100 Dias

Escrito por Laura | Revisado por Luba

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Capítulo 01 - Recomeçando

  “Senhores passageiros, por favor, coloquem o cinto de segurança o avião já irá embarcar rumo a Londres. Obrigado”
  Já era a segunda vez que a aeromoça dizia isso. Eu estava em completo tédio, enquanto minha mãe lia um livro e meu pai já se preparava para dormir. Resumindo: daqui alguns minutos eu iria ficar completamente sozinha por doze horas em um avião. Do meu lado havia uma poltrona sobrando, só espero que nem um velho babão sente-se do meu lado. Olhei mais uma vez para meu celular sem bateria e bufei. É você realmente irá ficar no tédio. Eu estava tão distraída olhando para meu celular que nem percebi que uma garota havia se sentado ao meu lado.
  - Oi. – Ela disse para mim, olhei para ela e já reparei: Devia ter mais ou menos minha idade, era do mesmo tamanho do que eu, ela usava uma camiseta escrito “I Love London”, Tinha cabelos enrolados e algumas mechas roxas no cabelo.
  - Oi. – Respondi de volta e sorri.
  - Meu nome é , mas pode me chamar de . – Ela se apresentou e estendeu uma mão para eu apertar e assim o fiz.
  - Prazer . Eu sou a , mas pode me chamar de , porque eu não tenho nenhum apelido fofo que nem o seu. – Rimos. – Então... O que irá fazer em Londres?
  - Estou fazendo intercambio por lá, mês passado eu estava de férias só que agora estou voltando. – Ela respondeu feliz, acho que ela gostava muito de estudar em Londres. – E você? – Ela me perguntou.
  - Irei finalizar meu tratamento por lá e também estudar.
  - Desculpa ser intrometida, mas é tratamento do quê? – Eu ri, já estava acostumada com as pessoas perguntando “Tratamento do que?”
  - Eu tenho câncer, tenho que fazer o tratamento por lá. – desfez o sorriso.
  - Nossa. Sinto muito, .
  - Não tem problema , mas mudando de assunto... Em que escola você estuda? – formou de novo aquele sorriso bonito de antes.
  - Eu estudo na High School London ou como todos chamam HSL.
  - Sério? Eu vou começar a estudar por lá! – Falei já me animando.
  - Ah, não acredito! Que massa, vamos estudar juntas! – começou a pular na poltrona e ela recebeu olhares feio da aeromoça e logo pediu um “Desculpa”. O resto da viagem se resumiu em eu e rindo que nem duas hienas. Ela me contou que por lá ela tem vários amigos que iria adorar me conhecer: Uma tal de , e . Disse também que tem vários amigos meninos também, só que ela não me disse o nome deles. Acabei adormecendo do lado dela, acabei sendo acordada por uma me cutucando.
  - Hey acorda, chegamos em Londres!
  - Nossa, meu Deus! Onde estão meus pais? – Olhei em volta e não os achei.
  - Pediram para mim te acordar enquanto eles iam pegar as malas na esteira. – Ela sorriu meigamente.
  - Ah – Disse aliviada, Sim eu tenho medo dos meus pais me esquecerem – Então vamos?
  - Vamos! – Saímos do avião conversando e trocamos o número dos celulares para continuarmos tendo contado, achei meus pais me esperando do lado de fora com as malas.
  - , eu já vou indo, foi muito bom te conhecer. – Disse abraçando minha mais nova melhor amiga.
  - Também adorei te conhecer... – Antes de terminar de se despedir uma Loira quase a derrubou no chão.
  - , ME SOLTA! – gritava e eu ria enquanto a loira que tem o nome “” enforcava .
  - Sua vaquinha, você voltou! – Ela dizia apertando muito .
  - Me solta , eu tenho que te apresentar uma nova pessoa. – finalmente conseguiu se soltar de – Essa é , ela vai começar a estudar conosco. – apontou para mim, abriu um grande sorriso e me abraçou. Meu Deus essa menina é realmente forte.
  - Oi vou começar a te chamar de . Mas enfim, eu sou e sinto que vamos ser melhores amigas que nem irmãs. E aí, como você está? Nossa, eu também vou bem e... – Senhor, como fala demais.
  - , cala boca, a precisa ir embora. – disse puxando a orelha da amiga.
  - É, infelizmente preciso ir meninas, você tem meu número e eu o seu, então nós podemos conversar pelo celular enquanto as aulas não começam! – Disse já me afastando das duas, pois minha mãe já me chamava impaciente.
  - Ok, ! Nos vemos qualquer dia. – disse fazendo tchau.
  - Tchau ! – também se despediu, depois disso, elas sumiram no meio daquela multidão do aeroporto. Fui até meus pais, recebi uma bronca da minha mãe por fazê-los ficarem segurando o taxista pra ele não ir embora. Revirei os olhos, eu estava morta de cansaço, precisava ir pra casa, colocar meu celular pra carregar, tomar banho e finalmente dormir. Sentei-me no banco do taxi e fiquei observando a paisagem de Londres, era minha primeira vez que vinha pra cá e como dizem aqui é realmente lindo. Depois de alguns minutos chegamos a minha mais nova casa. Fui direto para meu quarto e coloquei meu celular pra carregar, tomei um banho quente, Londres estava em época de inverno. Fiquei quase sem jantar, eu sabia que isso iria me fazer muito mal, mas mesmo assim só belisquei algumas coisas do prato. Voltei para meu quarto peguei meu diário da mala que eu iria desfazer no dia seguinte, abri na primeira página e lá comecei a escrever:
  “Dia 100
  Pois é. Já foi o primeiro dia, mas estou feliz conheci uma amiga que estuda na mesma escola que eu irei estudar. Já é um grande passo, né? Amanhã arrumarei junto com minha mãe a nossa nova casa e depois será meu primeiro dia de aula. Estou ansiosa e nervosa. Só espero que esses poucos dias que eu tenho passe devagar, porque eu quero aproveitar junto com minha família e minhas mais novas amigas. Bom, é só isso. Até o dia 99.”

Capítulo 02 - Novos Amigos

  Dia 98
  Eu estava em frente do espelho penteando meus cabelos. Meus cabelos não caíram como da maioria das meninas que tem câncer, mas o volume dele diminuiu muito, antes ele batia na minha cintura atualmente ele bate em cima do meu busto. Eu parecia uma menina normal se olhando no espelho. Pena que não era assim.
  - venha tomar seu café, senão você vai se atrasar pro seu primeiro dia. – Minha mãe gritava do andar de baixo, peguei minha mochila que estava em cima da cama e desci para cozinha. Deixei-a em um canto qualquer e me sentei-me à mesa onde estavam meus pais.
  - Bom dia! – Exclamei pegando um copo e colocando suco.
  - Bom dia, acordou de bom humor? – Minha mãe disse sorrindo.
  - Com certeza. – Sorri também. Olhei para minha frente e lá estavam os meus remédios, fiz cara de nojo, eles me faziam passar mal.
  - , você sabe que precisa tomar eles. – Meu pai disse olhando minha cara de nojo. Não hesitei e infelizmente tive que tomar. Comi um pouco do bolo que minha mãe fez.
  - , talvez quando você chegar eu e seu pai não vamos estar em casa, iremos visitar seu irmão que mora aqui perto.
  - Ok, mãe. – Escutamos a campainha tocar, era , ela iria me acompanhar até a escola havíamos combinado ontem. – Vou indo. Amo vocês. – Dei um beijo no rosto deles e escutei eles dizerem “Tchau” peguei minha mochila e sai. Quando abri a porta dei de cara com de cara fechada.
  - Bom dia? – Eu perguntei.
  - Mau dia você quis dizer, né? – Ela disse e rimos.
  - Foi muito difícil de achar minha casa? – Perguntei, já estávamos andando em direção a escola que pelo que eu sei, não é longe.
  - Não, minha casa é no final da rua.
  - Legal, qualquer dia vou lá encher teu saco. – Fomos conversando e rindo que nem percebemos quando chegamos em frente ao portão da escola. High School London era igualmente a todas as escolas: Tinha os “filhinhos de papai” que se exibiam com suas roupas e carros importados, tinha os nerds que ficavam jogando xadrez e conversavam sobre matemática, tinha as líderes de torcidas que ficava fazendo aquelas coreografia muito louca, também tinha os jogadores de futebol que pareciam super legais e por último, os “normais” que são completamente normais e é o grupo onde eu me encaixo.
  - Então ... O que achou? – me perguntou se referindo a escola.
  - Igual às outras. – Falei rindo.
  - Concordo. – Entramos na escola e fomos direto para os corredores com armários, bom eu já sabia qual era o meu armário como também eu já sabia qual eram as minhas aulas, então não tinha necessidade nenhuma de eu ir a secretária. estava abrindo o armário dela enquanto eu dizia que minha primeira aula era geografia, quando de repente alguém se esbarra em mim.
  - Desculpa. – A garota que esbarrou em mim pedia.
  - ? – perguntou para garota em nossa frente.
  - ! – “” exclamou quando eu vi as duas já pulavam e gritavam no meio do corredor atraindo olhares. – Nossa, como você cresceu!
  - Como se eu fosse uma anã. – disse colocando as mãos na cintura. – , essa é a minha mais nova melhor amiga: ou .
  - Prazer ou . Eu sou .
me abraçou e eu retribuí.
  - Prazer .
  - Então querida , o que você fazia correndo no corredor? – perguntou levantando uma de suas sobrancelhas.
  - Estava atrás dos meninos, mas não os acho em lugar nenhum. – cruzou os braços e bufou.
  - Ah esquece eles! Vamos apresentar o resto do nosso grupo para nossa nova companheira. Se não bate o sinal e ela fica perdida. – entrelaçou seu braço em meu braço direito, enquanto entrelaçava seu braço no meu braço esquerdo. Saímos do corredor e fomos para o refeitório, lá havia poucas pessoas. Fomos nos aproximando de uma mesa onde havia um grupo que ria e conversava muito, reconheci no meio deles , aquela que eu havia visto no aeroporto.
  - VOLTEI, PESSOAL! – disse chamando atenção do refeitório todo. – E OLHEM QUEM EU TOUXE COMIGO: E NOSSA MAIS NOVA AMIGA.
  - OIIII ! – disse saindo da mesa onde ela estava sentada e vindo em minha direção me abraçar.
  - Oi pra você também – Falei, sendo sufocada por enquanto eu ouvia algumas risadas. Sentei-me na mesa ao lado de .
  - , eu quero que você conheça essas pessoas maravilhosas: . – Uma morena sorriu para mim – Esse chato do lado da é o .
  - Ei, eu não sou chato, sou muito legal! – fez um bico muito fofo.
  - Ah, e eu sou a Lady Gaga . – disse revirando os olhos e fazendo todos rirem menos .
  - Então , nos conte mais sobre você. – disse colocando suas mãos apoiadas em seu queixo.
  - Bom... Eu sou do Brasil, tenho dezessete anos, até agora conheço vocês e já considero meus amigos. – Nessa hora ouvi um “Awwwnt” na mesa. – E infelizmente tenho câncer. – Falei desanimada e abaixando meu olhar.
  - Sinto muito . – disse. Dei um sorriso triste.
  - Não tem problema. – Escutei pigarrear, era , talvez ela quisesse mudar de assunto e deixar pra lá o clima tenso.
  - Querida , você não disse do que gosta. – deu um sorriso que me contagiou. E assim eu contei do que eu gostava e também do que eu não gostava. Escutamos o sinal da primeira aula bater. Só eu e tínhamos as mesmas aulas agora. e teriam Inglês e o resto iria ter Biologia. Eu e fomos andando até a nossa sala, eu e ela nos sentíamos como irmãs como ela mesma disse no primeiro dia que nos conhecemos. Entramos na sala de aula A e estava a maior bagunça entre os alunos, eu e nos sentamos nas ultimas mesas, alguns minutos depois o professor de geografia chegou.
  - Silêncio, por favor! – A sala inteira ficou em silêncio, esse professor parecia muito bravo. – Obrigado. Sei que tem alguns alunos novos este mês, então vamos nos apresentar, sou o senhor Waters e sou o professor de geografia. – e assim os novatos começaram a se apresentar, quando chegou minha vez dois alunos entram atrasados e claro que o professor ficou super irritado. – Senhores! Atrasados no primeiro dia?! – Alguns risinhos começaram a surgir pela sala.
  - Desculpa professor, não irá se repetir. – Um dos garotos disse enquanto o outro tentava segurar o riso.
  - Por que sempre escuto isso? – A sala não aguentou e começou a rir. – Podem se sentar. – Eles sentaram atrás de mim e . – Pode continuar as apresentações. – E assim eu me apresentei, falei tudo sobre mim, menos a parte que eu tinha câncer, porque achava que só os íntimos deviam saber. Depois, o professor começou a explicar um pouco da matéria que iria passar essa semana, teve uma hora que o professor teve que sair da sala pra resolver umas papeladas na diretoria, foi ai que a turma resolveu conversar e bagunçar. que estava do meu lado se virou para trás onde os meninos estavam:
  - E aí , oi !
disse.
  - Beleza ? Nova amiga? – O garoto de olhos verdes perguntou para se referindo a mim.
  - É essa é . esse é – Apontou pro de olhos verdes. – E este é o . – Apontou pro de olhos castanhos que sorriu.
  - Prazer, meninos. – Falei tentando ser educada.
  - Prazer não, porque ele vem depois. – disse e eu e acabamos rindo.
  - Você não tem jeito mesmo. – murmurou para o amigo.
  - Até parece que o senhor é santo. – retrucou e os dois começaram a discutir.
  - Eles são sempre assim? – Sussurrei para .
  - Sempre. São pior ainda quando estão , e com eles. – soltou uma risada muito alta bem na hora que o professor chegou. Infelizmente, ela teve que ir pra diretoria, achei isso meio injusto, mas disse que ela sempre bagunça nas aulas dele. O resto da aula de geografia foi: O lançando cantadas muito idiotas pra mim e conversando comigo. Depois saímos para o intervalo, como não estava comigo eu tive que ir com e para achar alguma das meninas.
  - Então gata, gostaria de sair comigo hoje? – me abraçava de lado e falava esses tipos de coisa pra mim. Acho que ele gostou de tirar barato com minha cara. revirava os olhos para o amigo.
  - Não vou poder ir , deixa pra outro dia. – Entrei na brincadeira e eu e rimos, a essa altura do campeonato devia estar achando que nós dois somos idiotas.
  - ! MAL COMEÇARAM AS AULAS E VOCÊ JÁ TA ASSIM? – Escutei uma voz de um garoto no meio do corredor, só depois fui ver que era um garoto com o cabelo de lado, com uma camisa de listras e de olhos azuis que brigava com .
  - Ferrou. – murmurou e me soltou, o garoto de olhos azuis estava de braços cruzados e me olhando de um jeito que fosse me matar, rachava o bico do meu lado, enquanto ia à direção do garoto. – ! Você por aqui! – sorria e mostrava suas covinhas.
  - Nem vem , eu vi com meus dois olhos, quem é “essa daí”? – O garoto que agora eu sei o nome que é , perguntou a .
  - Nossa mais nova amiga: ! – apontou pra mim e eu sorri, parou de fazer cara de bravo e sorriu e venho me abraçar.
  - Prazer , eu sou e esquece essa cena que você viu agora pouco e não pense que eu sou gay, prefiro mulheres. – se apresentou e nós rimos, voltamos a fazer nosso trajeto só que agora com .
  - onde ta o ? – perguntou.
  - Foi resolver umas coisas com a professora de artes. - disse revirando os olhos.
  - O que ele aprontou dessa vez? – fez uma cara estranhamente fofa e escrota ao mesmo tempo.
  - Nada. Só foi entregar o desenho que tava devendo. – respondeu. – Então , você é da onde?
  - Brasil. – Respondi, e abriram a boca em um perfeito “o” – O que foi?
  - Você disse B-Brasil? – não acreditava.
  - Isso explica o seu sotaque e outra coisa que eu não irei citar. – disse fazendo com as mãos as famosas “Curvas de violão” e eu corei, bateu na cabeça do coitado.
  - , mais respeito com a ! – pareceu um pouco bravo, logo senti me abraçar de lado e dizer para mim:
  - Calma , eu não vou deixar esses pervertidos se aproveitar de você. – Ri meio envergonhada, fui salva quando vi que já havíamos chegado ao refeitório e as meninas estavam lá.
  - , vejo que já conheceu os meninos. – disse quando eu me sentei ao lado dela.
  - É, pois é. – Disse. e começaram a implicar com que estava quietinho comendo, conversava algo de roupas com a que parecia muito entediada. e estavam em uma conversa bem entretida sobre música.
  - Hey , onde está ?
perguntou tentando se afastar de que tentava o beijar.
  - Foi parar na diretoria. – respondeu rindo.
  - De novo? – disse.
  - De novo. – Confirmou . Logo vimos chegando com um garoto de topete e outro de olhos azuis. O de topete se sentou do meu lado e do de olhos azuis sentou-se ao lado de que abriu um sorriso muito grande e fez careta, senti um clima tenso nisso.
  - , estes são: Caio – apontou para o de olho azul que sorriu timidamente – E . – Apontou para o de topete.
  - Oi! – Falei tímida. Eu, e ficamos conversando muito, se não me engano às vezes ficava enciumado quando me elogiava e eu ficava corada. O resto da aula eu tive matemática, química e Inglês. Voltei para casa acompanhada de , , e . Cheguei exausta e com muita dor de cabeça, como meus pais não estavam em casa eu tinha que me virar e tentar ao Máximo não passar mal. Hoje foi um dia de revelações: Descobri que e são melhores amigos, só que tem uma queda um pelo outro. e Caio são rivais por que os dois gostam da e está não sabe se decidir com quem ficar. e são namorados. tem um namorado só que ele está fazendo intercambio em outro país. namora uma líder de torcida chamada Britney.

