava tudo animado, mas para mim não, eu estava muito... Assustada não é bem a palavra, acho que... Surpresa é a palavra certa, eu tinha realmente tido uma surpresa ao saber que meu irmão era vocalista e guitarrista da minha banda favorita, que ele e o resto dos garotos mais gatos do planeta, em minha opinião, viriam me buscar no aeroporto e iam agir como se simplesmente me conhecessem a anos, lógico que eu não fiquei quieta e parada feito uma estátua, eu ria das brincadeiras, mas não me envolvia, eu não saberia como agir se eles resolvessem me zoar ou fazer qualquer outra coisa comigo.
  - Então... Avril... Como você acabou vindo parar na casa do seu pai? – Quem me perguntou foi Dougie, ai, ai o Dougie, meu lindo Dougie...
  - É uma história meio...
  - Longa? – Quem perguntava agora era Danny.
  - É, muito longa...
  - Mas se você quiser contar... Não nos importamos, afinal chegamos a casa, então pode nos contar tudo. – Meu irmão sorriu pra mim, Tom, meu irmão.
  Olhei pela janela e vi uma belíssima casa, era bem grande e tinha um jardim lindo na frente, a casa parecia sair de um sonho. Descarregamos minhas duas enormes, realmente enormes, malas e entramos na casa, as malas foram largadas em um cantinho da enorme sala de estar pelos garotos da banda, todos nos acomodamos no sofá e todos ficaram me olhando esperando eu contar a história de como eu vim parar aqui.
  - Bem... – Eu disse me ajeitando no sofá. – Eu vim parar aqui por causa de uma pequena armação de uma garota lá do colégio, Britney, odeio ela, e ela me odeia, na verdade... Eu não sei bem porque ela me odeia, e eu só a odeio porque ela apronta pra mim, desde o primeiro dia que eu botei meus pés dentro daquela maldita escola ela apronta pra cima de mim, mas dessa vez ela passou dos limites, tanto passou que eu fui expulsa da escola... E de casa.
  - E o que ela aprontou? – Harry me perguntou.
  - Foi a primeira vez, a primeiríssima vez, em que eu tirei uma nota boa em Física, e isso começou a acontecer freqüentemente, eu não chegava a gabaritar a prova, mas ficava na média ou acima dela, e nessa última prova eu consegui gabaritar, eu estava tão feliz, quase soltei fogos de artifício, e quando eu e minha amiga Hay estávamos comemorando entra Britney do lado da diretora, ai então ela vasculhou meu armário e achou TODAS as provas gabarito que a professora tinha perdido a semanas, ninguém sabia onde estava, mas dessa vez não tinha sido eu, eu realmente tinha me esforçado para ir bem em todas essas provas, e ai foi a brecha que a vadia da mula sem cabeça da Britney achou para acabar comigo, e acabei expulsa!
  - Puxa... Ela não gosta mesmo de você... – Tom me disse com cara de triste. – Mas não se preocupe, eu te amo maninha... Hmmm... – Ele olhava para o meu cabelo, provavelmente contando quantas cores tinham ali. – Você tem cinco cores no cabelo? – Ele me perguntou risonho.
  - Sim, rosa, vermelho, azul, verde e preto, fora o loiro é claro. – Sorri sem jeito.
  - Você é a nossa weirdo with five colours in her hair. – Ele abriu um sorriso enorme, assim como os outros garotos da banda e meu pai, e eu fiz o mesmo, abri um sorriso de orelha a orelha, quem iria imaginar que um dia eu estaria sentada em uma sala de estar com os garotos da McFly e ainda por cima sendo tratada com amiga de infância deles? Isso é realmente tudo o que eu sempre sonhei.
  - Nós vamos ensaiar amanhã de manhã, se você quiser ir... Está convidada. – Tom abriu um sorriso enorme para mim e sentou-se ao meu lado, me abraçando.
  - Claro que eu quero ir, imagina se não! – Sorri ainda mais abertamente para ele, meu irmão é um amor.
  Um celular começou a tocar, depois outro e outro, todos os três garotos remexeram em seus bolsos e atenderam ao mesmo tempo.   - Alô. – Falaram Danny, Dougie e Harry em conjunto. – Tá bom mãe, to indo... – Os três desligaram os celulares e se levantaram, se olharam e disseram em coro: - Mãe.
  Todos riram e nos despedimos; os três garotos foram embora e deixaram meu pai, Tom e eu sozinhos... Ficamos quietos durante um bom tempo, só nos olhando, provavelmente eles pensavam a mesma coisa que eu: “e agora?”. Meu pai levantou-se do sofá e batendo palmas abriu um sorriso.
  - Tom... Por quê não mostra a sua irmã onde fica o quarto dela e a ajuda a levar as malas para lá?
  - Claro, vem Avril. – Eu e Tom nos levantamos do sofá.
  Pegamos minhas malas e subimos as escadas, Tom na frente me guiando pela casa desconhecida, nós fomos caminhando até o fim do corredor, passamos pela porta do banheiro, do quarto do meu pai e uma porta lotada de pôster e outras coisas coladas, que eu supus ser de Tom, chegamos então a uma escada no fim do corredor, que levava até uma porta, provavelmente aquilo já foi um tipo de mezanino ou sótão, Tom a abriu revelando um quarto extremamente feminino, tinha uma belíssima cama de casal de molas grudada à parede da esquerda do quarto, em cima um edredom florido, como se fosse uma guarda da cama, tinha um tipo de cômoda, lotada com coisas que eram... Minhas! Provavelmente minha mãe as tinha mandado e meu pai as arrumado, pareciam muito mais jogadas ali, só então me dei conta de que tudo que tinha no quarto era meu, tirando os móveis, a estante posta na parede ao lado da minha cama, estavam meus livros e outros pertences, tinha uma janela enorme ao lado da estante, com cortinas rosa e branco-transparente, em frente a minha cama tinha um pufe cor-de-rosa e um tapete abaixo do mesmo, a única coisa que parecia me dar um leve vislumbre de minha antiga casa e do que eu realmente sou, era meu skate escorado na parede ao lado da porta, junto com minha guitarra e meu amplificador.
  - Tem certeza que esse é o meu quarto? – Perguntei risonha.
  - Sim! Por quê? – Ele perguntou confuso.
  - Acho que vocês me confundiram com um dos ursinhos carinhosos, mas se eu distribuir uns pôsteres por aqui vai parecer mais que o quarto é meu. – Ri junto com ele.
  Ele escorou minha mala na parede ao lado do skate e eu fiz o mesmo, ele saiu fechando a porta do meu quarto e me deixando só, notei então uma porta ao lado de minha cama, fui até ela e a abri, era o meu closet, eu nunca na vida tivera um closet, só guarda-roupas enormes, deixei a porta aberta e larguei as duas malas abertas em cima da minha cama e comecei a arrumar as roupas lá dentro, quando finalmente terminei de arrumar as roupas e os sapatos, tirei as botinas e coloquei minhas pantufas de garras e me joguei em cima da minha cama, cansada, olhei para o lado e vi uma pasta, a que eu tinha tirado de dentro da mala, e lembrei o que tinha ali dentro, todos os meus pôsteres, pulei pra fora da cama e comecei a colar os pôsteres nas paredes, distribuindo McFly, Katy Perry, Demi Lovato, e o resto dos meus atores, atrizes e músicos favoritos, e é claro que eu guardei o maior pôster do McFly para colocá-lo no teto a cima de minha cama, por sorte minha cama era o bastante alta e o teto o bastante baixo para alcançá-lo, e ficou realmente muito bom.
  Deitei-me novamente na cama admirando os meus gatos, que agora eu veria quase todos os dias, ou quase todas as semanas, não me importa quantas vezes eu vá vê-los, o que me importa é que eu os veja, pelo menos Tom eu verei, meu Tom, meu irmão, parecia que em apenas algumas horas nós já tínhamos virado mais do que amigos, e isso era bom, muito bom.
  Toc, Toc, Toc
  - Já vai. – Gritei, levantei bem devagar da minha cama e abri a porta do quarto. – Tom!
  - A gente tá saindo pra comer alguma coisa... Papai é péssimo na cozinha, por isso a gente se vira comendo fora ou pedindo. – Nós rimos juntos.
  - Quem vai? Só você, papai e eu? – Perguntei.
  - Então você vai ok. Ah, os garotos vão também. – Ele disse sorrindo como sempre. – A gente vai ir à pizzaria, é aqui pertinho, você vai trocar de roupa, vai ir assim, o que você vai fazer?
  - Vou trocar de roupa. – Sorri. – Desço num instante.
  Tom saiu fechando a porta, eu corri para o closet e fiquei olhando, o que eu iria vestir? Peguei uma calça jeans, uma blusa preta caída ao ombro e minhas botinas, corri para o banho e tomei super rápido, me maquiei, me vesti e taram, estava pronta, será que eu tinha demorado muito? Desci as escadas do meu quarto e depois as que levavam até a sala, e lá estavam os garotos conversando junto com Tom e meu pai, todos lindos como sempre.
  - Vamos? – Eu disse sorrindo.
  - Vamos! – Eles falaram em coro. - 1, 2, 3 e JÁ! – Meus lindos McBoys falaram e saíram correndo, apostando uma corrida.
  Fiquei olhando e rindo da cena, eles eram uns menininhos ainda, meu pai passou o braço em volta de meus ombros e fomos para o carro rindo, entrei no carro e lá estavam todos acomodados nos bancos traseiros, com exceção do meu irmão lindo que sentou na frente ao lado do banco do motorista.
  - Então... Dona Avril! – Harry disse sorrindo, meu coração quase explodiu no meu peito, eu sorri para ele, que continuou: - O que achou do seu quarto? – Eu ri, e muito. – O que foi?
  - Muito patricinha, mas eu já dei um jeitinho nisso, bem, eu acho que dei. - Sorri, e ele sorriu em resposta enquanto todos os outros riam da minha reação ao quarto.
  O caminho até a pizzaria foi muito animado, dessa vez eu me diverti de verdade, todos nós riamos e brincávamos, parecia que eu já fazia parte disso tudo há anos, como se eu já tivesse nascido no meio desses loucos varridos, que eu amo, finalmente chegamos, os garotos puseram capuzes e saíram do carro, entramos na pizzaria e vi meu pai falando com um cara enquanto eu e os garotos conversávamos na recepção, a pizzaria estava lotada, provavelmente um monte de fãs viriam correr nos braços deles, pedindo fotos e autógrafos.
  - Ei meninos, - meu pai nos chamou e nos viramos. – Vamos ter que esperar um pouquinho, tá lotado hoje.
  - Beleza. – Respondemos em conjunto.
  Sentamo-nos em uns sofazinhos que tinham na recepção, e então veio a primeira fã, pediu um autografo e se foi, depois dessa acho que vieram mais umas dez histéricas, me olharam dos pés a cabeça, provavelmente por eu estar sentada e conversando com eles, eu me sentiria da mesma forma, por isso não disse nada, fiquei na minha. Oito pessoas saíram da pizzaria, conversando e rindo então um homem veio e nos avisou que a mesa estava liberada, nos levantamos e fomos até a mesa.
  - To morto de fome, se eu pudesse comia dez pizzas, sozinho. – Danny reclamou passando a mão na barriga, todos rimos.
  E assim se seguiu o nosso jantar, rindo, brincando, jogando bolinhas de papel uns nos outros, era com se eu fosse amiga de infância deles, eu estava adorando isso, ao contrário de muitas fãs presentes no local, que me olhavam como seu eu fosse uma ladra ou coisa parecida.   - O que foi Avril? – Meu coração disparou só de ouvir a voz do meu Dougie.
  - Hmmm... Essas fãs parecem que vão me matar. – Eu disse olhando para as mesas, logo que eu olhava, elas desviavam o olhar.
  - Ah, é isso... – Ele disse, colocando a mão sobre a minha me fazendo arrepiar. – Não se preocupe, logo passa, elas ficam loucas só de ver uma garota andando ao lado da gente na rua, imagino que por você estar sentada aqui elas já imaginam que é namorada de algum de nós. – Ele sorriu e afagou minha mão me fazendo arrepiar outra vez. – Mas não se preocupe, vai passar.
  - Tomara. – Eu disse, agora pegando sua mão, e ficamos assim, de mãos dadas nos olhando.
  - IIIIIIH. – Ouvimos um coro de deboche. – Parece que não é só Tom que quer se dar bem com a irmãzinha... – Danny falou rindo.
  Eu e Dougie fizemos cara de deboche e soltamos as nossas mãos, Dougie deu um soco no braço de Danny e enfiou um pedaço de pizza na boca dele, o resto do jantar ficou meio estranho, eu e Dougie mal nos olhávamos e ambos não prestávamos atenção da conversa dos outros, só no nosso prato, depois desse clima chato dei graças a Deus quando todo mundo acabou e fomos embora. Cheguei tão cansada (e louca por causa do Dougie), que subi correndo gritando um “boa noite” para Tom, meu pai e o resto dos garotos, coloquei meu pijama, uma camisola preta de seda com rendinhas na gola V, e minhas pantufas, liguei meu notebook e entrei no MSN, logo que apareci online uma janelinha pula na tela:
   Harley diz:
  Sua louca varrida, onde vc tava posso saber? Pq não ligou logo que chegou ai? Vc me deixou LOUCA DA VIDA MINHA MERDINHAAAA!
   Avril Lavigne diz:
  Estava jantando na pizzaria com ngm menos ngm mais do q MCFLY! AAAAAAAAAAA
   Harley diz:
  Vc tá de brinks cmg né?
   Avril Lavigne diz:
  Pior que n, eu tive uma pqna surpresa qnd cheguei aqui, descobri que TOM FLETCHER é meu IRMÃO, A BITCH DA MINHA MÃE NEM PRA CONTAR, QUE RAIVA DELAAAA!
   Harley diz:
  OMG OMG OMG OMG OMG OMG, AAAAAAAAAAAAAAAAAAAA, TO PIRANDO AQUE AMEEEGAAAAA, NÃO ACREDITO, VC É O PEDACINHO DE MERDA MAIS SORTUDO QUE EXISTEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE.
   Avril Lavigne diz:
  EU SEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEI, eles estão aqui em casa, la na sala, e amanhã eu vou ir ver o ensaio deleeeeeeeees aaaaaaaaaaaaaaaaa
  Harley diz:
  QQ INVEJA BOA QUE EU TO SENTINDO DE TI AMEEEGA, NEM ACREDITO NISSO, VAI DORMIR LOGO ENT PRA AMANHÃ ACORDAR BEM LINDA PRA ENCANTAR O TEU DOUGIE HAHA
   Avril Lavigne diz:
  É EXATAMENTE O QUE EU VOU FAZEER, beijinhos amiga, te ligo amanhã pra contar como foi o ensaio ^^
   Harley diz:
  Okay minha linda, vai lá, beijos, boa noite, liga mesmo, se não eu piro HAHA beijinhos
   Avril Lavigne está ofline.
  Fechei o MSN e dei uma olhadinha na internet, peguei meu removedor de maquiagem e algodão, fui ao banheiro e tirei toda a minha maquiagem, voltei para o meu quarto desliguei o computador e peguei algumas revistas velhas pra ler, coloquei meus fones e fiquei cantando e lendo, sem realmente saber qual era o volume da minha voz, mas tenho certeza de que não era alto, se não os vizinhos já tinham chamado o IBAMA por pensarem que tinha alguém matando um gato aqui, sim eu acho que canto mal, apesar de meus amigos disserem que eu canto bem, não acredito neles, afinal, como acreditar em alguém que te chama de merda? Depois de cansar de ler, coloquei as revistas da cabeceira da cama e abaixei o som do meu Ipod, e fui dormir.

Capítulo 2 - Not into fashion but i love the clothes she wears

  Acordei com alguém batendo na minha porta, levantei coçando a cabeça e os olhos, abri a porta e lá estava Tom, quase fechei a porta na cara dele, pelo estado deplorável em que eu estava, mas eu me controlei, afinal somos irmãos agora, então ele iria ter que aturar me ver assim todos os dias de manhã.
  - O café esta pronto, depois a gente já vai pra casa do Danny ensaiar. – meu irmão consegue ser lindo até de pijama e descabelado.
  - Ta, eu vou tomar um banho e já estou descendo. – Minha voz saiu rouca e acompanhada de um bocejo.
  - Ta bom. – Ele disse também bocejando.
  Ele saiu e fechou à porta, eu fui até o closet catando alguma roupa pra eu vestir, peguei uma calça preta rasgada no joelho, que minha mãe dizia ser feita de lona de caminhão, uma blusa branca com uns desenhos e um casaco também branco com desenhos de rosas pretas, meu all star preto e fui para o banho, foi muito relaxante, a água estava bem quentinha, sai do banho e me vesti, depois me maquiei, peguei meu ray-ban e coloquei no topo da cabeça, meus cabelos ainda estavam molhados, mas secariam logo.
  - Hmm, que cheiro gostoso. – Disse enquanto chegava à cozinha.
  - Você gosta de omelete? – Meu pai perguntou sentado na mesa, quem cozinhava era uma mulher, que estava com um uniforme de empregada, ta bom era a empregada dã.
  - Adoro. – Disse me sentando ao lado de Tom.
  Comemos rápido e fomos para o carro, papai nos largou em frente a uma belíssima casa, quase tão bela quanto a minha nova, descemos e Tom tocou a campainha. Logo Danny abriu a porta.
  - Atrasadinhos! – Ele disse sorridente.
  - Oi. – Eu e Tom falamos.
  Danny me cumprimentou com um beijo no rosto e um abraço, MORRI, ELE É TÃO LINDO, OMG, TÃO SIMPÁTICO, ACHO QUE VOU TER UM ATAQUE CARDÍACO, ta bom, parei. Entramos e Danny nos guiou pela enorme casa até chegarmos a uma sala descontraída, cheia de pôsteres, jogos, doces, com TV, home theater, vídeo game, e essas coisas que meninos gostam, e eu tenho que confessar que também adoro, lá também estavam os instrumentos, posicionados no meio da sala. Quando entramos na sala os outros garotos vieram me cumprimentar, assim como Danny, me deram um beijo no rosto e um abraço, tive outro ataque, mas só na minha cabeça é claro, não ia pagar esse mico na frente deles.
  - Então... O que vamos ensaiar hoje? – Danny se jogou no sofá me puxando pro lado dele, e como eu sou uma “merdinha” cheia de sorte, cai em seus braços, morri, alguém me abana pelamor!
  - Que tal se a Avril escolher? – Tom sorriu e se jogou ao meu lado, me puxando de Danny, eita irmãozinho ciumento! Tem que estragar minha felicidade de fã!
  - Obviously! – Falei sem nem pensar, simplesmente saiu dos meus lábios. Sorri.
  - Você nem gosta dessa pelo jeito. – Todos riram, inclusive eu, apesar de ter provavelmente ficado vermelha. - Beleza! – Os garotos se levantaram do sofá e pegaram os instrumentos e começaram a tocar.

  Recently I've been
  Hopelessly reaching
  Out for this girl
  Who's out of this world
  Believe me

  She's got a boyfriend
  He drives me round the bend
  Cos he's twenty three he's in the marines
  He'd kill me

  And so many nights now
  I find myself thinking about her now
  'Cos obviously she's out of my league
  But how can I win
  She keeps dragging me in
  And I know I never will be good enough for her (no,no)
  I never will be good enough for her.

  Got to escape now
  Get on a plane now, ooh yeah
  And off to LA, that's where I'll stay, for two years
  Put her behind me (I'll put her behind me)
  Go to a place where she can't find me.

  'Cos obviously, she's out of my league,
  I'm wasting my time, cause she'll never be mine
  And I know I never will be good enough for her(no, no)
  I never will be good enough for her.

  She's out of my hands and I never know where I stand, cause
  I'm not good enough for her, good enough for her, enough, enough, enough for her. Good enough for her.

  Cause obviously she's out of my league
  I'm wasting my time cause she'll never be mine
  And I know I never will be good enough for her
  Cause obviously she's out of my league
  But how can I win
  She keeps dragging me in
  And I know I never will be good enough for her
  Cause obviously she's out of my league
  I've wasted my time cause she'll never be mine
  And I know I never will be good enough for her, no no
  I never will be good enough for her.

  Quando eles terminaram não pude deixar de levantar e bater palmas, como eles podiam ser tão bons nisso? Eu não conseguia tirar meus olhos de Dougie e ele mantinha meu olhar ali, eu não sabia dizer de quem era o olhar mais intenso, só sabia dizer que era como se nossos olhos estivessem ligados, como se nunca fossem deixar um ao outro.
  - Amei! – Disse sorrindo de orelha a orelha.
  - Sabe Avril... Noite passada nós ouvimos você cantando. – Senti o sangue fugindo de meu rosto e minha boca ficar seca, o sorriso de meus lábios murchou e eu paralisei. - O que você acha de cantar um pouco também? – Dougie sorriu.
  - Não! – Eu disse quase sem voz.
  - Por quê? – Perguntaram os quatro juntos.
  - Porque não! Vocês estão loucos? Eu canto mal pra caramba!
  - Canta nada, você canta muito bem. – Tom sorriu pra mim. – Vem aqui. – Ele estendeu a mão para mim, e eu fui e a peguei. – Você só acha isso porque é de você que estamos falando, nem eu acho que canto lá essas coisas, mas se eu tenho fãs e amigos que me dizem que sim, porque não acreditar?
  - Tudo bem. – Suspirei vencida e peguei o microfone que Tom me estendia com a outra mão.
  - Que música você vai cantar? – Harry perguntou animado.
  - Uma que eu canto na minha banda...
  - VOCÊ TEM UMA BANDA? – Os quatro me interromperam com a surpresa na voz.
  - Sim. – Respondi.
  - E ainda acha que canta mal... Tsc Tsc. – Tom disse brincando. – Você tem uma melodia pra nos dar?
  Peguei meu Ipod do bolso do casaco, tirei os fones e apertei play, a música começou, os garotos escutaram com atenção e já foram tocando junto, e depois que a música acabou Tom fez um sinal para que agora eu cantasse, então comecei e eles junto comigo.

   Don't know, Don't know if I can do this on my own
  Why do you have to leave, me
  It seems, I'm losing something deep inside of me
  Hold on, on to me

  Now I see
  Now I see

  Everybody hurts some days
  Its okay to be afraid
  Everybody hurts
  Everybody screams
  Everybody feels this way
  And its okay
  La di da di da
  It's okay

  It feels like nothing really matters anymore
  When you're gone
  I can't breathe
  And I know you never meant to make me feel this way
  This can't be happening

  Now I see (now I see)
  Now I see

  Everybody hurts somedays
  Its okay to be afraid
  Everybody hurts
  Everybody screams
  Everybody feels this way
  And its okay
  La di da di da
  Its okay
  La la la la la

  So many questions so much on my mind
  So many answers I can't find
  I wish I could turn back the time
  I wonder why...

  Everybody hurts some days (some days)
  Everybody hurts some days (some days)
  Everybody hurts some days (some days)
  Its okay to be afraid (afraid)
  Everybody hurts
  Everybody screams
  Everybody feels this way
  And its okay
  La di da di da
  Its okay

  La la la la la
  Its okay

  Everybody hurts somedays
  Its okay to be afraid
  Everybody hurts some day (yeah we all feel pain)
  Everybody feels this way but it'll be okay
  Can someone take me away to a better place
  Everybody feels this way
  It’s okay

  La di da di da
  Its okay
  La la la la la
  Its okay.
  La di da di da
  It’s okay.
  La la la la la
  Its okay.

