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Ideia #216

doada por Iza S

// A Ideia
A ideia é uma escritora insegura que precisa de uma cobaia “literária”. Ela costuma mandar alguns trechos para seus amigos, porém eles estavam muito ocupados com suas vidas e demoravam para escrever. Ela conhece o pp em uma livraria e eles tem uma discussão sobre os personagens de um livro (você escolhe) e descobre que ele é desempregado, então ela o contrata pra criticar sua história. Eles passam muito tempos juntos e, conforme ele se identifica com o personagem do livro que a pp escreve, eles tem discussões sobre a vida e começam a se apaixonar um pelo outro.

// Sugestões
Se precisar de cast para o pp, o imagino mais ou menos com a cara desleixada de Michael Stahl-David. Sugiro que tenha algum drama em relação a família do pp, tipo os pais dele brigam muito com ele e tal.
// Notas
Seria legal que ele fosse bem engraçado e divertido enquanto a pp fosse bem paranóica e sarcástica.

Esta história não possui capas prévias (:

Sem curiosidades para essa história no momento!

You are in love

Primeiro Capítulo

  As luzes da cidade começaram a clarear o anoitecer e ajeitou a boina que insistia em cair por causa do vento gélido e forte que passava por Seul naquela época do ano.
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  Ela continuou andando com os cadernos e o notebook na pasta que carregava religiosamente consigo todos os dias da semana — de domingo a domingo. Adentrou a cafeteria de sempre e recebeu um sorriso caloroso de .
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  Os atendentes da cafeteria já a conheciam de longa data, e alguns, como , eram seus amigos já, de tão frequente eram suas visitas.
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  — O de noona? — perguntou ao se aproximar.
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   suspirou resignada e então bateu os olhos no cardápio. E se hoje as coisas fossem diferentes? E se hoje ela optasse por sair de sua zona de conforto já que estava frustrada pela falta de retorno dos amigos e pela falta de apoio da editora que a havia recém contratado?
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   olhou para o cardápio com uma indecisão que não combinava com o seu hábito de sempre pedir a mesma coisa. Ela podia ver o olhar curioso de , mas ignorou, mantendo o foco na lista de bebidas. “Talvez algo diferente, algo que me tire desse bloqueio mental…”, pensou.
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  — Hoje vou querer um cappuccino com caramelo — disse, surpreendendo , que ergueu as sobrancelhas e deu um sorriso brincalhão.
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  — Está se aventurando hoje, noona? — ele brincou, anotando o pedido.
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  — Algo assim. — deu um sorriso cansado. — Às vezes, mudar é necessário.
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   fez um sinal afirmativo e foi preparar a bebida enquanto ela caminhava até a sua mesa habitual, no canto, perto da janela. Tirou os cadernos e o notebook da pasta, organizando tudo de forma metódica, como sempre fazia. Entretanto, mesmo com tudo pronto, não conseguiu abrir o notebook imediatamente. Em vez disso, ficou olhando para o fluxo de pessoas passando lá fora, perdendo-se nos pensamentos.
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  O bloqueio criativo havia se tornado seu pior inimigo nos últimos dias. As críticas eram poucas e os comentários dos amigos, raros. Eles estavam atolados em seus próprios mundos, e ela não podia culpá-los por isso, mas também não conseguia evitar a frustração crescente. E a editora? Não tinha mais tempo para apostar em incertezas. Precisava de algo sólido, um trabalho de sucesso para garantir sua posição.
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  — Aqui está o seu cappuccino. — A voz de a tirou de seus devaneios. Ele colocou a bebida sobre a mesa com um sorriso gentil. — E relaxa, noona, você vai dar conta. Eu confio em você.
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   deu um sorriso agradecido, mas por dentro a insegurança ainda pairava. Tomou um gole do cappuccino quente, apreciando a doçura que misturava o amargor do café. Talvez essa pequena mudança ajudasse a clarear sua mente.
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  Respirou fundo, abriu o notebook e começou a reler os trechos que tinha escrito. A história parecia boa quando começou, mas agora tudo parecia sem vida, como se algo estivesse faltando. Personagens que antes pareciam vivos e cativantes estavam agora apagados e previsíveis. Ela se perguntava se era culpa do bloqueio ou se sua história simplesmente não era tão boa quanto pensava.
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  O som da porta da cafeteria se abrindo chamou sua atenção. Um grupo de jovens entrou, rindo e conversando alto, e logo atrás deles, um rapaz entrou sozinho. Ele carregava um livro grosso nas mãos e parecia perdido nos próprios pensamentos, franzindo o cenho como se estivesse imerso em alguma discussão interna.
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  Por algum motivo, não conseguiu tirar os olhos dele. Ele parecia estranhamente familiar, mas ela não conseguia lembrar de onde. O rapaz pediu um café e se sentou em uma mesa perto da dela. A capa do livro que ele carregava brilhou à luz da cafeteria. imediatamente reconheceu o título.
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  Era o mesmo livro que havia gerado tanta discussão entre ela e um colega tempos atrás. Seu colega adorava o protagonista, mas ela havia afirmado que ele era mal construído e irrealista. Um debate caloroso se seguiu e, desde então, ela sempre se lembrava daquela crítica toda vez que via o livro.
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  A curiosidade tomou conta. Quem ainda lia aquele livro? Ela respirou fundo, tentando reunir coragem para falar, e antes que percebesse, as palavras escaparam:
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  — Eu adoro esse livro, mas o protagonista é uma bagunça, não acha?
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  O rapaz ergueu os olhos, surpreso por um momento, e depois deu um sorriso torto.
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  — Eu acho que ele é mal compreendido. — Ele respondeu calmamente, colocando o livro sobre a mesa. — Talvez as pessoas só não saibam olhar mais fundo.
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  O tom dele era desafiador, mas havia uma simpatia nas palavras que a intrigou. ergueu uma sobrancelha, curiosa:
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  — Sério? Você acha que ele é mais profundo do que parece? Porque, para mim, ele parece só confuso.
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  — Às vezes, a confusão é um reflexo do que as pessoas realmente estão sentindo — o rapaz respondeu, inclinando-se um pouco mais perto, como se o debate fosse algo natural para ele. — Ele está perdido, mas isso não o torna menos humano. Talvez a vida real seja assim.
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   ficou em silêncio por um momento, considerando as palavras. Estava tão acostumada a pensar no livro de uma maneira, que não tinha realmente dado espaço para outras perspectivas. E agora, esse estranho estava abrindo uma nova visão para algo que ela achava já entender completamente.
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  — Talvez você tenha razão. — Ela deu um leve sorriso, interessada. — Eu sou .
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  — . — Ele retribuiu o sorriso. — E parece que temos mais em comum do que eu imaginava.
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   arregalou os olhos, surpresa com a declaração de . Ela tentou responder, mas as palavras ficaram presas em sua garganta, e tudo o que conseguiu fazer foi rir. Uma risada nervosa, alta e descompassada, que fez suas bochechas corarem imediatamente. Ela levou a mão ao rosto, tentando disfarçar o nervosismo enquanto ainda gargalhava sem controle.
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  — Como assim do que você imaginava? — Ela perguntou entre risos, tentando recuperar a compostura.
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   riu junto, mas de forma suave, sem parecer se incomodar com o nervosismo dela.
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  — Bom, eu frequento essa cafeteria e a livraria ao lado há um bom tempo, e já notei que você vem aqui quase todo dia — ele disse, dando de ombros casualmente. — A gente nunca conversou, mas, de certa forma, já estou acostumado a te ver por aqui.
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   sentiu seu rosto esquentar ainda mais, o que só aumentou sua confusão interna. Ele a tinha notado todo esse tempo, e ela nem havia percebido. Tentando controlar a vergonha, ela tomou um gole longo do cappuccino, apenas para dar tempo ao seu cérebro de pensar em uma resposta.
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  — Ah, que… coincidência — respondeu, com uma risada mais contida, ainda tentando se acalmar. — Eu sou meio… viciada nesse lugar.
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   a observava com um sorriso leve, como se achasse divertida a maneira como ela reagia.
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  — É um bom lugar para escritores, não acha? Tem uma atmosfera inspiradora, e eu já percebi que você escreve muito. — Ele inclinou a cabeça, curioso. — O que você está trabalhando agora?
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  , ainda um pouco vermelha, olhou para o caderno e o notebook em cima da mesa. Ela se perguntou se deveria contar a verdade para ele, afinal, acabara de conhecê-lo, mas algo na forma descontraída com que ele falava a fez sentir-se mais à vontade.