Capítulo 03 - Festa do pijama

  Dia 94
  Hoje era sábado e eu estava na casa de , teria uma festa de pijama na casa dela.
  - Então... Tem alguma coisa a mais que não sei sobre você? – enchia minha paciência tentando descobrir algo mais sobre mim desde quando pegou o meu diário onde estava escrito “100 Dias” daí em diante ela não me deu paz, fica me perguntando o que aquilo queria dizer. Eu prometi a mim mesmo que não ia contar a ninguém, mas ela está me irritando de mais!
  - OK, EU CONTO! – Falei um pouco alterada, ela conseguiu o que queria. sorriu vitoriosa e se ajeitou na cama onde estávamos sentadas. – Bom... Aquele diário que você pegou, é um diário onde eu conto sobre os meus dias do lado da minha família e meus amigos. – Ela fez uma cara de que não havia entendido. Revirei meus olhos e eu sabia que daqui a pouco eu iria chorar, odiava tocar no assunto. – Daqui a 100 dias eu vou morrer! Sem mais nem menos! Minha vida acabou! O câncer acabou com minha vida! - Falei e senti minhas lágrimas escorrerem. ficou paralisada em minha frente e vi que algumas lágrimas caiam.
  - Então... Nós iremos te perder? – falou com muita dificuldade. Mordi meu lábio inferior e olhei pra baixo.
  - Por isso eu não queria contar... Já machuquei muitas pessoas em minha volta com essa notícia, não queria machucar mais pessoas. – Sequei minhas lágrimas e olhei pra que fazia o mesmo. – , por favor, não conte a ninguém! Você tem que me prometer.
  - Eu prometo . – Ela me abraçou e ficamos um bom tempo assim. Logo escutamos a campahia tocar, eram algumas das meninas. Eu fui a primeira chegar, como eu morava algumas casas antes, então eu tive que chegar cedo. Descemos as escadas e fomos abrir a porta demos de cara com , e .
  - E aí gatas! – disse sorrindo.
  - Nossa , você anda demais com os garotos. – disser revirando os olhos.
  - Eu amo aqueles gostosos. – respondeu e nós todas rimos, entramos na casa e fomos direto para o quarto de . Antes da festa realmente começar, nós jantamos, trocamos de roupa e fizemos uma pipoca para assistirmos o filme: A órfã.
  - To vendo que eu não vou dormir à noite. – murmurou do meu lado e eu ri, lembrei da conversa com a e lembrei-me dos poucos dias que tenho. Tenho que aproveitar o máximo possível.
  - Finalmente acabou! – disse se levantando e indo tirar o filme.
  - Estava com medo, ? – perguntou desafiadora.
  - Claro que não. – disse revirando os olhos e cruzando os braços.
  - Então você não ligaria se assistirmos Jogos Mortais. – entrou na brincadeira e arregalou os olhos e começou a falar desesperada:
  - Nem pense em colocar esse filme! De noite eu não vou dormir! – Rimos muito enquanto bufava. Sentamos em circulo e começamos a conversar sobre os garotos e a escola.
  - Como está a vida com , ? – perguntou e revirou os olhos.
  - Só digo uma palavra: I-NI-CI-A-TI-VA. É isso que falta no , ele nunca tem a iniciativa. – respondeu.
  - E aí, ... Já está de olho em alguém? – me perguntou e eu ri da pergunta dela.
  - Não. – Respondi rindo.
  - Não? Mais saiba que já tem gente de olho em você! – me informou e nesse mesmo momento parei de rir.
  - Quem? – Perguntei super curiosa.
  - Nananinanão! Não vou falar! – Ela me respondeu e eu bufei. Vou ter que descobrir sozinha.
  - E seu amado ? – perguntou e revirou os olhos.
  - Está em Toronto no Canadá, mas até agora estou sem notícias. – respondeu e bocejou. – Acho que vou dormir. Esse filme mesmo sendo legal me deu sono.
  - Mas a gente nem passou o trote para os meninos. – fez um bico fofo.
  - Deixa pra outro dia , eu também estou cansada. – Eu disse e já me deitei no colchão que já estava no chão.
  - Então boa noite gente! – disse e se deitou também.
  - Boa noite! – Respondemos em coro. Digamos que não foi exatamente uma “Festa do pijama” só foi uma reunião de amigas para conversas e assistir um filme.

Capítulo 04 - Era uma vez uma bombinha

  Dia 89
  - Diga “AH” . – Minha médica disse e eu fiz. Essa era mais uma consulta que eu estaria fazendo em Londres, mesmo eu já sabendo que eu iria morrer eu tinha que me cuidar, aliás, a esperança é a última que morre! – Ok, pode sair da maca. – Pulei da maca.
  - Viu Ellen: Eu estou bem! – Falei de um modo de como se eu não precisasse estar naquele lugar.
  - Não foi bem isso o que sua mãe disse. – Ellen anotava algumas coisas em um papel. Minha mãe estava certa, eu vomitei muito essa semana, contando até que eu cheguei a desmaiar ontem.
  - Ok, eu me rendo, eu passei mal essa semana. – Ergui minhas mãos minha médica sorriu.
  - Você não está tomando o remédio que eu te passei, né?
  - Não adianta esconder nada de você hein?! – Ela riu.
  - você sabe que tem que tomar para...
  - Melhorar? – Falei irônica. – Vocês querem só aumentar as minhas esperanças! Todo mundo sabe que não tem mais volta! Já estou cansada de vocês mentirem para mim. – Me alterei e aquilo não era um bom sinal.
  - , fica calma! – Ellen começou a ficar desesperada.
  - EU NÃO QUERO FICAR CALMA! - Gritei e senti meu coração muito acelerado e minha respiração descontrolada. – Não... Tem jeito... Não é? – Eu puxava o ar com força e já começava a ver tudo embaçado. Era isso que acontecia quando eu estava muito mal, eu não conseguia puxar ar direito e meu coração acelerava muito. A voz de Ellen foi ficando cada vez mais longe e tudo escureceu.
  - , hey, me responde filha. – Reconheci ser meu pai quando minha visão melhorou. Olhei em volta e vi que eu estava deitada em uma maca e eu estava em um quarto, em minha boca havia uma máscara de oxigênio. Eu ainda sentia um pouco de dificuldade para respirar, mas dava pra sobreviver. Tirei a máscara.
  - Há quanto tempo to aqui? – Perguntei para meu pai bem baixo por eu não ter muita força.
  - Mais ou menos uma hora e meia. – Me senti relaxada, aí você se pergunta “Mas , você ficou uma hora e meia desmaiada!”, meu querido, às vezes eu fico até TRÊS HORAS E MEIA desmaiada, então aquilo era fichinha. – , as meninas te ligaram, eu tive que contar que você passou mal e até chegou desmaiar.
  - Não precisava preocupar elas. – Falei e coloquei a máscara novamente em meu rosto.
  - Eu sei, mas elas são suas amigas. – Meu pai sorriu, to vendo que amanhã vou levar bronca da e da , elas sãos as mais que pegam no meu pé quando descobriram que eu tenho câncer e teria só mais 100 dias (A fofoqueira da contou para ) – Olha vou deixar você descansar, Ellen disse que você tem que ficar por bastante tempo até que seus pulmões voltem a funcionar bem e disse que a partir de hoje você vai ter que usar uma bombinha de asma para que esse desmaio não aconteça de novo. – Revirei meus olhos, sérios isso mesmo? Uma bombinha? Eu mereço! Depois meu pai se foi, passei o resto do dia no hospital para me prevenir que não aconteçam desmaios de novo.

*

  Dia 87
  Ontem não fui para a escola por precauções, mas hoje estou indo e na minha mochila estou levando meu mais novo “companheiro”: A minha bombinha. De cedi ir sozinha para a escola, não queria levar bronca de nenhuma das meninas, digamos que eu estava me prevenindo de levar uma surra.
  - Hey, ! – Escutei alguém me chamar. Olhei para trás e vi acenando para mim. Sorri e ele veio correndo a te me alcançar. – Oi. – Ele disse um pouco ofegante e me dando um abraço que eu correspondi.
  - Oi . – Respondi e voltamos a caminhar em direção a escola.
  - As meninas nos contaram que você passou mal.
  - Quando elas contaram pareciam bravas? – Perguntei fazendo uma cara estranha e sorriu.
  - Pareciam que iam matar alguém! – Ele debochou.
  - Eu vou morrer. – Falei e rimos. Chegamos em frente da escola e vi que uma menina magra pra caramba havia chamado .
  - Droga. – Murmurou para si mesmo. – , eu vou indo, nos vemos mais tarde.
  - Ok, até mais! – beijou minha bochecha e saiu em direção a morena, quando chegou perto dela ela o beijou de uma maneira que parecia que ia o engolir, deve ser Britney. Fui até o corredor aproveitei, peguei os meus livros e sai em direção ao refeitório onde provavelmente as meninas estariam. Cheguei lá e acertei minha teoria, elas realmente estavam lá. Elas não haviam me visto ainda, então fui indo de fininho até elas, mas me viu.
  - Sua filha de uma mãe! Como você me passa mal, sua anta?! – gritou e a , e me olharam com um olhar mortal.
  - A culpa não é minha! – Ergui minhas mãos como se eu não fosse culpada.
  - Não, não . A culpa é das estrelas minha querida. – disse sarcástica e todas nós rimos, me sentei na mesa onde elas estavam e logo começou surgir as perguntas: “Você agora ta tomando seu remédio, né?”; “Se você passar mal de novo, vou chamar o pra gritar no seu ouvido o dia inteiro.”; “Menina, você quase nos matou do coração quando você passou mal!” Ao ouvir este comentário me senti muito, mas muito mal. Se elas já ficaram assim só por causa de um desmaio, imaginem quando eu partir?
  - a gente só ta brincando. – percebeu que eu não estava mais rindo dos comentários e estava levando a sério aquilo.
  - Ok. – Murmurei baixo e triste. , , e chegaram e se sentaram ao nosso lado.
  - , você melhorou? – abraçou eu e , nós quase morremos esmagadas.
  - Estou bem ! Obrigada por perguntar! – Consegui me largar do braço de , mas não e começou a gritar feito uma louca, e estavam se beijando, coisa de casal. os olhava com cara de nojo.
  - Vão para um hotel! – Ela disse e ganhou um dedo do meio de e sorriu tímida.
  - Onde está ? – perguntou para mim.
  - Ele foi falar com uma garota morena que o beijou. – Respondi e vi fazer cara de nojo.
  - A Britney.
  - Naja voltou? – Perguntou e todos nós rimos.
  - Parece que sim, disse rindo.
  - Ah, que saco, estava tão bom sem ela! – bufou.
  - Até o não ta mais aguentando a naja. – ria muito.
  - Espera gente, alguém me explica por que ninguém gosta dessa Britney? – Perguntei meio perdida.
  - , você gosta de alguém que NÃO gosta de você? – lançou esse enigma e eu neguei com a cabeça.
  - Pois bem: Britney não gosta da gente, apenas dos meninos, mas eles percebem que é tudo falsidade da parte dela. Ela só fica dando mole em cima dos garotos e de por eles terem uma banda que faz muito sucesso dentro e fora da escola. – completou o que dizia.
  - Exatamente. – concordou e sorriu.
  - Então você garotos são populares? – Perguntei.
  - Digamos que sim. – fez uma cara de metido e fingiu jogar os cabelos para trás e arrancou risadas de nós.

