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Who’s Got You Singing Again?

  Encarei a parede que costumava ter um pequeno mural com nossas fotos e rolei os olhos, percebendo que eu ainda perdia o meu tempo relembrando os momentos que colecionamos em quatro anos juntos, como se algo fosse mudar. E não iria, nem que nós dois quiséssemos.
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  Espiei a notificação que tanto ignorei durante o dia, soltando o ar pesadamente; a noite caía belamente, trazendo consigo algumas estrelas espalhadas pelo céu, assim como no primeiro dia que começamos o nosso namoro.
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  E no último.
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  O vento que entrava pela janela combinava com a minha taça de vinho e o cigarro em meus dedos, o que me fez fotografar os itens e postar com uma legenda genérica qualquer, para que minhas amizades soubessem que eu ainda estava viva. Não demorou para o celular avisar sobre as diversas mensagens quase instantâneas que acabei recebendo, e no meio delas, tinha mais uma dele. Finalizei a bebida em um gole ao ler o seu nome no visor, cancelando a ligação em seguida e deixei o celular em cima da cama, longe de mim. Enchi novamente a taça, com o pensamento de que talvez eu tivesse coragem de atendê-lo se estivesse minimamente alta, mas a verdade é que se eu atender a sua ligação, nada de bom sairá disso.
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  Ter me mudado para Seul por conta do meu trabalho me proporcionou muitas coisas, e uma delas foi o meu primeiro amigo: . Eu e ele nos conhecemos por meio de jogos on-line, e logo marcamos para nos vermos, visto que o homem morava aqui. Óbvio que eu não colocava muita fé por nunca termos feito chamada de vídeo, apenas calls durante as partidas, contudo, para a minha surpresa, descobri que era um streamer bastante famoso na cidade. Três meses que pareceram semanas foram o suficiente para andarmos juntos para cima e para baixo, sem nos desgrudarmos, e como em toda boa tropa de livros, nossa história se tornou uma de “friends to lovers”. Particularmente, eu não imaginava que o beijo que demos enquanto estávamos bêbados ficaria tão preso em nossas mentes a ponto de iniciarmos um namoro, no entanto, de pouco a pouco percebemos que o sentimento sempre esteve ali, na espera que um de nós desse o primeiro passo.
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  No começo tudo aparentava ser fácil, e me acostumar a ser compreendida e amada era tão leve quanto o nosso amor. O pedido veio acompanhado de um anel de compromisso com duas estrelas gravadas em cada, simbolizando não só que somos a luz um do outro, mas também que as noites importantes da nossa vida juntos até o momento eram guiadas por estrelas.
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  Assim como elas, o nosso amor se apagou. E diferente delas, não voltou a acender.
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  Eu costumo dizer para os mais próximos que os quatro anos de relacionamento finalizaram de maneira tranquila – o que não é mentira –, entretanto, o que nutríamos um pelo outro desapareceu no terceiro ano, quando vimos que as situações onde o silêncio era impossível de se quebrar acabaram se tornando desconfortáveis. Não sei a data exata ou a razão que nos levou ao fim, só sei que nos 365 dias que decidimos enrolar o término tinha perdido o seu brilho. Essa percepção foi fácil, e ele sabia que eu tinha perdido o meu, contudo, não conseguíamos dizer as palavras certas para tentar melhorar – como se tivesse algo para insistirmos. Aos poucos, fomos nos desvencilhando um do outro, e gradativamente começamos a viver nossas vidas separadas, ainda morando na mesma casa. O homem foi quem teve a coragem de trazer à tona as palavras tão adiadas, e enquanto eu arrumava os meus pertences no meio de um transe, eu senti os seus braços em volta da minha cintura, e suas lágrimas molharem a curva do meu pescoço. Eu o deixei chorar livremente, afastando qualquer tentativa de consolá-lo, pois eu possuía plena noção que se eu me virasse e o olhasse, não teria forças para ir embora. E ele se agarraria a esse meu ato, resultando em mais sabe-se lá quanto tempo enrolando de novo o término.
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  A adaptação de viver sozinha novamente foi extremamente lenta, ainda mais nas noites que eu sentia o vazio tomar conta de mim. Mas, como em qualquer obra literária do gênero, eu compreendia que uma hora a superação viria, por mais que o processo fosse doloroso até demais em certos meses. Demorou para trocarmos mensagens, no entanto, quatro meses depois que cortamos contato, recebi uma DM sua, perguntando como eu estava. Meio incerta sobre o que responder, optei por ser sincera, e disse “estou indo. E você?”. Quando o celular vibrou, vi que, de alguma forma, estávamos no mesmo barco.
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  Semanas se passaram e as nossas conversas eram quase inexistentes. Dessa vez, eu tomei a iniciativa – posteriormente a uma grande quantidade ingerida de álcool – de enviar uma mensagem, comentando que eu o vi em uma livestream e que ele parecia bem. Mas, o mais importante, era que o brilho dele havia voltado. O gosto agridoce que senti na hora foi o suficiente para me fazer digitar “quem te fez cantar novamente?”, todavia, o medo de descobrir a razão me fez apagar letra por letra.
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  Em algum momento eu parei de buscar os motivos que poderiam ter causado o término e apenas segui com a vida, trabalhando com a realidade. Meus leitores ficaram felizes com a quantidade de histórias que eu publiquei, e mais do que nunca, foquei na produtividade de produzir minhas comics e novels. Na noite que saí tarde do trabalho, o céu estava estrelado e, como se fosse um dejavú, surgiu na minha frente, com as mãos dentro dos bolsos e um perfeito sorriso em seus lábios. Nessa fatídica e deliciosa noite, acabamos enrolados nos lençóis da sua cama, perdidos nas memórias do que um dia tivemos juntos.
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  Depois da recaída, nosso contato foi diminuindo e as mensagens eram como o salário caindo na conta: mensalmente. Nos lançamentos de alguma história ou de eventos de jogos, optamos por falar brevemente por ligação, independente de termos a noção de que nenhum contato que tivéssemos faria bem para ambos, todavia, continuávamos mantendo os resquícios do nosso amor vivos, de certa forma.
