2774

Escrito por Anna Sanguinetti | Revisada até o capítulo 12 por Lelen | Naty

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Capítulo 1

 Acordei com um ser humano pulando em cima de mim.
  - Acorda, - minha irmã disse enquanto continuava a pular em cima de mim.
  - Para de pular em mim primeiro - ela se sentou com pernas de índio e ficou me olhando.
  - Nunca me viu, cara de pavio?
  - Sempre te vejo, cara de percevejo - sorriu.
  - E aí, por que me acordou?
  - , hoje é o dia de você ir pra Austrália.
  - Nossa, é mesmo - coloquei a mão na boca enquanto via a data.
  - Papai mandou avisar que o seu voo sai às 5 da tarde e que a vem aqui às 4 pra vocês poderem ir embora - fez carinha de triste. Peguei ela e a fiz deitar comigo.
  - Calma, baixinha. Você vai poder me visitar nas férias. E além do mais, eu só vou estudar, viu?
  - Tudo bem. Te espero lá embaixo pro café da manhã - me deu um beijo no rosto e saiu.

 Então era hoje. Eu tinha até me esquecido. Nós moramos em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. Eu já disse que amo Minas? Me dá até um aperto no coração saber que hoje eu vou embora e sei lá quando eu irei voltar. Minhas malas já estavam prontas e arrumadas num canto do quarto. A maioria das minhas coisas já estavam embrulhadas em caixas para que meu pai as mandasse pra Sidney.

 Me levantei e arrumei minha cama. Calcei minhas pantufas de coelhinho e fui ao banheiro. Escovei meus dentes e fui tomar um banho. Vesti meu roupão e fui até minha escrivaninha. Peguei minha roupa e a vesti. Peguei meu celular e desci. Cheguei à cozinha e minha mãe estava fazendo o café da manhã.
  - Bom dia, mãe - dei um beijo em seu rosto.
  - Bom dia, .
  - Cadê todo mundo?
  - Seu irmão está jogando basquete, sua irmã foi trocar de roupa - minha mãe colocou o suco na mesa - Olha ela ai.
  - Tem aula de dança hoje, baixinha? - Sentei-me à mesa.
  - Tem. Me leva? - fez bico.
  - Tá bom.
  - Bom dia família - meu irmão tinha acabado de chegar e se sentar ao lado da . Já disse que a relação dos dois é muito fofa? Pois é.
  - Bom dia - respondemos juntas.
  - Cadê o papai? - perguntou enquanto se servia de suco e pão de queijo.
  - Teve que ir à casa dos pais da pra resolverem tudo sobre a viagem.
  - Não acredito que você não deixou a me levar - fez bico. Eu ri.
  - Nas férias vocês vão me ver, ok?
  - Mas ainda demora - fez bico.
  - Podem parar de fazer bico. Os dois - fiz uma cara de séria. Começamos a rir.
  - Tenho que levar o ao médico. Vamos?
  - Ah manhê, eu já tenho 16 anos - bufou.
  - Mas ainda é menor de idade. Escova os desntes. Te espero no carro. Vocês também, meninas.

 Nós três subimos as escadas e cada um foi pro seu quarto escovar os dentes. Fui a primeira a descer, fiquei esperando os dois lá embaixo. Eles desceram e fomos. Minha mãe dirigiu até onde minha irmã faz suas aulas. Descemos. Minha irmã entrou correndo pra se trocar.
  - , quando a aula dela acabar liga pro Matias e pede para ele vim buscar vocês, ok? - Ok. Entrei no estúdio de dança e minha irmã já estava trocada, como sempre ela estava de azul. Era minha cor preferida e ela usava pra me agradar. Às vezes funcionava. Os pais das outras meninas não podiam ver os ensaios, mas como eu já tinha participado do Studio podia ficar. Parei porque iria viajar.
  Depois de uma hora, as meninas já tinham pegado a coreografia que a professora tinha passado. A música começou a tocar pela décima vez e elas começaram a dançar.
  - Muito bem, meninas. Hoje foi uma aula ótima. Semana que vem começaremos a coreografia pra apresentação mensal.
  As meninas foram em direção aos vestiários para tomar banho e trocar de roupa. Vinte minutos depois, minha irmã me encontra.
  - Vamos, baixinha?
  - Vamos. Estou com fome.
  Peguei meu celular e liguei para Matias.

Liagação ON
  - Senhorita ?
  - Oi Matias. Será que você poderia vir buscar eu e a no estúdio de dança?
  - Claro.Chego ai em dez minutos.
Ligação OFF

 Guardei meu celular no bolso. Matias chegou um tempo depois e fomos pra casa.

P.O.V
  Já é uma da tarde e eu já revisei minhas malas umas três vezes. Estava muito ansiosa pra poder ir pra Sidney. Ainda mais depois que descobri que a 5 Seconds Of Summer mora lá e está de férias depois de ter feito a turnê com o One Direction (N.A.: Imaginem que a turnê que eles fizeram com a 1D seja a Take Me Home Tour). A é Directioner de carteirinha. O preferido dela é o Zayn e o meu é o Niall. Através deles eu acabei conhecendo os meninos da 5SOS e vamos dizer que já sou do fandom.
  - , trate de vir aqui agora - bufei. Minha irmã sempre me enchia a paciência. Ela acha que pode mandar em mim apenas por ser mais velha.
  - Que foi ?
  - Não se faça de desentendida. Eu sei que foi você que mexeu no meu guarda roupa.
  - Eu hein. Até parece que eu iria querer esses montes de roupas rosas. Existe outras cores no mundo, sabia?
  - Não mude de assunto eu quero minhas roupa novas agora.
  - Já passou pela sua cabeça que elas podem estar na sala?

 Sai dali bufando. sempre me culpava por tudo. Dava vontade de bater a cara dela na parede. Sério. Desci pra sala e como era de se esperar as centenas de sacolas dela estavam perto da porta. Apenas sentei e liguei a TV. Estava passando Pretty Little Liars. Eu e a amamos essa série. Começou a passar uma maratona de espisódios e eu simplesmente perdi a hora. Quando fui checar meu celular, já eram quase quatro e meia.
  - Puta que pariu.
  Tive um semi ataque. Mandei mensagem pra me encontrar no aeroporto. Mandei também pro meu pai pra que ele e minha mãe viessem me pegar pra me levar ao aeroporto. Entrei correndo no meu quarto quase vazio e fui direto ao banheiro. Tomei um banho rápido. Peguei minha toalha e me cobri, peguei uma roupa qualquer na mala e me vesti. Peguei minhas malas e coloquei todas lá na sala. Depois peguei as caixas com minhas coisas e deixei lá embaixo para que o pai da pegasse e mandasse no dia seguinte pra gente.
  - Vamos, filha - meu pai entrou em casa pegando minhas malas e levando pro caro. Peguei minha bolsa e mais duas malas que restavam. Guardei tudo correndo e entrei no carro. Olhei em meu celular e faltava dez pras cinco. Suspirei aliviada. O aeroporto ficava a uns cinco, seis minutos da minha casa.

 Assim que cheguei peguei um carinho e os levei até o carro de papai. Fomos tirando as malas. Entramos no aeroporto internacional de Belo Horizonte e de cara encontrei com e com sua familia. Fiquei um pouco triste pois não me despedi de , mas tudo bem. Chegamos perto deles e começamos a nos despedir. Choramos muito, claro. Até o irmão da chorou.

 - Vôo 2774 para Sidney, Austrália. Ultima chamada para o embarque.

 Abraçamos todos pela ultima vez e fomos fazer o chek-in. Passamos e fomos para o avião. Sorte que minha cadeira era do lado da de .
  - Não acredito que estamos indo mesmo - disse enquanto me ajeitava.
  - Eu sei. Estou louca pra ver a casa que nossos pais compraram.
  - Eu só sei que tem piscina e é perto da praia. Meu pai deixou escapar - sorri.
  - Tomara, eu amo andar - bateu palmas.
  - Eu sei.
  - Perai vamos tirar uma foto pros meus 5 mil seguidores no instagram.
  - Exibida - ri.
  Ela pegou o celular e tirou uma foto. Até que ficou bonita. Ela postou e dois minutos depois já tinha mais de 400 likes. Peguei meu fone e meu celular e coloquei no aleatório. Começou a tocar Shes Look So Perfect do 5SOS. Tive que trocar senão eu não iria conseguir dormir. Coloquei Somebody To You do The Vamps.

P.O.V
  A já tinha dormido há mais de uma hora e eu aqui parecendo um zumbi. Já estava começando a escurecer e eu sem nada pra fazer. Uma aeromoça passou perto de mim.
  - Com licença, mas aqui tem wi-fi?
  - Não, mas temos internet wireless.
  - Isso é wi-fi -fiz cara de óbvia.
  - Não seja malcriada - e saiu.

 Eu hein. Mulher doida. Conectei meu lap-top ao wi-fi e fui ver se tinha notícias da 1D. É, sou directioner fanática. Depois de 2 horas no face e no instagram eu simplesmente cansei. Mas não a ponto de dormir. Guardei meu lap-top e peguei meu caderno e meus lápis. E comecei a desenhar. Deve ter passado uns 40 minutos quando a acordou.
  - Bom dia, projeto de anã - disse. A é baixinha.
  - Bom dia, projeto de gigante. Quantas horas?
  - Não sei. Não tem nem como saber.
  - Que tá fazendo?
  - Desenhando.
  - Tô com fome.
  - Aperta esse botão ai que a aeromoça vem.
apertou o botão e a aeromoça veio. Sorte que era uma diefrente. Ufa.
  - O que quer, senhorita?
  - Um pedaço de torta e suco de morango.
  - Que tipo de torta?
  - Tem torta de frango?
  - Temos.
  - Então pode ser. Traga duas fatias de torta, por favor.
  A aeromoça saiu.
  - Por que duas fatias?
  - Você tem que comer. E eu sei que trouxe uma garrafinha de suco de laranja - sorriu.
  - Olhe, terminei.
  - Ficou incrível como sempre. Também, com um homem desse de modelo.
  - Tira os olhos que ele é meu, tá? - rimos.
  A aeromoça veio e trouxe a comida.
  - Aqui, senhorita.
  - Obrigada.

 Comemos tudo e ficamos acordadas até pousarmos na Austrália. Pegamos nossas mochilas e saímos do avião. Fomos andando até a esteira pra achar nossas malas. Até que a lerdinha da esbarra em alguém e derruba o celular do menino.
  - Me desculpe - ela disse em inglês e se abaixou pra pegar. No mesmo instante o menino abaixou também. Quando eles subiram os olhos ficaram se encarando até que disse. - Você é o Calum da 5 Seconds Of Summer?
  - Sim, sou eu - sorriu - E vocês são? - finalmente notou a minha presença.
  - Essa é a e eu sou a . Bem, temos que ir. Desculpa mesmo.
  - Tudo bem.
  Eu e continuamos a andar. Mas ela não parava de olhar pra trás e sorrir bobamente. Acho que alguém está apaixonada.
  - O que é 5 Seconds Of Summer? - ela me olhou como se fosse maluca.
  - O quê? Ai Deus. É aquela banda que tocou no show do One Direction. Aquele que nós fomos em Londres.
  - O único que fomos em Londres.

 Achamos nossas malas e tivemos que pegar três carinhos. Eram muitas. Fomos a porta do aeroporto e estava um pouco quente. Não tanto quanto no Brasil. Achamos um táxi vago e demos o endereço ao motorista. Meia hora depois, chegamos a uma praia que tinha algumas casas perto.
  - Esse é o endereço. A casa das senhoritas é lá na frente. Não tem como o carro chegar lá.
  Pagamos e agradecemos o motorista. Agora tínhamos duas garotas com 8 malas grandes sem saber onde ir.
  - Bem, ele disse que é lá na frente, vamos indo.
  Pegamos as 8 malas e fomos andando. Confesso que foi difícil. Depois de 10 minutos eu estava semi morta.
  - Que número seu pai disse que era?
  - Quarenta e cinco.
  Andamos mais uns 5 minutos e achamos a tal casa. Ela era incrível.
  Soltamos as malas e ficamos de boca aberta. Apenas saímos correndo e gritando.

Calum P.O.V
  Fazia dois dias que eu encontrei com aquela menina. O nome dela era difícil e o da amiga mais ainda. Tenho certeza que não eram daqui, o sotaque as entregava.
  - Que foi, Hood? - Ash me perguntou.
  - Nada. Por quê?
  - Você tá estranho desde de segunda quando voltamos pra cá.
  - Impressão sua.
  - Sabe que pode me contar, né Calum?
  - Tá. Eu conheci uma menina no aerpoto. Ela era linda e…
  - E você tá apaixonado. Meu Deus, que clichê se apaixonar a primeira vista.
  Joguei uma almofada nele. Os meninos chegaram e eles começaram a jogar vídeo-game. Até que nosso empresário, Brad, chegou.
  - Garotos, amanhã vocês tem uma sessão de fotos às dez da manhã.
  - Às dez da manhã? Tá muito cedo - Michael fez cara de sono.
  - Quero os 4 às dez em ponto no mesmo estúdio de fotografia. E terão uma nova fotógrafa já que fizeram a Lindsay se demitir - olhamos prara Luke.
  - Qual é? Foi só uma brincadeira - bufou.
  - Ela é do Brasil. Sejam gentis com ela, por favor. Não podemos perder mais ninguém da nossa equipe.
  Brad continuou falando. Mas eu não ouvia nada. Apenas pensava na garota de cabelos pretos e olhos verdes que eu conheci. Seus olhos não saíam da minha mente. E eu só pensava no seu sorriso. Eu espero que possa encontra-lá de novo.

Capítulo 2

P.O.V
  Já estava pronta pra ir ao estúdio. Eu tinha sido contratada como fotógrafa para um estúdio de gravações. Eu seria da equipe de algum dos artistas de lá. Eu ainda não sabia qual era. já estava pronta pra escola. É, iria estudar. Era o ultimo ano dela na escola.

 - Vamos, ? - Ela me esperava na ponta da escada.
  - Vamos. Já chamou o táxi?
  - Já sim. Deve estar chegando.

 Saímos de casa e trancamos tudo. Dei uma cópia da chave pra . Com certeza ela chegaria primeiro que eu. Entramos no táxi e dei o endereço da escola da . A mesma colocou seus fones e ficou de lado. Eu apenas pensava em Calum. Nos últimos dias eu pesquisava tudo sobre ele. Eu me sentia estranha. De noite eu pensava em seus olhos e em seu sorriso. Acabei vendo coisas da banda também. Eu achei bem engraçado ele gostar de azul. É apenas a cor preferida da . Ela usa azul sempre que pode.

 - Chegamos - o taxista disse. Cutuquei a morena ao meu lado. Ela tirou os fones e saiu.
  - Tchau, . Meu dinheiro tá com você mesmo - saiu dando de ombros. Dei um pequeno sorriso e passei o endereço do estúdio pro moço. Depois de dez minutos, nós chegamos. Dei o dinheiro pra ele e entrei correndo no prédio. Eu já sabia de tudo que tinha que fazer.

 Subi pro quarto andar e fui à minha sala. Uma mulher já tinha me informado onde eu trabalharia pelo telefone. Achei a sala e fui entrando. Ela não era tão grande, mas tinha uma vista incrível pra cidade. Um sofá branco com muitas almofadas coloridas. Um banheiro. Uma mesa um pouco grande com um computador, duas câmeras e um tripé.
  Logo a frente tinha um fundo branco com várias luzes. Me sentei e liguei o computador.

 - Senhorita ? - uma garota loira entrou na sala.
  - Sim, sou eu.
  - Prazer, meu nome é .
  - . Você não é um pouco nova pra trabalhar aqui?
  - Tenho que começar cedo. E você também é nova.
  - É. Acabei de terminar o ensino médio. Eles viram as fotos que eu tiro e me contrataram.
  - Bem, eu sou sua assistente. Também acabei de terminar o ensino médio. Mas nada de faculdade pra mim - deu uma risada.
  - Por quê?
  - Minha família tem dinheiro, então não preciso me preocupar.
  - Então por que está trabalhando aqui?
  - Eu queria saber como é. Deve ser divertido.

 Eu e ficamos conversando da vida uma da outra. Descobri que ela tinha nascido no Brasil, mas ela se mudou pra Sidney aos cinco anos de idade. Seus pais estavam indo morar nos Estados Unidos e ela estava procurando uma casa pra morar.

 - Hey, você pode morar comigo e com minha amiga.
  - Jura? - seu rosto se iluminou e ela sorriu. - Nossa, meu Deus. Eu iria adorar. E a gente podia vir juntas pro trabalho todos os dias.
  - Iria ser perfeito. Minha amiga iria adorar te conhecer.
  - Ela também trabalha aqui?
  - Não – ri. - Ela tem 17. Ainda está na escola. As últimas semanas de aula. Ai ela forma.
  - Legal. Bem, depois do trabalho eu posso começar a arrumar minhas coisas pra levar pra sua casa.
  - Nossa casa - sorri.

P.O.V
  Já fazia dois dias que eu ia para aquela escola boba. Sério, por que meus pais não me deixaram faltar a última semana de aula? Eu já tinha deixado meus amigos e minha formatura lá no Brasil. Não queria ficar aqui presa, de novo. As aulas continuavam chatas do mesmo jeito.
  Parei em frente ao meu armário e peguei meu livro de biologia. Peguei também meu caderno de desenhos. Coloquei tudo na mochila e fui direto pra sala. Me sentei no fundo como sempre. Coloquei meus fones e peguei meu caderno e meus lápis. O professor entrou e começou a passar matéria. Comecei a desenhar os meninos da 1D. Eu amo eles demais. Já fui em apenas um show, mas valeu por muitos.
  Desenhar era uma das poucas coisas que eu sabia e adorava fazer. e eu passávamos a tarde inteira de domingo trancados no quarto dele e desenhando. Eu sentia muita falta dele e da . Faltava pouco tempo pras férias dele e minha mãe disse que eles viriam me ver.

P.O.V
  - Ta tudo pronto, ? - chequei meu computador.
  - Sim. Luzes, câmera regulada. Tudo certinho.
  - Ok. Quantas horas?
  - Nove e meia. Tenho que ficar lá embaixo esperando os meninos.
  - Que meninos? - levantei minha cabeça e fixei meus olhos nela.
  - Você não sabe? - deu uma risada. - Então vai ser surpresa. Tchau.
saiu pela porta. Bufei. Acho que ela se daria muito bem com a . Peguei meu celular e liguei pra mesma. No terceiro toque ela atendeu.

Ligação ON
  - Tenho uma notícia pra te dar - dissemos juntas. Rimos.
  - Pode falar - ela disse.
  - Tenho uma pessoa pra morar com a gente.
  - Puts. Eu também.
  - Quem? - perguntei.
  - Lembra da minha prima que tava morando em New York? Ela foi transferida pra Sidney e eu disse pra ela ir morar com a gente. E você?
  - Uma menina do meu trabalho. . Ela é da nossa idade e seus pais estão se mudando, ai eu chamei ela pra morar com a gente.
  - Legal.A chega no sábado.
  - A vai hoje mesmo. Tudo bem?
  - Claro. Mas fala com ela que se ela entrar no meu quarto ela vai ser uma garota morta - ri.
  - Pode deixar.
  - Tenho outra coisa pra contar.
  - O que?
  - Uma mulher chamada Amélia esteve na escola quase agora, procurando por novas modelos fotográficas e adivinha quem ela escolheu?
  - Não me diga, você?
  - SIIIIM. Já tenho um emprego garantido, .
  - Aposto que você tá pulando ai.
  - Hahaha - riu irônica.
  - Tenho que ir, .
  - Ok. Tchau, .
  - Tchau.
Ligação OFF

 Me sentei no sofa e peguei meu celular. Fiquei conversando com a prima da . Fazia muito tempo que eu não via a . Desde quando seus pais foram morar em New York por causa do emprego. Olhei no relógio. Dez e quarenta e sete. Daqui a pouco a chegaria. Deixei meu celular em cima da mesa e peguei uma câmera. Dei a ultima conferida nas luzes. A porta se abriu. Quando eu me virei eu quase tive um ataque. 5 Seconds Of Summer na minha frente. Ou mais importante: Calum Hood me olhando.
  - Bom, aqui os meninos. Acho que você já deve conhece-los, né? - sorriu. Fiz de tudo pra que minha voz saísse firme.
  - Conheço sim. Quem vai primeiro? - dei um sorriso.
  - Pode ser eu - Michael levantou a mão.
  - Podem sentar ali meninos. Fiquem a vontade.

Calum P.O.V
  Quando a abriu a porta e nós entramos eu fiquei de boca aberta. Não esperava encontrar a menina que tirava meu sono à noite, com uma câmera na mão e me encarando. a chamou de . Pelo menos o apelido é fácil de lembrar. Nos sentamos no sofá enquanto Michael fazia várias posses engraçadas o que fazia rir muito. A risada dela era contagiante.

 - Tá gostando da vista, Calum? - Luke perguntou segurando o riso.
  - Então é ela, Hood? - Ash perguntou.
  - É.
  - Ela quem? - Luke perguntou confuso.
  - A garota por quem o Cal tá apaixonado.
  - Eu não tô apaixonado.
  - Ah não? Então por que você só fala dela nesses dias, hein?

 Fiquei calado. Ash era bem irritante quando ele queria. Mas era verdade. Ela não saía da minha mente. Assim passei uma hora seguida. Olhando pra ela. Ela ria das piadas idiotas dos meninos. Faltava apenas eu para poder tirar as fotos. Luke veio e se sentou ao meu lado. Os meninos me olharam como se dissessem “Anda logo”.
  Me levantei e fui até a perto dela. A mesma me olhou e sorriu.
  - Fique bem no meio.
  - Aqui? - me arrastei um pouco pro lado.
  - Sim. Está perfeito.

P.O.V
  Os meninos eram muito divertidos. Sempre fazendo piadinhas e rindo. Incríveis. Até que chegou a vez de Calum. Ele apenas ficou calado e me olhava. Sentia o olhar dos meninos sobre mim. Dei uma olhada neles e vi que eles sorriam. Revirei os olhos e continuei tirando as fotos. Meu celular começou a tocar One Direction muito alto. Corri pra mesa, enquanto os meninos riam, e atendi.

Ligação ON
  - Que foi, ?
  - Tô indo ai pro seu trabalho. A aula já acabou e deixei a chave de casa no armário - dei uma risada. era meio esquecida.
  - Tudo bem. Te mando uma mensagem com o endereço.
  - Ok. Beijos.
Ligação OFF

 Desliguei. Digitei o endereço pra ela. Peguei minha câmera e continuei com as fotos.
  - Sua irmã? - Luke perguntou.
  - Minha amiga. Melhor amigas de todos os tempos.
  - Bonita? - ele perguntou. Gargalhei.
  - Isso é questão de opinião. Mas pra mim é sim. Ela vai trabalhar de modelo.
  - Aqui? - Michael perguntou.
  - Ainda não sei. Ela não me contou. Mas vamos acabar com isso que daqui a pouco ela tá chegando.

P.O.V
  - Com licença.
  - Sim? - a moça no balcão respondeu.
  - Onde fica a sala da fotógrafa ?
  - Sala 45. Quarto andar.
  - Obrigada.

 Ajeitei minha mochila no ombro e fui direto pro elevador. Cheguei ao quarto andar e logo achei a sala da . Abri a mesma e dei de cara com ela e mais quatro meninos sentados no sofá rindo.
  - Achei que você trabalhava aqui, dona .
  - Gostei da blusa – um menino loiro disse.
  - Valeu, loirinho - joguei minha mochila no chão e fui pra perto deles - - sorri.
  - Michael.
  - Asthon.
  - Luke - então esse era o nome do loirinho.
  - Calum.
  - Eu já te vi antes - fiz cara de pensativa.
  - Aeroporto - ele disse.
  - Ah, é mesmo. A propósito, , os planos da mudaram. Ela chega hoje. Daqui uma hora mais ou menos.
  - Fudeu tudo. Eu tenho que levar a pra casa, mas eu também prometi a que eu iria buscar ela.
  - Por que vocês não levam essa tal de ao aeroporto também? - Michael disse.
  - Olha, ele teve uma ideia boa - Ashton caçoou.
  - Hahaha, muito engraçado - jogou uma almofada nele.
  Dei uma risada. Eu sempre brigava com a anã de jardim assim. A porta abriu e todos olhamos pra trás. Uma menina loira entrou.
  - Pronto?
  - Sim - disse - Senta ai, . Ainda temos um tempo.
  - Temos nada. É pra você entregar as fotos ao Brad daqui vinte minutos.

saiu correndo até a sua mesa. Só que ela não viu minha linda mochila do Bob Esponja no chão. Eu só vi a caindo de cara no chão. Eu comecei a rir, enquanto todos foram ver como a anã tava. Eu ri tanto que eu tive que sentar no sofá.
  - Quer parar de rir, ? - disse se sentando emburrada na cadeira.
  - F-f-oi m-m-aal... hahahaha - não conseguia para de rir.

bufou e começou a trabalhar nas fotos. Os meninos ficavam conversando e ficava olhando pro Michael como se estive encantada. Duas apaixonadas. Peguei minha mochila e tirei meu caderno de matemática de lá. Eu ODEIO matemática. Eu não entendo o que as letras foram fazer nessa matéria. Quando dei por mim, o loirinho já estava do meu lado.
  - Você gosta de matemática?
  - Nunca. Nem em um milhão de anos.
  - Jura? Matemática até que é legal.
  - A primeira pessoa que eu vejo que gosta.
  - Quer que eu te ensine? - sorriu.
  - Isso é uma coisa impossível, e além do mais, esse é meu último ano. Nunca mais eu vou precisar mexer com esses números idiotas.
  - Você que pensa. Aqui, deixa eu te ensinar.

 Luke pegou o caderno de minhas mãos e começou a me explicar. Eu tirei os olhos do caderno e olhei pra ele. Ele era lindo. Os olhos azuis brilhavam. Ele devia estar se divertindo mesmo. Balancei minha cabeça e foquei meus olhos no caderno.

Capítulo 3

 - Entendeu? - Luke me entregou meu caderno.
  - Não.
  - Você tentou? - ele me olhou.
  - Er... Não. - me levantei. - Valeu por tentar me ensinar. Mas isso é impossivel. - mandei um beijo no ar pra ele.
  Peguei minha mochila no chão e coloquei meu caderno e lápis lá dentro.
  - demora muito? - coloquei a mochila no ombro.
  - Não. Que horas o voo da chega?
  - Deve ser daqui a pouco.
  - Sem querer me intrometer, mas porque ela tá vindo pra cá? - Ashton perguntou.
  - Porque ela vai fazer um filme. Ela é atriz. - me virei pra novamente.
  - Dá pra ela o endereço da nossa casa que daqui a pouco a gente vai pra lá.
  - Ok.
  Mandei uma mensagem pra ela avisando da mudança de planos e o endereço embaixo. Olhei no relógio e já era quase meio-dia.
  - ?
  - Oi?
  - Sua escola não solta uma e meia?
  - Faltaram dois professores. Graças a Deus.
  - Sua formatura é que dia?
  - Sábado.
  Me sentei no sofá de novo. Calum se sentou ao meu lado.
  - Você gosta dela? - ele se assustou um pouco. – Olha, ela gosta de você, então se você gosta dela, chama ela logo pra sair.
  - Você acha que ela gosta de mim?
  - Eu tenho certeza. - sorri confiante.
  - Você parece ser divertida.
  - Isso é novidade pra mim.
  - Por quê?
  - Porque eu sempre fui a esquisita, chata, implicante, feia. Nunca divertida.
  - Eles estão errados.
  - Nem tanto.
  - Acho que vamos ser bons amigos. - ele sorriu.
  - Eu também. - sorri de orelha a orelha.
  Ficamos conversando. Calum me falava de sua vida e eu da minha. Comecei a falar do que eu aprontava com meus irmãos e ele não parava de rir. Olhei pra trás e nos olhava meio estranho. Ciúmes? Só podia ser.
  - Vamos ? Eu já terminei.
  - Ok. - peguei minhas coisas. - Hey Cal, me passa seu número?
  - Aqui . - trocamos os nossos números.
  - Hey meninos vamos ver um filme no sábado?
  - E sua formatura? - Michael desviou os olhos de seu celular.
  - Tá bom, na sexta. Pode ser?
  - Aonde? - Calum me perguntou como se não soubesse a resposta.
  - Na nossa casa. De tarde. Depois eu te mando o endereço, Cal. - fiz minha cara de "estou aprontando" pra ele.
  - Ok.
  Nos despedimos dos meninos com um abraço.
  - Tchau, loirinho.
  Luke sorriu pra mim e saiu junto com as meninas pro outro lado da rua. Pedimos dois taxis. Eu iria pra casa e mais iriam passar na casa da pra poder pegar as coisas dela.
  Assim que cheguei em casa encontrei uma sentada em um dos sofás perto da piscina. Corri até ela que sorria pra mim e a abracei.
  - Que saudades. - me soltou.
  - Eu também.
  - Cadê a ?
  - Foi com a pegar as coisas dela. Ela vai morar com a gente. Vem, vou te mostrar seu quarto.
  Peguei uma de suas malas e abri a casa. Mostrei onde seria seu quarto e voltei pra sala. Eu não estava com fome. Abri todas as janelas de casa. Me deitei no sofá e liguei a TV. Dois dias e não precisaria ir mais à escola. Que felicidade.

Luke P.O.V
  Fomos até a van que nos levaria pra casa. As fotos até que tinham ficados boas.
  - Vocês viram a cara da quando marcou o filme na casa delas? - Michael deu uma risada.
  - O quê? - Calum perguntou com cara de dúvida.
  - Por favor, Hood. Você ficou mais de uma hora falando com a menina e não percebeu? - Michael fez cara de indignação. - É óbvio que ela tá aprontando alguma.
  - Isso é verdade. Eu também percebi. - Ash se junto ao Michael.
  - Vocês estão viajando. Até parece que a ia fazer isso.
  - ? - perguntei.
  - Olha o outro com ciúmes.
  - Até parece. - revirei os olhos.
até que era bonita. Cabelos castanhos e olhos castanhos claros. Ela parecia ser o tipo de garota que não tinha medo de ser ela mesma. Isso eu admirava nela.
  Ela disse que tinha vindo pra terminar os estudos. Eu e os meninos estávamos de férias e íamos trabalhar no nosso novo cd. Depois que Calum descobriu que a iria ser a nossa nova fotografa ele não parava mais de sorrir. Era muito bizarro.
  Chegamos em casa.
  - Bora pedir uma pizza?
  Concordamos com Ashton. Subi as escadas até o meu quarto e me joguei na cama. Eu estava cansado. Peguei meu celular e meus fones. Coloquei na playlist e começou a tocar Be Alone do Paramore, o que me fez lembrar da de novo. Será que essa menina não ia sair da minha cabeça?

Capítulo 4

P.O.V
  Quinta-feira de manhã. na escola e mais no trabalho. E eu? Bem, eu não tenho absolutamente nada pra fazer. As gravações do filme começariam apenas na segunda de manhã. Meu quarto já estava mais ou menos arrumado.
  Peguei minha bolsa e a minha cópia da chave, tranquei a porta e peguei meu carro. É, meu carro. A disse que elas não tinham, então dei um jeito de trazer o meu.
  Liguei o carro e sai. Dei uma bela passeada por Sidney. Fiquei uma hora só andando, até que senti fome. Já devia ser umas dez da manhã. Parei em frente a um Starbucks e entrei no mesmo. Entrei na fila. Pedi um Frappucino de creme com morango.
  Me sentei perto da janela. Tinha que ficar de olho no horário. Eu e as meninas iríamos ao shopping hoje. Dei uma olhada nas outras mesas. O Starbucks estava lotado. Até a parte de cima parecia cheia. Eu era uma das poucas pessoas que estavam sentadas sozinhas. Antes que alguém pudesse me reconhecer eu me levantei e sai dali.
  Assim que sai um menino esbarrou em mim fazendo o meu frappucino ir direto pra minha blusa nova.
  - VOCÊ NÃO OLHA POR ONDE ANDA? - gritei com raiva.
  - Foi mal. - olhei pra cima. O menino usava bandana vermelha e estava com o celular na mão.
  - Esquece.
  Bati a porta do carro e fui direto pra casa. Que raiva. Eu tinha uma leve impressão que já tinha visto aquele garoto idiota. Cheguei em casa e subi pro meu quarto. Tirei minha roupa e coloquei um biquíni com um short e meus óculos rayban. Peguei minha blusa e coloquei na máquina de lavar.
  Meu celular começou a tocar. Me sentei em umas das cadeiras lá fora e atendi.

LIGAÇÃO ON
  - ?
  - O que você quer, Jackson? - disse com raiva.
  - Vixi. O que aconteceu?
  - Um garoto idiota estragou minha blusa nova da Gap.
  - Que mal, hein?
  - Pois é. - suspirei. - Então, pra que você me ligou?
  - Ah claro. Você tem que estar no estúdio de gravações às oito. E tem uma sessão de fotos à tarde.
  - Alguma coisa pra de noite?
  - Não. Pelo menos por enquanto.
  - Tudo bem. Qualquer coisa me liga.
  - Ok. Beijos.
  - Beijos.
LIGAÇÃO OFF

 Guardei de novo meu celular e fiquei ali tomando sol.

P.O.V
estava em uma reunião. Agora ali estava eu. Sentada em sua sala sem nada pra fazer. Meus pais já haviam ido embora. Meu celular vibrou. Peguei ele e vi que era uma mensagem.
"Oi . Vamos sair hoje? xxLucas"
  Lucas era meu melhor amigo que por uma bela e ridícula coincidência era amigo do Michael. Eu conehcia Michael há alguns anos. Somos amigos, mas eu sou apaixonada por ele. Ele é super idiota e nem percebe isso.
  Eu só aceitei esse emprego pra ficar perto dele. Quando eles saíssem em turnê eu poderia ir junto. Sorri pra mim mesma. Olhei no relógio. Uma e meia da tarde. Daqui a pouco a mais a iriam passar aqui pra irmos ao shopping. Até que elas eram legais. Iriamos ser grandes amigas, disso eu tenho certeza.
  Mandei uma mensagem pro Lucas que hoje não dava. Ele disse que tudo bem.
  A porta se abriu e entrou correndo.
  - Que pressa é essa?
  - As meninas estão lá embaixo. Anda, pega suas coisas. Temos que ir ao shopping fazer compras.
  Peguei minha bolsa e descemos de elevador. estava em um conversível prateado.
  - Carro lindo. - me sentei atrás junto com a .
  - Brigada. - ela respondeu sorrindo e fomos rumo ao shopping.
  Depois de uma hora e meia eu já estava semi-morta. Meus braços estavam cheios de sacolas. Fomos até o estacionamento e colocamos a maioria das sacolas no porta malas. Voltamos pro shopping.
  - Vamos tomar milk-shake? - apontou pro Milk-Shake City.
  - Claro. - sorri.
  Entramos e procuramos uma mesa. Sentamos lá atrás. No fundo.
  - De que vocês querem? - se levantou.
  - Leite condensado. - .
  - Morango. - .
  - Baunilha. - disse.
foi pra fila.
  - Ok. Agora que anã saiu eu vou falar meu plano pra vocês. - se aproximou da gente.
  - Plano pra que? - perguntou totalmente confusa.
  - Pra juntar ela e o Calum. Eles estão apaixonados um pelo outro.
  - Mas faz só um dia que eles se conhecem. - me aproximei também.
  - Você que pensa. Eles se conheceram na segunda no aeroporto. Amor à primeira vista. - ela revirou os olhos e deu de ombros.
começou a falar. Eu achei o plano bem simples. Poderia dar certo, como também não dar. Ela parou de falar quando viu que se aproximava.
  - Aqui. - entregou o milk-shake a cada uma de nós.
  - Que horas que você marcou com os meninos?
  - Às duas. Quantas horas?
  - Cinco e meia. - dissse.
  - Bora?
  - Yeah.
  Fomos até o carro. Estava esfriando. Muito. Peguei minha blusa nova e a vesti. fechou a capota do carro. Chegamos em casa já eram sete horas. Maldito engarrafamento.
  - me ajuda na cozinha? - pediu deixando as chaves na mesa.
  - Claro. O que teremos no jantar?
  - Macarrão com queijo.
  Dei um sorriso e fui com ela rumo à cozinha.

P.O.V
  Subi as escadas e fui pro meu quarto. Entrei no banheiro e tirei minhas roupas. Entrei debaixo da água gelada. Eu precisava de um choque de realidade. Não dormia direito desde de segunda. Sempre acordava no meio da noite pensando nele. Fazia tudo pensando nele.
  Fechei o chuveiro e peguei minha toalha. Me enrolei na mesma e fui até a pia. Liguei o secador e passei ele nos cabelos. Um cheiro forte de framboesa invandiu meus pulmões. Balancei o cabelo para tirar o resto de água que tinha nele. Abito bem idiota que eu aprendi com a .
  Ouvi o barulho do chuveiro. de novo. Eu precisava falar com ela. Eu vi o olhar que ela deu pra Calum. E aquilo só podia significar que ela estava aprontando.

Capítulo 5

P.O.V
  Me deitei na cama logo depois de escovar os dentes. Apaguei as luzes e me aconcheguei debaixo da coberta quentinha. Foi um longo dia de compras. E eu precisava deitar bem cedo. Amanhã seria meu último dia de aula. Não sei por que, mas isso não me conforta nem um pouco. Peguei meu celular e mandei o nosso endereço pra Calum. Pelo menos amanhã seria um grande dia pra ele e pra . Meu celular vibrou. Abri a mensagem que Cal tinha mandado.
  "Não acredito. Vocês moram a um quarteirão de distância."
  "Jura? Não sabia."
  "Pois é. Confirmado pra amanhã?"
  "Yeah, baby."
  " você não tenho aula amanhã?"
  "Para com isso, Cal. Não enche o saco não, ok?"
  "OK. Não tá mais aqui quem começou a falar. ;)"
  "Tenho que dormir. Boa Noite, Cal."
  "Boa Noite, . Ah passei seu número pros meninos. Problema?"
  "Nop."
  Coloquei o celular na escrivaninha. Virei de lado pra parede. Meu pai dizia que se você virasse pra parede você dormia rápido. Ele estava mais que certo.

 - ACORDA, MENINA. - bateu na porta do meu quarto. - VOCÊ JÁ TÁ ATRASSADA.
  Puts merda. Levantei correndo e vesti a primeira roupa que eu achei. Escovei os dentes e amarrei meu cabelo. Calcei meu all-star pink e peguei minha mochila, junto com meu celular. Desci as escadas correndo. Quase trombei com a na escada.
  - Por que tá correndo?
  -Tô atrasada.
  - Mas sua escola não é as oito?
  - E daí?
  - Daí que são sete e meia.
  Parei e ela subiu. Eu vou matar aquela menina. Joguei minha mochila no chão da sala. Arrumei meu cabelo e peguei um lápis no banheiro de baixo e passei. Meu celular começou a tocar muito alto. Atendi.

LIGAÇÃO ON
  - Mãe?
  - Oi filha. Como vai?
  - Bem, e ai?
  - Mais ou menos.
  - O que houve?
  - Bem, o quebrou a perna e eu e seu pai temos que viajar. Você pode vir pra cá?
  - Voltar pro Brasil, mãe?
  - Por favor, filha. É uma viagem super importante pro seu pai e a babá antiga de vocês disse que nunca mais ia voltar. - eu dei uma risada.
  - Olha mãe, eu posso ir, mas e a passagem?
  - Eu coloco o dinheiro em sua conta e você compra no aeroporto. A gente volta na segunda.
  - Vou perder minha formatura?
  - Não. Você pode se formar aqui. Conversei com sua turma.
  - Como você sabia que eu ia aceitar voltar?
  - Porque eu sou sua mãe e te conheço. Venha hoje mesmo, está bem?
  - Ok. Beijos.
  - Beijos. Te amo.
  - Também.
LIGAÇÃO OFF

 Me sentei no sofá. Eu não queria voltar ao Brasil. Pelo menos não agora. E o meu plano? Será que as meninas saberiam executa-lo direito sem mim? Eu só queria a felicidade dos meus amigos, mas como sempre, tem algo pra atrapalhar.
  Subi as escadas novamente e fui arrumar minha mala. Aos poucos as meninas foram saindo de casa. Coloquei apenas o necessário. Eu ainda tinha algumas roupas no Brasil. Entrei no site de uns dos aeroportos. Comprei uma passagem e imprimi o recibo. Meu voo sai daqui duas horas.
  Resolvi escrever uma carta avisando as meninas. Elas não iam me atender se eu ligasse mesmo. Levei a mala pronta lá pra baixo. Tirei meus livros e cadernos da mochila e coloquei minhas coisas mais importantes. Subi correndo. Entrei no chuveiro e tomei um banho.
  Me arrumei e desci. Liguei para um taxi e tranquei a casa. Coloquei minha mala na calçada e me sentei em cima dela.
  - Vai viajar? - Luke parou perto de mim com um sorriso brincalhão.
  - Vou sim.
  - Sério? - balancei a cabeça afirmando. - Não vai ter filme?
  - Claro que vai. Só que eu não vou estar aqui. E por favor, não avisa o Cal que eu não vou estar aqui.
  - Pode deixar. Até depois. Boa viagem.
  - Brigada, loirinho.
  Luke foi embora. Logo depois o taxi chegou. Me sentei no banco de trás. Quando cheguei ao aeroporto faltava apenas dez minutos pro avião sair. Paguei o moço e sai correndo. Mostrei meu recibo e sai igual a uma doida pra não perder o avião. Achei minha cadeira e me sentei.
  Tive uma sorte imensa de não ter ninguém perto de mim. Coloquei minha bolsa no chão e peguei meu celular e os fones. Guardei os óculos e coloquei uma música bem sonolenta. Encostei minha cabeça perto da janela. Tomara que dê tudo certo. Tomara. Tomara. Tomara.

Michael P.O.V
  Calum passou o dia todo andando de um lado pro outro. Três horas e ele já estava pronto e completamente arrumado.
  - Calma aí, cara. - disse enquanto Calum roía as unhas.
  - Não dá. Se você estivesse apaixonado, saberia.
  Mas eu estava. Eu estava apaixonado por uma garota que eu conheço desde de criança. Uma de minhas amigas. . Ela era simplesmente perfeita. Um pouco patricinha, mas nada que eu não pudesse suportar de vez em quando.
  Liguei o videogame pra ver se Calum se acalmava. Ficamos jogando e nem vimos as horas passarem.
  - Anda povo. Quatro e cinquenta e quatro. Vão ficar ai até quando? - Ash desceu as escadas quase correndo. Calum se levantou correndo.
  - Vamos. A casa delas é logo ali. - ele disse.
  - Eu sei onde é. - Luke.
  - Como que você sabe? Mexeu no meu celular?
  - Não. Eu encontrei com a lá de manhã.
  - Ela não devia estar na escola? - me lembrei do que falou sobre a aula dela.
  Luke arregalou os olhos como se não tivesse acreditado no que ele falara. Dei de ombros e abri a porta. Atravessamos a rua e até as casas de praia. Demos a volta como a mensagem de Calum dizia e chegamos a casa das meninas. Ela era incrível. Com uma vista perfeita pro mar.
  - Oi. - veio nos receber.
  - Oi. - respondemos.
  - Entrem ai.
  Seguimos ela até uma sala. estava sentada no sofá comendo pipoca e passando os programas de TV.
  - Oi . - me sentei ao lado.
  - Oi Mika. Oi meninos.
  - Oi.
  - Eles já chegaram?
  Uma voz que eu não conhecia soou lá de cima. Podia ouvir o barulho dos sapatos na escada de mármore branco. Uma menina de cabelos pretos e olhos castanhos claros desceu meio sorrindo. Quando ela nos olhou, parou de sorrir na mesma hora.
  - Você? - ela apontou pra Ashton que parou de rir de alguma coisa que Luke dizia.

Capítulo 6

P.O.V
  Chegamos em casa e já era quase cinco da tarde. estava sentada no sofá e lia algo em uma folha.
  - Olhem isso. - ela se levantou e nos entregou a folha. De cara reconheci a letra da .

Oieee genteee. Bom eu tô escrevendo porque eu tive que voltar ao Brasil. Minha mãe precisou de mim e eu não tive como recusar. Ela é minha mãe né? Então nada de desmarcar o filme com os meninos, ok? E não entrem no meu quarto também.
Beijos. Amo vocês!!
PS.: Eu vou me formar aqui mesmo no Brasil. U.U

 - Não acredito que ela não ligou. - me sentei no sofá um pouco preocupada.
  - Ela deve ter tido que sair bem rápido. Você a conhece, .
  - Tudo bem. Mais tarde eu ligo pra ela.
  - Vamos nos trocar. Daqui a pouco os meninos estão ai. - olhou lá pra fora.
  - Eu já estou pronta. - se levantou. - Vou fazer a pipoca enquanto isso.
  Subimos as escadas e fomos pros nossos devidos quartos. Tomei um banho rápido só pra tirar a sujeira do corpo. Peguei uma roupa mais casual e meio arrumadinha e a vesti. Encontrei com a em frente ao espelho.
  - Foto pro instagram? - disse.
  - Claro.
  Bati a foto. Estávamos lindas.
  - VOCÊ? - gritou com raiva. Descemos.