Capítulo 05 - Britney-Naja e a banda

  Dia 87
  - “Quando você estiver pronto, venha e me pegue, na, na, na, na” – cantava com todas as forças de seus pulmões a música de Selena Gomez – Come & Get it.
  - Menos , por favor! – não aguentava mais a voz desafinada da baixinha.
  - Ela só está dando o troco, ou você já se esqueceu que semana passada você soltou a franga cantando a música da Demi Lovato? – disse rindo e Ary corou.
  - Quantas vezes eu tenho que explicar que aquela música me emociona?
  - Te emociona ao ponto de você desafinar em todas as notas altas e ainda por cima ser mandada para fora da aula de Ciências por estar cantando? – retrucou e fez todas da mesa rir, menos que ficou com raiva. Eu quase não prestava atenção na conversa, estava mais concentrada lendo o maravilho livro de John Green: “Que é você, Alasca?”.
  - Ai, eu não acredito que ela está vindo pra cá. – murmurou e seu bom humor parou no mesmo instante. Fechei meu livro e me virei para trás pra ver de quem estava reclamando. Vi entrando de mãos dadas com Britney e eles estavam vindo na direção da nossa mesa; atrás deles viam , , e fazendo caretas e andando de um jeito estranho, provavelmente imitando Britney só que de uma forma bem cômica. Olhei para as meninas e encontrei: lendo a sinopse do livro que eu estava lendo; cantando “Uma Britney incomoda muita gente...”; agora admirava suas unhas e escutava suas músicas só que agora sem cantar.
  - Oi... Meninas. – Disse desanimado assim que chegou na mesa.
  - Oi. – Falamos em coro, Britney nos olhava com cara de poucos amigos.
  - Hello Girls! – chegou espantando o clima tenso e se sentando do lado de .
  - Eae? – , e se sentaram do meu lado e do lado de .
  - Não vão se sentar? – perguntou se referindo ao casal.
  - S-Sim é que, estou muito nas nuvens hoje. – deu uma desculpa e ele e Britney se sentaram ao lado de que fez cara de sofrida. Estou começando a ficar com dó dela. Um silêncio se instalou na mesa só se dava pra escutar mastigando sua maçã e fazendo um barulho com a boca que era bem irritante.
  - , dá pra parar com esse barulho? – se irritou.
  - Se fosse o Caio, você não reclamaria! – retrucou demonstrando ciúmes. mudou sua expressão de incomodada para triste, ela realmente não sabia escolher “ ou Caio”, ela gostava realmente dos dois.
  - Hey não briguem! – disse e o silêncio voltou, Britney me olhava com curiosidade e com desprezo. Só pelo jeito de ela me olhar, eu não gostei dela! e conversavam algo que parecia ser bem sério, só que eu não me interessei em ouvir.
  - Britney eu preciso falar com você. – disse se levantando.
  - Claro. – Britney sorriu falsamente para ele e se levantou também, só vimos os dois saindo do refeitório e indo provavelmente para o pátio.
  - AAAAH GRAÇAS A DEUS QUE AQUELA GAROTA FOI EMBORA! – deu um grito que fez todos nós se assustar e depois rir.
  - Então qual foi sua impressão da Britney – Naja? – me perguntou divertido.
  - Nenhuma das melhores... – Eu disse. - Aliás, vocês vão ficar a chamando de Naja?
  - Foi um apelido carinhoso que demos para ela! – respondeu e piscou para que riu. To até vendo quem colocou o apelido nela.
  - Ah, antes que nós nos esquecemos, amanhã vai ter ensaio da banda é pra vocês irem. – nos avisou.
  - Pode deixar , vamos estar lá amanhã, pelo menos eu vou. – Falei e sorriu.
  - Eu também vou! – já foi logo avisando.
  - Nós também! – , Ary e disseram em coro.
  - Vai ser na casa do , passo na casa de vocês meninas as 15h00min – avisou.
  - Combinado. – disse. Depois disso o sinal tocou avisando que faltavam apenas duas aulas para podermos ir para casa. Por enquanto não precisei usar minha bombinha e eu estou contende com isso. Não vi mais o . Vi apenas Britney que brigava com todo mundo que passava em sua frente e quase me matou quando me viu. O que será que falou? Fiquei com medo.

  Dia 86
  *Ding – Dong
*    havia chegado.
  - Mãe, já to indo ta? – Falei
  - Ok, você ta levando a bombinha?
  - T-To sim. – Menti, achei que não havia necessidade de levar minha companheira “Kitty” (Sim eu dei um nome a ela), ontem não precisei usá-la o dia inteiro, por que eu iria precisar hoje?
  - Ah, ok então, se cuida. – Minha mãe ficou desconfiada, droga! Saí de casa e dei de cara com .
  - E aí, pequena? – me abraçou e eu retribui.
  - Oi . – Disse, olhei atrás de e avistei um carro. Lá dentro já estavam as meninas. – Desde quando você dirige ?
  - Digamos que eu sou repetente, quer dizer que já tenho 18 anos. – Ele sorriu de um jeito bem contagiante.
  - Ok. – Falei rindo, entramos no carro e fomos para casa de . As meninas gritavam e cantava as músicas que tocava no rádio. estacionou em frente de uma casa bem fofa. Saímos do carro e todos já foram entrando na casa sem apertar a campainha ou pedir licença.
  - Oi tia Anne! – deu um abraço em uma mulher que estava na cozinha.
  - Oi ! Oi meninas! – Anne disse acenando para nós.
  - Sogra, essa garota aqui é a . – me abraçou de lado me apresentando a Anne.
  - Ah, então essa é a famosa que o tanto fala? – Anne sorriu e eu corei.
  - O quê? – Indaguei.
  - Tia a , não sabia desse detalhe. – sorria envergonhada.
  - Ah, acho que eu falei demais então! – Anne riu contagiando todos nós. – Sinta se à vontade , como o próprio diz “Mi casa, su casa” – Rimos mais uma vez. – Eles estão no porão, podem ir lá. – Saímos da cozinha e fomos direto para uma escada que dava direto no porão da casa do . Quando mais íamos nos aproximando, mais se dava pra ouvir os meninos catando e tocando violão. abriu uma porta e finalmente adentramos ao um porão bem organizado com alguns instrumentos; um mini “palco” e dois sofás médios.
  - Ah, finalmente chegaram! – declarou quando nos viu. Cumprimentou cada um de nós e beijou a . foi se ajuntar a que escrevia uma música em um papel; cantava uma música do Beatles enquanto tocava com o violão.
  - Acho que eu não te conheço. – Uma garota se aproximou de mim.
  - Ah, me desculpa, sou ou como preferir. - Me apresentei estendendo minha mão onde a garota apertou.
  - Sou Gemma, irmã do e cunhada da . – Ela sorriu e que estava mais ou menos do nosso lado corou.
  - Não sabia que tinha uma irmã. – Falei erguendo uma das minhas sobrancelhas e vendo os meninos se posicionarem no mini “palco”
  - Pois é. esquece que tem uma irmã mais velha que tem que cuidar do irmão bebezão. – Gemma exclamou e rimos, senti falta de ar então fiz uma careta.
  - Hey você ta bem? – Gemma perguntou vendo minha expressão.
  - To bem sim. – Não queria preocupa – lá. Depois eu e Gemma nos sentamos ao lado de que estava rindo dos meninos que cantavam a música do Bruno Mars “Just The way You are” enquanto e cantavam “'Cause you're amazing” , e repetiam “amazing” de uma forma engraçada e bem desafinada arrancando risadas de nós. ficava com os olhos brilhando, olhando para que tocava o violão; e conversavam alguma coisa entre si; Gemma e agora zuavam os meninos. Senti novamente a falta de ar só que dessa vez mais forte, droga isso que dá deixar Kitty em casa pensando que eu não vou passar mal! Com a maior calma que eu tinha puxei o ar, mas aquilo não estava funcionando.
  - , você ta bem? – olhou pra mim preocupada.
  - To sim, só com um pouco de falta de ar, mas logo passa. – Tentei tranquilizá-la. Ela me olhou desconfiada, mas depois deu de ombros. Tentei me concentrar na música que já estava acabando, encontrei me olhando preocupado, será que eu estava chamando tanto atenção? Senti meu peito acelerar e a falta de ar crescer, não aguentei e eu acabei segurando firme a mão de que estava do meu lado esquerdo.
  - o que... - Só escutei dizendo isso antes de eu apagar completamente.

Capítulo 06 - Nota: Não deixar Kitty em casa

  - . . – Uma voz feminina me chamava. Fui abrindo os olhos para me acostumar com a claridade. Reconheci Anne que estava do meu lado me chamando, atrás dela estava Gemma e as meninas. – Ai, graças a Deus você acordou! – Vi que eu estava em um quarto lilás com detalhes em branco e havia alguns pôsteres de cantores famosos.
  - Onde eu estou? - Perguntei.
  - Você ta no meu quarto . – Gemma me respondeu sorrindo.
  - Eu estava tão preocupada com você! Já faz meia hora que você desmaiou. – Anne me entregava um copo de água que havia trazido.
  - Desculpa. Não queria preocupar vocês. – Falei de cabeça baixa.
  - Não faça mais isso! Eu pensei que você ia morrer! – estava muito assustada com o ocorrido.
  - Deixa de ser dramática, ! – a repreendeu, nós rimos.
  - MÃE! A GENTE JÁ PODE ENTRAR? – Reconheci a voz de atrás da porta.
  - Pode, . – Anne respondeu rindo e logo vimos os meninos entrarem atropelando todo mundo.
  - Hey, civilização no meu quarto! – Gemma deu uma de brava e eu ri.
  - Ai, você acordou! – me abraçou forte.
  - , me solta, se não vou desmaiar de novo! – Falei com um pouco de falta de ar.
  - Ok, pronto, já te soltei. – Ele se afastou rapidamente.
  - Sério mesmo, me desculpem.
  - Você não teve culpa . – sorriu.
  - Ah,.. Em partes eu tive sim. – Falei um pouco baixo e ninguém ouviu.
  - Agora que a bela adormecida acordou, vamos deixa-la descansando ok? Enquanto isso, , me passe o número da mãe da . – Anne avisou e eu congelei. Minha mãe ia me matar por ter deixado Kitty em casa. Todos saíram do quarto. e me lançaram um olhar de “Vê se não desmaia de novo!”. Como todos haviam me deixado sozinha, percebi que o quarto de Gemma era gigante.
  - ? – Olhei para a porta e vi me chamando.
  - Entra. – Sorri, se sentou em uma cadeira que havia do meu lado.
  - Como você está? – Ele me perguntou.
  - Bem. Geralmente quando desmaio ou durmo, eu acordo me sentindo muito bem.
  - Confesso que fiquei preocupado. – O vi abaixar o olhar e corar um pouco. Meu Deus como o é fofo.
  - Desculpa. – Murmurei. Ele sorriu.
  - Sei que estou dando muito de interesseiro, mas me conta... Você tem câncer do quê?
  - Eu tenho câncer no pulmão, quando me dá falta de ar eu começo a ficar muito mal e meu coração acelera, ai acaba acontecendo o que vocês presenciaram.
  - Mas você não deveria usar um cilindro de gás? – Ele ficou confuso.
  - Na verdade, eu usei no começo do câncer, quando eu ainda tinha quatorze anos. Aprendi a controlar a minha respiração durante este tempo, mas parece que não tem adiantado muito, comecei a usar uma bombinha de asma para ver se melhora essas falhas que eu tenho se não “Olá de novo cilindro de gás!” – Rimos dessa minha piada infantil.
  - Você leva no humor o que você tem. É difícil achar pessoas assim.
  - É melhor rir do que chorar, não é mesmo? – Ele concordou com a cabeça então de cedi contar para ele.
  - ? – O chamei e ele me olhou sorrindo. – Posso te contar uma coisa? Mas promete que não vai contar pra ninguém!
  - Pode confiar em mim! Vai por mim sou mais confiável do que o “boca aberta” do ! – Não sabia por onde começar.
  - Ahn... ... Eu tenho menos de cem dias. – Ele me olhou espantado e confuso.
  - Espera... Você ta querendo dizer que em menos de cem dias você vai morrer?
  - É... – Falei baixo senti um nó na garganta, olhei para e o mesmo estava branco.
  - Menos de cem dias. – Ele murmurou para si mesmo, o olhei confusa. – , eu te prometo que irei te fazer uma das garotas mais felizes, mas primeiro tenho que te conquistar. – Ele sorria um pouco envergonhado.
  - Vou te contar outro segredo. – Falei e ele levantou uma de suas sobrancelhas. – Você já me conquistou . – Sorrimos e depois nos abraçamos, realmente havia me conquistado. Gostei dele desde o primeiro momento em que eu o vi, mas minhas esperanças sumiram quando fiquei sabendo que ele namorava, mas parece que ele não namora mais certo? Certo. Depois de conversarmos, as meninas nos chamaram para podermos comer um bolo que Anne havia feito. Vi mais um pouco do ensaio dos meninos, depois levou eu e as meninas para casa. Quando cheguei em casa levei uma bronca dos meus pais como eu já esperava, mas eles sabiam que eu não aceitava tudo isso, então não foram tão rígidos assim. Passei o resto da noite pensando em . Ele realmente falava sério? Só sei que eu falei sério: Eu realmente gosto dele.