  Quando a música terminou quem levantou e aplaudiu foram eles, mas eu não pude deixar de lembrar meus amigos, e as lágrimas inundaram meus olhos e logo escorreram por meu rosto, Tom me abraçou.
  - O que foi? – Ele me perguntou.
  - Nada... É que... Essa foi a primeira música que nós gravamos, sabe, eu e minha banda, e eles são meus melhores amigos, e isso meche muito comigo... – Disse com o rosto vermelho de vergonha.
  - Você podia convidar eles para vir para cá um dia, podemos ensaiar com as duas bandas juntas. – Tom sorriu e eu ainda mais com a idéia de ter a One Night Only ao lado da McFly, ia ser a melhor coisa.
  - Vai ser incrível. – Disse. – Você é o melhor irmão do mundo sabia? – Sorri o abracei e dei um beijo no rosto, um coro de “awww’s” invadiu a sala e eu comecei a rir. – A One Night Only vai se sentir honrada de tocar com vocês. – Eu disse e sorri para eles.
  - Vamos tocar outra? – Harry perguntou. – Você canta, baixinha? – Ele perguntou olhando para mim.
  - Baixinha?! – Ri. – Ta bom. Só porque vocês são gigantes não quer dizer que eu seja uma anã. – Todos nós rimos o que me fez melhorar um pouco, mas eu não ia cantar mais, não ia mesmo.
  – Mas cantar nem pensar, eu já cantei uma vez, então chega pra mim hoje. – Disse indo me sentar, mas fui puxada e enfiaram o microfone na minha mão, vi a cara de zombeteiro de Tom, meu irmão podia ser uma graça, mas estava começando a se tornar um irmão de verdade...
  - Só mais uma? – Ele pediu, os olhinhos brilhando.
  - Não! – Eu disse decidida. – Eu vim para assistir o ensaio de vocês, e não pra cantar. – Sorri e me sentei no sofá.
  - Que tal Shine on Light agora? – Harry sorria sentado em sua bateria e girando uma de suas baquetas entre os dedos.
  A tarde foi passando e as minhas músicas favoritas foram tocadas, eu mal podia acreditar que eu estava vendo os meus meninos tocando ali, pra mim, não exatamente para mim, mas estavam tocando em um ensaio, e sua única platéia era eu, algumas vezes tive que segurar o choro, e outras a vontade de gritar loucamente, eu os olhava com os olhos brilhando, e cada vez que eu colocava meus olhos em Dougie seus olhos já estavam em mim, e na maioria das vezes ficamos sustentando olhar um do outro, até eu perceber que todos já se mandavam sorrisinhos maliciosos, então eu batia palmas, olhava para outro lado, tentava disfarçar, mas acho que não deu muito certo, como cheguei a essa conclusão? Por causa de uma perguntinha que Tom me fez no carro quando estávamos voltando para casa e escolhendo onde iríamos jantar hoje.
  - Já sei quem é o seu preferido da banda. É Dougie não é? – Ele sorriu malicioso.
  - Hã? Como? O que? – Eu disse tentando parecer incrédula.
  - Dava para ver seus olhares para ele, Avril. – Ele sorriu de novo. – E parece que ele também gosta de você, nunca vi ele tão ligado numa garota. Sabe... Ele não tirava os olhos de você... – Ele fez uma cara esquisita e me olhou um pouco confuso. – Acho que como irmão tenho que manter ele longe de você!
  - O QUE? – Minha reação foi imediata. – NÃO! POR QUÊ? NÃO FAZ ISSO COMIGO NÃO MANOO, POR FAVOR, NÃO FAZ ISSO COMIGO! – Ele disparou numa gargalhada sem fim, e eu o olhava triste e confusa ao mesmo tempo.
  - Eu sabia! Você é COMPLETAMENTE E INTEIRAMENTE apaixonada por ele. – Ele riu mais e eu fiquei realmente zangada e comecei a bater nele.
  - Seu idiota, imbecil, chato, palhaço, bobo, seu... Seu... AAAAH. – Eu não conseguia xingar ele, ele era Tom Fletcher, meu ídolo, e agora meu irmão idiota.
  Uma música começou do nada, enquanto eu batia em Tom e ele ria, “do do do do do do” era meu celular, catei ele no bolso e atendi.
  - Alô? – Falei sem fôlego.
  - Avril? – Ouvi a voz de George do outro lado da linha, perdi o fôlego, meu coração parou por um segundo.
  - GEORGE! – Eu gritei e sai de cima de Tom, que me olhou confuso.
  - Como você está? Fiquei sabendo da novidade... Sobre seu irmão rock star. – Ele riu e eu também.
  - To ótima, tirando o fato do meu irmão rock star ser um babaca. – Coloquei a língua pra ele e ri.
  - Briguinha com o irmão já? – Perguntou George rindo.
  - Ele que fica falando que eu sou apaixonada pelo Dougie. – Revirei os olhos.
  - Mas você é! – Senti a tristeza na voz de George.
  - Mas eles não precisam saber. - Cochichei.
  - 'Tá bom... Só liguei para saber como você estava mesmo. Esqueceu de dar notícias pra mim, mas eu não deveria estar surpreso, com Dougie ao seu lado como se lembraria de mim?!
  – Meu coração se partiu ao ouvir essas palavras, George era meu melhor amigo, o garoto que eu mais amava no mundo, mas infelizmente não amava da maneira que ele esperava que eu amasse.
  - Ai George, não diz besteira, seu bundão! – Nós rimos pelo menos eu sim, ainda era possível sentir o desanimo na voz do meu George.
  - Nossa! Quanto amor por esse tal de George hein. – Tom falou rindo depois de eu ter chamado George de bundão, coloquei a mão no bucal do telefone e respondi:
  - Isso porque você não viu do que ele me chama.
  - Então tá! Tchau merdinha, não se esquece de ligar hein! – Rimos outra vez, nos despedimos e eu desliguei o celular.
  - Não pense que eu esqueci que você é um imbecil! – Disse olhando para Tom com falsa cara de brava.
  - Ai ai, ficou braba comigo? – Ele fez beicinho. – Eu só disse a verdade. – Antes que eu pudesse dizer alguma coisa ele falou: - E você sabe que é verdade.
  Fiz cara de quem foi vencida, e eu realmente fui, mas como negar que ama uma coisa tão linda, simpática, gostosa, sedutora, fofa, que sempre foi seu amor platônico e que agora estava ali, praticamente do seu lado todos os dias?
  - É, eu gosto dele sim... – Disse envergonhada.
  - HAAA, eu sabia! – Ele gritou, vi meu pai dar um pulo no banco da frente. – Vocês garotas SEMPRE se entregam, não conseguem ficar de bico fechado, HAHA, eu sabia, sabia, haaa! – Comecei a rir da forma como Tom comemorava, típico dele, gritou feito um louco.
  - Tudo bem, tudo bem, chega de escândalo Thomas Michael Fletcher! – Falei pulando em cima dele.
  - 'Tá bom! Parei. – Ele tentou ficar sério, fazendo um esforço enorme para não rir e eu também, então nós caímos na gargalhada, àquilo era patético, nós éramos patéticos, mas eu gostava dessa sensação, estar com meu irmão-idolo, rindo, sendo eu mesma, e vendo que ele era exatamente como eu sempre imaginei.
  - Que animação a de vocês hein! – Meu pai falou pela primeira vez durante todo o percurso. – Fico feliz que estejam se dando bem! – Meu pai sorriu, realmente satisfeito.
  - Não tem como não se dar bem, essa garota é exatamente como eu e o resto dos garotos: LOUCA! – Todos rimos, porque sabíamos que era verdade, eu era sangue do sangue de Tom, e os garotos eram amigos dele, então obvio que éramos parecidos.
  - É verdade, quando cheguei ontem pensei que fosse ser um problema eu estar aqui, sei lá, que eu não ia me acertar, mas sabe que está sendo ótimo? – Sorri, Tom me abraçou e eu o abracei de volta.
  - Então garotos, onde vamos comer hoje? – Papai sorriu enquanto nos olhava pelo espelho retrovisor.
  - Hmm... Tem alguma lanchonete com hambúrguer e batata frita por aqui? – Pergunto fazendo cara de pensativa.
  - Tem sim, na verdade tem uma perto da casa do Danny, a gente podia convidar eles para irem junto. – Papai estava começando a ser a melhor pessoa do planeta, além de me deixar passar o dia com meus amados tinha dado a idéia de passarmos a noite também? – E depois vocês podem alugar uns filmes e irem lá para casa. – Ah sério, eu amo meu pai.
  - Por mim tudo bem, e por você Avril? – Tom sorri, nós dois continuávamos abraçados.
  - Maravilha!
  Chegamos a casa e eu corri escada à cima, pegando uma roupa no meu guarda-roupa e voando para o banho enquanto Tom ligava para os garotos. O banho foi relaxante e quentinho, apesar do meu dia ter sido ótimo, eu estava realmente cansada, sai do banho e vesti uma calça jeans, uma blusa, meu moletom azul-marinho escrito “I ? London”, estava começando a esfriar a noite, e coloquei meus all stars, me maquiei como de costume e antes de descer as escadas liguei para Harley.
  - Oh sua louca varrida! Se esquece de ligar para a Best? Fiquei o dia inteiro esperando você ligar! – Eu não pude deixar de rir... Carinhosa como sempre essa Hay.
  - Passei o dia com eles, não tive nem uma pausinha, só consegui agora, mas liguei assim que pude!
  - Aham... Então, FALA TUDO!
  Depois disso a conversa seguiu super animada como sempre, contei sobre meu dia com os garotos e que em breve passaria a noite com eles, ela ficou tão animada... Queria que ela estivesse aqui.
  - Mudança de planos. – Tom diz logo que me avista entrar na sala. – Vamos à casa de Danny, a gente vai pedir hambúrguer pela tele entrega e vamos olhar os filmes lá, talvez a gente fique por lá mesmo, vamos ver... Tudo bem para você?
  - Ótimo! – Digo sorrindo. Eu e Tom fomos para sala, já que Harry vai passar aqui para nos buscar, ficamos olhando TV por algum tempo e logo ouvimos uma buzina.
  - Vamos ver quem chega primeiro? – Tom pergunta com olhar malicioso.
  - Vou contar até três. – Digo. – TRÊS!
  Corro desesperada até a porta, seguida por Tom, chego a abro e grito um “tchau pai”, corro rápido até o carro, mas Tom chega primeiro, ele me olha zombeteiro e comemora a vitória, IDIOTA! Sim eu sou muito competitiva, e não, eu não perdôo ninguém por me vencer, sempre vou tentar uma revanche, até que eu vença.
  - Oi! – Harry tinha um sorriso de orelha a orelha quando eu e Tom entramos no carro, ao seu lado, no banco do carona, está Dougie, sorrindo para nós também, tenho que confessar que meu coração derreteu ao ver aquele sorriso.
  - Oi! – Eu e Tom falamos em coro, igualmente sorrindo.
  - Gostei do moletom! – Dougie sorri, eu coro violentamente e ele fica me encarando, enquanto eu tento disfarçar.
  - Obrigada!
  Dougie pula para os bancos traseiros e vai me abraçar quando Tom me agarra e olha de cara feia para Dougie.
  - Ei cara, ela é minha irmã menor, vai ter que passar por cima do meu cadáver para pegar nela! – Tom fala sério.
  - E você por cima do meu de me impedir de abraçar o Dougie. – Cochicho em seu ouvido e o empurro, ele começa a rir da minha reação e eu abraço Dougie, sendo RAPIDAMENTE, OMG, correspondida. – Eita, ciúmes de irmão é foda hein! – Falo rindo, Dougie e Harry também riem e Tom fecha a cara.
  - Eu não estou com ciúmes, é só que você é minha irmã menor e eu sinto que tenho que te proteger só isso.
  - Awwwwwwwwt. – Digo me desvencilhando dos braços fortes *suspiro* de Dougie. – Vem aqui seu lindo. – Abraço Tom e assim ficamos até o fim do caminho até a casa de Danny.
  Chegamos lá e descemos do carro, Danny abriu a porta para nós com aquele grande e maravilhoso sorriso no rosto, e então que eu noto, ELE ESTÁ SEM CAMISA, quase tendo um enfarte, OMG, DANNY, é melhor ao vivo do que por foto, quando ele me abraça para me dar oi eu fico estática, o abraço de volta e nós entramos abraçadinhos na casa, nos jogamos no sofá e eu fico ali, agarrada nele, sentindo aquele abdômen definido, OMG vou morrer.
  - Dele você não fala né Tom? – Dougie fala sério.
  - Ele é meu marido, não posso dizer muita coisa, mas você está certo! Larga daí Danny, ela é MINHA irmã!
  - Ei, ei! – Eu digo brava. – Ele não vai largar não, o abraço do Danny é gostoso e aqui que ele vai ficar!
  Todos se surpreendem com a minha reação e eu fico vermelha, eu ainda não acredito que aquilo saiu mesmo da minha boca, tudo bem que eu estava realmente gostando, mas eu não precisava ter dito isso, anotação para mais tarde: “pensar antes de falar”. Vejo as expressões de Harry, Tom, Dougie e Danny e fico ainda mais vermelha, Harry me olhava malicioso, Tom de boca aberta, Dougie com leve tristeza no olhar, que ele escondia com a máscara de zombaria que ele colocou ali, e Danny sorrindo de orelha a orelha, como quem diz: “viu só?! Ela ME prefere! TOOOOOMA!” QUE MERDA QUE EU FIZ!
  - E-e-eu... – Começo a gaguejar. - Quero dizer... Ele... AAAH, que merda!
  A sala explode em um bando de gargalhadas, e eu ali sem entender, você consegue entender porque raios de motivos eles estão rindo de mim? Fiquei olhando-os confusa, como eles podiam estar rindo quando eu estou tão sem jeito? Senti estar ainda mais vermelha e com cara de quem está perdido em algum lugar.
  - Calma maninha, não precisa ficar nervosa. – Tom ria, ria tanto que as lágrimas saiam de seus olhos castanhos claros.
  - É calma, Avril, estamos entre família. – Danny me da um beijo no rosto e eu deixei escapar um suspiro e um omg baixinho. Então me desvencilho dos braços dele e me levanto.
  - Desculpa, acho que eu estou mais fora de mim do que normalmente hoje! – Disse dando uma risadinha nervosa.
  - Tudo bem, não precisa se preocupar. – Doug me envolveu e deu um beijo em meu rosto, me senti tremer e fechei os olhos.
  - Nossa! – Eu disse sem pensar, literalmente. - E-e-eu... O-o-onde é o banheiro? – Falei sem jeito, eu precisa correr para algum lugar e me acalmar.
  - Vai reto nesse corredor terceira porta a direita. – Danny disse com a voz calma, e antes de eu desaparecer no corredor notei os rostos confusos dos garotos.
  Corri até a tal porta e entrei desesperada no banheiro, tranquei a porta e me apoiei na pia, me olhei no espelho, fiquei concentrada em meus olhos, em minha pele avermelhada, abri a torneira e deixei a água correr, isso me acalma. Molhei um pouco a nuca e os pulsos, desliguei a torneira e respirei fundo algumas vezes, sequei minhas mãos e tirei o blusão, estava quente na casa, abaixei minha blusa que era compridinha, era regata e xadrez, destranquei a porta e quando fui sair dei de cara com Dougie.
  - Hmmm, Tom pediu pra eu ver como você estava... Não queríamos que você ficasse chateada. – Ele disse com um sorriso fraco no rosto.
  - Não estou chateada, só fiquei nervosa, sabe... Eu não quis dizer aquilo, eu quis dizer que... Ai Deus, é tão difícil de explicar! É que apesar de vocês estarem tão próximos de mim agora eu não consigo parar de pensar em vocês como meus ídolos, eu não consigo pensar sem ser fã... E quando eu estou junto com um de vocês eu me sinto tão bem, tão realizada... E quando eu to com você eu... Eu simplesmente... Eu só...
  Antes que eu pudesse perceber Dougie já tinha selado nossos lábios, minhas mãos voaram para seus cabelos e as suas deslizaram até minha cintura, ele me prensou a parede e me beijava cada vez mais voraz, o beijo dele tinha um gosto doce e mentolado, era movimentado e gostoso, perfeito.

Capítulo 3 - Her Tattoo’s Always Hidden

  Eu não conseguia acreditar, era sonho ou realidade? Eu estava realmente beijando Dougie Poynter? O MEU Dougie? Era inacreditável, meus lábios e os dele estavam selados em um beijo profundo, minhas mãos agarradas em seus cabelos macios e suas mãos deslizando por minhas costas, o corpo dele tão junto ao meu.
  Então o beijo parou, abri os olhos imediatamente, e dei de cara com os dele, tão azuis e profundos, percebi então que ele sorria, que nem um bobinho, e que eu sorria igual, completamente boba com o que acabara de acontecer.
  - Desculpe-me por isso... – Ele deu o sorriso mais lindo do mundo, e sua voz estava rouca, meio envergonhada, as bochechas levemente coradas.
  - Não precisa se desculpar... – Senti que estava vermelha, olhei para o chão tentando escapar de seus olhos, mas então ele levantou o meu rosto e me olhou fundo nos olhos.
  - Eu sei que faz pouco tempo, na verdade, muito pouco tempo que eu te conheci, e que está tudo indo rápido demais, mas é que eu nunca me senti assim em relação a uma garota antes...
  - Eu me sinto dessa forma em relação a você a tempos já... Sei que é papo de fã maluca, mas é a verdade.
  - Vem, vamos voltar para a sala. – Ele me puxou pela mão.
  Eu não sabia como deveria agir ao chegar na sala, tentei ser o mais natural possível e notei que Dougie fazia o mesmo, apesar de ter sido intenso, e acredito eu, verdadeiro, o nosso beijo deveria ficar em segredo, pelo menos por enquanto, era cedo de mais para qualquer relação, e com certeza Tom ficaria bravo e estragaria a noite.
  - Mais calma? – Tom perguntou me abraçando! Olhei para Dougie rapidamente, então voltei meus olhos para Tom.
  - Muito mais! – Sorri. – Que filmes vamos ver? – Tom e eu nos jogamos no sofá e eu fiquei esperando uma resposta.
  - Que tal assistirmos Harry Potter? – Harry sugeriu animado.
  - Perfeito! Qual deles? – Disse sorridente.
  - Eu gosto do Prisioneiro de Askaban! – Tom falou sorrindo.
  - Eu prefiro o reliquias parte dois. – Dougie falou dando de ombros.
  - Ai gente, vamos ver dês de o primeiro, assim a gente vira sem muito esforço. – Eu disse sorrindo.
  - Boa ideia Srta Poynter! – Danny falou com o olhar malicioso e eu gelei. – Ops, Fletcher, desculpe. – Ele continuava com aquele olhar, me deu vontade de voar no pescoço do Jones, mas me controlei.
  - Danny... – Foi tudo o que disse fuzilando-o com o olhar.
  Colocamos o filme e pedimos os hamburguers, arrumamos a sala com colchões de ar e algumas almofadas, logo o lanche chegou, eu, Danny e Tom fomos até a cozinha para desembalar os lanches enquanto os dois folgados jogavam video-game na sala, por dois folgados entenda: Dougie, lindo maravilhoso, OMG, e Harry, *suspiros*. Colocamos tudo em um prato e levamos pra sala com duas guarrafas de 2 litros de coca-cola, sentamos na mega cama que fizemos e começamos a comer, alternando nos controles do play.
  Danny sorriu e pulou pro meu lado, empurrando Tom para o lado e me abraçando.
  - Vamos olhar Potter agora?
  - VAMOS! – Eu levantei animada e fui colocando o dvd no aparelho.
  Nós deitamos na enorme cama que tinhamos feito, o filme começou e com ele os bocejos, não lembro muito bem em que parte foi, mas em alguma parte entre o segundo e o terceiro filme eu dormi, não tive sonhos, e só acordei no outro dia, com um beijo na testa e alguém fazendo carinho em meus cabelos, abri os olhos e dei de cara com os mais lindos par de olhos azuis que eu já tinha visto, era Dougie.
  - Mas o que...? – Ele colocou a mão na minha boca e o indicador sobre seus lábios.
  - Estão todos dormindo. – Ele sussurrou. – Quer fugir?
  - Você é louco! – Eu sussurrei.
  - Vem! – Ele me puxou e eu levantei em um salto.
  Na corrida agarrei meu blusão enquanto ele me puxava pela mão, eu tinha dormido com a roupa que eu tinha ido até lá, nem os tênis eu tirara, o que facilitou muito a nossa fuga.
Corremos até o quintal e fomos para os fundos da casa que tinha um belíssimo jardim, Dougie deitou na grama e me puxou pra si, cai em seus braços e ele me beijou longamente, ele mantinha seus braços em minha cintura e eu mantinha os meus em seus cabelos loiros macios, ele mordeu meu labio inferior o que me fez rir, ele trocou nossas posições, ficando em cima de mim, sorriu e tirou uma mecha de cabelo do meu rosto e me beijou a testa outra vez.
  - Não entendo como aconteceu isso, me apaixonei por você, e tão rápido. – Ele sorria e olhava-me nos olhos.
  Ele saiu de cima de mim e deitou de barriga pra cima na grama verde, ele parecia perdido em pensamentos, ficava tão lindo assim. Ele tinha uma certa razão no que disse, aconteceu rápido demais, eu não ligava para isso, afinal, sou apaixonada por ele faz muito tempo, mas o que me incomoda é pensar se eu sou apaixonada pelo Dougie da imprensa ou pelo Dougie de verdade, tenho medo de quando conviver mais com ele, o meu loiro não ser o que eu esperava.
  - Vem, vamos comprar pão. – Dougie levantou-se e estendeu sua mão, eu a peguei, saindo de meus devaneios. - Acredite, se voltarmos lá pra dentro sem comida, seremos comidos. – Nós rimos e olhamos um nos olhos do outro.
  Fomos até a padaria que tinha na esquina da rua a pé, compramos pão, geleia, e alguns doces, e voltamos pra casa de mãos dadas, quando chegamos perto da casa largamos as mãos, acho que era tudo muito preciptado ainda. Entramos na casa e os garotos estavam todos acordados, jogando video-game no meio da bagunça.
  - Onde vocês estavam? – Tom perguntou logo que nos viu.
  - Isso não importa, trouxeram comida? Acho melhor terem trazido comida! – Danny disse levantando-se e colocando as mãos na cintura, o que fez eu e Dougie rirmos.
  - Eu não disse? – Dougie falou sorrindo.
  - E então? – Tom pausou o jogo e ficou na nossa frente de braços cruzados. Eu já disse como meu irmão é fofo com ciúmes?
  - E então o que? – Perguntei me fazendo de louca.
  - Onde estavam? – Ele disse descruzando os braços.
  - Fomos na padaria, oras. – Disse levantando as sacolas.
  - Tá então vamos comer. – Danny foi indo pra cozinha seguido por Harry, eu e Dougie.
  - Avril? – Tom falou, virei e o olhei. – Vem aqui um minuto?
  - Toma. – Dei a sacola para Doug e fui até Tom. – O que foi?
  - Você gosta dele de verdade, não gosta? – Ele me olhava fundo nos olhos.
  - Acho que sim. – Sorri tímida.
  - Só tome cuidado, Doug pode ser brincalhão, legal e sincero, mas ele tem o costume de se apaixonar rápido e desapaixonar ainda mais rápido, não quero que você acabe ferida. – Ele me deu um beijo na testa e sorriu para mim. – Vem, vamos tomar café.
  Confeço que as palavras do Tom acabaram com o meu apetite, eu estava tão animada, apesar das minhas pequenas dúvidas, estava nas nuvens, e Tom me arrancou de lá com toda força e eu bati com a fuça no asfalto quente, olhava para Douguie, aqueles olhos lindos me fitavam e sorria bobo, eu sorria igual, mal podia esperar para ligar pra Hayley e contar tudo o que tinha acontecido.

  Cheguei em casa podre, apesar da diversão e do pequeno tempo que dormi, ainda tinha muito sono, fui para o meu quarto e liguei o celular, duas chamadas da Hay, mandei uma mensagem avisando que ligaria para ela logo depois de tomar banho, enquanto via um pijama confortável para ficar em casa, ela respondeu um “okay”.
  Fui para o banheiro e me olhei no espelho pela primeira vez naquele dia, meu cabelo estava bagunçado, minha maquiagem borrada, estava parecendo um panda, não me admiraria se Doug tivesse se desaipaixonado hoje mesmo, eu parecia uma bruxa! Entrei no banho, a água morninha sempre me fazia sentir melhor, lavei os cabelos, tirei toda a maquiagem do rosto e saí novinha em folha, me vesti com calma e prendi os cabelos em um coque alto. Voltei para o quarto e liguei para Hay.
  - Alô! – A voz da minha amiga de quem recém tinha acordado era algo.
  - BOM DIA FLOR DE COCÔ! – Gritei no bocal do telefone. Ouvi um barulho de algo caindo. – Hay? Você está inteira ainda?
  - Estou sua merdinha. – Ela riu. – E aí, passou outra noite maravilhosa com os lindos?
  - Sim, uma noite mais que maravilhosa... – Falei já tentando dar a entender o que tinha contecido.
  - Mais que maravilhosa? Como assim merdinha? – Apenas dei uma risadinha. – Oh, vai dizer que... Vai dizer que você... Que você e o Dougie... Ficaram?
  - Ele beija muito bem. – Nós duas comçamos a rir que nem duas imbecis.
  - Eu já disse, tu é a merdinha mais sortuda do planeta. – Ela ria descontroladamente. – Não acredito nisso, nossa, sua boboca, eu também quero tá?! – Ela fez voz de criancinha mimada e eu ri ainda mais.
   Toc toc toc
  - Calma ai, Hay. Tem alguém batendo aqui na minha porta. – Ela disse um “ta bom, me liga depois.” E desligamos o telefone. – Pode entrar! – Meu pai abriu a porta. – Ah, oi pai.
  - Querida, precisamos conversar sobre a escola! – Ele disse sentando na minha cama.
  - Ah sim. – Fiz cara de triste. – Eu não posso ajudar os garotos na banda? Ir pra escola é tão chato. – Ele riu.
  - Você precisa ir sim! – Ele olhou pra mim. – Mas vai ir na mesma escola que os garotos.
  - Eles vão a escola? – Perguntei, sempre imaginei que eles tinham aulas particulares.
  - Vão sim querida. – Meu pai achou graça da pergunta, mas parou de rir rápido,. – Você que você e Tom são gêmeos, não sabe?
  - GÊMEOS? – Gritei.
  - Achei que tivesse notado, irmãos, mesma idade, nasceram no mesmo dia... – Meu pai fez tudo parecer tão obvio.
  - Nossa... Só não entendo porque ninguém nunca me disse sobre isso antes... – Eu estava animada e desapontada, todos esses anos eu tinha um irmão, gêmeo ainda pro cima e ninguém nunca me contou.
  - Eu te mandei várias cartas, e Tom também, e quando soubemos que sua mãe não tinha entregado nenhuma a você... – Meu pai aibaixou a cabeça triste. – Foi muito triste, Tom ficou desapontado.
  - E eu também estou! – Falei séria. – Com a minha mãe obvio!
  - Não fique querida, ela deve ter tido bons motivos pra isso, ainda não os descobri, mas quem sabe um dia entendamos isso tudo. – Ele disse me abraçando. – Bem, vou ir fazer sua matricula para escola, nos vemos mais tarde.
  - Tchau pai. – Sorri fraco e deitei na cama.
  Eu estava realmente cançada precisava dormir um pouco, levantei e fechei as cortinas para deixar o quarto mais escuro, deitei na cama e me tapei, fechei os olhos e em menos de cinco minutos já estava dormindo profundamente.

  - Avril... – Ouvi uma voz ao longe me chamando. – Avril. – Ela ficava cada vez mais alta. – Avril! – Abri os olhos e vi que Tom me chamava.
  - Ah oi Tom. – Falei com a voz rouca.
  - A gente vai ir jogar video-game, quer ir? – Ele perguntou sorrindo.
  - Aonde? – Eu até queria ir, mas se fosse pra sair de casa, eu não estava com vontade.
  - Na casa do Douguie. – Ele ficou me olhando esperando uma resposta, mas meus olhos estavam fechando devagar. – Mana?
  - Ahn? – Perguntei.
  - Vai querer ir? – Ele começou a rir.
  - Não, vou ficar dormindo. – Falei e virei para o outro lado.
  - Ta bem, nos vemos mais tarde. – Achei que ele já tivesse saído e estava pegando no sono quando ele voltou a falar: - O que é isso aqui?
  - Isso o que? – Eu não conseguia nem abrir os olhos para ver do que ele falava.
  - Esse desenho no seu pescoço. – OPS, ninguém nunca tinha visto nenhuma das minhas tattos, se meu pai fosse chato como a minha mãe, eu estava ferrada.
  - Não é nada! – Eu disse levantando de supetão e tapando a tatto com o cabelo.
  - Você tem uma tatuagem! – Ele falou sorrindo. – Nem esquenta, papai não encana com isso. Você só tem essa?
  - Não, tenho mais dezesseis! – Falei sorrindo amarelo.
  - Fala sério... – Ele arregalou de leve os olhos.
  - São todas pequenas e escondidas, ninguém nunca as vê, a não ser que as procurem! – Falei sorrindo tímida.
  - Nossa... Isso é muito legal! – Ele pareceu entusiasmado. – Quero ver todas elas!
  - Tá bem! – Eu ri e comecei a mostrá-las.
  Comecei pela estrela vazia que tenho no pulso esquerdo, depois a estrela azul no ombro direito, depois o coração com a letra “D” dentro dele, uma tatto estúpida que fiz para um ex namorado, depois a outra estrela azul no antebraço direto logo ao lado do número 25 escrito em romano, depois a outra estrela, mas dessa vez vermelha, no antebraço direito, a estrela azul na perna esquerda, as duas estrelas vazias no quadril do lado direito, no antebraço esquerdo meu apelido quando era pequena Abbey Dawn, a nota músical no pulso esquerdo, , no pulso direito o número 30, o raio no pulso esquerdo, a palavra Fuck nas costelas no lado direito e por último outra tatto besta que fiz para um ex, mas essa não era só a inicial do nome era o nome dele, e a última, que ele já tinha visto, meu “prendedor de fralda” no pescoço.
  - Nossa, você gosta mesmo de tatuagem. – Ele falou rindo.
  - Gosto, acho divertido. – Falei. – Mas minha mãe nem sonha que eu tenho todas elas!
  - E como você as fez? – Tom olhou pra mim assustado.
  - Segredo de profissional. – Sorri irônica. – Agora vai lá jogar video game que eu vou dormir!
  - Tudo bem. - Tom saiu me deixando sozinha outra vez, me enfiei em baixo das cobertas e fechei os olhos, o sono voltou com tudo e logo eu dormi.

Capítulo 4 - She don’t Care

  Hoje é o primeiro dia de aula, para mim! Nada de muito interessante tinha acontecido nos últimos dois dias, saí com os meninos, fui morta em pensamento por milhares de fãs, vi mais um ensaio, falei com Hay e George no computador e por celular, as coisas de sempre. Eu tinha ido comprar meus cadernos com Tom, o resto a escola dava, para minha sorte não era o tipo de escola que o uniforme era obrigatório, portanto, iria vestir o que eu bem quisesse.
  Hoje o dia estava abafado, sabe aqueles dias que a atmosfera pesa? Pois então, é assim que está hoje. Peguei um short jeans, meias arrastão, meus all stars e uma blusa preta, fui para o banho, não podia demorar muito, então foi só para dar uma acordada mesmo, o cabelo eu já tinha lavado e arrumado a noite, então agora era só retocar. Me vesti e me maquiei, retoquei a chapinha e peguei minha mochila com meus cadernos e desci as escadas, o cheiro do café da manhã estava incrível.
  - Bom dia Avril. – Diana me cumprimentou enquanto colocava as torradas em cima da mesa, Diana é a empregada.
  - Bom dia Diana. – A mesa estava vazia, só eu tinha descido para tomar o café? – Onde eles estão?
  - Seu pai já foi trabalhar e Tom está...
  - Bem aqui! – Olhei e lá estava meu irmão no batente da porta.
  Ele estava muito bonito, estava usando jeans, all star, blusa xadrez e os cabelos loiros estavam espetados e perfeitos, meu irmão é uma graça, ta bom, parei, é que é tudo tão novo para mim ainda.
  - Bom dia maninha. – Ele me deu beijo na testa.
  - Bom dia Tom. – Sorri largamente.
  - Você está muito bonita. – Ele sentou e começou a comer uma torrada; sentei ao seu lado.
  - Obrigado, você também. – Comecei a comer uma panqueca com mel.
  - Nós vamos no meu carro, okay? – Ele falou com a boca cheia.
  - Tudo bem. – Sorri.
  Terminamos de comer e fomos para o carro, passaríamos para buscar o resto dos garotos, eles faziam um tipo de rodízio, cada dia era o dia de um buscar e levar todo mundo, o último que buscamos foi Dougie, pois era o que morava mais perto da escola, quando o vi meu coração disparou, fiquei nervosa e tudo o que eu fiz foi sorrir. Logo chegamos a escola, quando eu desci do carro todos os olhares do estacionamento voltaram-se para mim, por onde eu passava ao lado de Tom e dos garotos todos nos olhavam, é, ser irmã do Tom não seria fácil!
  - Parece que você chama bastante a atenção. – Danny falou vindo pro meu lado e colocando o braço nos meus ombros.
  - Parece que sim. – Ri.
  - Ah, Avril, você vai ficar na turma minha e do Danny, Harry e Dougie estão em uma turma diferente. – Tom falou.
  - Ahn, okay. – Droga, eu ficaria longe do Doug.
  - Seu armário é ao lado do meu, eu vou te dizendo as matérias, é só nos seguir. – Danny deu uma piscadela pra mim.
  Fomos até o armário e eu peguei o livro de inglês e larguei o resto das coisas lá, fomos para a sala e nos sentamos nas carteiras do fundo, estávamos rindo, conversando, acho que a escola não seria tão ruim assim a final de contas.
  - Oi Tom, oi Danny. – Uma loira aguada se aproximou da mesa e deu oi para os MEUS meninos e nem ao menos me olhou na cara.
  - Ah, oi Cindy. – Tom respondeu.
  - Oi. – Danny foi mais seco, parecia não gostar muito dela, ela já estava virando as costas, ah não, essa aguadinha ai não ia me ignorar assim.
  - Oi Cindy. – Falei me levantando, ela se virou e me olhou dos pés a cabeça.
  Eu conhecia bem esse tipinho, as patricinhas populares, acham que são as donas da escola e fazem de tudo para acabar com a vida dos menos populares, se ela achava que ia me ignorar assim, há ha, estava muito enganada. Eu sou Avril Lavigne, e apesar dos grandes erros, as Lavigne também são muito vingativas. A loira estava usando saia plissada lilás, blusa branca e salto alto, SALTO ALTO, para ir para escola, é muito sem noção essa daí.
  - E você é...? – Ela me olhava com nojo.
  - Avril, Avril Lavigne... – Quando ela abriu a boca, provavelmente para falar um “e...?”, eu continuei: - Fletcher! – Ela fez uma cara de surpresa e olhou para Tom, ele estava entretido conversando sobre baseball com Danny que nem viu a cara da loira.
  - Sendo assim... – Ela falou me olhando outra vez dos pés a cabeça. – Muito prazer, Cindy Febray. – Ela estendeu a mão para que eu a apertasse, mas eu adoro irritar as pessoas, eu dei um tapinha e depois um soco, ela ficou me olhando apavorada.
  Ela saiu e eu me sentei outra vez na frente do Danny, ele e Tom continuavam conversando sobre baseball, logo o professor entrou na sala e começou a primeira aula. O dia foi passando e eu realmente acordei somente no recreio, quando sentei com os garotos no pátio e ficamos conversando e rindo, eu estava morrendo de fome e ia na lanchonete buscar algo para comer.
  - Meninos eu vou buscar alguma coisa pra comer, okay? – Falei me levantando.
  - Eu vou junto, to morrendo de fome. – Dougie se levantou e se pôs ao meu lado.
  - Tudo bem, não demorem! – Danny disse e quando já estávamos longe ouvimos gritar: - SÓ NÃO FIQUEM SE PEGANDO POR AÍ, A ESCOLA TEM CÂMERAS.
  - Esse Danny... – Dougie disse ficando vermelho.
  - Não perde uma! - Continuei a sua frase.
  - É, quem liga para câmeras! – Dougie falou.
  Nós estávamos dentro da escola, em um corredor vazio, ele começou a me beijar e eu correspondi ao beijo, estava sentindo saudade daquela boca, não sei quanto tempo ficamos ali nos beijando, mas sei que foi tempo o suficiente para que quando voltássemos todos nos olharam com cara maliciosa.
  - Eu disse que a escola tem câmeras, vocês são surdos? – Danny falou rindo
  - Eu fiquei indecisa sobre o que comer, como vocês são maliciosos, credo! – Eu disse disfarçando.
  - Indecisa, sei... – Danny disse e eu dei um beliscão nele sem ninguém ver. – Ai.
  - O que foi, Danny? – Perguntei cínica.
  - Nada. – Ele falou fazendo bico.
  O sinal bateu e todos se levantaram e começaram a andar, puxei Danny pelo braço que ficou me olhando, eu cochichei em seu ouvido “preciso falar com você depois”, ele fez que sim com a cabeça e voltamos para as aulas, o resto das aulas passaram rápido, as matérias que estávamos vendo eu já tinha visto na outra escola, então, eu ficaria bem nas primeiras provas, quando o sinal tocou para o fim das aulas nós fomos até os armários, os garotos guardaram as coisas rápido e eu disse para irem indo para o estacionamento que eu já os alcançava.
  - Finalmente ficou sozinha! – Ouvi uma voz esganiçada e feminina falar do outro lado da porta do meu armário, olhei para os sapatos e vi logo quem era.
  - Ah, olá Cindy, algum problema? – Falei sorrindo irônica quando a garota saiu de trás da porta e foi para o outro lado.
  - Não pense que só porque você é irmã do Tom que vai conseguir o que quer querida! – Do que essa imbecil está falando?
  - O que? – Falei sem entender absolutamente nada.
  - Eu sei muito bem que você pensa que vai conseguir ser popular e que vai acabar com um dos garotos, mas você está redondamente enganada. – Ela falou pausadamente as últimas palavras. – Eu coordeno essa escola, eu e apenas eu! E os garotos já tem com quem ficar queridinha, em um estalo de dedos e eu destruo sua vida.
  - Eu não ligo! – Falei fechando a porta do meu armário e pendurando a bolsa no ombro.
  - O que? – Cindy esganiçou ainda mais sua voz irritante.
  - Eu não ligo querida! Não ligo para popularidade, e não ligo se você imagina que está com um dos garotos ou não, eles são meus amigos e se algo acontecer ou acontece entre mim e algum deles não é problema seu! – Fiquei a olhando nos olhos, e quando ela ia começar a falar eu interrompi. – Não dou à mínima, ta me entendendo bem? Para o que você pode ou não fazer! Fique no seu canto, com sua popularidade e imaginação fértil que eu fico no meu. Agora eu tenho que ir, tchauzinho.
  Saí andando e deixei Cindy falando sozinha, eu não ligava a mínima para o que aquela idiota pensava de mim, e nem o que ela “podia” fazer comigo, já tinha tido problemas o suficiente com a Britney, não quero problemas com essa tal de Cindy também. Ao longe escutei Cindy resmungar:
  - Ela não liga? Como assim não liga, ninguém “não liga” para mim! – E seus saltos martelando o chão da escola.