P.O.V
  Ah não, o filho da mãe que sujou minha blusa nova. Ele me olhava curiosos como se lembrasse do que aconteceu.
  - O que aconteceu? - e desceram correndo. Respirei fundo.
  - Aquela criatura ali - apontei pro menino - sujou minha blusa nova ontem.
  - Eu pedi desculpas, menina.
  - Eu tenho nome, idiota.
  - E qual é, chatinha?
  - Imagino que você já saiba. As meninas falaram de mim. - revirei os olhos.
  - . - ele disse sorrindo.
  Voltei pra cozinha com raiva. Aquele garoto, eu sabia quem era. Ashton Irwin. Eu vi uma matéria sobre a banda dele 5 Seconds Of Summer. Uma das músicas do filme era Amnesia. Que vontade de bater nesse menino.
  Coloquei sal na pipoca. Eles discutiam bem alto sobre o filme. Peguei as travessas de pipoca e levei pra sala. Coloquei em cima da mesa e me sentei em um dos puffs. Eles acabaram de falar e foram se sentar.
  - Que filme vamos ver? - perguntei.
  - Os Vingadores. - se jogou em um puf ao meu lado.
  - Cadê o refri, ? - perguntou.
  - Cozinha. Geladeira. Tem doce também. Mas o Bis é meu, viu? - ela deu uma risada.
  - Viu. Coloca o filme, eu vou buscar.
  Os meninos se sentaram e eu coloquei o filme. colocou tudo em cima da mesa. Na parte que a Viúva Negra descobre o plano do Loki, me cutucou e piscou. Plano da , ativar.
  Peguei meu celular e conectei com o sistema de segurança da casa. Assim que passei por todos os códigos e senhas eu desliguei a energia da casa. Bem, do bairro inteiro. Devo mencionar que a odeia o escuro.

P.O.V
  Eu estava sentada ao lado de Calum quando a luz acabou. Eu odeio escuro. Abracei Calum quase instantaneamente. Ele me abraçou forte como se soubesse do meu medo. Eu sorri. Era muito bom ficar com ele. Mesmo sabendo que todos ainda estavam ali. Levantei um pouco a cabeça. Mesmo com a falta de energia dava pra enxergar um pouco da sala. Dei uma risadinha. Estávamos sozinhos.
. Era isso, que aquela menina estava aprontando. Eu tenho que me lembrar de matar ela quando ela voltar. Onde já se viu. Aposto que Calum devia estar achando a situação muito estranha. Fui me soltando dele aos poucos.
  - Você tem medo do escuro?
  - Um pouco. Desde pequena. Eu não gosto de ficar sozinha. Ainda mais no escuro.
  - Cadê todo mundo? - só agora ele percebeu?
  - Não sei. - me sentei com pernas de índio.
  Ficamos em silêncio. Eu até que não estava com tanto medo assim. Calum me passava segurança.
  - Calum?
  - Fala.
  - Você acha que eles armaram pra podermos ficar aqui sozinhos? - ele pensou um pouco e logo respondeu.
  - Acho.
  - Eu também. - deu um pequeno sorriso.
  Era agora ou nunca. Acho que se fez isso tudo por mim eu deveria falar com ele. Estou pensando seriamente em não matá-la quando ela voltar.
  - Posso falar um assunto sério com você? - ele disse.
  - Pode. - me aproximei um pouco mais. Ele suspirou.
  - Olha desde aquele dia no aeroporto eu sinto algo por você. Bom... eu não sei explicar direito. Acredita em amor à primeira vista? - ele tocou minha mão.
  Eu fiquei quieta. Meu coração dava pulos de alegria e o sorriso mais sincero que eu poderia dar escapou de meus lábios. Apertei sua mão como um gesto de confirmação.
  - Eu estou apaixonado por você. - ele disse num sussurro.
  - Eu também.
  Cheguei mais perto dele ainda. Ele me puxou e me beijou. Borboletas começaram a se revirar em minha barriga. Eu puxava os cabelos de Calum levemente. Nada mais importava no mundo. Apenas eu e ele. Nunca mais eu queria me distanciar dos seus braços. Parti o beijo por causa do maldito fôlego.
  As luzes se acenderam. Os meninos nos encaravam como se perguntassem o que aconteceu. Ou se algo havia dado certo. O que provava minha teoria. Eu super agradeceria a agora. O celular de Calum começou a tocar.
  - . - ele disse.
  - Coloca no viva-voz. - disse. Todos se sentaram novamente.

LIGAÇÃO ON
  - OIEEE. - gritou.
  - Oi. - todos respondemos.
  - Viram o filme?
  - Até o meio. A luz acabou. - eu disse.
  - Que legal. - ela riu.
  - Legal? - Calum perguntou.
  - Foi legal sim, Calum. Ou você acha que eu não sei o que vocês fizeram no escuro? - ela riu novamente. Todos a acompanharam. Menos eu e Calum que não podíamos estar mais vermelhos.
  - VOCÊ ARMAOU PRA GENTE. - gritei.
  - MAIS É CLARO QUE SIM. - ela gritou rindo de volta. - Não precisam me agradecer, mas quando eu voltar eu quero ver o casal lindo e perfeitinho que vocês formam.
  - E ai ? Como é o Brasil? - Ashton disse.
  - Oi Ash. Nossa, o Brasil é incrível. Se quiser depois eu te mando algumas fotos.
  - Pode mandar. Tem meu número?
  - Tenho. Daqui a pouco eu te mando.
  - E sua formatura? - Michael perguntou.
  - Vou me formar por aqui.
  - Peraí e a apresentação da ?
  - Ah sim. Vai ser hoje à noite. Às sete. Mando o vídeo depois, ok?
  - Ok. Ela vai dançar sozinha?
  - Sim. São só solos. Uma apresentação comum. A mensal será daqui uma ou duas semanas, eu acho.
  - E o ? - perguntei. Cal fechou a cara. riu.
  - Tá bem. Tá doido pra ir pra Sidney.
  - Oh. Traz meu baixinho pra cá.
  - Ele tem aula, . Falando em aula, eu tenho que levar eles pra escola.
  - Ah, ok. Beijos.
  - Beijos. E de nada, viu? Eu sei que eu sou uma gênia. - ela riu e desligou.
LIGAÇÃO OFF

 Calum guardou o celular.
  - Vamos ver o filme? - disse.
  Todos se acomodaram e Luke deu play. Me abracei com Calum. Ele me deu um beijo na testa. O sol já se punha lá no horizonte. O céu ganhava um tom de alaranjado. Fechei meus olhos e encostei minha cabeça em seu ombro. Ele começou a fazer carinho em meus cabelos. Se ele soubesse que eu dormia muito mais fácil assim, ele não teria feito isso.

Capítulo 7

Ashton P.O.V
  Tínhamos acabado de sair da casa das meninas. Calum não parava de sorrir um minuto. Revirei os olhos. Chegamos em casa já era umas dez e meia da noite. Deixei meu celular na cama e fui direto pro banheiro. Entrei de baixo da água quente. . A imagem daquela menina irritantemente perfeita veio em minha mente.
  Seus olhos castanhos transbordando de raiva e seus cabelos levemente bagunçados. Arg, por que eu estava pensando nela? Ela me odiava e eu, bem, gostava de irrita-lá. Balançei minha cabeça. Desliguei o chuveiro e me enrolei na toalha. Meu celular estava piscando. Mensagens. Abri as mesmas. Todas eram fotos do Brasil que a havia me mandado. O lugar era realmente incrível. O nome de onde ela morava era Belo Horizonte. Tomara que a nossa próxima turnê passe pelo Brasil.

P.O.V
  Acordei deitada na minha cama. Um dos meninos devia ter me colocado ali. Meu cabelo estava parecendo um ninho de rato. Me levantei e sentei em frente à minha penteadeira. Peguei minha escova e comecei a desembaraçar o meu cabelo.
  Quando faltava apenas uma parte eu percebi um papel dobrado perto da luminária. Me levantei e o desdobrei.

"Bom dia . Espero que tenha dormido bem. A proposito, você quer namorar comigo? xxCalum"

 Meu coração deu um pulo. Comecei a pular e a rir igual a uma doida. Gritei bem alto SIM e cai deitada na cama. Desembaracei o resto do meu cabelo e fui pra dentro do banheiro. Liguei a água da banheira e coloquei uns sais de banho de lavanda. Amarrei meu cabelo em um coque frouxo e entrei.
  Meu Deus, como minha vida pode mudar assim em apenas cinco dias? Tenho um emprego legal, amigos maravilhosos e um quase namorado. Ainda faltava dizer sim pessoalmente. Devo ter demorado uns vinte minutos ali. Peguei minha toalha e me enxuguei. Fui até o meu armário e vesti minha roupa íntima enquanto procurava uma roupa legal.
  Me vesti e terminei de me arrumar. Desci as escadas e fui direto pra cozinha. estava cozinhando algo e a estava sentado em uma das cadeiras perto da bancada.
  - Bom dia.
  - Bom dia. - responderam.
  - Quantas horas? - me sentei ao lado de .
  - Nove e quarenta. Demora muito,? Eu tô morrendo de fome. - fez uma careta.
  - Aqui, esfomeada. - ela colocou um prato com ovos mexidos e bacon.
  - Que bom que a não está aqui. - disse.
  - Por quê?
  - Ela odeia ovos. De qualquer jeito, dá pra fazer um sanduiche de queijo quente pra mim? - sorri.
  - Ok. - começou a preparar meu café da manhã.
  Peguei um copo no armário e o enchi de suco de laranja. Me sentei novamente e esperei que o sanduiche ficasse pronto.
  - E aí, vocês estão namorando? - falou um pouco alto o que fez se virar.
  - Bem... Mais ou menos. Ele me pediu em namoro por uma carta, tipo um bilhete, e eu tenho que dizer sim depois.
  - Que fofo. - a morena ao meu lado suspirou.
  - Aqui está. - a loira colocou o prato a minha frente.
  Comecei a comer.
  - Você vai falar sim, não vai? - colocou seu prato na pia.
  - Claro. Eu gosto dele. - sorri.
  As duas sorriram. Coloquei meu prato, agora vazio, pro lado.
  - Vamos pra piscina? Tá um sol tão bom lá fora. - se espreguiçou.
  - Vamos. A proposito, eu comprei uns biquínis lindos da última vez que estive em Los Angeles. - se levantou e começou a subir as escadas. A gente foi atrás.
  Entramos no quarto dela. Até que ele tinha ficado bonito.
  - Hey, posso dar uma olhada no meu e-mail? - perguntei.
  - Claro. Me ajude aqui, .
  Me sentei na cama e liguei o computador. Entrei no meu e-mail e vi que tinha uma mensagem da . Abri o arquivo e vi que era o vídeo da apresentação da .
  - Venham cá, meninas.
  - Que foi? - sentaram cada uma de um lado.
  - Olhem.
  Dei play e o vídeo começou a passar. Assim que acabou, as meninas ficaram de boca aberta.
  - Nossa, ela dança muito bem.
  - Minha prima, né? - se levantou.
  - E você sabe dançar desse jeito? - a loira levantou uma sobrancelha.
  - Err... Não. - rimos.
achou os biquínis e nos entregou. Nós vestimos e descemos descalças até a piscina.
  - No três? - demos as mãos.
  - Ok. - concordei.
  - Um.
  - Dois.
  - Três.
  Pulamos. Puta que pariu, que água gelada. Submergi e encontrei quatro meninos de boca aberta. Um deles quase babando. Ashton. Ficamos nos encarando até que a disse.
  - Querem nadar também?
  Eles piscaram e balançaram a cabeça como se estivessem em um transe. Logo eles estavam sem camisa e estávamos todos brincando. Percebi que Michael estava meio pra baixo. Sai de perto de Calum e fui nadando até ele.
  - O que foi arco-íris?
  - Haha que engraçado.
  - Sério, o que foi?
  - Nada.
  - Nada é o pexei.
  - O quê? - ele me olhou estranho.
  - Esquece. Sabe que pode me contar qualquer coisa, não sabe?
  Ele respirou fundo e pegou minha mão por debaixo da água.
  - Eu gosto de uma menina, mas não sei se ela gosta de mim.
  - ?
  - Como sabe?
  - Bem. Na verdade foi mais um chute. Vocês são amigos desde de criança. Isso costuma acontecer. Ainda mais com você, Michael. Você é bonito.
  - Você também é bonita, . - ele riu e me abraçou de lado.
  - Já aceitou o pedido do Cal?
  - Ainda não falei com ele. Na verdade ele que tem que vir falar comigo. - me soltei dele. - É o certo, não é?
  - Um pouco clichê.
  - Olha só quem fala. O garoto que se apaixonou por sua melhor amiga.
  - Olha só quem fala. A menina que se apaixonou à primeira vista.
  Revirei os olhos e dei um beijo em sua bochecha. Nadei até a escada que tinha na piscina. havia trazido um monte de toalhas e havia colocado em cima de uma das espreguiçadeiras.
  Peguei a primeira e me enrolei nela. Me sequei um pouco e entrei em casa. Depois de nadar, todo mundo ficava com fome. Nada mais justo do que fazer um lanche. Dei uma olhadinha no relógio. Almoço, quero dizer. O tempo havia passado rápido demais. Já era quase uma da tarde. Subi e coloquei um short da . Apesar de o quarto da ser mais perto, eu não teria coragem de entrar lá sem ser convidada.
  Deixei a toalha na lavanderia e voltei a cozinha. Peguei uma panela grande e coloquei água pra ferver. Peguei outra e coloquei um molho de tomate pra ferver. Só faltava cozinhar as almondegas que nós tínhamos feito pro almoço de domingo. Assim que a água ferveu, coloquei o macarrão para cozinhar.
  Senti dois braços me envolverem. Me virei e dei de cara com Calum sorrindo.
  - O que tá fazendo?
  - Almoço. - sorri.
  - Por que você estava com o Michael? - ele ficou sério. Eu comecei a rir. Ciúmes de um dos seus amigos? - Não tem graça.
  - Ah, tem sim. Ciúmes do Michael, Cal? Por favor, não confia no seu amigo?
  - Tem razão. - ele sorriu. - Leu meu bilhete?
  - Li.
  - E o que diz?
  - Eu dormi muito bem sim. - ele revirou os olhos. Ele ainda estava com os braços em torno da minha cintura.
  - Não falo disso. Você quer namorar comigo?
  Ouvir da boca dele era melhor do que ler em um papel.
  - Sim.
  Calum me puxou mais pra perto de si e me beijou. Ah, como era bom ter alguém que a gente gosta do nosso lado. Quando a voltasse eu a abraçaria e a agradeceria muito. Ela era uma amiga muito especial.
  Cal partiu o beijo com uma porção de selinhos. Me virei e continuei cozinhando enquanto ele fazia palhaçada e me ajudava.

Capítulo 8

P.O.V
  Depois que a entrou em casa, o Calum foi atrás. Tomara que os dois fiquem juntos. Eles são tão fofos. Sai da piscina e me deitei na espreguiçadeira. O sol estava tão quente que em minutos eu estava seca. Peguei meu celular e olhei as horas. Uma e sei lá das quantas.
  Um cheiro maravilhoso invadiu meus pulmões. Hum, macarrão. Me levantei. Iria até o meu quarto pra tomar um banho, mas antes que pudesse dar um passo, alguém me abraçou pela cintura e nós pulamos na piscina. Prendi minha respiração bem a tempo.
  Assim que submergi encontrei um Michael sorrindo. Nadei até ele e ele foi fugindo de mim. Eu vou bater nesse menino. Mergulhei e quase arrastei minha barriga no chão. Cheguei no pé dele bem a tempo que meu fôlego estava no limite. Puxei a perna dele e ele caiu. Voltei lá pra cima e puxei todo o ar que podia. Michael se levantou.
  - Idiota. - ele emburrou a cara.
  - Foi você quem me puxou pra piscina. Eu estava seca. Bobão.
  Ele riu. Dei um beijo em sua bochecha e sai de novo. Ele veio atrás de mim. Peguei duas toalhas e entreguei uma pra ele. Fomos andando até perto das palmeiras onde havia um sofá redondo. Me sentei e sequei o meu rosto. Michael se sentou ao meu lado e meio que ficou deitado.
  Mordi meu lábio. Ô vontade de deitar abraçadinha com ele. Ai, se ele gostasse de mim. Tenho que tirar esse menino da cabeça. Não posso ficar pensando nele dia e noite. Ele tem todas as meninas do mundo a seus pés. Por que ele iria querer ficar comigo?
  A boba e tonta . A patricinha do colégio. Só por ser líder de torcida, ter olhos azuis e cabelos loiros, e gostar de rosa, eu fui intitulada como patricinha.
  - Por que tá chorando? - Michael se levantou de uma vez.
  - Ah, desculpe. - nem havia percebido que estava chorando.
  - O que foi? - ele me abraçou.
  - Colégio.
  - O que tem? Sua vida no colégio sempre foi perfeita.
  Me soltei de seus braços e o olhei com raiva. Ele pensava igual aos outros. A todos os outros. Eles sempre me julgavam. Me levantei corri pra dentro de casa, ignorando os gritos de Michael. Subi pro meu quarto e fui direto a sacada, a minha mais da davam para a cidade e a das outras dava para o mar.
  Me sentei no sofá e comecei a chorar, bem mais do que antes. Como ele podia ter me dito isso? Ele sabia mais do que ninguém que odiava que me chamassem de patricinha.

Luke P.O.V
entrou correndo pra dentro de casa. Michael ficou parado olhando pra dentro de casa. Sai da piscina. me acompanhou. Ela deve ter percebido a mesma coisa. Ashton nos acompanhou. pegou as últimas três toalhas. Pegou uma e me deu as outras. Passei uma pro Ash e me sequei um pouco.
  - Que cheiro bom. - Ash foi indo em direção a casa.
  - Você fala com ele? - apontou com a cabeça pro lado.
  - Falo. Pode ir. Tente não matar o Ash.
  - Não prometo nada, Lu. - me deu um beijo na bochecha.
  Acho que seríamos grandes amigos. E também ela era prima da .
  - O que foi, cara?
  - Eu disse pra que a vida dela no colégio era perfeita.
  - Você é um idiota mesmo. Vai se desculpar com ela. E aproveita e fala que você gosta dela.
  Me levantei e entrei em casa. Estavam todos na cozinha rindo. E um cheiro ótimo estava no ar.
  - O que faz? - perguntei.
  - Macarrão com almondegas. Quase pronto. - disse. - Calum e Ashton ponham a mesa. coloca os sucos na mesa. E Luke chama a .
  - O Michael foi chamar ela.
  - Meninos, vão colocar uma blusa. - disse.
  - Vão colocar uma roupa então. - Calum disse cobrindo a .
  A mesma deu um beijo na bochecha dele e elas subiram as escadas.
  - A comida tá pronta? - Ash perguntou, enquanto levava os talheres pra mesa.
  - A já desligou o fogo. Então já deve estar pronto. - Cal se sentou à mesa.
  As meninas entraram na cozinha.
  - Vamos comer?

Michael P.O.V
  Subi as escadas de dois em dois degraus. A mais a haviam acabado de entrar no quarto. Bati na porta e percebi que a mesma estava aberta.
  Ela podia ter mudado de casa, mas o quarto era quase igual ao da antiga casa. Andei até a varanda e lá estava ela. Deitada no sofá chorando por minha culpa. Me senti horrível por isso. Me sentei na mesinha a sua frente e ela levantou um pouco o rosto.
  - Vai embora.
  - Me desculpa, . Olha, eu sei que eu não devia ter falado aquilo. Sei o quanto foi difícil pra você.
  - Se você sabe, então por que jogou na minha cara?
  - Foi da boca pra fora. Você sabe que eu não falaria uma coisa dessas pra você.
  - Você é um idiota. - ela se deitou olhando pra mim.
  - Eu sei. - ela sorriu um pouco.
  - Vamos comer. Sei como gosta de macarrão.
  - Esse é você Clifford. - sorriu de lado.
  - Tanto faz eu tô com fome.
  - Pode descer, daqui a pouco eu desço. - a olhei meio desconfiado. - Prometo.
  - Te espero lá embaixo.
  Dei um beijo em sua bochecha, e desci aliviado.

P.O.V
  Respirei fundo. Por que eu não conseguia ficar com raiva dele? Ele me olhava com tristeza e eu me derretia. Que raiva de mim. Deixei a toalha molhada no cesto de roupa suja. Deixei que o biquíni secasse na pia. Entrei no chuveiro e tirei todo o cloro do meu corpo.
  Tomei o banho um pouco mais rápido do que eu imaginava. Peguei uma roupa no closet e a vesti. Desembaracei meu cabelo e coloquei minha touca preferida. E é óbvio, meu cordão da sorte.
  Peguei meu celular e desci. Cheguei na cozinha e Ashton havia acabado de se sentar. Peguei um prato e coloquei o macarrão, que estava com uma cara ótima. Me sentei ao lado da . Coloquei suco de maracujá em um copo com gelo.
  Comecei a comer. A TV ligou sozinha o que fez todos nos virarmos. A tela piscou em cores diferentes, azul, roxo, preto, branco. Particulamente, eu estava assustada. Até que a apareceu rindo. Pude ouvir um monte de suspiros de alívio. Inclusive o meu.
  - Quer me matar do coração, ? - colocou a mão no peito.
  - Desculpa anã. Não era a... - ela parou e pensou. – Mentira, era minha intenção sim. Como vão?
  - Bem. - Luke sorriu.
  - Que bom. - ela riu. – Bem, vou chegar aí amanhã. Eu acho. Sei lá. Não entendo fuso horários. - ela fez uma careta.
  - Que horas você chega? - Michael perguntou. Virei a cara.
  - Bem contando por ai, vai ser mais ou menos umas oito da manhã. Vocês vão, né? - ela entortou um pouco a cabeça e fez bico.
  - Claro. Tudo bem ai com vocês? Seus irmãos tão bem? - perguntou se levantando um pouco.
  - Sim, ótimos. Receberam o vídeo da ?
  - Sim. Ela dança muito bem. - disse.
  - Ela vai ficar feliz de ouvir isso.
  A porta do quarto dela se abriu. Um menino de aproximadamente 17 ou 16 anos entrou. Cabelos castanhos iguais aos da , só não tinha os olhos castanhos claros dela. Logo atrás apareceu uma menina de cabelos loiros presos em um coque com um laço vermelho. Ela tinha olhos azuis, iguais aos do garoto.
  - Oi, . - a garotinha do vídeo, , sentou na cama.
  Ela falava português. Eu entendia. Dei uma olhada nos meninos que faziam caretas de confusos. Dei uma risada.
  - OI MEU PRINCIPE. - a se levantou correndo e gritando em inglês. Calum revirou os olhos.
  - Oi . - ele falou em inglês também.
  - Como vai a perna, Justin?
  - Quebrada, né? - todos rimos.
  - Tenho que ir. Vamos tomar sorvete.
  - Uma pergunta: como fez isso? - Ash se pronunciou.
  - Truques da . Não tente descobrir. Tchau. - ela mandou beijos e deligou.
  - Ok, isso foi estranho. - disse.
  - Nem me fale. - Calum disse meio emburrado.
  Terminamos de comer. Me levantei e tirei os pratos junto com Ashton. Peguei os dois potes de sorvete que tinham na geladeira e coloquei na mesa. Ashton trouxe os copos e a concha. Peguei a calda de chocolate e o granulado colorido. Me sentei novamente.
  Nos servimos de sorvete e fomos nos sentar lá fora. Ai como eu adorava esse lugar.

Capítulo 9

P.O.V.
  - Perai, como a fez isso?
  - Sei lá. Aquela menina faz coisas estranhas desde de que eu me entendo por gente. Ela é um gênio, mas não admite. - deu mais uma colherada no seu sorvete.
  - Perai, quer dizer que a é boa em matemática? - Luke perguntou.
  - Não. - riu. - Ela é péssima, nem sei como ela passou de ano.
  - Eu to com saudade daquela maluca. Lembra quando a gente era pequena e ficava vendo Scooby-Doo todos os dias de manhãs nas férias? - riu e a acompanhou.
  - Ela assiste Scooby-Doo até hoje. Como se um dia ela fosse deixar de ver isso todo dia de manhã. - as duas riram.
  Elas começaram a falar da infância das três e eu desliguei meu ouvido, como diz a . Ai, nem acredito que o final de semana já ta acabando. Eu só não me demito por causa das contas. Temos que dividir. Me levantei e fui até a cozinha. Coloquei o copo na pia e guardei o resto das coisas. Passei o olho no relógio. Vinte para as quatro. Já? Nossa, como o dia passou rápido.
  - Que tal sairmos hoje? - me sentei novamente.
  - Onde vamos? - passou o braço pelos meus ombros.
  - Que tal no shopping? - virou pra frente e me deu um sorriso cumplice.
  - Claro. - ri.
  - E a gente não vota, não? - Michael perguntou, indignado.
  - Não. - fiquei séria. Rimos. - Vou tomar um banho então. - me levantei e fui direto pro meu quarto.

P.O.V.
  Os meninos foram pra casa pra se arrumar. Eles passariam aqui lá pelas cinco. Tranquei a porta do meu quarto. Separei uma roupa e deixei minha carteira em cima da cama. Tomei um banho um pouco demorado demais. Lavei bem os cabelos e fiz minhas higienes. Vesti minha roupa e peguei minha maquiagem. Passei a mesma bem de leve. Me levantei e peguei um dos meus óculos escuros.
  Quando se é famosa tem que aprender a não ser você mesma em público. Eu amo meus fãs mais ás vezes eu queria um tempo só pra mim. Depois desse filme eu quero tirar umas férias bem longas. Ir pra Disney ou até mesmo ir no Brasil pra matar as saudades.
  Coloquei os óculos e arrumei o colar. Peguei minhas carteira e as chaves do carro e desci. e já estavam prontas pra irmos.
  - Menina, como você demora. - fez graça.
  - Foi só hoje. demora bem mais.
me mostrou a língua e eu revirei os olhos. Fui até a garagem e tirei o carro pra fora de casa. Parei na frente casa. entrou na parte da frente enquanto a trancava a casa. Dei uma olhada no espelho e retoquei meu gloss de cereja. A loira entrou no carro e fomos até casa dos meninos.
  Na porta havia uma BMW branca. Aquele carro era muito bonito.

Asthon P.O.V.
  Peguei as chaves do carro e minha blusa de frio. Abri a porta e fui direto pro carro. Os meninos já estavam lá dentro. Liguei o carro e fui na frente. Dava pra ouvir a música que passava no carro das meninas. Loud do R5. Elas quase gritavam. Isso me fez rir. Depois de quase meia hora chegamos. Demorei um pouco pra achar vaga, já que o shopping lota no fim de semana.
  As meninas desceram correndo. Rindo e dando as mãos. Tranquei o carro. Fomos em direção a elas, que foram direto a uma loja de sapatos. Eu e os meninos nos sentamos, enquanto elas experimentavam. Saímos de lá com um monte de sacolas. Isso ai nós. Havia tantas sacolas que tivemos que ir até o carro guardar algumas.
  As meninas haviam ido a outra loja. Aproveitei e chamei os meninos pra dar uma volta.
  - Com saudades dela, Hemmings? - Cal passou o braço pelo pescoço do Luke.
  - De quem? - ele olhou pro Cal meio confuso. Calum nos olhou e todos rimos. Tirando Luke, que estava ficando impaciente.
  - Da né bobão. - Michael deu um tapa na cabeça dele. Ele ficou um pouco vermelho. Paro tudo Luke Hemmings com vergonha?
  - Você não pode falar nada Michael, ta caidinho pela . - Luke apontou pro Mika.
  - O Ashton também só falta babar quando a passa. - Michael me deu um tapinha nas costas.
  Começamos a rir.
  - Ok. Ta todo mundo aqui apaixonado. - Cal disse rindo.
  O celular dele apitou.
  - Que foi? - perguntei.
  - As meninas estão esperando a gente na praça de alimentação.
  Demos meia volta e fomos direto encontrar com elas.

Michael P.O.V.
  Chegamos lá e as três estavam sentadas em uma mesa comendo. Parecia ser sorvete de açaí.
  - Pedimos pizza. - falou. Dei um beijo em sua bochecha.
  Ela ficou um pouco vermelha. Que fofa. Peguei o copo de sua mão e dei uma colherada no açaí. Ela bufou e tirou o copo de minhas mãos.
  - Espera a pizza, Clifford.
  Um garçom veio e trouxe sete copos de refrigerante e uma porção de batata-frita. pegou os copos e colocou na frente de cada um de nós. Bebi um pouco do meu e vi que era Coca-Cola, um dos meus preferidos. Ficamos conversando até que a pizza chegou. Na hora de pagar a conta que foi difícil.
  - A gente pediu, a gente paga. - revirou os olhos e bufou irritada.
  - Já disse que a gente que vai pagar. - Ashton bateu na mesa.
  - Parem com isso. Vamos dividir a conta, pode ser? - parou a discussão.
  Os dois resmungaram alguma coisa inaudível. Dividimos a conta.
  - E agora? - perguntei.
  - Mais compras? - riu.
  - Já são oito. Que tal uma boate? Só pra dançar mesmo.
  - Eu topo. - levantou a mão.
  - Mas vamos trocar de roupa, isso não tem nada a ver com balada. - reclamou.
  Elas riram e foram a uma loja chamada Gold&Black. Entramos logo depois e os sentamos. Elas ficaram andando de um lado pro outro e experimentaram um monte de roupas. Elas saíram do provador ao mesmo tempo. Não sei quanto aos meninos, mas eu estava quase babando ali. Elas estavam incríveis, perfeitas, lindas e gatas demais.
  A luz fazia a roupas delas brilhar. Agora eu entendi o motivo delas terem escolhido essa loja. As atendentes bateram palmas e levaram as menina pra fazer uma maquiagem ou algo do tipo.
  - Acho melhor vocês fecharem essa boca. - Luke deu um tapinha na boca de Calum.
  O mesmo piscou os olhos como se tivesse saído de um transe.
  - Ah, nem pensar que a vai sair por aí mostrando a barriga. - ele se levantou com um pouco de raiva e foi até onde a estava.
  Revirei os olhos. Vinte minutos depois os quatro estavam de volta. As meninas agora maquiadas e Calum meio emburrado. Fomos pro nosso carro e Ashton foi direto pra boate, enquanto nos seguia.

Calum P.O.V.
  Foi fácil entrar. Agora que estávamos ficando famosos entrávamos em qualquer lugar. Não tirei meu braço da cintura da por um minuto sequer. Assim que entramos os caras ficaram olhando pra ela. Foi quando puxei ela pra mais perto. Sentamos em uma mesa perto do bar. De cara os meninos já foram pedindo suas bebidas.
  Pedi uma cerveja e quando ofereci a ela me olhou como se eu tivesse xingado a mãe dela. Ela puxou , que puxou e sumiram as três na pista de dança. Mulheres são estranhas.
  Ashton bebeu mais uma lata de cervaja e saiu rumo a pista. Não precisava ser um gênio para adivinha que ele iria atrás de . Me levantei e fui atrás da minha namorada. Era tão bom me referir a assim. Procurei por ela e quando a achei, meu sangue ferveu.
  Um homem de uns 20 anos estava tentando agarrá-la, a mesma empurrava ele pra longe. Andei até ela e a puxei pela cintura.
  - Te disse que não era pra usar essa blusa. - disse com raiva. Ela bufou.
  - Não é por causa da blusa idiota.
  - Eu sei por quê. - ela me olhou curiosa. - É porque minha namorada é linda e muito gostosa.
  Ela ficou vermelha e me deu um tapa no braço.
  - Ai.
  Ela riu e começamos a dançar.

P.O.V.
havia sido arrastada por Calum e havia ido ao bar. Fiquei dançando e olhando as pessoas ao meu redor. Meus olhos pararam do outro lado do salão. Minha boca deveria estar formando um perfeito ‘O’.
  Michael estava agarrando uma menina ruiva. Eu sei que antes eu ajudava ele com as garotas, mais depois que eu descobri minha paixão secreta por ele, eu sentia mais ciúmes do que o normal. Meus olhos se encheram de lágrimas. Tirei meu salto e sai correndo. Estavam todos na mesa. Conversando e rindo. foi a primeira que me viu. Ela veio correndo até mim e me abraçou.
  - Que foi? - ela me soltou. Fiquei calada. - Quer ir embora? - balancei a cabeça confirmando.
  Se falasse provavelmente eu choraria. Ela me deu a mão e me puxou.
  - Vamos embora? - perguntou.
  - Mas já? - Calum ficou de pé.
  - Já são uma de manhã. - Luke se levantou.
  Ashton foi atrás de Michael. abriu o carro. Entrei na parte de trás e me deitei no banco. As duas entraram e chegamos em casa bem rápido, já que não tinha transito. Antes que ela colocasse o carro na garagem eu já estava dentro de casa. Subi direto pro meu quarto, ignorando os gritos de . Joguei os meus saltos em baixo da cama e deitei na mesma.
  Desabei a chorar. Por que eu tinha que me apaixonar pelo meu melhor amigo? Minha vida podia ser igual à dos filmes, em que tudo dá certo e eu ficasse com quem eu gosto no final. Argh. Me levantei novamente e fui até o banheiro lavei meu rosto e tirei toda a maquiagem. Troquei o vestido por um pijama. Deitei novamente e dormi quase instantaneamente.

Capítulo 10

P.OV
  - Senhorita? Já chegamos a Sidney. - uma aeromoça me sacudia.
  - Ah, sim. Obrigada.
  Tirei o cinto e coloquei minha mochila no ombro. Sai junto com os outros passageiros e peguei a minha mala. Procurei os meninos até que os encontrei perto da saída. segurava um cartaz escrito " Sumida ."
  Corri até elas deixando minha mala pra trás e as abracei. Todas elas de uma só vez. Um dos meus problemas é que eu me apego muito às pessoas de que gosto. E isso acontece com elas e com os meninos está começando a ser assim.
  Abracei o Cal que me levantou do chão e me balançou. Eu ri. Dei um beijo em sua bochecha. Abracei Ashton e depois o Michael. Por último foi o Luke. Foi bem... Como posso dizer? Estranho? Bom? Só sei que não queria me soltar dele. Seu abraço podia ser o melhor do mundo. Me soltei dele, mas ele continua com suas mãos em minha cintura. Podia ficar ali o dia todo encarando aqueles olhos azuis.
  Me aproximei de Luke quando escuto um barulho. Me solto dele e sei que estou vermelha. Eu vou matar o Ashton. Mike estava com minha mala em mãos. Mordi meu lábio inferior e tirei minha mochila das costas. Peguei meu caderno e minha caneta da sorte. Fui em direção ao carro. Me sentei no banco de trás enquanto os meninos guardavam minha mala.
  Comecei a desenhar. Isso sempre me deixa mais calma. Não que eu esteja nervosa, nem nada disso. É que... Eu nunca senti nada por ninguém. E ai vem o Luke e confunde minha cabeça. É eu sou uma menina de 17 anos que nunca se apaixonou. E também eu não queria isso. Ele podia não gostar de mim. Isso não é um conto de fadas pra acabar tudo bem no final.
  Depois de alguns minutos chegamos em casa. Guardei meu caderno. Deixaria o desenho pra depois. Tirei a mala que não estava tão pesada assim e a levei pra dentro de casa. Subi as escadas com ela e fui direto ao banheiro. Tomei um banho bem demorado e lavei bem meus cabelos. Ouvi as voz dos meninos. Eles estavam combinando de fazer alguma coisa. Mas eu não conseguia ouvir. Me vesti e coloquei meus amados all-star azul. Passei perfume e deixei meu cabelo solto. Peguei meu celular e desci as escadas. Eu estava morrendo de fome.
  Tinha um prato de bolinhos em cima da mesinha. Peguei um e me sentei com as meninas.
  - O que estão planejando?
  - Nada. Só estávamos conversando. - Cal se sentou também.
  - Vamos fazer o almoço? - foi em direção à cozinha.
  - Eu vou com você. - Ash se levantou e ela revirou os olhos.
mais Calum começaram a se beijar.
  - Eca, vão fazer isso lá fora.
  - E vamos mesmo. - os dois saíram.
  Ficamos apenas Mike, Luke, e eu. Liguei a TV e coloquei um filme. O último que havia comprado, Capitão América e o Soldado Invernal. se aconchegou em Michael e eu me deitei em seu ombro. Luke se sentou ao meu lado. Respirei fundo e comecei a prestar atenção no filme.

Um mês depois
  Sozinha em casa de novo. estava a todo vapor no filme. mais trabalhando feito loucas pra divulgar a 5SOS. Os meninos fariam alguns shows em novembro pelos Estados Unidos e eu ficaria aqui. iria junto com eles. Ela tinha a estreia pra poder ir. O mais incrível é que eles estão conseguindo fazer um filme de 1 hora e vinte em apenas 40 dias e isso é incrível.
  As fãs até que aceitaram bem o namoro do Cal e da . Ela estava tão feliz. Era bom ver a anã daquele jeito. Ela já sofreu muito por amor na vida dela e eu fico muito feliz de ver que ela encontrou alguém que realmente a ama.
  Me troquei e peguei meu skate. Tirei uma foto e postei no Instagram. Deixei um bilhete para as meninas dizendo que voltava logo. Dei algumas volta pelo bairro. Meu celular vibrou em meu bolso. Parei um pouco e abri a mensagem.

"Pode me encontrar no parque agora? Preciso falar com você xxLuke"

 O que será que era? Demorei dez minutos pra chegar. O parque era um pouco longe. Vi Luke do outro lado. Ele fez um sinal pra que me aproximasse. Atravessei a rua sem olhar pros lados. Ouvi o grito de Luke e uma dor muito forte no meu corpo. Cai no chão. Vi rostos borrados. Luke tinha lágrimas nos olhos. E ele falava algo, mas eu não conseguia escutar. Virei a cabeça pro lado e apaguei.

P.O.V
  Entreguei as novas fotos dos meninos pro Brad. Ele olhou e aprovou. Voltei pro escritório onde lia uma revista de moda.
  - Ele gostou?
  - Não sei. Pelo menos aprovou. O que pra mim tá ótimo.
  Me sentei a mesa e procurei pelo meu celular. Tive um ataque quando percebi que ele não estava comigo.
  - Cadê meu celular?
  - Deve estar na casa dos meninos. Você ficou a tarde todo com o Calum lá e eu não vi você chegando com celular.
  - Ótimo. - bufei irritada.
  O celular da começou a tocar.
  - Quem é?
  - Mike.
  - Coloca no viva voz. - ela me olhou com cara de "Sério?", mas mesmo assim ela colocou.

LIGAÇÃO ON
  - Oi Mike. O que foi?
  - A sofreu um acidente. Vocês tem que vir pro hospital agora.
  - Ok. Manda o endereço.
  - Não precisa. Mandei um taxi ai. Venham o mais rápido possível.
LIGAÇÃO OFF

 Eu olhei para sem poder acreditar no que tinha ouvido. Peguei minha bolsa e desci as escadas correndo. Meus olhos estavam cheios de lágrimas. Eu era responsável pela . Eu deveria cuidar dela. O taxi estava ali. Como Mike havia dito. Entramos juntas e fomos direto pro hospital.
  Deixei que minhas lágrimas caíssem. Quanto mais demorávamos pra chegar mais nervosa eu ficava. me abraçou de lado. Chorei até chegarmos. Deixei a loira no taxi e entrei correndo. De cara eu achei Mike. Corri até ele e ele me abraçou.
  - Cadê ela?
  - No quarto.
  - O que disseram?
  - Ainda nada. O médico acabou de entrar pra fazer exames e essas coisas de médico.
  Calum estava do Michael. Fui até ele e o abracei forte.
  - Não chora, princesa. Tenho certeza que ela tá bem.
  - Bem mal, né? Se não ela não tava num hospital. - disse com raiva.
  - Calma, baixinha. Vem, senta aqui.
  Encostei minha cabeça em seu ombro. Ele colocou seu braço em volta de mim e não me soltou um minuto sequer. Pelo menos eu tinha ele.
  - Alguém viu o que aconeteceu? - perguntou.
  - Eu vi. - Luke ergueu a mão. Ele respirou fundo e continuou. - Eu pedi que ela me encontrasse no parque hoje, mas quando ela foi atravessar a rua um carro bateu nela.
  - E o motorista?
  - Delegacia. Mas não vai dar nada pra ele. Foi sem querer.
  O que Luke queria com ? Abri minha boca para perguntar, mas o médico chegou. Fiquei de pé.
  - Vocês são responsáveis pela .
  - Sim, doutor. - Ash respondeu.
  - Ela está bem agora. Ela fraturou uma costela, torceu o pé sofreu alguns cortes.
  - Podemos ve-la?
  - Podem. Me sigam.
  Seguimos o doutor por um longo corredor. No quarto em que estava havia uma parte de vidro em que dava pra ver o que acontecia lá dentro. Ela estava acordada. Havia um corte em seu braço e outro em sua testa que estavam com faixas ensanguentadas. Ela estava pálida e estava com os olhos fixos na porta. Fui a primeira a entrar.
  Ela sorriu um pouco.
  - Como você tá?
  - Bem, tirando a minha dor nas costas eu acho que tô bem. - ela riu fraco.
  - Você poderia ter morrido. - disse preocupada.
  - Me desculpe, mas não é dessa vez que vai pegar minha coleção de All-star. - ela riu. E logo depois fez uma cara de dor. – Isso dói.
  - Oh coisa chata,vem cá. - Ash a abraçou. virou os olhos pro outro lado.
  - Ash?
  - Que foi?
  - Me solta, por favor? Tá ficando difícil de respirar. - rimos um pouco. - Posso ir embora?
  - Daqui a pouco. Só falta fazer alguns exames.
  - Ah não, . Não deixe eles fazerem isso. Agulha não. Pelo amor de Deus. - ela começou a se desesperar. Eu ri.
  - Calma. É pro seu bem.
  - Fala isso porque não é seu sangue que vão tirar. - ela cruzou os braços e emburrou a cara.
  - Acho melhor comprarem roupas pra senhorita aqui.
  - Cadê minhas roupas antigas? - ela se levantou um pouco.
  - Estão sujas com sangue. Mas vão pra casa com você.
  - Eu trouxe algumas roupas. - Mike a deu uma mochila.

Ashton P.O.V
  Depois de algum tempo a saiu do quarto de muletas.
  - Vamos ao Starbucks? - ela pediu.
  - Ok. Vamos. Estamos de van, então cabe todo mundo.
  Fomos ao Starbucks e logo depois no supermercado. Compramos um monte de bobagens e fomos pra 5SOSHouse. Ficamos no sofá vendo Pretty Little Liars, insistiu. Eu não entendia quase nada. Algumas partes me explicava.
  Quando as garotas da série estavam em um cemitério, o barulho de um trovão se fez ouvir. Elas gritaram tanto que eu e os meninos não aguentamos e começamos a rir.
  - Isso não tem graça, Hood. - deu um tapa no Calum e depois colocou a mão no coração.
  - Parece que vai chover. - disse.
  - Não me diga, gênio. - falou ironicamente.
  - Parem os dois. Já tô cansada dessa briga idiota. - reclamou.
  Começou a chover. Bem forte. Me levantei e olhei pela janela. Ok. Com certeza as meninas não iriam poder ir pra casa hoje.
  - Pelo visto vocês vão dormir aqui. A chuva tá forte demais.
  - Ah, que lindo. Vou ter que dormir na mesma casa de um idiota. Que sorte a minha. - revirou os olhos.
  - Devo estar muito feliz sabendo que uma mimadinha feito você vai dormir debaixo do mesmo teto que eu.
  Antes que ela pudesse responder jogou uma almofada em mim.
  - Calem a boca. Os dois. - me sentei novamente.
  - Pega mais Cheetos pra mim? - fez bico.
  - Eu vou. - se levantou. - Vem comigo, amor.
  Os dois foram pra cozinha. Aposto que eles estão aprontando alguma.

Calum P.O.V
  - Tá bom, pode começar a falar, dona .
  - É o seguinte, já que temos que dormir aqui, eu quero juntar os casais.
  - Quais casais? - ela me olhou como se fosse óbvio.
  - e Luke. e Michael. e Ashton.
  - Os dois primeiros que você falou eu até concordo, mas o Ash e a é difícil. Eles se odeiam.
  - Nunca ouviu dizer que o amor e o ódio vivem um atrás do outro? - rimos. Ela pegou o Cheetos da .
  - Onde você pensa em dormir? - perguntei com um sorriso malicioso.
  - Não sei. Acho que na cama do meu namorado. Será que ele deixa?
  - Acho que deixa. - a puxei pela cintura.
  - Nada de namoro na cozinha. - nos separou.
  Voltamos pra sala. Me deitei no colo da . Ela olhou pra baixo e começou a fazer carinho no meu cabelo. Ai eu tinha a melhor namorada do mundo. era doce, tinha um grande amor por nossas fãs, era engraçada, divertida e ao mesmo tempo responsável e madura.
  - Cal?
  - Que foi, pequena?
  - Não me chama de pequena. - ela emburrou a cara.
  - Desculpa, princesa, o que foi?
  - Se tudo der certo hoje, vamos na praia amanhã? - ela fez bico.
  - Se todo mundo quiser ir.
  - Ok. - ela voltou a prestar atenção no filme e eu fiquei a olhando.
  - Para de me olhar, Hood, e preste atenção.
  - Não dá. Você é mais interessante que a Tv. - ela corou de leve. Ela se abaixou.
  - Já disse. Nada de namoros quando eu estiver presente. - se sentou e jogou uma almofada nela.

 Depois de 20 minutos a chuva continuava do mesmo jeito.
  - Acho bom a gente dividir os quartos que vamos dormir. - disse.
  - Ok. , você fica com o Mike? - ela respirou fundo e fez que sim com a cabeça. Ela não tá muito bem com o Michael.
  - e Lukey, vocês ficam juntos? - fez bico.
  - Tá bom.
  - Ah não. Eu não vou dormir no mesmo quarto que essa coisa. - se levantou com raiva.
  - Então dorme na chuva. Aposto que você vai adorar. - Ash falou irônico.
bufou, mas não fez nenhuma objeção. Desliguei a TV e fui pro quarto com a .
  - Posso tomar banho?
  - Dã. Vai lá. Vou arrumar uma roupa pra você.
  Não era a primeira vez que a minha namorada dormia aqui. Ela tinha algumas roupas aqui. Mas não fizemos nada demais. Só porque ela não quis. Me deitei na cama e fiquei esperando ela acabar.
  - Cal?
  - Que foi?
  - Esqueci a toalha. Traz pra mim?
  Me levantei e peguei a tolha que estava em cima da cômoda. Abri a porta e deixei a toalha em cima da pia.
  - Amor?
  - Oi?
  - Você não quer tomar banho comigo? - ela colocou a cabeça pra fora do box e sorriu.