Capítulo 07 - Sério isso?! Um Baile?!

  Dia 82
  - Um baile de inverno? – disse muito, mas muito empolgada quando viu o cartaz pendurado no mural.
  - Aaaaa meu Deus! – também se empolgou.
  - Vocês não vão grit... – Antes de terminar de falar e começaram a gritar e a comemorar no meio do corredor da escola.
  - É, acho que elas vão gritar sim, . – concluiu e as duas riram. Fiquei analisando o cartaz.
  - Não gostou da notícia ? – me perguntou após de parar de rir.
  - Gostei, só não estou empolgada. – Respondi.
  - Então garotas... – Caio chegou abraçando pelos ombros . – Vocês vão?
  - Claro que sim. – Todas menos eu disseram.
  - Não sei se eu vou. – Olhei novamente para o Cartaz.
  - E por que você não iria? – me olhou me desafiando.
  - Olha , nós não vamos insistir. – disse sorrindo.
  - Caaaaioo, meu velho amigo. – Só eu acho que senti ironia no que disse?
  - , há quanto tempo! – Caio também foi irônico.
  - Vocês dois já vão começar? – se intrometeu.
  - Ok, já parei com isso. – ergueu as mãos em forma de rendição. – A propósito , quero sua ajuda e a ajuda da para podermos fazer os enfeites do baile.
  - Ah, ok . – Eu e falamos juntas.
  - Já vou indo, o time de futebol precisa de mim tchau meninas, tchau . – Caio beijou a bochecha de e se despediu de de uma forma fria, ele apenas revirou os olhos.
  Bateu o sinal do final das aulas e cada um foi para sua casa, e não tinham ido à escola hoje. Cheguei em casa, tomei banho e fui com minha mãe ao hospital para fazer mais exames. Eu e minha mãe estávamos saindo do hospital quando eu vejo sentado em um dos bancos. Estranhei o fato dele estar ali. Aproximei-me e ele não notou minha presença.
  - Oi. – Disse assim que cheguei.
  - ? – Ele sorriu meio confuso. – O que faz aqui?
  - Este é o hospital que eu faço exames. – Expliquei – E você?
  - Minha irmã ficou doente, então eu minha mãe a trouxemos, mas eu já estou de saída. - Ele se levantou. – Quer ir comigo ao Starbucks? Não comi nada até agora.
  - Sim, eu aceito, primeiro tenho que avisar minha mãe, que deve estar por aí conversando com alguém. – Dei uma olhada pelo local e encontrei minha mãe conversando com uma mulher. – Ah, ela está ali. Vou avisá-la.
  - Vou com você. – foi comigo até minha mãe, ele olhou estranho quando nos aproximamos de minha mãe e da mulher que ela conversava.
  - Ah, aqui está ela, Karen está aqui é minha filha. – Minha mãe percebeu minha presença.
  - Meu Deus ela realmente é bonita, e vejo que ela já conhece meu filho . – Olhei para ele confusa e que sorria torto.
  - Estudamos juntos mãe. – respondeu para a mãe que descobri se chamar Karen.
  - Seu filho também é um bonito rapaz. - Minha mãe o observou por muito tempo, conhecendo minha mãe pelo que eu conheço, acho que ela estava pensando que era o genro dos seus sonhos.
  - Mãe, me convidou para ir ao Starbucks eu posso... – Nem terminei de falar e minha mãe me interrompe.
  - Claro que pode filha, só tome cuidado, ok? , cuide bem dela.
  - Claro que ele cuidará bem dela, volte cedo. – Depois que Karen deu suas ordens ao filho, eu e saímos do hospital rindo da cena.
  - Nunca imaginei que nossas mães iriam se conhecer. – Falei rindo.
  - Nem eu. Destino e suas brincadeiras. – Rimos por um bom tempo até entrarmos no Starbucks que ficava bem perto do hospital. Nos sentamos em uma mesa e fizemos os pedidos: Um frapuccino para mim e para um cappuccino. – O que teve de interessante na escola hoje? – Ele me perguntou enquanto não chegava os nossos pedidos.
  - Nada. – Falei simplesmente e ele riu. – Apenas ficamos sabendo que irá ter um baile de inverno na escola.
  - E você vai?
  - Não sei. Não estou com vontade de ir. – Nossos pedidos chegaram e eu e ficamos conversando.
  - Vamos comigo ao baile. – Sim, um garoto como o estava insistindo para ir ao baile comigo.
  - Mas e a Britney? - Inventei mais uma desculpa.
  - Já disse mil vezes pra você e para a galera que eu terminei com ela. – Ele ria.
  - Então eu vou. – Disse vencida. – Agora só falta sua mãe me chamar de nora!
  - Ela já está quase fazendo isso. – Senti minhas bochechas corarem, desviei meus olhos dos dele e acabei vendo um retardado que eu conhecia bem e uma anã entrarem na lanchonete.
  - ! ! – gritou assim que nos avistou e se sentou com ao nosso lado.
  - Oi . – cumprimentou .
  - você conseguiu convencer a a ir ao baile? – perguntou.
  - Consegui. – sorriu vitorioso e olhei indignada.
  - Você já sabia! – Eu disse e fiz todos rirem.
  - Sim , ele já sabia agora você vai ao baile. – me explicou, minha cara devia estar a mais idiota do mundo, pois não parava de rir. Nós quatro ficamos conversando, contou que tinha preparado uma surpresa para , mas que só seria contada daqui alguns dias. depois me levou para casa, quando cheguei minha mãe ficou me enchendo dizendo que era perfeito pra mim e que deveríamos ficar juntos. Ri muito disso. Não passei mal hoje e dei graças a Deus por isso.

Capítulo 08 - O traje certo

  Dia 78
  - E você , o que acha desse? – e apareceram pela milésima vez pra mim, para e para para poder mostrar o décimo quinto vestido que elas haviam experimentado.
  - Está lindo. – Sorri forçado.
  - Ok, me convenceu. – disse se olhando no espelho. – Vou ficar com esse. – Eu já estava cantando vitória quando...
  - Mas não me convenceu. Moça! Quero ver mais um vestido. – , eu e bufamos juntas ao ouvir dizer isso. Ficamos mais meia hora esperando , até que ela finalmente escolheu um vestido vermelho com várias pedrinhas que brilham e com corpete (Bem a cara dela). Meu vestido e o da eram simples, só que muito bonito. Também havia corpete que marcava muito a nossa cintura, o meu era um vestido azul Royal e o da roxo escuro. Já o da e o da eram bem volumosos. O vestido de era da cor salmão e da um rosa escuro. Saímos da loja um pouco cansadas, me lembrei que amanhã eu e deveríamos ficar na escola até de tarde para ajudar o e o .

  Dia 77
  Foi uma chatice as aulas, o único de bom foi que podemos resolver as coisas para o baile que aconteceria amanhã. Agora a maioria dos alunos estava indo para casa, só alguns iriam ficar até mais tarde para enfeitar a escola, incluindo eu, , e .
  - , esses enfeites estão muito azuis, precisa de mais cor! – reclamava, para mim estava ótimo daquele jeito: O contraste de azul com o branco e o azul marinho.
  - pensa comigo, quando você pensa em neve você pensa no quê? – perguntou.
  - Em branco, oras!
  - Mas , os enfeites não podem ser brancos, por isso o azul! – soltou um “Aaaaaah” e saiu murmurando “Menina lerda meu Deus!”.
  - Eu ouvi isso hein ! – não gostava quando nós a chamávamos de lerda, ela fica brava e contava pro que também ficava bravo.
  - Vocês vão levar quem na festa? – Perguntei para os meninos já que eu sabia que ia com o namorado dela, ou seja, .
  - Vou levar , já que o namorado dela está no Canadá. – respondeu enquanto mexia nas caixas de som.
  - Consegui ser mais rápido que o Caio, por tanto vou ir com a minha querida . – falou todo orgulhoso e disse “Parabéns” ao amigo que ficou mais convencido ainda.
  - Eu vou com o... – Cortei .
  - , a gente sabe que você vai com .
  - Ain, não posso nem mais falar nada que todo mundo reclama. – saiu bufando pelos quatro quantos enquanto eu ria muito com , estava ocupado demais mexendo no som, mas ele não deixou de soltar um risinho de lado. Falando em som, aquelas caixas estão me dando dor de cabeça, me sentei em uma cadeira e respirei fundo pra ver se passava. Consegui controlar a dor e voltei a trabalhar. Já ia dar seis horas da tarde quando finalmente acabamos de arrumar o ginásio.
  - Finalmente vou ir pra casa para poder dormir! – levantou as mãos para o céu “agradecendo”
  - Caramba , você só pensa em dormir toda hora, credo! Preguiça é pecado. – disse indignado.
  - Só não penso em dormir, quando estou dormindo meu querido . Então não é toda hora. – deu essa desculpa e todos nós rimos menos que revirou os olhos.
  - Bom, vou indo, quero estar descansado amanhã para o Baile, então até amanhã. – se despediu e foi para casa.
  - Quer que eu leve vocês meninas? – ofereceu.
  - Pode indo vocês dois. Vou ficar na padaria onde o trabalha que é aqui perto, quando acabar o horário dele, ele me leva. Tchau gente. – também foi indo. e eu voltamos conversando e rindo, ele parecia realmente cansado e com sono. Descobri que gosta muito de uma garota e que está muito “encantado” com ela. Fiquei muito feliz, espero que essa garota que está afim, não o decepcione, senão eu quebro os dentes dela. não é de se jogar fora. Quando cheguei com em casa, minha mãe fez a mesma coisa que ela fez com o pobre , ficou analisando-o. Acho que se mulher pudesse se casar com dois homens, minha mãe provavelmente me casaria com e ou ela mesma se casaria com eles!

