10 Steps The Wedding

Escrito por Boo | Revisado por Natashia Kitamura

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Música: A Little Bit Of Your Heart, por Ariana Grande

  Seis anos atrás, quando eu me olhava no espelho, eu enxergava uma garota que não sabia se deveria passar batom para o primeiro encontro, ou se deveria colocar uma calça jeans ao invés de colocar um vestido. Minhas mãos tremiam e suavam e eu me perguntava como ele estaria e se estava tão nervoso quanto eu.   Em menos de uma hora, tudo começaria de novo.
  Ainda me olhando no mesmo espelho, eu tentava aceitar que aquela mulher vestida de branco era apenas o meu reflexo, minhas mãos tão tremulas quanto antes mal conseguiam segurar alguma coisa sem derrubar, estava com medo de segurar meu próprio buquê! Não queria pensar nele, pois sentia vontade de chorar a cada vez que eu imaginava aquele rosto. Por causa das superstições asquerosas de , eu já estava há três dias sem ver meu noivo. Precisava segurar a sua mão para me sentir confiante e para ter certeza de que ele não desistiria. E se ele se cansasse de mim? E se agora ele estivesse dentro de algum avião, fugindo pra uma ilha deserta com outra?
  Seria o fim.
  Senti dois braços finos passando ao redor de minha cintura e uma superfície dura em minhas costas. Apoiando o queixo em meu ombro, lá estava minha melhor amiga me olhando no reflexo do espelho com um sorriso imenso nos lábios.
  - Olha só pra você, garotinha. – sussurrou com a voz embargada. – Pronta pra começar o resto da sua vida!
  - E olha só você. – respondi, apertando suas mãos levemente. – Perto de dar a luz aos meus afilhados!
   estava no sétimo mês da sua gestação. Carregando um casal em seu ventre, parecia que ela iria explodir, mas eu nunca havia a visto tão linda em toda a minha vida.
  - Nossos afilhados, queridinha. – disse , aparecendo ao nosso lado. – Olhe só pra nós!
  - Estou com tanto medo! – suspirei, cabisbaixa. – E se ele não vier?
  - Ah, sem essa, . – resmungou . – Ele já está lá em baixo! Nada pode dar errado agora!
  - A NÃO SER QUE A HELENA QUEIRA DAR A LUZ AGORA! EU NÃO SUBO NO ALTAR SE VOCÊ FOR PRO HOSPITAL AGORA!
  - Quer, por favor, parar de drama? – ralhou . – Em primeiro lugar, eu não vou parir agora. Segundo, você precisa se acalmar! É o seu casamento e vai dar tudo certo, porque você planejou tudo nos mínimos detalhes! Está tudo lindo e eu juro por Deus que o Ashton NÃO vai entrar em um avião com outra.
   passou a mão na barriga e sentou-se na cadeira ao lado da janela. A grávida ali era ela, mas quem estava com os nervos à flor da pele era eu. Já havia perdido as contas de quantas vezes Ashton e eu discutíamos por conta do meu stress pré-eventos importantes. O problema é que ele ficava calmo demais e eu parecia um furacão desgovernado, pronta pra matar o primeiro que me pedisse para ter “calma”. E ele sempre me falava aquilo com a maior cara de paisagem do mundo, sabendo que eu o xingaria de todos os nomes possíveis, e nós acabaríamos brigando, mas no final ele acabaria segurando a minha mão e tudo acabaria bem.   Nós tínhamos um comportamento temperado, e apesar de todas as inúmeras vezes que nos desentendíamos ao longo de todos esses anos, ele ainda era o meu ponto de sanidade.
  Minha mãe me disse que eu parecia a mesma menina de 18 anos que ficava se derretendo quando via qualquer coisa que fazia com que eu me lembrasse dele.   Mesmo com todo o nervosismo, eu ainda sentia aquelas velhas borboletas se agitando em meu estomago toda a vez que eu o encontrava. Mesmo com todas as nossas piores brigas e todas as noites turbulentas em que eu pensei em deixá-lo, eu me apaixonava todos os dias, e cada vez de um jeito novo. Peguei-me rindo para o meu reflexo no espelho, lembrando do começo meio turbulento do namoro, com toda a pressão da exposição para a mídia. Por conta da diferença de idade, muitos diziam que nós não duraríamos, e olha só onde estávamos chegando!
