Véspera do Infinito
Primeiro Capítulo:
— Todos já me passaram suas partes para o aluguel da casa, já conferi e tudo está correto. — Mingi mostrava o papel impresso para os amigos, os olhos atentos passando rapidamente pelos números e anotações como se estivesse checando pela terceira vez.
Mingi sempre fora a definição de organização. Seus amigos costumavam brincar que ele nascera com uma planilha em uma mão e um cronograma na outra. Meticuloso em tudo o que fazia, ele não apenas gostava de manter as coisas sob controle, mas parecia encontrar uma estranha satisfação em deixar tudo funcionando como um relógio.
— E a lista de compras? — perguntou Yunho, um dos amigos.
— Já está pronta também. — Ele pegou o celular e abriu um aplicativo cheio de categorias organizadas: comidas, bebidas, itens de higiene, e até “emergências”. — E fiz questão de revisar os preços. Achei um mercado na cidade com promoções para algumas coisas.
Era exatamente por isso que Mingi havia sido escolhido para organizar a viagem. Ele era prático e confiável, o tipo de pessoa que ninguém precisava se preocupar se esqueceria algum detalhe importante. Desde as reservas da casa até o cronograma do final de semana, tudo passava por ele.
— Você deveria abrir uma agência de viagens, Mingi — disse , com uma ponta de ironia, enquanto cruzava os braços.
Ele arqueou a sobrancelha, encarando-a de volta com um sorriso confiante.
— Se eu abrisse, pelo menos teria certeza de que nada daria errado.
Enquanto os amigos riam, Mingi se sentia satisfeito. Para ele, o sucesso daquela viagem dependia de uma coisa: planejamento. E se havia algo que ele sabia fazer bem, era transformar qualquer caos em ordem.
Os amigos estavam espalhados pela sala da pequena casa que haviam alugado para a viagem. Mingi, com seu papel impresso e o celular em mãos, parecia o comandante de uma missão.
— Agora, vamos dividir os quartos. Já deixei um esquema aqui para evitar confusão. — Ele apontou para outro papel que retirou da pasta organizada. — Fiz questão de equilibrar os grupos para evitar problemas, então todos terão alguém com quem se dão bem no mesmo quarto.
— Alguém com quem se dá bem? — provocou , de sobrancelhas arqueadas. — Isso significa que você me colocou com o Seonghwa?
— Claro que não, . Meu objetivo é evitar uma terceira guerra mundial, não iniciá-la. — Mingi respondeu seco, arrancando risadas dos outros.
bufou, mas não insistiu, enquanto Seonghwa, sentado no sofá ao lado de Wooyoung, apenas sorriu de canto, satisfeito com o incômodo dela.
Além dos rapazes do grupo, estavam ali as garotas do grupo além de , para garantir que a viagem tivesse ainda mais animação:
, a mente criativa do grupo, que sempre aparecia com ideias inusitadas para brincadeiras ou atividades;
, a mais quieta e observadora, mas com um humor ácido que surgia nas horas mais inesperadas;
, carismática e descomplicada, sempre mediando conflitos com um sorriso e palavras calmas;
, a apaixonada por aventuras, que já falava sobre querer surfar mesmo sem nunca ter subido em uma prancha;
, um espírito livre que vivia pregando que o Ano Novo era sobre “liberar energias” e aproveitar o momento presente.
— Eu só espero que o lugar seja confortável, Mingi — disse , deitando no sofá com uma expressão sonhadora. — Alugaram mesmo uma casa perto da praia, certo?
— Sim, . — Ele respondeu, sem esconder o tom exasperado. — Eu conferi as fotos, falei com o proprietário e até chequei o Google Maps para garantir que não fosse fake.
— Se isso não é comprometimento, eu não sei o que é — brincou Sofia, erguendo as mãos como se aplaudisse.
Enquanto Mingi seguia distribuindo instruções, cochichou algo para , que soltou uma risadinha discreta. O clima era de animação, mas a provocação entre e Seonghwa pairava como uma faísca pronta para incendiar a paz da viagem.
— Só uma última coisa — disse Mingi, elevando a voz para capturar a atenção de todos. — Sigam o cronograma e as regras que discutimos. Sem desorganização, e, por favor, não esqueçam de manter a casa em ordem.
— Você já pensou em virar síndico? — provocou , piscando para ele.
Mingi revirou os olhos, mas manteve o foco. Para ele, tudo tinha que sair perfeito, mesmo que isso significasse lidar com as constantes provocações e risadas dos amigos.
🌟🌟🌟🌟
A sala estava cheia de vozes animadas enquanto os amigos conversavam sobre as expectativas para a viagem. Yunho, sempre otimista, já fazia planos sobre as festas locais.
— Dizem que tem um luau na praia na noite de Ano Novo. Seria incrível começar o ano com uma vibe dessas — comentou, enquanto assentia energicamente.
— Com certeza! E quem sabe eu finalmente aprenda a surfar antes disso — disse ela, com olhos brilhando de entusiasmo.
— Não vai durar cinco minutos em cima da prancha — provocou Wooyoung, arrancando risadas do grupo.
— E você? Vai passar o tempo todo se achando o rei da praia? — retrucou , piscando para ele, o que só aumentou as gargalhadas.
, sentada na poltrona com uma garrafa de cerveja na mão, observava tudo com um sorriso contido. Não era exatamente a maior entusiasta de viagens em grupo, mas não podia negar que o clima entre os amigos era contagiante.
— Vai ficar só observando, ? — perguntou , inclinando a cabeça para o lado. — Ou vai finalmente se empolgar com a ideia?
— Estou empolgada o suficiente — respondeu ela, levantando a garrafa em um gesto preguiçoso antes de dar o último gole. — Vou ao banheiro.