Capítulo 5 - Everybody wants to know her name

  Fui para o estacionamento e os meninos já me esperavam conversando animados em volta do Tablet, eu fui chegando perto e o burburinho deles foi baixando de tom cada vez mais, o que estavam escondendo de mim?
  - Oi garotos! – Falei me metendo do meio deles. – Que é isso aqui? – Tirei o tablet da mão de Tom e comecei a ler, era um site de fofoca.
  “Quem será a garota que passou o feriado com os garotos do McFly? Essa é a pergunta que não quer calar! E além de passar o feriado inteiro grudadinha com eles a loira que não parece ter mais do que dezesseis ou dezessete anos, também estava na escola com eles, afinal, quem é essa garota com o cabelo colorido?
  Há boatos de que essa garota seria irmã de Tom Fletcher, e ai loirinho, a loira é sua irmã ou não?”

  - Essa gente não perde tempo. – Eu disse devolvendo o tablet para Tom.
  - É, se prepara, que ainda vai ter muita coisa sobre você! – Danny disse.
  - Eu não ligo, sério mesmo. – Falei dando de ombros.
  - Se você está dizendo... – Danny deu de ombros.
  Na verdade eu ligava sim, bem pouquinho, mas ligava, era estranho ver uma foto minha em um site de fofocas, era estranho saber que o mundo saberia o meu nome, estranho muito estranho. Meu celular vibrou, eu olhei o visor e estava escrito “1 new mesage” peguei e abri a mensagem, era da Hayley.
  “Hay
  03-20-2012 12:30
  OMG, quem está estampando os maiores sites de fofoca? MINHA MERDINHA, nem acredito nisso merdinha linda, que loucura!
  Vê se me liga!”

  Ri com a mensagem da Hay e respondi, logo chegou uma do George também, nossa eu estava com uma saudade dos dois, eles precisavam vir logo para cá! Na primeira oportunidade eles viriam, viriam sim! Entramos no carro e fomos para um restaurante perto da escola, as aulas hoje não eram turno integral, foram só até meio dia. Escolhemos comer em fast food mesmo, era rápido e nos daria mais tempo para o ensaio dos garotos.
  - Ei, baixinha. – Harry me chamou enquanto eu mordia meu hambúrguer, olhei para ele e ele bateu uma foto.
  - Harry! – Falei de bota cheia, engoli tudo inteiro e quase pulei em cima dele. – Me dá isso aqui!
  - Não não, todos nós temos fotos constrangedoras, isso vai ir pro meu álbum. – Ele falou enfiando o celular dentro das calças. – Duvido você pegar aqui.
  - Não vou pegar mesmo! – Falei. – E que história é essa de álbum?
  - É uma coisa estranha do Harry, ele tira fotos constrangedoras nossas e coloca em um álbum de fotos. – Tom falou comendo uma batatinha.
  - Se chama “Fotos Constrangedoras”. – Harry sorriu, expondo os dentes sujos de mostarda, peguei rápido meu celular e bati uma foto.
  - Pronto, estamos quites agora! – Falei rindo.
  Terminamos de comer e fomos para a casa de Danny, eu sentei com o tablet de Tom no sofá e fiquei fuçando enquanto eles ensaiavam as músicas para a próxima turnê. Só por curiosidade procurei no Google “Suposta irmã de Tom Fletcher”, me surpreendi com o número de sites que falavam sobre isso, eram centenas, todos fazendo as mesmas perguntas “Quem é a loira misteriosa? Será que ela é namorada de um dos McFlyers? Rolam boatos de que a loira seria irmã de Thomas, será que é verdade? Afinal, QUAL O SEU NOME, LOIRA MISTERIOSA?” Achei graça das perguntas e logo fechei os sites, era estranho ver tantas fotos minhas por ai, mas então achei um site que me deixou furiosa.
  “Há rumores de que Danny e a misteriosa loira estão se dando muito bem! Acha que estamos mentindo? Então confira a foto abaixo!
  E aí? Parece ou não que a loirinha e o Jones estão se dando mais do que bem?”
E havia uma foto minha abraçada ao Danny.
  - O QUE? – Eu gritei apavorada. – NÃO VALE, TINHA UM INSETO NO MEU CABELO! ESSE POVO TA JOGANDO BAIXO!
  - O que houve? – Os garotos perguntaram ao mesmo tempo.
  - Falaram que eu e Danny estamos “nos dando bem demais”. – Falei e entreguei o tablet para o Danny.
  - Nossa! – Danny falou. – A foto até que ficou boa!
  - Danny! – Ele riu. – Não tem graça Jones! – Falei brava. – Estão inventando coisas de mim.
  - É porque você é novidade, logo passa! – Tom tentou me acalmar.
  - Tudo bem... – Falei estressada. O celular de Tom tocou .
  - Alô. Oi Ryan tudo bem? – Ele disse simpático. Danny se jogou ao meu lado no sofá e explicou que Ryan era o agente deles. – Sim, ela é minha irmã. Sério? Se você acha... Pode deixar, vou falar com ela, vamos ver se ela topa! – Ele desligou o telefone e sorriu para mim.
  - O que foi? – Perguntei ansiosa.
  - Ryan teve uma ideia meio louca, mas é super incrível. – O loiro fez suspense.
  - FALA LOGO TOM! – Todos falamos ao mesmo tempo o que nos fez rir.
  - Todos estão loucos querendo saber quem você é, então ele quer que você vá a uma premiação que vai ter semana que vem, e seu nome não será revelado para ninguém, ele acha que isso está dando muito ibope para nós, já que estamos sem cd novo e nenhuma previsão para quando teremos, ele quer , como posso falar, “usar” isso para voltarmos a ser notícia. – Ele falou sorrindo. – Vocês topam?
  - Sim! – Falamos outra vez todos ao mesmo tempo e começamos a rir novamente.
  - Legal! – Tom ficou extremamente animado e eu também.
  Os garotos continuaram a ensaiar e quando terminaram, todos estávamos indo lanchar. Foi quando Danny me chamou:
  - Psiu! – Virei e fui até ele. – O que você queria falar comigo?
  - Posso confiar em você? – Falei o olhando fundo nos olhos.
  - Claro que pode! – Ele disse parecendo sincero.
  - Se você contar para alguém... – Falei ameaçadora.
  - Não conto, Av. Juro que não conto. – O moreno falou implorativo.
  - Eu e Dougie estamos meio que juntos... – Falei rápido.
  - Há, eu sabia! – Ele falou convencido. – Vocês dois não me enganaram. – Comecei a rir da maneira como Jones comemorava.
  - Tá bom, tá bom, sabe-tudo, vem, vamos lá antes que deem a nossa falta. – Falei puxando ele.
  Eu estava vivendo um sonho, literalmente, um sonho. Eu era irmã de Tom, estava ficando com Dougie, a cada dia minha amizade com Danny ficava mais forte e Harry virou meu companheiro de videogame e ainda ia ir em uma premiação com os meus lindos, era tudo perfeito. Na primeira oportunidade liguei para Hay e George para contar as novidades, eles ficaram tão animados quanto eu.
  Tom me levou em umas lojas para ver um vestido para a premiação, nada parecia legal o suficiente, ou sofisticado o suficiente. Até que eu achei, um vestido dourado lindo, foi amor a primeira vista compramos e todo dia eu experimentava, até que chegou o dia da premiação, eu estava tão animada e tão nervosa.
  Marcamos para eu ir fazer a maquiagem em um salão de beleza e o cabelo também, sem revelar meu nome em nenhum momento, era esse trato a final ser a garota mistério. Quando fiquei pronta os garotos foram de limusine me buscar no salão, ficaram de queixo caído quando me viram entrar no carro.
  - Você está linda! – Dougie falou sorrindo para mim, me fazendo ficar vermelha.
  - Está mesmo! – Os outros falaram em conjunto.
  - Valeu. – Falei envergonhada. – Mas então, eu tenho que me nomear de alguma forma... Não posso ser a “loira misteriosa”, esse nome parece de filme de terror. – Eles riram da minha comparação.
  - Eu tenho uma ideia! – Tom disse sorrindo largamente mostrando sua monocova fofa. – Que tal “Weirdo with Five colours in her hair?”
  - Amei! – Eu disse abraçando Tom.
  - Muito legal cara, combina com a nossa loirinha mesmo! – Harry falou rindo.
  (Ligar a música 5 coulours in her hair)
  Logo chegamos a premiação, todos desceram da limusine e eu fui a última, as caras de surpresa de todo mundo foi algo muito engraçado, mas me segurei para não rir e desci do carro com um sorriso de boneca no rosto e tentando camuflar o nervosismo, dei o braço para Tom e caminhamos no tapete. Os flashes piscavam por toda parte, as pessoas gritavam pelos nomes dos garotos e todos perguntavam meu nome.
  Chegamos na frente de toda aquela gente, na frente da porta por onde entraríamos para a premiação, onde todos paravam para tirar fotos, pediram uma foto minha com todos os garotos e uma sozinha, quando terminaram as fotos um dos paparazzi perguntou “Garota, qual seu nome?”
  - Podem me chamar de A estranha com cinco cores no cabelo! – Falei dando uma piscadela.
  Dei outra vez o braço para Tom e entramos para a premiação, eu vi tantos famosos, e tanta gente de quem eu era fã, eu me segurei para não pirar ali dentro, tirei foto com Taylor Swift, Taylor Momsen, The Maine, Tom Felton, Emma Watson, mais outros vários famosos, todos muito queridos e simpáticos, eu estava pirando estava em êxtase. Logo veio um repórter.
  - Veja só, estamos aqui com McFly, e a misteriosa loira de quem todos os sites falam. Podemos dar uma palavrinha com vocês? – A repórter sorria simpática.
  - Claro. – Tom respondeu sorrindo.
  - Ela é sua irmã? – A repórter foi direta.
  - Não faremos nenhuma revelação sobre ela hoje. – Tom falou rindo.
  - Pelo menos o nome dela! – A repórter implorou.
  - Podem me chamar de A estranha com cinco cores no cabelo! - Falei rindo.
  - Oh tudo bem, parece que misteriosa garota com cinco cores no cabelo não quer revelar sua identidade por enquanto. – A repórter falou olhando para câmera e se voltou para nós outra vez. – O que esperam da premiação de hoje?
  Eles não ficaram muito tempo mais falando com a repórter, logo nos sentamos na mesa reservada para o McFly para assistirmos a premiação, eu sorria o tempo todo, simplesmente não podia tirar o sorriso do rosto. Estava tão feliz, a premiação estava incrível, quando o McFly ganhou a música do ano eles me obrigaram a subir no palco com eles.
  - É muito bom estarmos aqui hoje, e vamos começar todo aquele blá blá blá de que sem nosso fãs não teríamos chego até aqui, mas é a mais pura verdade, sem eles não seríamos nada, muito obrigado a todos. – Danny falou sorridente.
  Descemos do palco juntos recebendo aplausos e assobios, é uma sensação muito estranha ver os famosos aplaudindo e assobiando, quando normalmente sou eu que estou os aplaudindo, obvio que eles estavam aplaudindo os garotos, mas eu estava junto com eles, estava ao lado deles em uma premiação, só podia ser sonho.   Levantei para ir ao banheiro e quando estava chegando lá , meio desapontada confesso, quando senti uma mão no meu braço, virei para ver quem era e lá estava Dougie sorrindo para mim, eu sabia exatamente as intenções dele, e eram exatamente as minhas, por isso olhei para ele quando disse “acho que vou ao banheiro”.
  - Estava com saudade. – Ele falou me puxando pela cintura.
  - E eu então! – Sorri mordendo seu lábio.
  Começamos a nos beijar, era tão excitante ficar escondido, sempre que estávamos sozinhos ou que dávamos um jeito de escapar do resto dos garotos nós ficávamos, e sempre se um modo tão desesperado e urgente que me surpreendia nenhum de nós não ter tentado outra coisa ainda.

Capítulo 6 - Everyone asked me “Who the hell is she?”

  Acordei de manhã ainda nas nuvens, o efeito da premiação não tinha passado ainda. Com certeza era algo que eu lembraria pelo resto da minha vida. Levantei da cama me sentindo a Cinderela, parecia que passarinhos cantavam mais essa manhã, que o sol brilhava mais e até as pessoas estariam mais felizes. Tomei um banho, me vesti e desci para o café da manhã.
  - Bom dia estranha com cinco cores no cabelo. – Meu pai falou rindo.
  - Bom dia pai. – Ri. – Onde está Tom? – Perguntei me sentando.
  - Estou aqui! – Ele falou quase pulando na cadeira. – Adivinha quem está estampando os maiores sites de fofoca? – O loiro falou sorrindo.
  - Eu de novo? – Não consegui conter minha animação.
  - Veja por si própria! – Ele colocou o Tablet na minha frente.
   “Quem é essa garota?
  Essa é a pergunta que rola em todos os sites e revistas de fofoca do país, quem sabe até de muitos países! Quem é a “Estranha com cinco cores no cabelo”, como pediu para ser nomeada, que anda com os garotos do McFly? A garota não só estava no feriado e na escola com os rapazes, como também esteve com eles na premiação e subiu no palco junto com os boys.   Seria ela apenas uma amiga? Ou será que é namorada de algum deles? Ou ainda mais surpreendente, seria ela uma nova integrante da banda? Vamos lá garotos, revelem logo quem é a belíssima loira que anda com vocês! “

  - Nossa, eu sou uma belíssima loira, estão vendo só! – Falei para meu pai e meu irmão que riram de mim.
  - Vem belíssima loira, ta na hora do colégio, daqui a pouco o Harry está passando aqui. – Tom falou rindo ainda.
  Abrimos a porta e Harry chegou na frente da nossa casa, entramos dentro do carro, Danny já estava lá dentro e eu sentei ao seu lado.
  - E aí belíssima loira! – Danny falou rindo.
  - Você também viu? – Falei rindo.
  - Parece que está dando certo, a nossa Weirdo está ficando famosa. – Harry disse para Tom que estava sentado ao seu lado.
  Pegamos Dougie em sua casa e fomos para escola, quando descemos na escola e tinham alguns paparazzi ali na frente, começaram a tirar fotos loucamente e todos gritavam e faziam perguntas que eu não conseguia distinguir, do nada senti uma mão puxar minha cintura e alguém me jogar para o chão, mas sem me deixar cair, como naquelas cenas de filme antigo quando o mocinho beija a mocinha e quando dei por mim eu e Dougie estávamos nos beijando na frente dos paparazzi, dos garotos e da escola inteira. Quando paramos de nos beijar os paparazzi atacaram a mim e a Dougie, todos perguntando meu nome, queriam tanto saber sobre mim, mas não seria hoje que revelaríamos minha identidade.
  Dougie me pegou pela mão e saímos correndo pela rua, nem sequer entramos na escola, corremos rindo e fugindo dos paparazzi, entramos por várias ruas e corremos dos loucos, e os flashes no seguindo, o tempo fechou e começou a chover e logo todos os paparazzi desistiram. É, o cara lá de cima deu uma ajudinha, valeu ai.
  - Ai, finalmente eles foram embora. – Falei me escorando na parede e rindo. – To ensopada!
  - Tomar banho de chuva é bom, vem. – Ele me tirou de baixo do toldo e me puxou para chuva e me deu um beijo, daqueles dignos de filme. – Eu te amo!

Capítulo 7 - That Weirdo with five colours in her hair

  Quando cheguei em casa ensopada com Dougie ao meu lado, estavam todos sentados na sala de braços cruzados, até Danny, que já sabia de tudo e nos ajudava com as escapadinhas. Todos ficaram nos encarando sérios, confesso que eu estava ficando com medo das caras deles, e principalmente do meu pai e de Tom.
  - Posso saber onde vocês estavam? – Meu pai disse sério, ficando de pé.
  - Fugindo de uns paparazzi. – Falei rápido.
  - E por que estão molhados assim? – Harry perguntou se posicionando ao lado do meu pai.
  - Estava chovendo. – Dougie falou.
  - Vocês trouxeram alguma coisa pra comer né? Se não trouxeram estão encrencados mocinhos! – Danny cruzou os braços e ficou do lado de Harry.
  - Eu não disse? – Falei pro Dougie e mostrei para Danny a sacola de rosquinhas.
  - A quanto tempo? – Tom perguntou apenas se levantando.
  - Dês do dia em que fomos dormir na casa do Danny! – Falei com a voz fraca.
  O silêncio tomou conta do ambiente, eu estava ficando com medo do que iria acontecer a seguir, eu odiava desapontar as pessoas, e desapontar a Tom e meu pai, seria a coisa mais terrível do mundo. Eu e Dougie estávamos de mãos dadas, eu apertei um pouco mais forte sua mão e então eles começaram a rir, loucamente, histericamente, eles gargalhavam, se finavam de tanto rir, eu e Doug nos olhamos sem entender nada.
  - Vocês não acharam que ficaríamos realmente bravos por vocês estarem juntos né? – Tom falou em meio as risadas.
  - Sei lá, vocês ficaram tão sérios e com cara de mau, que eu pensei que iam nos matar! – Eu disse ainda confusa.
  - Não se preocupem quanto a isso! – Meu pai disse colocando a mão em meu ombro. – Vocês formam um belo casal! – Eu já disse que amo o meu pai?
  Sorri para ele, os garotos logo se acalmaram e nós sentamos nos sofás da sala, Danny ligou a televisão e começou a assistir um jogo de baseball com Tom, Harry estava com o tablet do loiro.
  - Ei vamos ver o que escreveram sobre o beijo de hoje! – Harry falou rindo. Fez-se silêncio por algum tempo. – Opa! Guys, esquecemos de um pequeno detalhe...
  - O que? Qual? – Falei surpresa.
  - A escola! – Ele disse. – Lá quase todo mundo sabe seu nome Av. Olha isso. – Harry me entregou o tablet.
  “That Weirdo With Five colours in her hair!
  A loira bafônica que está dando o que falar se revelou outra vez. Com direito a beijos de cinema, fuga dos paparazzi e até talvez a identidade revelada por uma colega de classe. Ficou curioso? Continue lendo então.
  A nova queridinha conhecida como Weirdo, por causa da música da banda McFly que fala sobre uma estranha garota com cinco cores no cabelo, que tem causado com seu estilo rock, seu cabelo colorido e um relacionamento próximo com os garotos da McFly, e que não revela sua identidade por nada, teve finalmente sua máscara retirada.
  Quando chegou a escola hoje os paparazzi esperavam pela Weirdo, no início a loura ficou um pouco desnorteada e não sabia o que falar, depois posou para uma foto e apenas com segundo de diferença posou com um beijo digno de cinema com Dougie Poynter, baixista da banda McFly.
  Logo depois do beijo, o casal fugiu pela cidade dos paparazzi que voltaram á escola pra conseguirem mais informações sobre a Weirdo . Em entrevista exclusiva com uma das colegas de classe descobrimos que a “Weirdo with Five colours in her hair” na verdade chama-se Avril Fletcher, o que revela bastante sobre a loira.
  E ai queridinha, esse é seu nome? Você e Dougie estão juntos? Como Tom conseguiu esconder uma irmã por tanto tempo das câmeras e holofotes?”

  - Já sei até quem foi que deu a “entrevista exclusiva”. – Falei fazendo aspas com as mãos e entregando o tablet para Tom.
  - Quem? – Dougie perguntou.
  - A bitch da Cindy Febray!
  - Não gosto daquela garota. – Danny disse com os olhos ainda vidrados no jogo.
  - Ta, e agora? O que a gente faz? – Meu irmão perguntou colocando o tablet em cima da mesa.
  O celular de Tom toca, ele nos mostra o visor , é Ryan, o agente deles. O loiro atende o telefone, troca algumas palavras com o homem do outro lado da linha e desliga o celular com um sorriso no rosto, acho que Ryan teve outra ideia brilhante.
  - E então? O que ele disse? – A minha curiosidade é grande demais para esperar Tom falar por si próprio.
  - Ele quer que você dê uma entrevista exclusiva. – Meu irmão respondeu.
  - Como assim? – Perguntei. – Para uma revista?
  - Exatamente! O que é fantástico, o mistério acaba, e os paparazzi param de nos perseguir tanto.
  - É acho que vai ser bom. – Sorri. – No fim das contas essa ideia de “garota misteriosa” foi meio ruim, só nos causou problemas.
  - Mas foi bom enquanto durou. – Danny falou sorrindo. – Ah, a primeira revista que ligar ganha a exclusiva, fechado?
  - Fechado. – Falei. – Agora vamos relaxar e esquecer de tudo isso? Essa vida de fugir de paparazzi é esgotante.
  Eu ainda estava ensopada e Doug também, e nós provavelmente ensopamos o sofá, levantei e disse que ia tomar um banho e trocar de roupa. Subi até meu quarto, vi minha roupa e fui para o banho, tomei um banho rápido, afinal, eles iam jogar videogame e eu tinha que ganhar do Harry desta vez. Quando estava vestida e pronta para descer alguém bateu na porta do meu quarto.
  - Entra! – Gritei. Tom abriu a porta.
  - Posso falar com você um instante? – Ele falou misterioso.
  - Claro! – Disse enquanto seca o cabelo com a toalha.
  - Quero que a One Night Only abra o show da McFly, vai ser em uma praça aqui em Londres, nós não tínhamos ainda banda para abrir, e depois de ouvir o som da sua banda aquele dia... Tenho certeza de que vocês são os certos para isso. – O loiro sorria tanto e eu também, você consegue imaginar isso? MINHA banda, abrindo um show do MCFLY! – Topa?
  - Quando vai ser o show? – Meu sorriso ia de orelha á orelha.
  - Dentro de dois meses.
  - Preciso que eles convençam os pais a passarem uns tempos aqui, afinal, precisamos ensaiar também.
  - Isso é um sim? – Ele abriu o sorriso ainda maior.
  - É um COM CERTEZA! – Pulei no meu irmão abraçando ele. – Vou falar com a Hay agora mesmo!
  Tom saiu e eu telefonei para Hay, o telefone chamou até cair na caixa de mensagens. Dei uma secada em meu cabelo e tentei mais uma vez, chamou, chamou e quando eu ia desligar ouvi a voz da minha amiga do outro lado da linha:
  - Alô? – Ela estava ofegante.
  - Hay! Porque não atendeu antes? – Falei.
  - Estava no banho. Ai merdinha que saudade que eu estou de você, como estão as coisas por ai? – Ela perguntou.
  - Melhor impossível! Tenho um convite para você e George... – Falei fazendo suspense.
  - O QUE É? FALA, fala logo! – Ela falou rindo.
  - Daqui a dois meses a McFly tem um show em uma praça aqui em Londres e eu queria saber se... – Ela não deixou eu terminar e já foi me interrompendo.
  - Você quer saber se a gente quer ir para conhecer os meninos e ficar no camarim? – Ela gritou.
  - Não... – Ouvi o “aaahn” fraco dela. – É ainda melhor! Fomos convidados para ABRIR O SHOW DELES!
  - OMG. – Ela gritou e pude ouvir o som dela pulando pelo quarto, o que me fez começar a rir. – Sim, nós vamos!
  - Mas vocês precisam vir para cá já! O mais rápido possível, precisamos ensaiar! – Eu disse com a voz mais séria.
  - Tudo bem, você sabe que minha mãe não vai se impor, e tenho certeza que a mãe de George também não. – Hay falou rindo. – Vou falar com a minha mãe e com o George e aí ligo para você merdinha! To morrendo de saudades.
  - Tudo bem sua boboca, também estou, beijos.
  - Beijos, até.
  Desliguei o telefone e desci para a sala, sentei ao lado de Danny enquanto Doug e Harry jogavam, quem ganhasse jogaria contra mim. Deitei no ombro de Danny que começou a bagunçar meu cabelo molhado, e eu fiz o mesmo com os cabelos castanhos dele, nós começamos a rir e a incomodar um ao outro, então chegou minha vez de jogar, eu jogaria contra Dougie.
  Depois que eu ganhei do meu namorado resolvemos ir comer em uma pizzaria, ao chegarmos lá já tinham paparazzi esperando por nós, o que me deixou surpresa, como saberiam que estaríamos ali?
  - Quem foi? – Eu perguntei séria.
  - Desculpa eu me esqueci e coloquei no twitter! – Danny falou com cara de cachorrinho.
  - Ai Danny! – Falei revirando os olhos.
  Descemos do carro e tentamos passar pelo mar de paparazzi, meu pai ao meu lado tentava fazer com que ninguém encostasse em mim, mas estava difícil, eles não nos deixavam passar, ainda mais que estávamos sem seguranças, não tinha ninguém para os impedir de se aproximarem de nós.
  - Quem é você? Da onde você veio? Qual o grau de parentesco entre você e Thomas? Qual seu nome completo? – Eles gritavam todos ao mesmo tempo.
  - Tom? – Olhei pra ele pedindo ajuda. – Eu respondo?
  - Fala só que é minha irmã. – Ele cochichou.
  - Só respondo se ficarem quietos! – Eu disse e todos se calaram. – Sou irmã do Tom, e não vou responder mais nada.
  - Uma foto dos irmãos então! – Um dos paparazzi implorou e eu olhei para Tom que acenou positivamente com a cabeça.
  - Tudo bem, só uma. – Falei.
  Paramos um ao lado do outro e tiramos uma foto para os desesperados, assim que tiraram as fotos abriram caminho para nós passarmos, o que era um milagre eles serem tão educados, entramos na pizzaria e nos sentamos para comer.
  Dessa vez o numero de fãs com cara de bunda pra mim foi bem maior, principalmente aquelas que pediam autógrafos e fotos com Doug, elas queriam me matar, se fosse um desenho animado daria para ver os raiozinhos saindo dos olhos delas e tentando me atingir. Fingi que não dava bola e me surpreendi quando duas garotas me chamaram.
  - Weirdo. – Uma delas falou sorrindo. – Podemos tirar uma foto com você?
  - É para falarem mal de mim, ou fazer qualquer coisa ruim com a foto? – Perguntei fazendo cara de Sherlock Holmes.
  -Não, é só que nós gostamos muito de você e do seu estilo. – A outra disse.
  - Então está bem! – Sorri.
  As duas pararam ao meu lado e pediram para Tom, que estava sentado na minha frente, tirar a foto, elas sorriam e eu também. Terminamos de comer animadamente, fizemos guerrinha de pepperoni e saímos sujos da pizzaria. No caminho de volta Harry me entregou o tablet.
   “O mistério está quase no fim, a loira com mechas coloridas é irmã de Thomas, a garota é muito simpática e até concordou em posar para os paparazzi ao lado do irmão. Eles não são fofos? Mas a nova pergunta do momento é: Como Thomas conseguiu esconder a irmã por tanto tempo? Será Avril o verdadeiro nome da garota? A quantas vai o lance entre ela e Dougie? “
  - Eu já disse que essa gente é muito rápida? – Eu falei rindo.
  - Eles são parentes do Flash! – Danny falou rindo também.
  Largamos os meninos cada um em sua casa, Dougie me deu um selinho de despedida, e depois recebi vários olhares maldosos do Tom. Quando chegamos em casa o telefone estava tocando, papai correu para atender e quase caiu quando escorregou no carpete de entrada, ele atendeu o telefone e depois passou para Tom, disse que era de uma revista e que queriam uma exclusiva com a Weirdo.
  - Alô! – Tom pegou o telefone. – É Thomas Fletcher. Sim. Não sabemos ainda. Vou perguntar para ela o que ela acha. – Tom olhou para mim e deu uma piscadela. Voltou a colocar o telefone na orelha e tirou a mão do bucal. – Ela topou. Quando faremos? Tudo bem, até mais. – Ele desligou o telefone e me olhou. – Sua entrevista “exclusiva” vai ser na próxima semana. Na segunda-feira ás duas horas.
  - Tudo bem. – Falei sorrindo. – Vou subir tomar um banho e dormir. Tchauzinho.
  Subi as escadas para o meu quarto e quando estava indo tomar meu banho meu celular toca, pego minha bolsa e fico revirando ela a procura do celular, e nada do bendito, olhei em baixo da cama, nos móveis e em tudo, só então que eu me lembrei que tinha colocado no bolso, peguei e liguei de volta, era Hay quem tinha me ligado.
  - Por que não atendeu criatura? – Ela disse.
  - Não achava o celular. – Falei rindo.
  - Tenho boas noticias. – Hayley falou animada.
  - Omg, vocês vão poder vir? – Quase gritei, mas me controlei.
  - Sim, merdinha, semana que vem estamos indo para Londres, nós vamos fazer intercâmbio, já está tudo combinado, passagens, escola, tudo, mal posso acreditar. – Ela ria e eu também. – Chegamos na quinta de noite.
  - Tudo bem, vou ir pegar vocês no aeroporto, ai, estou com tantas saudades, vai ser tão bom ter vocês aqui!
  Conversamos mais um pouco e então desligamos o telefone, fui para o banho e depois dormi. Nos dias que se sucederam, mais e mais reportagens sobre mim apareceram na internet e nas revistas mais populares, eles mentiam, desmentiam, inventavam e reinventavam, eu sempre parecia não ligar, afinal, logo eu iria dar a entrevista e acabar com tudo isso. Meu pai não viu problemas em Hay e George ficarem aqui por alguns meses, ele até achou legal.
  O dia da entrevista chegou, eu estava nervosa e não sabia o que me perguntariam, eu teria de ser sincera com tudo, mas no fim não haviam motivos para tanto drama, eu ia ser capa da revista, o pessoal foi muito simpático, me deram roupas para as fotos e fizeram uma maquiagem linda em mim, as perguntas não foram tão horríveis quanto eu pensei e eu até descobri que tinham fã-clubes meus, isso é incrível. Quinta chegou rápido, era o dia que Hay e George chegariam e também o dia que a revista ia sair.
  Fui para o aeroporto mega animada, o voo estava previsto para chegar ás 20 horas e até agora não tinha nenhuma previsão de atraso, o tempo foi passando e logo nós vimos a minha magrela de cabelos laranja ao lado do meu George vindo, quando eles me viram largaram as malas e correram pra mim e eu pra eles, nos abraçamos e quase caímos no chão com o impacto.
  - Nossa, que saudade que eu estava de vocês, sério, mal podia esperar para ver vocês, estou tão feliz de ver vocês, nossa. – Falei deixando algumas lágrimas escaparem.
  - Awwn sua merdinha, eu estava com tanta saudades também, fiquei sabendo que hoje sai a sua revista, quero ver a matéria hein! – Rimos, olhei para George, ele me abraçou e quase me pegou no colo.
  - Ai baixinha, senti tanto sua falta! – Ele falou me apertando e eu o apertei de volta.
  - Eu também senti sua falta seu girafão! – Mordi a bochecha dele.
  - Ai! – Ele falou me soltando e passando a mão no local. – Sua coisinha!
  Corremos para a tabacaria e compramos um exemplar da minha revista a capa estava muito legal, espero que o conteúdo também.
  - E onde eles estão? – Hay perguntou animada.
  - Eles? – Me fiz de desentendida. – Eles quem?
  - Ai sua boba, fala logo! – Ela falou me dando um soquinho no braço.
  - No carro esperando a gente! – Falei. – Vamos.
  Fomos para o carro, a Hay ficou olhando para eles estupefata por um segundo depois...
  - OMG, EU NÃO ACREDITO QUE ESTOU AQUI MESMO, OMG! – Acho que a Hay meio que pirou.   Os garotos, incluindo George, começaram a rir da reação da Hay e eu quase morria de dor nas bochechas e no abdômen de tanto rir, logo ela se acalmou e deu um abraço em todos, inclusive no Dougie, ela sorria de orelha a orelha, quanto a George, ele cumprimentou os garotos normal, no caminho eu abri a revista e lá estava a reportagem.