Capítulo 09 - O baije de inverno

  Dia 76
  Como me sentia? Nervosa. Eu sei que é desnecessário, mas é que eu nunca fui a um baile desses.
  - , seu acompanhante chegou! – Minha mãe gritou do andar de baixo. Senti um frio na barriga e a falta de ar começou, Peguei minha bombinha e fiquei cinco minutos puxando ar. Quando senti que melhorei, guardei a Kitty em uma bolsa que eu levaria. Não sou fã de bolsa e eu odeio usá-las, mas nesses casos infelizmente tenho que levá-las. Desci as escadas e fui escutando risos e um “Não precisa ser modesto ”. Quando finalmente cheguei ao último degrau, finalmente me perceberam. se levantou rapidamente do sofá e minha mãe junto com minha cunhada me olhava com orgulho (sim, foram elas que me arrumaram), meu pai sorria junto com meu irmão.
  - , você... Você está... Linda. – corou um pouco e me estendeu a mão. A peguei e entrelacei seu braço no meu.
  - Obrigada, . – Agradeci meio constrangida por minha família ficar olhando para nós dois. – Vamos indo , se não vamos chegar muito tarde. Tchau família! Amo vocês. – Eu estava praticamente arrastando para fora.
  - Tchau filha e cuide dela por nós. – Meu pai disse.
  - Pode deixar senhor Stwart. – sorriu tímido e finalmente saímos da minha casa. Entramos no carro do que nos esperava junto com .
  - Fiu, fiu hein, ! – brincou comigo.
  - Está nada mal, . – disse, eu nada mal? Ela que está divina com aquela roupa.
  - Você que não está nada mal, ! – Falei e sorriu.
  - Ok, as duas estão bonitas! , coloca esse carro pra andar homem. – disse batendo no ombro do em uma forma de apressá-lo. Em alguns minutos, havíamos chegado à escola que pela movimentação parecia já ter começado o baile. e ficaram para fechar o carro, eu e fomos indo na frente de braços entrelaçados. Quando chegamos na entrada do ginásio vi um garoto meio familiar agarrando uma garota bem baixinha.
  - , aquele não é...
  - Sim , é o beijando a , parece que os dois finalmente se acertaram. – Deixamos o casal de lado e entramos no ginásio que estava com várias pessoas dançando a música de um DJ que a escola contratou. Avistamos , , e sentados em uma mesa. Nos aproximamos.
  - Ai que fofo vocês dois juntos! – disse fazendo uma carinha fofa.
  - Ahn... Obrigada? – Falei, eu e nos sentamos logo depois e apareceram de mãos dadas.
  - Hey, vamos dançar? – perguntou um “pouco" animado (bêbado), acho que alguns alunos batizaram o ponche.
  - Mas você não sabe dançar ! – disse.
  - Eu aprendo na hora, e tem mais eu amo essa música. – saiu puxando que puxou o , que puxou o . Logo os quatros estavam dançando que nem retardados a música de Beyonce. apareceu do nada ao lado do e começou a soltar a franga no meio deles. Estou começando a duvidar da masculinidade desses meninos!
  - Ai. – chegou do nada suspirando.
  - Huum, que carinha é essa? – perguntou um pouco maliciosa. Isso que dá namorar , você fica maliciosa! mostrou sua mão direita e em seu dedo havia uma aliança.
  - Não... Espera... Você ta namorando quem? – pegou a mão de e ficou analisando a aliança.
  - Com meu querido .
  - Então essa era a surpresa? – Perguntei.
  - Sim. – Ela falou com uma voz fina que foi um pouco irritante.
  - Meu Deus, eu não conheço eles. – disse tentando se esconder olhei para pista de dança e vi os cincos rebolando e cantando Call me maybe da Carly Rae Jepsen. Morri de rir ao ver a cena.
  - Tive que vir até aqui, não aguentei e tenho que dizer... – Caio chegou nos assustando. – Vocês estão lindas, principalmente você . – Nós agradecemos e ficou muito, mas muito corada. As músicas animadas pararam de tocar e logo começou uma música calma e romântica. – Hey, quer dançar? – Caio estendeu a mão para e ela aceitou, os dois foram para pista enquanto os cinco macacos voltavam para mesa todos suados.
  - Aprendam a dançar com o garotão aqui – disse apontando para si mesmo e tomando seu ponche.
  - , você estava mais parecendo um robô dançando. – Todos riram do comentário de menos que fez uma cara engraçada de ofendido.
  - Cadê a ? – perguntou, achei melhor não responder se não ia dar merda.
  - Ahn... Está com Caio... – praticamente sussurrou, mas entendeu perfeitamente. Ele na hora desmanchou o sorriso e abaixou a cabeça, ficou passando a mão nos cabelos do amigo.
  - O que ele tem que eu não tenho? – perguntou muito baixo, eu quase não entendi o que ele havia dito por causa da música alta.
  - fica calmo, tem várias minas por aí querendo seu corpo nu. – Ok, isso que disse foi engraçado. deu um sorriso, mas ainda parecia desanimado.
  - Aff, para com isso, ! - o repreendeu.
  - Olha como hoje to muito legal, eu danço com você, meu amor. – disse para , e o mesmo olhou assustado. Acho que ta virando gay.
  - O quê?! – disse surpreso e com medo.
  - Vem logo, sua bicha. – puxou para pista e os dois começaram a dançar a música Iris de Goo Goo Dolls, havia colocado as mãos no pescoço de e foi obrigado a colocar as mãos na cintura do . começou a gravar os dois dançando enquanto morria de rir ao lado de sua mais nova namorada. Escutei alguém pigarrear do meu lado, olhei e vi sorrindo.
  - Eu vi que você quer dançar também. – Ele disse e eu ri, não vou negar eu queria mesmo dançar. – Me daria à honra? – Ele estendeu a mão e eu aceitei, fomos direto para pista ao lado de e que estava com uma cara de bosta em quanto parecia um gay apaixonado. Eu e começamos a nos mover conforme o ritmo da música, não sou muito acostumada a dançar então eu pisava algumas vezes no pé do meu acompanhante.
  - Foi mal. – Murmurei pela milésima vez e riu.
  - Não precisa se desculpar, isso é normal. – Sorri tímida, eu estava muito constrangida com tão próximo de mim. – Já disse que você está linda? – Corei e assenti. – Pois eu digo de novo, você está linda. – aproximou seu rosto do meu e pude sentir sua respiração batendo em minha bochecha, não sabia se eu estava preparada para aquilo, mas resolvi acabar com espaço entre nós selando nossos lábios. O beijo começou tímido e provavelmente nossos amigos estavam nos zoando, mas quem se importa? apertou minha cintura e fez nosso beijo se tornar mais intenso, era incrível como nós tínhamos uma sincronia perfeita, meu mundo parecia que havia parado e agora só estava eu e ele. foi parando nosso beijo "perfeito" e finalizou-o com um selinho demorado.
  - Huum, pegador. – passou do nosso lado dançando com , que também estava animada como (ou seja: bêbada), olhei para mesa onde estávamos sentados e , e faziam corações com as mãos. Ignorei tudo e apenas voltei a dançar como antes com o . Estava tudo indo bem quando um senhor chamada passa bufando do nosso lado.
  - , aonde você vai? – Perguntei, ele nem se deu conta de virar para trás.
  - Vou embora, esse lugar está me dando náuseas. – foi realmente embora sem mais nenhuma explicação, apareceu do nosso lado com uma cara nada boa.
  - Você não se empolgou e beijou o , não né? – perguntou estranhando o amigo e parando de dançar comigo.
  - CREDO LIAM! EU SOU MACHO! – fez uma cara de nojo e riu.
  - Mas o que aconteceu então? – Perguntei e voltou para a expressão de “cara nada boa”
  - Por que você mesma não olha?! – apontou com o polegar para trás dele, olhei e vi Caio beijando e a mesma correspondendo.
  - O deve estar muito mal. – disse, eu e concordamos e voltamos para mesa onde estávamos desde o começo e ficamos vendo e com e dançando a música de David Guetta.

  **

  - Está entregue. - disse assim que chegamos em minha casa, como foi embora mais cedo eu e fomos embora para casa de a pé.
  - Obrigado por tudo, . – Fui beijar sua bochecha, mas ele virou o rosto fazendo com que os meus lábios encontrassem com os seus. Diferente do beijo da pista de dança, esse foi um pouco mais demorado. Só paramos de beijar quando faltou completamente ar.
  - Até mais, .
  - Até, . – Entrei em casa depois que se foi, meus pais estavam assistindo um filme, bom, só minha mãe estava, porque meu pai havia dormido ao lado dela. Fui direto pro meu quarto, tirei meu vestido e dormi apenas de lingerie mesmo, estava cansada pra ir procurar um pijama pra mim. E sim, eu passei a noite inteira sonhando com .

Capítulo 10 - Recaídas

  Dia 75
  O sol batia em meu rosto em plenas 08:00 da manhã. Poxa havia esquecido de fechar a cortina! Fui me levantar para fechar a cortina e eu finalmente voltar a dormir. Quando me levantei, eu perdi todas as minhas forças e acabei caindo e fazendo um barulho enorme. Eu estava muito fraca, tudo bem que depois de uma noite cansativa como ontem a gente fica cansado, mas o meu estado era bem diferente. Olhei para meus braços e vi que havia algumas manchas roxas, droga o que eu fiz para aparecer essas manchas? Fui tentar me levantar do chão para poder me sentar na cama, mas acabei caindo de novo no chão e batendo o meu corpo com tudo onde senti uma dor imensa.
  - MÃEE! – Gritei, estava doendo muito, nunca havia me sentido assim.
  - , o que foi? – Ela apareceu no quarto, quando ela me viu caída no chão e quase chorando de dor, ela veio correndo até a mim. – Meu Deus , que marcas são essas? E por que você está no chão?
  - Eu caí mãe, eu não consigo me levantar, meu corpo ta doendo muito. – Expliquei. Com a ajuda do meu pai minha mãe conseguiu me colocar na cama.
  - Vou ligar para Doutora Ellen. – Minha mãe saiu do quarto e meu pai mediu minha temperatura, logo depois peguei no sono.

  **

  - . – Alguém me balançava cuidadosamente. – , acorda querida. – Abri os meus olhos bem devagar e vi quem me balançava: Ellen. Reparei que eu não estava em casa e sim em um quarto branco com uma agulha de soro no meu braço direito.
  - Por que não estou em casa? – Perguntei a Ellen.
  - Sua pressão caiu muito, então quando sua mãe me ligou pedi para ela te trazer para o hospital. – Vi meus pais entrando no quarto com uma enfermeira que trazia um copo de água para mim.
  - Então doutora, o que ela tem e que manchas roxas são essas? – Meu pai perguntou, minha mãe estava quieta com o pensamento longe provavelmente estava com medo do que podia estar por vir. Ellen suspirou e olhou tristemente para nós três.
  - Depois de alguns exames feitos em quanto descansava, chegamos a um resultado: O tumor está mais forte. - Os olhos de minha mãe se encheram de lágrimas e eu senti um nó em minha garganta, meu pai estava sem expressão, mas eu sabia que por dentro ele estava destruído.
  - Alterou alguma coisa nas datas? – Perguntei mesmo com medo da resposta que estava por vir.
  - Infelizmente sim. – Ouvi minha mãe soluçar e meu pai segurar o choro. Depois de Ellen olhar em um ponto fixo e fazendo alguns cálculos ela olhou para mim. – Você só tem 50 dias . – Senti uma lágrima teimosa descer pelo meu rosto, estava cada vez mais rápido, meus pais choravam alto, foi de partir o coração.

Capítulo 11 - Romeu e Julieta

  Dia 50
  - Como você se sente? – Ouvi me perguntar e eu soltei um longo suspiro. Estava eu e ele em uma pequena Praça de Londres deitados na grama, debaixo de uma árvore, vendo as nuvens se formar em desenhos um pouco estranhos.
  - Não sei exatamente...
  - Não aceito isso como resposta. – Ri da cara de tédio que fez.
  - Anh... Estranha?! - Foi a vez dele rir.
  - Estranha como?
  - Sério que você vai ficar me perguntando sobre isso?
  - Não, já parei. – Ele desviou os olhos do céu para me olhar. – Na verdade eu estou com medo, não me preparei psicologicamente para quando eu te perder.
  - Desculpa... – Sussurrei desviando os meus olhos dos dele.
  - Hey, não é sua culpa. – me fez olhar para seus olhos. Me aproximei de e encostei minha cabeça em seu peito e pude escutar seu coração um pouco acelerado. – , eu te amo. – Escutei ele sussurrar. Eu queria poder ficar ali para sempre, mas sempre é uma palavra muito grande para quem tem os dias contados.

  *
  Dia 45
  - “Ó querido Romeu, onde você está que eu não te acho?” – repetia a frase do pequeno livro em suas mãos. – Seriamente... Gosto de atuar, mas não gosto de fazer teatros para a escola. – Comecei a ter um ataque de riso junto com . – Por que a personagem principal tem que ter falas gigantescas e difíceis? Não tinha mais o que fazer Shakespeare?
  - Então por que você escolheu ser a Julieta? – parou de ler o livro para olhar a garota que só ficava reclamando.
  - Porque o foi escolhido para ser o Romeu e eu não posso deixar “qualquer” uma se aproximar do meu namorado. Meu. revirou os olhos rindo enquanto voltava a ajudar a decorar as falas. chegou na mesa toda saltitante e feliz eu e elas seriamos as únicas a não participar do teatro: eu iria cuidar da parte do cenário enquanto ela cuidaria dos figurinos.
  - Já estão sabendo da maior? – Ela perguntou com um sorriso malicioso.
  - O que você aprontou dessa vez, ? – perguntou e nós todas olhamos preocupadas para que revirou os olhos.
  - Por que vocês sempre perguntam isso para mim? – Ela se fingiu de ofendida e eu tive que rir. – Bom, eu vim até aqui contar que... O estava se agarrando agora pouco com uma garota do primeiro ano. – Digamos que todas nós ficamos boquiabertas.
  - O ? – Eu nesse momento não estava raciocinando direito.
  - , você não escutou criatura?! – foi malvada comigo agora, não posso ser mais lerda?
  - Por que justamente o ? Eu achava que ele realmente gostasse de mim! – fechou o livro bruscamente e bateu com força na mesa.
  - Alô? Tem alguém aí? – foi bem irônica agora. – , acorda! Você beijou o Caio no Baile quando você devia ter beijado , pois foi ele que te levou. Agora que você está “ficando” com o Caio, está tentando seguir em frente. – Realmente estava ignorando depois do Baile e ela ficava aos beijos com Caio. Só agora ela foi perceber a burrada que ela estava cometendo.
  - Eu vou falar com ele. – ia se levantando da mesa, mas segurei sua mão.
  - , melhor não. Vamos resolver as coisas do teatro se acalme primeiro depois você realmente pensa o que você realmente quer: ou Caio. – Eu disse super paciente, apenas assentiu e todas nós voltamos a ler os livros e ter ideias para o teatro.

  **

  - Sério mesmo que vou ser o Padre? – murmurava pela milésima vez.
  - Sim, , você será o padre. – Mrs. Johnson repetia também pela milésima vez. e seriam os pais de Julieta; e seriam os pais de Romeu e seria o amigo e parente de Romeu. – Bom, vamos tentar ensaiar uma vez?
  - Mas mal sei minhas falas direito! – reclamou.
  - Pelo menos você não é o padre. – Sério, daqui a pouco eu ia socar o rosto de .
  - , dá pra calar a boca pelo menos uma vez? – gritou com o amigo, como de se esperar estava muito nervoso ultimamente.
  - Desculpa. – fez um bico enorme e uma cara fofa.
  - Tudo bem , vem comigo ajudar a montar o figurino. – saiu arrastando para fora do palco.
  - Ah, tinha que ser meu bebê. – deu um sorriso torto enquanto via o namorado sair.
  - Bom, agora que o dramático saiu... – Mrs. Johnson voltou a falar como antes de ser interrompida. - ... Quero apenas Romeu e Julieta no palco. - Todos saíram, exceto e que já sabiam as falas da primeira cena. Fui aos bastidores onde estavam e , para eu poder tomar ar. Ultimamente tentava evitar lugares com muitas pessoas e fechados. Encontrei e Caio - que estava completamente suado provavelmente tinha acabado de voltar do jogo de futebol e ele não irá participar do teatro por causa dos jogos. – tendo uma discussão feia e uma das palavras que pude ouvir foi: .