Levantando-se, cruzou a sala e seguiu pelo corredor estreito, ainda ouvindo as risadas e os comentários vindos da sala. No entanto, assim que virou a esquina, deu de cara com Seonghwa, que vinha do lado oposto.
— Olha por onde anda! — ela exclamou, o impacto dos corpos fazendo com que recuasse um passo.
— Eu é que deveria dizer isso — retrucou ele, o tom frio enquanto ajustava o casaco que havia ficado torto.
Os olhos de ambos se encontraram, e por um breve instante, o ar pareceu pesar. Era sempre assim: bastava estarem no mesmo espaço que a tensão surgia como uma tempestade prestes a desabar.
O ódio entre e Seonghwa era tão evidente que já havia se tornado uma piada interna entre os amigos. Desde que se conheceram, eles nunca conseguiam concordar em nada. O motivo? Ninguém sabia. Nem eles.
Para os outros, o ressentimento parecia inexplicável, quase cômico. No entanto, para e Seonghwa, era real. Ele achava que ela era irritante, teimosa e incapaz de ouvir um argumento lógico. Ela, por outro lado, o considerava arrogante, presunçoso e dono de uma superioridade insuportável.
— Dá pra sair da frente? — estalou a língua, cruzando os braços.
— Já estou indo, princesa — ele respondeu com ironia, mas não antes de inclinar ligeiramente a cabeça para o lado, como se a estivesse avaliando.
Ela revirou os olhos, empurrando-o de leve com o ombro para passar. Ele riu baixo, o som ecoando atrás dela e a irritando ainda mais.
No fundo, nenhum dos dois conseguia explicar de onde vinha aquele ódio intenso, mas ambos sabiam de uma coisa: dividir aquela viagem com o outro seria um desafio. E, naquele momento, nenhum deles estava disposto a recuar.
🌟🌟🌟🌟
Além das seis garotas já presentes, duas amigas do grupo estavam para chegar. e eram as últimas a completar o grupo. era uma enfermeira dedicada, sempre com histórias engraçadas sobre plantões caóticos, e era professora de dança, animada e cheia de energia, mas com horários imprevisíveis. Ambas haviam avisado que chegariam mais tarde por conta do trabalho.
A campainha tocou, e Mingi, sempre eficiente, foi o primeiro a se levantar para abrir a porta.
— Finalmente! — disse ele, com um sorriso.
entrou primeiro, carregando uma mochila grande e suspirando de cansaço.
— Desculpem o atraso, gente. Plantão extra de última hora antes das minhas tão sonhadas férias. — Ela colocou a mochila no chão e passou a mão pelos cabelos, claramente exausta.
veio logo atrás, equilibrando uma sacola cheia de comida e outra com roupas.
— Não acredito que vocês começaram sem a gente! — brincou, abrindo um sorriso enquanto deixava as sacolas na mesa. — Pelo menos trouxe reforços.
— Isso que é chegada triunfal! — comentou Wooyoung, já indo até a sacola para conferir o que havia dentro.
— Se você tocar em alguma coisa antes de todo mundo, vai ficar sem sobremesa — o advertiu, apontando o dedo em um tom brincalhão.
— Finalmente vamos estar completos! — disse Sofia, levantando-se para abraçar as amigas.
e foram se cumprimentando com os demais, o cansaço dando lugar à animação conforme se acomodavam na sala.
— Espero que a gente tenha um quarto decente depois de tudo que passamos pra chegar aqui — comentou , arqueando uma sobrancelha para Mingi.
— Já organizei tudo, não se preocupem — respondeu ele, com um leve tom de orgulho.
— Claro que organizou. Você deve ter até decidido quem usa o banheiro primeiro, né? — riu, jogando-se no sofá ao lado de .
A chegada das duas completou o clima de empolgação que pairava no ar. Com o grupo finalmente reunido, a expectativa pela viagem para a praia parecia ainda maior. No entanto, para e Seonghwa, essa era só mais uma desculpa para não ficarem no mesmo ambiente – algo que, cedo ou tarde, se provaria impossível.
Jongho, que até então observava a movimentação com os braços cruzados e um sorriso discreto, levantou a voz para chamar a atenção de todos.
— Agora que estamos todos aqui, diga logo qual é a distribuição dos quartos, Mingi. — Ele lançou um olhar sugestivo para o amigo. — Assim a gente pode se ajeitar e descansar, porque amanhã temos um roteiro para cumprir, não é?
Mingi assentiu, claramente satisfeito com o comentário. Ele ajustou a postura e pegou a folha com a organização que havia preparado.
— Certo, vamos lá. — Ele ergueu o papel como se estivesse prestes a ler um anúncio importante. — Temos quatro quartos disponíveis. Dois têm camas de casal, e os outros dois têm beliches. Fiz a divisão baseada no espaço e, claro, para evitar possíveis conflitos.
— Então espero que você tenha sido muito sábio nessa escolha — comentou , rindo enquanto ajeitava os cabelos.
— Eu sou sempre sábio — respondeu Mingi, sem hesitar. — Vamos lá: no quarto um, com uma cama de casal, ficam Yunho e Wooyoung.
— Ótimo. Assim eu posso garantir que ele não vai roncar tão alto — brincou Yunho, apontando para Wooyoung, que apenas revirou os olhos.
— Quarto dois, também com cama de casal, ficam e Sofia. — Mingi continuou, ignorando as risadas.
As duas trocaram sorrisos satisfeitos e já começaram a cochichar sobre como iam decorar o espaço.
— Nos quartos com beliches, as coisas ficaram assim: no quarto três, , , e .
— Perfeito! — exclamou , levantando a mão como se tivesse ganhado uma medalha. — Esse quarto vai ser o mais animado, com certeza.
— E o quarto quatro? — perguntou Seo
nghwa, o tom casual, mas com um olhar que percebeu de relance.Mingi respirou fundo antes de responder.
— Quarto quatro: eu, , Seonghwa e .