P.O.V
  Será que alguém podia me beliscar? Eu tô muito a fim de acordar desse pesadelo. Conviver com o Irwin é uma coisa, dormir no quarto com ele é outra bem diferente. Bom, pelo menos a roupa que eu tava dava pra dormir bem. Ela era confortável. O quarto dele não era diferente de um adolescente normal. Era até que arrumado. Também tinha um quadro de fotos dele com a família. Dei uma olhada na cômoda e quase surtei quando vi que ele tinha o filme Hercules da Disney. É um dos meus filmes preferidos. E também tinha um CD do Justin Bieber. Ok,se ele não fosse tão idiota podíamos até ser amigos.
  - Fuçar minhas coisas é legal? - me virei.
  Ashton estava na porta e tinha um sorriso triunfante nos lábios.
  - Nem tanto. Isso é ridículo.
  - Era por isso que tava sorrindo?
  - Quem disse isso?
  - Eu não sou cego, garota.
  - Argh. Por que você tem que ser tão idiota?
  - Por que você tem que ser tão mimada? - ele chegou perto.
  - Por que você tem que implicar com tudo que faço? - dei um passo pra frente.
  - Não implico. Você que me provoca. - deu um passo.
  - Eu não iria te provocar se você fosse legal comigo.
  Agora estávamos cara a cara. Ashton me puxou pela cintura e colou nossas testas.
  - Quem sabe eu gosto de você.
  - Pode ser.
  Puxei Ashton pela camisa e o beijei.

Luke P.O.V
  Ajudei a subir as escadas e a levei até meu quarto. Ela tirou sua blusa e a deixou na cama.
  - Seu quarto é legal. - ela disse.
  - Valeu.
  - Ai, eu posso jogar? - ela pegou um jogo.
  - Deixa eu colocar.
  Coloquei Guitar Hero III. Dei para ela um controle e peguei outro.
  - Você quer mesmo jogar contra mim, Hemmings?
  - Eu vou correr o risco, .
  O jogo carregou. Tenho que admitir que era boa. Foi difícil ganhar dela, mas eu consegui.
  - Foi sorte.
  Ela fechou a cara e depois riu. Ficamos jogando até 1 da manhã.
  - Vamos dormir, Lukey? Tô com sono.
  - Ok.
  Desliguei a TV. Arrumei a cama e apaguei as luzes. Virei pro lado e tentei dormir.
  - Luke?
  - Oi? - me virei. Mesmo no escuro dava pra ver os olhos dela.
  - Você acha que o Mike mais a vão se acertar?
  - Acho que vão. Os dois se amam. Só eles não admitem. Você acredita em final feliz, ?
  - Depende. Acho que você pode ser feliz com a pessoa certa, mas vai ter momentos tristes também. E você?
  - Eu passei a acreditar tem algum tempo.
  - Por quê?
  - Por causa de você.
  Ai cara, por que eu falei aquilo? ficou calada. Seus olhos me observavam atentamente. Até que ela fez o inesperado. Ela me beijou. Retribui o beijo na hora.
  - Eu gosto de você, Luke. - ela corou.
  - Eu gosto de você, .
  Puxei ela pra um abraço e dormimos.

P.O.V
  - ? - Mike me chamou. Sai do banheiro e me sentei na cama.
  - O que foi?
  - Por que você tá assim comigo? Eu te fiz alguma coisa? - ele estava triste. Dava pra perceber pelo tom na sua voz.
  Pensei um pouco e não tinha nada pra falar. A não ser a verdade. Respirei fundo e falei.
  - Foi porque no dia que fomos na boate eu te vi beijando uma menina.
  - Mas você já me viu beijando várias meninas.
  - Mais dessa vez foi diferente. Eu fiquei com ciúme de você, Mike. Porque eu gosto de você. Mas não do jeito que eu gostava antes. De um jeito mais forte. Eu sei que você não gosta de mim desse jeito e....
  - Quem falou isso?
  - Bem, eu...
  Michael se levantou da cama. Ele tirou uma mecha de cabelo do meu rosto e colocou atrás da minha orelha. Ele foi chegando perto até que me beijou. Um frio bateu em minha barriga. Coloquei minha mão nos seus cabelos e os puxei de leve. Beijar Michael era como estar nas nuvens. Era a melhor sensação que eu já havia sentido. Me soltei dele.
  - Quer namorar comigo?
  - Quero.

Capítulo 11

P.O.V
  Acordar abraçada com Calum era a melhor coisa do mundo. Me lembrei da noite passada e um frio atingiu a minha barriga. Meu Deus, eu não acredito que minha primeira vez foi com o Cal. Tirei seus braços de mim e me levantei. Fui até o banheiro e me vesti. Arrumei meu cabelo em um coque frouxo e desci as escadas.
  Pelo visto ainda estavam todos dormindo. Ainda eram oito e vinte e três da manhã. Andei até a cozinha e comecei a preparar o café da manhã. Suco de laranja, ovos com bacon, omelete, sanduiche, frutas e patê. O dia estava lindo, sol e nenhuma nuvem no céu. Tomara que todos tenham se resolvido. Seria tão bom. Arrumei a mesa e coloquei tudo ali.
  Senti dois braços me envolvendo. Calum deu um beijo no meu pescoço.
  - Bom dia, amor. - ele disse.
  - Bom dia, príncipe.
  - Por que saiu da cama?
  - Porque eu vim fazer isso. Já que nem você nem os meninos sabem cozinhar. - apontei pra mesa.
  - Eu tenho ou não tenho a melhor namorada do mundo? - me virei pra ele.
  - Acho que tem - o beijei.
  - Vamos acordar os meninos?
  - Agora. - o puxei pela mão e subimos as escadas correndo. - Hood?
  - Que foi?
  - Vai colocar uma calça.
  Ele olhou pra baixo e viu que estava só de cueca. Ele correu até o quarto e vestiu uma bermuda azul.
  - Acordamos quem primeiro? - perguntei.
  - Que tal e Ashton? Temos que ver se eles não se mataram.
  - Ok.
  Fomos até o quarto do Ash que era no final do corredor. Abri a porta e quase não pude acreditar no que via. Ash e dormindo de conchinha. Ah eu sabia que esses dois gostavam um do outro. Vou esfregar isso na cara da pelo resto da vida dela. Entrei no quarto e comecei a pular em cima da cama.
  - EU SABIA. EU SABIA.
  Os dois acordaram de uma vez com expressão de assustados. riu e se abraçou com Ash.
  - Quinze minutos. Lá embaixo. Ouviram?
  - Sim senhora. - eles responderam juntos.
  Saímos do quarto.
  - Eu não posso acreditar. - Cal disse.
  - Eu disse que eles ficariam juntos.
  - Isso todo mundo sabia. To falando da minha namorada ser maluca de pedra. - dei um tapa em seu braço.
  - Reclame com a . Tô passando muito tempo com ela.
  - Próximo casal da lista?
  - e Luke.
  Fomos até o quarto do Lukey e entramos. Os dois estavam jogando video-game.
  - Ah, que sem graça.
  - Que foi? - Luke não desgrudou os olhos da TV.
  - Achei que tinha conseguido fazer de vocês dois um casal. - fiz bico.
  - Ah, era isso que você queria fazer juntando todo mundo? Nossa, eu nem tinha percebido. - falou ironicamente.
  - E aí? - perguntei cheia de esperança.
  Os dois me olharam e sorriram.
  - Acho que deu certo. - falou.
  Corri até ela e a abracei.
  - Cuidado, anã. Meu pé, demente.
  - Ok. Vamos descer pra tomar café?
  - Agora.
  Eles se levantaram e nos seguiram. Nem precisava entrar no quarto do Mike pra saber o que tinha acontecido. Luke bateu na porta.
  - Vocês dois desçam agora pro café da manhã. E não se esqueçam de vestir uma roupa. - rimos.
  Nos sentamos à mesa e esperamos os outros dois casais. Cinco minutos depois estávamos todos comendo e rindo.
  - Gente, bora pra praia hoje? - perguntou.
  - Mas e meu pé? - fez careta.
  - A gente dá um jeito. Tá tão horrível assim?
  - Não. Nem um pouco. Só que o médico que disse que não era pra forçar.
  - Desde quando você obedece a médicos? - perguntei segurando o riso.
  - É mesmo. - ela fez cara de pensativa e depois deu de ombros.
  Terminei de comer e me levantei. Fui até o quarto do Calum, peguei meu celular e chamei as meninas. Fomos pra casa. Os meninos passariam lá as dez. Ou seja, faltava meia hora.
  - Então, estamos todas namorando? - perguntei.
  - É. - balançou a cabeça confirmando. Rimos.
  Subi direto pro quarto. Coloquei um biquíni e um short por cima. Óculos e sandálias. Peguei uma bolsa e coloquei minha carteira, celular, toalha e protetor solar. Peguei uma blusa qualquer e a vesti. Desci as escadas. já estava pronta.
  - Cadê as muletas?
  - Deixei lá em cima. Dá pra andar assim.
  Olhei pra baixo e o pé dela já não estava inchado.
  - Seu pé parece melhor.
  - É. Pelo menos eu não preciso andar mancando.
desceu as escadas juntamente com .
  - Cadê os meninos? - se sentou no sofá.
  - Ainda não chegaram.
  - Vamos a pé? - perguntou.
  - Não, de carro. - disse.
  - Vou tirar o carro da garagem então. - saiu.
  As meninas a seguiram. Fechei as janelas e tranquei a porta da frente. Me sentei atrás ao lado da . A mesma não havia parado de sorrir hoje.
  - Feliz?
  - Você nem sabe o quanto.
  - Ele se declarou pra você?
  - Na verdade fui eu.
  - E o que você disse?
  - Ah, que tinha ficado com ciúme dele, que gostava dele de um jeito diferente e eu sabia que ele não gostava de mim. Ai ele me beijou e depois me pediu em namoro. - ela suspirou.
  - Own, que fofo. - a abracei.

P.O.V
  Me soltei da e coloquei meus óculos. Nem esperamos os meninos. Fomos direto pra praia. Tenho que dizer que a praia estava lotada. Não sei se era pelo fato de ser domingo ou porque estava um calor terrível.
estacionou e saímos do carro. Ela abriu o porta-malas e tirou o guarda-sol e as cadeiras de lá. Carregamos tudo, com um pouco mais de dificuldade. Demos uma volta até que achamos um lugar. Não era tão longe do mar e nem tão perto. Era simplesmente perfeito. Abri o guarda sol enquanto as meninas arrumavam as cadeiras. Tirei minha blusa e meus chinelos. Me sentei e peguei o protetor solar. Passei nos braços, pescoço, rosto, barriga e com a ajuda da , nas costas.
  - Vamos nadar? - tirou os óculos.
  - E seu pé?
  - Por acaso eu vou deixar de nadar? Você me conhece, .
  - Ok. Eu vou com você.
  As duas tiraram os shorts e foram em direção ao mar. estendeu uma toalha e se deitou na areia. De longe dava pra ver as duas. Olhei pro lado e não pude deixar de rir. Os meninos estavam parecendo moscas tontas. Viravam a cabeça de um lado pro outro. Cutuquei a com o pé. Ela levantou a cabeça e fez um sinal com a cabeça. Apontei o dedo pros meninos. Ela começou a rir. A risada dela era alta e fez com que os garotos nos vissem.
  - Que bonito, hein, senhorita . - Mike se sentou.
  - Brigada. Eu sei que sou linda. - ele revirou os olhos e tirou a camisa.
  - Cadê a ? - Luke perguntou.
  - No mar, junto com a . Olha elas ai. - apontei pras meninas que caminhavam em nossa direção.
  O dia até que foi legal. Jogamos vôlei, nadamos e tomamos sorvete. Igual crianças mesmo. Com direito de se sujar todo.

Michael P.O.V
  Estávamos lá. Os quatro casais vendo o mais belo por-do-sol, quando meu celular e dos meninos apita ao mesmo tempo. Abri a mensagem do Brad.
Viagem hoje. Vocês estarão no progama da Ellen no dia 5. Tem que ir para Los Angeles ainda hoje. O voo sai as oito, estejam prontos. Vou mandar uma vã pra buscar vocês, as fotógrafas e a .
  - O que foi? - perguntou.
  - Temos que ir pra Califórnia hoje.
  - Que horas? - se virou.
  - Oito. - Ash respondeu.
  - Temos que ir. Eu tenho que arrumar as minhas coisas. - se levantou já arrumando as coisas.
  Colocamos tudo dentro do carro. Percebi que a estava meio pra baixo. De cabeça baixa e nem se despediu da gente. Entrou logo no carro e colocou os fones de ouvido. Ash deu a partida e fomos direto pra casa.
  - O que a tem, Luke? - ele respirou fundo antes de responder.
  - Não sei.
  - Vocês são dois idiotas. É óbvio que ela tá triste porque vai ficar aqui sozinha. - Calum revirou os olhos.
  - Então vamos levar ela com a gente. - Ash parou no sinal.
  - Aposto que o Brad deixa. - disse.
  Assim que chegamos em casa, Luke telefonou pro Brad que disse que a poderia ir, mas ela tinha que fazer algo pra ajudar.
  - Ela pode ajudar com as roupas. Eu gosto do estilo dela. - Calum comentou.
  - Pode ser. Vou falar com ela. - Luke saiu novamente.
  Subi as escadas e fui arrumar as minhas malas.
  Depois de 8 horas dentro de um avião, finalmente chegamos a Los Angeles. Fomos direto pro hotel descansar. As meninas ficariam juntas em um quarto e a gente em outro. Peguei uma cama perto da janela. Me deitei e dormi.

P.O.V
  Fui a última a acordar. As meninas me deixaram um bilhete dizendo que estavam na piscina tomando café da manhã. Estava o maior sol lá fora. Vesti um biquíni e coloquei uma roupa comum por cima. Escovei meus dentes e peguei meu celular. O quarto dos meninos era em frente ao nosso. Bati na porta. Ninguém respondeu. Abri a porta. O quarto estava um breu, mas deu pra ver que alguém ainda estava dormindo.
  Abri as cortinas e percebi que era Luke quem dormia. Me sentei perto dele e comecei a distribuir vários beijos pelo seu rosto.
  - Se você continuar fazendo isso eu não vou querer levantar. - ele disse baixo com uma voz de sono. Dei uma risada.
  - Anda Lu. Levanta. Já tá todo mundo lá embaixo.
  Luke se sentou. Ele ficava lindo com cara de sono e com o cabelo bagunçado. Ele veio me beijar, mas eu desviei.
  - Beijo só depois, Hemmings. Agora vai se trocar.
  Ele bufou. Sai do quarto e fiquei esperando ele no corredor. Depois de cinco minutos estávamos todo reunidos em torno de uma mesa comendo. Hoje era dia quatro. Ou seja, temos apenas um dia pra conhecermos tudo por aqui. Ficamos na piscina a manhã inteira. Almoçamos na mesma mesa e depois fomos nos arrumar pra sair.
  Com uma hora estávamos prontas. Como sempre demorou um século pra se arrumar. Encontramos com os meninos no saguão. Dei a mão a Luke e fomos andando. A cidade era bem bonita. Palmeiras, praias e gente que nos olhavam curiosos. Típica cidade da California. Fomos a calçada da fama e demos uma espiada no letreiro de Hollywood. Voltamos pra cidade e fizemos algumas compras.
  - Quero sorvete. - falou apontando pra uma sorveteria.
  - Ai eu também. - concordou.
  Fomos em direção a tal sorveteria. Era daquelas que você coloca o tanto que quiser e depois paga. Os sorvetes que haviam ali eram bem diferentes do Brasil. Coloquei de chocolate e morango. Morangolate. Coloquei um monte de jujubas. Paguei o sorvete e me sentei em uma das mesas perto da janela. Nos sentamos todos juntos. Enquanto a conversa fluía eu me interessei por um homem de blusa vermelha que nos observava do outro lado da calçada.
  Não devia ter mais de 30 anos. Cabelos louros e possíveis olhos azuis. Ele também me olhava. Foi ai que eu vi a câmera em seu pescoço. Paparazzi. Ele começou a tirar algumas fotos e logo veio um monte deles em direção a sorveteria.
  - Anda gente. - comecei a puxar os meninos.
  - O que foi? - Ash perguntou.
  - Paparazzi.
  - Corre. - disse.
  Saímos correndo. Calum ligou pro Brad para mandar a van. Tivemos que ficar escondidos perto de um parque. Me sentei perto de uma árvore. Luke se sentou ao meu lado.
  - Desculpa por isso. - ele disse meio envergonhado. Eu ri e dei um beijo em sua bochecha.
  - Que isso. Não sabia que meu esporte favorito era fugir de paparazzi? - ele riu.
  - Você é inacreditável, menina.
  - Eu sei. - rimos.
  A van chegou. Luke se levantou e me deu a mão. Fomos direto pro hotel. Bye bye dia perfeito. e Mike foram dar uma volta pelo jardim. Luke me puxou pela mão e fomos até o salão de jogos.
  - Ai Hemmings quer perder pra mim em um país diferente?
  - Não vou perder pra você, . - ele disse com um sorriso malicioso.

P.O.V
  Fui com Ashton até uma das piscinas. Minha roupa de baixo era toda preta, parecia mesmo um biquíni. Deixei minhas roupas em cima de uma espreguiçadeira e pulei na piscina. A água estava ótima. Um pouco fria pra combinar com o clima da Califórnia. Voltei à superfície. Ashton me olhava com um meio sorriso.
  - O que foi?
  - Nada.
  Mergulhei novamente e nadei em direção à borda da piscina. Ashton me alcançou com facilidade. Me virei. Ele prendeu meus braços na beira da piscina. Sorri pra ele. Ele retribui de um jeito malicioso. Ele veio e me beijou. Não um beijo lento e suave. Um beijo cheio de desejo. Aos poucos ele soltou minhas mãos que automaticamente foram parar em sua nuca. Parei o beijo por falta de ar.
  - O que você tem?
  - Nada. Eu só quero uma coisa.
  - Que coisa?
  - Você. - e me beijou de novo.

P.O.V
  Subi de elevador e fui até o meu quarto. Eu estava toda suada e meu corpo pedia por um banho. Deixei Calum no salão de jogos. Entrei debaixo da água fria. Depois de refrescada me enrolei na toalha e sai do banheiro pingando água pelo quarto inteiro. Abri minha mala e escolhi uma roupa. Me troquei. Calcei meus vans brancos e passei um pouco de gloss e perfume. Me sentei na varanda e comecei a desembaraçar meu cabelo que mais parecia um ninho de rato molhado.
  Ah, como era bom estar nos EUA. Não tinha muita diferença do Brasil ou da Australia. Ambos os países eram quentes. Da nossa varanda dava pra ver o mar, o que me lembrava a nossa casa. O que me fez lembrar a minha casa no Brasil. Nesses últimos meses eu não tenho falado muito com a minha família. Pelo que minha mãe me disse a conseguiu uma vaga em uma faculdade de moda em Milão e tem uma semana que ela está lá.
  Até que eu sentia falta das brigas com ela. Da minha casa, dos meus pais e dos meus amigos. Respirei fundo e engoli a vontade de chorar. Guardei a escova e peguei meu celular. Passei reto pelo salão de jogos e fui em direção ao jardim. Dava pra ver Mike de longe com aqueles cabelos coloridos. Já cansei de guardar a cor de seus cabelos, já que toda semana ele está com uma diferente. Continuei andando até que cheguei em uma parte do jardim que era cheia de rosas. Havia uma fonte no meio de um círculo de pedra e três bancos em volta.
  Me deitei em um dos bancos. O sol já se punha lá longe. Era incrível estar em outro país fazendo o que eu amo com pessoas que eu amo. Todos estavam felizes e isso era bom. Os meninos se apresentariam no programa da Ellen e depois poderíamos voltar pra casa pra curtir as férias antes da turnê na Europa que começaria no dia 4 de maio. Bem que a gente poderia ir pra outro lugar. Sinto que voltar pra Sidney não vai ser uma coisa tão boa. Me dá um aperto no coração.
  Um pouco da água da fonte caiu em meu rosto. Me sentei e o sequei com a palma das mãos. Meu celular começou a tocar. Olhei o visor e vi que estava escrito "Amor".

LIGAÇÃO ON
  - ONDE VOCÊ SE METEU? - dava pra ver que ele estava nervosos e preocupado.
  - Calma, Cal. Eu tô no país ainda.
  - Sabe que tem uma hora que você sumiu e ninguém sabe cadê você? - seu tom foi baixando.
  - Desculpa. Daqui a pouco eu subo.
  - Não demora. Vamos pedir pizza. E você conhece nossa turma. - ri.
  - Tudo bem, amor, já vou subir.
  - Te amo.
  - Eu também.
LIGAÇÃO OFF

 Guardei meu celular. As luzes do jardim se acenderam. Achei melhor não ficar sozinha ali. Voltei pro hotel. Entrei no elevador e apertei o número 19. Assim que abri a porta do nosso quarto me deparei com as meninas de pijama e vendo filme.
  - Cadê os meninos? - perguntei.
  - Foram tomar banho. Coloca seu pijama. - me olhou significativa.
  - Ok.
  Coloquei meu pijama de ursinho e minhas botinhas-pantufas cinzas. Me ajeitei com elas no chão. Não deu nem 10 minutos e os meninos chegaram. Calum logo se ajeitou comigo.
  - Mudança de planos. - Ash se pronunciou.
  - O que vocês aprontaram? - perguntei.
  - Vem. - Cal me puxou.
  Fomos todos pro elevador. Mike apertou o botão que nos levaria direto pro telhado. Estranhei. As portas se abriram e por um momento eu não pude ver nada. Meus olhos foram tapados.
  - Que brincadeira é essa? - perguntou. Deveria estar no mesmo estado que eu.
  - Vocês vão ver. - Luke a tranquilizou.
  - Como? - ela perguntou irônica.
  - Assim.
  Depois de darmos alguns passos minha visão voltou e minha boca se abriu. Uma fogueira. Daqueles que ficam dentro de um círculo de pedra. Em volta havia dois sofás grandes que nos acomodariam facilmente. Eles estavam cheio de almofadas de várias cores e texturas. Também havia uma travessa cheia de morangos com chocolate, biscoito, marshmallows. Não aguentei e beijei Calum.
  - Vocês são uns fofos. - a cada palavra eu o dava um selinho.
  Nos sentamos. Logo Luke apareceu com um violão tirado de não sei onde. o puxou de suas mãos. Logo ela estava começando a tocar o começo de Dark Horse. E lá foi ela cantando e a fazendo segunda voz. Meu Deus como elas cantam bem, fariam uma ótima dupla.
  Logo o violão foi passado pra mim.
  - Eu não sei tocar.
  - Vem, eu toco e você canta. - Calum se preparou.
  - Canta comigo? - fiz cara de cachorrinho que caiu do caminhão da mudança.
  - Que música?
  - Over Again, One Direction.
  Quando disse One Direction, guardou o celular e ficou nos olhando. Calum começou a tocar e eu o acompanhei. Assim que acabou a correu e me abraçou.
  - Falta você. - disse assim que ela se sentou.
  - Eu não toco violão.
  - Eu toco. - Luke se ofereceu.
  - Não precisa. Eu só canto se tiver piano.
  - Ah, isso não vale. - fechou a cara.
  - Desculpa. - ela levantou as mãos. - Quando voltarmos eu toco pra vocês.
  Depois os meninos cantaram algumas músicas. Assim que cantou Want U Back voltamos pra dentro. O produtor dos meninos nos mandou dormir na mesma hora que chegamos. Nem deu tempo de me despedir do Cal. Coloquei meus fones e me deitei na cama.

P.O.V
  Fui a primeira a acordar. Tirei os fones que estavam enrolados no meu pescoço e os deixei em cima do criado. Olhei as horas e eram exatamente nove e vinte. Acordei cedo já que só temos que ir pro estúdio às cinco. O programa é às sete. Me levantei e fui direto ao banheiro. Fiz minhas higienes e me vesti. Deixei um bilhete pras meninas e desci até o saguão.
  Havia um Starbucks do outro lado da rua. Atravessei e entrei no estabelecimento. Pedi meu Frappucino e me sentei um pouco. Depois de alguns minutos recebi uma mensagem do Mike perguntando onde eu estava. Respondi que já estava voltando, mesmo essa não sendo uma resposta certa pra pergunta.
  Voltei ao hotel. Passamos a tarde juntos na piscina. Assim que deu cinco fomos direto pro estúdio. se despediu de Ash pedindo mil desculpas por não poder ficar e ele se lamentando por não poder ir na estreia do filme dela. foi com os meninos para trocarem de roupa e colocarem uma cor no rosto. Ajudei a com as câmeras e ficamos esperando o programa começar.

P.O.V
  Depois de uma hora eu já estava pronta pro tapete vermelho. Assim que pisei no mesmo, flashes foram acionados em minha direção. Só pude sorrir. Logo depois fui falar com alguns repórteres. Depois de me livrar da bagunça lá de fora entrei no salão. Todos estavam se sentando, o filme já iria começar. Me sentei na frente junto com o elenco. As luzes se apagaram e o filme começou.
  Fiquei feliz quando o filme acabou e todo o salão bateu palmas de pé. É incrível ser reconhecida pelo seu trabalho. Assim que retiraram as cadeiras, a festa de estreia começou.

Capítulo 12

 Peguei um copo de champanhe e recebi os cumprimentos pelo filme. Dei uma volta pelo salão e conversei com algumas pessoas. Tentei melhorar um pouco meu rosto, demonstrar felicidade, mas, na verdade, eu queria estar com os meninos agora. Na verdade, com Ashton.
  Às vezes eu até fico meio boba em como nos resolvemos, bem que dizem que o amor e o ódio vivem um do lado do outro. Fiquei ali por mais uma hora, que foi o tempo que levei pra convencer meu agente a me deixar ir embora. Passei mais uma vez pelos fotógrafos e entrei na limousine. Pedi que me levassem ao hotel. Tirei os saltos que já estavam machucando o meu pé.
  Pego minha bolsa que está no chão e a abro. Tiro de lá meu tablet e a fecho novamente, ligo o aparelho e entro na internet. Procuro meu nome e logo aparece várias manchetes sobre a noite de hoje. Abro no site da Magazine, uma das maiores revistas dos Estados Unidos.

Novo filme de é lançado essa noite em Los Angeles.

Na noite de hoje ocorreu a estreia do mais novo filme da nossa querida brasileira que arrasa nas telonas, e dessa vez não foi diferente, a garota arrasou fazendo o papel de Annie, uma espiã que acaba se apaixonando por Julian (Carson Diammont). A história é cheia de ação e aventura, e muito romance. O filme vai aos cinemas no dia 15 e conta como trilha sonora músicas da banda 5 Seconds Of Summer. Há rumores que ela possa estar namorando um dos garotos da nova banda do momento. Fotos dessa tarde confirmam um possível encontro. Veja abaixo.

 Ok. Respiro fundo e olhos as fotos abaixo. Ótimo. Era só o que me faltava. Salto do carro antes mesmo que ele pare, os sapatos em uma mão e a bolsa na outra. Entro no hotel e vou direto para o quarto. As meninas estão dormindo. Deixo minhas coisas no chão e vou direto pro banheiro, tiro minha roupa e entro debaixo da água morna. Tiro toda a química dos meus cabelos e a maquiagem.
  Depois de alguns minutos me sinto limpa. Desligo o chuveiro e me enrolo em uma toalha. O nosso voo sai as três da manhã e já são duas. Pego já minha roupa de viajar e a visto. Fecho bem a mala e deixo tudo em um canto. Tiro uma foto de tudo e posto no instagram com a legenda "Back To Sidney".
  Me sentei na cama, peguei uma almofada e joguei em , que estava na minha frente. Ela acordou assustada e me olhou em duvida.
  - O que foi?
  - Vai se arrumar, temos que ir para o aeroporto daqui a pouco.
  Ela se espreguiçou e se levantou. Depois de algum tempo ela já estava pronta e trocava de roupa.
  - Quem vai acordar a ? - perguntei.
  Nos olhamos. Acontece que acordar era uma tarefa bem dificil e arriscada, já que ela poderia te matar depois.
  - Eu fui da última vez e não to a fim de ir de novo. - se defendeu.
  Olhei pra , a mesma bufou e foi pra perto da morena que dormia feito pedra. Ela a balançou, quando ela se mexeu, correu até minha cama. se sentou. Coçou os olhos e nos olhou com raiva.
  - Por que me acordaram? - ela disse com os dentes cerrados.
  - Temos que voltar pra Sidney. Vá se arrumar. - disse.
  Ela bufou irritada e foi pro banheiro. Peguei minha mala e desci pro saguão junto com as meninas. Os meninos estavam sentados nas inumeras poltronas e sofás que havia ali. Deixei minha mala perto da deles e me sentei perto do Ash. O abracei e ele retribuiu e me deu um beijo na testa.
  O Brad estava terminando de resolver as coisas na recepção quando a chegou. Eu ri. Ela estava parecendo um zumbi com olheiras. A foi até o Luke e se abraçou com ele e começou a cochilar. Ai aqueles dois eram tão fofos juntos, dava vontade de apertar.
  Brad veio e nos chamou. Fomos direto pra van e logo depois o aeroporto. Chegamos bem a tempo da última chamada.
Dias depois
’s P.O.V
  Dia 19 de Novembro, cinco minutos para o aniversario do Michael e pra festa surpresa também. Estávamos todos na casa dos meninos, havia saido com o Mike, eles foram no cinema. Estamos planejando isso desde de quando voltamos de LA.
  Me levantei do sofá e deixei meu copo de ponche em cima de uma mesinha. Dei uma volta pela casa. e Ashton estavam se agarrando perto da escada.
  - HEY, CALEM A BOCA, ELES JÁ ESTÃO CHEGANDO! - gritou de algum lugar.
  Imediatamente o som foi desligado e as luzes apagadas, havia um pouco de luz no lugar. Encostei no corrimão. A porta se abriu. ria de alguma coisa e Mike a acompanhava. Ele foi até o interuptor e acendeu as luzes.
  - SURPRESA!
  Mike arregalou os olhos, meio surpreso meio assustado. Logo depois ele abriu um sorriso e foi receber os cumprimentos dos convidados. Dei um sorriso pro nada e fui procurar Calum, o mesmo havia sumido. Tipo evaporado. Dei uma volta pela casa e não achei ele em lugar nenhum. Subi as escadas e abri a porta do seu quarto. Ele estava na varanda e para o meu azar não estava sozinho.

Capítulo 13

P.O.V

 - Parabéns, arco-íris. - pulei nas costas de Michael.
  - Obrigado, . Agora você pode sair de cima de mim?
  Dei um beijo em sua bochecha e desci. Bagunçei seus cabelos e me voltei pra que estava sentada em um canto. Deixei Luke com Michael e fui ao encontro dela.
  - O que foi? -me sentei ao seu lado.
  - Nada, só não estou muito animada.
  - Então vamos procurar as meninas. Vamos nos divertir mais se estivermos juntas.
  - Ok.
  Nos levantamos. Não demorei muito e dei de cara com , agarrada com Ash.
  - ? - chamei.
  Ela parou de beijar o Ash por um momento e se virou pra mim.
  - O quê?
  - precisa da gente. Tipo agora.
  - Ok. Volto depois.
  Ela deu um selinho no Ash e fomos as três em busca de . Reviramos a casa inteira.
  - Onde aquela anã se meteu? - perguntei.
  - Quem sabe lá fora? - apontou pra porta.
  Dito e feito. A baixinha estava sentada na calçada.
  - Hey, , a gente procurou por você em todos os lugares dessa casa.
  - Que coincidência, eu fugi de vocês em todos os lugares. - ela disse com um tom brincalhão, mas dava pra notar uma pontinha de tristeza em sua voz.
  - Ta tudo bem? - se aproximou.
  - Tudo sim. Só... Queria ficar um pouco sozinha.
  - Ah ,pode parar. - nos viramos pra . - Não vamos deixar você sozinha aqui fora sendo que ta tendo uma super festa lá dentro. Vamos agora pra pista de dança.
  - Ah, eu não to afim.
  - A, mas vai do mesmo jeito.
a puxou pela mão e voltamos pra dentro de casa. Tocava Party Rock Anthem. Fomos pra pista de dança improvisada, dançamos um pouco e vi que já estava mais feliz. Olhei pra suas mãos e vi um copo vermelho nele. Argh! O que será que aconteceu com ela? nunca foi de beber.
  De longe pude ver Calum descendo as escadas, ele estava conversando seriamente com uma menina, ela tinha cabelos loiros, usava um vestido de lantejoulas rosas colado no corpo, um batom extremamente vermelho e um salto preto. Eles se despediram e Calum se juntou aos meninos. Foi quando percebi que eles estavam de olho na gente, quase babavam. Dei um sorriso e voltei a dançar com as meninas.
  - Acho que ganhamos admiradores. - riu e apontou discretamente para um grupinho de meninos do outro lado da casa.
  Até que eles eram bem bonitinhos. Ta legal. Muito bonitos. Senti alguém grudar na minha cintura.
  - É bom que você não esteja olhando para aqueles meninos. - Luke sussurrou.
  Virei-me pra ele, mesmo com o salto ele ainda era mais alto que eu. Ele tinha uma expressão de ciúmes e um sorriso malicioso brincava em seus lábios.
  - Sim, eu estava, mas não precisa se preocupar.
  O puxei pela gola da camisa e o beijei. No começo era um beijo calmo, mas foi se intensificando. Luke passava suas mãos pelas minhas costas e eu passava as unhas em sua nuca. Parti o beijo por falta de fôlego. Continuamos dançando. Bem, Luke mais Ash estavam tentando. Mike ainda estava falando com os convidados. Calum havia sumido. E também. Onde aqueles dois estavam?

Michael P.O.V

 Onde aquelas meninas haviam arranjado tantas pessoas? Parecia que haviam convidado todas as pessoas que passaram pela minha vida. Conversei um pouco com alguns amigos do colégio até que eu a vi. Geordie Gray. Ela continuava a mesma, não havia mudado nada. Mas perai... Quem a convidou? que não foi, ela nunca gostou da Geordie. Tratei de desviar a minha visão dela.
  Foi então que vi na pista. Cara, como ela dançava. Mordi meu lábio e fiquei encarando seu corpo. Depois de um tempo, ela viu que eu a encarava, ela corou um pouco e me chamou com a mão. Andei até ela. Cheguei bem perto e a puxei pela nuca e encostei meus lábios nos seus.
  - Eu te amo. - eu disse.
  - Eu te amo também. Te amo demais. - ela me abraçou.
  - Parabéns, Mike. - uma voz feminina me chamou.
fechou a cara na hora, me virei em direção a voz mesmo sabendo a quem pertencia. Geordie me abraçou. Fiquei um pouco sem jeito, mas retribui.
  - 19 anos, hein? Lembro-me do dia em que te conheci. - ela me soltou sorrindo.
  Fiquei sem o que falar. Seu sorriso vacilou quando viu atrás de mim. Geordie me deu um beijo na bochecha e saiu.
  - Você ainda fala com ela? - ela disse entredentes.
  - Não. Você sabe que não, nem sei porque ela ta aqui.
  Aproximei-me para abraçá-la. Ela recuou.
  - Ta com ciúmes, amor?
  - Não.
  - Tem certeza?
  - Tenho.
  - Quer ir lá fora?
  - Chama a sua amiguinha pra ir com você.
  Ela saiu com os braços cruzados. Por que as mulheres tinham que ser tão complicadas? Sai correndo atrás dela. A procurei pelo jardim e a achei perto do canteiro de rosas. Desde de quando nos mudamos para essa nova casa, esse era o seu lugar preferido. Senti-me mal, eu odiava vê-la triste.
  Cheguei mais perto. estava chorando. Uma dor atingiu meu peito, era tudo culpa minha. Mesmo indiretamente. Sentei-me ao lado dela.
  - Amor, você sabe que não é minha culpa se ela está aqui, eu nem sabia dessa festa.
  - Eu sei, mas... - ela parou por um momento. - Eu tenho medo que você ainda sinta alguma coisa por ela.
  - a Geordie é passado. Eu te amo.
  Passei meu braço por seus ombros e a puxei pra perto.
  - Acho melhor você voltar pra sua festa.
  - Não.
  - Você devia estar lá.
  - Eu estou onde deveria estar. - dei um beijo em sua testa.

Geordie P.O.V

 Michael não parecia surpreso quando me viu. O que achei estranho, pois havia meses que não nos víamos. Confesso que fiquei um pouco chocada quando vi Michael junto com a patricinha da . Eles só deviam estar ficando. Pelo visto ela não ficou feliz em me ver.
  Se fosse eu, ela não se acostumaria a ficar com o Michael, ela é apenas um passatempo para ele. Dei uma volta pela casa. O lugar estava lotado. Acabei por esbarrar em uma menina na pista de dança.
  - Desculpa.
  - Sem problemas. - ela sorriu.
  A garota tinha cabelos castanhos que iam até debaixo de suas costelas. Ela tinha olhos castanhos claros. Usava um crop-top com uma estampa toda pichada, saia preta e all-star.
  - Qual seu nome? - perguntei.
  - .
  - Geordie.
  - Amiga do Mike?
  - Pode se dizer que sim. - sorri.
  Passei o resto da noite dançando, não vi mais o Michael, ele deveria estar com a pati. Lá pelas 2 da manhã o pessoal começou a ir embora. Acabei pegando carona com a Maddie, ex de Calum. Não sei o que ela estava fazendo ali, provavelmente tentando fazer Calum voltar com ela. Pelo que eu vi, ele estava namorando uma tal de . Ela até que poderia me ajudar no meu plano de separar certo casal.

P.O.V

Aos poucos o pessoal começou a ir embora. Mike havia sumido metade da festa, devia estar com . e Ashton já haviam ido dormir. estava com Luke perto da piscina.
  Peguei meus sapatos com a mão esquerda e fui em direção à porta.
  - Aonde vai? - a voz de Calum encheu a sala.
  - Embora? - perguntei como se fosse obvio.
  - As meninas vão dormir aqui.
  - Não sou elas. - me virei.
  - O que você tem? - ele perguntou.
  - Nada.
  -
  - Já disse que não foi nada, Hood. Dá pra me deixar em paz?
  - Agora que eu não deixo. O que você tem?
  - PERGUNTA PARA AQUELA IDIOTA QUE ESTAVA NO SEU QUARTO.
  - NÃO TINHA NINGUÉM NO MEU QUARTO.
  - A NÃO? E AQUELA LOIRA DE FARMÁCIA? ERA NINGUÉM? EU NÃO SOU CEGA, HOOD.
  - NÓS ESTÁVAMOS CONVERSANDO.
  - CALUM, EU NÃO SÓ TONTA! EU SEI QUEM ELA ERA.
  Ele se calou, abri a porta e sai. Fui andando até chegar em casa. Deixei que as lágrimas caíssem livremente pelo meu rosto. Fui direto ao meu quarto, deitei-me na cama e chorei. Chorei como nunca havia chorado. Pode parecer idiota, mas quando a pessoa que você ama mente pra você dói tanto quanto um tiro.
  Depois de passar meia hora ensopando o lençol, me levantei e fui até o banheiro. Enchi a banheira, tirei minha roupa e entrei. A água estava quente. Fiz um coque, juntei as mãos em forma de concha e as enchi de água e passei a mesma pelo meu rosto. Fechei os olhos e relaxei.
  - ABRE ESSA PORTA, . - gritou.
  - Não grita. Minha cabeça ta doendo.
  - Desculpa, quero falar com você depois.
  Fiquei mais alguns minutos ali. Sozinha. Apenas curtindo o silêncio. Quando a água começou a esfriar resolvi sair, vesti o roupão, esperei a banheira esvaziar e sai. Cheguei ao meu quarto e as meninas estavam ali.
  - Achei que fossem dormir na casa dos meninos. - me sentei na cama.
  - Íamos, mas Calum nos contou o que aconteceu... - começou.
  - Depois dele parar de jogar os copos na parede... - resmungou.
  - ... E viemos saber como você estava.
  Comecei a chorar novamente, as meninas se juntaram a minha volta. Deitei-me.
  - Pode falar. - disse.
  Contei tudo pra elas. Sobre como vi os dois, sobre a Maddie e sobre minha briga com Calum. Aos poucos a raiva foi voltando.
  - Tô com vontade de dar na cara daquela vadia. - disse.
  - Relaxa. A vida já judiou muito com ela. - disse debochada. Rimos.
  - Isso. Um sorriso. - apertou minhas bochechas.
  Olhei pela janela, o céu ainda estava escuro.
  - Acho melhor irmos dormir.
  - É... Boa noite.
  - Boa noite.
  Elas saíram me deixando sozinha novamente. Vesti o pijama e fechei as cortinas, entrei debaixo das cobertas e logo adormeci.

P.O.V

 Uma semana havia se passado. Calum e continuavam sem se falar, não podia culpá-la. Eu senti a mesma coisa quando vi Geordie. Insegurança.
  - Pode pegar a câmera três para mim, ?
  Entreguei a câmera pra , ela estava bem pra baixo.
  - Fala com ele.
  - Não.
  - Para de ser teimosa.
  - Não.
  - Olha, , você vai ter que falar com ele mais cedo ou mais tarde.
  - Vai ser mais tarde.
  A porta se abriu, meus olhos ficaram arregalados. Calum de terno, com um buquê enorme de rosas vermelhas e com um ursinho em mãos.
  - Vou deixar vocês sozinhos.
  Aproveitei que era meu horário de almoço e sai. Peguei um táxi e fui até o meu restaurante preferido. Mandei uma mensagem para me encontrar lá. Finalmente ela havia conseguido um emprego. Professora de balé. Ela estava bem feliz, mas não era por isso. havia me dito que quando chegava o mês de dezembro ela ficava assim. Pelo visto ela ama o natal.
  Paguei o táxi e entrei. Escolhi uma mesa perto da janela, peguei o cardápio e dei uma olhada.
  - Oi. - se sentou.
  - Oi.
  - Já pediu?
  - Ainda não.
  - Já sabe? - ela sorriu.
  - Do quê?
  - Do que nos espera no natal?
  - Não.
  - O Mike não te contou?
  - Não.
  - Ah, ok.
  - Como assim? Pode me contar.
  - Não. Seu namorado é quem vai te contar.
  - Luke te falou?
  - Ele é meu namorado, não é?
  - Boa tarde, senhoritas. O que desejam?
  - Quero um prato de Penne com pouco molho e um copo de suco de morango. - deixou o cardápio em cima da mesa.
  - Quero filé a parmegiana. E uma lata de Diet Coke.
  - Certo. Mais alguma coisa?
  - Por enquanto é só.
  Ele se retirou e ficamos conversando.
  - ?
  - Aleisha?
  - Meu Deus, quanto tempo! - nos abraçamos.
  - O que você anda fazendo?
  - Trabalhando como assistente de fotografa.
  - Jura? Achei que você nunca trabalharia.
  - Pois é.
  - E como estão seus pais?
  - Ótimos. Mudaram-se.
  - Está morando sozinha?
  - Não, com minhas amigas.
  - Que maneiro. Que tal tomarmos um café outra hora?
  - Claro, depois te ligo.
  - Ainda tem meu número?
  - Sim.
  - Ok. Tchau, . Foi bom revê-la.
  - Digo o mesmo. Tchau.
  - Sua amiga?
  - Sim. Não a vejo desde que terminei a escola.
  - Aqui está. - o garçom deixou a comida na mesa.
  Comemos em silêncio.Pedimos torta com sorvete como sobremesa e depois dividimos a conta. Nos despedimos e voltei pro trabalho. Mandei uma mensagem pro Mike pedindo que me encontrasse no fim do expediente. havia me deixado curiosa demais. Subi pelas escadas, já que o elevador estava demorando uma eternidade. Abri a sala 45 e vi que continuava sentada na mesa. Tinha apenas uma diferença: Ela segurava um ursinho de pelúcia branca e sorria.
  - Eu disse.
  - Convencida.
  - Me conta como foi.
  - Bem, primeiro eu gritei com ele, depois ele me pediu desculpas e disse que sentia minha falta, que a Maddie não significava nada para ele e quê... - ela parou de repente.
  - E?
  - Não posso te falar. Seu namorado é quem vai te contar.
  - Ah, você também não.
  - Hãm?
  - Almocei com a e ela me contou.
  - Você vai amar. Não consigo acreditar que eles fizeram isso. É tão fofo. Sinto-me até culpada por ter brigado com o Cal. - Hey, garotas, temos uma nova modelo. - Felipe entrou.
  Felipe escolhia as modelos para o departamento de moda.
  - E daí? - disse.
  - Daí que preciso de um ensaio fotográfico dela e vocês são as melhores.
  - Qual o nome dela? - perguntou.
  - Jasmine Dorhauer.
  Engoli em seco. Será que esse era o mês da volta das ex-namoradas? Puta que pariu. Meu celular vibrou. Abri a mensagem do Mike.