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  — Estou tentando terminar um livro, mas estou meio travada… — disse com um sorriso sem graça. — E ninguém com quem costumo compartilhar minhas ideias tem tido tempo para ler o que eu escrevo ultimamente.
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   assentiu lentamente, como se refletisse sobre o que ela disse.
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  — Bem, se você quiser uma opinião imparcial, eu adoraria ajudar.
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   piscou algumas vezes, surpresa com a oferta. “Ele mal me conhece e já quer ler o que eu escrevo?” A voz interna dela estava a mil, e ela imediatamente pensou em mil maneiras de isso dar errado.
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  — Espera… você tá falando sério? — ela perguntou, estreitando os olhos, com a expressão desconfiada. — Eu nem te conheço, e você quer ler o meu livro? Não é uma dessas coisas onde você lê e depois some com a ideia, né? Tipo, roubo literário?
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   soltou uma gargalhada tão alta que fez algumas pessoas olharem em direção a eles.
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  — Uau! Isso foi… criativo, — ele disse entre risos, enxugando uma lágrima de tanto que riu. — Agora fiquei com medo. Você sempre acha que as pessoas estão tramando algum plano maligno? Ou é só comigo?
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  Ela revirou os olhos, mas não conseguiu conter um leve sorriso.
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  — Talvez eu só tenha uma mente afiada. Nunca se sabe, , o mundo tá cheio de gente maluca.
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  Ele balançou a cabeça, ainda sorrindo, claramente se divertindo com o sarcasmo dela.
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  — Não se preocupe, eu sou do tipo de maluco que prefere criar os próprios personagens malucos. Não tenho interesse em roubar os seus. — Ele apoiou o cotovelo na mesa, inclinando-se na direção dela com um brilho brincalhão nos olhos. — Além disso, se você realmente acha que alguém quer roubar sua história… ela deve ser muito boa. Talvez eu deva começar a me preocupar?
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   cruzou os braços e o encarou por um momento, tentando manter uma expressão séria, mas a leveza na voz dele era contagiante.
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  — Ou talvez eu só tenha medo de você descobrir que é um lixo e que eu sou uma fraude, quem sabe? — ela disse com um sorriso irônico, mas logo mordeu o lábio ao perceber o quanto sua insegurança transparecia.
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  — Ah, uma daquelas, hein? — deu uma risada leve, relaxando na cadeira. — Eu conheço bem esse sentimento. Eu também vivo achando que vou ser desmascarado como o pior ser humano do planeta a qualquer momento.
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   arqueou uma sobrancelha, surpresa com a sinceridade repentina.
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  — Sério? E você lida com isso… como? Fingindo que tá tudo bem?
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  — Basicamente! — Ele deu de ombros e abriu um sorriso largo. — Mas sabe o que mais ajuda? Rir de si mesmo. E, de vez em quando, deixar outras pessoas rirem com você. Porque, né, ninguém tem tempo pra ser sério o tempo todo.
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   soltou uma risada curta, mas logo voltou a sua expressão cética.
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  — Isso é fácil de dizer quando você é engraçado, mas eu sou mais do time “tragédia“. Rir de mim mesma? Eu já vivo uma comédia de erros.
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  — Ah, não se subestime, . Você já me fez rir mais em dez minutos do que a maioria das pessoas em um mês — respondeu, ainda sorrindo de orelha a orelha. — Talvez você só precise de um público mais… exigente. Tipo eu, um crítico literário freelancer.
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  Ela estreitou os olhos de novo, mas dessa vez, não por desconfiança, e sim por achar a ideia boa demais para ser verdade.
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  — Pera aí… você tá me dizendo que eu deveria te pagar pra fazer piada do meu trabalho? — falou com uma voz carregada de ironia, enquanto cruzava os braços. — Porque essa é uma ideia brilhante. O auge da minha carreira de escritora: contratar um comediante.
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  — Eu não disse “pagar“! — levantou as mãos em um gesto defensivo, fingindo ofensa. — Eu sou um comediante gratuito. Só aceito cappuccinos como pagamento, no máximo.
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  Ela balançou a cabeça, rindo da proposta ridícula.
  — Certo… então, você vai me ajudar a criticar o meu trabalho em troca de café? Não sei o que é mais improvável: eu aceitar isso ou você achar que vou aceitar.
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  — E quem disse que não pode funcionar? — Ele piscou para ela, inclinando-se um pouco mais. — Olha só, você escreve um livro, eu dou minhas críticas engraçadas e profundas, e juntos a gente faz história. Quer coisa melhor?
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   o encarou por alguns segundos, lutando contra a vontade de rir novamente. Ela podia ser paranoica, sarcástica e cheia de inseguranças, mas algo no jeito divertido e despreocupado de estava começando a quebrar suas barreiras. E, para ser honesta consigo mesma, ela realmente precisava de uma nova perspectiva, nem que fosse só para se sentir menos sozinha em sua frustração.
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  — Certo, , você ganhou. — Ela soltou um suspiro dramático. — Mas se você sumir com a minha história e virar um best-seller, vou pessoalmente atrás de você e vou te processar até você não ter nem mais dinheiro para cappuccinos.
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   soltou outra gargalhada.
  — Fechado! Mas eu aviso logo: se eu ficar famoso com sua história, te dou crédito na primeira página. Justo, né?
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  Ela riu, dessa vez com menos nervosismo e mais relaxada.
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  — Vou lembrar disso. Agora, vamos ver se você é realmente tão bom crítico assim.
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  E, com um sorriso discreto nos lábios, passou para a mesa onde ele estava sentado e abriu o caderno na frente dele.
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  O momento foi interrompido pela chegada de , que colocou a xícara de cappuccino de na mesa com um sorriso simpático.
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  — Cappuccino duplo, como você pediu — ele disse, lançando um olhar curioso para os dois.
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  — Valeu, cara. — acenou com a cabeça em agradecimento, pegando a xícara com entusiasmo. — Esse aqui vai ser o combustível da minha crítica literária.
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   revirou os olhos, rindo levemente.
  — Tá levando essa história de crítico bem a sério, hein? — disse, antes de voltar a encarar o cardápio, ainda pensando se devia ou não se aventurar fora da sua zona de conforto habitual. Ela olhou para . — Acho que vou pedir algo pra comer também. O que você sugere pra alguém que está tentando superar uma crise existencial e ainda sobreviver até o final do dia?
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   riu, já acostumado com o humor sarcástico de .
  — Hum… bem, você pode ir com a torta de maçã, que é reconfortante e doce, ou apostar no nosso bolo de chocolate, que é perfeito pra afogar as mágoas.
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   apoiou o queixo na mão e considerou as opções por um segundo.
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  — Torta de maçã soa reconfortante… Vamos de torta de maçã então. E mais um café preto pra acompanhar. — Ela fechou o cardápio, entregando-o de volta a . — Porque nada diz “estou lidando com meus problemas” como cafeína e torta.
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  — Tá anotado. — riu de novo e se afastou para preparar o pedido.
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   a observava com um sorriso divertido enquanto tomava um gole do seu cappuccino.
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  — Então, é assim que você supera crises existenciais? Torta de maçã e café preto? — ele provocou. — Não que eu esteja julgando… parece bem eficaz.
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   deu de ombros, mantendo o tom sarcástico.
  — Funciona melhor do que terapia. E sai mais barato também, sem contar que a torta nunca vai me dizer que meus problemas são “autossabotagem“. — Ela fez aspas com os dedos, imitando o que algum terapeuta poderia dizer.
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   soltou uma gargalhada, quase engasgando com o cappuccino.
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  — Nossa, acho que eu poderia aprender umas lições com você. Torta como substituto para autoconhecimento… revolucionário!
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  Ela estreitou os olhos para ele, sem conseguir conter o sorriso.
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  — Cuidado, . Primeiro você vira meu crítico literário, depois pode acabar precisando de torta também pra lidar com os estragos. Eu não me responsabilizo pelos efeitos colaterais.
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  — Ah, eu topo o risco! — Ele disse, ainda rindo. — Se minha vida desandar, pelo menos eu desando comendo bem.
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  Ela riu com ele, sentindo-se um pouco mais à vontade na presença dele. Talvez, só talvez, isso poderia funcionar. Afinal, era só crítica literária com um toque de sarcasmo e humor, certo? Nada de mais.
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***