— O quê? — e Seonghwa exclamaram ao mesmo tempo, os olhos arregalados.
— Não adianta reclamar. É o maior quarto, e vocês vão ter espaço suficiente para manter distância um do outro. — Mingi levantou as mãos em sinal de rendição antes que os dois começassem uma discussão ali mesmo.
— Isso vai ser… interessante — murmurou , tentando disfarçar o sorriso.
— Interessante não é a palavra que eu usaria — retrucou , cruzando os braços e lançando um olhar mortal para Seonghwa, que apenas deu de ombros, como se não ligasse.
— Relaxem, é só uma questão de logística — Mingi disse, tentando acalmar os ânimos. — Agora, vamos todos nos acomodar, porque amanhã temos uma viagem longa e um roteiro cheio para cumprir.
— Alguém já disse que você deveria ser guia turístico? — brincou, enquanto todos se levantavam para pegar suas coisas.
O grupo começou a se mover pela casa, carregando mochilas e sacolas. , no entanto, não conseguia deixar de se perguntar como iria sobreviver àquela convivência tão próxima com Seonghwa. O ódio silencioso entre eles parecia apenas se intensificar a cada momento.
Aos poucos, o silêncio tomou conta da sala, deixando e Seonghwa sozinhos. Os dois permaneciam imóveis, ambos com expressões de incredulidade.
foi a primeira a quebrar o silêncio, soltando um suspiro pesado e passando a mão pelos cabelos.
— Isso só pode ser uma piada…
Seonghwa, que ainda olhava para a porta por onde Mingi havia saído, balancou a cabeca lentamente antes de murmurar:
— Eu vou matar o Mingi.
soltou uma risada seca, cruzando os braços.
— Boa sorte com isso. Talvez eu até te ajude.
Seonghwa finalmente desviou o olhar para ela, arqueando uma sobrancelha.
— Não que você vá fazer muita diferença, mas aceito a ajuda.
— Cuidado, Seonghwa. Seu ego é tão grande que pode não caber no quarto também.
— Pelo menos meu ego tem mais charme do que a sua irritante necessidade de ser sempre a última palavra em tudo.
se levantou do sofá e deu um passo à frente, o olhar estreito…
— E o que mais você vai inventar para justificar o fato de ser insuportável?
— Insuportável? — Seonghwa soltou uma risada sarcástica, inclinando a cabeça ligeiramente para o lado. — Isso vindo de você, que parece acordar todos os dias decidida a ser a pessoa mais teimosa da face da Terra?
— Teimosa? Talvez. Mas pelo menos eu não tento manipular todo mundo para as coisas saírem do meu jeito.
— Manipular? — Ele riu de novo, dessa vez um pouco mais alto. — Você realmente tem uma imaginação fértil, . Talvez devesse escrever um livro.
Ela estreitou os olhos, apontando um dedo em sua direção.
— Olha aqui, Seonghwa, só porque vamos dividir um quarto, não significa que eu tenha que aturar suas piadinhas de quinta categoria.
— Quem disse que eu quero dividir um quarto com você? Se fosse minha escolha, eu ficaria dormindo na sala.
— Ótima ideia. Aproveita e leva sua arrogầncia junto.
Eles ficaram ali, se encarando por um momento que pareceu mais longo do que era. A tensão era quase palpável, mas também carregava algo indefinível, algo que nenhum dos dois estava disposto a reconhecer.
— Só para constar, eu não ronco… espero que você também não. E nem fale a noite, já basta ouvir suas baboseiras com você acordada. — Disse Seonghwa, quebrando o silêncio.
— Ótimo. Assim não vou precisar te sufocar com um travesseiro.
Ele soltou um sorriso enviesado antes de virar nos calcanhares e sair em direção ao corredor.
— Boa sorte tentando me matar, . Você vai precisar.
Ela ficou parada, os punhos cerrados e o coração batendo mais rápido do que gostaria de admitir.
— Insuportável… — murmurou para si mesma, enquanto também seguia para quarto, já imaginando o inferno que seria conviver com ele nos próximos dias.
Capítulo 2
A casa, que antes parecia tão organizada e silenciosa, agora estava tomada pela movimentação do grupo se ajeitando nos quartos. Risadas ecoavam pelos corredores enquanto as malas eram abertas, roupas espalhadas e as primeiras discussões sobre espaço começavam a surgir.
— Alguém viu onde deixei minha necessaire? — gritou do quarto dela e de .
— Deve estar na sala, junto com a sacola que você largou quando chegou! — respondeu , passando com em direção ao quarto delas.
No quarto de , as coisas estavam mais silenciosas – pelo menos por fora. Ela e Seonghwa pareciam ter estabelecido um pacto tácito de ignorância mútua enquanto tentava quebrar o clima tenso.
— Bom, pelo menos o quarto é bem espaçoso, né? Dá pra cada um ter seu cantinho… — comentou , sem obter muita resposta.
Seonghwa apenas resmungou algo incompreensível enquanto organizava sua mala no canto mais afastado. , por sua vez, arrumava seus pertences em total silêncio, embora os movimentos dela deixassem claro o quanto estava irritada.
Depois de um tempo, quando todos pareciam finalmente acomodados, Mingi surgiu no corredor, batendo palmas para chamar atenção.
— Pessoal, atenção aqui! Antes que a fome vire briga, precisamos ir ao supermercado abastecer a casa pelo menos para hoje à noite e amanhã de manhã.
Alguns resmungos foram ouvidos, mas ninguém contestou. Mingi, claro, já tinha um plano.
— Vou levar Yunho, e comigo. O resto de vocês pode ficar aqui se organizando.
— Por que eu? — perguntou Yunho, franzindo a testa.
— Porque eu preciso de alguém que saiba dirigir caso aconteça alguma coisa — respondeu Mingi, pragmático.
— E nós? — questionou, levantando uma sobrancelha para ele.