Capítulo 12 - Discussões e o teatro

  - , esquece o ! Ele tá com outra agora. – Caio tentava o máximo possível ser calmo.
  - Eu não consigo, ok? Acho que não da mais certo, Caio... Foi muito bom enquanto durou, mas... Não consigo tirar o da cabeça, desculpa. – disse cabisbaixa, Caio se aproximou dela e deu um abraço.
  - Podemos ser pelo menos amigos? – Ele se distanciou um pouco para ver o rosto de que estava com um sorriso fraco.
  - Sim. Podemos, Caio. – Eles se abraçaram mais uma vez. Fui me afastando aos poucos dos dois quando senti bater em uma coisa. Ou melhor, em uma pessoa.
  - Escutando a conversa dos outros? – Me virei e confirmei quem era.
  - Foi por um bom motivo, . – Ergui minhas mãos em forma de rendição.
  - Aham, sei disso. – Ele revirou os olhos, mas depois riu. – A Mrs. Johnson está te procurando que nem uma louca.
  - Mais louca do que já é?
  - Exatamente. É melhor você ir. – Assenti e fui saindo, mas me chamou de novo. – E vê se não espia os outros de novo! – Ele deu um sorriso sarcástico
  - Pode deixar, Mr. Payne. – Bati continência o que fez ele rir. Fui até Mrs. Johnson e ela me deu mil e umas ordens que eu nem consegui decorar.

  **

  Dia 40
  - Eu não vou conseguir. – estava sentado no chão, abraçado com suas pernas, se balançado pra frente e para trás, dizendo isso.
  - , você e a ensaiaram tanto. Por que não conseguiria? – perguntou.
  - Você viu o tanto de gente que tem lá fora? – perguntou e negou com a cabeça. – Pois bem, não veja! Se não você vai ficar louca.
  - É claro que você vai conseguir, isso é só questão de costume. Depois que você já estiver no meio da peça, vai até esquecer o momento e vai pensar que é só mais um ensaio. – tentou acalmar o garoto nervoso.
  - Tenho que concordar com ela. – disse de forma desprezível.
  - Te trouxe água, . – chegou com um copo.
  - Obrigado, Saah. – Ele pegou o copo com as mãos tremulas e foi bebendo aos poucos.
  - , você precisa entrar chegou a cena que você conversa com o . – chegou apressando o coitado. se levantou respirou e inspirou fundo três vezes.
  - Me desejem sorte. – Ele saiu antes de nós desejarmos boa sorte, fui junto com preparar que seria a próxima entrar com e .
  O que eu posso dizer a seguir? Bom... Deu tudo certo: não teve mais seus ataques; teve uma crise de tosse, mas ele conseguiu disfarçar; estava de mau-humor por ser o padre, mas se saiu super bem; digamos que tentava evitar , mas ele não conseguiu disfarçar um sorriso quando ela disse frases bonitas e encantadoras. Os outros não tiveram nenhum problema, pareciam que faziam isso há anos e foi isso que fez os telespectadores levantarem e aplaudirem emocionados.

  **

  - Vocês se saíram muito bem! Não sabem o tanto que eu estou orgulhosa de vocês, precisamente , que interpretou muito bem o padre. Eu disse que era o papel certo para você. – Mrs. Johnson elogiavam todos que já estavam fora do palco.
  - Menos, menos professora. Eu sei que eu sou um astro. – abanava as mãos em forma de convencido.
  Depois de todos terem se trocado cada um foi com os seus pais para casa, meus pais deram carona para e sua mãe, após termos deixado as duas na porta de casa fomos direto para nossa.
  - Realmente , sua professora devia fazer isso mais vezes. – Disse meu pai estacionando o carro na garagem, dei um sorriso fraco em resposta. Entramos em casa e comecei a tossir, Londres podia ser um lugar frio, mas às vezes o ar ficava muito seco. Minha mãe foi correndo pegar a bombinha. Puxei o ar várias vezes até que eu consegui parar de tossir.
  - Acho melhor levarmos você no médico amanhã, esse ar seco não está ajudando em nada. – Minha mãe passava as mãos em minhas costas fazendo um carinho gostoso, meu pai concordou com ela.
  - Acorde cedo, hein? – Assenti. – Boa noite filha.
  - Boa noite, pai. Boa noite, mãe. – Dei um beijo no rosto de cada um deles e subi para o meu quarto para amanhã eu acordar cedo.

Capítulo 13 - Realmente... O tempo passa rápido

  Dia 39
  Eu estava me arrumando para ir ao hospital. Hoje eu me sentia diferente, não sei explicar, apenas diferente. Não posso negar que eu fiquei assustada com esse pressentimento.
  - , você já está pronta? – Minha mãe gritou do andar de baixo.
  - Só falta pentear meu cabelo! – Gritei em resposta. Fui para o banheiro, peguei a escova e comecei a penteá-lo, só que quando eu passei a escova não saiu apenas alguns fios, saiu uma PARTE do meu cabelo. Olhei horrorizada para escova que até deixei cair no chão. Passei minha mão no meu cabelo e mais um monte saiu em resposta. – Não pode ser. – Resmunguei, havia passado tanto tempo assim? – MÃE. – Gritei já chorando. Eu já estava perdendo o que me deixava bonita, o que me diferenciava das outras garotas. O meu cabelo. Quando minha mãe chegou, ela ficou no mesmo estado do que eu. Eu estava tão desesperada, tão aterrorizada que nem lembro mais o que aconteceu a seguir.

  **

  - , abra os olhos. – Ellen dizia tentando passar confiança para eu encarar a nova .
  - Eu não quero. – Senti lagrimas quentes e grossas escorrerem pelo meu rosto.
  - Por favor, logo você irá se acostumar é só uma questão de tempo. – Abri os olhos aos poucos e logo encarei o espelho em minha frente. Aquela não era eu. Passei a mão pelos meus cabelos que antes eram no meu busto agora era na altura dos olhos (Imagem do corte*)

  **

  - , nós podemos entrar? – Escutei a voz de .
  - Sim. – Respondi e vi as meninas adentrarem o meu quarto. Eu estava com uma toca na cabeça e enrolada pelos cobertores até o meu pescoço. Não queria que ninguém me visse daquele jeito.
  - Sua mãe nos contou o que aconteceu. – começou pra cortar o clima. Não respondi nada. – Você deve estar arrasada.
  - É... Realmente estou. – Falei com a voz baixa e fraca, tinha passado o dia inteiro chorando. – Minha doutora disse que pode cair mais ainda.
  - Sentimos muito, . – disse se sentando na ponta da minha cama pra ficar de frente para mim.
  - Não precisam sentir. – Respondi de forma grosseira.
  - Somos suas amigas, . – se manifestou. – Dói bem aqui. – Ela apontou para seu peito, onde costumamos falar que fica o nosso coração. – Quando te vemos assim. – Suspirei fundo. Me livrei dos cobertores e arranquei a toca da minha cabeça, mostrando meus poucos cabelos. Como eu já esperava a reação das meninas foi de susto e de “Sentimos muito”.

  **

  Dia 30
  Coisas que eu quero fazer antes de morrer:
  1º Ser o máximos feliz como se fosse o meu último suspiro.
  2º Fazer loucuras que eu nunca havia feito. - Ok
  3º Ir em um lugar alto e gritar o quanto amo o meu próximo.
  4º Rir até chorar.
  5º Não se apaixonar.
  6º Ir em uma montanha russa e gritar até ficar rouca.
  7º Comer pizza até passar mal.
  8º Ser louco por um dia.
  9º Fazer uma aposta louca.
  10º Ser rebelde por um dia. – Ok

  Suspirei olhando de novo a folha que eu havia feito antes de vir para Londres. Não havia completado nada! Tirando o simples fato que eu havia cancelado a quinta proposta. Os meus dias estavam passando e eu tinha que terminar aquilo. Guardei a folha no meu diário e vi outra folha que eu havia feito esses dias:
  Carta para os meus amigos.
  Li e reli aquilo. Como eu iria entregar aquilo eu não sei. Só sei que cada vez mais eu vou piorando. Guardei a carta no meio do diário, e suspirei pensando no dia de amanhã. Eu iria sair com a galera toda, iríamos ao parque de diversão que havia chegado na cidade vizinha e depois iríamos à casa do assistir um filme qualquer. Fechei os meus olhos e uma coisa veio na minha mente: Eu preciso completar aquilo.

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Capítulo 14 - O parque

  Dia 29
  - , meu amor, compra aquele algodão doce pra mim. – parecia uma criança mimada e o pai que dá tudo.
  - , desse jeito não vai sobrar dinheiro pra você comprar os ingressos da casa mal assombrada e quem vai rir por último vai ser a . – alertou quando ele já saia pra ir comprar o algodão doce. olhou o dinheiro, , a casa mal assombrada e por último o algodão doce.
  - , você nem tá com tanta fome assim, né? – sorriu amarelo e bufou e saiu pisando duro. , claro, foi atrás. Hoje eu estava usando pela primeira vez o cilindro de gás. Ellen me recomendou ele para essa época do ano que o ar fica seco e fica difícil de respirar.
  - Já que o foi atrás da , vamos logo na casa mal assombrada? – fez um bico enorme para nós.
  - Agora não, vamos primeiro na montanha russa. – disse me ajudando com o cilindro. – Esse “negócio” é pesado, !
  - Deixa que eu ajudo ela, . – pegou das mãos de o cilindro e foi me ajudando a carregar até a montanha russa.
  - Quem é que vai com quem? – perguntou olhando para cada um de nós.
  - Vou com você, . – disse chegando de mãos dadas com .
  - Vou com a . – entrelaçou seu braço no de .
  - Eu vou com o playboy aqui. – segurou o pescoço de enforcando – o.
  - Ahn... Vou com a . – Lancei um sorriso amistoso para que retribuiu.
  - Eu vou com... – olhou em volta procurando alguém para ir com ele, todos já tinham seus pares, exceto... – . – a lançou um olhar frio enquanto tinha em seus lábios um sorriso brincalhão.
  - Então vamos logo, já está chegando quase nossa vez. – disse quebrando o clima tenso. Depois de algum tempo foi a nossa vez, cada um de nós sentamos com nossos respectivos pares. Gritei, gritei e gritei e saí da montanha russa rouca.
  - Cara isso... Foi... Radical. – Disse fazendo o famoso símbolo de “Rock ‘n Roll”.
  - Temos que fazer isso mais vezes! – deu um berro do lado de que se assustou. Eu ainda não havia me recuperado da montanha russa, então eu estava muito ofegante e puxava com todas as minhas forças o ar do cilindro.
  - Hey, você está bem? – pegou o cilindro e passou seu braço pelo meu ombro.
  - To sim... Um pouco sem ar. – Respondi e deu um beijo estalado em minha bochecha.
  - Cara e depois você pergunta se ela ta bem. É claro que ela não ta bem, toda hora você dá um motivo pra ela ficar sem ar! – Bom... O palhaço voltou.
  - E pelo jeito a montanha russa foi bem boa pra você, não é? – retrucou. Vi as maças do rosto de ficarem vermelhas.
  - N-não aconteceu nada. – gaguejou um pouco e vimos voltar para seu mau-humor que temos visto muito ultimamente.
  - Vamos agora para casa mal assombrada? – voltou a perguntar.
  - Sim, agora vamos. – saiu à frente junto de contando como era a garota perfeita pra ele. não me largou por nada desse mundo. Mas confesso que eu gostei disso.
  Depois de muitas horas na casa mal assombrada e de ter se assustado muito, fomos para casa de . Fomos muito bem recebidos por sua mãe. pediu quatro pizzas e depois que ela chegou colocamos os seis filmes de Jogos Mortais. Comi muita pizza que senti até um pouco de azia. Como vimos que o filme não ia acabar muito cedo, ligamos cada um para sua mãe avisando que íamos dormir na casa de . Claro que minha mãe não aceitou, mas quando eu citei que as meninas iriam dormir lá ela deixou. Eram duas horas da manhã e ainda estávamos na metade do quarto filme, estava quase dormindo ao lado de que também estava se esforçando para continuar com os olhos abertos. Eu, ela e subimos para o quarto que era do irmão de onde nós meninas iríamos dormir. Não demorou muito e eu acabei dormindo.

Capítulo 15 - Falta pouco tempo...

  Dia 24
  Os dias iam passando e as coisas ao meu lado iam também. apresentou sua mais nova namorada, June; se reencontrou com seu namorado que estava de férias do seu intercambio, mas iria ficar por pouco tempo por aqui; Meus cabelos deram uma trégua e pararam de cair; e aos poucos iam se falando como antigamente, desconfio que um dia roubou um beijo de ; e cada dia pareciam apaixonados e bem amigos; e grudentos como nunca e sem contar que estava com o cabelo enorme, estava sempre cobrando para ele cortar aquele cabelo; continuava o mesmo cavaleiro de sempre; E Caio havia um bom tempo que não falava conosco, havia arranjado uma namorada.
  - Então... Você veio para conversar comigo ou para dormir? – Escutei a voz de sussurrando em meu ouvido.
  - Já acordei, okay? – Levantei minhas mãos me rendendo e escutei a risada gostosa de ecoar. – Vamos andar um pouco?
  - Vamos. Minha bunda já estava ficando quadrada. – Ele se levantou e estendeu a mão para me ajudar.
  - ... Às vezes você fala coisas desnecessárias. – Ri alto e fechou a cara, mas depois me acompanhou. Ficamos caminhando por um bom tempo pelo parque até que chegamos ao lugar alto. , que não parava de falar um minuto, percebeu que estávamos em um lugar com eco.
  - ECOO. – gritou e aos poucos pode ouvir sua voz sendo ecoada por várias vezes.
  - Por que quando as pessoas escutam um eco, gritam a palavra eco? – Perguntei com a sobrancelha levantada.
  - Não sei, é meio sem pensar. – Ele respondeu rindo.
  - Okay minha vez de gritar. – Respirei fundo quase acabando com o ar do cilindro. – , eu te amo! – Meio clichê isso não? Mas valeu a pena, por que estava sorrindo que nem um bobo alegre.
  - Eu também te amo sua “sem ar”. – sussurrou e logo em seguida me beijou. Eu e não namorávamos, nós só nos beijávamos algumas vezes. Bem... Não nego que eu queria ver me pedir em namoro. me beijava com cuidado como se eu fosse uma boneca de porcelana. Ele explorava cada parte da minha boca, mas com cuidado. Valeu à pena ter gritado que eu o amava.