"Estou no estúdio. Assim que sair passo ai.xx"

"Ok.xx"

 Peguei o lap-top e comecei a editar algumas fotos.
  - , seu namorado esta te esperando lá em baixo...
  - Já vou descer, Parker. Obrigada.
  Guardei tudo em seu devido lugar e peguei minha bolsa.
  - Nos vemos em casa, .
  - Tchau, .
  Desci correndo e avistei o carro de Ashton que estava do outro lado da rua. Atravessei pela faixa de pedestre e entrei no carro, dei um selinho no Mike e coloquei o cinto.
  - Pode começar.
  - Começar com o quê? - ele disse confuso.
  - A falar.
  - Sobre?
  - Eu não sei.
  - Você endoidou, ? - ele me olhou de lado.
  - Ainda não, mas me conta.
  - Sobre o quê, menina?
  - Sobre o que as meninas estavam falando. Todas sabem menos eu.
  - Ah, sim. É que vamos fazer outra viagem pra passar o natal.
  - E pra onde vamos? - perguntei com a ansiedade aparente na voz.
  - Hawaii.
  - O quê?
  - Hawaii.
  - E você fala nessa tranquilidade?
  Mike revirou os olhos e parou na frente de casa.
  - Que dia que nós vamos?
  - Dia 15.
  - Ok.
  Desci e fechei a porta.
  - Vamos sair hoje?
  - Aonde vamos?
  - Patinar?
  - Claro. Às sete?
  - Às sete. - ele confirmou.
  Continuei andando até a porta.
  - Hey, .
  - Que foi?
  - Eu te amo. - ele sorriu.
  - Eu também te amo.

P.O.V

 - Senhorita . Seja bem vinda.
  Uma mulher de meia idade apareceu em minha frente. Ela usava um terninho azul escuro e salto baixo preto. Tinha cabelos curtos e loiros.
  - Obrigada. É um prazer estar aqui.
  - Venha comigo.
  Segui a mulher por um corredor comprido. Paramos na última porta. Ela a abriu e deixou que eu passasse primeiro.Já estavam todos ali. Meu empresário, Noah, meu assistente, Jackson, e toda a minha equipe.
  - Então, por que marcaram essa reunião? - perguntei já me sentando em uma das pontas da mesa.
  - Senhorita , está reunião esta sendo feita para fazermos um contrato para o novo filme de Julie Castranovo.
  - E sobre o que é esse novo filme?
  - Vamos lançar o filme do livro As aventuras de Charlotte Stromberg.
  - Eu amo esse livro. Será uma grande honra fazer o filme.
  - Que bom que gostou. As gravações começaram em fevereiro em Los Angeles.
  - Los Angeles?
  - Você pode se mudar pra lá?
  - Me mudar?
  - Por apenas três meses. É o tempo que levaremos pra gravar o primeiro filme.
  - Primeiro?
  - São quatro.
  - Eu não sei...
  - , isso vai ser ótimo pra sua carreira. - Noah se pronunciou.
  Levantei a mão. Eu não sou mandona, mas naquele momento eu queria silêncio. Realmente isso séria ótimo pra minha carreira, mas eu teria que me mudar. Deixaria as meninas, os garotos e Ashton.
  - Preciso pensar.
  - Tudo bem, precisamos da sua resposta o mais rápido possível.
  - Ok.
  Levantei-me e sai. Dirigi até o Starbucks mais próximo, era perto do trabalho da . Estacionei e liguei pra ela.

LIGAÇÃO ON

- Oi, .
  - Ta no trabalho?
  - Saindo agora. Onde você ta?
  - No Starbucks, pertinho dai. Vem aqui e a gente vai pra casa juntas.
  - Ok. esta com você?
  - Não. Deve estar em casa.
  - E ?
  - Também não.
  - Vou ligar pra ela. A escola de balé é perto daqui.
  - Ok, te espero aqui.
  - Ok, tchau.
  - Beijos.

LIGAÇÃO OFF

 Coloquei o celular no bolso de trás, acionei o alarme e entrei no estabelecimento. O lugar estava quase vazio, a não ser por um casal perto da janela e um grupo de amigos do outro lado.
  - O que deseja, senhorita?
  - Um Frappucino duplo de caramelo gelado.
  - Certo. Mais alguma coisa?
  - Não.
  - Deu... - ela levantou o rosto. - Espera você não é ? Aquela que fez A Espiã?
  - Sim, sou eu.
  - Nossa, eu sou sua fã. Pode me dar um autografo?
  - Claro.
  Ela colocou um papel e uma caneta em cima do balcão, assinei o papel e o deixei de lado. Tiramos algumas fotos e logo em seguida eu paguei pelo café. Sentei-me e esperei pela . Cinco minutos depois, ela chegou, pegou seu café e se sentou ao meu lado.
  - Ashton te contou?
  - Já.
  - Mal posso esperar. Nunca estive no Hawaii.
  - Eu já estive uma vez, mas foi a trabalho.
  - Ah sei, sua participação em Little Dreams.
  - É, isso ai.
  - O que você tem? Parece triste?
  - É que eu recebi uma proposta para filmes.
  - , isso é ótimo. Você vai se dar muito bem.
  - Mas o problema é que eu vou ter que morar em Los Angeles pelos próximos três meses. E ficar indo e voltando não vai dar, então eu estendo isso por uns dois ou três anos.
  Antes que pudesse falar chegou, mas ela estava diferente.
  - não acredito que você pintou o cabelo. - disse incrédula.
  - Foi só as pontas, e ficaram lindas. - ela deu uma voltinha mostrando as pontas coloridas.
  - Como anda o trabalho? - ela se sentou.
  - Até que é legal. Não tão divertido quanto dançar, mas legal. - ela me respondeu.
  - Quando vamos poder te ver?
  - Qualquer dia. É só aparecer lá.
  - Ok.
  - Podemos ir embora? To louca pra tomar um banho.
  - Vamos então.

Capítulo 14

Luke P.O.V

 - Que demora. - reclamou.
  - Calma, . O voo só atrasou um pouquinho. - tentou acalmá-la.
  - Um pouquinho? Um pouquinho seria vinte minutos, agora uma hora já é demais.
  Ela se sentou emburrada ao meu lado, passei meu braço por seus ombros e a puxei pra perto. Ela suspirou e beijei o topo da sua cabeça.
  - Chamada para o voo 0683 com destino a Honolulu, Oahu, Hawaii. Embarque no portão seis. - Aleluia.
  Fizemos o check-in e fomos direto pro avião. se sentou no meio. no corredor e eu fiquei perto da janela.
  Finalmente férias. Com certeza essas seriam as melhores da minha vida, com meus amigos e minha namorada, a garota dos meus sonhos. havia se tornando uma parte importante na minha vida em tão pouco tempo que até ficava assustado, apenas por vê-la, já ficava feliz o resto do dia.
  - Ta sorrindo por quê, Lu?
  - Nada não.
  - Ninguém sorri por nada. - ela cruzou os braços.
  - Eu estava pensando em como você é incrível. - ela corou.
  - Luke...
  - Nada de "Luke para com isso. Eu odeio receber elogios”. - imitei sua voz.
  - Eu não falo assim.
  - Ah, fala sim, baixinha.
  - Cala a boca, Hemmings.
  - Senhores passageiros. Favor colocar o cinto. Iremos decolar em um minuto.

*

 - Acorda, baixinha. - sussurrei.
abriu os olhos bem devagar.
  - Chegamos.
  - Cadê todo mundo?
  - Já foram. Anda, dorminhoca.
  Saímos do avião e fomos à procura dos outros. Eles estavam nos esperando do lado de fora. estava escorada na parede quase dormindo. se juntou a ela.
  - Como vamos pro hotel? - disse animada.
  - Vamos pegar um táxi.
  - Dois. - Calum corrigiu.
  - Que seja. - Michael deu de ombros.
  Esperamos um pouco e os táxis chegaram. Meninas em um e meninos no outro. Nós ficaríamos no Halekulani, um hotel a beira-mar. (N.A: se quiserem ver o hotel procurem no google-imagens.) O Hawaii era realmente um lugar muito bonito, parecia muito com Los Angeles, muitas palmeiras e era bem quente.
  Chegamos ao hotel com 20 minutos. Ele era um pouco afastado da cidade. Ashton e foram olhar os quartos. Tirei as malas do táxi e pagamos. Senti um peso nas minhas costas e percebi que a havia pulado nela.
  - Luke?
  - Que foi?
  - Você é muito bobo.
  - Então você teve esse trabalho todo pra dizer que eu sou bobo?
  - Eu só achei que você deveria saber. - ela desceu e ficou na minha frente.
  - Pelo menos, eu não sou baixinha e doida.
  - Own, amor, obrigada. Maluquice é de família e não me chama de baixinha. - ela me deu um tapa no braço.
  - Isso dói. - passei a mão no braço.
  - Que bom. - ela me mostrou a língua e saiu andando.
  A puxei pelo braço e a fiz ficar com o corpo colado no meu, ela puxou a gola da minha camisa e me beijou.
  - Você é um bobo mesmo, mas um bobo lindo. - sussurrou.
  - E você é uma baixinha doida, mas uma baixinha doida linda. - sussurrei de volta.
  - Hey, pessoas. Aqui as chaves.
balançou as chaves no ar. Abracei por trás e beijei seu pescoço.
  - e Mike no quarto 234. e Ash no quarto 236. e Luke no quarto 238.
  - Boa tarde senhores. Podemos levar suas malas? - um dos funcionários do hotel chegou.
  - Claro. - respondeu.
  Ele chamou mais alguns funcionários e lá se foram eles cada um levando as malas de cada casal.
  - Olha vai ter um luau hoje à noite. - correu para perto do balcão.
  - Que horas? - se aproximou.
  - Às oito.
  - Na praia? - a loira perguntou.
  - Não, no saguão. - respondeu irônica.
mostrou a língua.
  - Nos encontramos aqui as oito. Pode ser? - perguntou.
  - Ok. - respondemos.
  Fomos juntos ao nosso andar. Nossas malas já estavam em nossos quartos quando chegamos. correu até a varanda.
  - Uau.
  A segui. A vista era realmente linda, dava para ver o mar, a praia, e algumas outras instalações do hotel. se virou pra mim e me abraçou. Envolvi meus braços em sua cintura.
  - Obrigada, Lu. Obrigada por me trazer aqui nesse lugar maravilhoso.
  - Você merece.
  A beijei.
  - Vamos dormir? Tô cansada.
  - Cansada? Você dormiu o voo todo.
  - Dormir em avião é horrível.
  Ela andou até a cama e se deitou.
  - Deita comigo.
  Suspirei e entrei no quarto. Fechei as cortinas, tirei meus sapatos e me deitei ao seu lado, a puxei pra perto e dormimos de conchinha.

Ashton P.O.V

 - Ash, precisamos conversar. - se sentou na cama.
  - Pode falar, amor.
  - Ash, nós temos que assumir nosso namoro. Eu não aguento mais meus fãs falando apenas desses boatos e que eu não me importo com eles. Por favor, você sabe que eu te amo e eu quero que o mundo saiba disso. - algumas lágrimas caiam por seu rosto.
  - Ei, não chora. - a puxei pra perto. Passei minha mão por seus cabelos. - Se você quer assim, vamos fazer assim. Eu também quero que o mundo saiba o quanto eu te amo e que eu faria tudo pra ver você feliz.
  - E como vamos fazer isso? - ela se deitou em meu colo e olhou para cima.
  - Que tal postarmos uma foto no Instagram.
  - Mas eu tô horrível, Ash.
  - Você tá linda.
  - Mentir é feio, sabia?
  - Eu não estou mentindo.
  Abaixei-me e a beijei.
  - Eu te amo. - ela disse com os olhos marejados. - Muito, muito mesmo.
  - Também te amo, mimadinha.
  Ela me deu um tapa no braço.
  - Quantas horas?
  - Três e meia. Por quê? - perguntei.
  - Tô com fome.
  - Vamos descer?
  - Vou trocar de roupa.
  Depois de meia hora, finalmente havia ficado pronta. Descemos de elevador e demos uma volta pelo hotel, que era muito bonito.
  - Sorvete de iorgute.
me puxou pela mão até uma pequena loja do hotel. Comecei a rir. Ás vezes era mais infantil que eu e os meninos juntos. Pedimos os sovertes e como um bom namorado, eu paguei.
  - Vamos voltar?
  - Já? - perguntei.
  - Temos o luau daqui a pouco, Ashton.
  - Daqui a pouco? Ainda faltam quatro horas, .
  - Eu tenho que me arrumar, escolher uma roupa, entrar no twitter, falar com meus fãs, ligar pro meu empresário...
  - Nem precisa continuar.
  Ela abriu a boca pra falar, mas seu celular foi mais rápido.
  - Mensagem? - ela balançou a cabeça afirmando. - De quem?
  - . Ela e as meninas vão fazer compras.
  - Você vai?
  - Posso? - ela fez bico.
  - Claro.
me abraçou, a puxei para mais perto. Foi então que eu a vi. Jasmine. E por incrível que pareça estava acompanhada da Maddie, Geordie e Aleisha. Isso não é nada bom.
  - Vou indo. - ela começou a andar, mas parou. - E os meninos estão no fliperama.
  Segui as placas e fui correndo até o fliperama. Os meninos estavam jogando X-box.
  - Péssimas noticias. - disse.
  - O que foi? - Luke me olhou.
  - Aleisha ta aqui.
  - Como é que é? - ele se levantou de um salto.
  - Maddie.
  - Tô fudido. - Calum colocou a mão na testa.
  - Geordie. - Mike fez uma careta e jogou a cabeça para trás.
  - E Jasmine. - me joguei em uma cadeira.
  - E agora? - Luke nos olhou.
  - Não sei. - suspirei.
  - O que elas fazem aqui? - Mike perguntou.
  Nos olhamos, aposto que eles pensavam o mesmo que eu. Terminamos com elas para seguimos nossas carreiras. Precisávamos de um tempo para focarmos em nossas músicas, não em garotas e pelo que sei, isso só pode ter sido obra da Geordie ou da Jasmine.
  Conversamos mais um pouco e depois voltamos para nossos respectivos quartos. não havia chegado ainda, liguei a TV e tentei focar meus pensamentos em outra coisa que não fosse o fato de Jasmine estar aqui.
  Mas é claro que não deu certo. O que ela e mais as outras estavam fazendo aqui? Boa coisa não poderia ser. Lembro que quando terminei com Jasmine, ela fez um escândalo, mas não do tipo que chora, do tipo que grita e faz um barraco.
  - Não tomou banho ainda, Ash?
  - Ainda ta cedo.
  - Cedo? Ash, são sete horas.
  - Nossa, nem vi o tempo passar.
  - Percebi. - ela se sentou ao meu lado. - O que você tem?
  - Nada.
  - Ash, você tem alguma coisa?
  - Não precisa se preocupar. - dei um beijo em sua bochecha.
  - Hum... -ela disse desconfiada. - Anda. - ela me cutucou.
  - O quê?
  - Vai tomar banho, Irwin.
  - Não, . - cheguei perto.
  - Vai sim, Irwin. - ela sussurrou no meu ouvido. - Ou você vai me obrigar a ir sozinha?

P.O.V

 Enquanto o Mike estava no banheiro, aproveitei para entrar no twitter. Sentei-me em uma das cadeiras que havia na varanda, a vista era uma das coisas mais bonitas que eu já havia visto. Dava para ver o mar e o sol que começava a se por. Entrei na internet e postei algumas fotos.
  Olhei no relógio e eram oito e sete. Deixei o computador em cima da mesinha, calcei minhas sapatilhas e soltei meu cabelo. Peguei meu celular e tirei uma foto. Mike saiu do banheiro, já vestido e com o celular em mãos. Aproximei-me e o abracei. Afundei meu rosto em sua camisa e aspirei seu perfume.
  Soltei-me e peguei sua mão, ele deixou sua toalha em cima da cama e descemos. Juntamos com os meninos e fomos todos juntos até onde seria o luau. Havia umas oito mesas enormes com cadeiras, tipos aquelas do Harry Potter. Algumas outras mesas que estavam mais afastadas, tinham comidas típicas do Hawaii, um bar um pouco longe e um palco onde tinham algumas dançarinas de Hula.
  Nos sentamos em uma mesa e ficamos conversando.
  - Tudo bem. Algumas das senhoritas presentes gostariam de aprender a dançar Hula?
e levantaram a mão rapidamente.
  - As duas senhoritas ali.
  Elas foram pro palco onde receberam aquelas saias verdes, cinto, colar e coroa de flores. As garotas no palco se aproximaram e ensinaram as duas a como dançar corretamente Hula. O DJ soltou a música e elas começaram a dançar. Admito: elas eram boas. Boas de mais. Alguns garotos começaram a assoviar e a gritar palavras como "gostosas" ou "delicias". Luke e Calum fecharam a cara na hora.
, Ashton, Mike e eu só riamos da cena. Peguei a câmera em cima da mesa e tirei algumas fotos. As meninas desceram do palco sendo aplaudidas por todos.
  - Isso foi demais. - elogiou. - Vocês arrasaram.
  - Obrigada. - responderam em coro.
  - Ownt, o que foi, loirinho? - apertou as bochechas de Luke.
  - Nada. - ele disse virando o rosto.
  - Meu bebê ficou com ciuminho, foi? - ela fez voz de criança. Segurei a vontade de rir.
  - Deixa ele em paz, . - Calum disse.
  - Ah, você também, Hood? - reclamou.
  - Eu nada. - ele cruzou os braços.
  Depois de uma pequena discussão dos casais, a mesa voltou a ficar animada. Mike pediu algumas bebidas e todos, tirando a e a , beberam. Pelo visto elas não bebiam álcool.
  Lá pela 1 da manhã um outro DJ foi chamado. Ele começou fazendo um remix de Check It Out da Nicki Minaj. foi a primeira se levantar e ir pra pista. Sério, essa menina AMA dançar. Levantei-me e acompanhei as meninas, logo Mike se juntou a mim, ele já tinha bebido algumas e estava mais solto, assim como eu.
  Mike me puxou pela cintura e sussurrou no meu ouvido.
  - Bora lá pro quarto? - ri fraco e o puxei pela mão em direção ao nosso quarto no hotel.

P.O.V

 Acordei com uma luz em meu rosto. Coloquei as mãos em meu rosto e percebi que era a luz do sol. Levantei-me e fechei as cortinas, fui pro banheiro e fiz minha higiene matinal. Abri minha mala e peguei minhas roupas mais o meu biquíni. Me troquei no banheiro e escovei os dentes, fechei a porta e voltei pro quarto.
  - Meu celular ta interessante, Luke? - cruzei os braços.
  Ele olhou para mim e depois pro celular.
  - O que você ta vendo? - me sentei ao lado e tomei o celular de suas mãos. - Fotos da minha formatura?
  - É. Você nunca me contou, ou me mostrou como foi.
  - Ah... - pra mim era difícil falar da formatura. Foi um momento difícil. Sou do tipo de pessoa que se apega fácil demais e na hora de me despedir completamente dos meninos, eu chorei igual uma criancinha. - Eu não gosto de falar sobre isso.
  - Por quê?
  - Porque foi um momento difícil. Deixei todos os meus amigos para trás e eu posso nunca mais vê-los.
  - Hey, não fica triste. - ele me abraçou. - Você tem a mim.
  - Eu sei. - suspirei. - Agora vamos tomar café da manhã, eu to com fome.
  Levantei-me sorrindo, Luke riu e foi em direção ao banheiro. Abri as cortinas e fui pra varanda. Segundo dia no Hawaii. Bom, teve ontem mais passamos o dia todo dormindo. Estávamos cansados por causa do luau, então nem conta.
  Peguei meu celular em cima da cama e tirei algumas fotos para postar no Instagram. Percebi que não tinha nenhuma foto com Luke. Nenhuma mesmo. Tinha que resolver isso. Fechei as portas da varanda e voltei pro quarto, peguei o celular do Lu e tirei algumas fotos, de mim e da paisagem.
  - Meu celular esta interessante, ?
  - Não tente me imitar, Hemmings.
  - Nem ousaria.
  - Vem cá.
  Luke se sentou ao meu lado.
  - Faz bico.
  - Por quê?
  - Só faz.
  Ele fez e tiramos algumas fotos.
  - Agora podemos descer? - ele perguntou.
  - Ta vamos.
  O puxei pela mão e fomos pro elevador. Luke me puxou pela cintura e me beijou, comecei a sorrir em meio ao beijo. Luke era meu primeiro e, espero, último namorado. Ele era tão atencioso e carinhoso que eu queria passar cada momento que eu tinha livre com ele.
  - Eu te amo. - abri meus olhos.
  - Eu também te amo. - Luke me deu um selinho.
  A porta do elevador se abriu. Fomos de mãos dadas até o restaurante. Peguei um prato, coloquei panqueca, uvas, kiwi, sorvete, morango e chocolate derretido, enchi uma taça com suco de laranja. Virei-me e vi acenando freneticamente.
  - Bom dia. - me sentei ao lado da .
  - Bom dia. - responderam.
  - O que temos pra hoje? - Ash perguntou.
  - Praia. - respondeu.
  - Sorvete no café da manhã, ? - Mike me olhou severamente.
  - Qual o problema?
  - Não é saudável. - disse.
  - Ta fazendo o Mike ficar saudável, ? - tombei a cabeça pro lado e pisquei os olhos.
  Ela me olhou com raiva, revirei os olhos e voltei a comer. Os meninos começaram a conversar sobre o trabalho, não sei porque, mas comecei a ficar com raiva. Eu odiava quando as pessoas tentavam me dizer o que fazer. Terminei de comer e me levantei.
  - Aonde você vai? - Luke perguntou.
  Não respondi. Continuei andando, fui até o meu quarto e peguei uma bolsa. Coloquei meu protetor solar, óculos, revistas, celular, fones e outras coisas desnecessárias que eu sempre levava pra praia. Desci novamente e passei pela porta de entrada.Tirei meus sapatos e a coroa de flores. Passei pela piscina e fui em direção à praia, me sentei em uma das inúmeras cadeiras que o hotel oferecia e tirei minha blusa.
  Passei meu protetor solar e coloquei meus óculos.
  - Senhorita? - um garçom parou ao meu lado.
  - Sim?
  - A senhorita deseja alguma coisa? - ele me mostrou um cardápio.
  Peguei o mesmo de suas mãos e dei uma olhada.
  - Um coquetel de camarão.
  - Certo. Algo mais?
  - Não.
  - Número do quarto?
  - 238.
  Depois de alguns minutos o coquetel chegou e tenho que admitir que estava delicioso. Meu celular começou a tocar. Atendi no terceiro toque.

LIGAÇÃO ON

 - ! Que saudades, maninho.
  - Também estava, .
  - Já está de férias?
  - Sim. Entrei semana passada.
  - E ta tudo bem ai?
  - Ta sim.
  - E a apresentação da ?
  - Incrível, mas não deu para filmar. Desculpa.
  - Sem problemas. Vejo da próxima. E ai, por que ligou?
  - Ah, é. Mamãe pediu para avisar que vamos passar o natal em Nova York com os pais da .
  - Jura? - me sentei. - Sou louca para ir a Nova York.
  - A gente sabe. E ta tudo bem ai?
  - Ta sim. Advinha onde estou?
  - Em casa?
  - Não. – ri. - Hawaii.
  - Como conseguiu o dinheiro?
  - Eu tinha um pouco guardado e meus amigos nos ajudaram a pagar o resto. Vou postar algumas fotos à tarde.
  - Ok.
  - , preciso de você aqui. - uma voz feminina que não conseguia identificar soou ao longe.
  - Quem é essa, ?
  - A Jordyn. Filha do novo sócio do nosso pai. Eles acabaram de se mudar.
  - Uhhm... Ta pegando a menina, né?
  - . - ele me repreendeu.
  - Ok. Parei.
  - Tenho que ir. Beijos.
  - Beijos. Te amo.
  - Eu também.

LIGAÇÃO OFF

  Guardei o celular novamente, não antes de tirar uma foto e postar. Ah, que felicidade. Depois do Hawaii, vou direto para Nova York. É, esse dia esta até meio razoável.

Capítulo 15

P.O.V

 Terminamos de comer e fomos pra praia atrás da . Separei-me dos meninos e fui para perto da piscina, dei algumas voltas e finalmente a achei. Ela estava deitada em uma espreguiçadeira ouvindo música.
  - Oh, esquentadinha. - me deitei ao seu lado e tirei seus fones.
  - nunca tire o fone de quando ela está ouvindo One Direction.
  - Ta, eu nunca mais faço isso.Ta melhor, esquentadinha?
  - To menos esquentadinha.
  - Por que ficou com raiva?
  - Você sabe a resposta.
  - , você tem que parar com isso. Essa sua bipolaridade me enche o saco. - ela suspirou.
  - Eu sei mais é que eu não controlo. Você me conhece.
  - Tudo bem.
  - E cadê o povo?
  - Por ai te procurando.
  - O ligou.
  - E...?
  - Vou passar o Natal em Nova York.
  - Jura? - disse admirada.
  - Sim, meus pais vão visitar meus tios.
  - Quando você vai?
  - No dia que sair daqui.
  - Então você não vai pra Sidney?
  - Não, você vai?
  - Não, vou pro Brasil.
  - Até que enfim achamos vocês. Já estou cansada de andar. - reclamou. - te ligou?
  - Sim.
  - Ah, então está tudo certo.
  - ? Pode me dar um autografo? - uma garotinha de uns 8 anos se aproximou.
  - Claro, linda.
  Ela pegou a caneta e assinou o papel. Elas tiraram algumas fotos e depois a menina foi embora.
  - Tomara que as fãs não descubram que estamos aqui. - Mike disse um pouco preocupado.
  - Relaxa, dude. - Ash deu um tapinha nas costas dele.
  - Vamos nadar? - Cal já foi tirando a blusa.
  Tirei meu vestido e deixei na cadeira. Fomos correndo em direção ao mar, a água estava ótima.
  - Vem cá.
  Calum me puxou pela cintura, dei meia volta e subi em suas costas e dei um beijo em sua bochecha.
  - Sua bochecha ta salgada.
  - Deve ser por que estamos no mar né, .
  Mordi sua nuca.
  - Ai.
  - Não fale comigo desse jeito, Hood. - sussurrei com uma voz sexy em seu ouvido.
  - Ou o quê? - ele me virou e ficamos cara a cara.
  - Você não vai querer saber.
  O puxei pela nuca, seus lábios estavam salgados, assim como os meus, mas mesmo assim o beijo foi doce. Parti o beijo com um monte de selinhos.
  - Sabe, acho que a gente poderia mergulhar.
  - Então vamos.
  - Não agora. - ri e me soltei dele. - Mergulhar no recife.
  - Amanhã. - fiz bico e pisquei os olhos docemente. - Ta bom, hoje.
  - Eba. Depois do almoço?
  - Então temos que almoçar agora.
  - Por quê?
  - Porque temos que alugar a lancha e ir atrás de um instrutor.
  - Então, almoçamos, resolvemos isso e vamos passear por Honolulu. Já cansei de ficar no hotel.
  - Ok.
  - Bora então?
  Voltamos à praia e conversei com o pessoal.
  - Só se for agora. Não aguento mais esse hotel. - se levantou.
  - No restaurante a uma, ok?
  Vesti minha roupa, peguei as minhas coisas e voltamos para o hotel. Calum foi até a recepcionista para reservar uma lancha para mergulharmos amanhã, que era o único dia disponível. Sentei-me em uma das poltronas e fiquei esperando. Meu celular começou a vibrar, fazendo cosquinhas em minha mão. Olhei o visor e estranhei ao ver o nome de Brad.

LIGAÇÃO ON

 - Brad?
  - , sei que esta de férias, mas preciso de um grande favor seu.
  - Pode falar.
  - Tire algumas fotos dos meninos e as coloque na página do Facebook. Pode fazer isso?
  - Claro. Hoje à noite elas estarão lá.
  - Ótimo. Obrigado.
  - De nada.
  - Boas férias!!
  - Pro senhor também.

LIGAÇÃO OFF

 - Quem era? - Cal se sentou ao meu lado.
  - Brad.
  - E o que ele queria?
  - Coisas do trabalho.Vamos.
  O puxei pela mão em direção ao elevador. Apertei o botão do nosso andar.
  - Você esta trabalhando nas férias?
  - Eu gosto do que faço. - dei de ombros.
  - , sabe que não precisa fazer isso, não é?
  - Sei, mas eu gosto, Cal. - ele abriu a boca. - E ponto final.
  A porta se abriu. Peguei a chave e abri o quarto. Fui direto pro banheiro, sendo acompanhada por Calum. Ele de cueca e eu com o biquíni. É, eu tinha vergonha. Lavei bem meus cabelos que estavam cheios de sal. O calor do Hawaii era tão grande que eu deixei o chuveiro no gelado. Calum deu um pulo quando se encostou à água.
  - Ta gelada, .
  - Ta calor.
  - Mas...
  - Hood, deixa de ser fresco. Aí, pode tomar seu banho, vou me trocar.
  Fechei o Box, me enrolei na toalha e tirei meu biquíni. Liguei o secador na tomada e o passei no cabelo, até o mesmo ficar seco, o puxei e fiz um coque. Voltei pro quarto e me troquei. Calcei minhas sapatilhas da Forever 21 e peguei a câmera, a coloquei em torno do pescoço e andei até a varanda. Tirei algumas fotos apenas para testar se ela estava regulada.
  - Solta esse cabelo, pequena.
  Calum puxou meu coque o que fez meu cabelo se soltar por inteiro.
  - Esta linda.
  - Obrigada, você também.
  - Que tal uma foto? - ele disse já com seu celular na mão.
  - Só uma.
  Ele me puxou e tirou a foto, a postando no seu Instagram.
  - Agora vamos.

*

 Honolulu era a cidade mais bonita que eu já havia visto, grande, mas hospitaleira e agradável. Cheio de lojas, shoppings, cafés, restaurantes e vários hotéis de luxo. E também cheia de turistas.Assim como eu, a maioria levava consigo uma câmera. Tirei fotos dos meninos, das paisagens, dos prédios, das pessoas, enfim de tudo que eu podia ver.
  Os meninos haviam ido dar uma volta. foi pro shopping e as meninas foram tomar sorvete. Acabei ficando sozinha. Atravessei a rua e me sentei em uma das mesas da calçada, ela pertencia a um café que tinha um aspecto charmoso.
  - Boa tarde, senhorita. O que deseja?
  Peguei o cardápio em cima da mesa e dei uma olhada.
  - Um sanduíche à havaiana e uma coca-cola.
  - Certo, senhorita. - ela se retirou.
  Desprendi a câmera do meu pescoço e coloquei em cima da mesa.
  - ?
  - ? Achei que estava em Milão.
  - Vim passar as férias aqui e você?
  - Também.
  - E as meninas? - ela se sentou.
  - Estão por ai.
  - Que incrível.
  - Você está estranha.
  - Por quê?
  - Porque você não é assim.
  - Assim como?
  - Simpática. O que você está tramando?
  - Nada.
  - Aqui esta, senhorita. - a garçonete colocou meu lanche na mesa.
  - Me traga um suco de abacaxi, por favor.
  - Claro, senhorita.
  - Então, maninha, vai voltar pra casa?
  - Vou, você não vai?
  - Vou, não perco por nada.
  Peguei meu celular e mandei uma mensagem pra Calum vir me encontrar. podia até ser minha irmã, mas eu não confiava nem um pouco nela.

"Onde você ta, ? xx"

"Em um café do lado do shopping em que você está. Corre aqui."

"Ok, já to indo."

 - Veio sozinha?
  - Com meu namorado, os amigos dele e as meninas.
  - Ah, eu vi que você tava namorando um gatinho famoso.
  Revirei os olhos e terminei de comer.
  - Amor. - Cal se sentou ao meu lado e me deu um beijo na bochecha.
  - E ai, cunhadinho.
  - Cunhadinho? - Cal me olhou completamente confuso.
  - Essa é minha irmã, .
  - Prazer. - eles deram as mãos.
  Logo Ashton, Michael e Luke chegaram e se sentaram conosco.
  - E quem é você, loirinho? - passou o braço ao redor do pescoço do Luke, o abraçando.
  - Luke.
  Virei meu rosto na direção oposta. Não precisa ver o showzinho da pra cima do Luke. e estavam vindo em nossa direção, elas carregavam algumas sacolas e conversavam animadamente.
  Levantei-me e entrei no café. Fui até o balcão e paguei meu lanche mais o suco da minha querida irmã que estava se jogando pra cima do Luke. Não quero nem ver quando a chegar e presenciar essa cena. Acontece que ela é um pouco ciumenta. Ta bom ela é MUITO ciumenta e ela também não gosta nem um pouco da , mas também quem gosta daquela patricinha?
  Sai novamente e me deparei com a cena que já esperava. vermelha de raiva gritando com em português.
  - TU QUER APANHAR, SUA VADIA?
  - Você que vai bater? Nem perca seu tempo tentando, lesadinha.
avançou pra frente. Calum percebeu o que ia acontecer e a puxou pela cintura.
  - Me solta, Hood. - ela disse com os dentes trincados.
  - Se acalma primeiro.
  Lancei um olhar de censura a . Peguei as minhas coisas e fui atrás de Calum. Ele estava sentado em um banco tentando acalmar a .
  - Eu vou matar aquela menina e o Luke também.
  - Luke? - perguntei me sentando ao seu lado.
  - Luke sim. Ele ta lá deixando que ela dê em cima dele. Você viu? Ele não fez nada. Ta lá deixando aquela loira de farmácia ficar grudada nele.
  - Acho melhor levarmos ela pro hotel. - Calum se dirigiu a mim.
  - É, vamos.
  Calum chamou um táxi e em poucos minutos estávamos no hotel. Subi com a pro quarto, já que Calum havia encontrado algumas fãs e estava dando atenção à elas.
  - Calma, .
  - Não me peça para ter calma, . Você viu o que eu vi. Sua irmã é uma desgraçada mesmo e você não me olhe com essa cara. Sabe tanto quanto eu que isso é verdade.
  Respirei fundo e deixei que gritasse e chorasse o quanto quisesse. Calum e nem ninguém nos incomodou a tarde inteira. As seis, foi tomar um banho, enquanto eu fui atrás dos meninos. Os encontrei na porta do quarto, todos sentados conversando baixo.
  Calum me puxou e me abraçou.
  - Como ela está?
  - Depois de gritar um pouco e chorar mais um monte, ela se acalmou.
  - E cadê a ? - se levantou.
  - Está tomando banho.
  - Vou falar com ela. - Luke entrou no quarto.
  Nos despedimos do pessoal e fomos cada um para seus devidos quartos.
  - Vamos mergulhar amanhã? - me joguei na cama.
  - Às dez. Depois do café da manhã. - mordi meu lábio com força. - Hey, eles vão ficar bem. - Calum se deitou ao meu lado.
  - Por que a veio pra cá? Entre milhares de lugares no mundo, por que ela veio justamente pro Hawaii?
  - Coincidência?
  - Não, com a minha irmã nunca é uma coincidência, ela está aprontando alguma.
  Levantei-me e comecei a andar de um lado pro outro.
  - Você vai me deixar tonto assim?
  - Mais do que você já é? - disse em tom de brincadeira.
  - Boba.
  - Idiota.
  - Linda.
  - Imbecil.
  - Perfeita.
  - Lerdo.
  - Minha.

Luke P.O.V

 Esperei até que terminasse de tomar banho. Ela sempre ficava mais calma depois de ficar na água. Deitei-me na cama. Isso tinha que acontecer justo comigo? E também o que eu poderia fazer? A irmã da havia dito que era nossa fã, e eu nunca deixava meus fãs na mão.
  A porta se abriu. Sentei-me e vi o que não queria: enxugava o rosto que estava marcado por lágrimas. Como eu sabia? Seus olhos estavam inchados e vermelhos.
  - Precisamos conversar.
  - Você teve sua chance.
  - Quando?
  - Quando eu sai de perto de vocês, você podia ter ido atrás de mim, mas você preferiu ficar com a outra.
  - Ela é uma fã, . Nunca se pode deixar uma fã na mão.
  - E eu, Luke? Eu sou sua namorada, você deveria dar atenção a mim e não a vadia da irmã da . E, aliás, ela nem é fã de vocês, então não me venha com desculpas.
  - E eu lá ia saber?
  - E também ela se agarrou em você e você não fez nada.
  - ...
  - Nem vem, Luke. Cala a boca e me deixa quieta.
  - Não me manda calar a boca. - disse com raiva.
  - Cala a boca, Luke. - ela disse desafiadoramente.
  Andei até ela, peguei seus braços e a encostei à parede com força. Ela me olhou um pouco assustada.
  - Luke o quê...
  Não a dei tempo de terminar a pergunta e colei meus lábios no dela. No começo ela tentou resistir, mas depois ela cedeu. Ela mordeu meu lábio com um pouco mais de força.
  - Eu te amo, sua idiota.
  - Eu também te amo, seu retardado.
  - E você pode parar com esse ciúme.
  - Não é ciúme, é porque você é meu e eu não quero te dividir com mais ninguém.
  - Isso se chama ciúme e você não tem que me dividir com ninguém.
  - Só com suas fãs. - ela fechou a cara.
  - Mas eu não vou sair por ai beijando elas.
  - Espero que não.
  - Estamos de bem? - sorri.
  - Estamos.
  - E você vai parar com seu ciúme?
  - Namoro sem ciúme é igual comida sem tempero. - ela sorriu. - Agora vai tomar banho. Eu to com fome.
  Dei um beijo em sua bochecha e fui ao banheiro. Tomei meu banho rapidamente e vesti uma roupa mais leve. O Hawaii era quase tão quente quanto a Austrália. Peguei uma toalha e sequei meus cabelos, abri a porta e não pude evitar sorrir.
estava deitada na cama com meu celular em mãos. Ela fazia caras e bocas pra câmera. Deixei a toalha molhada em cima de uma das cadeiras e deitei-me ao seu lado.
  - O que ta fazendo, linda?
  - Tirando fotos. Vem cá.
  - Ah, não.
  - Ah sim, Lu, por favor? - ela fez bico e picou os olhos.
  Revirei os olhos. Tiramos algumas fotos fazendo gracinha e logo depois descemos. Os meninos estavam sentados em uma mesa enorme e nos olhavam apreensivos. riu e mostrou que estávamos de mãos dadas.

P.O.V

 Afundei meu rosto na blusa de Michael assim que a lancha começou a andar. Ele riu e me apertou contra o seu corpo.
  - Vem colocar sua roupa, .
  Desgrudei-me de Michael e segurei rapidamente a mão de , ela me levou até onde as meninas estavam.Troquei meu vestido por uma roupa de mergulho vermelha, amarrei meu cabelo e calcei os pés de pato.
  - Isso é quente. - disse enquanto abanava o rosto.
  - Nem me fale. - reclamei.
  A lancha parou de repente fazendo com que eu e as meninas trombássemos uma nas outras.
  - Ai.
  - Acho que chegamos. - foi saindo.
  - Uau.
  Foi a única coisa que consegui dizer. Estávamos perto de um penhasco enorme, a água azul contrastava perfeitamente com o verde das árvores e ramos que caiam morro abaixo.
  - Venham aqui, meninas. Vocês devem colocar esses cilindros de ar.
  Logan era o nosso instrutor. Ele nos ajudou a colocar os equipamentos e nos explicou pacientemente como usá-los.
  - Quem vai descer primeiro?
  - Eu vou. - se sentou na beira do barco.
  - É só...
  - Eu sei o que fazer.
  - Tudo bem. - Logan levantou as mãos.
  - Acho melhor irmos juntas. - se sentou ao lado da .
  - Ok. - me acomodei ao lado de .
  - No três? - falou um pouco enrolado por causa do equipamento. Demos as mãos.
  - Ah, vamos logo.
nos puxou e lá fomos nós pro fundo do oceano.

Capítulo 16

 Eu nunca vi coisa mais bonita na vida. O recife de corais era lindo, cheio de cores e peixes. Olhei pras meninas que fizeram sinal de positivo pra mim. Aposto que elas gostaram tanto quanto eu. Era um pouco estranho respirar por um tubo mais dei conta. Pude ver tirando algumas fotos com sua câmera a prova d'agua.
  Nadei pra baixo chegando bem perto dos corais. Bati os pés e fui pra frente juntamente com os peixes. Segurei-me em uma rocha e fui um pouco pra cima, Mike se aproximava de mim juntamente com os meninos. Ash levantou as mãos como se pergunta onde estavam as meninas. Logo depois ele fez uma pose extremamente ridícula, acho que ele estava tentando imitar uma garota.
  Fiz um sinal para que eles se aproximassem e voltei nadando onde estávamos. Me aproximei de uma anêmona do mar e por pouco não encostei nela. Levantei um pouco a cabeça e vi um peixe-palhaço. Meu Deus! Fiquei me sentindo no filme de procurando Nemo.
  Ficamos mais meia-hora ali. Meu cilindro começou a apitar indicando que estava quase vazio. Tomei impulso e voltei para a superfície. Subi na lancha, tirei o cilindro das costas seguido pelo tubo e os óculos.
  - Estão todos aqui?
  - Cadê a ?
  - Lá em baixo. - Ash disse.
  - Não, fui o último a subir e ela não estava lá. - Cal se juntou a nós.
  - As cavernas. - Logan murmurou.
  - Como?
  - Ela deve ter achado as cavernas. Vou atrás dela.
  Logan tirou sua blusa e pulou. Sem equipamento nenhum. Tirei minha roupa ficando apenas de biquíni, soltei meus cabelos e me sentei. Esperamos alguns minutos e logo Logan estava de volta acompanhado da . Ela tinha alguns cortes nas mãos.
  - O que aconteceu, ? - perguntou preocupada.
  - Eu entrei em uma das cavernas.
  - E esses cortes?
  - Eu tentei escalar uma parede de uma das cavernas.
  Ela se sentou ao lado de Luke, aparentemente cansada.
  - Aonde vamos agora?
  - Em uma das cachoeiras da ilha. - Logan voltou pra cabine.
  Me sentei novamente, passamos por um canal de água doce até chegarmos a uma cachoeira. Linda, ela era enorme e em volta dela tinha muita vegetação.
  - Posso ver as fotos? - perguntei.
  - Aqui.
  Estiquei o braço e peguei a câmera das mãos da .
  - Meu Deus, . Ficaram incríveis, você tem que fazer um álbum com elas.
  - Pode deixar, assim que eu voltar.
  - Voltar da onde? - Calum se intrometeu na conversa.
  - Voltar do Brasil é claro.
  - Você vai pra lá?
  - Natal, Calum, eu vou ficar com a minha família e não faz essa carinha.
  - Ah, mais eu queria ficar com você.
  - Oh, pequeno príncipe. Ano que vem eu volto.
  A lancha parou. Como sempre, foi a primeira a pular.
  - Corrida até a cachoeira. - ela gritou de longe.
  Pulei e nadei o mais rápido possível até a cachoeira.
  - Ganhei.
subiu em uma das pedras e fez uma dançinha ridícula. Luke subiu e a abraçou pela cintura, pulando na água logo em seguida. Com um pouco de dificuldade,consegui subir nas pedras. Me sentei bem no alto, a vista era incrível. Fechei os olhos apenas para poder sentir a brisa em meu rosto.
  - Lindo, não é? - Mike se sentou ao meu lado.
  - Muito.
  - Loirinha, você ta bem?
  - To sim e por que ta me chamando de loirinha? - me virei pra ele.
  - A vive chamando o Luke de loirinho. Acho que me acostumei.
  - É bom ver que ela se dá bem com vocês.
  - Por que ela não daria?
  - me disse que ela não tinha muitos amigos, porque todo mundo na escola achava ela estranha.
  - Ela é estranha, mas é estranha no bom sentido, eu gosto dela.
  - Mais do que de mim? - fiz bico.
  - Nunca. - ele me beijou.
  - O que faremos hoje? - parti o beijo.
  - Sairemos em casais.
  - Então, eu e você?
  - Apenas eu e você. - ele me deu um beijo na testa e me puxou para junto de si. - Agora vamos aproveitar.
  Ele ficou de pé e me estendeu a mão, a peguei e subimos até o topo da cachoeira.
  - Pronta pra pular?
  O olhei assustada.Aquilo tinha no mínimo uns 8 metros de altura.
  - No três?
  Respirei fundo e concordei com a cabeça, peguei sua mão e fechei os olhos.
  - Um... Dois... Três!
  Prendi a respiração no exato momento em que meus pés deixaram o chão. A sensação de estar em queda livre é indescritível.Você se sente... Ah é até difícil de explicar. Senti meu corpo sendo molhado pela água. Soltei a mão de Michael e voltei para a superfície. Pude ver seus lindos olhos verdes me encarando e um sorriso estava estampado em seu rosto.
  - Te amo.
  - Eu também. - o abracei.