— Porque vocês são as mais práticas para escolher as coisas certas sem exagerar — explicou, arrancando risadas de alguns.
— Práticas? Claro que sim. — riu, pegando sua bolsa e se juntando ao grupo.
— Tudo bem, mas não demorem! — gritou do quarto. — Estamos famintos!
— Você acha que vou demorar com o Yunho dirigindo? — provocou Mingi, já descendo as escadas com as chaves do carro na mão.
No supermercado:
O grupo caminhava entre as gôndolas do mercado, com e à frente, analisando rótulos e discutindo sobre o que era realmente necessário.
— Precisamos de coisas básicas: arroz, macarrão, ovos, pão, leite… — dizia, anotando tudo no celular.
— E café. Muito café. — completou.
— Não esqueçam do tempero — comentou Mingi, empurrando o carrinho enquanto tentava organizar mentalmente a lista.
— E alguma coisa pra jantarmos hoje — disse Yunho, que parecia mais interessado nas opções de snacks do que no resto.
— Algo prático. Talvez macarrão com molho ou carne grelhada — sugeriu.
— Gosto disso. Vamos pegar carne, então — Mingi concordou.
Enquanto e debatiam qual marca de molho de tomate comprar, Yunho e Mingi se afastaram para pegar bebidas.
— Não acha que deixamos muita gente preguiçosa lá em casa? — Yunho perguntou, rindo enquanto pegava algumas garrafas de suco e refrigerante.
— Melhor assim. Menos vozes pra discordar. E, além disso, você já viu o Seonghwa e a no mesmo ambiente? É questão de segurança — respondeu Mingi, com um sorriso cansado.
Yunho gargalhou.
— Tem razão. Essa viagem vai ser longa com os dois.
Depois de quase uma hora no supermercado, o grupo finalmente passou no caixa e carregou o carro com as sacolas. suspirou enquanto colocava a última delas no porta-malas.
— Acho que garantimos pelo menos o jantar e o café da manhã.
— E uma boa briga por quem vai cozinhar. — riu, entrando no banco de trás.
Mingi deu a partida no carro, satisfeito com a eficiência do grupo. Agora era só voltar para casa e esperar que tudo continuasse sob controle… pelo menos até a próxima refeição.
Já de volta a casa:
O carro parou em frente à casa, e Mingi foi o primeiro a descer, rapidamente abrindo o porta-malas para começar a descarregar as sacolas. Yunho, e seguiram o movimento, e logo as portas da casa foram abertas com todos do grupo que ficaram aguardando vindo ajudar.
— Finalmente! Achei que tinham ido fazer compras para um mês inteiro — brincou , pegando duas sacolas de bebidas e levando para a cozinha.
— Queríamos garantir que ninguém morra de fome até amanhã — retrucou , sorrindo.
Logo, todas as sacolas estavam sobre o balcão da cozinha, e o grupo se reuniu na sala, alguns jogados no sofá e outros acomodados no chão.
— Certo, pessoal. — Mingi se posicionou no centro, chamando atenção. — Agora que estamos abastecidos, precisamos decidir quem vai cozinhar hoje à noite.
Um silêncio tomou conta da sala, e olhares começaram a ser trocados.
— Não olhem pra mim, eu mal sei fritar um ovo — disse Jongho, levantando as mãos em rendição.
— Eu posso ajudar, mas alguém mais habilidoso precisa liderar — ofereceu , meio hesitante.
— cozinha bem — soltou , sorrindo para a amiga, que imediatamente franziu a testa.
— Ei, por que eu?
— Porque todo mundo sabe que você tem mão boa na cozinha — reforçou .
Antes que pudesse protestar, Seonghwa, que estava largado em uma poltrona, decidiu entrar na conversa.
— Claro, a deve ser ótima em cortar ingredientes, considerando como é boa em cortar a paciência dos outros.
se virou para ele com os olhos estreitos.
— Engraçado você falar isso, já que sua especialidade é encher o saco de todo mundo.
— E a sua é reclamar de tudo, pelo visto.
— Olha só quem fala, o Senhor Perfeição. Aposto que você nem sabe ligar um fogão.
Seonghwa se endireitou na poltrona, um sorriso desafiador surgindo em seus lábios.
— É melhor do que fazer comida que só parece boa no Instagram.
— Você é tão irritante que até o cheiro da sua comida seria insuportável!
— Parem vocês dois! — interrompeu Mingi, passando a mão pelo rosto com exasperação. — Só uma discussão por vez, por favor.
— Ótima ideia. A primeira coisa que podemos decidir é que Seonghwa não vai chegar nem perto da cozinha — disparou .
— E você? Vai liderar como a grande chefe mandona que acha que é? — rebateu Seonghwa.
— Ok, ok! Chega! — disse Yunho, erguendo a voz e jogando uma almofada no sofá para chamar atenção. — Que tal e Seonghwa cozinharem juntos?
O silêncio na sala foi seguido por risadinhas discretas de e , enquanto e Seonghwa encaravam Yunho como se ele fosse louco.
— Nem pensar! — disseram os dois em uníssono.
— Não parece uma má ideia… — provocou, com um sorriso divertido.
— É isso ou vocês dois vão dormir sem jantar — decretou Mingi, cruzando os braços.
bufou, jogando a cabeça para trás no sofá.
— Certo, mas se ele colocar sal demais, não venham me culpar.
— E se ela queimar tudo, eu não quero ouvir reclamações — retrucou Seonghwa, levantando-se da poltrona e indo em direção à cozinha.
— Isso vai ser divertido de assistir — murmurou Jongho, arrancando risadas de todos enquanto marchava atrás de Seonghwa, ainda resmungando.
🌟🌟🌟🌟
A cozinha estava um campo de batalha silencioso. Seonghwa estava na pia lavando alguns vegetais, enquanto , com o avental amarrado de qualquer jeito, cortava cebolas com movimentos rápidos e decididos. O ambiente estava tenso, e os únicos sons eram o barulho da água corrente e o impacto da faca contra a tábua de madeira.