  - Lembra-se do meu casamento, ? – disse , sorrindo para mim. – Vocês começaram a se lembrar do meu relacionamento com o Cal e tudo o que eu contava...
  - VAMOS FAZER ISSO AGORA! – gritou , agitando as mãos no ar e ocupando um lugar ao lado de . – Lembra quando eu conheci você? Foi logo depois que você começou a sair com o Ash! Te achei tão chorona.
  - Ai, que bruta! – respondi cruzando os braços em meu peito. – Por quê?
  - Eu lembro que eu estava com a , e você ligou pra ela chorando porque as fãs haviam descoberto o relacionamento de vocês antes de você conhecer a mãe dele, e você ficou fazendo um drama horrendo porque achava que ela iria te odiar.
  Comecei a rir quase descontroladamente com a memoria.
  Não que eu estivesse chorando, mas eu havia surtado! Nada estava saindo como o planejado e eu queria matar o Michael por ter mostrado uma foto minha em uma entrevista. Ashton acabou me levando para conhecer sua família naquela mesma noite, o que me fez querer surtar três vezes mais porque eu simplesmente não estava preparada.
  - Você me ligou depois que conheceu a mãe dele. – relembrou . – Disse que havia dito que o amava, mas que estava com medo.
  - Estava mesmo...
  Mesmo com todo o nervosismo, a noite acabou bem. Anne era um amor, Harry era tão divertido e desajeitado quanto Ashton e Lauren era tão fã de Jonas Brothers quanto eu. Quando estava me despedindo de Anne, ela disse que queria ter me conhecido desde a primeira vez que viu Ashton saindo para me buscar e que estava um pouco chateada por ter que esperar dois meses para conhecer a pessoa que havia feito seu filho sorrir tanto.
  A certeza que senti naquele momento me fez ter medo. Aquilo era tudo que eu precisava para ter certeza de que eu o amava.
  Ashton me levou até em casa, e depois de estacionar na entrada, ainda ficamos 15 minutos dentro do carro porque a rádio que Ashton gostava de ouvir estava fazendo um especial do Coldplay. Estávamos cantando Clocks a plenos pulmões e ele ria do meu jeito exagerado de cantar. Parei quando percebi que ele estava apenas olhando e sorrindo. Seus dedos colocaram uma mecha atrás de minha orelha e ele se aproximou, cantando baixinho os últimos versos da música.
  - Home, home where I wanted to go.
  - Home, home where I wanted to go – cantei junto, deixando um sorriso escapar antes de sentir seus lábios nos meus, e sem pensar duas vezes acabei deixando escapar as três palavras que eu pensei que demoraria a dizer: – Eu amo você.
  Seus olhos se abriram, e ele me analisou cuidadosamente, como se nunca tivesse esperado ouvir aquilo de mim naquela noite ou em qualquer dia de sua vida.
  - Isso muda tudo. – murmurou, ainda segurando meu rosto em suas mãos.
  - Eu sei...
  - Home – cantou com os olhos fechados. – you are...
  - Home where I wanted to go...
  - Eu também te amo.
  E depois dessa noite, nada foi a mesma coisa.
  Três dias antes, quando nos vimos pela última vez, nós cantamos aquela música e relembramos daquela noite. Todos os mesmos sentimentos correndo por minhas veias, todos os calafrios ainda me fazendo perder o sono...
  - Eu queria que a gente tivesse mais tempo pra continuar – disse , erguendo-se e ajeitando o vestido. –, mas precisamos ir. Seu pai já vem aqui te buscar!
  - Mas já?
  - Dá pra acreditar?! – abraçou-me apertado. – Boa sorte!
  - Te vejo no altar, garotinha. – disse me abraçando também e saindo logo em seguida com ao seu lado.
  Quando a porta se fechou, a ficha caiu.