Capítulo 8 - How does she cope with her new found fame?

  “Em uma entrevista exclusiva para a Teen age Forever a bafônica Weirdo mostra que não liga para o que estão falando dela por ai, fala sobre sua relação com o irmão e responde as perguntas que todos querem saber as respostas. Ficou curioso? Então continue lendo.
  Oi Weirdo, tudo bem com você?
  Tudo ótimo, e com você?
   Também. Então, vamos direto ao assunto. Como você se escondeu das câmeras todo esse tempo?
  Morando em Los Angeles. Vim morar com Tom faz pouco tempo, na verdade, eu não sabia que era irmã dele, vim para cá para morar com meu pai, e quando cheguei tive essa adorável surpresa. Tom Fletcher é meu irmão gêmeo, foi incrível saber disso.
   E o que você está achando da vida de irmã de estrela?
  É tudo muito novo para mim, todo esse universo de famosos, eu acho estranho ver várias fotos minhas por ai, e várias mentirinhas sobre mim também rolando soltas pela internet e até em algumas revistas, mas eu não ligo muito, não dou a mínima para o que pensam de mim.
  E quanto aos boatos que rolavam um tempo atrás de que você e Danny estavam juntos?
  Era mentira, nós nos tornamos muito amigos, e não há nada entre nós, eu acho Danny um cara super divertido e muito bonito também, mas não há nada rolando entre nós, de verdade, somos grandes amigos, e boa parte das fotos que rolavam de nós dois são de momentos muito constrangedores, a primeira foto que saiu, por exemplo, eu estava com um inseto no cabelo e Danny estava tirando ele de lá, as outras foram todas muito parecidas, estava suja de ketchup, ou tinha derramado alguma coisa na roupa, coisas do tipo, coisas muito constrangedoras, tem até uma em que eu estava zoando ele e falaram que eu estava fazendo “carícias amorosas nos cabelos do Jones” (risos) Eu ri de mais quando vi aquilo.
  Você e Dougie estão juntos?
  Bom, mais ou menos, nós nos gostamos muito, mas é tudo muito precoce ainda, estamos vendo como as coisas vão acontecer.
   E como é sua relação com Tom?
  É muito boa, nos damos muito bem, somos como qualquer par de irmãos por aí, temos nossos momentos de “como eu te amo irmãzinho” e os momentos que ficamos zoando um ao outro.
  Você realmente não se importa com o que rola sobre você na internet e nas revistas?
  Não, realmente não. É estranho não é? A maioria das pessoas ficaria louca de ver um boato bobo sobre si rolando em algum lugar, mas eu não. Eu simplesmente não ligo.
   Mudando de assunto, você tem algum talento musical como seu irmão?
  Eu tenho uma banda em Los Angeles com meus amigos, Hayley e George, a banda chama-se One Night Only, eu fico no vocal, eu adoro cantar, mas não acho que eu seja lá muito boa.
   Você acha que rolaria uma parceria com a banda do seu irmão?
  Você quer dizer eu cantar juntou com eles?
   Isso!
  Estamos com planos ainda, mas é surpresa.
  Todos têm falado muito sobre suas roupas e seu cabelo, da onde surgiu essa ideia de pintar os cabelos de várias cores? E você se considera estilosa?
  Eu sempre curti muito cabelos coloridos, sempre achei muito divertido, um belo dia saí com minha amiga Hayley para dar umas voltas e achei as tintas coloridas, fui até o salão de beleza e pedi para que o meu cabeleireiro os pintasse, e então aconteceu, voltei para casa com o cabelo de cinco cores diferentes.
   Você morava com sua mãe, certo?
  Sim!
   Como ela reagiu quando chegou em casa e te viu com os cabelos assim?
  Fiquei de castigo um mês inteiro! (risos)
   Os garotos da McFly tem muitas tatuagens, você tem alguma?
  Bem, eu sei que minha mãe vai ter um troço se ver isso, mas eu tenho sim.
   Uma só?
  Dezessete!
   Dezessete tatuagens? Como escondeu isso da sua mãe?
  Elas não são muito grandes e são todas em locais que eu possa tapar com a roupa, portanto minha mãe nunca as viu.
   Nem quando iam a praia?
  Minha mãe não gosta muito de praia, todas as vezes que eu fui, foi com meus amigos. Sou uma garota levada eu sei (risos) Mas é que ela nunca deixaria eu fazer uma tatuagem, quanto mais dezessete.
   Você fez todas de uma vez?
  Não! Não. Eu fui fazendo uma por uma né, a primeira foi com treze anos, eu queria isso de presente de aniversário, mas minha mãe não quis me dar, então eu pedi para minha avó escondido, e ela me deu.
   Sua avó foi sua cúmplice nisso tudo?
  (risos) A ideia soa estranha na sua voz, mas é, minha avó me ajudou em todas as minhas tatuagens.
   Você tem algum piercing também?
  Eu tinha um no umbigo, mas fui descoberta e tive que tirar. (risos)
  Você sabia que existem fã-clubes seus na internet?
  Sério? OMG, eu não sabia disso, que demais, e confesso que um pouco estranho também, mas isso é incrível.
   Algum fã já pediu para tirar fotos com você?
  Sim, na semana passada duas garotas vieram e pediram para tirar fotos comigo, foi uma experiência fantástica e muito estranha ao mesmo tempo, e a propósito, obrigado pelo carinho meninas (risos), me senti em um programa de TV agora, quando a pessoa se mete na frente da câmera e fala um beijo pra minha mãe, meu pai e toda família, valeu vovó. (risos)
   Agora a pergunta que todos esperam pela resposta, qual é seu nome Weirdo?
  Meu nome é Avril Lavigne Fletcher.”

Capítulo 9 - She’s Just a loner with a sexy atittude

  - Minha merdinha arrasa! – Hay falou fazendo graça com a capa da revista.
  - É, a NOSSA Av ta virando a... Como vocês garotas chamam mesmo? Ah sim, Diva! – Dougie falou me abraçando. Pude ver a cara que a Hayley fez, a mesma cara que ela faz quando imagina ela com o Tom.
  - Nossa? – George falou se ajeitando no acento do carro.
  - Sim, nossa Avril. – Dougie respondeu casual e me dando um beijo na bochecha.
  Eu sorri e olhei para George, como eu não vi isso acontecendo? George estava quase tão vermelho quanto quando Britney ficava tentando agarra-lo para tentar me fazer ficar ciumenta, mas não pense que é vermelho tipo “estou envergonhado” é vermelho de bravo. Eu não acredito que ele esteja com ciúmes, nós somos amigos a tanto tempo, pensei que nunca teria esse tipo de problemas com George, principalmente porque ele sabe o quanto eu gosto de Doug.
  O resto do caminho até em casa foi meio constrangedor, Danny ficou o tempo todo conversando com George, ele entendera meu olhar pedindo ajuda, e acho que não seria difícil de entender depois da cara que ele fez para mim e Dougie abraçados como um casal. Hay ficou bem entretida conversando com Tom, Harry, eu e Dougie, de vez em quando Danny e George se juntavam a nós, mas não por muito tempo.
  Nós largamos cada um dos garotos em casa, apesar de eu saber o quanto Hay queria passar uma noite maravilhosa com os boys, ela tinha que descansar, amanhã iríamos a escola, ensaiaríamos e passaríamos o resto da tarde com os garotos. Ela que esperasse, afinal, quem ela realmente queria estava morando comigo, não vou dizer que não fico enciumada em pensar que Tom pode começar a dar mais atenção a ela do que pra mim que sou a irmã dele, mas eu sou a melhor amiga de Hay, e sei que ela não negaria um irmão pra mim também.
  - Chegamos. – Meu pai disse enquanto entrávamos na garagem de casa.
  Nós descemos do carro, Tom, George e meu pai pegaram as malas, enquanto eu e Hayley entrávamos em casa, fomos até o quarto de hospedes e largamos as malas deles; fomos para a cozinha, estávamos famintos e Diana tinha feito um jantar para nos esperar, o cheiro do espaguete á bolonhesa dominava a casa.
  - Nossa, esse cheiro está maravilhoso! – Hay falou salivando.
  - Obrigada. – Diana falou largando a travessa de macarronada na mesa. – Sr. Fletcher, eu já vou indo para casa, vejo vocês pela manhã.
  Diana ficava em uma casa nos fundos do terreno da casa dos Fletcher, o que era muito conveniente todos mantinham sua privacidade.
  - Não quer se juntar a nós no jantar, Diana? – Meu pai perguntou enquanto nos sentávamos na mesa.
  - Não, obrigado Sr. Fletcher, vou ir jantar na casa da minha mãe hoje, lembra-se? – Ela falou sorrindo.
  - Ah é verdade, tinha me esquecido. – Meu pai falou envergonhado.
  - Tchau, vejo vocês de manhã. - Diana saiu e logo escutamos o ronco de seu carro saindo da garagem.
  - Nossa, essa é a melhor macarronada de todas. – Hay falou com o canto da boca suja de molho.
  - Você tem uma coisinha aqui ó. – Tom falou apontando em sua boca.
  - Aqui? – Ela passou o dedo perto do local, mas não acertou.
  - Não, aqui. – Tom riu e passou um guardanapo onde Hayley estava suja, por um momento acho que vi olhares se cruzando e bochechas corando.
  Olhei para George e nós trocamos nosso olhar cúmplice, parece que alguém vai conseguir o que quer.
  - Então... – Hay mudou de assuntou rápido. – Nós dois vamos dormir no quarto de hóspedes?
  - Na verdade, eu não sei... – Respondi. – Porque nós temos só um quarto de hóspedes, então, ou o George dorme com o Tom ou você...
  - Dormir com o Tom vai ser meio estranho merdinha. – Hay falou tensa.
  - Você não me deixou terminar Hay, ou você dorme COMIGO! – Falei e todos caíram na risada, Hay corou e riu também.
  - Ah, assim então pode ser, se o George concordar. – Hay olhou para o moreno que mal abrira a boca dês que chegamos aqui.
  - Por mim tudo bem. – Ele falou e enfiou uma garfada de macarrão na boca.
  Terminamos o jantar e eu fui levar George até o quarto de hospedes enquanto Hay me esperava na sala com Tom, o curto caminho foi mais silencioso do que eu gostaria, ele ficou completamente calado e eu não sabia o que dizer. Mas ora essa, que frescura é essa agora? Somos amigos dês de sempre e agora porque estou feliz ele tem que emburrar a cara e agir como um bicho do mato?
  - Estou tão feliz que vocês estão aqui! – Falei quebrando o silêncio. – Que você está aqui. – Pulei no pescoço dele e dei um longo abraço. – Sabe que eu vou sempre ser sua tampinha né?
  - Estou feliz por estar aqui também. – Ele disse me abraçando ligeiramente e depois tirando-me de seu pescoço.
  Chegamos ao quarto e eu empurrei ele pra dentro e fechei a porta, empurrei ele sentado na cama e cruzei os braços o olhando nos olhos.
  - O que você tem hoje hein? – Perguntei. – Que bicho te mordeu Georg?
  - Nada, tá tudo bem. – Ele falou levantando, então eu empurrei ele sentado de novo.
  - Não! Não está nada bem. – Falei séria. – Depois que entramos no carro você fico todo diferente, parecia até bravo, se não queria vir, era só não vir.
  - Não é isso Avril, não tem nada que eu quisesse mais do que te ver, é só que... Que... – Ele ficou fitando o chão.
  - Que o que George? – Perguntei.
  - Nada, é bobagem.
  - Fala!
  - Parece que estou perdendo você, só isso. – Ele levantou e me encarou.
  - Para de ser bobo George, você é meu melhor amigo, e mesmo com Tom sendo meu irmão, Dougie e eu estarmos juntos, e Danny e Harry terem sido ótimos amigos pra mim enquanto estou longe de vocês e de casa, isso nunca vai me afastar de você, o que nós temos nem o príncipe da Cinderela pode tirar de nós. – O abracei e dei um beijo em seu rosto. – Entendido? – Ele fez que sim com a cabeça e me abraçou. – Amanhã quero que desamarre essa cara e que seja o mesmo George que eu conheci anos atrás, os garotos vão te adorar, assim como eu adoro. Boa noite.
  - Boa noite!
  Peguei as malas de Hay e fechei a porta, fui até a sala e encontrei um Tom e uma Hayley sorridentes conversando no sofá. Imagino tudo o que ela vai me falar quando entrarmos no quarto.
  - Hay, vamos? – Olhei para ela sorrindo.
  - Aham. – Ela se levantou em um salto e deu um sorriso para Tom.
  Subimos as escadas até o meu quarto, Hay se jogou na cama enquanto eu entrava e fechava a porta, ela ficou um bom tempo olhando par ao teto calada e com os olhos brilhantes.
  - E então Hay, o que achou? – Perguntei me sentando ao seu lado.
  - É tudo incrível, a casa é linda, os garotos são legais e ... – Ela parou de repente e se levantou. – Vou tomar um banho.
  - Tudo bem, vou arrumar a cama para você que amanhã temos escola!
  - A é, escola, seria bom me livrar disso por alguns meses, mas ai eu iria rodar. – Ela falou rindo e pegando um pijama na mala.
  - Digo o mesmo. – Falei.
  Hayley entrou no banheiro com sua roupa e sua nécessaire, e eu comecei a arrumar a cama que meu pai tinha colocado ali, com lençóis e cobertores, logo que Hay saiu do banho já nos enfiamos em baixo das cobertas, as duas estávamos cansadas, e amanhã seria um longo dia na escola.

  Ao longe uma música começou a tocar, e aos poucos eu ia retornando a consciência, por mais que eu agora tivesse consciência de tudo o que acontecia em volta de mim, eu não conseguia abrir os meus olhos, pareciam que estavam mais pesados do que deveriam.
  - Avril... – Hay sacudia meus ombros gentilmente.
  - O que? – Perguntei com a voz embargada de sono.
  - Seu irmão passou aqui e disse que temos uma hora pra estar na escola! – Hay falou e eu levantei em um salto.
  - Só isso? – Eu tinha ainda que tomar banho, secar e arrumar os cabelos e me vestir, e tinha a Hay ainda.
  - Eu já tomei banho ontem, então você pode ir que eu vou ficando pronta. – Ela disse rindo da minha reação.
  - Tudo bem!
  Peguei uma jeans, uma t-shirt, minha lingerie e meus tênis e fui pro banho, tomei o banho mais rápido da minha vida, entrei, passei o shampoo, condicionador, sabonete e pulei fora, me vesti rápido e vi que ainda tinha quarenta minutos para ficar pronta, Hay estava terminando de se maquiar enquanto eu começava.
  - Pode ir descendo para tomar café, daqui a pouco eu desço. – Falei enquanto passava o lápis de olho.
  Ela fez que sim com a cabeça e desceu as escadas, comecei a secar o cabelo só para garantir que ele não ia armar quando terminasse de secar, deixei-o quase seco e desci para o café, ainda tinha vinte minutos e daqui á cinco Danny estaria aqui na frente. Desci correndo e encontrei George, Hay e Tom fazendo guerrinha de ovos mexidos na mesa.
  - Se a Diana ver isso vai ficar louca! – Falei rindo da cena.
  - Abre a boca, tampinha. – George falou com um pedaço de salsicha na mão.
  - Pra que? – Perguntei me sentando na frente dele.
  - Abre!
  Abri a boca e ele atirou o pedaço de salsicha dentro dela, estava bom, mesmo eu não gostando muito de salsicha no café da manhã. Peguei uma panqueca, coloquei mel e enrolei, quando esta preste a morder uma busina ecoou na frente da casa.
  - Vem! – Tom falou pra todo mundo.
  Nos levantamos e corremos, cada um comendo uma coisa, gritamos um tchau para Diana que estava podando as flores da casa e entramos no carro de Danny. Harry já estava lá, sentei ao seu lado acompanhada de Hay e George, Tom sentou na frente com Danny. Passamos para pegar Dougie e chegamos na escola, faltavam ainda dez minutos para o inicio da próxima aula. Por sorte o armário de Hay e George ficaram ao lado do meu e eles ficariam na mesma classe que eu, Tom e Danny, corremos para primeira aula e sentamos nas bancadas do fundo do laboratório de biologia.
  - Bom dia. – A professora de biologia entrou, largando a larga pasta e as apostilas na mesa. – Juntem-se com seus parceiros e vamos começar a aula.
  Era a minha primeira aula de biologia, e obviamente a primeira de Hay e George, portanto não tínhamos parceiros de laboratório, Tom e Danny estavam juntos, então um de nós três teria que ficar sozinho, a não ser que a professora permitisse um trio.
  - Professora? – Falei levantando a mão.
  - Sim, Srt. ...? – Ela olhou para mim indagativa, e então me lembrei que eu não conhecia a professora.
  - Lavigne! – Falei.
  - Pois não?
  - Eu, George e Hay não temos parceiros de laboratório, podemos ficar nós três? – Perguntei. – Eles são os alunos do intercâmbio.
  - Não, a Srta. Febray está sem parceiro igualmente, um de vocês terá que fazer com ela. – A professora respondeu e apontou para a loira aguada.
  - Tudo bem eu faço. – George falou se levantando e eu puxei ele de volta.
  - Não, você faz com a Hay, eu faço com a Febray. – Falei e me levantei indo sentar ao lado dela.
  Eu não deixaria essa bruxa ficar com o George, mas nem morta, nem que eu tivesse que aturar a presença dela ao meu lado durante o resto do ano. Sentei do lado de Cindy enquanto a professora escrevia algumas coisas no quadro, ela nem olhou para mim, parecia estar furiosa por me ter como colega de classe, mas se ela ao menos cogitou a ideia de ter como colega o George, ela estivera muito, mas muito enganada, isso nunca aconteceria, nem por cima do meu cadáver!
  - Bom, vamos começar, peguem suas apostilas e abram na página 549, vocês verão as instruções para um experimento, e o que precisarão, esse experimento é o que abrira a nossa nova matéria, e a prova desse semestre será a perfeita finalização do mesmo, vamos começar então.
  O resto da aula de biologia foi mais silenciosa do que eu esperava, achei que Cindy ia fazer alguma coisa para eu me dar mal ou qualquer coisa do gênero, mas não, a única coisa que ela fez foi sentar lá e dividir metade do trabalho para ela e metade para mim, as vezes falava uma coisa ou outra, mas sempre referente a aula, ela mal olhava na minha cara, bom, acho que o aviso sobre cada uma ficar no seu canto tinha adiantado de alguma coisa no final das contas.   Quando a aula terminou eu me levantei, juntei meus livros e esperei por Hay, George, Tom e Danny na porta da sala, saímos os cinco e fomos para nossos armários.
  - Nossa, essa escola é tão diferente da nossa! – Hay falou admirada.
  - Você achou? – Eu perguntei.
  - Sim, as pessoas parecem mais inteligentes. – Hay riu. – Até aquela garota do seu lado parecia mais inteligente do que jamais seria morando em Los Angeles. – Nós rimos quando nos demos conta que Cindy era a versão inteligente de Londres da Britney.
  Pegamos o livro de Inglês e deixamos o de biologia no armário e fomos para a sala de aula, o resto da manhã se transcorreu tranquila, só aulas teóricas, durante a tarde teria educação física por duas horas e então seriam aulas extras para os estudantes matriculados nas aulas extras.
  - Hay, temos que ir para o vestiário feminino, trocar de roupa para a aula! – Puxei ela, já que ela parecia não me escutar, só ficava escutando as baboseiras de Tom e Danny sobre Baseball.   Corremos para o vestiário e trocamos de roupa, prendi meu cabelo em um rabinho, enquanto Hay fazia um rabo para o lado, essas roupas de ginástica me deixam muito desconfortável, shorts muito colado e muito curdo, camiseta que deixa parte da barriga aparecendo, meias estranhas e tênis que não gosto, mas é obrigatório, não tenho muita escolha!
  - Essas roupas fazem eu me sentir uma piranha! – Hay falou desatolando o short.
  - HEY! – Falei colocando a mão nos olhos. – Eu não preciso ver isso! – Nós rimos e fomos para a quadra.
  Quando saímos do vestiário ainda tinham muitas meninas se vestindo, o que significa que não estávamos atrasadas!
  - Olá, você deve ser a Srta. Fletcher e você a Srta. Williams do intercâmbio! – A professora bem atlética e bonita nos cumprimentou com um aperto de mãos forte. – Sou a Professora Vanderwall. Vão se alongando e depois deem uma volta em torno do campo, assim que todas as alunas estiverem aqui e completado essa tarefa começaremos o jogo!
  - E o que jogaremos? – Hay perguntou enquanto alongávamos as pernas.
  - Cricket! – A professora sorriu e foi dar as ordens para mais algumas alunas que chegaram.
  - O que? – Hay me olhou confusa.
  - Cricket, eu costumava jogar com a minha mãe quando era pequena, mas nunca mais joguei.
  - E como se joga isso, Av? Eu não tenho a menor ideia!
  - Vamos correndo que eu te explico! – Começamos a correr em volta da quadra e eu comecei a explicar para Hay o jogo. – Cricket tem dois objetivos básicos, primeiro, a defesa tem que eliminar os dez wickets adversários e o ataque tem que conseguir o maior número de corridas. Se o time perde os seus 10 wickets, a entrada encerra e atacantes e defesa mudam de lugares, quem estava defendendo, ataca, e quem estava atacando, defende. Quem tiver mais corridas vence o jogo. – Eu continuei a explicar. - O críquete é um esporte de taco e bola. O objetivo do jogo é marcar mais "corridas" do que o time opositor. A partida é dividido em "entradas” durante o qual, um time rebate e o outro arremessa .
  “Se, em partidas de duas entradas, o primeiro time que rebater for derrotado na segunda entrada e o somatório dos pontos da primeira e da segunda entrada for menor que os pontos somados somente da primeira entrada do time oponente, o que acontece muito raramente, a partida é concluída e a vitória do outro time é anunciada como "um entrada e x corridas", onde x é a diferença de pontos entre os times. Se o time que rebate por último é derrotado com o mesmo número de pontos do opositor, eles tem uma corrida curta para marcar,algo extremamente raro, para desempatar a partida.”
  “Uma entrada no Críquete consiste no turno em que cada equipe usa para defender (arremesso) ou atacar (rebater), cada entrada no Críquete pode ter várias quantidades de overs. Um over no Críquete consiste em uma série de 6 arremessos válidos feita por apenas um jogador, dependendo das leis do jogo costuma-se ter entre dez e cinquenta overs por entrada.
  Cada time consiste em onze jogadores. Dependendo das suas habilidades primárias, um jogador pode ser classificado como um batsman ou bowler especialistas. Um time balanceado costuma ter cinco ou seis batsmen especialistas e quatro ou cinco bowlers especialistas. Um jogador que é especialista nos dois tipos é conhecido como craque.
  - Acho que é isso que eu me lembro! – Falei e terminamos a corrida.
  - Só isso? – Ela falou arregalando os olhos. – Pra quem não se lembrava, até que sabe demais.
  - Nunca disse que não lembrava só que não jogava há tempos! – Falei.
  Nós rimos e ficamos junto com as outras garotas que tinham terminado a corrida, agora faltava só Febray e mais cinco garotas e começaríamos o jogo. Separada por uma peque estradinha estava o campo dos garotos, vi Dougie, Danny, Tom, Harry e George correndo, acho que para educação física eles juntam as duas turmas. Por isso tinham algumas garotas que eu não conhecia por ali.   - Muito bem, vamos ver, quem quer ser capitã? – A professora perguntou, levantei o braço e fiquei surpresa de ver que mais ninguém além de Febray e eu tínhamos levantado. – Hmm, parece que a novata quer tentar desafiar a veterana, tem certeza disso Srta. Fletcher?
  - Não é uma boa. – Uma menina de cabelos escuros, chamada Emma, sussurrou ao meu ouvido, ela era da minha classe e já fizemos alguns trabalhos juntas, ela era bem legal, a única menina que eu poderia considerar uma Londrina amiga até agora.
  - Prefiro que me chamem pelo outro sobrenome, professora, e sim tenho certeza!
  Não levem a mal, eu amo o sobrenome Fletcher, mas deixar que as pessoas me chamem assim parece que estou deixando Tom me levar nas costas em tudo, e eu não quero que as pessoas tenham essa impressão de mim.
  - Tudo bem, então, Srta. Lavigne e Srta. Febray, escolham seus times.
  Fomos a frente e ficamos lado a lado, as garotas formaram uma linha para podermos ver todas, podíamos escolher apenas onze para jogar, então umas cinco ou seis ficariam na reserva.
  - A, ia quase me esquecendo, vamos tirar na moeda para ver quem escolhe primeiro! – A professora tirou uma moeda do bolso jogou para cima e tapou com a mão.
  - Cara! – Eu disse!
  - Deu cara! – A professora falou. – Srta. Lavigne, pode começar.
  - Hayley! – Falei.
  Ela veio pulando para o meu lado, apesar de Hay não saber jogar direito, eu queria que ela ficasse comigo, era melhor assim, e também, isso era só uma aula de educação física, não era nenhum tipo de competição e parecia que as competições entre mim e a Sra. Perfeita tinham acabado.
  - Mindy. – Cindy mal tinha terminado de pronunciar o nome e a garota veio a frente.
  Não tinha mais que um metro e sessenta, talvez um pouco menos, o short dela parecia dez vezes mais curto do que os de qualquer uma ali, os cabelos presos em marias-chiquinhas e os peitos quase rasgando a camiseta, não me parece uma ameaça, só se resolver ficar me dando peitadas na cara.
  - Emma. – A garota de cabelos negros se posicionou ao lado.
  Eu não conhecia as garotas e se eram boas no jogo ou não, mas preferi escolher primeiro Hay por ser minha melhor amiga e Emma, porque acho melhor fortalecer a amizade que tenho com ela, já que em três meses Hay e Georg vão embora.
  - Lindsay! – A ruiva e Cindy eram inseparáveis, elas viviam juntas, como se tivessem nascido grudadas ou algo parecido, e pela maneira como se estressava só de bater as unhas extremamente compridas na mesa, tenho plena certeza de que ela não joga muito bem.
  - Hm... Rachel?! – Eu não me lembrava muito bem dos nomes por ser nova, mas acertei exatamente quem eu queria que viesse para o meu time.
  Rachel era loira, cabelos na altura dos ombros repicados, não muito alta, mas muito atlética, era lindíssima, mas pela maneira como já derrotou vários garotos no judô talvez seja uma boa parceira.
  - Giovanna. – Morena, olhos claros e muito, muito, dramática.
  - Gabriela.
  - Monica.
  - Júlia.
  - Mona.
  - Emily.
  - Ariana.
  - Jade.
  - Kathlin.
  - Victoria.
  - Amanda.
  Sobraram apenas quatro, duas usavam aparelho e óculos, o que não era muito legal para o jogo, então descartei-as imediatamente da minha mente, o que me deixa com somente duas, uma garota baixinha, de cabelos mel, ondulados e soltos, que dificultaria muito jogar, mascando chiclete e olhando as unhas, e uma garota de estatura média, magra, cabelos platinados, olhos claros marcados por causa da maquiagem preta carregada, e com cara extramente entediada!
  - Ei, você ai, loira! – Ela olhou para mim. – É você mesmo.
  Ela veio e murmurou um “obrigado, melhor você que as patricinhas de beverly hills”, o que eu preferi entender como um elogio, e então, meio emburrada, Cindy chamou a ultima garota.
  - Megan.
  Começamos o jogo e até que estava bem tranquilo, estávamos ganhando, e então começou, Cindy bateu com o taco na minha perna me fazendo cair no chão, o que ela pensa que está fazendo?
  - Ei Cindy! – A professora falou quando me viu de cara no chão.
  - Desculpe professora, foi sem querer! – Ela falou fazendo biquinho.
  - Tudo bem, voltem a jogar! – E a professora apitou.
  - Gostaria de acreditar que não foi por querer! – Falei me levantando.
  - Espero que não acredite. – Cindy sussurrou passando por mim.
  Continuamos a jogar e dessa vez ela se jogou contra mim, me fazendo cair de cara outra vez, ela está começando a me irritar! Levantei-me e voltei a jogar e quando menos esperei, ela me deu um encontrão, e por um segundo achei que fosse cair de bunda no chão.
  - Já chega! – Berrei atirando o taco no chão.
  O jogo parou e todo mundo ficou olhando para mim, fui em direção a Cindy e fiquei cara a cara com a bitch, sem o salto ela era alguns centímetros mais baixa do que eu, e estando tão perto eu consegui olha-la de cima, fazendo-a parecer inferior.
  - Olha aqui, Cindy! – Falei encarando-a. – Estou perdendo a paciência com você! Acho que chega desses joguinhos estúpidos, se você não notou, não estamos mais na primeira série pra ficarmos brincando de saco de pancadas.
  - Nossa to morrendo de medo! – Ela falou com a voz quase tão sínica quanto o rosto.
  - É melhor estar!
  - Ei meninas, se acalmem, é apenas um jogo escolar, vamos voltar ao jogo, agora SEM BRIGAS, por favor! – A professora apitou e voltamos a jogar.
  Estava tudo transcorrendo bem nos últimos cinco minutos, mas a Febray nunca se cansa pelo visto e bateu com o taco atrás da minha perna, fazendo meu joelho falhar e eu cair outra vez, mas agora já chega, essa garota nem ao menos me conhece, isso tem que acabar e já, e só tem uma forma de parar um “valentão”.
  - Mas que merda é essa?! – Gritei, atirei o taco longe e voei para cima de Cindy.
  Fiquei em cima dela dando uns tapas na cara dela, então ela trocou nossas posições e começou a... FALA SÉRIO, ELA TA PUCHANDO O MEU CABELO? SÉRIO MESMO CINDY? Dei um tapa na mão dela, joguei ela para o chão e me levantei, olhei para ela de cima.
  - Sério mesmo Cindy? – Falei irônica. – Você fica em cima de mim podendo me bater e puxa o meu cabelo? Você é mais fracote do que parece! – Comecei a rir e todo mundo que estava ali em volta também.
  Virei as costas para ela e fui andando em direção ao bebedor, me surpreendi que a professora não tivesse feito nada, e me surpreendi mais ainda com a quantidade de meninos que tinham saído de sua aula para olhar a briga, incluindo os McFlyers e George, e então eu cai no chão, com algo super pesado em cima de mim, era Cindy, ela me virou para ela e quando foi dar o primeiro tapa eu empurrei-a e levantei, ela levantou num supetão e as duas fomos para dar socos uma na outra quando senti alguém me agarrar por trás e vi um dos garotos da outra turma pegar ela por trás também, e então a professora apitou.
  - Queria ver até onde isso iria, parece que temos duas ótimas jogadoras de Cricket, mas que não se suportam, é por causa disso que vou coloca-las no time da escola, para aprenderem a se comportarem como uma equipe e não como rivais! – Ela falou séria olhando para nós duas que respirávamos pesadamente e arrumávamos os cabelos bagunçados. – Desta vez não vou dedurá-las para a direção, mas se isso acontecer outra vez vocês correram o sério risco da expulsão, classe dispensada!
  Olhei para Cindy que estava vermelha, ela soltou os cabelos e me encarou nos olhos brevíssima, sorri para o garoto que me segurou e segui com Hay e Emma ao meu lado que ficavam tirando onda com a situação, pelo visto Hay está se dando bem com Emma, fico feliz, já que vai passar três meses aqui é legal que tenha amigos que vão além de mim, George e os McFlyers.
  - Ei, Avril! – Olhei para trás e era a loira que eu tinha escolhido para o meu time.
  - Oi! – Falei sorrindo. – Podem ir, alcanço vocês no vestiário! – Falei para Hay e Emma.
  - Sou Kirst. – Ela falou sorrindo. – Só queria dizer que nunca vi uma garota tão pequena bater tão bem!
  - Obrigado! – Falei sorrindo enquanto caminhávamos para o vestiário pouco atrás de Hay e Emma. – Ela merecia!
  - Eu que o diga, essa garota é um inferno! – Kirst falou rindo. – E o pior é aquela amiguinha dela, a morena peituda! Ela é a garota mais burra do mundo, sério, ela deveria estar no Guinness Book. Às vezes ela usa óculos tentando parecer mais inteligente, mas não rola, quando ela abre a boca ela se entrega!
  Entramos no vestiário e pegamos nossas roupas e acessórios de banho, fomos para os boxes lotados e esperamos na fila conversando animadamente, Hay, Emma, Kirst e eu estávamos nos tornando muito amigas em tão pouco tempo. Chegou nossa vez e entramos no chuveiro, por termos perdido tempo conversando do lado de fora ficamos por último.
  Tomei um banho rápido porque não queria demorar muito, estava louca para ir para casa, e depois iria para a casa de Emma, com Hay e Kirst, íamos alugar uns filmes e comer umas batatinhas, fazia muito tempo que eu não tinha uma noite das garotas, acho que seria divertido, e eu teria que falar com Tom para talvez ele e o resto dos garotos saírem com George, ou sei lá, fazer algo com ele. Sai do Box enrolada na toalha e fui pegar minhas roupas.
  - OMG. – Me desesperei, olhei onde as garotas tinham deixado as roupas delas, só tinham as calças e as lingeries. – MENINAS, PEGARAM AS NOSSAS BLUSAS!
  As três saíram dos correndo nos boxes enroladas nas toalhas, estavam apavoradas, o que nós iríamos fazer?
  - Bom, com as blusas de vocês, porque eu só tenho minha lingerie! – Falei desesperada.
  - Eu tenho uma calça extra no meu armário! – Kirst disse.
  - É melhor do que sair completamente nua! – Falei. – Obrigado.
  Ela foi pegar a calça extra enquanto eu e as outras vestíamos o que tínhamos ali. Kirst, Emma e Hay colocaram as blusas suadas da aula de educação física, mas eu não tinha nem a blusa suja para vestir.
  - Quer saber, foda-se, elas estão esperando que eu saia daqui aos prantos ou só de lingerie, pois então vou sair de calça e sutiã. – Falei.
  - Mas você não pode sair daqui assim! – Emma disse. – Se algum professor ver, você está ferrada.
  - Não, não estou, ela vai estar, ela que pegou minhas roupas, eu não tenho culpa, tinha que arranjar uma maneira de ir para casa, e se a única maneira é atravessar a escola de sutiã, que seja!
  - É, você está certa Av. – Hay disse e tirou a camiseta.
  - Vamos ferrar com aquelas bitches! – Kirst e Emma tiraram as camisetas também.
  E assim saímos do vestiário, as quatro de sutiã e jeans, a escola ainda tinha alguns alunos que se organizavam para partir depois do ultimo período de aulas, recebemos assobios, olhada e cantadas, e a cara da Cindy e das amiguinhas estúpidas dela foi a melhor recompensa de todas.
  - Tchau Cindy, até amanhã! – Falei entrando no carro de Tom junto com Hay. – Ás sete estaremos na sua casa Emma, até mais Kirst! – Entrei totalmente no carro e vi os garotos olhando apavorados para uma Hay sem blusa e então arregalaram ainda mais os olhos para uma “eu” sem blusa.
  - Por que diabos você, Avril Lavigne Fletcher, está sem sua blusa? – Tom falou de olhos arregalados.