— Você tem certeza que sabe o que está fazendo? — perguntou Seonghwa, sem nem olhar para ela.
pausou o corte por um segundo, respirou fundo e respondeu com um tom ácido:
— Eu não saberia tanto quanto você, é claro. Afinal, deve ser difícil cozinhar quando você não sabe diferenciar uma colher de pau de uma espátula.
Seonghwa finalmente se virou para ela, os olhos estreitados em desafio.
— Pelo menos eu não estou cortando as cebolas de qualquer jeito. Isso vai acabar cozinhando de forma desigual.
ergueu a faca, apontando para ele, e disse:
— E você acha que lavar os vegetais enquanto discute comigo é alguma contribuição? Faça algo útil ou vá para outro lugar.
— Útil? Como organizar essa bagunça que você está fazendo no balcão? — Ele apontou para as cascas de cebola espalhadas e os restos de ingredientes que ela ainda não tinha descartado.
— Não sabia que você era fiscal de balcão. Quer um prêmio por isso?
— Só estou tentando garantir que não vamos morrer intoxicados pelo desastre que você chama de culinária.
— É sério isso? — largou a faca na tábua com um som alto, virando-se para encará-lo de frente. — Se você é tão superior, por que não assume tudo e me deixa assistir você estragar o jantar sozinho?
— Porque alguém precisa garantir que você não queime a casa no processo.
A troca de farpas continuava, mas os dois, teimosos como sempre, não paravam de cozinhar enquanto discutiam. mexia uma panela no fogão com movimentos exagerados, enquanto Seonghwa cortava um tomate com uma precisão irritante, como se quisesse provar um ponto.
— Você está mexendo rápido demais, vai grudar no fundo da panela — comentou ele, lançando um olhar crítico para o que ela fazia.
— E você está cortando o tomate como se fosse fazer uma obra de arte. Isso é comida, não decoração de prato!
— Talvez seja isso que falta na sua comida: um pouco de estética — provocou ele, com um sorriso falso.
bufou e se aproximou dele, pegando o tomate que ele acabara de cortar.
— Ah, claro, porque tomates perfeitamente cortados vão salvar o jantar. Me poupe Seonghwa!
Antes que ele pudesse responder, apareceu na porta, segurando uma tigela vazia.
— Tudo bem por aqui? — perguntou, os olhos alternando entre e Seonghwa com um sorriso divertido.
— Ótimo — responderam os dois ao mesmo tempo, com um tom visivelmente irritado.
reprimiu uma risada.
— Certo… Se precisarem de ajuda, estou por aqui. Boa sorte.
Assim que ela saiu, olhou para Seonghwa e disse:
— Se ela ouvir gritos, pelo menos vai saber quem começou.
— Se gritar resolvesse, eu já tinha ganhado essa discussão — retrucou ele, virando-se para mexer na panela ao lado.
A tensão continuava, mas, por incrível que parecesse, o jantar ia tomando forma. Mesmo entre farpas, eles trabalhavam juntos com uma sintonia que nenhum dos dois admitiria.
🌟🌟🌟
Na sala, os amigos estavam espalhados, rindo e discutindo enquanto esperavam o jantar. Yunho e estavam juntos no sofá, ele com o braço ao redor dela enquanto conversavam com e Yeosang, que estavam sentados no tapete. e San estavam em um canto, compartilhando um pacote de salgadinhos que tinham achado na cozinha, trocando olhares e sorrisos ocasionais.
— Ok, vamos fazer uma aposta aqui. — Wooyoung se inclinou para frente, batendo as mãos na mesa de centro. — Quem acha que e Seonghwa vão conseguir fazer algo minimamente comestível?
— Eu voto que o jantar vai sair, mas com gosto de guerra civil — brincou , arrancando risadas dos outros.
— Eu confio na . Ela sabe cozinhar bem — disse , com uma expressão decidida. — Agora, Seonghwa… Não tenho tanta certeza.
— Não sejam tão pessimistas! — interveio, rindo. — Eles podem brigar, mas no fundo…
— Eles só brigam, . Não tem “no fundo” nenhum — interrompeu Yunho, apertando de leve o ombro dela, rindo. — Eu aposto que um vai tentar envenenar o outro antes do jantar sair.
Na mesa da cozinha, Mingi e estavam conversando sobre o que tinham comprado no mercado, enquanto Wooyoung se inclinava em direção a ela, tentando entrar na conversa com um sorriso de canto.
— Então, você foi responsável pela escolha dos snacks? — perguntou Wooyoung, piscando de forma exagerada.
— Não só dos snacks, mas de tudo que vai salvar essa casa caso o jantar não dê certo — respondeu , sorrindo, mas fingindo estar focada em Mingi.
— Não desmereça a dupla dinâmica da cozinha — retrucou Wooyoung, com um tom divertido. — Quero ver se vai sobrar algo para você depois.
riu e olhou para ele de relance.
— Se sobrar algo que valha a pena, prometo dividir com você.
Mingi olhou entre os dois, arqueando uma sobrancelha.
— Vocês dois… estão flertando com a possibilidade de sabotarem o jantar?
— Flertar é um talento meu — brincou Wooyoung, piscando para , que apenas balançou a cabeça, rindo.
Enquanto isso, na cozinha…
mexia distraidamente na panela enquanto Seonghwa verificava algo no forno. A tensão parecia ter diminuído um pouco, embora o clima ainda estivesse longe de ser amigável.
— Eles estão apostando se a gente vai conseguir fazer isso direito, sabia? — disse , tentando quebrar o silêncio.
Seonghwa olhou para ela de lado, com um sorriso discreto.
— Espero que ninguém tenha apostado na nossa falha. Seria um desperdício de dinheiro.