Ashton P.O.V

 Me joguei na cama completamente exausto. O dia havia sido bom, mas cansativo. Ficamos a manhã toda e boa parte da tarde na cachoeira. Com certeza essa era uma das melhores viagens da minha vida. Estar com os meus amigos e minha namorada.
  - Acorda, Ashton. Vamos sair daqui a pouco.
  - Eu sei. Já estou pronto, viu?
  - Não sou cega.
  - Percebe-se.
  - Você é um idiota.
  - Que você ama. - ela se calou. - Não acredito que deixei sem falas.
  - Cala a boca. - ela jogou uma almofada em minha direção, a peguei facilmente.
  - Podemos ir?
  - Só falta meu batom.
  - Pra que se eu vou acabar tirando ele mesmo? - sorri maliciosamente e ela corou.
  - Vamos, Irwin.
  - Finalmente.
  Descemos rapidamente até o saguão onde o táxi já nos esperava. O motorista sabia perfeitamente onde deveria ir. pela mão.
  - Compras? - ela me olhou sorrindo.
  - Não.- ri. - Uma coisa diferente, mimadinha.
  Ela me olhou torto, revirei os olhos e continuei andando.
  - Ai, meu Deus. - disse pausadamente enquanto soltava minha mão.
  Ela me olhou sorrindo e me abraçou.
  - Como sabia?
  - Você é famosa, amor, foi só procurar na net. - sorri.
  - Por isso me fez vir de tênis?
  - Exatamente. Agora vamos, .
  Conferi minhas reservas para a pista 3. já foi logo pedindo milk-shake de chocolate e batata fritas.
  - Pronto pra perder, Irwin?
  - Sabe que eu não vou perder, .
  - Isso nós vamos ver. Eu sou ótima no boliche.
  - Não tanto quanto eu.
  - Quer apostar? - ela arqueou uma sobrancelha.
  - Fala.
  - Cinquenta dolares.
  - Feito. - apertamos nossas mãos.
  Admito que era boa, mas eu também. Estávamos empatados com setenta pontos. Era nossa última jogada. Peguei uma bola e fui em direção a com intenção de entregá-la, mas fui repreendido no caminho por uma garotinha.
  - Você pode me dar um autografo? - ela sorriu e me entregou um bloquinho. Coloquei a bola no lugar.
  - Claro, lindinha. Qual seu nome? - me abaixei e peguei a caneta.
  - Louise.
  - Aqui está Louise.
  - Obrigada, Ash. - ela me abraçou.
  - De nada, baixinha. - dei um beijo em sua bochecha.
  - Hey, você não é Annie? - ela olhou admirada para .
  - Na verdade meu nome é , mas sim fui em quem fiz o papel de Annie.
  - Pode me dar um autografo?
  - Claro. Prontinho.
  - Mamãe. - uma mulher, que era super parecida com Louise, se aproximou.
  - O que foi, amor?
  - Pode tirar uma foto minha com eles?
  - Sim.
  Peguei Louise no colo e se aproximou.
  - Obrigada.
  Louise saiu saltitante juntamente com sua mãe.
  - Isso é incrível. - continuou olhando até a baixinha sumir.
  - O quê? Dar autógrafos?
  - Não, colocar um sorriso no rosto de alguém .- ela se virou pra mim.
  - Ashton, .
  Ah, não. Foi a primeira coisa que pensei quando vi um grupo de meninas se aproximando. Elas davam gritinhos e riam. Olhei pra desanimado e ela sorriu me incentivando. Demos autógrafos e tiramos fotos. Percebi que havia mais flashes em meu rosto do que o normal. Olhei pro lado de fora e percebi que havia alguns paparazzi.
  Depois de dez minutos a pista de boliche havia se transformado em uma sessão de autógrafos e fotos. O dono do local teve que chamar os seguranças para nos tirar dali. Eles nos colocaram em um carro todo escuro enquanto nos levavam de volta pro hotel.
  - Acho que nunca teremos um encontro normal. - disse.
  - Tudo bem. É por causa deles que estamos onde estamos.
  - Eu sei, mas ás vezes eu gostaria de ser normal de novo. Sabe, ter uma noite comum e me divertir.
  - Vai dizer que não foi divertido?
  - Antes de virar uma sessão de fotos? Foi sim.
  - Não reclama.
  - Não to reclamando, só desabafando.
  - É, eu sei.
  Fomos o resto do caminho em silêncio. Apenas curtindo a presença um do outro, agradeci o homem que nos trouxe e entramos rapidamente no hotel.
  - Vamos pra piscina?
  - Agora?
  - É.
  -Você não cansa de água ? - Nunca.
  - Ok.
  Trocamos de roupa e fomos pra piscina.
  - No três? - perguntei.
  - Ok. Três.
pulou. Ri e fui atrás dela.

Michael P.O.V

 - Ai, como eu adoro shopping.
deu um giro.
  - Eu sei.
  - Vamos fazer compras, Mike.
  - Ah não, loirinha, vamos comer.
  - Compras.
  - Comida.
  - Acho que podemos fazer os três C's hoje?
  - O quê? - perguntei completamente confuso.
  - É o que eu e as meninas sempre fazemos. Compras, comida e cinema. Você é meio lerdo, Clifford.
  - O que você quer dizer com isso?
  - Esquece. Vem, compras primeiro.
  Ela puxou meu braço e fomos correndo até a Pink. Me sentei e esperei pacientemente experimentar cada peça de roupa que ela havia pegado.
  - E essa Mike? - ela deu uma voltinha.
  - Linda.
  - Você disse isso de todas.
  - Não tenho culpa se você fica linda vestindo qualquer coisa. - ela corou.
  - Acho que já chega. Vem, vamos comer.
  - Aleluia.
vestiu sua roupa normal e pegou um dos seus cartões da loja Pink, peguei algumas sacolas e fomos pra praça de alimentação.
  - Onde quer comer, Clifford?
  - Burguer King.
  - Então vamos.
  - Procura uma mesa.
  - Pede pra mim...
  - Eu sei o que fazer, .
  - Ok. - ela levantou as mãos.
  Fui até o balcão e fiz os pedidos. Peguei dois copos e enchi um com coca-cola e o outro com fanta laranja. Peguei a bandeja e fui até a mesa.
  - Ai, que fome. - atacou seu hambúrguer.
  - Nossa.
  - Que foi?
  - É a primeira vez que te vejo comer assim.
  - Compras dão fome.
  - Nem me fale. Está se divertindo?
  - No shopping?
  - No Hawaii.
  - Claro que sim, né, Mike. É o Hawaii e tem os meus amigos e você.
  - E eu sou bem importante, né? - ela riu.
  - Óbvio.
  Terminamos de comer e fomos em direção ao cinema.
  - Qual filme? - a atendente perguntou docemente.
  - Dois pra divergente, por favor. - pedi.
  - Vai comprar pipoca, Mike e eu pago aqui.
  Abri a boca pra discutir, mas vi que seria inútil. Quando colocava alguma coisa na cabeça era muito difícil tirar. Comprei a pipoca, refrigerante e alguns doces.
  - Vamos, Mike. A sessão já vai começar.
  Fomos em direção à sala. Entregamos nossos ingressos e fomos procurar nossos lugares.
  - Aqui. - me puxou.
  - Calma.
  Me sentei ao seu lado. Coloquei o copo no porta-copo da minha cadeira. O filme começou, abracei de lado. Eu realmente tinha muita sorte de ter aquela menina.
  - Amor? - sussurrei.
  - Que foi?
  - Eu te amo.

Calum P.O.V

 - O que você quer fazer? - perguntei.
  - Sei lá, vamos ficar aqui. Não to a fim de sair.
  - Também não. To cansado. - me joguei na cama.
  - Cal?
  - Que foi?
  - Quando vou conhecer sua família?
  - Pode ser quando você voltar pra Sidney. Você realmente quer conhecê-los?
  - Sim, mas por que o espanto?
  - Porque a Maddie ficava nervosa...
  Percebi tarde demais a besteira que havia falado. se levantou com raiva e foi até a varanda. Me levantei apressado e a segui.
  - Olha, , me desculpa. Eu não quis te comparar com a Maddie.
  - Não quis mais fez mesmo assim. Porra, Calum, tu sabe que eu a odeio.
  - Eu sei. Me desculpa?
  - Desculpo, mas será que pode parar de falar nela?
  - Tudo bem. Então, você realmente quer conhecê-los?
  - Quero, aliás, eu já devia ter conhecido.
  - Isso é verdade, vem cá.
  Puxei pra dentro do quarto. Peguei meu computador e liguei o Skype. Mandei uma mensagem para a Mali.
  - O que está fazendo, Hood?
  - está é a Mali, minha irmã.
  - É um prazer conhecê-la, . - Mali sorriu.
  - Digo o mesmo. - ela disse um pouco nervosa.
  - Não precisa ficar nervosa.
  - Tudo bem.
  - Você é linda, assim como o Cal disse.
  - Obrigada, você também.
  - Acho que eu to sobrando. Fui.
  Sai dali antes que pudesse fazer alguma objeção. Fechei a porta e desci até o saguão, que estava completamente vazio. Passei pela recepcionista e fui em direção a um mercado próximo.
  Peguei uma cestinha e fui em direção aos doces. Se ficaria a noite no quarto eu precisaria de comida. Comprei tudo que tive vontade, paguei a mulher e voltei pro hotel.
  - Jura que ele fez isso?
  - Sim. - ouvi a risada de Mali.
  - Hey, sobre o que estão falando? - deixei as sacolas em cima da mesinha.
  - Sobre como você caiu quando jogou futebol pela primeira vez. - Mali respondeu entre risos.
  - Você não fez isso, sua bruxa infectada do mal.
  - Hey, não fala assim da minha cunhadinha.
  - Ah, já viraram amigas?
  - Já sim, sua irmã é uma graça.
  - Você que é uma fofa.
  - Obrigada, linda.
  - De nada. - Mali sorriu.
  - Eu, hein? Vocês são estranhas. - me levantei. Liguei a TV e me sentei no sofá.
  - Tenho que ir, . Me liga depois pra gente conversar.
  - Claro. Beijos.
  - Beijos.
fechou o computador e veio até mim. Ela me abraçou fortemente como se não quisesse me soltar.
  - Eu te amo.
  Eu já tinha ouvido ela dizer isso várias vezes, mas daquela fez havia sido diferente.
  - Eu também te amo.
  - O que é isso? - ela se levantou e olhou as sacolas.
  - Doces. Podemos ver um filme.
  - Me dá o controle - ela esticou a mão.
  - Não. - fiquei de pé.
  - Me dá. - ela se esticou o braço.
  - Não. - levantei o braço um pouco mais.
  - Anda, Hood. - ela começou a pular.
  Comecei a rir.
  - Aqui, sua anã.
  - Você é um idiota.
  - Obrigado.
  - Eba, Rags.
  - Rags?
  - Um filme da Nick que eu simplesmente amo.
  - Sobre?
  - De um lado, conta à história de Charlie, seu padrasto Arthur, seus meio-irmãos mimados, Andrew e Lloyd, que acham que tem talento para a música, mas são péssimos. De outro lado, Kadée Worth, é uma estrela com um pai magnata da música.
  - Parece legal.
  - É legal. Senta aqui.
  Me sentei ao seu lado já pegando um pote de nutella e alguns pacotes de Kit-Kat.

*

 Tenho que admitir que o filme é bem legal. já estava caindo de sono. Desliguei a Tv e joguei as embalagens no lixo. Tirei minha blusa e os sapatos, ficando apenas de bermuda.
  - Vem, baixinha.
  Peguei no colo e a levei pra cama. A cobri com o lençol, que era a única coisa que dava pra se cobrir nesse lugar terrivelmente quente. Dei um beijo na sua testa e me deitei. Logo fui atingido pelo sono.

Luke P.O.V

 - Acorda, Luke. - senti algo mole atingindo meu rosto.
  Abri os olhos e vi que havia me jogado uma almofada.
  - Eu to cansado, . Ontem foi pesado.
  - Ah, Luke, não vai me dizer que um parque de diversões te deixou cansado?
  - Um parque de diversões com pessoas normais não cansa, mas você é maluca, menina.
  - Awn, obrigada, amor, mas nem foi tão cansativo assim.
  - Não? Você andou quatro vezes na montanha russa, três no bate-bate, e mais um trilhão de vezes em cada um dos brinquedos.
  - Estamos no Hawaii, Luke, temos que aproveitar ao máximo.
  - Tudo bem.
  - Agora levanta, vamos a praia.
  - É o nosso último dia e vocês querem ir a praia?
  - Claro, Lukey, temos apenas 5 horas antes do voo. Então levanta. - ela me jogou outra almofada.
  - Para com isso. - afundei meu rosto no travesseiro.
  - Levanta. - começou a pular em cima do colchão.
  Puxei sua perna, ela se deitou ao meu lado e começou a rir. Percebi que ela estava apenas de biquíni. Mordi meu lábio inferior.
  - O que foi?
  - Você é muito gostosa.
corou e me deu um tapa no braço.
  - Anda, Luke, é só você se levantar e pronto.
  - Ta, ta.
  Me levantei, calcei meu chinelos e coloquei a primeira blusa que vi.
  - Viu? Foi difícil?
  - Vamos então.
  - Você quer que eu saia assim? - ela se levantou.
  -Não.Veste uma roupa, se possível comprida.
  - Haha. Pronto short e blusa, agora podemos ir.
me deu a mão e me puxou pro lado de fora.
  - Vamos comer?
  - Não. Praia primeiro, depois almoçamos, arrumamos as malas e vamos embora. - ela disse a última parte um pouco triste.
  - Hey, não fica triste.Quem sabe um dia a gente pode voltar?
  - Não é por isso, é que eu realmente gostei daqui e não quero ir embora. Esses últimos dias foram incríveis.
  - Eu sei. - suspirei.
  - E eu vou sentir sua falta.
  - Eu também.
  - Ah, ai estão vocês. Por que demoraram? - puxou que se sentou ao seu lado.
  - A bela adormecida ali não queria levantar.
  - Não tenho culpa se vocês gostam de acordar cedo pra poder vir à praia.
  - Estamos no Hawaii, Luke. - retrucou.
  - E dai? É areia e água salgada do mesmo jeito.
  - Mas é Hawaii, Luke. Você pode ter outras oportunidades de vir aqui, nós não.
  - Ta bom. Você venceu. - levantei meus braços em sinal de rendição.
sorriu.
  - Que lindo. - ela disse sorrindo enquanto olhava o caderno nas mãos de . - Olha isso, Cal.
  - Nossa, . Ficou incrível.
  - Você desenha muito bem. - Ashton a elogiou.
  - Incrível. - sorriu.
  - Uau. - Mike disse admirado.
  - Você tem talento, priminha. - deu um leve tapa em suas costas. - Como fez isso em tão pouco tempo?
  - Mãos ágeis.
  - Posso saber do que estão falando?
  - Olha isso, Lukey, sua namorada é muito talentosa.
  Mike me passou o caderno. Fiquei tipo: UAU. Era um desenho (http://fc04.deviantart.net/fs71/i/2014/258/8/9/luke_hemmings_by_sylkee-d7z9ssi.jpg)* perfeito de mim. Olhei pra , que abaixou a cabeça envergonhada. Me sentei ao seu lado na areia e a abracei.
  - Você é incrível.
  - Não.
  - É sim, você poderia ganhar muito dinheiro com isso.
  - Isso é apenas um hobbie. - ela se soltou de mim. - Eu amo dançar.
  - E por que eu nunca te vi dançando?
  - Você nunca foi ao estúdio.
  - Um dia eu vou, prometo.
  - De dedinho? - ela levantou a mão.
  - De dedinho. - concordei e entrelacei meu dedo com o dela.
  - Vamos nadar, gente ou vocês querem torrar aqui no sol? - disse com as mãos na cintura.
  Mais do que depressa nos levantamos e ficamos apenas com roupas de banho.
  - Corrida até o mar? - Ash deu um sorriso de lado.
  - Um. - Cal se posicionou.
  - Dois. - Mike sorriu.
  - Três. - gritei e corremos em direção ao oceano.

P.O.V

 E lá estávamos nós de novo no aeroporto internacional do Hawaii. Só que dessa vez não estávamos sorrindo, apenas esperando que o voo fosse chamado. Ninguém falava. Dava pra sentir que estavam todos tristes. Poderia ser apenas alguns dias mais ficarmos juntos já havia se tornado rotina.
  - Voo 2367 para Rio de Janeiro. Embarque portão 8.
levantou a cabeça. Seus olhos azuis estavam marejados e ela parecia apenas uma bonequinha frágil. Primeiro ela abraçou Calum, que estava mais próximo. Luke, Ashton, , , eu e Mike. Ela o beijou, eles trocaram algumas palavras e ela se foi.
  O clima pesou mais ainda, se era possível.Mike estava cabisbaixo. Me sentei ao seu lado e o abracei, ele retribuiu.
  - Voo 4587 para Nova York. Embarque no portão 13.
  Procurei desesperadamente os olhos de Ashton. Aqueles lindos olhinhos verdes que sempre me acalmavam, marejados, assim como os meus. Me levantei rapidamente e o abracei. Sei que pode parecer bobagem mais quando se ama alguém você sente falta da pessoa até por poucas horas e nesse caso seriam dias.
  Ashton me puxou pela nuca e me beijou. Aproveitei o máximo que pude daquele beijo.
  - Eu te amo, mimadinha.
  - Também te amo, seu idiota.
  Me soltei dele e dei um rápido abraço nos outros. Peguei minhas malas e puxei para que fossemos pegar o maldito avião.
  Assim que entramos na aeronave tratei de procurar meu lugar, que por um grande milagre, era ao lado da minha querida prima, a mesma logo pegou seu caderno e começou a desenhar nervosamente. Olhei pela janela e pude ver as pessoas diminuindo ao longe.
  Engoli a vontade de chorar e abri a minha bolsa, peguei uma garrafa d'agua e um remédio que me fazia dormir, tomei um inteiro. Depois de alguns minutos, acabei dormindo.

*

 - Acorda, . Olha só chegamos à Nova York. E tem neve pra todo lado.
  Abri os lentamente. sorria radiante. Parecia que alguém havia jogado um grande cobertor branco em Nova York. Mesmo quilômetros de distancia do chão, podíamos ver crianças brincando no Central Park.Sorri pra mim mesma. Finalmente eu estava em casa.
  Poderia dar uma volta com a Lucy. Passar a tarde inteira vendo filmes com o Cory. Ir à pista de boliche com a Luna e a Lunny. Gêmeas que no colegial se tornaram minhas grandes amigas. Sei que nasci no Brasil, e que Nova York não deveria ser chamado de casa por mim, mas aquela cidade se tornou o meu lar.
  Apertei os cintos e esperei que o avião pousasse. Peguei minhas malas as colocando em um carinho, junto com as de . Na verdade nem sei por que as trouxemos. Nela só havia roupas de verão e nenhum casaco, que era o que eu precisava agora.
  - Vem, vamos procurar meus pais.
  Andamos em direção a saída e lá estavam eles: Meu pai, minha mãe e meu irmãozinho de 4 anos, Liam. Corri até eles os abraçando. Ah, que falta que eu sentia da minha família. Pude ver correndo em direção aos seus pais e irmãos.
  - Que saudades! - minha mãe disse com os olhos marejados.
  - Também. - a abracei.
  - Hey, o pai também estava com saudade. - meu pai disse sorrindo.
  - A filha também. - disse rindo e o abraçando.
  -. - Liam disse pegando minha mão.
  - Oi, meu amor. - o peguei no colo. - Bem?
  - Bem. Onde você tava?
  - No Hawaii.
  - E por que não me levou?
  - Eu não podia, mas da próxima eu te levo, ta bom?
  - Ta.
  - Oi, tia. - abracei a tia .
  - Oi, . Nossa como você está bonita.
  - Obrigada. E ai, tio .
  - Oi, baixinha. - o abracei. Eu e meu tio sempre fomos muito amigos.
  - Loirinha. – abracei . Ela riu.
  - . - abracei.
  - E ai, .
  - Ta um gato, hein?
  - Olha só quem fala. - rimos.
  - Acho melhor irmos pra casa. Vocês têm que fazer algumas compras.
  Eu e nos olhamos e rimos. Levamos as malas pra van que meus pais haviam trazido. O frio estava me matando. Meus dentes tremiam e minhas bochechas estavam coradas, peguei minha carteira e fui a loja mais próxima. Troquei de roupa rapidamente. Me juntei a e compramos tudo que precisávamos: Botas, calças, casacos e essas coisas.
  - E agora?
perguntou. Ela tinha sacolas até a metade dos braços. Ela estava um pouco pálida e suas bochechas e seus lábios estavam vermelhos.
  - Vamos para casa. Podemos sair depois.
  - Quantas horas?
  Peguei meu celular com um pouco de dificuldade. O relógio já havia sido ajustado ao de Nova York.
  - Uma e meia. - fiz sinal pra um táxi que passava.
  O mesmo logo parou. Estranhei. Era ultra mega super difícil conseguir um táxi nessa cidade. Abri a porta e dei espaço para que passasse. Dei o endereço ao motorista.
  Minha casa não era tão longe. Em poucos minutos estávamos na entrada da mesma. Paguei o motorista e sai. Subi as escadas, bati a campainha da casa, já que eu não conseguia pegar as minhas chaves. Minha mãe apareceu, e ela estava completamente diferente de uma hora atrás. Ela estava com um avental e seus cabelos estavam presos em um coque.
  - Ah, são vocês. Entrem.
  - O que estão fazendo? - perguntei.
  - Biscoitos de natal. Vão guardar essas sacolas.
  Subi as escadas e fui em direção ao meu quarto. Abri as duas portas de madeira branca. Minha casa parecia um castelo antigo, os quartos eram enormes e todos tinham portas duplas, o chão era de mármore branco, escadas longas e algumas passagem secretas.
  - Uau! Seu quarto é incrível.
  - Obrigada.
  - E enorme. - ela se jogou na minha cama.
  - É. Meus pais são um pouco exagerados.
  - To vendo, sua casa é gigante.
  - Você quer sair?
  - Claro.
  - Chama seus irmãos.
  - Ok, mas aonde vamos?
  - Central Park e leva seus patins.
  - Eu não tenho patins. - Sua mãe comprou pra vocês. Agora vai.
revirou os olhos e saiu. Peguei as minhas roupas novas e tratei de colocá-las dentro do meu armário. Meu celular começou a tocar em cima da cama. Me joguei na mesma e atendi sem olhar a tela.

LIGAÇÃO ON

- Alô?
  - Oi, .
  - Oi, Jackson. Tudo bem?
  - Tudo sim.
  - Então, por que me ligou? Que eu saiba você só me liga quando tenho um compromisso importante.
  - Ou quando sai alguma fofoca escandalosa a seu respeito.
  - É a segunda, não é?
  - Sim.
  - Então pode começar a falar.
  - Sai uma notícia que você está namorando Ashton Irwin.Tem também algumas fotos de vocês em Sidney e outras milhares de vocês jogando boliche no Hawaii.
  - Ah, sim.
  - E ai, garota?
  - É verdade. Podem confirmar.
  - Isso é incrível, finalmente você arrumou um namorado.
  - Por que isso é tão surpreendente assim?
  - Quer a verdade?
  - Por favor.
  - Você é uma atriz, . Sempre viajando e fazendo filmes, séries e seja lá mais o que for. Mudanças sempre acontecem quando se é famosa.
  - Ele também é.
  - Mas ele não tem que beijar ninguém em um filme. - fiquei calada. - ?
  - To aqui.
  - Ainda está no Hawaii?
  - Não. Em casa.
  - Em casa Brasil ou em casa Nova York?
  - Nova York.
  - Ta tudo bem mesmo? - ele perguntou um tanto preocupado.
  - Sim, não se preocupe comigo, Jackson. Vai curtir suas férias.
  - Ta bom. Boas festas!
  - Pra você também.

LIGAÇÃO OFF

  Coloquei minha cabeça entre os travesseiros e gritei. Gritei para que toda a raiva saísse de meu corpo. Eu sei que eu pedi pela verdade, mas era complicado. Ashton era um cara ciumento e minha profissão não ajudava em nada. Parei de gritar, não era bom apressar meu sofrimento e minha raiva.
  - Vamos, ?
  Levantei minha cabeça encontrando uma feliz e saltitante. Ela tinha os cabelos loiros presos em uma trança. Uma touca branca estava em sua cabeça e ela sorria como se a melhor coisa do mundo fosse estar com seus irmãos e comigo em uma tarde fria e quem sabe ela até poderia estar certa. Me levantei arrumando a touca em minha cabeça. Guardei meu celular no bolso de trás e dei a mão à garotinha pequena que me olhava sorrindo. Descemos as escadas encontrando e . Antes de sairmos tiramos uma foto.
  - Me marca na foto, ok? - sorriu ainda mais.
  - E você tem instagram, mocinha?
  - Tenho sim.
  - Ah que fofa. - apertei suas bochechas.
  - Hahaha a fofa aqui sou eu. - tombou um pouco a cabeça e sorriu docemente. Não aguentei e comecei a rir, sendo acompanhada por e .
  - Ok. - me recuperei. - Agora vamos.
  Abri a porta e fechei rapidamente. Fomos andando até o Central Park que não era longe da minha casa. Assim que chegamos, começamos uma guerra de bolas de neve. Rimos muito e brincamos até que estivéssemos cansados. Deixei meu celular em cima dos patins para que gravasse nossa incrível guerra.
  Me deitei na neve fria e comecei a fazer anjos de neve. logo apareceu com meu celular registrando cada momento. Ri e ela me estendeu a mão. Segurei a mesma e me levantei e tirei o resto da neve que estava nas minhas roupas.
  - Agora podemos patinar? - fez bico, sendo acompanhada pelos seus irmãos.
  - Ta vamos.
  Atravessamos o Central Park e fomos até a pista de patinação. Nos sentamos em um dos bancos e calçamos nossos patins. Eu e tivemos que ficar nos segurando nas barras. e apenas riam da nossa cara. Aquele com certeza seria um dos melhores natais da minha vida.

* O All Time Fics só hospeda os links dos sites Polyvore e Youtube.

Capítulo 17

P.O.V

 24 de dezembro. Andar pelo Rio de Janeiro na véspera de natal era uma das coisas mais legais que eu poderia fazer. O sol, a areia, a praia, as pessoas, o sotaque carioca que há muito tempo eu havia perdido.
  - Filha?
  Minha mãe entrou no quarto, ela trazia uma caixa grande nas mãos.
  - Trouxe pra você.
  Sai da varanda fechando as portas de vidro da mesma. Fiquei em frente à cama e abri a caixa. Lá dentro tinha um vestido, muito bonito. Era um rosa claro com pequenos detalhes de ouro e ainda era de mangas compridas. Olhei pra minha mãe que sorria. A abracei.
  - Obrigada.
  - De nada, amor. Agora vá se arrumar.
  Minha mãe bateu a porta, me deixando sozinha novamente. Tirei o roupão e coloquei o vestido, peguei meu salto alto branco e coloquei meus brincos de pérola. Passei um pouco de maquiagem e meu perfume de sempre. Soltei meus cabelos que caíram com cachos perfeitos.
  Logo meus pensamentos foram voltados para os meus amigos que estavam em Sidney, especificamente para um em especial. Lá já era Natal, olhei o relógio e vi que ainda eram dez horas. Tínhamos que estar na casa da minha tia às onze. Peguei meu celular e mandei uma mensagem para Michael. Entrei no Skype e ele já estava online.
  - Oi, amor. - dei meu melhor sorriso.
  - Oi, princesa. Nossa como você ta bonita, hein?
  - Obrigada, você também não está nada mal. A propósito, feliz natal.
  - Obrigado. Posso dizer o mesmo?
  - Ainda não. Só daqui a duas horas.
  - Tudo bem. Então lá você vai receber o meu presente de natal.
  - Como você mandou?
  - Pelo correio? - ele disse como se óbvio.
  - Tudo bem, o meu também está ai. - dei de ombros.
  - Onde?
  - Procura que você acha, Clifford.
  - Pode me dar uma dica?
  - Não, é fácil demais.
  - Vamos, . - minha mãe gritou do andar de baixo.
  - Tenho que ir, Mike. A festa vai começar.
  - Nada de pegar seus primos, ok?
  - Ok. - disse rindo. - Feliz Natal e eu te amo.
  - Também te amo, minha princesa. - ele sorriu.
  Bloqueei o celular e desci as escadas com cuidado. Entrei no carro, minha mãe trancou a casa e nos acompanhou. Em menos de 40 minutos estávamos na porta da casa da minha tia em Ipanema.
  - ! Nossa como você cresceu.
  Minha tia Alisa já veio me abraçando.
  - Pois é.
  - Entrem.
  Depois de cumprimentar todos os meus parentes, que há séculos eu não via, pude me sentar e descansar um pouco. Mas é claro que meus momentos de paz não poderiam durar muito. Minha prima, Lexee veio atrás de mim.
  Lexee era uma garota bonita. Cabelos ruivos e olhos extremamente azuis. Era apenas alguns centímetros mais baixa que eu. Ela era uma das primas que eu mais gostava, ia a Sidney sempre que podia para me ver nas férias.
  - Oi, .
  - Oi, Lexee.
  - E ai? Como está?
  - Bem e você?
  - Ótima. Finalmente passei na faculdade de jornalismo.
  - Que bom! - sorri sinceramente. Estava feliz por ela.
  - E você, ? O que anda fazendo?
  - Trabalhando em uma agência de fotografia. Eu e uma amiga somos fotografas da 5 Seconds Of Summer.
  - Ah, sim. Os meninos fizeram um tremendo sucesso esse ano, né? Lembro-me quando eles ainda eram uma banda de garagem.
  - Pois é.
  - Parece que foi ontem que ficamos juntas olhando eles ensaiarem e sempre dando força pra eles não desanimarem. - ela suspirou. - E você e Mike?
  - Finalmente começamos a namorar.
  - Ah, já estava mais do que na hora.
  - E você? Arrumou alguém?
  - Sim.
  - E quem é?
  - Kaio.
  - Aquele Kaio que você tipo assim, odiava? - ela riu.
  - Ele mesmo.
  - Dez segundos. - minha tia gritou.
  Como se fosse o ano novo minha família começou a fazer uma contagem regressiva.
  -Três, dois, um... FELIZ NATAL! - gritamos juntos. Eu comecei a rir e abracei a Lexee.
  Fomos todos pra sala de jantar onde havia uma mesa enorme em que cabia perfeitamente todos os membros da família presentes. Sentei-me ao lado de Lexee e Jane, uma prima mais nova. Coloquei lasanha, peru, batatas assadas e um belo copo de refrigerante. Teria muito tempo pra beber champanhe depois.
  Meu celular vibrou em cima da mesa. Desbloqueei o mesmo e abri a mensagem do Mike.

“Das coisas boas da minha vida, você certamente é a melhor! Feliz Natal minha princesa. Eu te amo. xx”

Sorri feliz pro celular. Mike era o namorado mais fofo do mundo. Deixei o celular em cima da mesa e voltei minha atenção para a conversa animada das minhas primas.

P.O.V

 - Julian, volta aqui.
  - Vai ter que me pegar. - ele me mostrou a língua.
  Bufei irritada e me atirei no sofá. Julian podia até ter 9 anos mais era uma peste.
  Estávamos todos na casa da minha tia Marli. Quase toda a minha família havia aparecido para comemorar o natal. Todos ainda estavam se empanturrando com a deliciosa ceia que minha tia e suas filhas haviam preparado. A não ser por mim que não aguentava comer mais nem um grão de arroz.
  - Canso, prima? - Julian se sentou ao meu lado me entregando meu celular.
  - Sim, cansei. E você nunca mais faça isso, baixinho.
  - Pelo menos eu sou uma criança que pode crescer, já você, vai ser baixinha o resto da vida.
  Fiquei de boca aberta com as falas do pirralho, mas tenho que admitir que ele estava certo.Eu seria baixinha pelo resto da minha vida, mas quer saber? To nem ai.
  Julian saiu correndo de novo. Aproveitei a deixa e corri pro jardim. Sentei-me em uma das cadeiras perto da piscina e peguei meu celular. Entrei no Instagram, curti e algumas fotos e segui algumas pessoas. Depois que eu havia começado a namorar o Cal, meu número de seguidores triplicou. Havia um monte de fãs querendo que eu as seguisse, algumas também me ameaçando e me xingando, mas eu nem ligava, ou pelo menos tentava não ligar.
  Quase cai da cadeira quando vi que a havia postado uma foto deles em Nova York. Estavam todos reunidos. , , , , tio , tia , tio , tia e Liam. Todos em volta de uma enorme árvore de natal. Dava até pra ver a neve que caia lá fora.
  Logo depois tinha a foto da . Ela estava com uma menina chamada Lexee e com alguns primos seus. Ela estava muito bonita.
  - O que está fazendo, maninha? - se sentou ao meu lado.
  - Só mexendo no Instagram.
  - ?
  - Que foi? - perguntei com uma certa impaciência.
  - Preciso te contar uma coisa.
  - Fala.
  - Olha pra mim. - me virei a encarando. - Não nos encontramos no Hawaii por acaso.
  - Eu sabia. - gritei.
  - Posso continuar? Bem, eu estava com algumas garotas. Jasmine, Geordie, Aleisha e Maddie.
  - O QUÊ?
  - Nós estávamos espionando vocês. Elas querem separar você e as meninas dos garotos.
  - E você ajudou? Como pode, ?
  - Me desculpa, . Estou arrependida do que fiz.
  Eu não conseguia falar. Minha própria irmã tramando contra mim. Como ela pode ser tão baixa? Levantei-me e sai correndo dali. O natal havia acabado mais cedo para mim. Atravessei a rua e cheguei a minha casa. Subi as escadas correndo e fui em direção ao meu quarto.
  Liguei a TV e me deitei na cama cansada. Deixei que algumas lágrimas caíssem de meus olhos. Pensei seriamente em ligar para as meninas mais eu não queria estragar o natal delas. Que raiva. Eu sei que eu e nunca nos demos bem mais fazer isso comigo? Por quê? Eu nunca desejei mal a ela. Bem, só naquela vez que ela chamou o meu melhor amigo pro baile, e eu fiquei torcendo para que ela quebrasse a perna, mas fora isso eu nunca quis que ela sofresse, ainda mais por amor.
  Porque eu sei como ela é esperta pra vigiar alguém, ela era uma das maiores fofoqueiras do colégio. Sabia tudo de todo mundo. Falando com a pessoa ou não. Com certeza ela contou tudo que sabia sobre a gente. Agora elas viriam com tudo para tentar nos atingir.
  Não, se elas queriam nos separar dos meninos eu teria que contar isso imediatamente para as meninas. Eu e teríamos que ficar de olho. Jasmine, ex do Ash, trabalharia com a gente o que já seria um peso nos meus ombros quando voltássemos.
  Mandei uma mensagem para as meninas entrarem no Skype, o que não seria problema porque em Nova York era apenas uma hora a menos que aqui. Depois de alguns minutos, elas já estavam online.
  - Oi, minhas divas. Feliz Natal. - disse sorrindo.
  - Obrigada, pra vocês também. - , e eu dissemos juntas.
  - Ensaiaram isso? - perguntou.
  - Não. - dissemos juntas de novo.
  - Podem parar, estão começando a me assustar.
  - Ok. - tomei a dianteira. - Sei que é natal mais tenho noticias horríveis para dar a vocês.
  - Ninguém morreu, né? - perguntou aflita.
  - Não.
  - Então o que é? - cerrou os dentes.
  - Olha, sabemos que os meninos têm ex-namoradas, e parece que elas estão se juntando para nos separar deles.
  - Uou. Como ficou sabendo?
  - me contou. Pelo visto ela não é uma irmã muito boa, .
  - Cara, na boa, agora eu fiquei com mais raiva ainda da tua irmã.
  - E você acha que estou como? Eu sei que a gente nunca se deu bem ,mas poxa, cara.
  - Eu ainda não acredito que a Aleisha está fazendo parte disso. - disse completamente séria.
  - Pois acredite.
  - E eu ainda combinei de sair com ela um dia.
  - Mas isso é perfeito. - estalou os dedos. - Mantenha os amigos perto e os inimigos ainda mais perto.
  - Concordo com ela. - abraçou a prima.
  - Tudo bem. Assim que voltarmos.
  -Desculpa por dar essa noticia, mas eu precisava.
  - Sem problemas, temos que ficar de olho nelas.
  - Ok, depois resolvemos isso. Tchauzinho, amores. Boa noite. - desligou.
  Me despedi das meninas e joguei meu celular no chão. Tirei os sapatos e o vestido jogando-os longe. Coloquei o colar e os brincos em cima da cabeceira da cama. Diminui o volume da TV e joguei a coberta por cima de mim. Aos poucos o sono foi chegando e consumindo meu corpo.

*

 - Levanta, preguiçosa. Vamos sair em uma hora.
  Minha mãe entrou no meu quarto abrindo as cortinas e juntando minhas coisas. Achei um pouco estranho por ela não ter brigado comigo por sair sem me despedir da casa da minha tia, mas resolvi não tocar no assunto.
  - Bom dia. - ela me deu um beijo na testa.
  - Bom dia.
  - Se arrume logo.
  Esperei que ela saísse e corri em direção ao banheiro. Tirei minha roupa intima e entrei em baixo da água quente. Meu rosto estava um pouco inchado por causa das lágrimas. Assim que me sequei, tratei de passar um pouco de maquiagem para disfarçar. Peguei o primeiro vestido florido que vi, sapatilhas vermelhas, cabelo solto. Entrei no armário e peguei uma bolsa branca da Channel. Coloquei meu celular, carteira e outras coisinhas dentro.
  Desci as escadas e fui direto pra garagem. Meu pai já estava lá, entrei no carro e liguei o rádio. A voz de Luke invadiu o carro, tocava Don't Stop. Acabei ficando com saudades dos meninos. Eu adorava ficar com minha família, mas me deu uma vontade de voltar correndo pra Sidney.
  A porta ao meu lado se abriu e se sentou ao meu lado. Ela tinha algumas olheiras, que mesmo com a maquiagem não dava para esconder. Virei o rosto pro outro lado, não estava fim de encará-la agora.
  - Aonde vamos? - perguntei a minha mãe que havia acabado de entrar.
  - Shopping, vamos fazer algumas compras e depois almoçar.
  - Vão fazer alguma viagem?
  - Vamos pro Hawaii.
  - Que bom. Lá é um lugar lindo.
  - É, vimos algumas fotos.
  - Aliás, , você está fazendo um ótimo trabalho.
  - Obrigada, pai.
  Depois de alguns sinais vermelhos finalmente chegamos ao shopping. Ajudei meus pais a comprarem roupas mais frescas para levar para o Hawaii. Minha mãe deve ter comprado metade das sandálias que havia na loja. Ta ai uma coisa sobre a minha mãe, ela é muito viciada em comprar sapatos.
  - Tô com fome. - disse.
  - Vamos almoçar. - meu pai me abraçou de lado.
  Subimos para o andar de cima. Enquanto todos comiam um lanche do Subway, eu atacava de Burguer King. Culpa dos meninos que só gostavam de comer Hamburguer. Sentei-me com meus pais e comi rápido já que faríamos um Round 2 para as compras.
  - Acho que seu celular ta tocando, . - apontou pro mesmo em cima da mesa.
  - Ah... Valeu.

LIGAÇÃO ON

- Alô?
  - Oi, .
  - Oi, .
  - Tudo bem?
  - Tudo sim e ai?
  - Ótimo.
  - Que animação é essa?
  - Sabe aquela tal de Amélia que deu o maior bolo em mim?
  - Lembro.
  - Então, ela me chamou para fazer um teste, desta vez a serio.
  - Que bom, , mas e a dança?
  - É só um teste, além do mais eu nunca vou parar de dançar.
  - Se você diz.
  - Se resolveu com sua irmã?
  - Não.
  - Você não ta com raiva dela?
  - Ah, sei lá.
  - Super novidade. - rapidamente ela trocou de assunto.
  - Outra?
  - É. E é muito melhor. Tipo muito melhor mesmo. Bom, bom, bom.
  - Fala logo, garota.
  - Eu. Vou. Pra. DISNEY! -ela gritou a última parte completamente empolgada.
  - MENTIRA!
  - VERDADE! - gritou e riu logo em seguida. - E eu vou na Universal. CARA, EU VOU AO PARQUE DO HARRY POTTER! - tenho que falar aqui que a é Potterhead¹.
  - Aproveita por mim lá. Que dia vocês vão?
  - Na verdade já estamos indo, só esperando o avião.
  - E de quem foi essa ideia?
  - Tia .
  - Ah, que legal.
  - Hey, anã, não fica triste eu vou levar um monte de presentes pra você, viu?
  - Viu. - dei uma pequena risada.
  - Tenho que desligar, meu voo vai sair.
  - Ta bom. Aproveite por mim.
  - Pode deixar. Beijos.
  - Beijos. Boa viagem.

LIGAÇÃO OFF

P.O.V

 Por mais que eu tentasse ficar calma, eu não conseguia. PORRA, MANO EU TAVA INDO PRA DISNEY, CARA, PRO PARQUE DO HARRY. Ok, , respira.
  Não consegui dormi o voo inteiro. A ansiedade me consumia. Entenda, eu sou fã de Harry Potter desde de quando comecei a ler, tenho todos os filmes, livros e livros adicionais. Assim que desembarcamos, seis horas depois, fui a primeira a encontrar minhas malas.
  Meus pais e os da haviam alugado dois carros para nos levar ao nosso hotel. Meu pai conversou com os motoristas e finalmente pegaram as chaves. Eu não parei de falar por um minuto, estava mais animada que todos juntos. A demora da viagem só fazia com que eu ficasse mais faladeira ainda.
  - Chegamos, , agora você quer fazer o favor de calar a boca? - disse complemente irritado.
  - Ok, mas ainda são oito da manhã aqui. Eu vou pro beco diagonal. Ta?
  - Faz o que você quiser. - minha mãe disse nervosa. Pelo visto eu havia conseguido irritar todos aqui.
  - Fui.
  Sai do carro e peguei minha bolsa. Estávamos em frente ao nosso hotel o Universal Cabana Beach Resort. Puxei no exato momento que ela havia saído. Ela já esteve no parque antes, então seria mais fácil andar com ela.
  - Calma, . - ela se soltou de mim. - Para de correr.
  - Você não entende, eu tenho que ir pro Beco Diagonal agora.
  - Vem cá. - ela me puxou para a estrada oposta.
  - A placa diz que é por ali. - tentei argumentar.
  - Por aqui é bem mais rápido.
  - Ok. Nossa não tem quase ninguém.
  - Ta cedo ainda.
andava normalmente e até cumprimentava algumas pessoas. Eu só conseguia ficar de boa e nem por um minuto eu pisquei. Não queria perder nada daquele lugar. Meu celular já estava quase cheio de tantas fotos.
  - Chegamos.
puxou meu braço para que eu me virasse. Meus olhos se encheram de lágrimas. Eu não acreditava que depois de tantos anos, eu realmente pudesse estar ali.
  - Eu quero uma varinha. - foi a única coisa que consegui dizer.
  - Temos que trocar seu dinheiro por galeões.
  - E onde faremos isso? - disse animada.
  - Vem.
  Ela me guiou pelo beco até uma pequena estação. Arregalei os olhos quando vi uma imitação do Grampo². Deixei que trocasse todo o meu dinheiro enquanto eu falava com ele.
  - Pronto, . Agora pare de falar com esse robô.
  - Ele não é um robô, sua trouxa.
  Logo depois fomos ao Olivaras, ou Olivanders como é chamado por aqui. Comprei três varinhas, a do Harry, da Mione e do Rony. Logo depois fomos a uma loja em que é possível fazer poções para beber. Você as coloca em um frasco menor e depois as deseja em uma garrafa de vidro e você pode beber. É uma delicia tem um gosto doce. Comprei também alguns livros e fiz algumas mágicas. As varinhas tinham um sensor que se você passar em um determinado local algo acontece. Depois fui comprar roupas, cachecol, o uniforme da Grifinória, uma mochila e o uniforme de Hogwarts.
  - , vamos almoçar.
  - Eu não quero sair daqui.
  - Vamos almoçar no Cadeirão Furado³ então.
  - Tem como? - disse com os olhos brilhando.
  - Claro. - ela sorriu. - Já postou alguma foto?
  - Alguma? Só nessas últimas três horas eu já postei catorze.
  - Uau! Só postei quatro.
  - Ganhei. - levantei os braços pro alto.
  - Isso não é uma competição.
  - Isso é questão de opinião.
  - Ok, bruxinha.
  Entramos no restaurante e nos sentamos em uma das duas grandes mesas que havia ali. O lugar já estava começando a encher. Fizemos nossos pedidos e em poucos minutos a comida havia chegado.
  - Está gostando?
  - Muito. Cara, eu vou agradecer sua mãe pelo resto da minha vida. - ela riu. - E depois, guia trouxa?
  - Vamos pegar o trem e vamos pro outro parque.
  - Não é parque. - disse séria.
  - Ok, vou entrar na sua onda. - ela revirou os olhos. - Depois vamos pegar o Expresso de Hogwarts e vamos para Hogsmeade.
  - Posso me trocar primeiro? Não quero chegar a Hogsmeade parecendo uma trouxa.
  - Ta bom. - ela disse segurando o riso. - Ai podemos ir a Dedos de Mel e tomar uma cerveja amanteigada.
  - E depois ir ao Castelo.
  - E depois ir ao Castelo. - ela confirmou.
  Pagamos o almoço e saímos. Enquanto íamos para a estação, coloquei as roupas da Grifinória. Pude ver um pouco de adolescentes da minha idade com roupas diferentes. Alguns me olhavam torto, como se eu tivesse culpa que o chapéu seletor me colocou na Griff. É assim tem um site que você se cadastra e vira aluno de Hogwarts, ai você deve fazer um teste e descobrir para que casa você vai.
  - Vamos, bruxos. O Expresso de Hogwarts já vai sair.
  Uma moça com a roupa do parque veio em nossa direção. O trem era idêntico ao do filme. Entramos em um vagão e em pouco tempo começamos a andar. O trem nos levaria até o outro lado onde estava o Castelo e a Vila.
  - Ligou para as meninas? - havia vestido sua roupa da Corvinal.
  - Claro. Tenho que me exibir um pouco.
  - E pros meninos?
  - Nossa nem lembrei. - bati a mão na testa.
  - Liga agora, ainda vai demorar um pouco.
  - Ok.
  Abri a mochila e procurei pelo meu celular. O achei no meio das varinhas, disquei o número de Luke e esperei.