   respirou fundo, observando enquanto ele terminava de beber seu cappuccino. Ela mordeu o lábio, ainda indecisa sobre como exatamente começar a explicar sua história. Ele parecia relaxado, mas ela sabia que, por trás daquela atitude despreocupada, ele estava realmente interessado. Talvez até mais do que qualquer pessoa a quem ela já tivesse mostrado seu trabalho.
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  — Tá bom, aqui vai — ela começou, entrelaçando os dedos sobre a mesa. — É uma história meio… introspectiva. O personagem principal é alguém que tá perdido na própria vida, sabe? Sem rumo, sem saber quem ele realmente é. Ele meio que vive numa bolha, achando que tudo vai dar errado e que ele não merece as coisas boas. E… — Ela parou, procurando as palavras certas, sua mente cheia de inseguranças. — Bom, tem uma reviravolta lá pro meio, mas basicamente ele precisa enfrentar o próprio passado pra conseguir avançar.
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   a olhou com atenção, inclinando-se para frente.
  — Parece interessante. Mas, olha, eu preciso mesmo ler isso. Não quero só ouvir o resumo. Preciso ver como você escreve, entender o que tá acontecendo com ele, sabe? — Ele fez uma pausa, olhando diretamente para ela. — Se você quiser, claro.
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   ficou em silêncio por um momento, sentindo uma mistura de nervosismo e expectativa crescer dentro dela. Era uma coisa estranha, entregar seu trabalho nas mãos de alguém que ela acabara de conhecer. Mas, ao mesmo tempo, a ideia de receber uma opinião nova, honesta e, quem sabe, até divertida, parecia mais atraente do que continuar se afogando nas mesmas inseguranças.
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  — Certo. — Ela soltou um suspiro longo, resignada. — Vamos fazer isso. Vou te mostrar o que eu tenho.
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  Ela abriu a pasta que carregava e tirou o notebook, colocando-o sobre a mesa. Enquanto ligava o aparelho, sentiu seu coração disparar. Era como se estivesse se expondo completamente para ele, permitindo que entrasse em um pedaço muito pessoal de sua vida.
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  — Eu vou te mostrar desde o começo, tá? — Ela disse, mais para si mesma do que para ele. — Quero que você entenda o contexto e veja se tudo faz sentido.
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   acenou com a cabeça, um sorriso leve nos lábios.
  — Ótimo. Vou ser o crítico mais brutal e honesto que você já teve, pode apostar.
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  Ela sorriu nervosamente, ainda mexendo no notebook até encontrar o arquivo certo. Depois de alguns segundos, ela virou a tela para ele.
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  — Tá… aí está. O capítulo um. — Ela falou, tentando parecer mais confiante do que realmente estava. — Boa sorte.
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   olhou para ela antes de se inclinar para a frente, começando a ler. observava cada movimento dele, as expressões mudando conforme ele avançava nas primeiras linhas. Ela se remexia na cadeira, ansiosa, enquanto ele se concentrava no texto.
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  Os segundos pareciam horas, e lutava contra a vontade de perguntar o que ele estava achando. “Respira. Dá um tempo. Ele ainda nem terminou a primeira página”, pensou, tentando se acalmar.
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  Ela esperou em silêncio, seu café intocado, enquanto seguia na leitura, seus olhos movendo-se de um lado para o outro na tela.
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   tentava manter a calma enquanto seguia lendo, mas seu estômago revirava de ansiedade. “E se ele não gostar? E se ele achar tudo horrível?” Ela já estava se preparando mentalmente para o pior quando voltou com a torta de maçã, depositando o prato na mesa com o mesmo sorriso simpático de sempre.
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  — Sua torta, noona — disse ele, mas logo desviou o olhar para , que ainda estava concentrado na tela do notebook. — O que tá rolando aqui? — perguntou, seus olhos curiosos indo da torta para o notebook. — Ele tá lendo o seu livro? Finalmente encontrou alguém corajoso o suficiente?
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  , que já estava um pouco vermelha de nervosismo, soltou uma risada nervosa.
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  — É… algo assim. — Ela pegou o garfo e espetou um pedaço da torta, tentando parecer casual. — Eu contratei esse crítico literário… ele disse que vai ser brutal.
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   deu uma risadinha e balançou a cabeça.
  — Uau, isso é sério. Bom, , espero que você tenha estômago forte. A é bem intensa com esses textos. — Ele lançou um olhar provocador para ela, que apenas revirou os olhos, ainda mordendo a torta.
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  — Já tô percebendo isso — respondeu sem tirar os olhos da tela, mas com um sorriso brincalhão surgindo no canto da boca. — Ela escreveu umas coisas aqui que estão mexendo com a minha cabeça já.
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   arregalou os olhos, surpresa e ao mesmo tempo em pânico.
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  — Como assim? Que coisas? — Ela se inclinou um pouco, querendo saber exatamente o que ele tinha achado até agora.
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  — Calma, calma — ele disse, erguendo a mão como se estivesse acalmando um animal selvagem. — Tô só no começo ainda. Prometo que vou fazer um relatório completo quando terminar.
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  — Ah, um relatório, claro. Que emocionante — respondeu, com uma ironia carregada. Ela deu mais uma garfada na torta, tentando disfarçar a crescente ansiedade.
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   riu, olhando para os dois antes de voltar para o balcão.
  — Boa sorte aí, . E, , se precisar de um reforço emocional, tô por aqui com mais torta.
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   apenas suspirou, acenando em agradecimento, antes de voltar sua atenção para , que continuava a ler, agora com uma expressão mais séria.
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   passou mais alguns minutos concentrado, os olhos deslizando pelas palavras na tela. , enquanto isso, se ocupava com sua torta, tentando disfarçar o nervosismo. A cada nova página que ele lia, seu coração batia mais forte. Ela só queria saber o que ele estava pensando, mas tinha medo de perguntar.
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  Quando finalmente ergueu o olhar do notebook, ele fechou a tampa lentamente, como se processasse o que havia acabado de ler. ficou imóvel, esperando pela avalanche de críticas ou elogios, não sabia o que viria.
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  — Uau… — ele começou, esfregando a nuca. — Sabe, eu não esperava me sentir tão… conectado com o personagem assim tão rápido.
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   piscou, surpresa com a resposta.
  — Conectado? — Ela repetiu, tentando não demonstrar o alívio imediato que sentiu. — Não tá só tentando ser legal?
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  Ele riu, inclinando-se na cadeira.
  — Olha, se eu fosse ser brutal como prometi, te diria. Mas, sério, me pegou de jeito. Esse lance de se sentir meio perdido, de ter a impressão de que todo mundo tá indo pra algum lugar menos você… é bem real. — Ele fez uma pausa, olhando diretamente para ela. — Acho que você capturou bem isso.
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   sentiu suas bochechas esquentarem, mas rapidamente disfarçou, mexendo no garfo que estava na mesa.
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  — Bom, que bom que não foi uma perda de tempo então — ela murmurou, tentando parecer indiferente, mas por dentro, estava radiante. Saber que ele havia se identificado com o personagem era um alívio imenso.
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  Foi então que olhou para o prato e franziu a testa.
  — Ei, você não terminou a torta. Tava tão ruim assim? — Ele brincou, mas seus olhos brilharam de curiosidade.
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   olhou para o prato com um pequeno sorriso.
  — Ah, deixei um pedaço pra você. Você tá ajudando a salvar minha vida literária, então achei justo.
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  Ele olhou para ela surpreso, mas com um sorriso satisfeito no rosto.
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  — Isso sim é um pagamento justo — disse ele, pegando o garfo e espetando o pedaço restante da torta. — Se todas as críticas literárias viessem com torta, eu virava profissional.
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   soltou uma risada leve, ainda tentando processar o fato de que ele havia gostado da história. Ao menos, do primeiro capítulo.
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  — Vou anotar isso. Quem sabe não te pago com bolo na próxima? — ela disse, em tom sarcástico.
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   sorriu enquanto saboreava a torta.
  — Feito. Mas só se o próximo capítulo for tão bom quanto o primeiro.
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   terminou de saborear o último pedaço da torta, e ficou observando, ainda um pouco ansiosa pela reação dele sobre a história. Ele parecia relaxado, satisfeito, até que olhou rapidamente para o relógio e franziu a testa.
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  — Caramba, já tá tarde — ele disse, parecendo meio surpreso. — Eu realmente preciso ir agora.
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  , que estava começando a relaxar, sentiu um pequeno desconforto.
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  — Ah, sério? — Ela arqueou uma sobrancelha, tentando disfarçar a decepção. — Bem, tudo bem. Você leu até mais do que eu esperava.
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  Ele riu, levantando-se da cadeira e pegando a jaqueta.
  — Sim, mas eu quero ler o resto. A história me pegou — admitiu com um sorriso genuíno, o que fez sentir uma mistura de alívio e nervosismo outra vez.
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  — Bom saber que não foi uma tortura, então… — Ela murmurou, remexendo no garfo da torta.
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  — De jeito nenhum! — Ele respondeu com entusiasmo, antes de começar a procurar algo no bolso. — Aqui, pega meu número. Me manda uma mensagem quando você tiver os próximos capítulos prontos, e eu dou uma olhada.
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  Ele puxou um pequeno pedaço de papel e uma caneta, rabiscando os números antes de estender para ela com um sorriso.
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   pegou o papel, olhando para ele um pouco surpresa.
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  — Sério? Não vai demorar pra você responder como meus amigos?
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   soltou uma risada leve e balançou a cabeça.
  — Não, prometo que vou ser mais rápido. Só depende de você me mandar o que tem — disse ele, piscando de leve enquanto colocava a jaqueta.
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  Ela revirou os olhos com uma pequena risada, guardando o papel no bolso.
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  — Ok, combinado. Só espero que esteja preparado pra mais drama e sarcasmo — ela brincou, sentindo um pequeno alívio pela leveza da conversa.
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   riu de novo enquanto se dirigia à porta.
  — Estou sempre pronto. E, sério, a história é boa. Vou esperar a próxima parte.
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   observou enquanto ele saía da cafeteria, e, quando ele desapareceu pela rua, ela olhou para o papel com o número, sentindo um misto de ansiedade e empolgação.
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  “Bom, acho que agora tenho alguém pra me ajudar a continuar isso…”
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Segundo Capítulo