— Vai depender de como você mexer nessa massa aí — retrucou , apontando para ele com a colher de pau.
— Ah, claro. Porque você é a grande especialista aqui. — Ele se aproximou, inclinando-se um pouco para ver o que ela fazia.
— Pelo menos eu sei o que estou fazendo, o que já é mais do que posso dizer de você.
Seonghwa sorriu, desta vez um pouco menos sarcástico.
— Quer apostar?
levantou uma sobrancelha, encarando-o.
— Apostar o quê?
— Que isso vai ser o prato mais elogiado da noite.
Ela revirou os olhos, mas um sorriso mínimo surgiu em seus lábios.
— Vamos ver, Seonghwa. Se for horrível, vou garantir que todos saibam que foi sua culpa.
— E se for um sucesso, quero um agradecimento público. — Ele se afastou, mas ainda a observava de relance enquanto mexia na massa com precisão.
riu pelo nariz, voltando a mexer na panela.
— Vai sonhando.
No fundo, ambos pareciam mais à vontade, mesmo que continuassem com as provocações. As farpas estavam ali, mas misturadas a algo mais suave, quase imperceptível… algo que nem eles conseguiriam nomear.
🌟🌟🌟🌟
surgiu na porta da cozinha com as mãos nos quadris, um olhar de falsa superioridade estampado no rosto.
— Está pronto! — anunciou, alto o suficiente para que todos na sala ouvissem. — Espero que estejam com fome, porque deu trabalho.
Seonghwa apareceu logo atrás, limpando as mãos em um pano de prato, lançando um olhar rápido para antes de completar:
— Trabalho é pouco. Vocês deviam agradecer por ainda termos uma cozinha inteira.
Os amigos na sala começaram a se levantar, espalhando risadas e comentários.
— Finalmente! Achei que fosse virar um jantar de meia-noite — brincou San, alongando-se preguiçosamente antes de seguir para a mesa.
— Já estava pensando em atacar os biscoitos que o Mingi comprou — provocou Wooyoung, piscando para , que deu uma risada baixa.
Mingi foi até a cozinha, trazendo com ele, e começou a pegar os pratos.
— Vamos ajudar a servir antes que essa mesa vire uma zona — disse ele, prático como sempre.
— E antes que alguém derrube algo no chão. Não vou citar nomes — completou , sorrindo com malícia enquanto olhava para Wooyoung, que fez uma expressão de ofendido.
— Eu? Nunca!
Enquanto Mingi e colocavam os pratos na mesa, e Yunho se encarregaram de organizar os talheres. e Yeosang traziam os copos e as garrafas de suco e refrigerante.
— Não sabia que seria necessário montar um evento inteiro para comer — comentou , arrumando as cadeiras com Jongho ao lado.
— Bem, considerando quanto tempo demorou, faz sentido. — Yunho riu, piscando para , que lhe deu um tapa leve no ombro.
— Olha, se vocês não gostarem, devolvemos o dinheiro da entrada — respondeu , com sarcasmo. — Ah, espera… foi gratuito.
— É gratuito, mas tem consequências — disse Wooyoung, sorrindo enquanto se sentava. — Se não for bom, a gente vai ter assunto pra zoar vocês o resto da viagem.
— Falou o especialista em comer pizza congelada e chamar de banquete — retrucou Seonghwa, cruzando os braços enquanto os outros riam.
Com todos reunidos, a mesa finalmente ficou pronta, e Mingi deu o toque final, ajeitando o último prato no centro.
— Pronto. Agora podemos nos sentar — disse ele, satisfeito.
— Por favor, alguém pega a primeira mordida antes que eu desmaie de fome — implorou , arrancando mais risos.
e Seonghwa se sentaram em lados opostos da mesa, trocando olhares rápidos e desafiadores enquanto todos começavam a servir a comida.
— Vamos ver, chefs, se isso valeu a espera — disse , servindo-se com um sorriso travesso.
Enquanto os amigos experimentavam, os dois na cozinha trocaram mais um daqueles olhares repletos de tensão silenciosa. Entre provocações e farpas, algo estava começando a mudar, mas nem nem Seonghwa admitiriam isso tão cedo.
Todos se acomodaram ao redor da mesa, os pratos sendo passados de mão em mão enquanto o cheiro da comida preenchia o ambiente. As primeiras garfadas foram feitas com curiosidade, e logo vieram os comentários inevitáveis.
— Ok, eu admito. Está melhor do que eu esperava — disse , levantando as mãos em rendição. — Eu realmente pensei que vocês fossem queimar tudo.
— Concordo — completou San, com a boca cheia. — Achei que fosse terminar o dia comendo pão e biscoito.
— Que pouca fé! — retrucou , servindo-se com uma expressão de falsa indignação. — Vocês acham mesmo que eu deixaria qualquer coisa dar errado na cozinha?
Seonghwa riu baixo, servindo-se também.
— Claro, porque você foi a salvadora da noite — comentou, com um tom sarcástico.
— Não fui? — ergueu uma sobrancelha desafiadora. — Se dependesse de você, a massa estaria grudada no teto agora.
Os amigos riram, e Mingi apontou o garfo para os dois.
— Ei, se vocês forem começar outra briga, pelo menos esperem eu terminar de comer.
— Concordo. A comida está boa demais pra ser interrompida por tretas inúteis — disse , apoiando o queixo no ombro de Yunho, que assentiu enquanto mastigava.
— Confesso que estou impressionada. Vocês realmente formaram uma boa dupla — comentou , com um sorriso divertido.
engasgou levemente com a bebida, e Seonghwa apenas balançou a cabeça, dando um pequeno sorriso.
— Isso é um exagero. Foi mais como… tolerância mútua — respondeu ele, olhando de relance para , que o encarou com desdém.
— Ah, claro. Porque eu não tive que consertar metade do que você fez errado — rebateu ela.