LIGAÇÃO ON

 - Alô? - ele disse com voz de sono.
  - Oi, amor. - disse animada.
  - Oi, . Ta tudo bem?
  - Tudo ótimo.
  - O que ta aprontando?
  - Nada. - disse inocente. - Adivinha onde estou?
  - Deitada.
  - Não. NA DISNEY.
  - Mentira.
  - Verdade. Olha o Instagram pra você ver, invejoso e pode deixar que eu levo uma varinha pra vocês.
  - Esqueci que você era fã de Harry Potter.
  - O quê? Como assim, Luke Hemmings? EU AMO O HARRY. Você nunca viu o tanto de livro e coisas que eu tenho da série? - falei com um tom irritado, mas eu estava apenas brincando.
  - Ah, me desculpa, amor. Eu sou um idiota.
  - Olha uma coisa que a gente concorda.
  - Desculpa? - ele falou choroso.
  - Deixa de ser bobo, Luke, estou brincando. - ele suspirou aliviado.
  - Você quer me deixar doido?
  - Não, agora não.
  - Aproveita ai, viu?
  - Pode deixar.
me cutucou mostrando que estávamos chegando.
  - Tenho que ir, Lukey. Te amo.
  - Eu também.

LIGAÇÃO OFF

 Saímos do trem e fomos direto para a Dedos de Mel. Comprei quase dois kilos de docs, mas eu não podia esquecer dos meus irmãos e amigos, não é? Peguei uma caixa de feijãozinhos de todos os sabores e comecei a comer enquanto andávamos. O sol começou a esquentar, acho que ele não sabia que era inverno e era época de estar frio.
  Coloquei o capuz e me sentei perto de um barril.
  - Quer cerveja amanteigada? Ta geladinha e é sem álcool.
  - Quero, pega pra mim.
  - Folgada.
  - Então fica carregando essa mochila por ai. Ta um chumbo.
  - É obvio, você comprou tudo que viu e olha que é só pra você.
  - É claro, os dos outros eu compro depois.
  - Só uma desculpa pra voltar, né? - ela me entregou um copo.
  - Óbvio.
  Bebi um pouco da cerveja. Ela tinha gosto de caramelo e estava gelada mesmo. O que só tornava ela mais gostosa ainda.
  - Vamos ao Duelo de Dragões?
  - O que é isso?
  - Uma montanha-russa. Incrível.
  - Ok.
  Fomos em direção à montanha russa. Joguei o copo no lixo e deixei minha bolsa com um dos funcionários. Logo que ela começou a subir, me deu um frio na barriga, aquilo era simplesmente incrível. As cadeiras eram soltas, prendidas apenas pelo teto e havia outro compartimento. Às vezes parecia que iríamos bater.
  - Isso é muito.Quero ir de novo. - disse assim que saímos do brinquedo.
  - Beleza, enquanto você fica ai eu vou ali em Hogwarts. - ela deu de ombros e começou a andar. Corri atrás.
  Passamos por uma ponte que dava pra ver o castelo. Nem preciso falar que tirei muitas fotos, né? Fomos a Torre da Grifinória, o escritório do Dumbledore, o Salão Principal e em mais alguns lugares do grande castelo. Aquele dia ficaria guardado pra sempre na minha cabeça.
  Passamos o resto da tarde aprontando em Hogsmeade, mas minha mãe teve a grande audácia de estragar as memórias da minha adolescência. Ligou para e pediu para que voltássemos ao hotel.
  Quase chorei na hora de sair do castelo. teve que prometer que voltaríamos, entramos no trem e voltamos pro outro parque.
  Chegamos ao hotel exatamente as quatro da tarde. Subi pro meu quarto e achei minha mala ao lado da cama. Peguei o primeiro biquíni que vi e o vesti, coloquei um short por cima e calcei meus chinelos. Desci as escadas correndo, o que não foi uma boa ideia já que acabei esbarrando em um menino alto e loiro.
  - Me desculpa. - disse envergonhada.
  - Tudo bem.
  Olhei bem para o seu rosto e mordi a língua para não gritar. Ross Lynch na minha frente. Eu adorava a banda dele, R5. Achei meio chato pedir uma foto com ele ali, por isso apenas dei um sorriso e continuei meu trajeto até a piscina. Vi minha mãe acenando, caminhei em direção a eles e me deitei ao lado de .
  - Adivinha quem eu encontrei no saguão.
  - Quem?
  - Ross Lynch. - disse animada.
  - Tirou foto?
  - Não.
  - Por que não?
  - Ele está de férias.
  - E daí?
  - Você gostaria que seus fãs viessem atrás de você agora?
  - Não. - ela disse pensativa. - Mas são meus fãs que me fizeram chegar onde estou.
  - Dei mancada, né?
  - Muita, mas relaxa. Quem sabe você o encontra amanhã? Estamos no mesmo hotel.
  - Isso é.
  - Vamos nadar?
  - Ta frio.
  - E daí?
  Ri. Tirei meu short e pulei na piscina.

Ashton P.O.V

 Melhor época do ano na minha opinião. Ficar com meus irmãos e com meus pais era a melhor coisa do mundo. Só uma pessoa podia tornar aquilo melhor. A saudade fazia meu peito doer e meus olhos arderem.
  - Anda, Ashton. - Lauren apareceu na porta.
  - Pode ir, eu já to indo.
  - Você não vai me enrolar de novo. Levanta dai.
  - Não.
  - Para, dude, você ta parecendo um depressivo desse jeito.
  - Você acha?
  - Tenho certeza e além do mais tem uma visita te esperando lá em baixo.
  - Ok.
  Me levantei da cama e calcei meus tênis. Desci as escadas com a maior cara de sono. Percebi que minha mãe estava conversando com alguém no sofá. Elas riam e falavam de mim. Por que mãe da gente sempre inventa de falar dos micos da nossa infância? Uma risada se espalhou pela sala. Eu reconheceria em qualquer lugar.
  - Jasmine?
  Ela se virou. Continuava a mesma.
  - Oi, Ashton.
  - O que faz aqui?
  - Vim te ver.
  - Que fofo. O ex-casal se reencontrando.
  A voz de se espalhou pela sala e lá estava ela. Parada na porta desviando seus olhos entre mim e Jasmine, nos olhando com cara de poucos amigos.
  - O que faz aqui?
  - O que eu faço aqui? Eu vim fazer uma surpresa para o meu namorado mais parece que eu não fui à única a pensar na ideia.
  - Mas olha se não é , a nova namoradinha do Ash.
  - Desculpa, amor, mas eu não falo com galinhas.
  - Pelo visto a baixinha é trouxa também.
  - Olha como fala comigo. - ela deu um passo pra frente.
  - Por quê? Por que estou falando a verdade?
  - O que você quer?
  - Não está claro o bastante?
  - Ashton?
  - Além de trouxa é lerda?
  - Quer saber?
  - Hãn? - Jasmine cruzou os braços.
  - Fica com ele então. Se o quer tanto assim. Pega, é seu. Quem sabe assim você para de importunar?
  - Hãn?
  - Não se faça de cínica. É você que vive mandando mensagens me ameaçando. Eu não valho tanto esforço assim.
  - Nisso você ta certa.
  - Ta vendo?
  - Que história é essa, Jasmine? - me intrometi no meio.
  - Acho que já vou indo, não tenho mais nada para fazer.
  - Espera, . - segurei seu braço.
  Ela se virou pra trás, seus olhos estavam marejados e vi que ela estava prestes a chorar. Uma dor atingiu meu peito, ver a minha pequena ali, frágil, me deixou completamente infeliz.
  - Não, Ahston. Você tem coisas a resolver com ela.
se soltou de mim e saiu.
  - Ashton.
  - CALA A BOCA, JASMINE. EU NÃO QUERO FICAR COM VOCÊ EU GOSTO DELA, SERÁ QUE VOCÊ NÃO ENTENDE?
  - Aonde vai, Ashton? - minha mãe perguntou.
  - ATRÁS DELA.
  Peguei as chaves do carro e corri. Dirigi o mais rápido que podia até a casa das meninas. A luz do quarto de estava acesa. Abri a porta e subi as escadas.
  - Pequena?
  - Vai embora. - sua voz estava embaraçada pelo choro.
  - Por favor, amor.
  - Não me chama de amor e vai embora.
  - Não vou sair daqui até você abrir a porta.
  - Então senta em um toco e espera.
  Sinceramente? Não foi assim que pensei passar o ano novo. Triste e brigado com a minha namorada. Bati a cabeça na porta. Levantei-me e dei a volta na casa, o quarto dela ficava bem ao lado de uma árvore. Com um pouco de dificuldade consegui subir e chegar à varanda. Abri a porta lentamente e meu coração se partiu em dois.
  Lá estava ela. Completamente descabelada, seu rosto estava marcado por lágrimas e os seus pulsos. Ah, os pulso. Cortados. Eu nunca soube que ela se cortava, me aproximei um pouco sem fazer barulho.
  - ?
  Ela não se mexeu. Peguei em seus pulsos e vi que estavam ficando cada vez mais fracos.Desesperei-me. A peguei no colo e desci escadas abaixo. A coloquei no banco de trás e dirigi até o pronto socorro mais próximo. A única coisa que eu conseguia pensar era que estava morrendo no banco de trás.
  Estacionei de qualquer jeito. Peguei , que estava muito pálida, e entrei correndo e gritando no hospital. Logo alguns enfermeiros vieram correndo com uma maca. Senti uma picada no pescoço e apaguei.

P.O.V

 Sai de casa junto com . Havíamos chegado alguns dias mais cedo para fazermos uma surpresa para os meninos. Ideia dela. De inicio minha mãe não quis que viéssemos, mas disse que depois me levaria novamente a Disney para que eu pudesse aproveitar mais.
estacionou na rua da casa de Luke. O nervosismo me consumia por inteiro. Era hoje que eu conheceria a família de Luke seus pais e irmãos.
  - Acho que eu não vou.
  - Não deixa o nervosismo te atrapalhar, . Vai dar tudo certo.
  - Ah, mais eu vou aparecer do nada. Vai parecer que eu sou uma mal-educada.
  - O Ben sabe que você vai vir.
  - E como você sabe que ele sabe que eu vou vir?
  - Tenho meus contatos, amor, lembre-se eu sou um gênio.
  - Tudo bem, mas...
  - Mas nada, . Você está linda e vai arrasar.
  - Obrigada. Você também está linda. O Ash vai pirar. - ela supirou pesadamente. - Jasmine ainda está te incomodando?
  - Está. Acho que vou mudar meu número. Agora vai. Ben já está te esperando.
  - Ta, mas como fez isso? - eu ainda estava meio indignada.
  - Eu nunca vou te contar. Agora vai.
  Ela abriu a porta e me deu um leve empurrão. Fechei a porta e caminhei em direção ao número 407. E se nenhum deles gostasse de mim? E se me achassem estranha? Feia? Chata? Irritante? Sem assunto? As possibilidades eram infinitas e agora cada uma elas passava por minha cabeça.
  Uma brisa fria fez com que eu me arrepiasse. Argh, por que eu não trouxe uma blusa? Quanto mais eu me aproximava da casa, mais arrependida eu ficava. Eu deveria ter ficado na Disney com minha família. Mordi meu lábio e senti o mesmo tremer. Andei um pouco mais rápido e cheguei a casa dos Hemmings. Respirei fundo e toquei a campainha.
  - , certo? - Ben sorriu.
  - Sim.
  - Entre. É um prazer conhecê-la. - ele me abraçou.
  - Digo o mesmo.
  - Vem conhecer o resto da família. - sorri um pouco envergonhada e o segui pelo corredor até a sala de jantar.
  - Gente, queria apresentar a vocês a namorada do meu irmão mais novo, .
  - É um prazer conhecê-la, querida. - Liz foi a primeira a me abraçar.
  - É um prazer conhecer à senhora também.
  - Pode me chamar de Liz, querida.
  - Sou Jack. - ele me abraçou. - Você é mais bonita do que Luke falou.
  - Obrigada. - senti minhas bochechas esquentarem.
  - Celeste. - a abracei.
  - Andrew. Prazer.
  - Prazer. - disse o abraçando.
  - Sente-se, querida.
  - Cadê o Luke?
  - Tomando banho. Sempre enrolado.
  - Ele vai ter uma surpresa e tanto quando te ver aqui. - Jack se sentou ao meu lado.
  - Imagino.
  - Tomara que ele não caia da escada de novo. - Ben se juntou a nós.
  - O quê? - tentei conter o riso.
  - Foi no dia de Ação de Graças. A mãe estava gritando por ele há meia hora, só que na hora que ele foi descer ele tropeçou em um skate e caiu de cara no chão. - Ben disse rindo. Não consegui segurar minha risada e gargalhei junto com ele.
  Ficamos um tempo ali falando de Luke. Sinceramente, meu namorado é uma das pessoas mais desastradas em que eu já ouvi falar.
  - ?
  Olhei para a porta e Luke estava parado feito uma estátua. Ele estava lindo. Blusa social, gravata, jeans e tênis. Seus cabelos estavam um tanto arrepiados e seus lábios nunca me pareceram mais vermelhos.
  - Oi.
  - O que faz aqui?
  - É assim que se recebe sua namorada? - Ben fez cara de indignação.
  - Desculpa. - ele se aproximou e se sentou ao meu lado. - Oi. - ele me deu um selinho.
  - Oi.
  - Chegou hoje?
  - Sim, junto com a .
  - E do que estavam falando?
  - De você.
  - O quê?
  - Você era uma idiota.
  - Ele ainda é. - Jack confirmou. Fizemos um toque e rimos.
  - Isso é uma conspiração contra a minha pessoa? - ele se fez de ofendido.
  - Que nada, maninho. Você não teve culpa de ser um retardado. - ri mais ainda.
  Me levantei e fui em direção a cozinha.
  - Precisa de ajuda?
  - Oh, querida, pode deixar.
  - Eu insisto.
  Ela sorriu e eu me aproximei.
  - O que está fazendo?
  - Tentando fazer uma sobremesa.
  - Que tal brigadeiro?
  - O que é isso?
  - Um doce de chocolate. Quer que eu faça?
  - Seria ótimo, só não sei se temos os ingredientes.
  - Tem leite condensado e chocolate em pó?
  - Sim.
  - Isso é o principal. - sorri.
  - Tudo bem.
  Peguei os ingredientes e com a ajuda de Liz consegui mexer no fogão. Enquanto misturava, ela começou a puxar papo.
  - Então, , o que você faz?
  - Sou dançarina e modelo.
  - Dança balé?
  - Sim, eu adoro.
  - Que bom. E pensa em fazer alguma faculdade?
  - Por enquanto não, provavelmente farei de desenho ou modelagem mais para frente.
  - Entendo. E seus pais? Quando viram? - fiquei um pouco nervosa, mas por sorte eu já tinha essas respostas na ponta da língua.
  - Daqui a alguns dias. Eles alugaram uma casa para ficar com meus irmãos por um tempo.
  - Podemos marcar alguma coisa.
  - Claro. É só falar.
  - Isso está com um cheiro ótimo.
  - Está pronto, só temos que esperar esfriar.
  - Venha, vamos jantar então.
  Voltamos para a sala conversando. Pude ver Luke me olhando e ele sorria. Sentei-me ao seu lado. Liz falou algumas palavras e atacamos. Não comi muito, não por educação, mas por estar sem fome mesmo. Comemos e conversamos muito.
  - Bom, agora teremos uma sobremesa feita pela nossa convidada de honra. - Liz se levantou e todos me encararam.
  Depois de alguns segundos, ela voltou com a travessa de vidro. Por cima estava cheio de granulado. Celeste vinha atrás ajudando com as vasilhas e colheres. Liz nos serviu. Esperei pela reação de todos. A cara mais engraçada foi com certeza a de Bem, ele provou um pouco e logo depois colocou a colher inteira na boca.
  - Meu Deus, , isso é muito bom. - Jack colocou outra colher na boca.
  - Obrigada.
  - Como é o nome?
  - Brigadeiro.
  - Eu vou me casar com isso. - Ben abraçou o pote. Rimos.
  Terminamos de comer a sobremesa. Os garotos foram para sala enquanto Liz, Celeste e eu fomos lavar a louça. Conversamos um pouco e depois fomos para a sala. Sentei-me ao lado de Luke e o abracei.
  - To me sentindo uma vela. - Ben cruzou os braços.
  Rimos. Voltei minha atenção para a TV, nela mostrava o centro de Sidney e como estava lotado. Haveria alguns shows de ano novo, além de uma queima de fogos.
  - Vem comigo.
  Luke sussurrou no meu ouvido. Ele se levantou e me puxou pela mão em direção ao jardim,que era muito bonito.Grama verde, rosas espalhadas por toda a extensão, árvores e arbustos davam vida a aquele lugar lindo. Descemos em uma escada até a piscina. Nos sentamos em uma cadeira. O abracei o mais forte que eu podia.
  - Eles gostaram de você.
  - Você acha?
  - Tenho certeza.
  - Que bom. - suspirei aliviada. - Eu estava tão nervosa.
  - Você se saiu bem. Eu só...
  - Ficou surpreso em me ver?
  - É. E como foi sua viagem na Disney?
  - Ótima, a melhor da minha vida. Eu fui ao parque do Harry Potter. DO HARRY POTTER! E de brinde tirei uma foto com Ross Lynch.
  Ele riu e me abraçou mais forte ainda.
  - E seus pais vão vir mesmo?
  - Como sabe?
  - Eu ouvi.
  - Curioso.
  - Mas é verdade?
  - É sim. Os pais da também vão vir.
  - Acho que eu e o Cal estamos fudidos.
  - Por quê?
  - Para um menino conhecer a família da namorada é bem pior.
  - Mas meu pai é gente boa.
  - Pode ser mais você é a filha mais velha, e pais são super protetores.
  - Não fique nervoso antes da hora, Hemmings.
  - Hey, pombinhos, está na hora de irmos. - Ben gritou da porta.
  Levantei-me primeiro e estendi a mão para Luke. Nos dividimos entre os caros de Andrew e Jack. Conversei muito com Celeste, outra garota que caiu nos encantos de um Hemmings. Ela era muito gentil e me deixava falar o quanto queria. Rimos muito com suas piadinhas.
  Em uma hora mais ou menos estávamos na baía de Sidney, prontos para a virada do ano. Liz e Andrew foram se juntar a um grupo de amigos, levando Ben com eles. Celeste se despediu de mim e seguiu com Jack para um lugar mais afastado.
  Luke me abraçou por trás e deu um beijo em meu pescoço. Se o frio não conseguiu me fazer arrepiar, devia ter algumas aulas com ele.
  - Para com isso, Lukey. Estamos em público.
  - E se eu não quiser? - ele sussurrou no meu ouvido.
  - Luke, é sério. - disse com a voz falha.
  - Ta bom, parei.
  Ele me soltou, cruzou o braço e fez bico.
  - Ah desamarra essa tromba. - beijei seu bico.
  - Não.
  - A-go-ra.
  - Ta bom. - ele desfez o maldito bico. - Vem comigo.
  Andamos juntos até a murada que nos separava do mar. Faltavam apenas alguns minutos para a queima de fogos. Ele me abraçou de lado e beijou o topo da minha cabeça.
  - Te amo, baixinha. Muito mesmo.
  Ele mal pronunciou as palavras e vários fogos começaram a estourar no céu. O puxei pela nuca e o beijei.Meu primeiro beijo de 2015 com o namorado mais perfeito do mundo. Colei nossas testas assim que ele partiu o beijo.
  - Eu também te amo, sua girafa loira.

 ¹ Potterhead são os fãs de HP.
  ² Grampo é o duende que ajuda Harry na sua primeira vez no banco de Gringotes.
  ³ Na série, Caldeirão Furado é um bar e hotel em que os bruxos se hospedam.

Capítulo 18

P.O.V

 Tirei meus saltos assim que pisei na areia. Eu nunca havia visto a praia de Copacabana tão cheia, dei a mão a minha mãe para que ela me guia-se até onde estava a minha família. Faltavam apenas cinco minutos para a meia-noite. Fomos até o porto e pegamos uma lancha até um navio que era da minha tia Gabriela.
  - , mi amor.
  Minha tia tinha 27 anos e morava na Espanha, juntamente com seu marido Ramom. Loira, olhos verdes, alta e magra. Ela é minha tia preferida porque ela ama moda assim como eu e adora comprar.
  - Oi, tia.
  - Como cresceu, mi linda.Temos que fazer compras um dia, si?
  - Claro, se quiser ir a Sidney.
  - Que dia volta para a Austrália?
  - Hoje de madrugada. Um dos últimos voos.
  - Que bueno. Vou contigo então.
  Sorri.
  - . - Lexee fez sinal para que eu me aproximasse.
  - Licença, tia.
  - Toda, mi amor.
  Lexee usava um lindo vestido com um tecido branco e renda por cima. Seus cabelos estavam cacheados e ela usava pouca maquiagem.
  - Está linda.
  - Você também. Adorei seu cabelo.
  - Obrigada. - ela sorriu docemente. - Como você consegue falar com a tia Gabi?
  - Por quê?
  - Eu não entendo metade do que ela fala. O sotaque dela é meio estranho.
  - Anos de prática.
  - Champanhe, senhoritas? - um garçom ofereceu.
  - Obrigada. - peguei uma taça.
  - Então, você vai embora hoje. - não era uma pergunta.
  - Pois é.
  - Devíamos nos encontrar mais vezes.
  - Claro. Podíamos fazer uma viagem.
  - Paris. Lembra que sempre quisemos visitar Paris?
  - E sua faculdade?
  - To de férias até março.
  - Que bom, vamos marcar depois.
  - Oi, .
  Um garoto alto e loiro se aproximou.
  - Kaio? Quanto tempo. - o abracei.
  - Pois é. E como estão as coisas?
  - Ótimas.
  - Namorando muito?
  - Nem tanto, mas não posso dizer o mesmo de você, não é?
  Ele ficou um pouco vermelho e abraçou Lexee. Senti saudades do Mike na mesma hora. Como será que aquele unicórnio estava?
  - Licença.
  Peguei meu celular e tentei ligar pra ele. Caixa postal. Será que havia acontecido alguma coisa? Tentei mais algumas vezes e nada, acabei desistindo.
  Segui Lexee e Kaio até o deck panorâmico, ele estava fechado para os membros da nossa família. Assim que chegamos ao deck fui até o bar e pedi um suco, cansei de champanhe.
  - Aqui está, senhorita.
  - Obrigada.
  Sentei-me com Lexee em uma das cadeiras e ficamos observando a praia, estava tão cheia.
  - Dez segundos.
  Minha tia Gabriela gritou. Começamos a contar junto com as pessoas da praia.
  - Dez. Nove. Oito. Sete. Seis. Cinco. Quatro. Três. Dois. Um. FELIZ ANO NOVO!

P.O.V

 Mal tinha colocado o pé em casa e meu celular começou a tocar. Estranhei quando vi a foto do Ash mais atendi mesmo assim.

LIGAÇÃO ON

 - Alô?
  - , ta em casa?
  - To sim, por que, Ash? Aconteceu algo?
  - Quando chegar eu te falo.
  - Onde você ta?
  - Saindo do hospital.
  - O QUÊ? A TA BEM? - gritei.
  - Vai ficar.
  - ASHTON IRWIN, O QUÊ...
  - Calma, , eu já to chegando ai.

LIGAÇÃO OFF

 Meu coração estava acelerado. Subi correndo as escadas. Só uma coisa poderia ter acontecido a e eu rezava para que estivesse errada. Abri a porta do quarto dela, estava normal. Até que vi uma lâmina cheia de sangue e os lençois com manchas do líquido vermelho.
  Peguei a lâmina com cuidado e a joguei no lixo, tirei os lençois e coloquei no sexto de roupa suja, arrumei sua cama novamente e fechei as portas da varanda, que por um motivo desconhecido por mim estava aberta. Ouvi o barulho de um carro e desci as escadas. Ashton tinha o braço de em volta dos seus ombros. Ela parecia fraca e cansada, mas sua expressão era de raiva.
  - Me solta, Irwin.
  - Se você conseguisse andar sozinha.
  - Achei que tinha parado. - me olhou.
  - Tive uma recaída. Vai brigar comigo?
  - É claro que sim. Ashton, leva-a pro quarto. Vou preparar alguma coisa pra ela comer.
  Fui para a cozinha e fiz um chocolate quente. Peguei alguns cookies e arrumei tudo em um prato.
  - ?
  - O que aconteceu, Ashton? Por que ela se cortou?
  - Jasmine e ela brigaram.
  - O que ela estava fazendo na sua casa?
  - Tentando voltar comigo.
  - Eu vou falar com ela.
  Desliguei o fogo, coloquei o chocolate em uma xícara. Entrei no quarto e estava deitada e assistia Sunny entre estrelas.
  - Ta melhor?
  - Um pouco.
  - Por que fez isso?
  - Porque eu to cansada da Jasmine atrapalhando a minha vida.
  - Mas não é certo descontar no Ash, . Ele te ama.
  - Eu sei, , mas eu não aguento mais isso. As fãs me odeiam, a Jasmine não para de me atormentar e eu ainda tenho que decidir sobre o filme.
  - As fãs dele não te odeiam. - ela me olhou. - Ta, só algumas, mas as fãs de verdade sabe que ele está feliz ao seu lado, e uma hora ou outra vão te aceitar.
  - Acho que é melhor eu terminar com ele.
  - , para com isso. Vocês se amam, terminar não faz sentido.
  - Mas, ...
  - Mas nada. Estamos em dois mil e quinze. É um novo ano. Esqueça o que aconteceu ano passado ou algumas horas atrás.
  - Desde de quando você é boa em dar conselhos?
  - Desde de quando eu aprendi o que é certo.
  - Desde de quando você se apaixonou.
  - Até parece, sempre fui boa com as palavras.
  - Ah, cala a boca, .
  Peguei uma almofada e a joguei.
  - Ai.
  - Não me manda calar a boca. Agora vai dormir, ta tarde e você precisa descansar.
  - Vai brigar comigo amanhã?
  - Não. Vou deixar a fazer isso.
  - Ela chega amanhã?
  - Chega. Amanhã de amanhã, não amanhã hoje.
  - Ok.
  - Boa noite. - dei um beijo em sua testa.
  - Boa noite.
  Apaguei a luz e fechei a porta. Respirei fundo. Desde de quando eu havia crescido desse jeito? Acho que preciso da velha de volta.
  - Ela dormiu?
  - Ainda não, Ash.
  - Vou pra casa então. Qualquer coisa me liga.
  Assenti com a cabeça e o acompanhei até a porta. Tranquei a casa, fui para o meu quarto, tirei o vestido e o joguei longe. Deitei-me e dormi.

*

 - OLHA SÓ QUEM CHEGOU ABALANDO EM SIDNEY.
  Abri os olhos bem devagar para poder acostumar com a claridade que estava em meu quarto.
  - ACORDA, POVIM.
  - ? - sussurrei.
  A porta se abriu e lá estava ela. Sorrindo e toda descabelada.
  - Você não vinha amanhã?
  - Hello, amor. Hoje já é amanhã.
  - Hãn?
  - Vocês dormiram um dia inteiro, lerdinha.
  - O QUÊ?
  - É. Parabéns, bateu seu Record! E, aliás, o Luke te ligou 15 vezes e o Ash 21.
  - Depois eu ligo de volta.
  - E como foi a Disney?
  - Muito bom.
  - Só isso? Quero detalhes, menina. - ela me chacoalhou.
  - Ah, nem, .
  - Ta de TPM, né?
  - Não enche.
  - Já sei. Vou comprar chocolate pra você e maracujá pra mim e manter qualquer pessoa com um pouco de felicidade bem longe de você.
  - Isso é o melhor que você pode fazer.
  - E a chegou ontem.
  - E cadê ela?
  - Ta dormindo também.
  - Ta bom. Tchau, volta logo, hein?
  - Eu? Você é quem vai ao mercado.
  - Mas eu to dormindo.
  - Anda, . - ela tirou minha coberta.
  - Ta frio. - choraminguei.
  - Ta nada. Aqui vinte pratas, você compra seu chocolate e meu chá de maracujá.
  - Você é uma anã muito chata, sabia?
  - Sabia, agora vai. Vou acordar as outras.
  Levantei da cama com a maior preguiça do mundo. Peguei um vestido qualquer, calcei minhas botas UGG e fiz um coque. Peguei o dinheiro que a anã havia deixado perto do abajur e sai de casa. O mercado era apenas a dois quarteirões de distância.
  Comprei o maldito chá de maracujá, e chocolate pra mim. Voltei pra casa e revirei os olhos quando vi o carro do Ash na porta. Dava pra ouvir a conversa dos meninos do lado de fora .Será que eles não sabiam falar baixo, não?
  Abri a porta e fui até a sala. estava abraçada com Cal enquanto conversava com Mike e Luke.
  - Ai o seu maldito chá. - joguei a caixinha em suas mãos.
  - Cadê o troco?
  - Ta pensando que é o frete é grátis? - risos.
  - O que ela tem? - Mike sussurrou um pouco alto.
  - TPM. Siglas de Tô Puta Mesmo. - os meninos riram.
  - Não use A Lista contra mim.
  - A lista?- Mike perguntou.
  - Quando nós tínhamos uns quinze anos fizemos uma lista dos significados da sigla TPM.
  - Quero saber quais são. - desceu as escadas toda arrumada.
  Michael se levantou correndo e foi encontrá-la na ponta da escada. Ela pulou em seu colo e ele a girou como se fazem nos filmes românticos. Clichê. Ele a abaixou e ela ria, os dois se beijaram e sentaram-se nos sofá.
  - Posso falar então? - eles balançaram a cabeça e voltaram seus olhos para a . - Todos os problemas misturados, tendência a pontapés e murros, temporada proibida para machos, toda paixão morre, tocou, perguntou, morreu, totalmente pirada e maluca, tendência para matar, tenha paciência meu e tô puta mesmo. - ela foi contando nos dedos enquanto falava.
  - Uau! Isso ta me definindo. - sorriu.
  - Um ou outro define a gente. A pega isso tudo e junta uma vez por mês.
  - Se fudeu, Luke.
  Ele fez beiço e piscou os olhos docemente. Revirei os olhos e bufei irritada.
  - É hoje não vai ser fácil pra você. - Cal completou.
  - Ah, to subindo.
  - Vamos sair hoje.
  - E posso saber aonde vamos, Hood?
  - Jantar?
  - Jantar? Ta cedo.
  - Cedo? , são quase cinco da tarde.
  Voltei pro meu quarto e pulei na cama, guardei o chocolate em baixo do travesseiro. Quando comecei a cochilar a porta se abriu. Preparei para chegar o individuo que havia estragado o meu sono.
  - Filho da...
  - É melhor não terminar essa frase, sua sogrinha não vai gostar.
  - Sai fora, Luke.
  - Nossa.Vamos sair, vai se arrumar.
  - Tu ta falando que eu to feia? Hein?
  - Não foi isso que eu quis dizer.
  - Ah, não?
  - Cadê seu chocolate, hein?
  - Não muda de assunto, Hemmings.
  - Me dá um tempo, .
  - Claro. O tempo que quiser. AGORA SAI DAQUI.
  Peguei um travesseiro e joguei nele. Por que todo mundo resolve mexer comigo enquanto eu to de TPM? Essa vida de mulher não é fácil mesmo.

Michael P.O.V

 - Ela não vai.
  - Quem?
  - .
  - Ah, então babou. Eu não posso deixá-la sozinha.- cruzou os braços.
  - Por que não? - Cal se virou pra ela. - Ela sabe se virar.
  - Da última vez que eu a deixei sozinha de TPM em casa. Ela comeu tudo que tinha gosto de doce aqui em casa e tirou todas as penas do travesseiro.
  - Como ela não engorda?
  - A dança.
  - E falando em dança, quando vamos vê-la? - Calum perguntou.
  - A última aula dela vai ser na quarta.
  - Última? - Luke perguntou confuso.
  - Ela vai fazer um ensaio fotográfico para uma mulher chamada Amélia.
  - E daí?
  - Daí, Mike, que se ela conseguir é obvio que ela vai largar as aulas.
  - Que dia que é?
  - Não sei.
  A porta se abriu. Esticamos o pescoço e vimos Ashton. Ele tinha um buquê enorme de flores em uma das mãos.
  - Brigou com a ? - saiu da cozinha com um pacote de Doritos.
  - De certa forma. Cadê ela?
  - Dormindo.
  - Ainda?
  - Sobe logo. - jogou uma almofada nele.
  - Vocês tem essa mania de sair jogando coisas nos outros, não é? - Luke resmungou.
  - Vixi... Ele ta irritadinho porque a namorada brigou com ele.
  - Cala a boca, Mike.
  - ‘Bora pedir pizza? - sugeriu.
  - Uma de frango, uma de calabresa e uma de queijo.
  - Pode ser. Liga ai. - ela jogou o telefone pra Calum.
  Ele pegou e saiu para fazer a ligação.
  - Acho melhor conferimos se Ashton mais ainda não se mataram.
  - Você só quer espioná-los, .
  - Você também, .
  - Nada a ver. Vou tomar meu banho.
e subiram conversando sobre o casal em crise. Bem, pelo menos um deles.
  - Qual a fase da agora?
  - Como a disse, todas misturadas.
  - Acho que vou falar com ela. - Calum começou a subir as escadas.
  - Por quê?
  - Porque sou o melhor amigo dela.

P.O.V

 A última coisa que eu queria fazer era levantar da cama. Meu corpo parecia feito de gelatina. já havia gritado comigo e eu não precisa ouvir sermão da também.
  A porta se abriu. Puxei a coberta para mais junto de mim. Não queria ver ninguém agora, e não queria que ninguém me visse naquele estado. Nem precisava de um espelho para ver como estava. Olhos inchados, pálida e com cara de zumbi.
  - ?
  Meu corpo inteiro se estremeceu. Eu odiava isso. Odiava como Ashton tinha esse poder sobre mim, odiava ser dependente de outra pessoa e me odiava ainda mais por admitir isso.
  - Amor? Está acordada?
  - Não, to treinando para morrer.
  - Achei que quem estava de TPM era a .
  - Não é TPM, Irwin, é raiva mesmo.
  - Você sabe que não foi minha culpa.
  - E você sabe que eu não me importo com isso.
  - Me desculpa. Eu odeio ficar brigado com você.
  - Eu também, Ashton, mas eu não aguento mais Jasmine.
  - Devia ter me contado.
  - O que você faria? Ela negaria e continuaria me atormentando.
  Sentei-me na cama. O sol estava se pondo, meu quarto começava a ficar escuro. Segurei a vontade de rir quando vi a cara que Ashton estava fazendo. Percebi que havia um vaso de flores em cima da minha cômoda. Olhei para Ashton que deu de ombros e se sentou na minha frente.
  Ele pegou meu braço e passou os dedos pela faixa que encobria meus pulsos.
  - Não grite.
  - Não vou gritar, até porque você já ouviu muito sermão hoje, mas não faz mais isso.
  - Não dói.
  - Não dói em você, mas dói em mim.
  - Me desculpa. - algumas lágrimas insistiram em cair dos meus olhos.
  - Vem. Tome um banho, depois vamos jantar.
  - Tem pizza? - sorri fraco.
  - Como sempre.
  Ele me deu um beijo na testa e saiu.Tomei meu banho e vesti meu pijama. Doeu um pouco quando passei os remédios nos cortes, mas eu já estava me acostumando. Calcei as pantufas, peguei meu celular e desci as escadas.
e estavam arrumando a sala e não havia nenhum sinal dos meninos.
  - O que estão fazendo?
  - Vamos fazer uma noite do pijama.
  - Só a gente?
  - Não, os meninos foram tomar banho.
  - Fez as passes com o Ash? - se virou para mim.
  - Sim.
  - E Jasmine?
  - Não quero falar dela. - me sentei no sofá.
  - Ok. - ela levantou as mãos.
  - OLHA UM UNICÓRNIO DESCENDO AS ESCADAS. - apontou para a escada e logo começou a rir, Não consegui segurar a risada.
  - Haha, muito engraçado. - se jogou ao meu lado. - To com fome.
  - A pizza já deve estar chegando.
  - Pediram de frango, né?
  - Seu melhor amigo pediu. - fingiu estar com ciúmes.
  - Oh, amor, não fica assim. Seu namoradinho te ama, viu?
  - Eu sei. - ela jogou os cabelos e foi até a cozinha. Rimos.
  A campainha tocou, se levantou e foi até a porta. Depois de alguns minutos ela voltou com três caixas de pizza, um guaraná e uma coca. ligou a TV e colocou na Disney, estava passando Austin&Ally.
  - Hey, , não é nesse episodio que você aparece?
  - É.
  - CHEGAMOS. - Mike gritou enquanto abria a porta.
  - PERCEBE-SE. - gritou de volta.
  - DÁ PRA VOCÊS PARAREM DE GRITAR? - entrou na sala com um monte de bobagens.
  - TU TAMBÉM TA GRITANDO. - Cal retrucou.
  - PAREM. AGORA. - se levantou.
  - Você é um unicórnio? - Mike perguntou.
  - Sou sim.
  - Oh, irmã perdida. - Mike abraçou que não parava de rir.
  - Sai. Ele é meu. - puxou Michael e o fez se sentar ao seu lado.
  Ashton se sentou ao meu lado. Ele sorriu e eu o beijei. Foi meio que de surpresa, mas logo ele retribuiu. Eu estava com saudade. Saudade do seu beijo, do seu cheiro, de seus carinhos, enfim de tudo.
  - Eu te amo. - sorri.
  - Eu também.
  Depois de assistirmos um pouco de TV, fomos todos comer. Comemos tudo sem deixar uma única migalha, mas se deixássemos provavelmente os meninos comeriam. Voltamos pra sala e começou a nossa típica discussão.
  - Capitão América. - batia o pé.
  - Não.Gente Grande 2. - cruzou os braços.
  - A nova Cinderela. - se sentou.
  - Podemos opinar? - Luke perguntou.
  - Não. - elas responderam juntas.
  - Não vamos ver nenhum dos três. - disse. - Piratas do Caribe.

*

 Depois que o filme acabou, e estavam dormindo. Mike e Cal subiram as escadas e levaram as meninas para os seus devidos quartos.
  - Vamos dormir? - me levantei e me espreguicei.
  - Vamos.
  Ashton se levantou, peguei sua mão e subimos as escadas.
  - É seguro deixar sozinha com Luke?
  - Quando está de TPM? Nem um pouco.
  Tirei minhas pantufas e me deitei na cama. Não havia percebido o quanto estava cansada. Fechei meus olhos.
  - Boa noite, .
  Ashton passou seu braço por minha cintura e me puxou para mais perto. Aconcheguei-me perto dele e aspirei seu perfume, finalmente a saudade que apertava meu peito começou a me deixar. Naquela noite, eu dormia tranquila e feliz.

Luke P.O.V

 Aguentar de TPM não era para qualquer um. Depois de uma discussão na sala ontem à noite, ela simplesmente decidiu que não falaria comigo. Pelo menos ela me deixou dormir em sua cama em vez do sofá.
  Quando acordei ela não estava mais lá. Fui até a cozinha e vi que fazia o café da manhã.
  - Bom dia. - me sentei em uma das cadeiras da bancada.
  - Bom dia, Lukey. Acordou cedo.
  - Pois é. Sabe da ?
  - Ela não ta dormindo?
  - Não.
  - Então não sei.
  - Quantas horas?
  - Nove. Por quê?
  - Por nada.
abriu a geladeira e pegou uma sacola cheia de laranjas.
  - Me ajuda aqui.
  - Não sei cozinhar.
  - E como vocês vivem?
  - Restaurantes e hambúrgueres.
  - Argh. - ela fez uma careta de nojo. - Vem cá.
  Levantei-me com a maior preguiça do mundo.
  - Pega uma faca e começa a cortar.
  Cortei as benditas laranjas, e acabei por fazer o suco.
  - Ficou bom? - coloquei em um copo e fiz a beber um pouco.
  - Ficou. Ta vendo? Nem é tão difícil.
  - O que mais tenho que fazer, chef?
  - Arrume a mesa, vou tirar o bolo do forno.
  Arrumei os pratos, os copos e as colheres. Coloquei o suco em cima da mesa juntamente com os pães, presunto, queijo, alface, bolo, ovos, bacon, panquecas, manteiga, mel, chocolate e um monte de frutas.
  - Você fez tudo isso hoje?
  - Fiz. Acordei um pouco mais cedo.
  - Você é demais, baixinha. - dei um beijo em sua bochecha.
  - Eu sei. - ela riu. - Vem vamos chamar o povo.
me entregou uma panela e uma colher de pau. Ela pegou minha mão e me puxou escada a cima. Começamos a bater a colher na panela fazendo um barulho terrivelmente alto. Logo lá estavam cinco pessoinhas querendo nos matar.
  - Que porra é essa? - Mike disse com raiva.
  - O café ta pronto. Vamos. Desçam agora. - disse autoritária.
  - E bom dia pra você também.
  - Bom dia, . Agora vão.
  Depois de alguns minutos descemos para tomar café.
  - Não ta faltando uma estressadinha aqui, não? - se sentou à mesa.
  - É mesmo. Cadê a ? - Ashton se virou para mim.
  - Não sei. - dei de ombros.
  A porta da frente bateu com um estrondo que assustou todos nós.
  - Bom dia.
apareceu na porta junto com seus irmãos. Até me assustei em vê-los ali. Na verdade, o que eles estavam fazendo aqui?
  - Esses são e , meus irmãos.
  - Meus amores. - levantou correndo e abraçou os dois ao mesmo tempo. - Que saudades de vocês.
  - Também. - se soltou do abraço esmagador da baixinha. - Mas não precisa quebrar os meus ossos.
  - Precisamos conversar, .
  - O que eu fiz?
  - Uma palavra: Jordyn.
  O garoto ficou vermelho.
  - Para de envergonhar o menino, . - a repreendeu.
  - E cadê seus pais? - a ignorou.
  - Na casa que eles alugaram. Vou sair com eles hoje, querem ir?
  - Aonde vão? - perguntou.
  - Na praia.
  - Vou preparar um lanche. - foi para trás do balcão e começou a cozinhar.
  - Subindo. - deu um beijo em Mike e foi atrás da .
  - Saindo. - Mike imitou e foi em direção a porta. – ‘Bora lá, pessoas.
  Nós levantamos e fomos atrás de Mike.
  - Ta nervoso? - Ashton passou seu braço por meus ombros.
  - Por quê?
  - Cara, você vai sair com seus cunhados. Tem que dar uma boa impressão.
  - E os pais delas já estão ai. Não vai demorar a marcarem um almoço de família. - Mike completou.
  - E ai você vai ser esfolado vivo pelo pai da .
  - E esse será o fim de Luke Hemmings.
  Eles abaixaram a cabeça dramaticamente e começaram a rir.
  Chegamos em casa e fui direto para o meu quarto. Vesti uma bermuda, blusa e chinelos. Peguei os óculos escuros e uma toalha. Quando desci, os meninos já estavam prontos. Ash dirigiu até a casa das meninas e como sempre, elas ainda não tinham terminado.
  - Elas sempre são assim? - perguntou.
  - São.
  - Como vocês aguentam?
  - Meses de prática. Sua namorada também vai ser assim um dia. - Mike piscou pra ele.
  - Então você é o namorado da minha irmã? - se sentou ao meu lado.
  - Sou sim.
  - Você gosta dela?
  - Gosto.
  - Por quê?
  - Como assim?
  - Ela é doida.
  - Acho que é por isso que gosto dela.
  - Você a acha bonita?
  - Acho, mas você também é loirinha.
  - Obrigada. Podíamos ser irmãos.
  - Podíamos mesmo.
  - Somos lindos.
  - Isso ai. - ela fez um toque comigo.
  - Dois bobos se achando. Mereço isso.
desceu as escadas acompanhada das meninas. Como sempre linda. Ela se sentou ao lado da irmã e puxou para um abraço.
  - Também quero abraço. - fiz bico.
  - Depois, Hemmings.
  Cruzei os braços fingindo estar com raiva. correu em direção a Mike e começou a conversar com ele.
  - Own, loirinho. Fica assim não, vem cá.
  - Não.
  - Eu te dou um abraço.
  - Não.
  Ela se aproximou e começou a dar vários beijos no meu rosto. Não resisti e a beijei. Ela me empurrou.
  - Te prometi um abraço, não um beijo.
  - E você não quer me beijar? - ela pensou um pouco.
  Ela se aproximou.
  - Ah... Não.
  E saiu andando. Fiquei ali no sofá com cara idiota olhando para a porta de boca aberta. Levantei-me e fui até a porta. estava andando de skate com .
  Escorei-me na porta e fiquei olhando. Como ela era perfeita. Seu sorriso, seus olhos, tudo. Eu tinha muita sorte de ter aquela garota. Mesmo que às vezes ela fosse mal humorada, ela era perfeita. Perfeita pra mim.
  - Se não parar de me olhar com esse sorrisinho na cara eu vou ai e arranco seus dentes.
  - Mal humorada.
  Ela me mostrou a língua. A puxei do skate, ela me olhou com raiva. Acabei rindo. Ela ficava linda emburrada.
  - Tu pirou, Hemmings?
  - Não, mas você sim. Você é muito bipolar, sabia?
  - Sabia. Agora me solta. - soltei seu braço e ela saiu com raiva.
  - Sabe, mexer com ela quando ta de TPM não é lá uma boa escolha. - apareceu do meu lado.
  - Percebi. Ela é sempre assim?
  - Não. Não sei porque ela ta agindo desse jeito.
  - Ela é doida. - conclui.
  - Pois é. - ela olhou pra porta e Ash estava nos olhando. - Acho melhor irmos pra praia.
  Balancei a cabeça afirmando. Resolvemos ir andando mesmo já que não caberia todo mundo nos carros. conversava animadamente com Michael. Ouvi um pouco da conversa e tinha a ver com unicórnios. Achei melhor me afastar um pouco.
  - Acho que sua cunhada roubou meu namorado. - brincou.
  - Não por muito tempo. - apontei para a praia.
saiu correndo em direção ao mar. As meninas foram atrás dela nos deixando para montar as cadeiras.