   bateu os dedos sobre a mesa, um tanto quanto impaciente. Todas as vezes que estava de folga, ela sentia que a livraria e a cafeteria ficavam meio caóticas, era como se ele fosse o mais eficiente ali, pelo menos na visão de .
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  Ela encarava o documento em branco no notebook com uma expressão que oscilava entre o desespero e a resignação. O cursor piscava, zombando dela a cada segundo que passava sem que nenhuma palavra surgisse.
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  Suspirando, ela desviou o olhar para a movimentação ao redor. A livraria estava mais cheia do que o habitual, provavelmente devido ao evento de lançamento de algum livro que ela nem se dera ao trabalho de pesquisar. As vozes se misturavam em um burburinho que, para ela, mais parecia uma trilha sonora irritante.
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   provavelmente colocaria ordem naquele caos em questão de minutos, e ainda conseguiria arranjar tempo para preparar o café perfeito dela. Mas não, hoje ela estava presa ao atendimento desajeitado de um barista novato e a uma sala lotada de leitores animados demais.
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  Seu olhar caiu sobre o celular ao lado do notebook. Nenhuma notificação. Nenhuma mensagem de . Nem um simples “Estou a caminho”.
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   pegou o aparelho e desbloqueou a tela, hesitando por um instante. Será que ele tinha esquecido? Ou, pior, desistido?
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  Sem pensar muito, ela abriu o contato dele, que já estava salvo com o nome “Crítico Freelance” — uma pequena provocação que ela não admitiria ser carinhosa — e pressionou o botão para ligar.
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  Enquanto o telefone chamava, ela tamborilava os dedos na mesa de novo, agora com mais força. Quando ele atendeu, após alguns toques, sua voz soou um pouco abafada e ofegante.
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  “Alô? ?”
  “Sim, . Sabe, a pessoa com quem você tinha um encontro marcado?” — Ela respondeu, sarcástica.
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  Houve um breve silêncio antes de ele soltar uma risada, o que só fez seu humor piorar.
  “Calma, calma! Eu estou quase chegando. Prometo que vou compensar o atraso.“
  “Quase chegando?“ — Ela repetiu, incrédula. — “Você devia estar aqui há meia hora, . E essa livraria não está ajudando meu humor.”
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  “Ei, já estou na esquina, tá?” — Ele disse com um tom tranquilizador. — “Não me odeie antes mesmo de eu aparecer.”
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   revirou os olhos, mas não conseguiu conter um pequeno sorriso.
  “Só venha logo. Estou perdendo a paciência.”
  “Já, já. Prometo que trago algo pra compensar.”
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  Antes que ela pudesse retrucar, ele desligou. colocou o celular de volta na mesa e cruzou os braços, tentando não pensar no fato de que o tom descontraído dele a fazia se sentir um pouco mais calma — e até, talvez, um pouco animada.
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***