Capítulo 10 - I threw a house party and she came

  Demorou um tempo para os garotos compreenderem o que tinha acontecido comigo, Hay, Emma e Kirst, e quando finalmente entenderam que foi obra da Cindy, eles não pareceram nada surpresos, falaram que é bem típico dela tentar fazer algo desse tipo. Confesso que agora até estou com saudades da Britney, ela podia ser uma bitch, mas nunca fez nada assim... Ah é, ela fez eu ser expulsa da escola, então tudo bem, eu gosto mais da Cindy, afinal, consegui fama de “sexy” agora!
  - Hey, merdinha, olha isso! – Hay me mostrou a tela do seu note quando eu sai do meu segundo banho.
  Olhei e lá estava uma foto belíssima da briga entre mim e Cindy, esses paparazzi não perdem uma!
  “Hoje, sexta-feira, tivemos o privilégio de assistir um belíssimo jogo de Cricket na escola onde a Weirdo e os McFlyers estudam, infelizmente, o jogo não terminou tão bem quanto deveria. Depois de várias estocadas da colega de classe, Cindy Febray, a nova diva da moda rocker, Avril, ficou irritada e partiu para cima da colega de classe.
  A colega chamada Cindy Febray, derrubou propositalmente Avril várias vezes no chão, mas parece que a nossa nova diva tem pavio curto, ela foi pra cima da colega e deu um aviso, e depois de não ser escutada e a colega decidir derrubá-la mais uma vez, Avril não se segurou e realmente foi para cima de Cindy.
  Mas logo os colegas de classe interferiram e afastaram as loiras, ao que parece a professora não faria nada para impedi-las, e se ninguém tivesse interferido quem venceria essa briga?”.

  - As fotos ficaram boas! – Hay falou rindo.
  - Nossa, ficaram ótimas, olha que ótimo ângulo da minha bunda! – Falei rindo.
  Terminei de secar meus cabelos e de me arrumar enquanto Hay tomava banho, daqui a pouco iríamos para a casa de Emma, tomara que o incidente do sutiã esteja bem abafado, porque se não vou arranjar problemas.
  - Avril! – Meu pai entrou no quarto. – Que história de briga na escola é essa?
  - Briga? – Me fiz de desentendida. – Mas que briga pai?
  - Aquela ali! – Meu pai apontou para a tela do computador, droga!
  - Eu explico pai! – Falei me sentando na cama e meu pai fez o mesmo. – Estávamos bem felizes jogando cricket na aula de educação física, e a Febray me derrubou no chão, umas três ou quatro vezes, ai eu me irritei e pedi para que ela parasse, mas não adiantou, ai na quinta vez eu me irritei de verdade e dei uns tapas nela.
  - Você teria vencido? – Meu pai perguntou sério.
  - Mas claro, ela só puxou meu cabelo. – Falei.
  - Hm, que isso não se repita mocinha. – Ele falou se levantando. – Onde você vai?
  - Vou ir na casa da Emma, lembra? – Falei, eu tinha dito a ele quando tinha chego em casa.
  - Ah, é verdade!
  Meu pai saiu do meu quarto e eu fui até o quarto de Tom, bati na porta e ele berrou um “entra”, abri a porta e encontrei Tom e George jogando videogames.
  - Só pra avisar que eu vou na casa da Emma com a Hay. – Falei, e os dois murmuraram um “aham”. – A gente vai olhar uns filmes e tal. – Mais um murmuro. – E eu vou perder a virgindade! – Berrei e os dois pularam de pé me olhando apavorados. – A, consegui a atenção de vocês, obrigado! Vou ir na casa da Emma, vai ficar tudo legal Georg? – Perguntei.
  - Avril, eu tenho dezesseis e não seis anos. – Ele disse rindo.
  - Tchau para vocês.
  - Ei espera! – Tom me seguindo junto com George.
  - O que? – Perguntei.
  - Você não vai perder mesmo a virgindade né? – Tom perguntou tenso.
  - Claro que não seus bobocas, só queria a atenção de vocês.
  Sai rindo e voltei para o quarto, Hay estava secando o cabelo, já vestida e maquiada, me sentei em frente ao computador para dar uma olhada nas minhas redes sociais e logo fechei, não tinha ninguém de Los Angeles com quem eu gostaria de falar.
  - Av... – Hay falou entrando no quarto.
  - Hm?
  - Quando vamos começar a ensaiar? – Ela perguntou.
  - Ah, os ensaios! – Falei. – Tinha me esquecido, bom, hoje não vai dar, então amanhã ensaiamos, é fim de semana e nós só temos aula de manhã, então á tarde podemos ensaiar.
  - Okay.
  Hay terminou de secar e chapar o cabelo e descemos as escadas, pegamos uns marshmallows e uns filmes e entramos no carro, eu já tinha licença, mas fazia tempo que eu não dirigia, de qualquer maneira, não seria um caminho muito longo, ela morava apenas á algumas ruas. Chegamos, descemos do carro e tocamos a companhia, logo Emma abriu a porta, Kirst já estava lá comendo batatinhas de... Cabeça pra baixo?
  - Porque você está comendo de cabeça pra baixo? – Eu perguntei me sentando ao seu lado.
  - Pra ver como a comida ia ir se engolisse ao contrario! – Ela se sentou normal e nós todas rimos.
  Colocamos um filme e começamos a comer besteira, não lembro da ultima vez que tive uma noite assim, sabe, só meninas, normalmente era sempre eu, Hay e George, nunca tive muitas amigas meninas, é a primeira vez que eu sei o que realmente significa “passar um tempo com as girls”.
  Estávamos olhando um filme de terror e estava anoitecendo, as quatro encolhidas abraçadas umas na outras, com os olhos arregalados e a boca mastigando freneticamente as pipocas que a mão pegava automaticamente, a mocinha estava subindo para o sótão escuro para ligar o gerador extra, usando apenas um pijama curto e um casaco, ela entrou no sótão e tropeçou em um baú que abriu na queda, dentro do baú haviam algumas fotos antigas que ela começou a olhar com a lanterna, fotos de uma criança, uma menininha feliz e bonita, que foi crescendo e então a foto dessa mesma menina morta.
  - AAAAAAAH. – Gritamos com a mocinha do filme e nos juntamos mais umas as outras.
  Tinham mais coisas dentro do baú e a mocinha começou a vasculhá-lo, e então sua lanterna começou a falhar, a cada segundo falhava mais, então ela se levantou a procura do gerador, ela ligou e quando se virou lá estava a garota da foto.
  - AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! – Gritamos desesperadas.
  E nesse momento a luz caiu, ficou tudo completamente escuro na casa, e uma chuva fraca começou do lado de fora junto com o vento que batia as janelas, ficamos sentadas assustadas, nos abraçando ainda mais umas as outras e então a porta da casa de Emma abriu-se de repente, todas voamos do sofá e paramos em frente á TV viradas para porta e então um raio caiu em algum lugar próximo, fazendo a sombra á porta ficar ainda mais terrível.
  - AAAAAAAAAAAAH. – Gritamos outra vez.
  - Se acalmem! – A sombra tinha uma voz familiar e estendeu a mão para o interruptor. – Sou eu! – A luz acendeu e vimos que era somente Tom.
  - Mas... mas... – Eu falei gaguejando. – A luz... Ela faltou.
  - Não, não faltou! – George entrou rindo na casa. – Nós desligamos os disjuntores, e quando ligamos outra vez a TV não voltou a ligar. Foi só uma brincadeira.
  - SEUS IDIOTAS! – Gritei e corri até eles, cada um levando uma porção de tapas nos braços. – Esse filme é realmente assustador, ok?
  - Sabemos disso, por isso que ficou legal assustar vocês. – Tom falou e os dois riram.
  - Não tem graça! – Falei cruzando os braços.
  - É, realmente não tem! – Emma foi a primeira das garotas a se manifestar, Hay e Kirst continuavam com as mãos sobre os corações tentando evitar o enfarte. – E como vocês conseguiram meu endereço? – Emma corou um pouco.
  - Avril deixou em cima da mesa, caso tivesse alguma urgência ou sei lá. – Tom respondeu.
  - E qual é a urgência? – Perguntei.
  - Tédio? – George arriscou.
  - Vocês vieram na casa da Emma, sem nem nunca terem falado com ela porque estavam entediados? – Perguntei brava.
  - Agora já falamos, e ela é sua amiga, então acho que vai ter que aturar os brindes. – Tom falou.
  - Brindes? – Emma cruzou os braços.
  - Eu, o irmão, George o melhor amigo, somos os principais é claro, depois vem Dougie o “namorado” e Danny e Harry os amigos. – Tom falou.
  - Acho que consigo aturar. – Emma falou rindo. – Entrem, está chovendo e se molhar o carpete minha mãe me mata.
  Os garotos entraram e nós nos jogamos no sofá, acho que Kirst e Hay ainda estavam em choque do susto, sempre soube que Hay tinha esses ataques de pavor total, mas nunca imaginei que fossem assim.
  - Hay, Kirst? – Chamei as duas. – Vocês estão bem?
  - SEUS IDIOTAS! – Hay explodiu e deu um tapa muito forte no braço de George. – Vocês tem o que na cabeça? Minhoca? E se a gente tivesse armada? E se atirássemos em vocês? E ai? Como ia ficar as coisas?
  - Calma Hay, está tudo bem, está vendo? – George falou se segurando para não explodir em uma gargalhada, dava para ver pela forma que seus lábios se contorciam de leve nos cantos.
  - Nunca... Nunca... NUNCA mais façam isso! – Foi a única coisa que Kirst disse antes de se sentar ao meu lado, de braços cruzados e cara amarrada.
  - Desculpem! – Tom disse fazendo biquinho.
  Nós reviramos os olhos e ligamos a TV, todas concordamos que depois daquele susto era melhor assistirmos um filme mais leve, uma comédia ou algo do tipo, de vez em quando via Hay e Kirst olharem de cara feia para Tom e George, o que era bem engraçado. Quando estava tarde o suficiente fomos embora, Kirst ficou lá na casa de Emma.
  Eu estava sonolenta, e só de pensar que amanhã seria um dia cheio dava vontade de me jogar na cama e não acordar mais. Teríamos aula de manhã, e se desse tudo certo, ensaio a tarde toda. Às vezes me pego parada olhando para o nada imaginando como será o show. O que me lembra, nem pergunte como liguei uma coisa á outra, que hoje eu só vi o Doug na escola e nem ficamos tão juntos como sempre, na verdade, dês de o incidente no carro com George que não ficamos mais tão juntos, eu estou com saudades de quando nos encontrávamos escondido, parecia que nos gostávamos mais.
  Chegamos em casa e eu logo me atirei na cama, Hay fez o mesmo, caímos no sono quase imediatamente.
   “- AVRIL, AVRIL, AVRIL! – Os gritos do publico me enchiam os ouvidos, estávamos prestes a subir no palco.
  - Amo vocês! – Falei abraçando George e Hay.
  - Nós também. – Os dois falaram em conjunto.
  Subimos ao palco com sorrisos nos rostos, George foi para a bateria, Hay foi para o baixo e eu para a guitarra, cantamos nossa primeira música, a primeira de todas era também a primeira de nossas vidas, as que nos uniu, era um cover do Nickelback, How you remind me, foi perfeito, eu, Hay e George dividindo o vocal e o palco, era um sonho, literalmente!”

  O despertador começou a tocar e eu tapei minha cabeça com o cobertor, só mais cinco minutos e eu juro que levanto, mas como despertadores não leem mentes, ele continuou a berrar enlouquecido!
  - Merdinha! – Hay me sacudiu. – Acorda!
  - Ah, vai tomar banho, quando tu sair me chama! – Falei me virando na cama.
  - Ta bom. – Ela disse e depois só ouvi a porta do banheiro fechando.
  Fechei meus olhos, mas não conseguia dormir mais, levantei, vi minha roupa e liguei o note, dei uma olhadinha nas redes sociais e desliguei, Tom não tinha aparecido aqui ainda, então acho que vou lá encher o saco dele e do George também!
  - BOM DIA IRMÃO! – Entrei berrando no quarto de Tom que caiu da cama, o que me fez rir.
  - Bom dia. – Ele levantou a mão acenando pra mim.
  - Da a mão, eu te ajudo. – Quando peguei na mão dele ele me puxou e eu cai em cima dele. – Seu bobalhão! Vai se atrasar assim! – Falei levantando.
  - É você também. – Tom falou olhando para o meu pijama.
  - Eu estou esperando Hay sair do banho e você está dormindo! – Falei levantando as sobrancelhas.
  - ESTAVA! - Ele falou juntando as cobertas que caíram com ele no chão. – Mas você me acordou.
  - E agora vou acordar o George.
  - Coitado!
  Sai do quarto de Tom e desci até o quarto de hospedes, abri a porta e vi George dormindo sem camisa, nunca tinha reparado que ele tinha um abdômen tão definido. Cheguei perto da cama e tirei uma mecha de cabelo castanho e ondulado que cobria seu olho direito, ele parecia um anjinho dormindo.
  - BOM DIA! – Gritei e me joguei em cima dele, fazendo-o acordar no susto, ele me olhou e começou a rir. – Tem que se aprontar para a escola Bela Adormecida. – Falei e ele riu um pouco e trocou nossas posições, ficando por cima de mim e me olhando de um jeito estranho.
  - Agora sim, bom dia! – Ele disse e me deu um beijo na bochecha, bem, não exatamente na bochecha, foi bem próxima á minha... Boca. – Agora vou me arrumar.
  Ele saiu de cima de mim e mais uma vez pude ver seu abdômen, perfeitamente definido, mas não era exageradamente, era de um jeito bonito, quase natural, que combinava com seu corpo magro preenchido com leves músculos. Quando me pegou quase babando olhando para seu corpo ele sorriu bobo, pegou uma roupa e saiu do quarto deixando a porta aberta, acho que estou conhecendo um lado de George que nunca esperei existir.
  Sai do quarto de hóspedes e subi até o meu quarto, vi minha roupa e Hay saiu do banho, tomei um banho rápido e comecei a me vestir e me maquiar, desci para o café da manhã e depois de comer ainda dava tempo de secar os cabelos, sequei e desci até a sala, eu tinha ficado meio em choque depois do “quase beijo” de George que preferi ficar calada, depois contaria a Hay.
  Hoje Danny veio nos buscar e Dougie iria com Harry, entramos no carro e Danny sempre sorrindo e fazendo palhaçadas, foi um caminho divertido até a escola, apesar de eu estar extremamente tensa com George. Chegamos na escola e quando eu e Dougie nos vimos corremos e nos abraçamos, ele me rodopiou e nos beijamos, fazia tempo que não tínhamos um momento fofo como esse.
  - Bom dia. – Disse sorrindo.
  - Bom dia, loirinha! – Ele respondeu.
  Caminhamos de mãos da das ao lado dos outros, Danny fazendo palhaçadas enquanto íamos para dentro da escola, quando chegamos aos corredores dos armários, Doug e eu nos despedimos com um selinho e cada um seguiu para a seu armário e sua aula.
  - As coisa parecem firmes entre vocês. – Danny falou logo depois que Hay e George saíram para a aula, enquanto pegava uns livros do armário.
  - É, acho que estão. – Falei e sorri fraco.
  - Sei que não te conheço a muito tempo, mas já conheço o suficiente para saber que tem algo errado. –Danny fechou o armário e me olhou sério.
  - É, talvez eu esteja meio tensa, só isso.
  - Por que?
  De algum modo estranho eu sinto que posso confiar em Danny para qualquer coisa, ele tem sido um dos meus melhores amigos ultimamente, quase um irmão, acho que posso contar para ele o que aconteceu!
  - Vem. – Puxei ele para um canto do corredor onde ninguém nos escutaria. – Hoje de manhã, eu fui acordar George e uma coisa estranha aconteceu...
  - O que? – Ele perguntou.
  - Ele foi me dar um beijo na bochecha, mas foi quase na minha boca, eu não sei se é coisa da minha cabeça, ou se eu nunca tinha notado antes a forma como ele olha para mim. – Danny pareceu um pouco nervoso, mas não bravo, nervoso.
  - Acho que você nunca tinha notado, ele te olha de uma maneira que eu não tenho certeza nem se Dougie olha, ele gosta muito de você Avril, muito além dos limites da amizade, da pra ver isso.
  - Mas ele é meu melhor amigo, convívo com ele dês de sempre, somos praticamente irmãos, nunca pensei nele dessa forma, nunca vou conseguir vê-lo assim.
  Quando Danny abriu a boca para falar alguma coisa, os saltos martelando pararam ao nosso lado, olhamos e lá estava Cindy Febray, sorrindo, o que essa louca quer aqui? Vai arrancar a minha blusa? Abaixar as minhas calças? Me socar?
  - Eu vou dar uma festa hoje á noite. – Ela estendeu para mim e para Danny um folheto. O papel continha uma foto dela indicando que a festa seria as 23horas em sua casa.
  - Meus pais estão viajando e eu vou ter a casa só para mim, então, estou convidando toda a escola, mas claro, uns mais por educação do que por vontade. – Ela me encarou e saiu.
  - Eu não vou! – Falei enquanto íamos para a sala de aula.
  - Por quê? – Danny perguntou.
  - E me entregar de bandeja para alguma loucura dessa retardada? – Falei rindo.
  - Ela não faria nada com você, afinal, você vai estar o tempo todo com o super Danny, TATATA TAAAAAAAAAAAA. – Ele colocou as mãos na cintura tentando imitar a música de super-herói, o que me fez rir e muito.
  - Vou pensar no seu caso, super Danny. – Falei rindo.
  Entramos na sala de aula e assistimos a primeira aula, era de Geografia, o que me fez ficar extremamente sonolenta, Hay ao meu lado não parava de rabiscar no folheto da Cindy.
  - Ela convidou o George? – Perguntei aos cochichos.
  - Sim! – Ela disse me olhando. – Ele quer muito ir, e ao que parece seu irmão e o resto dos boys vão ir também.
  - Eu sei... –Falei. – Mas eu não quero ir.
  - Por que não? – Hay me olhou.
  - Por que é mais uma chance dessa daí tentar me humilhar na frente de toda a escola!
  - Não acho que ela vá fazer alguma coisa Av, vai ficar muito claro que foi ela.
  - Sei lá... Deixa eu ver o que você fez no convite. – Estendi a mão. Ela havia feito bigode, rabiscado a cara da patricinha e escrito coisas como “bitch”.
  Infelizmente eu não sou muito boa em conter meu riso, por isso no momento que vi explodi em uma gargalhada que fez alunos e professor virarem para mim na mesma hora, posso ser meio extravagante, mas não sou burra por isso escondi o convite de Cindy antes que o professor desse conta do que estava acontecendo. Ele me olhou furioso.
  - Srta. Lavigne, posso saber do que está rindo? – Ele perguntou seríssimo.
  - Desculpe, professor, mas é que eu me lembrei de uma piada muito engraçada e não consegui me segurar. – Falei
  - Se isso se repetir Srta. Lavigne, serei obrigado a tirá-la da sala de aula. – Ele disse e voltou-se para o quadro.
  Olhei para Hay e fiz cara de alivio, a aula terminou e eu fui uma das últimas a sair, ainda tinham alguns minutos até a próxima aula, fui ao banheiro, me olhei no espelho, quando ouvi a voz de Cindy se aproximando me enfiei dentro de uma das cabines.
  - Espero que aquela doida não apareça na sua house party, amiga. – Reconheci a voz enjoada de Mindy.
  Coloquei meu olho na fresta da porta para ver, Mindy estava mascando chiclete e ajeitando os cabelos negros, enquanto Cindy passava um gloss avermelhado nos lábios.
  - Ela não ousaria, ela é medrosa de mais para aparecer por lá, sabe que eu acabaria com a raça dela. – Cindy falou rindo.
  Ela fez biquinho para o espelho e sorriu para a morena, as duas saíram do banheiro. Sai de dentro da cabine e me escorei na porta, ainda processando o que aquela loira vadia tinha falado, quem ela pensava que era? Se ela pretendia me desafiar com essa “house party”, que considere o desafio aceito.
  - Parece que eu vou á uma festa hoje á noite! – Falei sorrindo.