Calum P.O.V

 - Vocês podiam ajudar. - Mike reclamou.
  - Não. - respondeu.
  Achei melhor não discutir. Não adiantaria em nada mesmo. Finquei o guarda-sol na areia e deixei os meninos arrumando as cadeiras. Conversamos um pouco sobre a nossa turnê. Ainda faltavam alguns meses, mas estávamos muito animados. Principalmente, porque as meninas iriam com a gente.
  - Quero sorvete. - correu em direção a irmã. Ela estava toda molhada.
  - Vai com ela, ?
  - Por que eu?
  - Eu fui ao mercado pra você.
  - Mas foi por sua causa. - ela se levantou. - Vamos.
  - Calum. - Ash me cutucou. - Aquela não é a Maddie?
  Virei-me na direção em que ele apontava. De fato era ela e ainda por cima estava vindo em nossa direção. Levantei-me e fui ao seu encontro.
  - O que você quer?
  - Que eu saiba, lindinho, a praia é publica.
  Tudo bem, eu não sabia como responder aquilo.
  - Podemos conversar?
  - Já conversamos, Maddie.
  - Não. Você falou os seus motivos, tem que ouvir os meus.
  - Ok. Fala.
  - Eu te amo, Calum e aquela não te merece. Ela é uma idiota, e você sabe que me ama também.
  - Entenda, Maddie, aquilo foi só um namoro de colegial. Foi uma paixão passageira.
  - Foi por isso que reservou primeira classe pra ela?
  - Eu amo a . Entenda isso.
  - Pare de se enganar.
  - Pare você. Eu não te amo. Entenda isso.
  Maddie me puxou pelo braço e me beijou. Tentei me desviar de seus lábios, mas foi impossível. A empurrei, mas ela não parecia com raiva ou triste. Ela sorria enquanto olhava para algo que estava atrás de mim. Virei-me lentamente com medo de que fosse um papparazi, mas era pior, muito pior. Era .

Capítulo 19

P.O.V

Olhei para Maddie que sorria. Avancei nela, Maddie caiu na areia assustada. Dei um soco em seu rosto e com certeza ela não esperava por isso. Rolamos na areia e ela conseguiu ficar em cima de mim. Ela me deu um tapa na cara. Senti uma dor terrível na bochecha, mas não liguei. Com uma das mãos puxei o cabelo daquela loira aguada. Ela gritou e saiu de cima de mim, subi em cima dela de novo e comecei a dar vários tapas em sua cara.
  Senti dois braços agarrando a minha cintura. Tentei me soltar deles, mas era em vão. Percebi que Maddie estava sendo puxado por Michael, mas o que eles não perceberam foi que estava solta.
  Ela partiu pra cima de Maddie que não teve nem como se defender. Luke tentou pegá-la mais ele acabou foi levando um tapa e aposto que aquilo deixaria marca. Depois de alguns minutos, Ashton e Luke conseguiram segura-lá. A dor na minha bochecha voltou a incomodar, mas eu estava com raiva demais para me importar.
  Maddie estava completamente acabada. Ela tinha um olho roxo, o canto da sua boca estava sangrando. Sem contar os vários hematomas que deviam estar espalhados por seu corpo. Sorri com isso e minha bochecha voltou a doer.
  Soltei-me bruscamente de Calum e passei os dedos no lugar. Havia um corte grande mais não muito fundo, provavelmente, Maddie devia ter um anel.
  - ...
  Olhei furiosa para Calum, ele arregalou os olhos e se calou. pegou meu braço e me levou até aonde as nossas coisas estavam. Sentei-me na areia enquanto ela limpava meu machucado.
  Michael e Ashton haviam soltado a , e agora conversavam com a vadia da Maddie. Eles conversaram por um tempo até que aquela puta foi embora.
  - Você ta bem? - se sentou ao meu lado.
  - Me sinto bem melhor.
  - Demos uma surra naquela vadia. - ela sorriu.
  - Pois é. - fizemos um toque.
  - E agora?
  - Quero ir pra casa.
  - Não acha que deve falar com alguém antes? - ela balançou a cabeça na direção de Calum.
  - Ta, mas vai ser rápido.
  - Olha o que vai dizer.
  Levantei-me e fui até Calum que estava olhando pro mar. Ele se virou tão rápido que acabei me assustando. Ele abriu a boca pra falar, mas eu acabei sendo mais rápida.
  - Acabou.
  - ? - ele me olhou assustado.
  - Que foi? Você beijou a Maddie, Calum, sua ex-namorada. Você quer que eu te perdoe?
  - , foi ela quem me beijou. Você tem que acreditar em mim.
  - É traição do mesmo jeito. - pisquei os olhos bem forte para não chorar.
  - Por favor, , você ta de cabeça quente.
  - Calum, eu não quero pensar no assunto. Acabou e ponto final.
  Dei as costas e voltei para onde às meninas estavam.
se ofereceu para levar o e a para casa que eles estavam. não discutiu, Ashton foi junto.
  Mike foi pra casa com a . Pelo visto ela sairia com uma tia dela. Luke e ficaram para arrumar as coisas. Coloquei meu short e minha camiseta e fui pra casa.
  Tomei um banho rápido e coloquei meu pijama. Hoje eu não sairia de casa por nada. Peguei um pote de sorvete de morango na cozinha e subi pro meu quarto. Me joguei na cama e procurei um filme bem deprimente para assistir. Optei por Titanic, clichê e super dramático.
  Na metade do filme, eu já estava chorando. Por que Calum foi fazer aquilo comigo? Eu não era o bastante pra ele? Será que ele me amava de verdade? Ou será que fui apenas um passa tempo?
  Essas perguntas ficaram rondando a minha cabeça. As lágrimas já haviam acabado, mas um buraco imenso havia se aberto em meu coração. E doía, doía mais do que eu poderia suportar. Queria que as meninas estivessem ali comigo. Dizendo que tudo ficaria bem, mesmo sabendo que não era verdade.
  Fechei os olhos. Estava cansada demais para me levantar, ou fazer qualquer outra coisa. A música do fim do filme começou a tocar e acabei dormindo.

P.O.V

 Mal pisei em casa e já fui atirada no chão.
  - Foi mal, .
me estendeu a mão. Ela estava toda arrumada.
  - Aonde você vai?
  - Minha tia Gabriela está aqui em Sidney, nós vamos ao shopping fazer algumas compras e passear um pouco.
  - Ok. Divirta-se.
  - Pode deixar. - ela me deu um beijo na bochecha e saiu.
  Subi as escadas até o meu quarto. O clima estava tenso entre os meninos. Foi bem estranho tudo que aconteceu, mas mesmo assim aquilo não era da minha conta. Se havia algum problema Calum e é que deveriam resolver.
  Meu celular começou a tocar. Era Jackson. Revirei os olhos e atendi.

LIGAÇÃO ON

 - Oi, Jack. O que temos para hoje?
  - Como sabe que tem alguma coisa?
  - E você me liga pra mais o quê? - ele riu.
  - Premiere.
  - Onde?
  - Aqui mesmo em Sidney. Vou mandar a limusine te buscar às sete horas.
  - Ok. Obrigada.

LIGAÇÃO OFF

 Ok.Eu tinha... Cinco horas para me arrumar e havia saído. O que eu faria? . me ajudaria com isso.
  Peguei meu celular e liguei pra ela.

LIGAÇÃO ON

 - Alô?
  - Oi, , preciso da sua ajuda.
  - Ah, tem que ser agora, ? - ela disse manhosa.
  - Eu tenho que estar em uma Premiere em cinco horas.
  - E cadê a ?
  - Saiu com a tia dela. - ouvi alguns sussurros. - Quem ta ai com você? - perguntei com uma voz maliciosa.
  - Luke. Ele pode ir?
  - Claro e pede ele pra ligar pro Ash. Ele precisa ir comigo.
  - Precisa?
  - Ele é meu namorado.
  - Ok. Já tô chegando ai.
  - Obrigada.

LIGAÇÃO OFF

 Abri meu closet e dei uma boa olhada nele. Havia alguns vestidos que eu nunca havia usado. De qualquer forma, separei alguns e os deixei em cima da cama. Enchi a banheira e tomei um banho rápido. Olhei no celular e já havia passado meia hora que eu liguei pra . Onde aquela menina havia se metido?
  - CHEGUEI.
escancarou a porta do meu quarto. Ela parecia incrivelmente bem, pra quem acabara de bater em alguém.
  - Onde você tava?
  - Eu passei em casa. Os pais do Luke resolveram fazer um jantar na casa deles e eu tive que falar com os meus pais.
  - Avisou o Ashton?
  - Luke ficou de avisar. Relaxa, .
  - Agora me ajuda.
  - Já tomou banho?
  - Já e passei um creme no cabelo.
  - Ok. Você vai com esse vestido. - ela pegou um vestido vermelho que ia até os joelhos e com detalhes prateados. - E esses sapatos. Agora senta aqui que vamos fazer suas unhas e depois arrumar o cabelo.
  Duas horas depois, eu já estava pronta. Meu cabelo estava cheio de cachos. O lado esquerdo estava preso e o resto estava solto no ombro direito. Minhas unhas estavam perfeitas, com um esmalte vermelho - rubi. Meu rosto continha pouca maquiagem. Apenas um delineador, máscara para os cílios e um batom vermelho. Os saltos eram de salto médio. Eram pretos e com uma abertura na frente.
  - Incrível, muito obrigada, . - a abracei.
  - De nada, amor. - ela se soltou. - Vou ver como o Ash está.
  Ela saiu. Retirei meu celular do carregador e entrei no twitter. Ainda tinha alguns minutos antes da sete então fiquei por ali. Segui alguns fãs e conversei com outros. Fazia muito tempo que eu não interagia com eles.
  - , SUA LIMOSINE CHEGOU. - gritou do andar de baixo.
  Peguei uma bolsa da Channel e coloquei meu celular dentro. Desci as escadas com um pouco mais de cuidado, já que o skate da estava bem no meio dos degraus.
  - Uau.
  Levantei a cabeça e vi Ashton me encarando. Eu era quem deveria dizer uau. Ele estava lindo de terno e seus cabelos não estavam presos por uma bandana. Ele estava formal e elegante.
  - Oi. - dei um selinho.
  - Você está linda.
  - Você também.
  - Argh, parem de enrolar e vão logo. Antes que você se atrase.
nos empurrou até a porta e a bateu forte.
  - Olá, senhorita . É um prazer revê-la.
  - Oi, Peter.
  Ele abriu a porta nos permitindo entrar. Ashton pegou seu celular e começou a tirar um monte de fotos de nós dois. Fiz careta em um monte delas, e, é claro que o beijei um bocado.
  - Chegamos, senhorita. - Peter estacionou e antes de abrir a minha porta perguntou. - Preparada para os flashes?
  - Como sempre.
  Ashton saiu primeiro e me deu a mão, a segurei com um pouco a mais de força. Os flashes quase me deixaram cega, mas tive que sorrir mesmo assim. Demoramos um pouco no tapete vermelho, já que paramos diversas vezes para falar com repórteres sobre nosso namoro.
  Quando finalmente conseguimos sair me deparo com Carson. Ele foi meu par romântico no filme e digamos que o Ash não gosta muito dele, já que eu o beijei, tipo, umas vinte vezes.
  Uma mulher chamada Emma nos guiou até os nossos lugares. Agora, que o show comece!

*

 A maior parte das premieres são chatas e nenhum pouco emocionantes. As pessoas ganham os prêmios, dão um sorriso falso e fazem discursos decorados, porque já sabiam que ganhariam.
  - E agora, o melhor filme de 2014. Vamos as indicações.
  Olhei pro telão. Além do meu filme também competiam Rosas dos Zumbis, O livro perdido e A Floresta.
  - E ganhando como melhor filme, e como melhor atriz. Aplausos para .
  Parei de respirar. Ashton teve que me dar um leve empurrão. Não era a primeira vez que ganhava, mas esse era um prêmio importante. Carson e mais alguns atores subiram no palco comigo. Carson fez seu discurso agradecendo a todos. Me apavorei quando vi que era a minha vez.
  - Oi gente. Nossa, é uma honra ganhar esse prêmio. Agradeço primeiro a Deus por ter me dado essa oportunidade. Quero agradecer aos meus fãs, que sempre estão ao meu lado, minhas amigas, meu namorado. A Noah por ser o melhor empresário que eu poderia ter e a Jackson por sempre me ouvir e me ajudar. Eu amo vocês. Obrigada.
  Fui aplaudida de pé por várias pessoas. Sai de cima do palco com lágrimas nos olhos, abracei Ashton que logo retribuiu.
  - Parabéns.
  - Obrigada.
  O resto da premiação seguiu sem mais surpresas. Depois, fomos até onde seria a festa. Rapidamente, Ashton se enturmou com as pessoas, me levando de mesa em mesa para conversar.
  - Oi, . Parabéns, fiquei muito feliz por você. - Noah se aproximou e me abraçou.
  - Obrigada.
  - E você já decidiu? Sabe que isso é importante para a sua carreira. Mesmo que tenha que se mudar para Los Angeles.
  - Ainda não. - disse sem jeito. Ashton estava ao meu lado e pela cara que ele fazia ele iria querer explicações depois.
  - Tudo bem. Você ainda tem tempo, mas não demore.
  - Certo.
  Noah se afastou e foi falar com Carson.
  - Que história é essa, ?
  - Eu recebi uma proposta para fazer quatro filmes em Los Angeles.
  - E você vai aceitar?
  - Não. Eu nunca deixaria você.
  - - ele passou a mão pelos cabelos.Ele estava nervoso. - Você tem que aceitar, isso vai ser ótimo pra sua carreira.
  - Você não pode me pedir pra ir. Eu te amo e não vou te deixar. - senti as lágrimas chegando.
  - Acho melhor irmos embora.
  Ashton colocou sua taça de champanhe em cima da mesa, me puxou até o lado de fora, ele pediu um táxi e deu o endereço da minha casa.
  As lágrimas começaram a cair sem a minha permissão. Não era para Ashton saber disso. Eu iria dizer não e ele nem desconfiaria. Estaríamos bem, sem preocupações, ou pressão do meu trabalho. Senti vontade de gritar, mas sei que não podia.
  O motorista parou em frente a minha casa. Ash pagou o homem e ele foi embora. O olhei suplicante, desejando que ele entendesse que ele era mais importante pra mim do que uma carreira idiota de atriz.
  Esperei que ele começasse a falar, mas isso não aconteceu. Ele apenas me deu um beijo na testa e virou as costas pra mim.

P.O.V

  Olhei a limusine até ela desaparecer na esquina. Que a sorte esteja ao favor da . Ela merece muito ganhar o prêmio por seu filme e por sua atuação. Ela estava incrivelmente incrível.
  - E o que vamos fazer agora? - Luke disse maliciosamente me agarrando pela cintura.
  - Você, eu não sei, mas eu tenho que fazer pipoca. - me soltei dele e o deixei sozinho enquanto ia pra cozinha.
  - Por quê?
  - Por que meus irmãos vão vir dormir aqui comigo? - disse como se fosse óbvio.
  - Cara, eu não to te aguentando mais.
  - O quê? - perguntei confusa.
  - Toda vez que eu quero ficar com você, tu me da um fora, ou tem outra coisa pra fazer.
  - Luke...
  - Chega, , já cansei disso.
  Ele se virou e foi embora. Argh, Luke estava fazendo tempestade em copo d'agua. Pelo amor de Deus.
  A campainha tocou. Coloquei a pipoca no micro-ondas e deixei enquanto ia atender a porta. estava carregando a .
  - Ela ta dormindo? - dei espaço para ele entrar e logo em seguida fechei a porta.
  - Ta fingindo que ta doente para não ir ao almoço na casa do Luke.
  - O quê? Que almoço?
  - A mãe dele, de algum jeito, conseguiu o número da dona , e nos convidou para um almoço na casa deles.
  - Só a gente?
  - Não, parece que vão alguns amigos deles.
  - Ok. Agora vem cá, baixinha.
começou a rir no momento em que a puxei pro meu colo.
  - , pega a pipoca no micro-ondas.
  - Que filme a gente vai ver? - desceu do meu colo.
  - Sobe lá no meu quarto e escolhe um.
  Ela saiu correndo. se jogou no sofá, ato que acompanhei.
  - Como a ta?
  - Ela ficou no quarto o dia todo.
  - E você falou com ela?
  - Como se ela abrisse a porta. - revirei os olhos.
  - E por que o Luke saiu daqui com raiva?
  - Por que ele é um idiota.
  - O que aconteceu?
  - Ele disse que eu não tinha tempo pra ele.
  - Basicamente, é verdade, .
  - Você concorda com ele? - disse surpresa.
  - De certa forma você tava dando uns foras nele.
  - Eu tava de TPM.
  - E às vezes você fica mais com a gente e as meninas, do que com ele.
  Fiquei sem o que falar. De certa forma era razão. Eu estava passando mais tempo com as meninas do que com o Luke.
  - Peguei Minha Babá é uma Vampira.
desceu as escadas já com seu pijama.
  - Vou tomar meu banho e já desço.
  Subi as escadas correndo, me tranquei no banheiro e entrei debaixo da água fria.
  Acho que estava completamente certo. Amanhã no almoço eu daria um jeito de me desculpar com ele. Ele merecia uma namorada que passasse um tempo com ele e eu seria essa garota, porque eu o amo e não quero perdê-lo.
  Vesti uma calça de bolinhas e meu moletom do Harry Potter. Amarrei meu cabelo em um coque e calcei minhas pantufas. Aproveitei que estava no meu quarto e peguei todos os doces que conseguia encontrar, barras de chocolate, kit-kat, balas de ursinho e um monte de outras bobagens.
  Larguei tudo em cima da mesa e me sentei ao lado da .
  - Vocês trouxeram a roupa pro almoço?
  - Na mochila. - apontou para a mochila sem desgrudar os olhos da TV.
  Tentei prestar atenção no filme, mas era impossível. Meus pensamentos iam até Luke. O que ele estaria fazendo? Será que estava com raiva de mim? Provavelmente sim. Peguei meu celular e tentei ligar pra ele, não me atendia.
  Suspirei pesadamente. Amanhã eu falaria com ele pessoalmente e ele teria que me ouvir.

*

  Acordei com um fiapo de sol no meu rosto. Abri os olhos lentamente tentando ignorar a ardência neles. Havíamos dormido em meu quarto, mas eu esqueci de fechar as cortinas. dormia no meio. Meio enroscada em mim e meio no .
  Olhei no relógio e me levantei assustada, fazendo com que os meus irmãos acordassem.
  - O que foi, ? - perguntou um pouco assustada.
  - Estamos atrasados! Vão tomar banho. Rápido.
  Os dois se levantaram rapidamente. foi tomar banho no banheiro de baixo, enquanto tomava no quarto da .
  Assim que sai do banheiro, troquei de roupa e passei um pouco de maquiagem.
  Liguei para a minha mãe. Ela disse que em alguns minutos passaria aqui para nos buscar. Ajudei a se arrumar e admito que ela ficou uma gracinha de vestido vermelho.
  Ouvi o som da buzina e os apressei para descer. Peguei minha bolsa de franjinha e coloquei os óculos escuros. Fazia uma manhã-quase-tarde, linda em Sidney. O sol brilhava e não havia nenhuma nuvem no céu.
  Em poucos minutos estávamos em frente à casa dos Hemmings. Fiquei um pouco assustada com a quantidade de carros parados na porta. Desci cautelosamente e toquei a campainha. Quem atendeu foi Liz, que foi logo me dando um abraço.
  - Oi, , como está?
  - Muito bem e você?
  - Ótima, entre.
  - Liz, esses são meus pais, e e os meus irmãos e .
  - É um prazer conhecê-los. Fiquem à vontade.
  Sorri pros meus pais que logo se afastaram. correu em direção a uma garotinha que devia ser de sua idade. se afastou com a desculpa de ligar pra Jordyn.
  - Oi, .
  Celeste se aproximou. Ela estava linda, seus cabelos presos em uma trança e ela usava um vestido branco com sandálias de salto.
  Ela me abraçou e eu retribuí.
  - Que bom te ver de novo.
  - Digo o mesmo. Eu preciso falar com você.
  - Ah, claro.
  Nos sentamos no sofá e ela começou a falar baixo. Tive que fazer um esforço para entender as suas palavras.
  - Olha, eu quero te pedir desculpas pela minha irmã. Eu descobri há poucos dias o que ela mais as amigas querem fazer com vocês. Dei o maior sermão nela, mas ela não me escutou.
  Abri a boca para perguntar do que ela estava falando, mas Jack chegou mais rápido e a levou até um grupo de garotos. Levantei-me e resolvi ir até o jardim. Luke devia estar lá com alguns amigos.
  Quando avistei Luke, meus olhos não puderam acreditar. Ele estava falando com Aleisha. ALEISHA ex-namorada dele. O que ela estava fazendo aqui? Segurei-me para não ir ali xingar aquela dois de todos os nomes que eu sabia. Não, eu tinha que me controlar, não iria estragar o almoço da Liz.
  Mas espera. O que Celeste havia dito? Alguma coisa sobre sua irmã e as amigas dela armarem pra mim e que eu saiba quem estava armando pra gente eram as ex-namoradas dos meninos. E... Não... Não pode ser. Celeste era irmã de Aleisha.

P.O.V

  Acordei com o barulho do carro dos pais da saindo. Tentei dormir mais um pouco, mas foi em vão. Calcei minhas pantufas e desci as escadas. Fiquei um pouco chocada quando cheguei na sala.
e estavam deitadas no sofá, ambas chorando e assistindo Titanic. Ok, o que tinha acontecido com as minhas amigas?
  - O que foi, gente?
  - O que foi? - começou com a voz embaraçada pelo choro. - Calum me traiu, , foi isso o que eu aconteceu.
  - Ashton quer que eu vá pra Los Angeles. Acho que ele não entende que eu o amo e não vou deixá-lo por nada.
  - Podem parar as duas. Acabou o drama. - elas me olharam assustadas. - , ta na cara que foi a Maddie que beijou o Cal.
  - Dois não beijam quando um não quer.
  - Acho que você deve falar com ele. Falar de verdade. Não dar um piti e terminar com ele. , Ashton só quer que você faça sucesso na sua carreira. Ele te quer feliz.
  - Eu estou feliz ao lado dele.
  - Ta bom, mas o que você vai fazer agora? O filme já acabou. - suspirei. - Ele ta certo, , você não pode recusar uma coisa tão incrível quanto um contrato para quatro filmes.
  As duas abaixaram as cabeças. Sai dali e voltei pro meu quarto, era melhor deixá-las sozinhas para que elas pensassem a respeito de tudo.
  Assim que cheguei ao meu quarto meu celular começou a tocar.

LIGAÇÃO ON

 - Oi, amor. - a voz de Michael estava sonolenta.
  - Oi.
  - Minha mãe acabou de ligar te convidando pra almoçar lá em casa.
  - Ah, claro. Que horas?
  - Daqui a meia hora eu passo ai pra te buscar.
  - Ok.

LIGAÇÃO OFF

 Entrei no banheiro, tomei meu banho e fiz minha higiene. Escovei os dentes e passei um pouquinho de maquiagem, antes de vestir a minha roupa.
  Mandei uma mensagem pro Michael avisando que já estava pronta. Desci as escadas e fiquei esperando. Depois de cinco minutos ele chegou, entrei no carro e o dei um selinho.
  - Ta tudo bem? - perguntei.
  - Por que não estaria?
  - Você parece nervoso. - observei.
  - Não é nada.
  Resolvi não discutir. De qualquer forma, ele não me contaria mesmo o que estava acontecendo. Fomos o caminho todo em silêncio. Tive sorte que a casa da mãe do Michael é só alguns quarteirões de distância se não eu teria explodido.
  Desci do carro primeiro. Michael abriu a porta e já foi entrando.
  - Mãe?
  Karen apareceu com um sorriso no rosto, ela correu e o abraçou. Pelo visto, ele não é do tipo que visita a mãe frequentemente.
  - .
  Karen me abraçou. Retribui rapidamente já que fazia muito tempo que eu a tinha visto.
  - Sempre soube que você acabaria namorando o Michael.
  - Bem que dizem que as mães sempre estão certas. - brinquei.
  - Uma graça, como sempre. Venham, o almoço já esta pronto.
  Nos sentamos a mesa e mais conversamos do que comemos. Até que Karen me perguntou sobre como foi o Natal e o Ano novo. Contei tudo que aconteceu. Falei sobre o Rio de Janeiro e como sou educada, perguntei para ela como foi o Natal deles.
  - Foi ótimo a Geordie ter passado o natal conosco.
  - O quê? - quase gritei.
  - Oh, me desculpe, querida. Você não sabia? - Karen disse decepcionada e envergonhada. Pelo visto, não era para eu saber disso.
  - Não, eu não sabia. - olhei para Michael esperando uma explicação, ele abaixou a cabeça.
  Levantei-me e sai dali o mais rápido que podia.
  Então era por isso que Michael estava estranho. Por isso ele não queria me atender. Sabia que eu perguntaria sobre o Natal e ele não mentiria para mim. Pelo menos era o que eu achava. Ouvi Michael me gritando.Mordi o lábio e andei mais rápido.Eu não queria ve-lô.Um relacionamento é baseado em confiava e pelo visto,ele não confiava em mim para me contar uma coisa tão importante como essa. E ainda por cima ele estava com a Geordie. A ex-namorada dele que queria nos ver separados. Peguei meu celular e liguei pra Lexee.

LIGAÇÃO ON

 - Lexee. - disse com a voz chorosa.
  - ? Ta tudo bem?
  - Ta sim. Aqui podemos ir para Paris amanhã?
  - Ahn, claro. Vou arrumar minhas malas hoje e dou um jeito de pousar ai em Sidney de manhã.
  - Obrigada, Lexee.
  - De nada, mas tem algum motivo especial pra adiantar nossa viagem?
  - Prefiro te contar pessoalmente.
  - Tudo bem. Se cuida.

LIGAÇÃO OFF

 Cheguei em casa já com as lágrimas descendo por meu rosto. Joguei-me no sofá junto com e , que pareciam nem ter movido um músculo desde de quando eu sai.
  Ouvimos a porta bater e entrou. Ela parecia com raiva, decepcionada e triste.
  - Acho que a depressão pousou nessa casa. - ela disse e se deitou no sofá menor.
  - Elas ganharam. - deixou que algumas lágrimas caíssem.
  - Você tem razão. - se manifestou.
  Não discuti. Ela estava certa. Geordie, Jasmine, Aleisha e Maddie haviam ganhado. Se não havíamos terminado com os meninos diretamente, isso não estava longe de acontecer. Pelo visto, éramos quatro derrotadas.

Capítulo 20

Michael P.O.V

 Fiquei lá no meio da rua parado com cara de idiota, que de fato eu era. O que deu em mim pra chamar a Geordie aqui em casa? Eu só podia estar possuído para fazer uma idiotice dessas.
  Entrei em casa novamente.
  - Filho, me desculpa? Eu achei que ela sabia.
  - Ta tudo bem, mãe, mais cedo ou mais tarde ela descobriria tudo mesmo. - dei de ombros e me joguei no sofá.
  Não adiantava ficar pedindo desculpas. Na verdade, a culpa era minha por ser um idiota. Minha mãe apenas fez o que eu devia ter feito, contado a . Peguei meu celular e as chaves do carro e sai da casa da minha mãe, dirigi até a casa das meninas.
  Estacionei de qualquer jeito. Bati na porta e gritei pelo nome da , mas só recebi silêncio em troca. Será que ela tinha saído com as meninas? Provavelmente sim.
  Liguei o carro e dirigi mais um pouco até em casa.
  Ashton estava jogado no sofá assistindo um jogo de futebol qualquer. Calum estava na piscina tocando violão, resolvi me juntar a ele já que estava tão depressivo quanto eu, mas pelo menos o que ele estava passando era culpa de outra pessoa.
  - E ai irmão? - me sentei ao seu lado.
  - Na mesma, a não quer falar comigo.
  Sua voz estava baixa e triste.
  - Cara, ela vai cair na real. Vocês se amam.
  - Mas e se ela estiver certa? Se terminar for melhor?
  - Vocês dois estão sofrendo, acha que isso é melhor?
  - Foi ela quem terminou comigo, por que ela estaria sofrendo? - havia armagura em sua voz.
  - Por que ela te ama, seu idiota. - Ashton se sentou também.
  - Ta deprê também? - perguntei.
  - Mais ou menos.
  - Por quê?
  - A recebeu uma proposta pra fazer alguns filmes em Los Angeles.
  - Isso é muito bom. - disse feliz por ela. Ashton me olhou torto. - É, isso é muito ruim.
  - E eu pedi para que ela fosse.
  - Você é um idiota, ela não vai escolher o filme.
  - Vou dar um jeito de pedir desculpas. Depois conversamos de verdade.
  - Tem razão. A é uma garota incrível e não merece sofrer.
  - Pelo menos ela passa um tempo com você ao invés de te ignorar completamente, e é claro rejeitar os convites da sua família - Luke se junto a nós, aparentemente com raiva.
  - O quê? - Calum perguntou. - Diz alguma coisa que seja possível de entender.
  - . Meus pais fizeram um almoço em casa e ela nem se deu ao trabalho de ir.
  - Mentira. Ela foi sim. me contou.
  - Não foi não, eu estava lá e não a vi.
  Peguei meu celular e entrei no Instagram. era viciada nesse aplicativo e postava uma foto todos os dias e por sorte ela havia postado uma foto com seus irmãos.
  - Aqui. - mostrei o celular pra Luke que logo suavizou o rosto.
  - Ow.
  - Ow mesmo.
  - Bem, acho que estamos todos fudidos então. - Ashton bateu as mãos na calça.
  - Eu tenho uma ideia que pode melhorar nossa situação. - Calum deixou o violão de lado.
  - Fala.
  - Temos que ir pro Japão na sexta.
  - E...? - Luke o incentivou a continuar.
  - E que podíamos fazer alguma coisa pra elas.
  - É uma ideia legal. - Ash concordou.
  - E se não der certo, já estamos fudidos mesmo. - dei de ombros.
  - Ok. Agora temos que fazer a e a irem, pois a e a serão obrigadas a ir.
  Concordei com Ashton.
  - Podemos ligar pro empresário da e pedir pra ele marcar uma entrevista pra ela por lá. - Luke disse.
  - Vou atrás do Noah então. - Ash se levantou e saiu.
  - Ok. E o que fazemos em relação à ?
  - Ela vai fazer um ensaio de fotos na sexta, Mike.
  - E daí, Calum?
  - Dai que conversamos com a chefe dela e pedimos pra transferir pra Tokio no sábado.
  -Isso vai ser difícil. Pelo que a falou, a tal da Amelia é um dragão. - Luke resmungou.
  - Você da um jeito.
  - Vou tentar, mas não prometo nada.
  - Excelente.
  Pela primeira vez no dia eu estava realmente animado pra fazer alguma coisa. Levantei-me e fui até o meu quarto, liguei o computador e procurei por algumas fotos minhas com a , o que não foi difícil. As separei em uma pasta e desci com o computador na mão.
  Calum ainda estava no jardim. Luke no telefone e parecia que Ashton havia saído.
  - Vem aqui, Cal. - gritei.
  Ele bufou e se levantou com a maior cara de preguiça.
  - Cadê o seu celular?
  - Aqui. - ele o tirou do bolso. - Mas por quê?
  - Pensei que podíamos fazer um vídeo com fotos nossas e das meninas e cantar uma música.
  - Legal. - ele se animou um pouco e me entregou o aparelho.
  Passei todas as fotos que ele tinha com a , que não eram poucas. Assim que Luke terminou com o seu celular o peguei e fiz o mesmo. Agora só faltavam as fotos do Ash e da e escolhermos uma música para cantar.

Luke P.O.V

 Era quarta-feira de manhã, tava muito frio, o que era bem estranho levando em compensação que moramos em Sidney. E sinceramente? É horrível acordar cedo, mas eu precisava. De acordo com a , hoje era o último dia de aulas de dança dela e ela querendo ou não eu ia estar lá.
  Ta certo que não concordo cem por cento com a ideia dos meninos, mas eu também tinha um pouco de culpa no cartório. Mesmo sendo mais culpada que eu, mas isso não importa.
  Troquei de roupa, colocando uma jaqueta cologe por cima da minha blusa de frio do Nirvana. Achei melhor não ir de Skate por que parecia que ia chover. Peguei as chaves do carro e dirigi até o estúdio de dança.
  Entrei no prédio e a recepcionista estava escondida por trás de uma revista de fofocas. Não me surpreendi quando vi uma foto do casal na capa. De acordo com metade do mundo, eles eram um casal fofo e incrivelmente bonito, mal eles sabiam o que esse casal fofo e incrivelmente bonito estava passando.
  Não pensei muito nos dois, afinal, eu tinha os meus próprios problemas.
  - Com licença, mas a senhora pode me informar onde dá aulas?
  - Segue o corredor da esquerda. Sala vinte e três. - ela disse sem tirar os olhos da revista.
  Santa educação. O corredor era bem espaçoso, até um carro passaria ali. A sala vinte e três tinha uma janela na parede, como estúdios de gravação, dava pra ver tudo que se passava lá dentro.
  Pelo visto as pequenas estavam tristes com saída de , mas mesmo assim a sala estava cheia de balões e com uma faixa. Os pais das meninas estavam conversando com a e ela parecia que choraria a qualquer momento.
  Uma menina ruiva se aproximou da e a puxou pela saia de bailarina que ela usava. Ela se abaixou para ficar da altura da garotinha, a ruivinha a abraçou e falou algumas coisas em seu ouvido. Imediatamente virou seus olhos para mim.
  Não sei o que era mais assustador, sua cara de brava ou os seus olhos transbordando ódio. Arqueei as sobrancelhas, não era eu que deveria estar com raiva? Ela falou algo com as pessoas e veio andando até a mim. Ela abriu a porta e a fechou rapidamente.
  - O que você ta fazendo aqui? - ela se virou pra mim. Tive que olhar para baixo.
  - Eu vim te ver, não te vi lá em casa.
  - É porque você estava ocupado demais conversando com Aleisha. - ela cruzou os braços.
  - O quê? , você sabe que a família dela é amiga da minha.
  - E você não me contou que Celeste era irmã dela. Pelo visto os Hemmings tem uma queda por irmãs loiras. - ela começou andar de um lado pro outro. - E eu fui pra te pedir desculpas. - a olhei espantado. - Eu sabia que estava errada, e eu sei que sou orgulhosa demais pra admitir, mas eu faria isso por você. Sabe por quê? - ela me olhou com os olhos marejados. - Por que eu te amo, seu imbecil.
  Fiquei sem reação. Ela já havia me dito muitas vezes que me amava, mas não com tanta certeza e convicção. Meu coração deu um salto. O que eu tinha feito? A minha menina estava ali dizendo que me amava e estava prestes a chorar.
  Ela ia voltar pra sala, mas a puxei pelo braço. Ela se chocou contra mim e a abracei o mais forte que podia, eu não ia deixá-la ir. Não de novo.
  - Me desculpa, Luke.
  Ela se soltou de mim, secou as lágrimas e me deu as costas. colocou a mão na maçaneta, mas antes que pudesse girá-la, ela virou um pouco a cabeça.
  - Acho que não teremos um final feliz.

Ashton P.O.V

 Era sexta de manhã, estávamos no aeroporto esperando que o nosso voo fosse chamado. Nenhuma das meninas havia chegado ainda e isso estava me deixando preocupado. Noah, o empresário de , havia ficado de me ligar para informar se ela iria a Tóquio, mas nada até agora.
  - Voo 0956 com destino a Tóquio, primeira chamada para o embarque.
  As pessoas que estavam na sala conosco começaram a se levantar e ir até as aeromoças para fazer o check-in e embarcar. Olhei nervoso para os meninos que repetiram o meu olhar. Ouvi o barulho da porta da sala abrindo me virei imediatamente. Era , mas ela estava sozinha. Corri em sua direção e a abracei, rapidamente ela devolveu meu abraço.
  - Elas não vêm.
  - Nenhuma? - era possível notar a decepção em minha voz. Ela balançou a cabeça negativamente.
  - foi para Paris, tem uma sessão de fotos e foi pra Nova York, pois o irmão dela esta meio doente.
  - Pelo menos você está aqui. - tentei sorrir.
  - Não precisa fingir que está feliz, Ashton, você está tão quebrado quanto eu.
  Ela se soltou e fomos andando até a aeromoça. Fiz o meu check-in e entramos na aeronave. se sentou entre mim e Luke, Mike e Calum estavam nos bancos da frente.
  - Então, o que aconteceu? - perguntei logo depois que decolamos.
  - foi para Paris assim que soube que o Mike tinha chamado a Geordie para o Natal/Ano Novo. A ficou em Sidney, ela tem uma sessão de fotos com a Amélia, foi até um pouco estranho porque ela mudaria o lugar das fotos, mas de última hora ela mudou de ideia. E o irmão da está doente.
  - Mas os pais dela não podem cuidar do baixinho?
  - Eles vão viajar para Houston, no Texas. tem uma reunião lá.
  - Entendo.
  - Olha, Ashton, eu não to muito a fim de conversar agora, eu preciso pensar sobre algumas coisas.
  - Tudo bem. Nem preciso perguntar que coisas são essas.
  - Receio que não. - ela deu um meio-sorriso.
  Encostei-me na cadeira e deixei que dormisse, afinal, ela estava com olheiras e com o rosto inchado, o que comprovava minha teoria de que ela estava chorando.

"Você está tão quebrado quanto eu."

estava certa, sei que pode soar meio gay, mas meu coração estava quebrado e eu não sabia por onde começar a juntar os pedaços. Eu sei que foi eu quem disse para aceitar a proposta de ir para Los Angeles, mas eu estava com raiva na hora. Raiva por ela não ter me contado.
  Suspirei. Ficar remoendo o que aconteceu não me ajudaria em nada mesmo. O que eu tinha que fazer era pedir desculpas para a e implorar para ela ficar comigo.
  Fechei os olhos e por mais que meu cérebro não quisesse, meu corpo precisava de um descanso e acabei dormindo.

P.O.V

 Liam estava enrolado em sua coberta, mesmo com febre ele insistia em manter um cobertor por perto e tomar litros de chocolate quente. A neve em Nova York ainda estava acumulada. Agradeci a Deus mentalmente por ter um aquecedor em casa, caso contrario, eu estaria congelada até os ossos.
  Puxei o pequeno corpo de Liam para perto de mim, era bom ficar com ele novamente. O sol estava começando a nascer. As férias de inverno do baixinho já haviam acabado e logo ele teria que voltar para a escola.
  - ... - ele sussurrou.
  - Bom dia, Li. - me sentei. - Como se sente?
  - Com fome.
  - Que tal irmos ao Starbucks comer alguma coisa?
  - De verdade? - ele me olhou com os olhos brilhando.
  Minha mãe quase nunca o deixava ir a Starbucks de manhã. Ela sempre dizia que café nunca era bom para o Liam, ele já era imperativo demais. Mas acho que um copo bem grande de chocolate quente não o mataria, afinal, ele tomava pelo menos dois por dia desde de que cheguei.
  - Sim. Agora vai correndo pro banheiro, vou me arrumar.
  Ele se levantou e correu até o banheiro do meu quarto.
  Fui até o banheiro e enchi a banheira com água quente, ajudei Liam a se despir e o deixei brincar um pouco enquanto eu escovava os dentes e penteava o meu cabelo, meu banho ficaria para mais tarde.
  - Vamos sair, peixinho.
  - Não quero sair.
  - Se você sair agora, eu te levo ao shopping.
  - Para comprar brinquedos?
  - Para comprar muitos brinquedos. - sorri.
  Peguei sua toalha e o enrolei de forma que ele ficasse aquecido. O levei até o seu quarto, ele correu para cima de sua cama e se sentou. Peguei uma calça branca, botas de inverno pretas, uma blusa azul clara e um casaco bem quente preto. Depois de conseguir vesti-lo, sequei seus cabelos e os arrumei.
  - Fique aqui, vou me vestir.
  - Posso ver Discovery Kids?
  - Pode. - dei um beijo em sua bochecha. - Eu já volto.
  Corri até o meu quarto novamente, entrei no closet e procurei por uma roupa mais quente. Me troquei rápido, já que deixar Liam sozinho, não era lá o maior ato de responsabilidade. Ajeitei a touca e guardei meu celular e o meu cartão no bolso de trás.
  - Liam?
  - Já vou.
  Desci as escadas e peguei a chave de um dos carros dos meus pais. Liam desceu as escadas pulando de dois em dois degraus, ele sorriu quando pisou no último. O peguei no colo, tranquei a casa e abri a garagem.
  - Posso ir na frente?
  - Não, você é pequeno demais.
  - Eu quero ir na frente. - ele fez bico e piscou os olhinhos.
  - Quem te ensinou a fazer isso?
  - , ela disse que isso é uma maneira de conseguir o que queremos.
  - Olha, quando você tiver isso de idade.,- mostrei as duas mãos. - ai você pode, tudo bem?
  - Ta bom, agora me põe na cadeirinha?
  Abri a porta, o coloquei na cadeirinha e prendi seu cinto. Retirei o carro da garagem e respectivamente a tranquei, nem precisei ligar o GPS, eu conhecia Nova York bem de mais para saber que existia um Starbucks em qualquer lugar que você fosse, assim como um McDonalds, Burguer King e uma loja da Coca-cola.
  - ? - O que foi, amor?
  - Cadê o Asthon?
  O quê? Por que quê aquele baixinho estava perguntando do Ashton? Eu já não havia dito para não falar dele, nem de qualquer coisa relacionada ao meu trabalho?
  Respirei fundo tentando me controlar, ele é apenas uma criança.
  - Ele foi para o Japão, mas por que a pergunta?
  - Você me prometeu que iria trazê-lo da próxima vez.
  - Você me desculpa então?
  - Só por enquanto, mas depois você vai me deixar conhecê-lo, não vai?
  - Vou, só não da maneira que você imagina. - sussurrei.
  Estacionei na porta do Starbucks, tirei o cinto dele e o coloquei do lado de fora, peguei sua mão e o guiei até dentro do estabelecimento. Escolhi uma mesa no andar de cima perto da janela, Liam colocou suas mãozinhas na janela e ficou observando os carros lá em baixo.
  - Bom dia, o que a senhorita deseja?
  - Um cappucino de baunilha, um copo infantil de chocolate quente, um sanduíche de café da manhã com presunto e cheddar e um pacote médio de cookies.
  - Mais alguma coisa?
  - Por enquanto é só.
  A garota já ia saindo quando me olhou, ela ficou pálida e quase deixou o bloquinho de papel que segurava cair.
  - Você é ?
  - Sim, sou eu.
  - Você pode tirar alguma foto comigo? Sou sua fã.
  - Claro.
  Levantei-me e tirei uma foto com a menina, ela parecia que choraria.
  Fazia algum tempo que eu era famosa e eu continuava achando estranho as pessoas chorarem na minha presença. Eu sou só mais uma atriz. E só. Não faço nada de tão especial assim.
  Depois de dez minutos, a garota voltou com os nossos pedidos. Pela sua cara, ela estava chorando, coloquei o prato com os cookies e o chocolate quente na frente de Liam. Ele me olhou com os olhinhos brilhando e atacou. A regra da minha mãe era clara: nada de chocolate no café da manhã.
  Ataquei meu sanduíche. Meu celular começou a apitar em cima da mesa, olhei no visor e era uma mensagem de Jackson.

"Aproveitando o café da manhã com o Liam?"

"Como você sabe? "

"Uma fã postou uma foto com você. Dou dez minutos para os paparazzis chegarem."

 Terminei de comer com uma habilidade desconhecida por mim até o momento. Liam já havia terminado seus cookies há algum tempo.
  - Vamos pro shopping?
  Ele sorriu, desceu da cadeira, paguei a minha conta e deixei a garota tirar uma gorjeta para ela.
  Entrei no carro no momento certo, várias pessoas com câmeras entraram correndo no Starbucks. Acelerei em direção ao shopping, agora era hora de comprar e com a ajuda do Liam, esquecer dos meus problemas.

Calum P.O.V

 Depois de duas aparições na TV Japonesa e uma entrevista na rádio, finalmente estava na hora do show. ainda não havia aparecido, mas Luke me garantiu que ela viria. Então, nada mais justo que confiar em sua palavra.
  - Tudo bem, cara? - Mike perguntou.
  - Sim, só estou nervoso.
  - Pode ser sua última chance. Não estraga.
  - Ah, obrigado, Michael. Isso me deixou muito melhor. - disse com ironia.
  - É só a verdade.
  - Cinco minutos, garotos. - Brad apareceu na porta.
  Fomos andando até o palco, já era possível ouvir o barulho das milhares de fãs que estavam lá fora esperando por nós.
  Estávamos quase no palco quando a vi, estava com uma câmera nas mãos e tirava fotos das fãs. Nos últimos dias em que estávamos em Tóquio, ela não tinha trocado nem uma palavra comigo. Ela se virou e vi que seus olhos estavam cheios de lágrimas, mas seus lábios formavam um sorriso. Agora, eu tenho certeza que nunca vou poder entender a mente feminina.

  Ela me olhou de cima a baixo e seu sorriso vacilou.
  - Anda, Calum. - Brad me chamou. - Está na hora do show.