  Dia 19

  - Deixa ver se eu entendi. – fechou os olhos e inspirou com a maior calma possível. – Daqui algumas semanas vão acontecer os jogos da nossa escola contra os Blue Tigers, os melhores jogadores do momento e com as melhores líderes de torcidas?
  - Exatamente. – Afirmou Caio, descontraído.
  - E você está querendo que nós participemos para o concurso das Líderes e que e comecem a treinar com o time de futebol? – completou.
  - É. Vocês realmente compreenderam. – Caio sorriu de orelha a orelha.
  - Estamos dentro. – e declararam. Você acha mesmo que esses dois iriam dispensar a oportunidade de jogar para escola?
  - Então, garotas... – Caio piscou freneticamente tentando nos conquistar.
  - Emmily sabe disso, Caio? – perguntou. Aliás, Emmily era a capitã das lideres e a namorada de Caio.
  - Claro que sabe. – Ele riu debochadamente.
  - Como vocês sabem, eu não posso e nem quero participar disso. – Me manifestei levantando minhas mãos me rendendo.
  - , tu é boba né? – me perguntou. – Cara, eu to perdendo a oportunidade de te ver de saia curta! – Fiquei super vermelha enquanto todos riam da minha cara.
  - , não foi desse jeito que eu te ensinei. – o repreendeu arrancando mais risadas.
  - Ahhh então é você que está levando o pro mau caminho? – puxou a orelha de , que ficou reclamando. – Eu também to fora. Nunca fui boa para dança, muito menos para líder de torcida.
  - Ahh, eu não acredito. – entrou na onda de .
  - Ahn... Então né... – Caio fez uma carinha fofa na direção de , e .
  - Okay. – As três murmuraram juntas. Logo em seguida Caio estava fazendo uma dançinha louca e abraçando as três.
  - Garotas, eu amo vocês. – Caio saiu comemorando e mandando beijo para nós, uma cena engraçada.
  - Vocês nem perguntaram quando começam os treinos. – disse meio alienado, em um minuto , , , e estavam correndo a trás de Caio para saber sobre os treinos e algumas coisas a mais. – Seria legal ver vocês duas dançando. – Ele continuou após que os loucos saíram.
  - Eu tenho muita vergonha de dançar em publico e eu acho que não danço bem. Se não, eu aceitava. – soltou um suspiro fraco.
  - Eu mal aguento dançar macarena, imagina dançar uma coreografia que nem aquela. – Eu respondi rindo fraco.
  - Um dia nós iremos cobrar de vocês duas. – deu um sorriso meigo e concordava junto enquanto devorava uma banana.
  - Nem sei por que ter vergonha. – dizia de boca cheia de banana. – A eu até entendo por que ela é uma “sem ar”, mas, , você não é santa não. – ficou extremamente vermelha e enchia de tapa e ele quase morria engasgado com a banana.

Capítulo 16 - Little Moments

  Dia 15
  - Então... – Ellen pigarreou. – Nenhum problema com o cilindro?
  - Não. O cilindro é cem por cento melhor que a bombinha. – Minha mãe respondeu por mim. Ellen anotou algumas coisas no papel e depois olhou para mim.
  - Está pronta, ? – Assenti sem forças. Lagrimas queriam escorrer e meu subconsciente gritava “Não! Eu não estou pronta!” Ellen se levantou e pediu para que nós a acompanhássemos. Ellen nos guiou a um quarto, era lá que eu teria que ficar pelos meus últimos dias. – Desculpa, mas é para seu próprio bem. – Me deitei em minha mais nova cama, minha mãe me ajudou a me livrar do cilindro e colocou logo a mascara de oxigênio no meu rosto. Infelizmente, eu não podia mais ficar sem o cilindro ou qualquer outra coisa que me ajuda a respirar. Aconcheguei-me na cama e logo vi Ellen com uma injeção de anestesia, eles iriam fazer os últimos exames em mim. Lembrei-me do dia em que tentaram fazer o transplante em mim, mas não deu certo. Desse dia em diante nunca mais tive coragem de aceitar outros transplantes, fiquei com muito medo de passar por aquilo novamente. Aos poucos senti Ellen inserir a agulha em minha veia, em alguns segundos eu havia apagado.
  **
  Abri os olhos aos poucos e acabei encontrando a figura da minha mãe ao meu lado.
  - Mãe? – Minha voz saiu baixa e rouca. Ela olhou para mim e pude perceber as olheiras abaixo de seus olhos, ela estava muito mal.
  - Oi filha. – Ela pegou minha mão direita que já estava com agulha do soro. – Está se sentindo bem?
  - Nem sim, nem não. – Respondi, eu ainda estava sonolenta.
  - Seu pulmão... – Ela deu uma pausa para respirar e segurar o choro. – Está parando aos poucos. Ellen disse que daqui uns dias você vai precisar ainda mais dos aparelhos médicos, por que seu pulmão vai parar de funcionar.
  - Tem mais algo de errado?
  - A faringe está muito machucada, . – Assenti e soltei um suspiro. – Está com fome?
  - Um pouco.
  - Vou lhe trazer alguma coisa da cantina. e estão aí, vou chamá-las. – Minha mãe saiu sem esperar minha resposta, alguns minutos depois vi e entrando no meu quarto.
  - Nunca imaginei que iria ver uma das minhas amigas nesse estado. – mordeu o lábio e se aproximou me abraçando com delicadeza.
  - Não é nenhum dos melhores. – Tentei afastar o clima tenso, mas não funcionou.
  - , quero que saiba que nós te amamos, okay? – sorriu.
  - Ainda esta muito cedo para se despedir de mim.
  - Não é uma despedida, é para você saber que não desistimos de você. – respondeu por . Senti uma lágrima quente descer por meu rosto.
  - Eu também amo vocês. – Segurei a mãos das duas e apertei com as poucas forças que eu tinha.
  Dia 12
  Os dias iam se passando e eu me sentia fraca, e, agora, sem os meus pulmões, que haviam parado de vez, sentia que minha vez estava chegando. Parecia que eu estava em uma fila invisível onde eu seguro uma senha e a morte chama cada um dessas senhas, você não sabe quando e hora será chamada a sua. Eu, infelizmente, sabia.
  Todos os meus amigos e família foram me visitar.
  - Então, você disse que queria fazer um pedido, . – Relembrei .
  - Esse não é um dos melhores momentos, . – Ele abaixou a cabeça.
  - Diga. – Eu insisti, o vi soltar um suspiro longo e passar a mão pelos cabelos.
  - Eu... Ia lhe pedir isso antes de você ficar internada. Eu me senti um burro por ter enrolado tanto.
  - Você está mudando de assunto. – Ele sorriu e pegou minha mão.
  - Eu ia pedir pra você ser minha namorada. – Senti meu coração parar naquele momento. – Mas é tarde.
  - Ainda não é tarde, , nunca é tarde para acreditar. – Vi uma lagrima escorrendo de seu rosto. –, pare, por favor. Eu ainda to aqui!
  - É difícil, .
  - Eu sei que é. Mas vamos enfrentar isso juntos. – Apertei sua mão com força. – Até o meu ultimo suspiro. , eu te amo e aceito o seu pedido.
  - Eu também te amo, Laura. – Ele beijou minha testa. Senti um conforto muito grande, que eu não sentia há dias. Eu tentaria viver. Por todos que eu amo e que me amam. Tentaria ser forte para ver eles felizes.

Capítulo 17 - Os preparativos

  Dia 6
  Enquanto eu mofava dentro daquele quarto de hospital, os alunos da minha “ex-escola” treinavam e se preparavam para os jogos, por isso poucos vinham me visitar. me contou que ela, e estavam se dando muito bem nos ensaios e que iriam humilhar todas outras lideres, até mesmo a capitã. Lembro que ri tanto com aquela baixinha que eu até chorei de tanto rir. Estou com muitas saudades dos momentos que sentávamos nos intervalos e conversávamos sobre tudo. Peguei o livro que minha mãe havia comprado para mim e o abri nas ultimas paginas onde estava a carta. A olhei e logo em seguida eu guardei. Eu estava cansada daquele tédio todo. Fui surpreendida quando vi entrar com ).
  - Oi. – Falei rindo de ), que estava atrapalhado trazendo a sua mochila e a mochila de .
  - E aí. – Ele respondeu jogando as duas mochilas na poltrona ao lado da minha cama.
  - Oi, flor do dia. – veio sorridente do meu lado e segurou minha mão, um costume que ela pegou desde que eu fiquei internada. – Viemos ver se você vai poder ir ao jogo de futebol.
  - Provavelmente não. – Suspirei. – Os médicos e meus pais não irão permitir nem em um milhão de anos.
  - Ah, não fala assim... Desanima. – ) disse fazendo um biquinho fofo.
  - , você tem que ir. – choramingou do meu lado. – Por favor!
  - Okay, okay. – Me rendi. – Vou tentar convencê-los. – ) e fizeram um toque estranho como comemoração.
  - Vamos te ajudar com eles. – ) disse beijando minha testa. – Tenho que ir agora. Minha prima está sozinha em casa, tenho que cuidar dela. Beijos, amo vocês. – E ) se foi, deixando eu e a sós. Antes de soltar “A” pergunta, soltei um pigarro pra chamar a atenção de , mas acabei me engasgando.
  - Fica calma, Laura. – se desesperou ao me ver tossindo e tentando puxar ar ao mesmo tempo. – Vou chamar a sua mãe. – ia saindo, mas puxei seu braço e consegui deixar minha respiração normal. Logo soltei uma gargalhada.
  - Você precisava ver sua cara. – Falei entre risos, enquanto ficava séria.
  - HÁ, HÁ achei muito engraçado. – Aos poucos fui parando de rir. – É sério, Laura! Eu pensei que você ia ter um troço aqui!
  - Isso sempre acontece. – Dei de ombros. – Mas quero te fazer uma pergunta.
  - Pode falar. – Ela sorriu.
  - Você se acertou com o ?
  - Nossa... Assim tão direta? – Ela riu nervosamente.
  - Não tenho muitos dias de vida, por isso eu preciso saber. – Ela suspirou e deu um sorriso fraco.
  - Nós temos conversado bastante ultimamente.
  - Como antes? – Fiquei confusa.
  - Não... Mas voltamos ser próximos. – Eu sorri e apertei a mão de .
  - Espero que de tudo certo.
  - Eu também espero, . – Passamos o resto da tarde jogando conversa fora, e apareceram e disseram que tínhamos de tudo para conseguirmos ganhar a partida. Depois de todas elas terem ido embora, tentei dormir, mas acabei passando mal a noite inteira.