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  Cinco meses sem vê-lo me fez chegar à conclusão que eu e estávamos fadados a dar errado. Não necessariamente precisava ter um motivo ou explicação, mas tanto eu quanto ele sempre soubemos que não daríamos certo nem se tentássemos o possível e impossível. Por mais triste que soe, eu e tirávamos o brilho um do outro, e me levou longos nove meses para realizar isso. Seria mentira dizer que não nutrimos mais nada, e uma maior ainda seria agir como se esse fator não nos incomodasse, no entanto, nosso relacionamento nunca teria volta, e disso ambos sabiam perfeitamente. Eu queria continuar olhando para ele com o carinho que senti desde o primeiro momento que nos conhecemos por meio de uma partida de nosso jogo favorito, assim como da primeira vez que o vi pessoalmente, e para isso, eu sei que preciso atender sua ligação.
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  Pelo menos uma única ligação.
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  – Feliz aniversário, . – Houve um curto silêncio até que ele continuasse. – Como você está?
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  – Obrigada. – Suspirei, sorrindo. – Por incrível que pareça, muito bem. E você?
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  – Também! – Era perceptível que estava genuinamente alegre, e eu fiquei feliz por estarmos verdadeiramente bem. – Planos para hoje?
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  – Você sabe que sim.
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  – Às vezes esqueço como a senhorita é ocupada. – Rimos.
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  – E você não é? – Pude escutar o seu riso anasalado do outro lado da linha e rolei os olhos brincalhona.
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  – Tudo bem se eu te mandar um presente?
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  – … – Respirei fundo. – Não foi para isso que me ligou, certo?
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  – O céu está sem estrelas. – A sua fala fez com que eu olhasse a janela rapidamente. Como era o meu dia de folga, nem me importei em checar o mundo lá fora, apenas focando em me arrumar para comemorar o meu aniversário. – É a primeira vez.
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  – Realmente. Talvez as coisas tenham mudado, afinal, o mundo continua girando e…
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  – – Sua voz saiu mais baixa, quase em um sussurro. – Eu amo você.
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  – Eu também te amo, . – Sorri, colocando a bolsa no ombro e checando a maquiagem. – Mas…
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  – Não é o mesmo amor que um dia sentimos.
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  – Pois é, não é. – Pus a ligação em viva voz, logo acessando o aplicativo para me levar ao meu destino.
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  – Amigos?
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  – Um dia, quem sabe? – O seu murmúrio era indicativo de que ele compreendia a minha ironia. – Boa sorte com o seu próximo jogo.
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  – Dedicarei essa vitória a você, . Espero que goste do seu presente.
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  – Espero que cumpra a sua promessa, . Preciso ir.
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  – Feliz aniversário novamente, . – Ouvi a buzina ecoar na calçada e dei uma corridinha para alcançar o carro. – Aproveite bastante a sua noite.
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  A viagem até o pub não durou mais que trinta minutos, e conforme o vento entrava pela janela do banco de trás, eu não sentia mais nenhum gosto agridoce ou amargo ao pensar em e em toda a nossa história. Com a sua ligação, finalmente senti que resolvemos qualquer pendência que nos impedisse de seguir 100% com nossas respectivas vidas, e eu definitivamente estava a fim de curtir o máximo do meu aniversário.
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  – Elas são umas putas mesmo, não é possível.
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  O pub se encontrava cheio e as minhas tão amadas amigas que estavam bem mais animadas que eu para “comemorarmos” simplesmente arrumaram outras pessoas e me largaram sozinha, a mercê do meu delicioso drink. Puxei um cigarro da bolsa, bisbilhotando curiosamente todos os cantos do local para descobrir onde seria a área para fumar, e decidi agir de maneira sensata e perguntar para a bartender. Conforme eu me aproximava do bar, captei uma silhueta alta e solitária em um dos bancos, com o mesmo drink que o meu e automaticamente guardei o cigarro na bolsa, perdendo toda a vontade de dar um simples trago.
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  Decidida a iniciar uma conversa com o homem na minha frente – já que, na pior das hipóteses, eu continuaria aproveitando a minha noite sozinha –, parei do seu lado, chegando mais perto da sua orelha por conta do som alto:
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  – Ei, você não quer comemorar o meu aniversário comigo?
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Fim

  N/A: Duas histórias sobre término com um intervalo de menos de dois dias, pai amado KKKKKKKKK
  Eu gostei bastante dessa por mostrar como as pessoas podem e/ou reagirão de formas diferentes a um término (e por ser mais tristinha hehe) <3
  Confesso que deu uma dorzinha esse casal não ter dado certo, mas, infelizmente, this is life. (saiba que eu continuo te amando também, JK hehehehe <3)
  Se você leu essa antes da “I (don’t) Like It”, recomendo a leitura dela também hihi só entrar no meu perfil que tá lá!
  Espero que tenham gostado! E escutem a música que a fic foi baseada: Who’s Got You Singing Again? – PREP
  Até a próxima <3

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Lelen
Admin
1 ano atrás

Liv, o que rolou com tu e essas duas histórias de BTS? OPAMSDOPASMDP
E eu quero a continuação da primeira, porque tem que ter final feliz pra alguém, né? HAHAHH
VOU FICAR NO AGUARDO EHHEHEEHEH


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