*

 Já estávamos na metade do show quando Luke fez o sinal para que eu começasse a falar. Respirei fundo.
  - Eu queria chamar uma pessoa muito especial aqui. - minha voz soava firme e as fãs por um momento fizeram silêncio. - .
  O barulho que se fez a seguir foi quase insuportável. subiu no palco com a expressão mais confusa que eu já a vira fazendo. Ela me olhou me perguntando o porquê de estar ali, dei de ombros e fui em seu encontro.
  Os telões do estádio começaram a transmitir o vídeo que eu e os meninos havíamos criado. Eram fotos nossas. Cheguei perto de um microfone e comecei a cantar Over Again.
  As lágrimas começaram a cair de seus olhos quase que imediatamente. Segurei-me para não chorar também, afinal, eu estava cantando.
  Olhei no fundo dos seus olhos e pedi perdão. Por tudo. Por ter deixado que a Maddie chegasse tão perto para me beijar e por deixar ela me afastar. Eu a amava demais e eu precisava dela para viver. Os últimos dias sem foram insuportáveis, era como se alguém tivesse retirado um pedaço de mim.
  Toquei o último acorde e o publico foi à loucura. Luke trouxe o buquê de flores que eu havia comprado e me entregou, ele sorriu confiante e piscou para mim. Essa era minha última chance e eu não iria desperdiçá-la.
  - Muitas vezes dizemos coisas, ou até mesmo fazemos algo que magoa as pessoas, e eu sei que fiz algo que te magoou muito. Mas quero que entenda que a gente erra, que somos humanos, com defeitos e qualidades. Sempre demonstrei o meu amor e você sabe que era verdadeiro. Quero te pedir que me perdoe. Eu te amo, e quero ter você sempre comigo. Eu quero provar para você que desta vez será diferente. Me dá esta chance?
  O barulho das fãs sumiram ao meu redor. Eu apenas escutava o meu coração batendo cada vez mais forte. Estendi as flores, ela me olhou com os olhos cheios de lágrimas. Dava para perceber que ela estava se segurando para não chorar, comecei a ficar nervoso de novo.
pegou o buquê de flores, as segurou perto do peito e logo em seguida me abraçou. Envolvi meus braços por sua cintura e a puxei para mais perto. Nesse momento nada mais importava, era minha de novo.

Capítulo 21

P.O.V

 - , é bom você já estar pronta.
  Lexee entrou no quarto igualzinha a um furacão.
  - Sim, eu já estou. - dei uma voltinha.
  - Adorei. Agora, vamos tomar café da manhã, precisamos estar bem dispostas para conhecer Paris.
  - Com toda certeza. - sorri.
  Descemos de elevador até o restaurante do hotel. Havíamos chegado ontem de viagem e portanto, ainda não havíamos conhecido nada, mas por sorte, Lexee já havia estudado vários lugares que pudéssemos ir.
  Nos sentamos em uma mesa perto da janela de onde era possível ver a Torre Eiffel.
  - O que desejam, senhoritas? - uma mulher falando francês se aproximou. Dei graças a Deus por falar francês, afinal, essa era uma das minhas matérias favoritas na escola e eu me esforçava muito para aprender.
  - Um sanduíche Croque Monsieur com suco de laranja e um croissant. - Lexee colocou o cardápio na mesa novamente.
  - E você, senhorita?
  - Quiche Loraine, suco de morango e granache de chocolate.
  - Certo. - ele se retirou levando os cardápios.
  - Tira uma foto minha? - Lexee me entregou o seu celular. - Pegue a janela.
  - Aqui. - entreguei para ela.
  - Hashtag ostentando em Paris. - rimos.
  - Eu quero comprar.
  - Tipo?
  - Chanel, Louis Vuitton, Chloé, Prada e o que mais eu achar no caminho.
  - A garota ta podendo, hein? Só marca famosa.
  - Aqui está, senhoritas. Bom apetite!
  - Jura que você vai comer bacon no café da manhã?
  - Ninguém mandou os franceses fazerem uma torta com bacon. - peguei o garfo e retirei um pedaço o colocando na boca logo em seguida. - Isso é muito bom.
  - Concordo. Quero um bolinho.
  - É granache.
  - É bolinho de chocolate, garota. - ela retirou o glacê de um dos bolinhos e passou na minha bochecha.
  - Sua vaca. - limpei com o guardanapo.
  Terminamos de comer, subimos para o quarto novamente, escovamos os dentes e pegamos a carteira. Lexee ligou para a recepção e pediu um táxi. Insisti que não precisava, que a Torre Eiffel era só alguns quilômetros de onde estávamos, mas ela não me escutou.
  Estávamos em Paris há dois dias, mas não havíamos saído do hotel. Ficamos no Spa ou fazendo compras na rua. Aproveitei esses dias para comprar uma coisinha para as meninas e para os meninos também, afinal, eles ainda eram os meus amigos.
  Chegamos ao parque perto da torre. Fiquei de boca aberta com a beleza daquele lugar. Tiramos muitas fotos antes de irmos comprar algumas roupas. Lexee estava ainda mais animada que eu, não que eu não estivesse gostando. Eu só queria que o Michael estivesse ali comigo.
  Era meu sonho ir para Paris com ele. Passearmos pelo rio Sena, irmos a Catedral de Notre Dame... Mas isso não seria possível. De certa forma, havíamos terminado e ele não me ligou, ou mandou mensagens querendo saber de mim. Uma hora dessas, ele deve estar se divertindo com Geordie em Tokio.
  Balancei minha cabeça tentando me livrar desses pensamentos. Nada de Michael ou Geordie. O que importa mesmo sou eu, Lexee e Paris.

P.O.V

 Meu rosto já estava congelado em um sorriso há muito tempo. Era como se alguém tivesse aplicado uma injeção de botox no meu rosto para que eu não pudesse parar de sorrir.
  Estávamos no parque nacional de Sidney, Harbour, fazendo as fotos para uma nova loja que abriu no centro. Amelia cuidava de tudo com mãos de ferro, mas isso não era o pior... O pior mesmo era trabalhar ao lado de Jasmine. Depois que ela parou de trabalhar na empresa da e a , ela veio trabalhar com a Amelia.
  - Ficaram ótimas, . Pode descansar agora.
  - Obrigada. Gabriela.
  Tirei o salto alto que estava machucando o meu pé e o coloquei em cima da mesa, tirei os grampos do meu cabelo, deixando os cachos que haviam se formado caírem livremente. Balancei um pouco a cabeça e me sentei em uma das cadeiras que estavam ali.
  - Senhorita , deseja alguma coisa?
  - Não, obrigada.
  - Você é gentil demais com eles. - Jasmine se aproximou. Senti meu sangue ferver.
  - Olha, se for para vir com falsidade para cima de mim ignore minha existência.
  - Eu só queria pedir desculpas por tudo que fiz. Não foi certo e agora eu enxergo isso.
  - Não é para mim que você tem que pedir desculpas.
  - Eu sei, mas ela não me ouviria.
  - Sinceramente? Você nunca vai saber se não tentar.
  - Tudo bem. E como está você e o Luke?
  - Para que você quer saber? Para contar para sua amiguinha, Aleisha?
  - , eu quero mesmo ser sua amiga e para provar, eu estou namorando. - ela levantou a mão e mostrou um anel de compromisso.
  - E quem foi o sortudo?
  - Na verdade foi o melhor amigo da , Lucas. - ela disse com um olhar sonhador.
  Comecei a rir, mas não uma risada discreta, eu gargalhava mesmo.
  - Qual a graça?
  - Você com essa cara de tonta apaixonada. - ela riu junto.
  Talvez ela não fosse mesmo uma má pessoa, mas mesmo assim, eu não confio nela.
  - ? - Amelia me chamou com a mão. Levantei-me e fui até ela. - Acabei de ver suas fotos e admito que ficaram incríveis.
  - Obrigada. - sorri aliviada.
  - Então, quero você como modelo permanente. Aceita?
  - Ah, claro! Vai ser uma honra trabalhar com a senhora.
  - Fico feliz. - ela chamou um rapaz com a mão. - Esse é seu assistente, Ethan.
  - Oi. - respondi um pouco tímida.
  - Oi.
  - Bem, vou deixar vocês sozinhos. - Amelia saiu.
  - Então, o que quer resolver primeiro? - ele me levou até uma mesa.
  - Na verdade, a única coisa que quero agora é ir para casa.
  - Vai ser rápido. Só preciso de todos os seus contatos e de alguma coisas que está disposta a fazer.
  - Tipo?
  - Comerciais de TV, aparições em séries, filmes, desfiles de moda, ensaios fotográficos, tapete vermelho.
  - Pode ser.
  - Tudo isso? - balancei a cabeça afirmando.
  Passei meus contatos, o endereço, o número da minha casa e e-mail. Assim, ele poderia me contatar a qualquer hora do dia.
  - Por enquanto é só isso. Qualquer coisa eu te ligo.
  - Tudo bem.
  - A propósito, a senhorita não quer jantar comigo essa noite? É apenas para os negócios.
  - Primeiro: me chame de você ou de . Segundo: pode falar normal.
  - Ah, que bom. Achei que você era uma daquelas modelos chatas e sem cérebro.
  - Imagino que conviveu com muitas desse tipo.
  - Só duas. Me formei na faculdade a dois meses e já tive a má sorte.
  - Pode chamar um táxi para mim?
  - Claro. Um minuto.
  Enquanto Ethan chamava o táxi, fui atrás das minhas roupas. Me troquei em uma das tendas e tirei a maquiagem, peguei minha mochila e voltei até onde Ethan estava.
  - Seu táxi chegou, .
  - Obrigada. - sorri.
  - Então, te pego as oito?
  - Claro.

*

 - Terminou, Angel?
  - Ainda não. Espera um pouquinho.
  Angelina era a nossa vizinha da frente. Às vezes, eu conversava com ela. Ela é bem legal, simpática além de ser muito bonita. Loira, alta, olhos azuis e magra. Fazia uma hora que ela estava me ajudando a ficar pronta para o encontro com o Ethan. De acordo com Angel, ele seria ótimo para me fazer esquecer Luke e ela insistia nisso mesmo eu dizendo que ele era apenas meu assistente e que ele me chamou para sair apenas para tratar de negócios.
  -Pronto. Pode olhar.
  Levantei-me e fui até o espelho que havia em meu quarto e quase cai para trás. A maquiagem que Angel havia feito era básica, mas bonita. O brinco que ela havia colocado ainda estava incomodando, mas ficou lindo.
  - Vem, eu quero tirar uma foto da minha obra prima.
  Sorri e deixei que Angel tirasse a foto. De fato, eu estava muito bonita.
  - Obrigada.
  - Estou sempre a disposição.
  - Angel, você quer ser minha maquiadora? - seus olhos brilharam.
  - Sério?
  - Muito sério.
  - Sim. - ela me abraçou. Retribui o abraço.
  Eu sabia que aquilo era importante para ela. Angelina cursava Estética e Cosmética em uma das faculdades de Sidney e trabalhar para alguém iria ajudá-la muito.
  A campainha tocou, nos separamos e ela tinha os olhos marejados. Descemos as escadas. Abri a porta e Angelina saiu primeiro. Quando olhei quem me esperava a surpresa foi evidente.
  - Pai? Mãe? O que estão fazendo aqui?
  - Viemos nos despedir. Temos que ir embora. - meu pai entrou.
  Corri até ele e o abracei. Minha mãe já estava chorando quando cheguei perto dela.
  - Vá nos visitar. - ela disse.
  - Algum dia.
  - Vai embora com a gente? - pediu com os olhinhos azuis marejados.
  - Eu não posso, meu amor. - me abaixei para ficar do seu tamanho. - Mas eu vou te ver logo, está bem?
  - Ta bom. - ela me abraçou.
  - Cuida dela, ta bem? - olhei no fundo dos olhos do .
  - Sempre. - ele me abraçou. - Vou sentir sua falta. Ainda mais.
  - Eu também. - o soltei. - Eu amo vocês.
  Nos juntamos, nos abraçamos e eu me segurei para não chorar. Fui com eles até o carro e quando eles foram embora foi como se um pedaço do meu coração havia se soltado. Deixá-los uma vez foi difícil, agora parecia quase impossível.
  Corri para dentro de casa e me joguei no sofá. Pisquei os olhos para cima tentando evitar as lágrimas. Novamente ouvi o som da campainha, dessa vez era Ethan. Ele estava lindo, com uma blusa branca social, calça jeans e tênis da Nike.
  - Você está linda.
  - Obrigada, você também.
  - Vamos?
  - Claro.
  Tranquei a porta de casa, coloquei as chaves dentro da bolsa, entrei no carro e fomos até um restaurante no centro da cidade. Fomos conversando e tínhamos mais em comum do que eu podia imaginar.
  Ele adorava nadar, mas gostava do frio. Preferia ficar em casa a ir para uma balada. Tinha paixão por cachorros e sorvete.
  - Chegamos.
  Ethan entregou as chaves para o manobrista e entramos.
  O restaurante era lindo. Estilo japonês com lanternas de papel e mesas baixas com almofadas.
  - Pelo que sei, você gosta de comida japonesa.
  - Sim. - sorri meio amarelo.
  Falar de comida japonesa me lembrava o Japão e falar de Japão me lembrava Luke.
  Luke... Ele deve estar se divertindo agora. Fazendo algum show ou transando com alguma fã iludida no hotel. A cena me deu vontade de vomitar e chorar ao mesmo tempo. Tratei logo de me recuperar, se ele podia recomeçar, eu também podia.

Luke P.O.V

 Depois do show e Calum foram dar um passeio. Achei mais que merecido. Pela primeira vez em dias eu pude ver sorrir, mas sorrir de verdade.
  Ashton, Mike e eu voltamos para o hotel, não tínhamos nada para fazer na rua. Assim que chegamos liguei o vídeo game e me joguei no sofá.
  A noite havia sido boa, o show foi incrível e Cal mais haviam reatado o namoro. Tudo estaria melhor se estivesse aqui comigo.
  Eu sentia a falta dela, de quando assistíamos filmes juntos, de irmos ao parque, ou de dormimos juntos. Fazia quase três dias, mas tristeza a gente tem que mastigar. Desliguei a TV e tirei a blusa me jogando na cama logo em seguida. Peguei meu celular e mandei uma mensagem para a , que provavelmente seria a única a me responder.

E ai?
  Oi. Luke. Tudo bem?
  Não e você?
  Também não.
  Por causa de Ashton ou Liam?
  Ashton. Liam já está bem melhor, já voltou a aprontar de novo.
  Que bom, mas você e Ashton não terminaram.
  Não diretamente, mas ele pediu para que eu fosse embora. Tenho certeza que ele quer que eu vá apenas para ele ficar com a Jasmine.
  Não viaja, . Ele só queria o melhor para a sua carreira.
  Ele tinha que ter percebido o que é era melhor para mim, não para a minha carreira. Eu o odeio por isso.
  É coisa de momento. Você e o ama e eu sei. Você sabe.
  Quero ver se você vai dizer a mesma coisa quando vir com quem estava jantando.

 Me levantei apressado assustando Mike, ele caiu da cama e resmungou algumas coisas que não pude compreender. Liguei o computador e pesquisei por na internet.
  Quase cai da cadeira quando vi as fotos dela entrando com um cara. Pelo visto ela não estava sofrendo nem um pouco, já que estava saindo com outros caras. A tristeza foi embora e deu lugar a raiva, peguei meu celular e liguei para ela.
  Já estava desistindo quando ela atendeu.

LIGAÇÃO ON

- Você pirou, Luke? São quatro horas da manhã.
  - Que história é essa de você jantando com um cara?
  - O quê? Como você sabe?
  - Acho que você é esperta o bastante para saber o que é paparazzi.
  - E daí? Que eu saiba, eu não sou mais sua namorada.
  - E pelo visto nem me ama o tanto quanto disse, não é? Já ta de namoradinho novo.
  - Luke... - sua voz soou calma o que me deixou confuso. - Ele é meu assistente. Nada mais que isso e sim, eu te amo o quanto eu disse. Só não quero sofrer mais por causa de Aleisha ou das suas fãs.
  - Eu não gosto dela. Gosto de você.
  - Tem certeza?
  - Como não posso ter certeza dos meus próprios sentimentos? Eu sei que te amo, e eu sinto a sua falta.
  - Eu também sinto a sua. - ela estava se segurando para não chorar. - Mas eu não posso voltar com você, Luke, eu não quero sofrer de novo.
  - Você já está sofrendo, , assim como eu.
  Ficamos um tempo em silêncio, apenas ouvindo a respiração um do outro.
  - Você quer voltar comigo? - ela perguntou por fim.
  - O que você acha?
  - Acho que sim, mas eu não quero sofrer.
  - E não vai. Eu nunca mais vou deixar Aleisha te atingir.
  - Tudo bem. - ela suspirou.
  - Então voltamos?
  - Conversamos quando você chegar.

LIGAÇÃO OFF

P.O.V

 O centro de Tokio é a coisa mais linda e brilhante que eu já vi na vida. Era impossível deixar meus olhos parados. Olhei para Calum que sorria tão maravilhado quanto eu.
  A felicidade que eu sentia por finalmente ter feitos as pazes com ele era inexplicável. Ver aquele sorriso que eu tanto amava era um presente para mim. As lágrimas que algumas horas insistiam em cair agora não havia mais motivos para tê-las em meus olhos. Calum era o motivo do meu sorriso.
  O que ele havia feito para mim era a coisa mais linda e sincera que alguém poderia ter feito. Uma declaração em pleno palco, para milhares de fãns.
  Imagino que os tablóides devem estar loucos.Ninguém sabia que estávamos separados, até o momento que ele pediu desculpas em público. A coisa mais fofa que ele poderia ter feito.
  - Aqui é lindo. - disse por fim, suspirando.
  - Você é linda. - ele me abraçou por trás dando um beijo no meu pescoço. - Eu senti sua falta.
  - E eu a sua. - me virei encontrando seus lindos olhos castanhos.
  Coloquei as mãos em sua nuca e o puxei para um beijo. O gosto do seu beijo sempre me foi familiar, mas tinha mais alguma coisa ali. Saudade, desejo e uma felicidade a pouco conquistada. Parti o beijo por falta de ar, ainda com os olhos fechados pude sentir a respiração ofegante de Calum em meus cabelos. Suas mãos agarram com força a minha cintura como se não quisesse me soltar, sorri com isso.
  Abri os olhos e peguei sua mão, voltando a andar. Parei em frente a um café, olhei pela janela e fiquei maravilhada. Havia um monte de gatinhos. De várias cores e raças diferentes. As poucas pessoas no local brincavam com eles. Calum riu e pegou minha mão me levando para dentro do café.
  Me sentei em um monte de almofadas em uma mesa baixa. Logo um gatinho com a pelagem branca veio correndo em minha direção. Era o bichinho mais fofinho do mundo, ele implicou com o cadarço da minha bota. Peguei meu celular em cima da mesa e tirei algumas fotos postando no instagram logo em seguida.
  Calum se aproximou com duas xícaras com café e um prato cheios de cookies de chocolate.
  - Por que isso?
  - Porque eu to com fome. - ri.
  - Não. Por que tem gatos aqui?
  - As casas aqui são muito pequenas e a maioria das pessoas não tem animais de estimação. Então, eles criaram esses cafés para eles terem algum contato com animais.
  - Que divertido. - fiz carinho no gatinho aos meus pés. - Ele é um amor.
  - Olha que eu fico com ciúmes, hein? - Cal brincou.
  - Um gatinho com ciúmes de outro? Essa é boa.
  Ele riu. Tomei meu chocolate quente e voltei a brincar com o gatinho.
  - Temos que ir embora amanhã de noite. - ele disse normalmente.
  - Que pena. - suspirei. - Aqui é tão bonito.
  - Um dia a gente vai voltar. - ele pegou minha mão.
  - Que esse dia chegue logo então. - apertei suas mãos e ele sorriu.
  Ficamos por algumas horas ali, conversando e brincando com os gatos. Quando deram onze horas fomos embora, pois o lugar fecharia. Fiquei triste. Eu não queria deixar o Abel, que descobri ser o nome do gato. Ele passou as patas na janela enquanto eu entrava em um táxi.
  Calum passou seu braço por minha cintura e me puxou para mais perto. Deitei minha cabeça em seu ombro e entrelacei nossos dedos.
  - É bem melhor quando estamos juntos.
  - Eu concordo. - ele me selou. - Eu te amo, baixinha.
  - Eu também te amo.
  Chegamos ao hotel em poucos minutos. Calum foi até o seu quarto pegar uma roupa mais confortável para dormir. Aproveitei e troquei de roupa colocando um pijama de frio e tirando a minha maquiagem.
  Me deitei na cama e percebi o quanto estava cansada e totalmente esgotada. Calum abriu a porta e deixou sua mala ao lado da minha, ele se sentou ao meu lado e me fez deitar em seu peito.
  Ele ligou a TV e estava passando um jogo do Liverpool vs Chelsea. Estava 0x0.
  - Seu timinho vai perder. - zoei Calum.
  - Até parece. O Liverpool é muito melhor que o Chelsea. - ri em ironia.
  - Só que nunca. Chelsea vai ganhar.
  - Vamos ver então. - ele sorriu.
  Assistimos 30 minutos no jogo e nada. O jogo estava difícil.Até que o divo do Oscar Emboaba, brasileiro lindo, fez um gol de voleio. Levantei-me em um pulo e comecei a fazer uma dançinha da vitória.
  - Toma, Hood. Quem é o melhor time agora? Hein?
  - Você é uma idiota.
  - Eu sei. - mostrei a língua para ele.
  A porta se abriu bruscamente me fazendo dar um salto. Calum se levantou assustado, seu rosto suavizou quando viu que era apenas Mike.
  - Puta que pariu, Clifford! Quer me matar do coração?
  - Achei que fosse mais corajoso, Hood. - Mike debochou.
  Antes que Cal pudesse responder me meti no meio.
  - O que você quer, Mike?
  - Vim mostrar uma coisa para vocês.
  Ele fechou a porta e andou em minha direção me entregando um papel. Conheci a caligrafia de Ashton antes mesmo de ler o bilhete.

"Eu fui atrás dela"

Capítulo 22

P.O.V

 -Tchau, meu anjo. - dei um beijo na testa de Liam. - Aproveita a escola.
  - Ta bom. - ele acenou sorrindo.
  Acelerei e fui em direção ao Central Park, eu precisava relaxar um pouco.
  O vento frio batia em meu rosto me dando uma sensação de finalmente estar em casa. Casa. Uma palavra tão pequena, mas que significava tanto para mim. Nova York se tornou a minha casa, tudo ali era familiar para mim, cada canto, cada rua, cada loja e cada parque.
  Eu nunca deveria ter aceitado aquela maldita proposta de fazer um filme em Sidney. O que eu estava pensando? Nova York é a minha casa, é onde eu me sinto bem. Aqui, eu tenho minha mãe, meu pai e meus amigos, mesmo que eu não tenha os vi desde de que voltei, todos na faculdade ou com os seus trabalhos.
  Andei até o playground, era incrível como as crianças não perdiam a vontade de brincar mesmo com o frio que estava fazendo. Me sentei em um banco, fiquei encarando os meus próprios pés, coloquei minha touca e torci para ninguém me reconhecer.
  Meu celular começou a vibrar dentro do meu bolso. O peguei e atendi.

LIGAÇÃO ON

 - Alô?
  - Oi, priminha do meu coração.
  - Oi, .
  - Como ta o Liam?
  - Bem. Já voltou para a escola.
  - Que bom. E seus pais?
  - Estão em casa, chegaram de madrugada.
  - Dá um "oi" por mim.
  - Ok.
  - Ta ocupada?
  - Não, por quê?
  - Porque eu to no tédio aqui.
  - Duas. - rimos. - E sua sessão de fotos? Foi boa?
  - A Amelia disse que sim e me chamou para ser modelo permanente.
  - Que bom, . Parabéns!
  - Obrigada.
  - Não ta animada?
  - Estou, - ela suspirou. - mas eu tenho medo.
  - Medo de quê?
  - De perder o Luke de vez. Eu vou viajar muito e ele também.
  - Mas achei que vocês estivessem separados.
  - Vamos conversar assim que eles chegarem.
  - Ta no aeroporto?
  - Sim, eu só preciso ver ele.
  - Lembra quando você era pequena e dizia que nunca se apaixonaria?
  - Lembro. - ela riu.
  - Acho que você não cumpriu bem esse projeto de promessa.
  - Queria ter mantido o que eu disse. Tipo, você se apaixona, as pessoas perdem a graça, as músicas te decifram, os filmes te completam e as frases ficam mais clichês.
  - Tudo que eu conheço do amor são os sintomas e os hematomas.
  - Te entendo perfeitamente. - suspiramos juntas. - Será que tem remédio?
  - Tem e o nome dele é bem simples e fácil: Ashton Irwin. O cara atrás de você.
  - O quê? - quase gritei. Me virei para trás e meus olhos não acreditaram no que viram. - Você tava me enrolando?
  - Na maior parte do tempo. Eu te amo, e quero que você seja feliz.

LIGAÇÃO OFF

 Ela desligou me deixando ali sem palavras. Ashton caminhava devagar em minha direção, ele carregava um buquê de rosas vermelhas. Ele se sentou ao meu lado e ficamos em silêncio por alguns segundos.
  - São para você. - ele me entregou as flores.
  As peguei com cuidado como se houvesse uma bomba entre elas.
  - Por que você está aqui? Não deveria estar no Japão?
  - Deveria, mas eu precisava te ver. - ele suspirou. - Precisamos conversar.
  - Não. - balancei a cabeça. - Você queria que eu fosse embora e eu fui.
  - Eu nunca quis que você fosse embora, eu só queria o melhor para você.
  - Eu sei bem o que é melhor para mim, é ficar do seu lado. - olhei no fundo dos seus olhos.
  - Me desculpe, você é quem deve tomar suas próprias decisões. - ele parecia realmente arrependido.
  Olhei para as flores e depois para ele. Me aproximei e o abracei, ele me puxou para perto e eu pude sentir o seu perfume, afundei meu rosto em seu pescoço. Que saudade que eu estava dele.
  - Isso faz cócegas. - ele sussurrou no meu ouvido.
  - Senti sua falta. - me soltei.
  - Eu também. - ele me beijou.

*

 Passamos o resto da tarde andando pelo Central Park. Perdi a conta de quantos paparazzis estavam escondidos nos observando, mas aquilo não importava.
  O que importava de verdade era a mão de Ashton entrelaçada a minha, o seu sorriso, os seus olhos, o seu jeito, o seu perfume e a sua voz dizendo-me que me amava.
  E foi ai que percebi que sou completamente e perdidamente apaixonada por ele e eu tinha certeza que Ashton Irwin era o amor da minha vida.

P.O.V

 Assim que desliguei o telefone, um sorriso involuntário se abriu em meu rosto. Eu tinha certeza que Ashton e se resolveriam, eles eram um casal perfeito e mereciam ser felizes.
  Tirei minha blusa de frio e a joguei no banco ao meu lado. O voo dos meninos estava atrasado e eu já estava ficando farta de esperar.
  Passei a mão pelas mechas coloridas do meu cabelo que já estavam desbotando. Assim que terminasse de conversar com Luke eu iria a um salão de beleza re-pintar as mechas. Mandei uma mensagem para Ethan pedindo que ele olhasse um bom salão.
  Ethan era um garoto perfeito. Bonito, alto, forte, com olhos lindos, voz encantadora, uma risada gostosa de se ouvir e um sorriso que faz qualquer uma tremer nas bases. A conversa dele era envolvente e dava vontade de ficar a noite toda falando com ele.
  - .
  A voz de me fez despertar dos meus devaneios. Antes que pudesse ver seu rosto ela se jogou em cima de mim e me abraçou.
  - Calma ai, anã. - ela me soltou por um momento. Me levantei e a abracei. - Se resolveram? - cochichei em seu ouvido.
  - Sim. - ela disse animada.
  - !
  - Cal! - o abracei. - Como foi? Estava nervoso? - o olhei divertida.
  - Pra caralho. Tava quase vomitando.
  - Que nojo. - o empurrei.
  - Oi, Mike. - o abracei.
  - Achei que te veria de cara amarrada hoje. - ele me deu um beijo na bochecha.
  - Na verdade, acordei de bom humor. - sorri.
  - Tem certeza que você é ? - ele me olhou desconfiado e eu ri.
  - Absoluta.
  - , eu tenho duas novidades para você. - disse com um sorriso sapeca.
  - Já vi que lá vem bomba, fala ai.
  - Primeira: eu consegui ser modelo permanente da Amelia. - ela me abraçou de novo.
  - Parabéns, sua maluca, eu sabia que eles iam te amar.
  - Calma que tem mais. - tirei seus braços dos meus ombros.
  - O que foi? - ela perguntou eufórica.
  - Eu vou fazer um desfile para a Chanel aqui em Sidney.
  - Meu Deus, , isso é totalmente incrível. - ela me abraçou de novo.
  - Obrigada.
  Olhei por cima do ombro de e vi que Luke me observava com um meio sorriso. Ela se soltou e sorriu de novo.
  - Vamos, meninos, vocês têm uma entrevista na rádio.
  - Agora? - perguntei decepcionada.
  - Almoçamos juntos, ta bom? - Mike prometeu.
  Meu celular vibrou em meu bolso. Abri a mensagem de Ethan.

Estou na porta. Salão daqui 20 minutos xx

 - Tudo bem, eu também já vou indo. Encontro vocês no Tom's?
  - A uma. - Mike confirmou.
  Peguei a minha blusa e fui até onde Ethan estava. Entrei no carro e ele me levou a um salão do centro.
  - Como foi?
  - Não falei com ele ainda. - suspirei. - Mas vamos almoçar todos juntos no centro.
  - Não esquece que tem o desfile hoje à noite.
  - Não esqueço. - sorri. - Minha primeira grande oportunidade.
  - Você vai sair bem. - ele dobrou uma esquina. - Só não cai de cara na passarela.
  - Para com isso. - dei um tapa em seu braço.
  Um latido de cachorro me assustou, virei pro banco de trás e encontrei Fox sentado.
  - Não era para você ter levado ele ao Pet-shop para mim?
  - Vou levar assim que te deixar no salão.
  Fox era a minha outra grande surpresa para as meninas. Eu o peguei no canil e me apaixonei por ele. Quando chegasse em casa ela notaria que havia um novo hóspede, afinal, Fox era o meu bebê e eu havia comprado um monte de coisas para ele.
  - Pronto, senhorita. - Ethan falou com ironia.
  - Obrigada, idiota. - mostrei a língua e ele riu.
  - Te busco daqui a meia hora.
  Entrei no salão e uma mulher chamada Jenna me atendeu. Ela me levou até uma cadeira e começou a descolorir as pontas do meu cabelo.

Quero você ás sete no local do desfile xxMia

 Sim, senhora empresaria :p

 Sem gracinhas, mocinha. E a Angelina já está aqui.

 Por quê?

 Ela precisa se acostumar.

 Ok. Até as sete.

*

Sai do salão completamente renovada. Além de arrumar o cabelo, também fiz as unhas e uma massagem maravilhosa. Ethan me esperava escorado no carro e com Fox na coleira, ele latiu assim que me viu.
  - Trouxe seu café, majestade.
  - Se você continuar com isso eu juro que vou te bater.
  - E eu juro que te processo. - ele sorriu malicioso.
  - Vamos.
  Entramos no carro e ele me levou até em casa. Me despedi dele com um beijo no rosto e entrei. estava jogada no sofá, de cabeça para baixo assistindo Pretty Little Liars. Me abaixei soltando Fox da coleira e ele correu até sua caminha.
  - De quem é? - jogou um punhado de pipoca na boca enquanto olhava para Fox.
  - Meu. - bebi mais um pouco do meu café.
  - Gostei.
  - Então, os meninos estão na rádio? - ela balançou a cabeça.
  - Pelo visto não vai dar para almoçamos juntos. - me olhou. - Posso pedir para eles irem ao desfile?
  - Pode. Eu deixo os ingressos na casa deles.
  - Ok.
  - Pizza? - sorri me jogando no sofá.
  - Pizza. - confirmou sorrindo.

P.O.V

 Andar pelos corredores do Museu do Louvre com certeza não estava me acalmando. A única coisa que eu queria fazer era voltar para Sidney e bater na Geordie até ela chorar.
  Imagina que aquela vadia espalhou para a mídia mundial que voltou a namorar o Mike e ainda deu as fotos que eles tiraram no Natal/Ano Novo e Mike não havia dito nada. Será que era verdade? Não podia ser, eu sei que Michael me ama, ou pelo menos eu acho.
  - , espera. - Lexee correu atrás de mim.
  - O que foi? - disse ríspida.
  - Aquilo não é verdade. O Michael te ama.
  - Ama mesmo? Porque estou começando a duvidar... - senti as lágrimas de raiva, tristeza e frustração chegando.
  - Claro que sim, mon amour.
  A olhei com os olhos marejados. Lexee logo entendeu o recado e me abraçou.
  - Vamos embora.
  Saímos do Louvre e ela chamou um táxi para nos levar ao hotel. Respirei fundo tentando me acalmar.
  Eu estava em Paris, uma das cidades mais bonitas de todo o mundo. Não deveria estar ligando para um menino idiota e uma vadia. Mas eu estava, eu amava Michael Clifford mais do que qualquer outra coisa do mundo e apenas pensar que ele podia estar com outra agora me dava um aperto no peito.
  - Sont € 20, se il vous plaît.
  - Le voici. Gardez la monnaie.
  Descemos do táxi e entramos no Hotel. Entramos no elevador e Lexee apertou o botão do nosso andar.
  - Mandei preparar um banho de rosas para você se acalmar.
  - Obrigada.
  - E nosso jato sai às três.
  Entramos no quarto e fui direto para o banheiro. A banheira estava cheia e com pétalas de rosa flutuando, a luz estava apagada, mas velas com cheiro de baunilha iluminavam o local.
  Me despi e entrei na banheira, relaxei os meus músculos e fechei os olhos. Uma música suave começou a tocar, achei que era coisa da minha cabeça, mas ela ia ficando cada vez mais alta. Abri os olhos e peguei meu celular que estava no meio da minha pilha de roupas.

LIGAÇÃO ON

 - Alô?
  - Oi, minha filha. Como você está?
  - Estou bem, mãe. E ai?
  - Tudo bem. E Paris?
  - É incrível. - suspirei. - Uma das cidades mais bonitas que já visitei.
  - Que bom que está gostando. E o seu trabalho?
  - Consegui alguns dias de folga, mas volto ainda hoje para Sidney. - mexi os pés fazendo as pétalas se mexerem.
  - Você está bem mesmo? Parece prestes a chorar.
  E foi com essa pequena frase que fez com que eu chorasse de fato. Senti o tom preocupado da minha mãe em meus ouvidos.
  - O que houve, minha filha?
  - Briguei com o Michael. - disse entre soluços.
  - Oh, meu amor, logo vocês se acertam.
  - Não sei, mãe.
  - Quer que eu fale com ele?
  - Não precisa. Acho que se ele gostar de mim de verdade vai tentar falar comigo.
  - Tudo bem. Preciso dormir, meu anjo. Boa noite.
  - Eu te amo.
  - Também te amo.

LIGAÇÃO OFF

 Joguei o celular de volta na pilha de roupas. Sai da banheira e peguei um roupão, escovei os meus dentes e passei um pouco de maquiagem. Peguei a minha mala e separei uma roupa e deixei a mala no canto.
  Me troquei e deixei meu cabelo solto. Calcei meus saltos pretos novos da Chanel e me joguei na cama com o meu celular.
  - Vou tomar banho.
  Balancei a cabeça e Lexee entrou. Conferi se minhas coisas estavam organizadas e se não havia esquecido nada. Tudo certo.
  Abri uma fresta do banheiro e Lexee estava deitada na banheira falando com alguém no celular. Sorri e sai do quarto indo em direção a Torre Eiffel.
  Olhei para os casais a minha volta, pareciam tão felizes, tão apaixonados.
  Talvez eu estivesse sendo dramática demais no começo. Era apenas um jantar e a mãe de Mike ainda era amiga de Geordie.
  Talvez a culpa fosse toda e completamente minha. Eu estava sofrendo porque merecia, Michael tem uma vida e ele pode fazer o que quiser e ver quem quiser. Eu apenas tinha que ter tido confiança nele.
  Digitei o número dele e coloquei o celular no ouvido.

LIGAÇÃO ON

 - ?
  - Oi, Mike. - suspirei. - Pode falar comigo agora?
  - Um segundo.
  As vozes ao seu redor foram diminuindo. Será que ele estava em uma premiação?
  - Você não está ocupado? Em alguma premiação ou coisa do tipo?
  - É só o desfile da . Ela vai me perdoar por perder alguns minutos. - ele parou por um momento. - Você está bem?
  - Um pouco. - respirei fundo. - Eu queria te pedir desculpas por ter errado tanto com você, por ser tão idiota quanto eu sou. Eu tento de todas as formas ser a pessoa que você tanto sonhou, a que mais te faz sorrir, que está do seu lado sempre, mas também dói em mim não ser assim. Porque dói ter esse vazio aqui, sem ter você pra preencher, sem ter nada, sem sentido, sem vontade de viver. Olhar pra trás e ver o que éramos, e o que podíamos ser por minha culpa. Por ser tão idiota e conseguir acabar com tudo.
  - Não chora, , a culpa não é sua. Eu que sou um idiota e fiz você passar por coisas que não precisava. Eu sinto a sua falta e sei que isso é minha culpa. Saber que você se sente culpada por algo que eu fiz me deixa com vontade de bater em mim.
  - Eu te amo. - disse num sussurro com a voz embaraçada pelas lágrimas que insistiam em descer do meu rosto.
  - Eu também te amo. Me perdoa?
  - Claro. E você me perdoa?
  - Óbvio.
  - Queria poder te beijar agora. - sorri para os meus próprios pés.
  Dei meia volta e comecei a caminhar de volta para o hotel, deixando que minhas lágrimas secassem com o sol.
  - Que dia você volta? - havia uma certa urgência em sua voz.
  - Hoje.
  - Então, você chega amanhã?
  - Sim. Vai me buscar?
  - Claro.
  Cheguei ao saguão e Lexee já estava saindo com as nossas malas. O carregador começou a colocar tudo dentro do porta-malas do Táxi, ela fez sinal para que entrasse e assim o fiz.
  - Tenho que ir.
  - Tudo bem. Eu te amo.
  - Eu também.
  - Estamos de boa?
  - Estamos.

LIGAÇÃO OFF

Luke P.O.V

terminava de dar um nó na gravata de Calum enquanto Mike se olhava pela centésima vez no espelho. Bufei irritado.
  - Calma ai, Lukey. - Mike se sentou ao meu lado. - A limusine já ta chegando.
  Ouvimos uma buzina. Me levantei do sofá com um salto e abri a porta.
  - Eu disse. - Mike sussurrou.
  Entramos todos e fomos até onde seria o desfile da Chanel.
  E essa seria a minha chance de falar com . Precisamos conversar seriamente. Eu não quero terminar e sei que ela também não, mas agora com sua nova carreira de modelo (uma coisa que me incomoda um pouco) vai ser ainda mais difícil.
  Chegamos ao desfile. A porta foi aberta e Mike desceu primeiro, os flashes logo invadiram o meu rosto. Vários repórteres gritavam pelo meu nome pedindo que eu falasse com eles. O desfile seria em vinte minutos, então achei que não teria problema.
  - Então, Luke, como você está se sentindo por estar no primeiro desfile de , sua namorada?
  - Estou muito orgulhoso dela. Ela merece.
  - Você sente ciúmes de tantos homens trabalharem com ela?
  - Não. Confio nela e sei que ela me ama tanto quanto amo ela.
  - Vocês são um casal bonito... Não pensam em fazer um Photoshot juntos?
  - Tudo bem acho que você já respondeu perguntas demais. - Amelia apareceu ao meu lado. – Vamos, Luke.
  Ela me puxou para dentro.
  - É um prazer ver você novamente, Luke.
  - O prazer é meu, Amelia.
  - Então, você não gostaria de fazer algumas fotos com a ? - ela tirou os óculos escuros e sorriu.
  - Você teria que ver isso com o Brad.
  -Claro, vou falar com eles. Seus amigos estão logo ali. - ela apontou para a segunda fileira.
  Me sentei ao lado de , ela sorriu confiante e apertou a minha mão.
  - Tudo vai ficar bem. - ela cochichou.
  - Espero que sim. - retruquei.
  Ela sorriu e voltou seus olhos para frente.
  - Boa noite. - uma mulher um pouco mais velha que Amelia começou a falar. - Com vocês, a coleção de verão da Chanel Sidney.
  Todos bateram palmas e as modelos começaram a entrar. comentava a todo o momento como as roupas eram incríveis e que ela mal podia esperar para comprar todas elas. Mas ela se calou no exato momento em que entrou.
  Meu queixo caiu, ela estava simplesmente perfeita. Seus cabelos castanhos estavam pintados de rosa nas pontas, a maquiagem destacou seus olhos e seus lábios estavam cobertos por um batom vermelho. Ela estava de salto alto, uma saia preta e um top com estampas.
  - Ela está... - Mike começou.
  - Incrível. - completei.
  O celular de Mike começou a tocar e ele saiu correndo. Continuei olhando igual um idiota para . Quando ela me viu, seus lábios vermelhos se abriram em um sorriso, sorri de volta e ela piscou. Ela deu as costas e voltou desfilando.
  Uau! Desde de quando ela havia mudado tanto? Quando a conheci ela era uma menina meio rebelde, que não ligava para nada e fazia o que queria. Agora ela já tinha suas próprias responsabilidades, havia crescido por dentro e a cada dia ficava mais bonita.

*

 Depois do desfile haveria uma festa para comemorar. Os fotógrafos deram um tempo e foram pegar suas taças de champanhe. Olhei em volta procurando , mas nada dela.
  - Oi.
  Sua voz veio aos meus ouvidos de uma forma tímida. Me virei e lá estava ela, completamente diferente da passarela, com jeans rasgados, all star surrados e uma camiseta preta e sua blusa xadrez amarrada na cintura.
  - Você está linda.
  - Você também.
  - Você com sua mania de responder um elogio com outro elogio.
  - Isso é porque eu nunca sei o que dizer quando sou elogiada. - ela se aproximou.
  - Deveria se acostumar, isso vai acontecer bastante. - disse sem tentar esconder os meus ciúmes.
  - Você é um idiota. - seu sorriso só aumentou. - Acha que eu ligo para o que os outros vão pensar ou dizer?
  - Você pode não ligar, mas eu sim. - a puxei pela cintura. - Você é minha. - sussurrei em seu ouvido.
  - Não acho que devemos conversar assim.
  - Você ainda quer conversar? Eu te amo e você me ama. Isso é o bastante.
  Ela se afastou um pouco e eu pude olhar dentro dos seus olhos castanhos.
  - Por favor, .
  Ela colocou os braços em volta do meu pescoço e me olhou de forma inocente.
  - Acha que eu devo te perdoar? - ela sorriu divertida.
  - Tenho certeza.
  - Hum... Eu também.
  Sorri e a puxei para um beijo, mas antes que nossos lábios pudessem se tocar, uma mulher se aproximou.
  - ? - ela se virou.
  - Oi, Mia.
  - Preciso falar com você. A sós.
  - Pode falar, eu não escondo nada do meu namorado. - sorri.
  - Você vai participar do novo filme da sua prima aqui em Sidney.
  - Espera, o filme não séria filmado em Los Angeles?
  - Houve algumas mudanças. Pelo que sei, eles queriam a sua prima de qualquer jeito e quando ela recusou, eles aceitaram mudar as gravações para Sidney. As gravações começam daqui uma semana.
  - Maneiro.
  - Ethan vai te passar os seus horários, ok?
  - Ok.
  - Não gosto desse cara. - disse assim que Mia saiu.
  - Você só está com ciúmes. - ela riu. - Ele é legal.
  - Duvido.
  - Para com isso, Hemmings.
  A puxei novamente pela cintura e colei os nossos lábios Cara, como eu senti falta daquilo. As mãos de passeando pelos meus cabelos e suas unhas arranhando de leve a minha nuca, minhas mãos em sua cintura e em suas costas.
  - Eu quero ir para casa. Não aguento isso. - ela disse escondendo sua cabeça em meu peito.
  - Jura? Achei que era isso que queria.
  - Não gosto dessas festas, eu prefiro ficar em casa...
  - Vendo TV e comendo um monte de bobagens. - completei.
  - Na verdade, eu queria ler Harry Potter e fazer carinho em Fox.
  - Fox?
  - Meu cachorro, ele é um fofo. Você vai gostar.
  - Você quer ir embora?
  - Sim. - ela disse cansada.
  - Então vamos.
  - Me espera aqui que eu já volto.
sumiu no meio da multidão.
  - E ai, deu certo? - apareceu ao meu lado me dando um susto.
  - Credo, garota. Quer me matar?
  - Responde, Hemmings.
  - Sim, deu certo, baixinha.
  - Awn... Que bom. - ela me abraçou. - Cadê ela?
  - Foi buscar as coisas dela, vamos para casa.
  - Ai que alivio. Achei que a ia fazer a gente ficar mais tempo aqui. Vou chamar os meninos.
  - Anda rápido então, porque ela já ta chegando.
  - Ok.
saiu correndo. Alguns minutos depois voltou com sua mochila de sempre e umas três sacolas com o nome da Chanel gravado.
  - O que é isso?
  - Ganhei roupas da nova coleção. Não é demais?
  - Você estava perfeita. - chegou abraçando .
  Um dia essa garota vai matar alguém do coração com suas entradas repentinas.
  - Obrigada. Olha. - estendeu as sacolas.
  - Incrível, tomara que você tenha ganhado aquela saia preta de couro. Ela é linda.
  - Vamos embora?
  - Pelos fundos? - Cal perguntou.
  - Óbvio. - ela respondeu e saímos correndo.
  E agora eu sabia que tudo daria certo.

FIM



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