   suspirou enquanto ajeitava o notebook mais para o lado da mesa, criando espaço para os pedidos que estavam a caminho. O novo atendente, embora atrapalhado, parecia finalmente ter acertado a rota para a mesa dela.
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  — Aqui está, senhorita — disse o rapaz, depositando cuidadosamente duas xícaras de café e dois pequenos pratos com torta de maçã na mesa.
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   olhou para os itens dispostos diante dela, agradecendo com um aceno de cabeça.
  — Obrigada. — Ela fez uma pausa antes de completar com um tom casual: — Ah, eu pedi um segundo café e uma torta. É para um amigo que está chegando.
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  — Claro, sem problema! — o atendente respondeu, parecendo aliviado por não ter cometido nenhum erro dessa vez, e voltou apressado para o balcão.
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  Ela observou a torta e o café à sua frente, o aroma reconfortante do café misturando-se ao cheiro doce da maçã e da canela. Sem resistir, pegou a xícara que estava mais perto e tomou um gole. O calor do líquido espalhou-se por seu corpo, ajudando a aliviar um pouco a impaciência que ainda fervia nela.
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  Mal havia pousado a xícara de volta na mesa quando percebeu uma figura familiar se aproximando entre as prateleiras abarrotadas da livraria. Ele vestia um casaco escuro, que parecia contrastar perfeitamente com a expressão leve e descontraída no rosto dele.
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  Era .
   ergueu uma sobrancelha, observando-o enquanto ele parava em frente à mesa com um sorriso travesso.
  — Antes de qualquer coisa — ele começou, levantando as mãos como se se rendesse —, quero deixar registrado que eu estava de verdade na esquina há cinco minutos.
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  — Ah, claro, e demorou os cinco minutos porque você parou para admirar vitrines, certo? — rebateu, tomando outro gole de café.
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   riu e puxou a cadeira, sentando-se de frente para ela.
  — Não exatamente vitrines, mas confesso que talvez tenha me distraído com um grupo de crianças correndo atrás de um cachorro. Era tipo cena de filme, não dava pra ignorar.
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   balançou a cabeça, meio incrédula, mas não conseguiu segurar uma risada.
  — Você é impossível.
  Ele apontou para os itens sobre a mesa.
  — Vejo que adivinhou meu pedido. Eu já estava começando a achar que não tinha jeito de melhorar essa manhã, mas acho que você salvou o dia.
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  — Não se empolgue — disse ela, erguendo a torta como se analisasse sua perfeição. — Ainda estou considerando se vou dividir com você.
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   inclinou-se para frente, apoiando os cotovelos na mesa, e a encarou com olhos brilhantes.
  — Se isso for parte de um teste, eu estou pronto. Pode começar.
   soltou um suspiro exagerado, mas o pequeno sorriso em seus lábios denunciava que estava gostando da presença dele mais do que queria admitir.
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***