— Vocês são impossíveis — murmurou , rindo enquanto tomava um gole de suco. — Mas admito, essa massa está muito boa.
— Obrigada, — disse , ignorando Seonghwa por um momento. — Pelo menos alguém aqui sabe reconhecer talento.
— Não se empolga, . Foi trabalho em grupo — respondeu Seonghwa, cutucando-a de leve.
Os amigos continuaram comendo e rindo, claramente se divertindo com a dinâmica dos dois.
— Agora, sejamos sinceros — começou Wooyoung, apontando o garfo para Seonghwa. — Quem é mais insuportável na cozinha?
— Ele.
— Ela …
Disseram e Seonghwa ao mesmo tempo, apontando um para o outro.
A mesa explodiu em gargalhadas, e Yunho levantou o copo.
— Um brinde à dupla de ouro da culinária!
Todos ergueram os copos, rindo e batendo contra o de Yunho, enquanto e Seonghwa apenas reviraram os olhos ao mesmo tempo. Apesar das brigas e provocações, o jantar foi um sucesso. Mas era impossível ignorar a tensão latente entre os dois, uma mistura de irritação e algo ainda não definido.
🌟🌟🌟🌟
Com o jantar finalizado e a cozinha parcialmente arrumada (sob intensas negociações entre os amigos), Mingi retomou seu papel de líder do grupo, já com um caderno em mãos para organizar o próximo ponto crítico: a ordem de uso do único banheiro da casa.
— Certo, pessoal. Vamos precisar de um cronograma. Não quero confusão com filas intermináveis — anunciou ele, desenhando um quadro rudimentar no papel.
— Você é inacreditável, Mingi — provocou Wooyoung, enquanto lia as anotações por cima do ombro do amigo.
— Alguém tem que ser, Wooyoung. Do contrário, vocês vão transformar essa casa em um caos antes mesmo do Ano Novo — retrucou Mingi, ajustando os óculos.
Ele dividiu o grupo estrategicamente, começando por e Yunho, que tomariam banho juntos para economizar tempo.
— Privilégios de casal — brincou , enquanto Yunho dava de ombros e sorria com um toque de satisfação.
Os demais foram se revezando aos poucos. Hongjoong entrou depois de Jongho, e San murmurou algo sobre o amigo levar tempo demais ajustando o chuveiro.
Quando quase todos já haviam se banhado, , e reapareceram na sala, conversando animadamente entre si. foi a porta-voz:
— Gente, acabamos de decidir. É sexta-feira à noite, estamos em uma cidade nova, e nada melhor para conhecer o lugar do que uma boa balada!
Os olhares se voltaram imediatamente para Mingi, que franziu o cenho como se estivesse enfrentando um problema matemático particularmente complexo.
— Isso não está na programação. É tarde, é perigoso, e temos um roteiro para amanhã cedo — argumentou ele, cruzando os braços com firmeza.
— Ah, Mingi, relaxa! — respondeu , rindo. — Não vamos acordar tão cedo assim, e prometemos não demorar.
San e Wooyoung, que estavam sentados no sofá, trocaram olhares desconfortáveis.
— Não sei se é uma boa ideia… — começou San, sem muita convicção.
— Concordo com o Mingi — emendou Wooyoung, tentando disfarçar a irritação. — Vocês nem conhecem direito a cidade, e se algo der errado?
— Vocês são ridículos! — protestou , revirando os olhos. — Estamos em um grupo enorme, não tem perigo nenhum.
, percebendo a resistência dos dois, sorriu maliciosamente e se virou para Hongjoong, que estava quieto no canto.
— E você, Hongjoong? Não quer ir com a gente?
Hongjoong ergueu as sobrancelhas, surpreso por ser incluído na conversa. Ele olhou brevemente para San e Wooyoung, que agora o encaravam com expressões nada amistosas, antes de dar um sorriso pequeno.
— Por que não? Pode ser divertido.
— Ótimo! — exclamou , claramente satisfeita. — Então vamos nos arrumar.
Enquanto as garotas subiam animadas para trocar de roupa, San resmungou algo ininteligível, e Wooyoung balançou a cabeça, cruzando os braços.
— Ele vai se arrepender disso — murmurou Wooyoung.
— Definitivamente — concordou San, lançando um olhar sombrio para a escada.
Mingi, observando tudo com a testa franzida, suspirou derrotado.
— Só não esperem que eu organize o trajeto. Isso é todo o caos de vocês.
Apesar dos protestos e olhares contrariados, era evidente que a decisão já havia sido tomada, e aquela noite prometia trazer mais surpresas do que o previsto no meticuloso planejamento de Mingi.
🌟🌟🌟🌟
No quarto, as garotas estavam espalhadas entre as camas e cadeiras, ajustando roupas, trocando maquiagens e rindo de algo que havia acabado de dizer. estava de frente para o espelho, passando um batom vermelho que destacava ainda mais seu sorriso satisfeito.
— Espertalhona, né? Já chamou o Hongjoong para ir com a gente — comentou com um tom malicioso, cruzando os braços e lançando um olhar brincalhão para .
parou o movimento do batom por um segundo, mas logo recuperou a compostura.
— Eu só pensei que ele podia querer conhecer a cidade também — disse ela, tentando soar casual, mas a leve cor rosada que subiu por seu rosto a denunciava.
— Sei… — provocou , sentada na cama ao lado, penteando o cabelo. — Tá certíssima! Tá de olho nele desde que a começou a namorar o Yunho. Tem que atacar mesmo.
— O quê? Nada a ver! — protestou, virando-se para encará-las.
, que estava testando brincos diferentes no espelho, riu.
— Claro que não, . É pura coincidência você sempre sentar perto dele, rir das piadas dele e agora chamá-lo pra balada.
— Tá todo mundo vendo, amiga — acrescentou , abrindo um sorriso divertido enquanto ajeitava o vestido.
bufou, mas acabou soltando uma risada.