  Em poucos minutos, eu estaria no altar. Estaria dizendo o meu sim a pessoa que eu escolhi amar. Por conta do nervosismo, comecei a organizar as coisas no quarto. Precisava me distrair antes que eu começasse a chorar e tentar suicídio.
  - – chamou meu pai, parado na porta. –, precisamos descer agora querida.
  Peguei o buquê em cima da mesa e entrelacei meus dedos nas mãos gordinhas de meu pai.
  Pude ouvir a música tocando quando me aproximei da porta e apertei a mão de meu pai. Aqueles últimos minutos eram com certeza os que mais me torturavam. Nunca na minha vida havia parado pra pensar como seria esse momento. A música que tocava suavemente havia parado. Imaginei todos ali presentes, admirando meus padrinhos no altar e esperando pela minha entrada. Pensei no que faria quando as portas abrissem, se deveria apenas sorrir para cada um ali presente ou acenar de forma educada até chegar ao altar.
  - Pai. – ofeguei em desespero. – O que eu tenho que fazer agora?
  Senti sua mão apertar a minha com força, seus olhos marejados trazendo-me todas as lembranças de infância. Todas as vezes em que assistíamos ao Bob Esponja na sala, todas as vezes que ele me ouvia reclamando das meninas da escola, mesmo sem ao menos conhecer alguém, todas as broncas.
  - Agora você caminha pra felicidade, filha. – respondeu com a voz embargada. – E eu estarei assistindo a cada momento de perto. Como sempre fiz, e juro que vou fazer até o último dia da minha vida.
  - Eu amo você.
  - Eu também te amo. – respondeu, dando um beijo em minha testa. – Pra sempre.
  Foi quando as portas se abriram que tudo pareceu perder o sentido.
  As pessoas estavam de pé, algumas sorrindo, outras enxugando as lágrimas.
  No altar, Michael ria de alguma coisa que Luke havia lhe dito, recebendo uma cotovelada de em repreensão. Calum sorria para , enquanto repousava a mão em sua barriga. Minha mãe chorava ao lado do meu irmão mais novo, que tentava sorrir sem parecer afetado com a situação. Anne e Lauren apertando as mãos e Harry revirando os olhos com a cena das duas.
  Mas então, o mundo pareceu voltar ao eixo quando meus olhos o encontraram.
  Perfeitamente arrumado, com um sorriso nervoso que fazia com que tudo ao meu redor desaparecesse, lá estava ele com as mãos atrás das costas, da mesma forma como no dia em que conhecemos.
  Era um lindo dia de verão naquela quarta-feira, mas mesmo assim tudo parecia estar dando errado. Eu havia perdido o ônibus e acabara perdendo uma entrevista de emprego, meu café havia caído em cima da minha blusa nova e eu tive que comprar uma camiseta dos ursinhos carinhosos em um brechó, pois estava sem o cartão e com apenas 20 pratas no bolso. Tudo estava dando errado até ele aparecer. Ele se sentou ao meu lado no banco da praça e disse que gostava da camiseta. E sorriu. E a única coisa que se passou pela minha cabeça naquela hora foi um “Ah, merda!”.
  E no momento em que eu estava caminhando até o altar, ainda admirando aquele mesmo sorriso que estava fazendo com que eu me apaixonasse novamente, sentindo todas as borboletas em meu estomago e os calafrios descendo por minha espinha, eu pensei:
  Ah, merda! Eu o amo.

FIM



Comentários da autora

  YAAAAAAAAAYYYY! Como estão? Bem, eu não tinha a intenção de fazer uma continuação pra 10 Steps, mas quando recebi Still Into You e comecei a bolar o enredo, percebi que não havia NADA nesse mundo que fosse se encaixar tão bem.
  Espero que vocês gostem e comentem viu?
  Boo xx

  P.S: Você está acompanhando a fic Right Now? Quer me bater porque eu não tenho dado sinal de vida? ANTES DISSO, eu queria explicar que por problemas técnicos, eu precisei reescrevê-la. Prometo que não vou mudar muita coisa e em breve sai a att e eu explico o motivo da mudança. Tenham um pouco mais de paciência, eu juro que vai valer a pena okay? Até lá!