  Chegamos em casa exaustos e famintos, atacamos a lasanha da Diana sem dó nem piedade, coitada dela, ter que aturar quatro adolescentes famintos na mesma casa! Depois de comermos fomos á casa de Danny, ensaiaríamos lá com os instrumentos do McFly, os instrumentos da One Night Only chegariam só semana que vem.
  - E ai, loirinha! – Danny me abraçou forte.
  - Oi, Dannyzão. – Falei esmagada por seus braços.
  - Os instrumentos estão no porão, só irem lá.
  Eu, George e Hay descemos até o porão e no sentamos em um dos sofás, teríamos que discutir a setlist antes do ensaio, nós tínhamos mais de cinco músicas, e nós fazíamos rodízio nos instrumentos, em algumas eu tocava guitarra, outras violão, outras bateria, outras o George cantava comigo e Hay de back’s, então teríamos que decidir quais músicas tocar, a ordem, e que ficasse uma maneira rápida para trocarmos de instrumento no palco.
  - Acho que podíamos tocar alguns covers, e algumas músicas próprias, até porque, o público não nos conhece ainda, então seria legal tocarmos uns covers de músicas conhecidas. – Hay falou.
  - Concordo plenamente, e você George? – Perguntei.
  - Também. – Ele falou. – Vamos fazer troca de lugares ou vamos manter todo mundo no mesmo instrumento no show?
  - Acho que podemos fazer uma troca, você tem que tocar Say You don’t Want It. – Falei.
  - Podemos deixar essa por último. – Hay sugeriu.
  - Podemos, vamos ver as outras primeiro. – Falei escrevendo em um caderno o nome da música de George. – Vamos tocar Everybody Hurts?
  - Com certeza! – Os dois falaram ao mesmo tempo.
  - Ok. – Anotei. – The Only Exception, sem dúvida, certo? – Eles acenaram positivamente com a cabeça e eu anotei no caderno.
  No fim, das nossas músicas músicas, tocaríamos, Say You don’t Want It, Everybody Hurts, The Only Exception, When Your Gone, You and Me e Decode.
  - E os covers? – Perguntei.
  - Vamos tocar How yoy Remind Me, certo! – Hay falou e eu anotei.
  - Mais algum? – Perguntei.
  - Iris? – George sugeriu, e antes que eu pudesse falar qualquer coisa Hay concordou, fiquei quieta e anotei.
  Não é que eu não goste dessa musica, eu gosto, mas é que é um dueto que faço com George, e vai ser estranho, mas como somos democráticos, e seria um voto contra dois, fiquei quieta e anotei.
  - E a ordem? – Perguntei.
  - Podemos começar com Nickelback, depois tocamos TOE, EH, Decode, WYG, YM, SYDWI e por último Iris. – Hay falou.
  - Você é uma gênia! – Falei sorrindo. – Fica perfeito assim, não precisamos fazer trocas até as últimas três músicas.
  Na ordem em que Hay colocou só trocamos de lugar em You and ME, e depois só em Iris onde eu e George cantamos com o violão e a guitarra e Hay faz back com a bateria, fica simplesmente perfeito assim, nas primeiras músicas George faz back na bateria e eu e Hay cantamos alternando o vocal principal, vai ficar perfeito assim.
  - Vamos ensaiar então, temos uma festa para ir depois. – Falei me levantando.
  - Mas você disse que não ia. – Hay falou.
  - Resolvi ir. – Disse.
  Os dois se olharam estranho e deram de ombros, nos sentamos nos instrumentos e começamos a ensaiar, primeiro passaríamos cada música no mínimo cinco vezes e depois tentaríamos passar todas direto. Ensaiaríamos três horas direto, como era o primeiro ensaio precisamos pegar o jeito outra vez.
  Ensaiamos durante ás três horas e estávamos exaustos, confesso que até minha garganta passou a arder um pouco, jogamos um pouco de videogame na casa do Danny e fomos pra casa, Dougie iria chegar perto das 20h para irmos mais tarde para festa, eu não tinha ideia ainda de que roupa iria colocar, mas faltava muito tempo ainda e já estava na hora de eu retocar minhas mechas coloridas, estavam quase apagadas.
  - Hay, quer ir comigo comprar as tintas do meu cabelo? – Perguntei.
  - Sim. – Ela falou pulando da cama.
  Fomos no carro de Tom até o shopping, tinha uma loja que só vendia produtos para cabelos, dês de tintas até cremes hidratantes, fomos até a parte das tintas e procuramos pelas tintas coloridas, mas só achamos verde, não tinham outras.
  - O que vamos fazer? – Falei olhando em pânico pra Hay. – Não posso pintar só de verde!
  - Ou pode! – Ela falou. – Vai ficar muito legal.
  - Mas eu sou a Weirdo, tenho que ter cinco cores no cabelo!
  - Bom, você pode continuar com as mechas pretas por baixo. – Ela pegou uma tinta preta nas mãos. – E podemos pegar esse violeta e esse loiro mel e colocar, você vai continuar com cinco cores, as mechas verdes, as pretas, as violetas, as loiro mel e o resto do seu cabelo nesse tom de loiro claro que você já tem, vão ser cinco cores igual!
  - Gostei, mas você sabe fazer isso Hay? – Perguntei.
  - Sim, merdinha não se preocupa!
  Pagamos as tintas e fomos para casa. Primeiro Hay passou a tinta cor de mel em algumas mechas, depois a verde na frente, depois a preta e por último passou em uma mecha só a violeta, depois de alguns minutos fui para o banho, lavei o cabelo que fez uma festa de tinta no Box, sai ansiosa, mas molhado não dava para ver direito, me vesti e comecei a secar o cabelo, ficou melhor do que eu esperava!
  - Ficou incrível! – Hay falou olhando. – Também né, quem fez? Euzinha!
  - Ai já ta metida assim é?
  - To brincando merdinha! – Rimos.
  - Mas ficou lindo mesmo, eu adorei. – Sorri para ela e dei um abraço. – Que horas são?
  - Sete! – Ela disse.
  - OMG, tenho que começar a me arrumar, daqui uma hora Dougie vai estar aqui.
  Hay riu da minha reação, queria ver se fosse ao contrário! Comecei a me maquiar e fiz chapinha no cabelo, deixaria para ver a roupa por último acho que vou colocar uma skinny jeans preta, uma blusa também preta com algum desenho e um casaco, e coturnos. Fui no guarda roupa e peguei minha jeans, meus coturnos e meu casaco, faltava só escolher a blusa.
  - Hay! – Gritei e ela apareceu esbaforida com os cabelos pingando e a toalha quase caindo. – Me ajuda a escolher uma blusa?
  - Você me chamou pra isso? – Ela falou séria e eu comecei a rir.
  - Desculpa! – Falei. – Quando você se vestir, me ajuda?
  - Ajudo!
  Eu fui colocando minha calça e meus coturnos enquanto Hay se vestia, ela apareceu usando uma meia calça branca, um vestido vermelho florido e oxford’s brancos com preto.
  - Que tipo de blusa você quer? – Ela perguntou.
  - Queria uma preta, mas sem mangas, com algum desenho.
  - Eu tenho aquele meu vestido de tigre, lembra? Você pode ir com ele.
  - Lembro, me dá para experimentar.
  Ela me alcançou o vestido e eu o vesti, ficou perfeito, sorri e voltei correndo para o quarto, Hay começou a rir de mim dando voltinhas pelo quarto.
  - Ta linda.
  - Você também, Hay!
  Descemos até a sala, já eram quase oito horas, ouvi umas risadas, Danny estava lá em baixo, desci correndo e ele estava de costas para a escada, pulei nas costas dele e gritei “Dannyzão”, nós caímos no chão e começamos a rir junto com todo mundo na sala, era isso que eu mais amava em estar com eles, eles eram sensacionais, engraçados e simpáticos, eram uma família. Levantamos e nos sentamos no sofá da sala esperando Dougie, ele iria passas para nos pegar ás dez para as onze agora. Ficamos na sala olhando TV e jogando vídeo games o que fez o tempo voar e logo escutamos uma buzina, nos despedimos do meu pai e corremos para o carro.
  - Oi, Doug. – Dei um selinho nele e me sentei ao seu lado no banco do carona.
  -Oi.
  Depois que todo mundo entrou, meio apertados lá atrás, Dougie deu partida, logo ele colocou a mão sob a minha coxa nua exposta pelo vestido, me olhou sorrindo meio estranho e depois voltou-se para a “estrada”.
  - Chegamos.
  A mansão de Cindy era ainda mais bonita pessoalmente, era ainda mais bonita do que a dos garotos, era simplesmente perfeita, saída de um conto de fadas moderno, entramos com o carro e estacionamos, já tinham muitas pessoas na festa, algumas (muitas) conversando, bebendo e fumando do lado de fora da casa e imaginei que ainda mais do lado de dentro.
  - Uau! – Exclamei.
  - É, uau! – Hay falou. – É linda!
  - É uma das coisas que Cindy mais gosta de se gabar. – Danny falou revirando os olhos.
  Descemos do carro e fomos em direção a porta da casa, entramos e nossa, a casa, ou melhor, o castelo dela por dentro era ainda mais belo, o hall de entrada tinha um lustre de cristal enorme pendendo do teto, a sala que ficava a alguns metros tinha uma TV enorme sintonizada em um canal de vídeo clipes no mudo, e mais ao canto da enorme sala estava o DJ tocando os melhores sons.
  Fomos caminhando, não sei a procura de que, e paramos na cozinha, era igualmente enorme, lotada de gente e com as mesas e bancadas lotadas de comidas variadas e bebidas, fomos até a mesa de bebidas.
  - O que você vai querer? – Dougie me perguntou.
  - Não sei, um refrigerante? – Arrisquei.
  - Se está tentando fugir da bebida devia ter trazido uma garrafa de água, tudo aqui tem álcool dentro! – Ele falou.
  - Então pode ser uma vodka mesmo!
  Ele serviu um copo para mim com vodka e suco, tomei um gole e até que estava bom.
  - Hay, o que você quer? – Vi Tom perguntando.
  - O que você vai tomar? – Ela perguntou de volta.
  - Acho que um suco com vodka.
  - Pode ser para mim também! – Ela disse.
  Tom serviu as bebidas enquanto Danny, Harry e George serviam-se de alguma bebida dourada em um frasco. Dougie me arrastou para a sala e começamos a dançar, a música estava alta e misturada com as conversas das pessoas, Dougie me puxou pela cintura e começamos a nos beijar enquanto dançávamos colados um ao outro uma musica agitada, os movimentos eram mais sensuais do que eu esperava um dia fazer. Ele mordeu meu lábio inferior e depois beijou o meu pescoço, eu já tinha liquidado o meu copo de 600 ml, o que me fez ficar tonta, Dougie tinha colocado mais vodka do que suco.
  - Vem, vamos pegar mais. – Ele falou.
  Eu fui com ele e quando chegamos lá, nenhum dos outros estava por ali e nem no caminho, Dougie serviu mais vodka e suco e colocou um pouco da bebida dourada no meu copo, e só daquela bebida para ele, acho que era wisky ou algo do tipo. Tomei e estava mais forte do que o último, mas tomei mesmo assim. Quando voltamos a dançar na pista de dança tudo se movia rápido e estranho demais, tudo rodava e minha cabeça pesava.
  - Ora, ora, ora! – A voz de Cindy veio até meus ouvidos, me virei, e lá estava a aguada. – Olha quem resolveu aparecer.
  Ela vestia um tubinho rosa Pink, os sapatos mais altos do que deveriam eram pretos, os cabelos loiros caindo em ondas pelas costas e os olhos marcados com uma maquiagem que fazia a perfeita mistura do rosa e do preto, ela sorria maliciosa para mim, como se estivesse esperando que eu aparecesse, como se já tivesse tudo em mente.
  - Oi Cindy, casa legal para alguém tão podre! – Falei sorrindo, ela riu maldosa e me olhou nos olhos.
  - Acho que alguém esta falando mais do que o estado mental permite. – Ela falou e saiu rindo.
  - Vamos achar os outros, vem! – Falei puxando Dougie pela mão.
  - Eu tenho uma ideia melhor!
  Ele me puxou pela mão e foi me levando por corredores até que chegamos em um quarto, ele começou a me beijar e sentamos na cama, logo estávamos deitados, o corpo dele sobre o meu, ele me beijava intensamente, uma de suas mãos começou a subir o meu vestido, eu levantei num salto e olhei para ele meio assustada.
  - Desculpe, não estou pronta para isso!
  Sai do quarto as pressas, não sabia exatamente porque, mas as lagrimas começaram a inundar os meus olhos, corri o mais rápido que pude, e encontrei no caminho com Mindy, umas das amigas de Cindy.
  - O que aconteceu? – Ela falou doce, o que eu estranhei, mas o nível de álcool em mim não me permitiu ficar na defensiva.
  - Nada, só preciso de um pouco de água. – Falei secando as lágrimas.
  - Vem comigo.
  Eu não consegui dizer não apenas deixei as mãos dela me guiarem até a cozinha, ela me colocou sentada em um banco enquanto servia água em um copo, ela tirou alguma coisa do bolso, um frasco alaranjado com uma tampa branca, ela se virou para mim colocando um comprimido dentro do copo.
  - O que é isso? – Perguntei.
  - É um efervescente, vai fazer você se sentir melhor.
  Ela colocou o copo na minha mão e o levou até minha boca, eu estava tonta demais para não aceitar, ela tinha um sorriso maldoso no rosto.
  - Você está realmente fora de si não está? Está bebaça! – Ela virou de costas e tirou um saquinho do bolso, parecia algum tipo de comida, e também pegou o celular, não consegui distinguir o que ela falava. Ela se voltou para mim outra vez. – Come isso. – Ela enfiou algo na minha boca e eu engoli praticamente inteiro.
  - Olha o que temos aqui. – Cindy falou e me puxou da cadeira. – Você vem comigo, e você, Mindy, fica aqui, bom trabalho.
  Ela estava me puxando pelo braço e eu não conseguia lutar contra ela, minha cabeça girava, eu não sentia meu corpo, parecia que eu estava fora do meu corpo, vendo-o sendo levado e não podia fazer nada para parar aquilo.
  - Aonde você está levando ela? – Ouvi uma voz masculina, era familiar, mas eu não conseguia distinguir de quem era.
  - Estava levando para um de vocês, Jones. – Cindy falou nos virando e então eu vi o rosto preocupado de Danny.
  - Então seu trabalho já está feito, Febray.
  Danny me pegou e me abraçou, ele falou alguma coisa que eu não compreendi e nós sentamos em frente a casa de Cindy, ele falou no telefone por alguns minutos e depois continuou abraçado comigo, ele falava alguma coisa mas eu não entendia, eu o olhava e escorava a cabeça em seu peito, ele beijou a ponta da minha cabeça e murmurou alguma coisa.   Eu o olhei nos olhos e ele nos meus, não sei se era efeito do remédio estranho e do que quer que seja que eu comi, mas Danny parecia lindo sob a luz da lua naquela noite, seus olhos estonteantemente azuis me fitavam de uma maneira estranha, nunca tinha notado o quanto calorosos eram aqueles olhos, o quanto eles me faziam me sentir segura e querida, o quanto eles faziam meu coração acelerar e um sorriso estranho abrir-se em meu rosto.
  Ele passou a mão no meu rosto e afastou o cabelo que tinha em meu rosto, seu rosto tão perto do meu, sua respiração quente batia em meu rosto, seus olhos grudados no meus, e então ele me abraçou.
  - Avril? – Ele falou perto ao meu ouvido. – Está me ouvindo?
  - Agora sim. – Falei meio embolada.
  - O que aconteceu? – Ele falou e quando eu ia falar ele me interrompeu. – Me fala no taxi, estou te levando para casa.
  O taxi estacionou á alguns metros de nós, quando me levantei quase cai, Danny me abraçou para que eu não caísse no chão, ele mantinha seus braços envolta de mim e entramos no taxi e Danny falou com o motorista, ele se sentou ao meu lado e me abraçou.
  - Agora pode falar.
  - Eu estava com Dougie, e ele me levou para um quarto, começamos a nos beijar, e então algo aconteceu e eu sai de lá, Mindy me encontrou e me deu água com um comprido, ela disse que era efervescente, que eu ia me sentir melhor, e depois me deu uma coisa de comer, não sei o que era, ela enfiou na minha boca e eu engoli quase inteiro, ai a Cindy chegou e você nos achou.
  - Vou te levar em casa pra você trocar de roupa e vou te levar para o hospital. – Ele falou.
  - Por quê?
  - Você está ardendo em febre e está branca, sua boca ta seca e suas mãos estão tremendo.
  Só agora que Danny falou que eu reparei que era verdade. Minhas mãos tremiam, minha boca estava seca, o que me fez dar conta que estava com muita sede, comecei a chorar, eu não sabia o que estava acontecendo, o que eu tinha tomado ou comido, o que Dougie queria comigo naquele quarto ou o que ele queria estando comigo, as palavras de Tom ecoaram na minha mente, o que ele disse naquele dia quando rolou o nosso primeiro beijo, será que Tom estava certo sobre Dougie?
  - Chegamos, vem. – Danny me puxou de dentro do carro.
  Nós fomos até a porta, estava trancada, Danny tocou a campainha enquanto eu me abraçava nele.
  - O que aconteceu? – Ouvi a voz do meu pai.
  - Ela tomou um comprimido e comeu alguma coisa que não sabe o que é, uma garota que não gosta dela lá na escola deu para ela. – Danny falou enquanto entravamos. – Ela precisa ir para o hospital, mas preferi passar aqui primeiro, caso ela queira trocar de roupa ou sei lá.
  - Fez bem Daniel, vou lá em cima pegar alguma coisa, você pode ficar aqui com ela? – Meu pai falou com a mão no ombro de Danny.
  - Posso sim senhor.
  Nós nos sentamos no sofá e eu continuava a chorar no seu peito, eu não sabia o porquê, mas eu só queria chorar. Danny afagava meus cabelos e respirava alterado, preocupado.
  - Vai ficar tudo bem.
  Meu pai desceu com um shorts preto podrinho que eu tinha e uma blusa de alcinhas comprida e branca, ele me levou ao banheiro e me deu a roupa e uma borrachinha de cabelo, fechou a porta e ficou do lado de fora me esperando, com dificuldade eu troquei de roupa, prendi meu cabelo e lavei meu rosto tirando boa parte da maquiagem, fiquei alguns minutos me olhando no espelho, meio perdida e confusa, tomei água da pia e sai do banheiro.
  - Tom estará a caminho do hospital com George e Hay daqui a pouco. – Ouvi Danny dizendo para o meu pai. – Eles não acharam Dougie ainda. Eu posso ir com vocês?
  - Mas claro, ela vai gostar de ter você por perto. – Meu pai falou sorrindo para Danny, mas não de um jeito feliz, mas sim de um jeito agradecido.
  Eu estava me sentindo um pouco melhor, mas continuava fora de mim. Danny e eu entramos no carro, me abracei a ele e acho que peguei no sono, porque quando me dei conta estava deitada na cama do hospital, ouvi algumas vozes ao longe “ela acordou, está consciente outra vez doutor.” Acho que não peguei no sono, devo ter desmaiado pela forma como ficaram aliviados de eu estar bem.
  O medico falou algo com as enfermeiras que colocaram algo em um tubo ligado ao meu braço, depois disso apaguei outra vez.

Capítulo 11 - The rumours spreading now that she cooks in the nude

  Eu estou enlouquecendo! Já estou nessa droga de hospital faz duas semanas e ainda não tem previsão de quando eu vou sair. Sei que o que eu tive foi grave, mas ir para casa não vai ser um risco para minha saúde. Eu estou afastada do mundo, do universo! Não, eu não estou exagerando! Eu recebo visitas dos meus amigos, okay, mas eles não podem me falar praticamente nada, não podem falar o que as revistas e sites andam falando, que é o que eu quero mais saber, obvio.
  Tiraram o meu celular e também não me deixam ter acesso a nenhum tipo de aparelho de comunicação, principalmente computadores e televisão, isso é, eu assisto filmes o dia inteiro e ás vezes algumas séries que o pessoal traz para mim, mas eu estou entediada já, quero ir para casa, comer comida de verdade e jogar videogame, comer batata frita, ai meu estomago está roncando!
  A única coisa que sei é que Cindy e Mindy se livraram da cadeia com a grana dos pais, o que não é nada justo, eu fico presa em um hospital e as duas estão livres leves e soltas pelas ruas de Londres! Elas tinham que estar fazendo pelo menos uma terapia, onde já se viu dar drogas e remédios para uma bêbada? Nós não nos gostamos, beleza, mas assassinato é crime.
  - Hey baixinha! – Danny entrou no quarto largando a mochila na mesinha ao lado da porta.
  - Hey Dannyzão!
  - Como anda a vida? - Ele perguntou se sentando ao meu lado e eu o olhei com cara feia. – O que foi?
  - Como anda a minha vida? – Fiz cara de quem pensa. – Vamos ver... Eu acordo ás seis horas da madrugada com uma enfermeira me dando água e bolacha de sal, ai depois eu fico olhando filmes até ás dez horas quando outra enfermeira vem me trazendo mais água e mais bolacha, ai me levam para dar “uma volta no hospital”, e antes que eu possa ver o que está dando na TV do saguão me trazem de volta para o quarto, ai chega o meio dia e eu como arroz e feijão, sem sal, moranga, sem sal, e carne, sem sal também...
  - Ta bom, chega, chega! – Danny disse rindo. – Quero saber se você se sente melhor.
  - Me sinto sim, não sei o que ainda estou fazendo nesse hospital, quero ir para casa, para escola!
  - Para casa talvez você vá em breve, pelo o que o doutor disse, mas para a escola...
  - Como assim?
  - Ele disse que ainda é muito cedo, qualquer coisa pode fazer você ter uma parada cardíaca!
  - O que? – Falei.
  - Se acalma, Av. – Danny falou me olhando fundo nos olhos. – O que eu estou dizendo é que você não pode enfrentar briguinhas com a Febray ainda, tem que estar bem!
  - Isso é muito injusto sabia. – Falei.
  - O que é injusto? – Hay falou entrando no quarto com Kirst, Emma, Tom, George e Harry.
  - Cindy e Mindy estarem livres por Londres e eu aqui, presa nesse quarto de hospital!
  - Se ajuda de alguma coisa, saiba que elas estão tendo que fazer terapia com a psicóloga da escola! – Harry falou rindo.
  - Ajuda um pouquinho. – Falei rindo ao imaginar as duas tendo que ver aquela mulher meio tantan da cabeça.
  - E se ajuda saber também. – Kirst falou sorrindo. – A popularidade delas caiu de cem para zero, elas sofrem muito bullying agora, chega a dar pena.
  - É verdade, elas estão tão mal que Cindy tem ido de moletom para a escola! – Rimos.
  - Você vai sair logo dessa maninha. – Tom falou sentando na cama e me dando um beijo na testa.
  - Onde está Dougie? – Perguntei e todos se olharam estranho.
  - Ele... – Tom começou meio gaguejante, mas parou.
  - Ele... – George tentou falar, mas parou também.
  - Ele o que? – Perguntei.
  - Não pode vir hoje! – Emma falou sentando ao meu lado.
  Sorri fraco e murmurei um “tá” baixinho. Dougie não veio me ver nenhuma vez desde a casa de Cindy, me mandou apenas uma sms me desejando melhoras, acho que esse é o fim de nós dois, ele só não sabe como dizer. Devia ter confiado no Tom e nos meus instintos, foi tudo muito rápido, rápido de mais para ser verdadeiro.
  - Av, vou lá na maquina de doces, quer alguma coisa? – George me olhou travesso.
  As coisas tinham melhorado bastante entre nós, dês que ele conheceu Emma deu para ver que ele desencanou daquela história estranha de ficar dando em cima de mim, acho que ele entendeu que ele é meu melhor amigo e que eu nunca poderia sentir nada por ele.
  - Quero! – Falei me animando.
  Ele saiu e os garotos foram com ele, as meninas deram dinheiro e eles iam trazer coisa para elas também.
  - Tenho que te contar uma coisa. – Hay falou animada. – Sei que o doutor não quer grandes noticias nem nada, mas eu preciso te contar!
  - Fala logo! – Disse.
  - Eu e Tom... Nós Ficamos! – Dava para ver que ela estava quase explodindo, ela precisava me contar.
  - OMG!!- Falei. – E como foi?
  - Foi perfeito. – Ela fez olhar sonhador e todas nós rimos. – Mas eu não sou a única com coisas para contar, né? – Ela olhou sugestiva para Emma e Kirst.
  - Bom... – Emma começou. – Eu e George estamos meio que juntos também.
  - Meio que juntos? – Falei rindo. – Que amor! Minhas melhores amigas estão amando! – Nós rimos outra vez.
  - E eu e Harry estamos... – Kirst começou. – Como se diz...
  - Flertando! – Hay falou rindo.
  - Sério? – Falei. – Nossa, vocês são rápidas hein! – Falei e rimos, mais uma vez.
  - Posso saber qual é a graça? – Tom falou entrando.
  - Nada não. – Hay disse.
  O resto dos garotos chegaram alguns minutos depois, George comprou um Kit Kat para mim que eu comi como se fosse a minha última refeição, fazia tempo que eu não comia um doce ou algo tão bom assim. Tom disse que ficaria comigo hoje no hospital, ele pegou uns cobertores e um travesseiro no armário do quarto do hospital e sem sentou da poltrona reclinável, ele trouxe alguns filmes e alguns boxes de séries e ficamos assistindo até pegar no sono.

  Acordamos com a enfermeira trazendo meu “café da manhã”, Tom desceu para buscar um café com leite e donuts para ele, quando ele voltou ele tinha trazido um de chocolate para mim, comi rápido para o caso de alguma enfermeira aparecer, e logo que eu terminei de limpar meu rosto e meus dentes o médico entrou.
  - Bom dia Srta. Lavigne, Sr. Fletcher. – O médico falou.
  - Bom dia. – Falamos em coro e ao mesmo tempo aliviados de ele não ter me visto comendo o donut.
  - Vamos te liberar para ir para casa hoje á tarde, pode ir se organizando, estamos entrando em contato com o seu pai, tem algo que gostaria que ele trouxesse?
  - Sim, uma calça jeans, uma camiseta e meus all stars. – Falei.
  - Tudo bem, venha, vamos fazer uns últimos exames e quando voltar creio que seu pai já estará aqui e você pronta para ir embora.

  Juro que nunca mais bebo em toda a minha vida, se é pra beber para ficar no hospital duas semanas e ainda ter que ficar meses em casa sem poder ir a escola eu prefiro ser careta e não beber, se bem que não beber não é ser careta, mas enfim, lar doce lar. Cheguei em casa e fui surpreendida com todos os meus amigos na sala com as comidas e porcarias que eu mais gosto, nunca comi tanto em toda a minha vida, e tenho certeza que os quilos que eu perdi comendo aquela comida ruim de hospital eu acabo de engordar.
  Depois que todo mundo foi embora e ficamos só Tom, eu, Hay e George, resolvemos jogar uns videogames para relaxar, ficamos jogando até de madrugada e fomos finalmente dormir, quando eu tive certeza de que Hay estava dormindo eu liguei o notebook e fui olhar tudo o que podia. Minha caixa de e-mails estava cheia, uma penca de pessoas da escola que nunca nem falaram comigo antes estavam me desejando melhoras e depois perguntavam se algum boato era verdadeiro.
  Tinham boatos de todos os tipos, que eu era drogada, que eu era traficante, que eu tinha enlouquecido e estava em um hospício, que eu estava simplesmente cansada da escola e resolvi viver do dinheiro do meu pai e do meu irmão, e o que mais me surpreendeu, que eu era uma atriz de um filme em que mulheres cozinham peladas! Tinha que me segurar para não rir alto e acordar Hay, respondi aos e-mails e fui dormir.

Capítulo 11 - The girl I couldn't live without (Tom Pov)

  Ligue a música.
  Nem preciso falar que quase entrei em pânico quando Danny me ligou avisando que Avril estava a caminho do hospital, né? Ela é minha irmã, e nunca pensei que fosse me ligar tanto assim á ela, ela é aquele tipo de garota que não se pode viver sem, que uma vez que ela entra em sua vida você não pode deixá-la ir. Levantei-me da cama com dificuldade, eu estava muito cansado, Avril tinha voltado para casa noite de passada e fomos dormir tarde, eu nem sei porque estou me levantando ainda, devia ficar em casa dormindo e faltar á escola hoje, mas Hay vai ir, então acho que devo ir também.
  Eu ainda não entendi o que há entre Dougie e Avril, eles estão juntos ou separados? Quando ele vai ter coragem pra dizer o que tem pra dizer? Se é que ele tem algo para dizer. Não vou permitir que ele quebre o coração dela! Ela é minha amiga, minha companheira e acima de tudo a minha irmã, aquela que eu chamo de chata, que é a única para quem eu não tenho medo de falar eu te amo, a única em quem eu sei que posso confiar inteiramente e completamente, ela é muito mais que uma ligação sanguínea, ela é minha irmã de alma!   Se ele não consegue achar motivos para seguir em frente, que invente então. Não estou dizendo para ele fingir que a ama, isso nunca, afinal, falso amor dói muito mais, não é? Estou dizendo para ele estar aqui por ela, ser o suporte que ela precisa agora. E se ele não pode estar aqui por ela, vou ter que deixar a nossa amizade por um tempo, e tomar conta dela, que é minha prioridade, ela precisa de mim agora. O que aquela vaca da Febray fez pra ela é... Horrível, simplesmente horrível! Como alguém pode ser tão cruel? Ela pretendia matar a Avril? Essa louca deveria estar presa, pode parecer meio exagerado, mas ela drogou a Avril, o que ela pretendia com isso? Além de ter destruído o relacionamento com Dougie, fez boatos terríveis sobre ela saírem por ai, nem sei o que Avril vai fazer quando descobrir eles, mais cedo ou mais tarde ela terá que descobrir.
  Estou aliviado de ter minha irmãzinha em casa, ela ficou tão feliz com a festa surpresa e em ter os amigos aqui, a única coisa que faltou, que dava para ver nos olhos dela que ela sentia falta, era o Dougie. Eu amo ele por ele ser meu melhor amigo, mas no momento quero esgana-lo, bater nele até quebrar o nariz dele, chuta-lo bem no saco, posso conhecê-lo á anos, mas Avril é minha irmã, e o amor que tenho por ela é muito maior do que tudo.
  - Tom? – Ouvi alguém batendo na porta.
  - Entra! – Falei enquanto pegava minha mochila.
  - Ah. – Avril falou. – Você vai pra escola também, me esqueci. – Ela disse sorrindo fraco.
  - É, tenho que ir, depois o Danny trás as lições para você, temos tudo acertado com os professores já. – Falei sorrindo.
  - Tudo bem. – Ela falou. – Vou descer para tomar café da manhã, você vem?
  - Sim, só vou pegar meu celular, que está aqui em algum lugar que eu sei...
  - Aqui. – Ela falou rindo e me estendendo o celular que estava na cabeceira.
  Descemos conversando sobre assuntos aleatórios e rindo, chegamos na cozinha e encontrei George quase fazendo o café sair pelo nariz enquanto tentava não rir da minha Hay que colocava um bacon entre o nariz e a boca fazendo bico como se fosse um bigode. Eu e Av começamos a rir da cena, Av se sentou ao lado de George e eu ao lado de Hay, ela me olhou e ficou um pouco vermelha, o que me deu a certeza de que eu poderia continuar com o que temos, tirei o bacon do seu ‘biquinho’ e dei um selinho nela. Mordi o bacon como se nada tivesse acontecido e isso fosse a coisa mais normal do mundo, mas a verdade era que eu estava realmente gostando dessa garota.
  - Bom dia. – Diana disse com um olhar que os mais velhos fazem ao ver algo… fofo.
  - Bom dia. – Falei.
  - Bom dia. – Av falou. – Tem morangos?
  - Tem sim. – Diana falou.
  - Obrigado. – Avril se levantou e pegou os morangos na geladeira e voltou a se sentar. – Me alcança o mel George.
  - Como se diz? – Ele provocou.
  - Me dá se não corto tua salsicha! – Ela falou rindo.
  Ele alcançou o mel pra ela com falsa cara de pavor, eu adorava esses climas que tinham se instalado no nosso café da manhã, antes era geralmente eu sozinho, comendo silenciosamente, e esperando que uns dos garotos chegasse logo, quando não era o meu dia de ir, para me divertir na escola, raramente meu pai tomava café da manhã comigo, tinha sempre que ir cedo ao trabalho, mas agora é diferente, com Avril aqui é tudo melhor.
  Lembro quando meu pai deu a noticia de que ela ia chegar, a principio pensei que ia ser uma droga, ter uma garota na casa, e principalmente uma que nunca respondeu as minhas cartas, mas ai eu descobri que ela nunca soube das cartas, e que ela era muito divertida, ter ela aqui foi uma das melhores coisas que já me aconteceu, e não quero perde-la nunca.
  Terminamos o café fazendo várias palhaçadas, logo Harry chegou e deixamos Avril sozinha com Diana em casa, mas logo voltaríamos não tinha porque ela se sentir mal por sairmos. Não passamos para pegar Dougie, Harry disse que ele já estava na escola esperando, o que é estranho, mas não consigo achar um motivo para ele não querer carona.
  Chegamos à escola e não vimos nem sinal do Poynter, será que ele estava matando aula de novo? Fui ao meu armário que é ao lado do de Dougie e peguei meus livros, e abri o armário dele, ele tem a mesma senha dês de a quinta série, e os livros que usaríamos hoje não estavam lá o que quer dizer que ele tem que estar na escola. Não parei para procurar ele, afinal, veria quando entrasse na sala de aula, tinha ainda uns dez minutos antes de a aula começar, então fui procurar Hay.
  - Oi. – Disse apertando a cintura dela de leve por trás, o que a fez pular.
  - Oi – Ela respondeu corando de leve e se virando para mim.
  - Vamos pra aula? – Falei pegando a mão dela.
  - Vamos. – Ela disse e eu dei um selinho nela outra vez.
  - Você viu Dougie? – Perguntei mudando rápido de assunto.
  - Não, estou achando muito estranho todo esse sumiço dele, a Av disse que ele mandou só uma sms pra ela. – Ela disse.
  - Sim, ela me contou, e depois chorou. – Falei baixando a cabeça.
  - Ela chorou comigo e George também, ela pode fazer pose de durona, mas está morrendo por dentro. – Ela disse. – Mas, como eu conheço essa merdinha de frente para trás, trás para frente e até do avesso, sei que ela vai chorar muito agora, mas semana que vem ela já vai estar apenas com saudades, e outra, noite passada ela estava dando risada no quarto, eu sei que ela pensou que eu estava dormindo, mas eu não estava, ela tava olhando os boatos sobre ela, nunca vi ela se segurando tanto para não rir em toda a minha vida. – Ela falou aos risos.
  - Eu vou ao banheiro. – Dei um beijo longo nela e sai sorrindo.
  Os banheiros ficavam um pouco retirados, você tinha que entrar em corredor meio escuro que tinham algumas salas fechadas ou em manutenção, e lá no fundo ficavam os banheiros, aquilo parecia uma espécie de beco, e como não tinha câmeras era a parte perfeita da escola para você ficar com alguém sem que ninguém ficasse sabendo, talvez eu passasse ali com Hay mais tarde.
  Estava quase chegando ao banheiro quando eu vi aquela cena, eu não conseguia acreditar no que meus olhos estavam vendo, primeiro fiquei triste e depois uma raiva tomou conta de mim, é realmente um azar terrível que eu esteja sozinho sem ninguém para me segurar, alguém realmente vai ter problemas hoje.