Capítulo 18 - O jogo

  Dia 3
  Faltava apenas três dias para várias coisas: O jogo de futebol; Aniversário da escola; E o meu ultimo dia de vida. Como eu havia prometido, eu estava tentando convencer os meus pais e os médicos a me deixarem ir ao jogo. Tive que ter uma ajudinha de Caio junto com o treinador. E a resposta foi:
  - Não. – Minha mãe disse de braços cruzados e meu pai concordava com ela.
  - Mas mãe...
  - Laura, nesses dias você tem que estar debaixo da visão médica.
  - Senhora, iremos cuidar dela. – O treinador tentava me ajudar de alguma forma.
  - Minha resposta é não! – Ela manteve a pose.
  - Mas a minha é sim. – Ellen finalmente se manifestou. – Laura está em boas mãos e, além disso, vai estar com os amigos. Ela tem que aproveitar. – Eu sorri como nunca, finalmente alguém me ajudou. Minha mãe ficou pensativa por algum tempo e meu pai respondeu por ela:
  - Se Ellen, que é medica, concordou, é por que isso irá fazer bem a Laura, apesar de ser bem arriscado. – Minha mãe teve que concordar com ele.
  - Obrigada. – Agradeci e abracei a todos.
  - Pode ter certeza que eu irei fazer um gol no nome da Laura. – Caio estufou o peito e nós rimos. Agora era apenas esperar.
  Dia 1
  - , por favor, se cuida. – Eu, meu pai e minha mãe estávamos abraçados em grupo.
  - Eu prometo, mãe. – Me soltei do abraço e logo avistei , e vindo em minha direção. Os três cumprimentaram meus pais e pegou o cilindro de gás que iria me ajudar a respirar.
  - Pronta para ver nossa escola ganhar? – perguntou.
  - É claro que ela está. – sorriu entrelaçando meu braço com o dela. Fomos direto para o carro de , foi um caminho rápido e divertido, eu estava tão feliz por finalmente sair do hospital, que eu nem via o tempo passar. Quando chegamos, fomos recebidos por e a namorada dele.
  - Onde estão os outros? – perguntou, segurando uma das minhas mãos.
  - As meninas estão repassando a coreografia com as outras lideres e o resto está se aquecendo no campo. – respondeu dando de ombros.
  - Vamos entrar, então. Quero dar boa sorte para todos. – Falei animada e confiante.
Entramos no estádio e vimos , e Caio tomando água e logo apareceram , e .
  - Hey, boa sorte. – Desejei para cada um deles.
  - Ainda vou fazer seu gol, . – Caio me lembrou.
  - E nós vamos ajudar. – e disseram ao mesmo tempo fazendo todos rirem.
  - Vamos arrebentar aquelas Bitches. – jogou os cabelos para trás e logo reparei que elas estavam com roupa de líderes.
  - A roupa caiu bem em vocês. – as elogiou.
  - Eu sei, nasci para brilhar. – mandou beijos nos ares para todos.
  - Vamos logo para nossos lugares, o jogo daqui a pouco vai começar. – alertou.
  - Verdade, até mais, gente. – saiu puxando a . e eu fomos os últimos ir para nossos lugares. Ao longe eu ouvi a voz de .
  - , boa sorte.
  - Pra você também, . – Olhei para trás e vi os dois se beijando tive que rir.
  - Que foi? – me perguntou.
  - Olha para trás. – olhou para trás e logo se ajuntou a mim e começou a rir.
  - Eu sabia que eles iam se acertar.
  Foi um pouco difícil de achar a turma, mas conseguimos. Sentei-me ao lado da namorada de , não tinha tido a oportunidade de conhecê-la, mas ela é bem legal. Minha conversa com ela foi interrompida pelo hino da nossa escola. Todos cantaram juntos e logo em seguida foi a vez do hino da escola rival. Depois de terem tocado os hinos e as apresentações das lideres o jogo começou, estava emocionante, e gritavam e xingavam os jogadores. Era uma cena engraçada. Quinze minutos depois, conseguiu a posse da bola, mas acabou perdendo para um brutamonte seis vezes maior que ele.
  - . – Escutei falando comigo. – Eu, e vamos na lanchonete, vai querer algo?
  - Não, obrigada. – Sorri.
  - Okay então. – Rimos. – Se cuida. – Antes de ir me beijou como se fosse um ultimo beijo, acho que ele estava pressentindo o que iria acontecer. Após os dois terem ido, senti uma pontada em meu peito, me contorci um pouco, mas logo passou. Vinte minutos de jogo, conseguiu pegar a bola e vi , e vibrarem junto com as outras lideres. Senti outra vez uma pontada no peito e dessa vez minha visão escureceu e meu fôlego foi indo embora.
  - Só mais um pouco, . Só mais um pouco. - Sussurrei para mim mesmo. Tentei puxar o ar do cilindro, mas não me ajudava. havia passado a bola para Josh, que passou para , que dominou por vários minutos até ele conseguir passar para Caio, que corria muito rápido para conseguir marcar o gol, quando eu menos esperei escutei todos em minha volta todos gritando “GOL”! ’. Olhei para o campo e vi Caio comemorando junto com o time, é ele fez o gol que me prometeu. Sorri ao lembrar. Aos poucos minha visão foi escurecendo e eu não consegui mais puxar o ar do cilindro, as comemorações e a voz da namorada de me chamando foram se afastando. Até que não escutei mais nada.

Capítulo 19 - When you're gone

  Narrador:
  Naquele dia, ninguém ficou para o resto da partida de futebol, todos foram correndo para o hospital, os meninos tiveram que ser substituídos. ainda estava viva quando chegou ao hospital, todos estavam muito preocupados e sua mãe, junto de seu pai, chorava muito. e começaram a chorar ao ver a amiga daquele jeito. Colocaram nos aparelhos para poder respirar e ver os batimentos cardíacos, o coração dela estava batendo apenas 40%. Depois de várias horas tensas, o coração de parou de bater.
  - NÃO! NÃO PODE SER. – A mãe de já não tinha mais forças para gritar, seu pai tentava disfarçar, mas estava do mesmo jeito que sua esposa. Acabado por dentro. estava em choque e logo recebeu um abraço amistoso de , que tinha os olhos marejados.
  - Ela era uma boa garota. – disse em meio ao abraço. deixou finalmente o choro falar mais alto e logo estava chorando aos braços de . havia se ajuntado a e estava chorando junto com a garota. tentava consolar e ao mesmo tempo. fazia de tudo para não chorar e consolava , que se culpava por ter insistido de ir ao jogo. Uma enfermeira chegou toda apressada chamando a doutora Ellen, que havia dado a noticia.
  - Doutora. Conseguiram reanimá-la. – Todos olharam para a pequena enfermeira, que tinha um sorriso grande no rosto. Todos se animaram para ver a garota, mas apenas os pais de puderam vê-la. E assim todos foram embora para casa, com medo de acontecer uma coisa a garota.
  **
  No dia seguinte, todos estavam lá novamente. No mesmo corredor e o mesmo clima de preocupação. Os amigos conseguiram ir ao quarto da garota dessa vez, de pouco em pouco cada um conseguiu ver ela pela ultima vez. Mesmo desacordada. , em sua vez segurou, a mão de e ficou repetindo a mesma frase:
  - , fala comigo. - suplicava, até que a mão que ele segurava deu uma apertada de leve na dele. Ela havia acordado. A garota abriu os olhos bem devagar e sorriu ao encontrar com os olhos marejados. Seus amigos viam tudo pela janela de vidro do quarto. Estavam eufóricos por ter visto a garota acordar. deu um pequeno suspiro antes de sussurrar:
  - Eu amo vocês. – quase não havia compreendido o que ela havia falado, mas logo entendeu.
  - Nós também te amamos, pequena. - Ele selou seus lábios no da garota e logo saiu para que os pais da tentassem conversar com ela. se ajuntou com os amigos e ficou vendo a cena pelo vidro, ele se assustou ao ver fechar mais uma vez os olhos e o aparelho de batimento cardíaco começar apitar. O coração de parou de bater de novo, Só que dessa vez ela não acordou mais.
  **
  - Queridos amigos, estamos aqui reunidos para velar o corpo de uma garota tão dócil e jovem que era ... – O padre havia começado o discurso, todos prestavam atenção e algumas pessoas, vulgo as amigas e a família de , não conseguiam parar de chorar. estava estático, não chorava, não concordava com as palavras do padre. Ele estava imerso em pensamentos. -... Gostaria de chamar , um grande amigo de . – percebeu que a mãe e pai de haviam falado algumas coisas, como também seus amigos. Ele se pós na frente de todos, respirou fundo e deixou as palavras saírem.
  - , foi a garota por quem eu me apaixonei. Não sei realmente se irei encontrar alguém como ela. Ela era incrível – Ele olhou em volta e viu seus amigos o incentivando. – Sonhadora e foi forte até mesmo quando disseram que não teria mais jeito. Eu amei como nunca amei ninguém, eu daria de tudo para vê-la e tocá-la novamente. Ela era meu pequeno pedaço de céu. E agora que tudo acabou, não terei mais a oportunidade de abraçá-la e beijá-la. Infelizmente o mundo não é uma maquina de realizar desejos. Que , minha amada, descanse em lugar bem melhor do que aqui. – ouviu aplausos e logo saiu, não queria ficar ali e sofrer mais, mas foi parado pela mãe de .
  - , antes da partir, ela me entregou isso. – A mãe de entregava um envelope para o rapaz. – Leia com carinho. – Ela beijou de forma carinhosa o rosto do garoto, que sorriu timidamente. foi pra casa e não conseguiu dormir a noite inteira.
  **
  Dias se passaram depois da morte de , todos estavam de luto, ninguém sabia ao certo o que falar. Eles não eram mais os mesmos. Então foi na escola, na hora do intervalo, que se lembrou da carta. Foi correndo até o armário onde a guardava com carinho pegou a carta e voltou para a mesa que estava em clima totalmente tenso. Ele abriu a carta e começou a ler com os amigos:
  Queridos amigos,
  Se vocês estão lendo está carta quer dizer que já completou 101 dias, ou seja, eu já parti. Sinto muito se eu não fui perfeita ou de todas as vezes que eu decepcionei vocês. Me perdoem.
  Queria dizer que vocês foram as melhores pessoas que apareceram na minha vida, mesmo eu estando doente e em um momento muito difícil, vocês não deixaram de me amar. Obrigada por isso.
  Antes de sair do Brasil e vir para Londres, eu havia feito uma lista das coisas que eu queria completar, infelizmente eu não completei, mas quero que vocês completem por mim:
  1º Ser o máximos feliz como se fosse o meu ultimo suspiro.
  2º Fazer loucuras que eu nunca havia feito.
  3º Ir em um lugar alto e gritar o quanto amo o meu próximo.
  4º Rir até chorar
  5º Não se apaixonar
  6º Ir em uma montanha russa e gritar até ficar rouca
  7º Comer pizza até passar mal

  8º Ser louco por um dia
  9º Fazer uma aposta louca
  10º Ser rebelde por um dia
  A quinta opção eu descartei, pois felizmente me apaixonei, sim. foi um homem que me fez perder o medo de amar, me ensinou a quebrar regras e me fez muito feliz. Apenas rezo para que ele encontre uma mulher que o fará o homem mais feliz do mundo. Além disso, não só me apaixonei pelo , mas me apaixonei pelos meus amigos, e a cada dia mais pela minha família.
  Eu não queria ir embora desse jeito, mas esta é a nossa vida, caro amigo. Ela pode nos surpreender a cada dia mais, como o próprio dizia "O destino e suas brincadeiras sem graça". Agora entendo o que ele queria dizer.
  Só estou escrevendo está carta para dizer o quanto amo vocês, que fizeram parte da minha vida, se eu pudesse voltar no tempo com certeza escolheria época que eu conheci vocês. Já disse que amo vocês? Pois eu digo de novo: EU AMO VOCÊS PARA TODO SEMPRE.
  Quero que vocês sejam felizes; Realizem os seus sonhos, mesmo que todos digam "não", é você que vai fazer a diferença, não eles; Sejam os mais loucos amáveis do mundo inteiro e o mais importante, amem a todos!
  P.S. Amo vocês!
  


  Ao terminar de ler, se sentiu feliz. Todos ali se sentiram felizes. podia ter partido, mas ela ainda habitava no coração de cada um...

Capítulo 20 - Acordando para a realidade

  :
  *PRIM-PRIM-PRIM*

  Maldito despertador, ninguém devia acordar cedo. Ninguém! Espera. Eu não to na escola? Como assim, eu estava na escola! Sentei na cama e tentei me lembrar da noite passada. Olhei ao meu lado e vi o livro que eu havia acabado de completar: A culpa é das estrelas - John Green. É bonito esse livro, só que o garoto mo... Espera. A NÃO MORREU! Isso explica eu ainda estar no meu quarto, eu apenas sonhei que tinha câncer, e todos os momentos que passamos juntos no meu sonho eram apenas uma lembrança de quando a conheci. Levantei às pressas, fiz minha higiene matinal e coloquei a primeira coisa que vi pela frente. Peguei minha mochila, falei com minha mãe, que ficou confusa por eu estar tão eufórico em plena seis e meia da manhã, peguei uma maçã e fui correndo para escola. Literalmente, eu fui correndo para escola. Quando cheguei, fui correndo para o refeitório, ela sempre está lá. Dito e feito: Ela estava lá. Quando eu a avistei, soltei um grito que atraiu atenção de todo mundo e as risadas escandalosas de ecoaram. Quando eu a abracei, senti a melhor sensação do mundo.
  - , o que foi? Você está suado e seu coração está muito acelerado. - falava em meio ao abraço.
  - Você não sabe o tanto que eu estou feliz em te ver. - Antes que ela falasse mais alguma coisa eu a beijei, diferente de todas às vezes. Desta vez mais apaixonante, como se nós dois precisássemos disso.
  - Ô, paro com o agarramento. - me separou de e todos começaram a rir. , e cantavam e estavam dando de gays, como sempre, falando: “como isso é fofo” “awwnt” enquanto as meninas riam do meu desespero para ver . Minha pequena e, graças a Deus, sem câncer.
  - Estava tão ansioso para ver a , ? - perguntou.
  - Você não sabe o quanto. - , ) e soltaram um "Awnt"
  - Você pode me explicar o porquê, ? - me perguntou rindo e um pouco corada e percebi que seus cabelos estavam compridos. Deus, obrigada por esses cabelos compridos!
  - Longa história, longa... - Antes de eu terminar minha filosofia, Caio apareceu com o livro "A culpa é das estrelas".
  - Olha o livro que eu achei na biblioteca. É o mesmo que estava lendo. - Caio disse inocente.
  - Por favor, tira esse livro de perto de mim, não quero ter pesadelos de novo. - Supliquei que nem uma criança e me olhou confusa.
  - Eu pensei que você tinha gostado do livro. - ) disse também confusa.
  - Eu realmente gostei do livro e recomendo todos lerem, mas se for pra eu ficar sonhando que minha namorada tem câncer, prefiro não ler. - Respondi e fiz todos rirem.
  Estávamos todos de volta. Eu amo minha namorada, e mesmo que se ela tivesse esses problemas, continuaria a amando. Nem tudo é perfeito e, se fosse, não existiriam problemas como esse. Esse sonho e esse livro me fizeram refletir muito: A vida não precisa ser perfeita para nós amarmos. E realmente não precisa mesmo.

  “- Me apaixonei do mesmo jeito que alguém cai no sono: gradativamente e de repente, de uma hora para outra”. – A culpa é das estrelas.

Fim



Comentários da autora


  Finalmente chegamos ao fim dessa História, ninguém esperava por esse final né? RS' Eu só queria agradecer por todas as pessoas que acompanharam a Fic, queria agradecer minhas amigas que me incentivaram a escrevê-la e agradecer todas as Betas que me ajudaram também, principalmente a Beta Luba que permaneceu comigo até o fim <3 Obrigado mesmo!   Tchau gente e até uma próxima história <3