  Enquanto ambos se serviam das tortas e tomavam o café quente, começou a notar algo que não tinha percebido imediatamente. estava mais quieto do que o habitual, sua energia descontraída parecia abafada por algo que ela não conseguia identificar.
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  Ele ainda soltava um comentário ou outro entre as mordidas na torta, mas não havia o mesmo brilho nos olhos que ela vira quando ele falava com entusiasmo sobre livros ou fazia piadas no primeiro encontro.
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   inclinou a cabeça, observando-o por alguns segundos. parecia distraído, mexendo na borda do prato com o garfo, desenhando linhas invisíveis enquanto olhava para o nada.
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  — Alguma coisa errada com a torta? — ela perguntou, tentando soar casual, mas sua voz carregava um tom de curiosidade genuína.
   levantou o olhar rapidamente, como se fosse pego no flagra. Ele forçou um sorriso, mas não conseguiu disfarçar o cansaço em seus traços.
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  — Não, está ótima. Você tem bom gosto.
   arqueou uma sobrancelha, ainda desconfiada.
  — Certo… Mas você não parece o mesmo cara que discutiu comigo sobre um final de livro esses dias. O que está acontecendo?
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  Ele deu uma risadinha curta e colocou o garfo de lado.
  — Acho que você é mais observadora do que aparenta.
  — Isso não é um elogio. — Ela cruzou os braços, inclinando-se na cadeira. — Vai me dizer ou vou ter que adivinhar?
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   suspirou e passou a mão pelos cabelos, bagunçando-os um pouco.
  — Não é nada demais, sério. Só… uma daquelas semanas em que parece que tudo dá errado, sabe? — Ele hesitou, mas completou: — Às vezes, as coisas ficam meio complicadas quando você não tem muita coisa certa na vida.
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   sentiu o coração apertar um pouco ao ouvir isso. Sua tendência natural era usar sarcasmo como uma barreira, mas, naquele momento, ela conseguiu guardar suas piadas para si mesma.
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  — Entendi. — Ela pegou sua xícara e tomou um gole, dando um tempo antes de continuar. — Bom, se serve de consolo, eu não tenho ideia do que estou fazendo com minha vida também.
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  Ele ergueu as sobrancelhas, surpreso com a confissão, e um sorriso fraco apareceu em seus lábios.
  — Ah, não parece. Você tem uma editora, um livro sendo escrito, pessoas que confiam em você…
  — Pessoas que demoram semanas para responder meus e-mails e uma editora que só fala comigo porque tem uma cláusula de contrato pra cumprir. — Ela revirou os olhos. — Não é exatamente uma maré de sorte, entende?
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   soltou uma risada mais genuína dessa vez, balançando a cabeça.
  — Ok, você venceu. Talvez eu não esteja sozinho nessa confusão.
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   deu de ombros e pegou um pedaço da torta com o garfo, apontando para ele.
  — Bem-vindo ao clube. Só não espere uma carteirinha oficial.
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  Ele riu, e o som parecia um pouco mais leve, como se aquela troca de palavras tivesse retirado um pouco do peso que ele carregava. não sabia o que exatamente o estava incomodando, mas decidiu que talvez o simples fato de estar ali, comendo torta e conversando, já fosse uma forma de ajudá-lo — mesmo que ele não admitisse.
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   voltou a comer a torta, dessa vez com mais vontade, mas ainda o observava discretamente. Ele era bom em esconder o que estava sentindo, mas havia algo nos pequenos gestos — no modo como ele mexia no garfo sem realmente prestar atenção ou no sorriso que não alcançava os olhos — que deixava claro que algo o incomodava.
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  Ela apoiou o queixo na mão e decidiu que não iria pressioná-lo. Pelo menos, não agora.
  — Sabe, eu devia cobrar por essa sessão de terapia improvisada — brincou, tentando aliviar o clima.
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   ergueu os olhos para ela e abriu um sorriso que, dessa vez, parecia mais sincero.
  — E eu devia cobrar por ser seu crítico literário. Estamos quites.
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   revirou os olhos, mas não conseguiu conter uma risada curta.
  — Muito bem, então já que está mais animado, está pronto para voltar ao trabalho? Ou precisa de mais cafeína para acordar de vez?
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  Ele fingiu considerar por um momento, olhando para o restante da torta no prato.
  — Acho que consigo encarar o próximo capítulo. Quer dizer, se você estiver pronta para ouvir minhas críticas geniais.
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  — Geniais, ou absurdas? — rebateu, inclinando-se para pegar o notebook.
  — Você pode escolher o termo que preferir — respondeu ele, dando uma piscadela.
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   abriu o arquivo com um clique e virou o notebook em direção a ele, empurrando-o pela mesa.
  — Certo, divirta-se. Mas aviso logo: se falar mal de alguma parte, vou saber que é só porque está de mau humor.
  — Prometo ser imparcial. — Ele segurou o notebook e começou a ler, sua expressão se tornando mais séria enquanto mergulhava no texto.
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   aproveitou para terminar sua torta, deixando-o concentrado. O som ao redor da cafeteria parecia desaparecer enquanto lia, suas sobrancelhas franzidas e os olhos correndo pelas linhas com uma intensidade que ela não esperava.
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  Quando ele finalmente terminou, fechou o notebook e olhou para ela.
  — Posso dizer?
  — Depende. Vou precisar de um outro café antes de ouvir? — perguntou com um tom cínico, mas seus dedos bateram na mesa em um ritmo nervoso.
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   sorriu.
  — Nada disso. Vou ser honesto: está ótimo. Melhor do que eu esperava, pra ser sincero.
   piscou, surpresa.
  — Isso foi uma crítica ou um elogio?
  — É um elogio. Não precisa ficar tão desconfiada. — Ele deu um sorriso divertido. — Mas se quiser mais detalhes, vou precisar de um tempo pra organizar as ideias.
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  Ela tentou disfarçar a satisfação, mas o alívio era visível.
  — Ótimo. Mas não acha que deveria organizar as ideias antes de me dizer que está ótimo?
  — Só queria ver a sua reação — respondeu ele com um tom brincalhão. — Foi melhor do que eu esperava também.
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  la riu, balançando a cabeça.
  — Você é terrível.
   olhou para o relógio e suspirou.
  — Acho que preciso ir. Não quero perder meu ônibus.
  — Certo, mas e os próximos capítulos? — perguntou, tentando soar casual, mas havia um toque de ansiedade em sua voz.
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  Ele se levantou, ajeitando o casaco.
  — Me manda uma mensagem quando quiser continuar. — Pegou um papel no bolso e escreveu algo rapidamente antes de colocá-lo na mesa. — Meu endereço, caso queira que o próximo encontro seja em um lugar mais silencioso. Assim fica mais fácil.
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   pegou o papel, sentindo o calor subir em suas bochechas sem motivo aparente.
  — Certo. Vou te chamar, mas aviso que sou exigente.
  — Pode ser exigente o quanto quiser. — Ele deu um último sorriso antes de se afastar. — Até mais, escritora.
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   observou enquanto ele saía, segurando o papel em mãos e se perguntando por que, de repente, sentia que esse projeto literário ia ser mais interessante do que imaginava.
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***