Capítulo 12 - But then she went isane (Kirst Pov)

  Engraçado como algumas pessoas se tornam importantes em nossas vidas de uma hora para outra, como tudo pode mudar em um piscar de olhos e como a vida pode ser diferente á cada escolha que fizemos. Essa garota marrentinha e famosinha de quem eu nunca esperei virar amiga, agora é uma das minhas melhores, porque com ela vieram mais duas malas que eu amo muito. A algum tempo atrás eu era solitária e excluída, agora tenho os melhores amigos que se possa imaginar e de brinde um quase namorado.
  Nunca pensei que eu pudesse ser sincera com alguém como sou com eles, nunca pensei que eles todos fossem pessoas tão maravilhosas, é como se tudo tivesse mudado, como se eu tivesse mudado. Quando se tem pessoas ao seu lado tudo se torna possível, pois não se está mais sozinho. Pode parecer careta e ridículo, mas estou em um momento da minha vida que eu sempre sonhei estar, sim eu sempre fui a solitária e excluída, justamente por ser diferente de todos, isso é algo pelo qual eu sonhei quando era criança, ter amigos e viver os momentos, algo pelo qual sempre pedi, e agora foi me dado quase como de presente, e quando algo vem assim, temos que aproveitar. Alguns podem dizer que me tornei parte do “grupo” por puro interesse, mas são mentiras, nunca fui esse tipo de pessoa e não me tornei isso agora.   Estava andando com Harry, Emma e Danny quando vimos um grande grupo de pessoas gritando “briga, briga, briga”, nos olhamos e nos aproximamos para ver o que estava acontecendo, quando vimos.
  - Gosh, é o Tom. – Hay falou surgindo ao nosso lado.
  - E o Dougie. – Falei. – Temos que tirar eles dali!
  Empurrei as pessoas e fui dando passagem pra mim, Emma, Hay, Harry e Danny, foi difícil conseguir passagem entre a multidão, as pessoas não queriam perder o lugar no espetáculo, essa gente escrota que em vez de separa a briga incentiva! Conseguimos chegar ao núcleo e os dois estavam praticamente rolando no chão.
  - PAREM COM ESSA MERDA AGORA! – Hay berrou.
  Nunca tinha visto a ruivinha brava antes, mas confesso que fiquei com um pouco de medo! Os garotos se separaram imediatamente, Tom tinha a boca cortada e Dougie um dos olhos avermelhados, isso com certeza ficaria roxo mais tarde. Tom ficou extremamente vermelho ao olhar para a cara de desapontada e brava de Hay, e Dougie apenas ficou lá parado sentindo dor no olho, pela cara que ele fez, deduzi que fosse isso.
  - Não tem nada para ver aqui! – Falei enxotando as pessoas, que insistiam em ficar paradas me encarando. – SAIAM! – Berrei e todos começaram a sair.
  O engraçado é que nenhum professor, coordenador, funcionário, diretor veio ver o que estava acontecendo, está tudo vazio aqui, e para evitar encrenca para o lado dos dudes começo a puxar os dois pelas orelhas em direção á saída da escola, o resto do pessoal apenas me segue sem contestar, Tom e Dougie ficam gritando uns “ais”, mas eu não ligo. Chegamos ao estacionamento e eu largo os dois na frente do carro.
  - Expliquem-se! – Falo cruzando os braços!
  Os dois começam a falar ao mesmo tempo, um tentando falar mais alto do que o outro, e é obvio que não entendemos nada do que disseram.
  - HEY. – Hay grita. – Um de cada vez! Vai você primeiro Tom.
  - Isso é muito injusto sabia? – Dougie falou.
  - Calado Dougie, que no momento você não tem moral nenhuma pra dar palpites. – Digo e ele se cala.
  - Acreditem a moral dele vai baixar mais ainda! – Tom fala sério. – Eu estava indo no banheiro depois que falei com a Hay. – (Ligue a segunda música)Tom fica ligeiramente corado e os lábios abrem um leve sorriso ao falar o nome da ruivinha. – Então, quando estava chegando ao banheiro, vi esse projeto de gente se pegando com a Cindy!
  Todos ficamos quietos por um segundo, a boca de um mais aberta que a do outro, todos olhando pasmos de Dougie pra Tom e de Tom pra Dougie, sem saber o que falar, como reagir, e então escutamos algo que não nos agradou nada.
  - O que? – Avril estava bem atrás de nós com seu pai ao seu lado.
  Nos viramos e ela estava em choque, dava para ver só pela forma com o que as palavras saíram, não eram palavras carregadas de raiva ou ódio, e sim fracas palavras tristes e chocadas. Ela olhava para Dougie com os olhos marejados, ela se segurou no pai que a abraçou, e então ainda mais rápido ela se soltou do pai foi até Dougie e deu o tapa mais estalado que eu já tinha visto, o rosto de Dougie virou completamente para o lado e a marca da mão de Av ficou ali. Ela se virou e começou a sair correndo dali.
  - Av, espera! – Dougie gritou começando a ir atrás dela.
  - Não, você fica, pegador! – Falei dando um leve empurrão nele. – Vamos lá.
  Eu, Hay, Emma e George saímos atrás dela, George chegou primeiro, a abraçando por trás, ela se virou e afundou a cabeça no peito dele e começou a chorar. George passava a mão nos cabelos dela e dizia que tudo ia ficar bem, eu não consegui me segurar e abracei os dois, Emma e Hay fizeram o mesmo, logo vimos Tom e Danny parados ali do lado, quando liberamos Av, Tom estava indo abraça-la, mas foi interrompido pelo moreno de olhos claros.
  - Danny. – Ela suspirou em meio ao choro.
  - Calma minha pequena, tudo vai ficar bem! – Ele falou dando um beijo prolongado na testa de Av.
  Eu geralmente nunca me engano sobre esse tipo de coisa, mas caso eu estiver errada eu não me chamo Kirst Bahamcov. Eu tenho certeza que tem um algo á mais entre esses dois, e se não tem, não tem ainda. Ela se desvencilhou dos braços dele, deu um beijo na bochecha, limpou as lágrimas e respirou fundo.
  - Uau! – Ela disse tentando sorrir. – Essa foi fundo! – Ela então respirou mais uma vez e olhou para nós. – Mas eu não vim aqui pra fazer nenhum drama, vim pra fazer uma surpresa e perguntar quem está afim de uns filmes e pizza?

Capítulo 13 - She'd had enough (Hay Pov)

  Ligar música
  Ela pode negar por tudo nessa vida, mas eu sei que o mundo da minha merdinha desmoronou no momento em que ela ouviu tudo aquilo, eu não consigo acreditar que Dougie foi capaz de fazer uma coisa dessas com a Av. Sem falar que eles eram perfeitos um para o outro. Lembro quando eu e ela costumávamos sonhar em conhecê-los de verdade! Olha onde estamos, Avril é ex-namorada de Dougie, eu estou com Tom, Avril famosa, vamos fazer um show de abertura para a McFly. Tudo o que sempre sonhamos está acontecendo, rápido, mas está.
  - OMG! – Avril deu um pulo no sofá ao mesmo tempo que eu.
  - NÃO! – Eu falei.
  - Não pode! – Ela disse.
  Nós duas estávamos com os olhos embaçados de chorar e quase tendo um chilique, estávamos assistindo ao episódio final de verão de Pretty Little Liars, e o fim foi chocante de mais, nos olhamos apavoradas.
  - Não pode ser ele!
  - Eles eram tão perfeitos juntos. – Falei.
  - Que raiva. – Avril desligou o a TV quando começaram os créditos.
  Nos levantamos e fomos largar o saco de balas na cozinha, essa noite os garotos não estavam em casa, Emma tinha uma festa de uma tia e Kirst estava de castigo por cortar metade do cabelo de Cindy depois de saber do que realmente acontecera com Dougie. Ele não a beijou porque queria, ela o agarrou, mas mesmo assim, ele não queria ficar com Avril, acho que aquele papo de que “alguns males vem para o bem” é verdade, depois que todo o drama “porque Dougie não vem me ver” e “Dougie é um cachorro” passou, Avril voltou a normal, apesar de ainda um pouco abalada.
  - Estou chocada! – Ela falou se sentando no balcão da cozinha.
  - Eu também! – Falei. – Não acredito que é ele, é muito...
  - Impossível! – Ela completou.
  Rimos por estarmos tão pasmas e o telefone começou a tocar.   (Ligar segunda música: eu sei que nessa a Demi fala “Father”, mas imagine “Mother” HAHA.)
  - Alô! – Avril atendeu. – Como você tem coragem de ligar para mim depois de todos esse tempo sem nem ao menos se preocupar se eu estou viva, morta ou desaparecida? – Avril parecia brava.
  Eu tenho certeza de que é a mãe dela do outro lado da linha, bem típico da mãe de Avril. Some por meses e depois quer algum tipo de relacionamento, quer recuperar, mas acho que dessa vez não seria tão fácil assim, e também tenho certeza de que Avril não está disposta a abrir mão dessa vida incrível que ela tem agora.
  - Não! – Ela falou. – Eu não vou voltar, devia ter pensado nisso antes de me mandar embora, adeus e passe muito bem! – Avril desligou o telefone. – Você acredita nisso?
  - Na verdade... É bem típico! – Falei.
  - Não é?! – Ela concordou. – Eu to cansada! – Ela falou. – Cansada de todo esse drama e de toda essa confusão. – Ela falou. – Pra mim já chega! Vou pedir para o meu pai assumir minha guarda!
  - O que? – Perguntei meio assustada.
  - Isso que você ouviu, Hay! – Ela pulou da bancada e foi caminhando em direção á sala. – Eu não aguento mais dramas e brigas, eu só quero ter paz e ser feliz, e apesar de algumas coisas que aconteceram, eu nunca estive mais feliz do que estou agora.
  - Mas você não acha que se desconectar totalmente dela é meio radical? – Sentamos no sofá da sala e eu a olhei fundo nos olhos.
  - Não é como se eu nunca mais fosse vê-la, Hay! – Ela disse retribuindo ao olhar. – Eu só não quero que ela tenha esse poder sobre mim, de poder vir aqui e me levar para casa á qualquer momento, eu finalmente tenho uma família de verdade.
  - Sua mãe pode ter muitos altos e baixos, mas ela foi uma...
  - Uma o que? – Ela me interrompeu. – Uma boa mãe? – Ela me olhava irônica e brava ao mesmo tempo, esse olhar ela puxou com toda certeza da Sra. Lavigne. – Você mais do que ninguém no mundo, talvez George, sabe que ela nunca foi uma mãe de verdade pra mim.   - Isso não é verdade, Avril.
  - É sim, Hayley! – Ela parecia ainda mais brava comigo. – Quantas vezes ela me deixou na sua casa por dias? Semanas? Lembra aquela vez que fiquei quase três meses na sua casa porque ela resolveu viajar sozinha? – É, de fato eu lembrava de tudo isso, eu só não queria que ela brigasse assim com a mãe dela. – A sua mãe e a de George foram mais mães pra mim do que ela jamais foi! Sabe como isso é triste Hay? Perceber que as mães dos seus amigos são mais mães para você do que a sua própria mãe? – Percebi que ela estava prestes a chorar e a abracei.
  - Calma minha merdinha. – Isso sempre a fazia rir, e como sempre ela deu uma risadinha fraca. – Se você acha que esse é o melhor então eu confio em você.

Capítulo 14 - She said She was to blame (George Pov)

  Ligue a música
  As coisas ficaram um pouco tensas depois que Avril pediu desesperada pro pai assumir a guarda dela, ele queria, queria mesmo, mas ele não sabia como encarar a ex-esposa que o tinha abandonado com um dos gêmeos depois de tanto tempo! Foi um choque e tanto quando Avril contou para Danny, Hay e eu, que a mãe dela não tinha simplesmente escondido um irmão gêmeo e um pai super amoroso de Avril, mas que tinha fugido assim que os papéis do divórcio tinham sido assinados, deixando um recém-nascido com o pai de Av.
  - A audiência vai ser uma semana depois do show! – Ela falou sentando-se ao meu lado.
  - Nervosa? – Perguntei.
  - Para qual dos dois? – Ela deitou no meu colo e ficou olhando para o céu.
  - Os dois.
  - Muito! – Ela falou sorrindo fraco.
  - Calma, Av. – Falei fazendo carinho na cabeça dela. – Vai ficar tudo bem, você vai ver. – Falei. – Vem! Vamos entrar e comer uns doces.
  Nos levantamos e entramos na casa, Emma, Hay, Kirst e os garotos chegariam logo mais da locadora, Avril quis ficar cuidando do bolo que Diana tinha feito mas não pode cuidar porque tinha que ir pra casa cuidar da mãe que estava doente, então eu fiquei aqui com ela.
  - Não deveríamos comer antes deles... – Ela falou. –Mas é exatamente isso que torna tão bom. – Ela pegou um pedaço de chocolate branco com cookie e enfiou na boca.
  - Posso te perguntar uma coisa? – Perguntei.
  - Além dessa? – Sempre zombando.
  - É.
  - Pode!
  - Você acha que se você não tivesse pedido para seu pai assumir a guarda, ela te tiraria daqui? – Perguntei.
  - Sim! – Ela respondeu comendo mais um pedaço de chocolate. – Minha mãe tem problemas, acho que ela é bipolar ao algo assim, sempre estava tomando remédios, mas eu nunca quis perguntar por quê! Ela tem esses lapsos estranhos, uma hora me quer perto e outra quer mais que eu morra.
  - Não fale assim. – Repreendi Av. A mãe dela podia ser uma bitch ás vezes, mas ela ainda era a mãe dela.
  - Não, George! – Sempre que descordamos em relação á mãe, Avril fica possessa. – Ela me disso isso várias vezes. – Ela respondeu seca.
  - Desculpe. – Falei.
  - Não, desculpe a mim. – Ela me abraçou. – É só que toda essa historia com a minha mãe é complicada de mais! Eu fico fora de mim quando entro nesse assunto.
  - Tudo bem. – Respondi, - Eu entendendo que é algo delicado, saiba que eu vou sempre estar aqui tampinha.
  - Obrigado, girafão.
  Ficamos abraçados, o que me fez sentir bem, eu amo essa garota, agora como amiga, mas sempre amei e sempre amarei. Me sinto mais vivo agora, de depois de todo esse tempo a amando eu finalmente possa ama-la como ela me ama, sem sofrer por um amor que nunca teria um futuro, e eu estou feliz com Emma, ela é a garota mais maravilhosa que já conheci e tê-la ao meu lado é algo maravilhoso, ela pensa como eu, ao mesmo tempo que é completamente diferente, ela é definitivamente minha outra metade.

Capítulo 15 - I’d like to phone her coz she puts me in the mood (Dougie Pov)

  Ligue a música
  Está chovendo, as gotas de água escorrem na janela e eu penso nela, penso em como a fiz chorar, e não posso evitar comparar como as mudanças de tempo ocorrem rápido, assim como todas as mudanças que ocorreram entre eu e ela. Mas mesmo estando longe, eu rezo para que toda essa tempestade passe e nós possamos nos amar outra vez. Sei que isso é pedir demais, mas eu preciso dela, ela era e é meu paraíso. Eu sei que ela está passando por muita coisa agora, mas acho que me ter longe vai ser o melhor! Eu não sei o que tem de errado comigo, não consigo ser o tipo de cara que dá suporte, eu apenas corro quando dificulta!   Eu queria ter mais uma chance para demonstrar meu amor por ela antes de partir, mas sei que ela não quer me ver, e eu não quero enfrentar sua fúria antes de partir, quero deixar em minha memória os nossos momentos bons e apagar todos os ruins. Enquanto meu trem desce à costa leste, eu fico aqui me perguntando, como ela está, será que está pensando em mim? Quem será que tem seus braços em volta dela agora? Como ela está se mantendo quente?
  Sim eu a amava, mais do que tudo na verdade. Eu não durmo dês de a noite da casa da Febray, a preocupação não me permitia mais do que uma ou duas horas de sono, mas mesmo assim eu fui covarde de mais para ir até ela, para ser seu suporte, para ser seu namorado na hora em que mais precisou.Ela era aquela garota que me fazia sorrir bobo e sem querer, a garota que eu ia dormir pensando e acordava sonhando. A risada dela era contagiante, os sorrisos, a voz, quando ela cantava era como se meu mundo parasse, como se todos dentro dele parassem só para escutarem a voz dela. Quando estávamos juntos nada mais importava, só nós dois, não importa onde nós estávamos ou com quem ou quantas pessoas tinham, ela era a única que eu conseguia ver.
  Confiei de mais no meu taco e esqueci do que importava, esqueci do amor que tinha por ela e de como tudo o que eu tinha era bom, tentei transar com ela na festa, e não posso usar apenas o efeito da bebida, eu gostava dela muito, e queria fazer isso com ela, queria que nós tivéssemos nossa primeira vez, mas nem cogitei o fato de que bêbados na casa de Cindy não fosse exatamente o modo como ela quisesse fazê-lo. E depois eu simplesmente desapareci do mapa, e daí aquela vaca da Febray me agarrou e eu sai aos socos com meu melhor amigo, sem contar que tive que ver Avril chorar por minha culpa.
  É por isso que tomei essa decisão, estou indo passar uns tempos na casa da minha avó, volto no dia do show e ensaiarei com os garotos online, eu decidi que dar tempo e espaço, agora, seria o melhor para todos. Dói deixa-la mais uma vez, e dói ainda mais cogitar que ela pode se apaixonar por outro, mas é preciso! Eu sei que a tenho no meu coração, e sei que ela ainda me ama, e isso agora é o suficiente para mim, espero que um dia minha pequena possa me perdoar pelo que fiz.
  Me sinto quebrado por dentro, mesmo tendo consciência de que tudo o que aconteceu foi minha culpa, parece que a qualquer momento vou acordar de um pesadelo terrível, e ter ela em meus braços dormindo um sono profundo e tranquilo. Pego uma foto dela na minha carteira e fico a observando.
  - É sua namorada? – A senhora sentada ao meu lado pergunta.
  - Costumava ser. – Falo sorrindo fraco.
  - O que aconteceu? – Ela pergunta com exagerado pavor na voz.
  - Cometi erros pequenos com consequências enormes. – Respondi e guardei de novo a foto de Avril na carteira.
  - Sinto muito.

  “Avril,
  Quero que saiba que nunca amei uma garota como te amei, que eu sinto muito por tudo e que eu simplesmente não posso mudar quem sou, mas é justamente por isso que estou me afastando. Acho que passar esses meses na minha avó vai me ajudar, e a você, na verdade, a todos, também. Fiz coisas idiotas que tiveram consequências graves, e a pior delas foi quase perder você de um jeito e perdê-la completamente de outro.
  A carta é pequena, pois não posso expressar com palavras tudo o que sinto nesse momento, mas saiba que com ela deixo meu coração, e se jogá-la fora, estará jogando ele e meus erros junto com ela. Nunca amei ninguém como te amei. Sinto muito. Por tudo!
  Dougie Poynter.”

  Uma lágrima escorreu dos olhos claros de Avril, pingando e borrando a carta já com manchas das lágrimas de Dougie, ela o perdera, e agora não teria volta!

Capítulo 16 - And now she's just a weirdo with no name. (Emma POV)

  (Ligue a música)
  A audiência da Avril é daqui poucos minutos, todos estamos aqui para dar força para ela, mas não poderemos entrar, apenas Avril, Tom e o Sr. Fletcher podem entrar na sala onde ocorrerá. Não compreendo por que ainda haverá uma audiência, como a mãe de Avril não compreendeu ainda que essa foi uma decisão dela e não algo que ainda pode-se ser discutido e argumentado, mas pelo que Avril nos contou, a mãe nunca foi muito... Normal!
  - Caso número 45! – Um homem vestindo um palitó preto saiu da sala e chamou no hall.
  - É o nosso. – Avril falou levantando-se.
  - Boa sorte. – Me levantei e dei um abraço nela, os outros faziam o mesmo com o Sr. Fletcher e Tom. – Boa sorte, Tom. – Abracei forte o loiro e depois apertei a mão do Sr. Fletcher. – Boa sorte, Sr. Fletcher!
  Os três entraram com passos incertos na sala e logo depois vimos uma mulher de cabelos longos e louros, olhos claros e muito bonita, ela usava calça jeans e camisa, parecia ter chorado muito nos últimos os dias por causa dos olhos vermelhos e inchados, assim como o nariz que ela coçava incessantemente, deveria ser a mãe de Av.
  - Essa é...? – Falei para Hay.
  - Sim. – Ela respondeu, e ao ouvir a voz de Hay a moça se virou antes de entrar na sala e olhou para Hay e George.
  Ela os encarou por alguns segundos, mas foi o olhar mais profundo que eu já tinha visto, com certeza ela pensava que Hay e George tivessem algo haver com a decisão de Avril quanto á sua guarda. Eu nunca pensei que fosse sentir pena dela, por causa de todas as coisas que Avril disse, mas depois de ver ela com os olhos vermelhos, encarando Hay e George e entrando em uma sala para lutar por sua filha, sinto um pouco de tristeza por ela. Deve ser difícil perder um filho, mas também, ela fez por onde.
  - Será que vai demorar? – George encostou a cabeça no meu ombro.
  - Acho que sim amor. – Respondi olhando pra porta.
  - Só queria poder estar lá dentro segurando a mão dela, dando segurança pra ela. – Danny deixou escapar e todos o olhamos, ele anda bem estranho nos últimos tempos.
  - É, eu também. – Kirst falou dando um beijo no rosto de Harry.
  - Nem me fale. – Hay falou. – Queria estar lá para os dois, para Tom e Av, mas temos que ficar sentados aqui, esperando!
  - Mas acho que eles estão seguros lá dentro, eles tem um ao outro e sabem que quando saírem estaremos aqui pra eles, é isso que importa. – Falei e sorri fraco.

  Já se passaram duas horas e nada! Estamos aqui sentados esperando exatamente do mesmo modo que estávamos duas horas atrás. Harry pegou no sono no colo de Kirst, George está conversando sobre baseball com Danny e eu, Hay e Kirst estamos tentando achar um meio de tirar a agonia e a aflição de nós, mas nada parece funcionar, parece que a cada segundo a tensão só aumenta.
  - Parece que o tempo não passa! – Kirst se levantou nervosa fazendo a cabeça de Harry cair no banco.
  - AI! – Ele berrou.
  - SHHHHHHH! – O guarda que fica na porta da sala onde ocorrem as audiências olhou feio para nós.
  - Desculpa amor! – Kirst voou de volta cochichando para Harry, foi uma cena engraçada de se ver.
  Todos nos seguramos pra não rirmos loucamente da cena, se fizéssemos mais algum barulho iríamos ser expulsos dali. A porta d o tribunal começou a se abrir lentamente, parecia que tudo estava se movendo em câmera lenta, quando a porta tinha aberto o suficiente para uma pessoa realmente magrela e pequena passar por ali, vimos uma Avril de olhos inchados e com um sorriso enorme no rosto correr e pular diretamente no pescoço de Danny. Eles se abraçaram e rodopiaram.
  - Conseguimos! – Ela disse. – Eu sou oficialmente uma Fletcher agora.
  - Parabéns Avril. – Falei sorrindo e a abraçando, logo depois de George.
  - Obrigado Emm’s. – Ela sorria largamente, mas isso não disfarçava os olhos inchados de quem tinha passado muito tempo chorando.
  - Avril! – A mãe dela surgiu atrás da loira e a olhava triste.
  - Sim? – Ela respondeu.
  - Eu te amo. – Ela abraçou Avril e deu-lhe um beijo na testa.
  - Eu também mãe. – Avril disse. – Mas é o melhor para nós duas agora.
  - Eu sei. – Ela respondeu e saiu de lá sem dizer nem mais uma palavra.
  - Quem quer fritas? – O Sr. Fletcher falou abraçando os dois filhos, um de cada lado. – Hoje é por conta dos Fletcher’s.

Capítulo 17 - Do do do do do doo (POV Harry)

  (Ligue a primeira música)
  - Se eu comer mais uma batata eu juro que vou explodir. – Falei passando a mão por cima da minha barriga.
  - Nem me fala. – Kirst se jogou pra trás da cadeira. – Mas acho que ainda cabe mais uma.
  - É, eu também acho. – Nós dois começamos então a atacar o resto das batatas.
  Eu nunca pensei que fosse achar uma garota compatível dessa forma comigo. Kirst é engraçada, inteligente, não tem papas na língua, adora jogar vídeo game, come mais do que um time de futebol inteiro junto depois de um jogo e ainda por cima é linda. Ela quer ir devagar com as coisas, não quer fazer nada apressado, mas confesso que eu quero pedir ela em namoro agora mesmo, bom, e porque não? Peguei uma batata frita mole e peguei a mão de Kirst.
  - O que você está fazendo? – Ela falou me olhando com o canto da boca sujo de mostarda.
  - Kirst. – Falei a olhando nos olhos. – Quer namorar comigo? – Eu então amarrei a batata no dedo anelar de sua mão direita.
  - Sim! – Ela falou sorrindo e me deu um beijo.
  - AWWWWWWW. – Começamos a rir por causa dos “aw’s” que a mesa inteira fez.
  - Finalmente. – Danny falou. – Achei que você não ia pedir nunca.
  - E quando você vai pedir pra... – Quando eu ia terminar de falar Kirst colocou uma porção de batatas com queijo na minha boca e me olhou feio.
  - Come pra não falar besteira! – Ela disse e depois falou para que só eu ouvisse: - Te explico mais tarde.
  - Dudes. – Tom falou. – O que acham de irmos da “De Laver”?
  De Laver é uma boate que costumamos ir de vez em quando, é um lugar bacana, tem mesas em um canto e uma enorme pista do outro, e bem no meio dividindo o lugar tem um enorme bar com todos os tipos de bebida que se pode imaginar.
  - Eu topo. – Danny falou.
  O resto de nós concordamos, mesmo o “Fletcher Pai” não estar parecendo realmente feliz com Avril indo á uma festa depois de tudo o que aconteceu. Fomos pra casa de Tom porque ás garotas queriam trocar de roupa, não sei pra quê, todas estavam acompanhadas, exceto por Avril, mas provavelmente ela sairia de lá com Danny pendurado nela, só se ele for medroso demais pra fazer isso hoje.
  - Estamos prontas! – Emma falou descendo as escadas.
  (Ligue a segunda música em 0:57, mas não feche a primeira, deixe exatamente como estava)
  As quatro desceram sorrindo, estavam realmente bonitas. Emma estava usando um short brilhoso com uma bata tomara que caia e sapatos de salto, George a pegou no colo e a beijou, ela era quase tão pequena quanto Avril. Hay estava com um vestido branco bem curto, é engraçado de ver como Tom não consegue tirar os olhos das pernas da ruiva, esse ai se faz de santo, mas no fundo é um safadão. Se eu pensei que Hay estava sexy demais era porque eu ainda não tinha visto Avril, ela estava com uma calça de couro, coturnos, e usando um top com toda a barriga de fora, Danny me deu um beliscão no braço.
  - Ai, dude! – Reclamei.
  - Desculpa, é só que... – Ele falou. – Ela tá...
  - Linda. – Suspirei ao ver Kirst.
  Por um segundo pensei que Danny fosse me socar a cara, mas quando ele se deu conta de que eu falava de Kirst e não da Av, ele relaxou do meu lado. Ela estava absolutamente linda, estava de jeans, top branco com tachas com a barriga á mostra e uma jaqueta curta de couro por cima, ela estava com vários colares, e ainda usava a batata frita no dedo. O cabelo louro estava preso num coque desleixado.
  - Você está linda! – Falei dando-lhe um beijo.
  No caminho foi a animação de sempre, mas ainda dava para ver o receio estampado no rosto de Av. Acho que Danny também percebeu, porque a cada segundo ele tentava distraí-la de um jeito diferente. Não sei se as palhaçadas dele estão ajudando muito, acho que todos os pensamentos sobre aquela noite e sobre Dougie, que voltou pra casa da avó dele depois do show, continuam a atormentar a loira.
  Era impossível não sentir a tensão entre Dougie e Avril durante o show, mas fosse o que fosse acabou no instante em que ela subiu no palco, a partir daí foram só sorrisos e alegrias.
  Chegamos ao pub, demos o carro para o frentista estacionar e entramos, o local estava razoavelmente cheio, mas ainda transitável. Pegamos uma mesa na ala do bar e sentamos, estranhamente, em casais, uma hora vou ter que me acostumar com isso. E como Avril e Danny são os solteiros em nosso grupo, sentaram juntos , o que fez aumentar ainda mais a tensão sexual que surgiu entre eles á algum tempo.
  (Ligue a terceira música, mas lembrando, não feixe a primeira, deixe exatamente como estava)
  - OMG, eu amo essa música. – Avril levantou e começou a puxar Danny pela mão.
  - Não, eu não danço! – Danny, SEU TAPADO!
  - Deixa de ser chato Daniel! – É Daniel, deixa de ser chato... E BURRO! – Você é meu melhor amigo, temos que ter momentos assim. – Avril faz biquinho, e ele obviamente não resistiu e saiu com ela pra pista de dança.
  - Friend Zone! – Falo sério olhando pra Kirst, que fala concordando com a cabeça.
  - Vocês dois notaram também? – Hay falou dando um salto na cadeira.
  - Não tinha como não notar também, né! – Em fala rindo.
  - O Jones da MUITA bandeira! – Tom acompanha Em na risada.
  - É, só que agora que ele está na Friend Zone vai morrer congelado, eu fiquei anos preso lá e nunca sai. – George levanta as sobrancelhas.
  Ficamos mais um tempo falando sobre o “casal” e aos poucos todos foram indo para a pista de dança dançar, quando eu cansei voltei para me sentar á mesa e presenciei o momento do Jones tentando, dê MUITA ênfase no tentando, entrar em ação com Avril.
  Eles estavam dançando a musicada Good grils go Bad, do Cobra Starship com a Leighton Meester, mas a dança deles não era uma simples dança casual entre melhores amigos, era o tipo de dança que as pessoas olham e dizem “eles estão namorando, ou pelo menos, transando”. Os corpos estavam colados, as mãos de Danny na cintura de Av, que tinha uma perna de cada lado da esquerda da dele, uma das mãos dela estava nos cabelos de Danny e a outra estava solta ao lado do corpo, então, por uma fração de segundo, eles se olharam fixamente nos olhos, eles já estavam bem próximos, era questão de milímetros, Danny se aproximou ainda mais para beija-la, obviamente, mas ela se afastou, falou algo que não pude escutar por causa da distancia e da música alta e veio em direção á mesa, Danny tentou vir atrás dela, mas Hay colocou uma mão no ombro dele e disse algo e ele desistiu.
  (Ligue outra vez a primeira música, EXATAMENTE ONDE ESTAVA QUANDO PAUSOU PARA BOTAR A SEGUNDA)
  Avril chegou na mesa e se sentou ao meu lado, ficou um tempo em silêncio então pegou a cerveja e tomou um gole.
  - Aquilo foi intenso. – Falei a olhando.
  - É! – Ela concordou. – Mas provavelmente ele só fez por estar bêbado ou pelo calor do momento, sei lá. – Ela me olhou.
  - Eu discordo. – Respondi.
  - Mesmo se fosse algo a mais, não é algo que eu queira no momento, depois de tudo o que aconteceu entre Dougie e eu, quero um tempo, um tempo pra pensar, um tempo pra mim sabe. – Avril tomou outro gole. – E de qualquer forma, se é pra acontecer algo entre Danny e eu, vai ter que ser com calma, Dougie e eu resolvemos apressar as coisas e olha no que deu.
  - Você sente falta dele né? – Ela balançou a cabeça positivamente e olhou pro outro lado, mas isso não me impediu de ver os olhos marejados. – Eu também sinto. Ele era o meu melhor dos melhores sabe, mas eu sempre soube que no momento que complicasse demais ele ia dar um jeito de escapar, é algo sobre ele que se aprende com o tempo. – Ficamos em silêncio por um tempo, então voltei a falar. – Realmente pensei que você o mudaria, anãzinha, mas parece que ele é irreparável no fim das contas.
  - Ele me deixou uma carta. – Avril falou suspirando.
  - É? – Falei como se não soubesse, mas era obvio que eu sabia, fui eu quem deixou a carta em um local que ela pudesse ver depois de ele ter partido.
  - Eu guardei ela, mas se ele perguntar, eu rasguei e joguei fora, ok?! – Ela falou rindo da última parte.
  - Ok. – Ri junto. Comecei a me levantar para dançar com a minha, agora, namorada, mas antes de sair falei ainda uma última coisa para Avril: - Pense bem sobre Danny, diferente de Dougie ele não se deixa levar somente por um momento.

  Narradora POV
  Avril ficou sentada repassando todos os momentos que tivera com Danny e com Dougie, não pode evitar de deixar algumas de suas lágrimas escorrem por seu rosto. Perdida em pensamentos levanta os olhos e olha para Danny que dança ao longe com os amigos, uma sensação quente lhe invadiu o peito e um sorriso bobo brotou devagar no canto de sua boca, se isso era amor, então era a coisa mais fácil de se fazer.