   ajeitou o cachecol ao redor do pescoço enquanto descia do ônibus no centro da cidade. O vento gelado cortava sua pele, mas ele ignorou o desconforto, focado no objetivo do dia. As ruas movimentadas de Seul estavam iluminadas pelas vitrines das lojas e letreiros coloridos. Apesar do barulho e da pressa ao redor, ele mantinha um ritmo calmo, com as mãos nos bolsos do casaco.
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  A agência de empregos ficava em um pequeno prédio discreto, espremido entre uma loja de conveniência e uma cafeteria. Ele respirou fundo antes de entrar. O lugar era simples, com cadeiras de plástico alinhadas contra a parede e um balcão onde uma recepcionista atendia alguns candidatos.
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   caminhou até o balcão, aguardando sua vez enquanto folheava alguns panfletos que estavam disponíveis. A recepcionista, uma mulher de meia-idade com um sorriso profissional, finalmente olhou para ele.
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  — Boa tarde. Em que posso ajudar? — perguntou ela, simpática.
  — Boa tarde. Estou procurando trabalho. Alguma vaga disponível? — respondeu, tentando soar confiante, embora a situação fosse um pouco desconfortável.
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  A mulher digitou algo no computador antes de se virar novamente para ele.
  — Claro, deixe-me ver. Você tem alguma área específica de interesse ou experiência?
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  Ele hesitou.
  — Trabalhei em alguns cafés e livrarias antes. Tenho experiência com atendimento ao cliente. Mas estou aberto a outras opções.
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  Ela assentiu e clicou algumas vezes no teclado.
  — Hmm… temos algumas vagas em cafés no centro e também uma para atendente em uma loja de conveniência aqui perto. Há algo que te interesse?
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   coçou a nuca, pensativo.
  — Pode me passar as informações das vagas no café? Acho que é algo mais próximo do que eu já fiz antes.
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  A recepcionista imprimiu uma lista com detalhes e entregou a ele.
  — Aqui estão as informações. Você pode visitar os locais pessoalmente para entregar seu currículo. É bom dar uma olhada e conversar com os gerentes.
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   agradeceu, pegando o papel.
  — Obrigado. Vou fazer isso.
  Ele saiu da agência e ficou parado na calçada, observando as pessoas que passavam apressadas. O peso da situação parecia menos sufocante agora que tinha um plano, mesmo que ainda incerto.
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  Enquanto caminhava em direção ao primeiro café da lista, deixou escapar um suspiro. Trabalhar não era exatamente o problema — ele gostava de estar ocupado —, mas havia algo inquietante sobre o estado de sua vida no momento. Mesmo assim, ele sabia que precisava seguir em frente.
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  “De um jeito ou de outro, as coisas vão se ajeitar.”
  Com essa determinação, ele entrou no café, esperando que, talvez, a próxima etapa de sua vida começasse ali.
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***

   suspirou profundamente, recostando-se na cadeira de sua sala de trabalho, que parecia cada vez mais apertada com o passar dos dias. Diante dela, o notebook exibia o documento de sua história, com páginas e mais páginas de texto que pareciam implorar por um toque final de coerência.
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  Ela passou os olhos pelas linhas, relendo trechos do capítulo dois pela terceira vez, mas sua mente não conseguia se concentrar. As palavras de sobre “focar no que importa” ecoavam em sua cabeça. Apesar de seu jeito brincalhão, ela notou que ele carregava um peso, uma preocupação que ele disfarçava bem, mas que não passou despercebida.
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  “Eu devia pagá-lo,” ela pensou, mordendo o lábio inferior. “Ele está desempregado e, honestamente, está sendo mais útil do que qualquer amigo que já leu minhas histórias.”
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  Ela abriu um novo capítulo, ainda não mostrado a , e começou a revisá-lo com cuidado. A história parecia ganhar vida de maneira diferente agora que sabia que ele leria. De certa forma, ele havia se tornado parte do processo criativo.
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   corrigiu uma frase aqui, ajustou um diálogo ali. O protagonista masculino estava ganhando nuances que, involuntariamente, lembravam a . A leveza com que ele falava e a intensidade que escondia por trás do olhar começaram a moldar o personagem em sua mente.
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  Ela se recostou novamente, olhando para o teto.
  — O que eu tô fazendo? — murmurou para si mesma, sem esperar uma resposta.
  Sua mente voltou à ideia do pagamento. ainda não sabia que ela tinha planos de contratá-lo formalmente, mas a decisão parecia cada vez mais certa. Era justo. Ele estava ajudando muito mais do que ela imaginava, e, pela maneira como ele falava sobre tempo livre, o dinheiro certamente faria diferença.
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  Pegando o celular, digitou uma mensagem para ele, mas apagou antes de enviar… “Não quero que ele pense que só estou fazendo isso por pena. Preciso abordar isso da forma certa.”
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  Ela voltou ao documento, determinada a revisar pelo menos mais um capítulo antes de decidir como abordar o assunto. Cada linha que passava a fazia perceber o quanto era parte do que ela estava criando, e isso a motivava a seguir em frente.
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  “Vou oferecer o pagamento amanhã,” decidiu, finalmente. “De um jeito ou de outro, ele merece saber que o trabalho dele tem valor.”
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Continua

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Lelen
Admin
2 meses atrás

Quem nunca empacou no meio de uma história, não é mesmo? (eu tô empacada faz uns 10 anos em umas histórias aí INASDPOA)
Por algum tempo, o meu sonho foi viver da escrita, mas pensando melhor, eu ia odiar ser obrigada a escrever algo só porque sim, escrita pra mim é hobby e não quero nenhum hobby sendo estragado por obrigação :B
Quero ver como vai começar o romance entre esses dois ehheehehhe

Lelen
Admin
3 dias atrás

Esse Jimin é um abusado HAHAHAH
Mas amando a personalidade dele aqui.
Vamos ver o que um vai aprender com o outro ao logo da história!


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