Capítulo 18 - Show time – Extra Chapter (Authoress POV)

  Depois da festa de Cindy um turbilhão de sentimentos invadiram Avril, os acontecimentos que sucederam durante e após a festa mudaram muitas coisas no atual estilo de vida da loura. Mas sem dúvida a melhor e mais marcante experiência havia sido o show! Foi lá na praça de Londres, com a sensação de milhares de borboletas voando em seu estômago, que ela pode finalmente esquecer tudo de ruim que aconteceu com ela nas últimas semanas, pode até esquecer sobre a audiência que aconteceria dali uma semana.
  Nos bastidores ou em cima do palco, não importava, ela simplesmente era ela mesma, sem medo, sem magoas ou cicatrizes. Ela era a mesma Avril de antes agora, como se nunca tivesse se apaixonado por Dougie e o perdido sem motivo aparente, como se simplesmente todas as coisas ruins tivessem desaparecido e só o que restara era a felicidade e a excitação do momento.
  - Nervosa? – O moreno de olhos claros que a conhecia mais do que ninguém, perguntou lhe olhando nos olhos.
  - Muito, Girafão! – Ela lhe mostrou as mãos tremulas e os dois riram do nervosismo dela. – E você?
  - Também! – Ele respondeu sorrindo.
  Avril e George se conheciam dês de muito pequenos, a amizade entre eles era muito forte, sempre que estavam perto um do outro sentiam como se nada pudesse os abalar, juntos eles tinham o sentimento de poder dominar o mundo, mas com o passar dos anos os sentimentos de George por Avril foi ficando mais fortes do que deveriam, e infelizmente eram sentimentos que ela não correspondia. É claro que o moreno nunca deixou que essa paixão que ele sentia pela loura afetasse a amizade dos dois, e agora, felizmente, ele conheceu Emma e toda aquela paixão que ele sentia por Avril deixou de existir, ficando somente o companheirismo e o amor de irmão.
  - Vocês conseguem acreditar? – A ruiva entrou saltitante no camarim onde se encontravam Avril, George e os garotos da McFly. – É hoje? Nós vamos abrir o show deles, parecia tão impossível, mas está realmente acontecendo!
  Hayley sempre foi amiga de Avril, na memória delas não existia nenhum ano em que elas já não estivessem juntas, elas sempre foram inseparáveis, assim como era com George. A amizade das duas era mais forte do que qualquer coisa, elas sabiam que podiam falar qualquer coisa uma para outra, mesmo que a verdade doesse, elas sempre a preferiram do que a mentira.
  - One Night Only, vocês têm dois minutos. – O produtor falou sorrindo para os três e se retirou.
  Os três sorriram e começaram a sair pela porta, foi então que Avril sentiu uma mão segurar levemente seu braço, por algum motivo que ela não conseguia compreender, ela desejava com todas as forças que fosse Danny, mas quando se virou não era o moreno de olhos claros e sorriso marcante que estava ali, era Dougie.
  - Só queria desejar boa sorte. – Ele a olhou fundo nos olhos a fazendo estremecer de leve.
v   - Obrigada. – Ela respondeu.
  Avril começou a virar-se para ir para o palco, mas Dougie a puxou pelo braço fazendo-a virar-se com força e cair em seus braços, e ele então selou seus lábios aos dele. Os segundos pareceram virar minutos, e os minutos horas, o mundo girava devagar e a única coisa que existia era o ali e o agora, os quentes lábios do baixista colados nos doces lábios da cantora, mas mesmo que por um segundo o seu coração tivesse acelerado, seu ar faltado e sua mente girado, aquilo passou rápido, ela não sentia mais a mesma coisa. O mundo voltou ao seu estado normal, os segundos já pareciam segundos outra vez, assim como os minutos, o ar retomou aos seus pulmões e ela abriu seus olhos e afastou com um leve empurrão o loiro de si.   Com os passos ainda um pouco vacilantes Avril saiu em direção ao palco, o publico já gritava pela loira que era a única integrante que faltava lá. Um pouco trêmula respirou fundo e subiu no palco, a luz ofuscou seus olhos por um breve segundo, depois ela viu todas aquelas pessoas gritando por seu nome e sorrindo, uma coragem repentina invadiu seu corpo e com passos firmes andou até o microfone, ela o pegou com o segurança e o levou a boca.
  - OLÁ LONDRES! – Falou com um entusiasmos que nunca sentira antes.
  O público respondeu de volta ainda mais alto do que gritavam seu nome antes. Ela colocou a correia da guitarra apoiando em seu ombro direito.
  - Vamos começar com um cover de uma banda que gostamos muito. – Avril Falou.
  - Acho que todo mundo aqui conhece Nickelback certo? – George falou recebendo gritos entusiasmados e assobios de volta.
  - Acho que isso é um sim. – Hay falou sorrindo, também sendo respondida com gritos e mais gritos. – O nome dessa música é...
  - How You Remind Me! – Avril falou e mais gritos se sucederam.
  (Ligue a música)
  Os primeiros acordes começaram a ser tocados e os gritos foram somente crescendo, a voz de George sendo amplificada pela praça e as pessoas cantando junto, era um sensação surreal, um sensação que nunca poderia ser sentida de outra forma. Avril cantava de back junto com Hay, que estava na bateria. Aos poucos o mínimo que ainda restava de tensão em seus corpos foi se esvaindo e eles se deixaram levar pela música, cantando como se estivessem apenas os três sozinhos na garagem da casa ou no sótão.
  Avril e George cruzavam os olhares e sorriam, ás vezes olhavam para trás e lá estava Hay tão solta tocando a bateria como nunca tinha tocado antes. O publico gritava, pulava e cantava, fazendo daquele momento algo inesquecível. A voz simplesmente saia, era uma sintonia inegável, tudo se encaixava tão bem.
  Enquanto cantava e tocava Avril foi se lembrando de momentos que ela esperava ter esquecido, pelo menos por hoje. Os olhos dela e de Dougie se cruzando pela primeira vez, o beijo inesperado na porta do banheiro, o longo tempo em que se encontravam escondidos por todos os cantos, se beijando como se nunca houvesse um amanhã, o dia em que finalmente abriram o jogo para todo mundo, e como havia sido divertido namorar o cara por quem ela sempre fora apaixonada, e então o fim.
  A festa na casa de Cindy, a bebida, a dança, a tentativa falha de Dougie e então ao problemas maiores, as drogas, o hospital, Danny ao seu lado o tempo todo. Ah, Danny... Um sorriso abriu-se sem querer em seu rosto enquanto uma lágrima escorria por sua bochecha. Ela não entendia ainda muito bem o que estava acontecendo, mas toda vez que pensava no moreno de olhos claros uma sensação quente lhe invadia o peito e um sorriso bobo começava a se espalhar por sua face. Ela poderia não saber agora, mas em breve talvez ela note que o que sente por aquele a quem chama de melhor amigo é muito mais que apenas amizade.
  (Desligue a música)
  A música terminou e os gritos se intensificaram, os sorrisos nos rostos deles eram enormes, nenhuma memória nunca poderia bater esta.
  - Agora iremos tocar uma música que foi escrita por Hay. – Avril falou sorrindo.   Avril saiu e entregou a guitarra para a amiga, pegou o baixo de George e ele se sentou na bateria. Hay se posicionou mais ao centro e encarou o publico.
  - O nome da música é The Only Exception!   (Ligue a música)
  - Coloquem os celulares e isqueiros para cima, não importa se a luz permanecer ou se apagar! – Hay falou enquanto os primeiros acordes da música eram tocados. – Isso é lindo!
  A música falava muito sobre a vida de Hay, coisas que ela não sabia como lidar na época, mas que agora pareciam muito mais fáceis de serem ditas e lembradas sem sentir dor. Na época essa fora a única forma que ela conseguiu encontrar para desabafar, por mais que ela chorasse nos ombros de seus melhores amigos, parecia que a sensação pesada no peito nunca iria embora.
  Os pais brigavam constantemente, e isso a machucava mais do que qualquer coisa.   Logo depois disso eles decidiram montar a banda, depois disso a amizade só se fortaleceu, assim como eles mesmos, juntos nada os derrubariam, juntos eles eram fortes, juntos eles tinham tudo o que precisavam, apoio, amor, carinho, união, conforto, e quando necessário também uns puxões de orelha.
  No refrão ela olhou para os amigos, os olhos marejados e um sorriso estonteante no rosto. Ela olhou para um pouco mais além e lá, na pequena divisa entre palco e backstage estava Tom, com um sorriso no rosto, quando os seus olhos se cruzaram ele sussurrou articulando bem a boca para que ela entendesse “Eu te amo!”.
  - You are the only exception! – Ela cantou olhando para ele ainda. – Isso é tão lindo!
  Seu coração pulava dentro do peito e a sensação de paixão lhe invadiu o corpo, o sorriso se alargou ainda mais e ela não pode evitar fechar os olhos e se deixar levar pela música. Quantas vezes ela já não havia sonhado com aquilo? Quantas vezes ela já havia passado horas imaginando como seria o dia em que ela finalmente conhecesse Tom ou o dia em que finalmente sua banda estaria fazendo um show? E agora tudo se realizara, tudo junto. Não existiria nunca, no mundo, um momento mais perfeito do que aquele.
  Avril tocava feliz e cantava junto com sua melhor amiga, foi então que ela olhou para o backstage, Dougie e Danny lado á lado, os dois a olhavam, os dois pares de olhos mais lindos que ela já tinha visto na vida estavam pousados sobre ela. Danny, entretanto quando notou os olhos de Avril sobre si sorriu e sussurrou do mesmo modo de Tom, mas também no ritmo da música “you are MINE only exception”. Ela enrubesceu e sorriu largamente, seu coração acelerou de leve e ela sentiu como se mil borboletas voassem livres em seu estomago. Foi então que ela percebeu...
  “Será que eu o amo?”
  Por mais que ela tentasse afastar esse pensamento ele não ia embora, parecia que enquanto mais ela tentava se deixar levar pela música, mais a música a levava diretamente para ele, mais os seus pensamentos se voltavam para aquele par de olhos azuis, para aquele sorriso estonteante, para aquele corpo forte e para aquela voz levemente rouca que a deixava louca. Mas ela não queria se apaixonar outra vez, ela não queria estragar tudo o que ela tinha com Danny, aquela amizade que a ajudara a se reerguer em um dos momentos mais difíceis que ela tivera, apesar de todos os outros também estarem ao seu lado, ela sabia, ela sentia, que fora Danny quem a fizera persistir, que a fizera permanecer de pé. Então ela decidiu que por mais que o amasse, nunca, nunca, NUNCA estragaria a amizade por um amor incerto, talvez ela nunca se apaixonasse outra vez.
  Danny a olhava de longe, ele não compreendia como alguém podia ser tão simplesmente perfeita para ele, como uma garota poderia ter todas as qualidades que ele mais prezava, como ela poderia ser assim. Mas o amor não foi feito para ser compreendido, e nem explicado, ele foi feito para ser sentido, para ser intenso, para te tirar do chão e te levar às nuvens, para tornar tudo melhor. O amor é simples e complicado, forte e delicado. É devastador de tantas diferentes maneiras! Então para que perder tempo pensando em algo que não deve ser pensado e sim sentido? Para que perder tempo tentando explicar o inexplicável? Foi então que ele decidiu que tentaria conquista-la durante todos os dias de sua vida, até seu último suspiro, até ver pela última vez aquele par de olhos sinceros, até fazê-la sua.
  - And I’m on my way to believing. – Os últimos versos chegaram – Oh, and I’m on my way to believing! – E eles abalaram por um segundo o que Avril tinha decidido, fortificado a decisão de Danny e fortificado o amor que já existia. – Obrigada.
  Os gritos e aplausos mais uma vez encheram os ouvidos e os corações dos três. Avril e Hay abandonaram a guitarra e o baixo no tripé e pegaram os violões. Agora era a música dela, seu coração pulava dentro do peito, aquela canção se encaixava tão bem em tudo o que tinha acontecido recentemente que parecia que ela tinha a escrito poucos minutos antes do show.
  (Ligue a música)[eu alterei um pouco a tradução do que ela fala com o Evan antes de começar a música]
  - Todas as noites em que estivemos escrevendo músicas juntos, essa com certeza foi a que mais refletimos. – Avril falou enquanto George se direcionava para pegar o terceiro violão e se sentar ao lado das amigas. – É uma música que mexe bem com o que se sente. Vocês não acham? – Ela falou olhando para eles.
  - Com certeza. – George respondeu.
  - Essa foi uma das primeiras músicas que já escrevemos juntos, né? – Ela falou, agora que George estava sentado ao lado de Avril, a deixando no centro do palco.
  - Essa é uma das músicas mais bonitas que já escrevemos juntos. – George falou sorrindo.
  - Fala muito sobre momentos em que todos passamos pelo menos uma vez na vida. – Hay falou.
  Os gritos dos fãs os davam mais coragem para continuarem a contar a história, e mais coragem ainda para tocar as suas músicas.
  - O nome desta música é Everybody Hurts! – Todos gritaram animados. – Devemos tocar Everybody Hurts? – Em resposta o público gritou. – Okay! – Ela disse.
  George, Hay e Avril começaram então a tocar em seus violões os primeiros acordes e todos sentiram a onda de calmaria, a onda leve que a música trazia. A voz de Avril ecoou pela praça, a voz doce que fez os corações de certos dois caras de olhos claros disparar de leve, e os fez sentir como se fossem meninas de dez anos vendo uma Barbie nova. Quando a primeira frase, da primeira estrofe chegou aos ouvidos de Dougie, quando ele assimilou o que ela significava seu coração se partiu de leve.
  Ele tinha escutado que a música tinha sido uma das primeiras a serem escritas, mas mesmo assim parecia que tinha sido escrito á poucos dias, parecia o desabafo da loura sobre os recentes acontecimentos. Talvez a escolha desta música tenha sido aleatória, ou talvez proposital, nada mais justo, ele pensou, ele partiu seu coração de uma forma tão cruel, agora ela tem o direito de se expressar sobre isso.
  - Everybody screams, everybody feels this way, and that’s okay! – Ela cantarolou, fechou os olhos de leve e deixou que a música a levasse para longe dali em pensamento, ela não queria pensar em tudo o que aquela junção de palavras poderia trazer á tona.
  George e Hay entraram junto de back agora, dando mais força para Avril continuar, eles sentiam que talvez a música pudesse fazê-la fraquejar, mas estava na hora de ela colocar tudo pra fora, de ela liberar tudo o que tinha guardado até agora e poder se permitir voar. O público gritava de exaltação, colocavam as mãos para o ar e aos poucos, um á um, foram levantando celulares, isqueiros e qualquer outros aparelhos luminosos que possuíam ali, deixando o momento ainda mais bonito. Eles já cantavam o refrão junto, tinham pego rápido as palavras e o ritmo da música, nada mais perfeito poderia acontecer agora.
  Ela sentia os olhos do loiro, a quem tinha amado, queimando em suas costas, como se ele a fitasse tão intensamente que quase poderia ver o que se passava em sua mente agora. Mas não era difícil de imaginar que os dois pensavam na mesma coisa “e se”.
  “E se eu tivesse feito diferente?” “E se tivéssemos feitos as coisas na velocidade correta?” “E se nós ainda estivéssemos juntos?” “E se nunca tivéssemos começado a ficar juntos?” “E se eu tivesse estado lá, será que as coisas estariam diferentes?” “E se não era amor de verdade?” “E se era só mais uma atração?” “E se eu tivesse sentido a mesma coisa quando ele beijou, será que ficaríamos juntos outra vez?” “E se ela estiver apaixonado por outro?” “E se tentarmos outra vez?”
  Avril queria se virar e olhar, ver se ele estava a encarando, mas não podia, permaneceu olhando para público e depois voltou a fechar os olhos se deixando levar pela batida dos violões e pela canção.
  Danny não sabia o que pensar, ele sabia que música era antiga, afinal, essa foi a musica que eles a ouviram cantar pela primeira vez, mas parecia muitas indiretas para Dougie. Será que ela ainda o amava? Ele se sentia mal por isso, afinal, ele a amava, e gostar da garota que ama seu melhor amigo, e que seu melhor amigo também ama, é algo que ele taxaria como traição, mas ele não pode deixar de sentir, ele não pediu para isso acontecer, simplesmente estava ali, simplesmente tinha surgido, não havia nada que ele pudesse fazer agora. Mas será que o certo seria afasta-la? Isso doeria muito, mas se ela ainda o ama... Se eles ainda se amam, talvez seja o certo. Dougie faria isso por ele!... Não faria?
  Ele olhou para o amigo e jurou ter visto uma lágrima. Dougie sorriu e saiu de fininho indo em direção ao camarim, Danny queria segui-lo e contar o que estava acontecendo, mas não tinha coragem. Talvez não houvesse certo ou errado nessa história toda, talvez só fosse o que fosse, ele só tinha que parar de pensar e deixar as coisas acontecerem, deixar que a vida tomasse partidos e os guiasse pelos caminhos corretos. É como sua avó costumava a dizer “Deus escreve certo em linhas tortas”, o destino faz muitas voltas até chegar em um ponto específico, tudo isso pelo o que passaram vai os levar em algum lugar, e no fim entenderam os meios e os fins, e não questionaram, serão apenas felizes.
  (Desligue a música)
  - Muito obrigado! – Avril falou emocionada.
  O show seguiu normal depois disso, Avril simplesmente desligou a memória e parou de buscar motivos e razões, ela não queria pensar mais. Veio a outra música de Hay, Decode, depois mais uma de Avril, When Your Gone, George com You and Me e Say You dont want it. Então chegou o dueto que Avril e George cantariam, ela já estava se preparando para anunciar a música quando George começou a falar.
  - Essa música é mais um cover, estava planejado para ser um dueto meu e de Avril, mas resolvemos fazer uma surpresa para vocês e para ela. – Ele riu e Avril ficou confusa quando Danny começou a entrar no palco e todos começaram a gritar.
  - O dueto vai ser cantado agora com Danny! – Hay falou seguido de um “woo-hoo”.
  Danny sorriu e Avril não conseguiu evitar sorrir de voltar, os seus cabelos escuros estavam em perfeito contraste com a pele clara e os olhos azul céu. Já ela com seu cabelo louro, parecia um anjo, tão linda como nunca.
  - Boa noite! – Danny gritou e recebeu gritinhos histéricos de volta, o que provocou um pouco de ciúmes em Av. – Bom, o nome da música é...
  - Iris! – Avril falou sorrindo.
  (Ligue a música)
  A música começou, ambos com os corações disparados deram as mãos, os microfones um ao lado do outro, George estava na guitarra, Hay no violão, Harry entrou pra bateria, Tom para o teclado e Dougie entrou no baixo.

  E eu desistira da eternidade para te tocar
  Pois eu sei que de alguma maneira você pode me sentir
  Você é o mais próximo do paraíso em que eu jamais estarei
  E eu não quero ir para casa agora

  Avril olhou para Danny e sorriu enquanto cantava, as palavras fluindo de sua boca e tocando fundo no coração de Danny.

  E tudo que vejo é este momento
  E tudo que respiro é sua vida
  Porque mais cedo ou mais tarde isso irá acabar
  Eu só não quero sentir sua falta esta noite

  Ela desejou poder sentir o sabor dos lábios dele nos dela, a sensação tê-lo pra si e de estar em seus braços.

  E eu não quero que o mundo me veja
  Pois não acho que eles compreenderiam
  Quando tudo é feito pra não durar
  Eu quero apenas que você saiba quem sou eu

  Os olhos se cruzaram e se sustentaram, dava para sentir o que tinha ali, era algo tão bonito, e desejável, que era impossível de se lutar contra.

  E você não pode enfrentar as lágrimas que não vem
  Ou o momento de verdade em suas mentiras

  A voz de Danny a fez estremecer de leve, seu coração palpitou, seu ar faltou e por um segundo ela quis dar um gritinho para liberar a estranha sensação que se formara em seu peito.

  Quando tudo parece como nos filmes
  Sim, você sangra apenas pra saber que está viva

  Suas vozes se fundiram em uma só, como se dissessem que eram perfeitos um para outro, como se mostrassem que não importam quantos obstáculos ainda possam vir, que eles sempre terão um ao outro.

  Não quero que o mundo me veja
  Pois não acho que eles compreenderiam
  Quando tudo é feito pra não durar
  Eu apenas quero que você saiba quem sou eu

  Suas mãos apertadas uma contra a outra fazia com que sentissem mil cargas elétricas passando de um corpo para o outro, a sintonia que eles tinham era inegável, era algo perceptível a quilômetros de distancia. Ambos sabiam, ambos sentiam aquilo, ambos queriam... Mas não se permitiam! Eles tinham deixado a música os levarem e estão dançando no palco enquanto os outros tocavam o solo, o público gritava em resposta, todos provavelmente esperando uma grande revelação no fim da música, mas que nunca chegaria. Por um breve segundo chegaram tão perto que cogitaram a ideia de se beijarem, mas Avril não teve a mesma decisão, e disfarçadamente riu e se virou indo direção outra vez ao microfone.

  E não quero que o mundo me veja
  Pois não acho que eles compreenderiam
  Quando tudo é feito pra não durar
  Eu apenas quero que você saiba quem sou eu

  E não quero que o mundo me veja
  Pois não acho que eles compreenderiam
  Quando tudo é feito pra não durar
  Eu apenas quero que você saiba quem sou eu

  Eu apenas quero que você saiba quem sou eu
  Eu apenas quero que você saiba quem sou eu
  Eu apenas quero que você saiba quem sou eu

  A música terminou e Avril pulou no pescoço de Danny, ela sorria feliz, assim com o resto das duas bandas. Avril, George e Hay foram até a frente do palco e fizeram uma reverência, agradecendo os aplausos e gritos, enquanto isso o McFly saia de “fininho” para fazerem a entrada triunfal outra vez.
  - Muito obrigada gente, essa com certeza foi uma noite inesquecível. – Avril falou.
  - Esperamos que seja a primeira de muitas que ainda estejam por vir. – George completou.
  - Muito obrigada, de coração. – Hay estava sem palavras sorrindo sem parar. – Agora fiquem com a banda McFly! – Ela gritou e os três saíram do palco ao som de milhares de fãs gritando, as luzes baixas e uma onda de fumaça artificial invadindo o palco.

Capítulo 19 - She was all I thought about

  Os últimos dias têm sido estranhos. Depois da cena do pub as coisas ficaram intensas, eu não sei o que dizer pra Avril, e nem ela para mim. Ela já voltou para a escola, mas estamos nas últimas semanas antes das festas de fim de ano. A neve já começou a cair, as ruas de Londres estão tão brancas quanto um pedaço de algodão. Engraçado como Avril se enche de casacos, luvas e toucas para sair de casa, ela fica parecendo um urso polar, ela gosta de vestir branco no inverno, mais uma das coisas estranhas sobre essa garota.
  - Danny! – Hay pulou nas minhas costas no meio do corredor da escola.
  - E ai ruiva! – Falei sorrindo.
  - Então... Eu sei que Tom te conta tudo e sei que você sabe sobre uma coisa que ele não quer que eu saiba...
  - Nem vem, não vou te contar o que ele comprou pra você de Natal, e nem quem ele tirou no amigo secreto! – Falei cruzando os braços.
  - Por favor, Danny! – Ela falou fazendo aqueles olhinhos do gato do Sherek.
  - Nop! – Tentei ficar sério, mas simplesmente não dá, comecei a rir da cara emburrada de Hay.
  Chegamos em frente ao meu armário, estava guardando meus materiais e pegando a chave do carro, o ultimo período tinha acabado á pouco tempo e os corredores estavam lotados de alunos em seus armários colocando seus casacos e pegando suas chaves.   Hay se despediu e foi pegar suas coisas, hoje iríamos para casa do Tom ajudar os Fletcher’s a montarem sua árvore de Natal e decorarem a casa, cada dia dessa semana decoramos uma casa diferente, segunda foi a de Harry, a mãe dele nos fez biscoitos e nos deu leite, como se ainda tivéssemos sete anos, mas eu gostei, a tia Judd é uma ótima cozinheira. Na terça decoramos a minha, meus pais foram visitar meus avós e deixaram a decoração da casa para mim e para a minha irmã, então a ajuda foi bem necessária, na quarta fomos para a de Dougie, mas Avril não quis ir, eu suspeito que seja por causa do beijo que ele deu nela no dia do show. Na quinta tivemos aulas extras, então não fomos para a casa de Tom, e por isso fomos hoje sexta-feira.
  - Dude! – Dougie parou ao meu lado. – Eu não vou poder ir, avise o Tom por mim. – Ele falou e antes que eu pudesse falar qualquer coisa ele saiu.
  Dei de ombros, fechei meu armário e fui indo em direção ao estacionamento.
  - Danny! – Ouvi alguém gritar meu nome. – Danny ESPERA! – Me virei, e lá estava Avril, correndo com suas meias ¾ pretas, sapatilhas, saia xadrez, blusa de caveira, touca e casaco brancos. Parei e esperei que chegasse até mim. – Vou ter que ir com você. – Ela falou ofegante, as bochechas levemente coradas. – Tom vai levar Hay, George, Harry e Dougie.
  - Na verdade Dougie não vai ir mais, então se preferir ir com o Tom...
  - Não é por causa de Dougie que eu não ia com Thomas! – Ela falou um pouco brava. – Desculpe, essa historia toda ainda me deixa um pouco tensa. – Ela olhou para o lado por um segundo e depois voltou a olhar para mim. – Nós precisamos conversar.
  - Oh! – Falei. – Então vamos.
  Caminhamos silenciosamente lado a lado até o meu carro, entramos, colocamos os cintos de segurança e eu dei partida no carro, Avril estava muda, e eu também, mas ora bolas, ela que tinha dito que queria conversar, não eu, e agora fica quieta como se esperasse que eu começasse um assunto? Eu não tenho nada para falar com ela, na verdade eu tenho muitas coisas para falar com ela. Ela é minha melhor amiga, a cena do pub foi só o calor do momento e a bebida, eu não estou apaixonado por ela. EU NÃO POSSO ESTAR!
  - Olha... – Nós dois falamos ao mesmo tempo e depois rimos. – Você primeiro. Não você. Pare de falar junto comigo! – Começamos a rir sem parar, a tensão se esvaio e me senti outra vez na presença da Avril Lavigne Fletcher eu conheci.
  - As damas primeiro. – Falei depois que paramos de rir.
  - Eu não quero que as coisas fiquem estranhas entre nós, Danny. – Ela falou me encarando. – Você é muito importante para mim, e o que acontece no pub foi...
  - Calor do momento, eu sei. – Falei. – Você teve toda razão e todo direito de sair de lá, se tivéssemos nos beijado as coisas estariam muito esquisitas entre nós agora, mais do que ficaram só pelo fato de ter quase acontecido. E eu não quero perder você.
  - Nem eu quero perder você, Dannyzão. – Ela falou e depois riu, a risada dela é simplesmente contagiante, não pude evitar rir, se você ouvisse o som da risada dela você entenderia, eu simplesmente não posso evitar, poderia ficar escrevendo páginas e mais páginas sobre o jeito que ela sorri e o som de sua risada, mas é melhor parar por aqui.
  Chegamos a frente à casa dos Fletcher e descemos do carro. De repente Avril ficou séria.
  - O que foi? – Perguntei.
  - Nada. – Ela falou baixinho.
  - O que houve Avril?
  - Nada só... – Ela suspirou e então eu atirei uma bola de neve nela. Ela me olhou com a boca aberta depois riu.
  Ela me tocou outra, e eu outra nela e assim começamos uma guerra de neve. Ela ria constantemente enquanto me acertava no rosto e na bunda, seu casaco branco a fazia parecer simplesmente pertencer a aquele lugar, ela ficava bonita assim no meio da neve, comecei a correr atrás dela, ela ia se escondendo por trás de árvores e postes, dando voltas, corremos mais um pouco e chegamos em uma praça, que agora estava vazia por causa de toda a neve, consegui finalmente a alcançar e caímos os dois lado a lado, rimos até a barriga começar a doer, então ela ficou séria.
  - Algo errado? – Perguntei.
  - Nada errado, está tudo ótimo na verdade.
  - Não estou perguntando sobre o momento, estou perguntando sobre o que acontece ai dentro da sua cabeça. Sei que tem algo errado! – Falei.
  - É estranho como em tão pouco tempo conseguimos nos conhecer tanto. – Nos aproximamos um pouco mais, começamos a sentir a respiração um do outro nos rostos, as nuvens brancas saindo de nossas bocas. – Você simplesmente sabe tudo sobre mim, e eu sei tudo sobre você.
  - Claro que sabemos. – Falei.
  - Sabe, antigamente eu costumava achar que quando duas pessoas se conhecem tanto, quando tudo começa com uma simples amizade, e é tudo tão verdadeiro, simples e puro, que essas duas pessoas foram feitas para ficar juntas para sempre, que eram...
  - Almas gêmeas! – Completei sua frase.
  - Agora penso que é bobagem, principalmente depois do acontecido. – Ela falou e suspirou. – Acho que eu preciso só de alguém em que eu possa confiar e sei lá... Curtir.
  - Tipo o filme Amizade Colorida? – Perguntei estreitando os olhos.
  - É, tipo isso. – Ela riu. Ficamos um tempo em silêncio, cogitando a ideia.
  Ela olhou para mim, os olhos azuis dela nos meus, aos poucos fomos chegando mais e mais perto, os olhos dela foram se fechando e os meus também, eu podia sentir o calor de seus lábios á milímetros dos meus, e finalmente nós os selamos. Os lábios dela tinham gosto de cereja com halls, e eu tenho certeza que a cereja vem por causa do gloss avermelhado que ela passa todos os dias.
  Primeiramente o beijo foi doce, calmo, sem língua, só nossos lábios selados um ao outro se movimentando levemente, mas então ela abriu levemente a boca, e eu fui introduzindo minha língua entre seus lábios, quando ela sentiu minha língua ela começou a colocar a dela também, eu me inclinei levemente mais para cima dela, dando mais movimento para o nosso beijo. Nossas línguas faziam movimentos ora de vai e vem ora circulares e ora somente chocavam-se uma contra a outra as fazendo entrarem em uma dança compassada e muito... Qual é a palavra mesmo? A sim, excitante.
  As mãos dela passeavam por meus cabelos e arranhavam levemente a minha nuca, agora entendo porque Dougie tinha tanta vontade de agarrá-la o tempo todo e de... Bom, você sabe! Minhas mãos estavam em seu rosto e sua cintura, ela começou a me beijar de uma forma mais voraz e eu simplesmente segui seu ritmo. Ela dava pequenas mordiscadas em meus lábios e chupava minha língua de leve, sua língua passeava por minha boca fazendo-me sentir o gosto mentolado do halls que ela tinha comido minutos antes, suas mãos se apertavam cada vez mais aos meus cabelos e sua cintura se inclinava a cada minuto um pouco mais para cima, fazendo com que nossos corpos se encostassem e que eu colocasse as mãos em suas costas.   Lentamente o beijo foi perdendo sua voracidade, levemente regredindo, nossas línguas dançando uma com a outra, levemente recuando, as bocas fechando-se devagar e infelizmente o selinho final. Ela me olhou profundamente nos olhos e deu um sorriso leve, chegou perto do meu ouvido e sussurrou fazendo-me arrepiar todo. Ao processar suas palavras corretamente e compreender sua proposta a vi se distanciar, e o mais rápido que pude me levantei e fui atrás dela. Lembrei que tinha uma garrafa de vinho no porta-malas e peguei antes de entrarmos na casa dos Fletcher.
  É claro que nem ela, e nem eu levaríamos isso para o lado emocional, amigos com benefícios e nada mais, iríamos somente curtir um com o outro até encontrarmos alguém de quem realmente gostássemos, alguém a que amassemos, mas até lá, álcool, rock e... Bem, você sabe... Sexo!

FIM



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