— Vocês são impossíveis. Nem sei se ele está interessado.
— Só tem um jeito de descobrir — respondeu , dando de ombros. — E vamos combinar, ele tá bem mais tranquilo hoje. Acho que é só questão de tempo até ele perceber o que tá na cara.
— Verdade! — concordou, piscando para . — E olha, se você demorar muito, vai que alguma outra dá o bote?
— Tipo quem? — perguntou, genuinamente curiosa, mas também um pouco desafiadora.
— Ninguém aqui — respondeu , rapidamente. — Mas, sei lá, ele é bonito. A gente sabe como as coisas são. Melhor garantir logo.
Todas riram, e , apesar de se fingir de irritada, deixou escapar um sorriso no canto dos lábios.
— Tá bom, chega. Vamos falar de outra coisa — disse ela, voltando-se para o espelho para ajeitar o cabelo.
— A gente fala, mas só depois que você admitir que tá interessada — provocou .
suspirou dramaticamente.
— Tá, tá. Ele é interessante, sim. Feliz?
As garotas gritaram em comemoração, batendo palmas e jogando almofadas em direção a , que ria enquanto tentava se defender.
— Agora só falta você usar aquele seu charme pra virar o jogo de vez — incentivou .
— Vamos ver… — murmurou , voltando a retocar o batom e lançando um olhar confiante para si mesma no espelho.
O clima no quarto era leve, com as garotas conversando, rindo e trocando dicas de maquiagem e moda enquanto se preparavam. Era uma atmosfera descontraída, onde cada uma parecia estar se animando para a noite que estava por vir — e, claro, com a curiosidade crescente sobre os possíveis casais que poderiam se formar.
🌟🌟🌟🌟
Os quatro se despediram com animação, prometendo voltar com histórias interessantes sobre a balada. , , e Hongjoong saíram pela porta rindo, enquanto os outros ficavam para trás.
— Divirtam-se! E não voltem tarde! — gritou Mingi, o último a acenar, ainda parecendo preocupado com o roteiro da viagem.
A casa foi ficando em silêncio à medida que os amigos subiam para os quartos. Yunho e foram os primeiros a desaparecer, alegando cansaço após o dia cheio. San e Wooyoung, ainda implicando com a saída das garotas, subiram logo depois, mas não sem antes resmungar sobre “homens decentes” como eles serem ignorados. Aos poucos, todos seguiram o mesmo caminho, deixando a sala vazia.
Exceto por e Seonghwa.
Ela estava sentada no canto do sofá, concentrada em um livro que segurava com cuidado. Ele estava do outro lado, estirado preguiçosamente, assistindo à TV com o controle remoto na mão. O som baixo preenchia o espaço, mas a tensão entre os dois era palpável, como sempre.
Seonghwa desviou os olhos da tela e observou por um instante. Ela parecia imersa no livro, mas ele conhecia aquele olhar sério — sempre pronta para rebater qualquer provocação. E ele não conseguia resistir…
— E então? — começou ele, com um tom casual, mas carregado de ironia. — Por que não foi com as meninas? Tentar desencalhar, talvez?
fechou o livro com calma, marcando a página com o dedo antes de levantar o olhar para ele.
— E por que você não foi atrás delas? — devolveu, arqueando uma sobrancelha. — Quem sabe finalmente alguém teria paciência para aturar suas piadinhas sem graça.
Seonghwa abriu um sorriso satisfeito, como se tivesse conseguido exatamente o que queria.
— Ah, eu prefiro ficar aqui. É bem mais divertido implicar com você.
— Claro que prefere. Só confirma que você não tem nada melhor pra fazer, né? — Ela deu de ombros, voltando os olhos para o livro.
— Nada melhor do que ver você irritada, com certeza. — Ele se ajeitou no sofá, inclinando-se levemente na direção dela. — Além disso, você parece gostar. Tá sempre pronta pra rebater.
soltou um suspiro, tentando manter a paciência.
— Olha, Seonghwa, se não tem algo interessante pra falar, sugiro que foque na TV. Pode ser que aprenda algo útil.
Ele riu baixo, cruzando os braços.
— Você realmente não cansa de ser assim, né? Toda cheia de respostas afiadas.
— E você não cansa de ser um completo idiota? — Ela respondeu sem olhar para ele, voltando a abrir o livro.
Seonghwa a encarou por alguns segundos, como se tentasse pensar em algo ainda mais provocador para dizer. Mas, em vez disso, ele apenas deu de ombros, com um sorriso que não chegava aos olhos.
— Boa leitura, . Vai precisar de paciência pra aturar meu “idiotismo” a semana toda.
Ela fingiu ignorá-lo, mas o pequeno sorriso que surgiu em seus lábios entregava que, no fundo, ela não se importava tanto quanto fazia parecer.
O silêncio voltou à sala, interrompido apenas pelo som baixo da TV e pelo virar ocasional das páginas. Mesmo sem palavras, a tensão continuava no ar, como uma corda esticada entre os dois, pronta para vibrar ao menor toque.
Terceiro Capítulo
O grupo chegou à balada, sendo recebidos por luzes vibrantes e música alta que fazia o chão tremer. O lugar estava lotado, mas tinha uma energia contagiante que logo animou os quatro. , , e Hongjoong entraram em fila, tentando não se perder na multidão.
— Uau, esse lugar é incrível! — disse, observando as luzes piscando no ritmo da música.
— Parece que todo mundo da cidade resolveu vir pra cá hoje — Hongjoong comentou, dando uma risada enquanto olhava ao redor.
sorriu, já começando a se mover discretamente no ritmo da música. , por outro lado, olhava tudo com uma mistura de curiosidade e determinação. Ela queria aproveitar a noite, mas a presença de Hongjoong ao seu lado fazia seu coração bater um pouco mais rápido.
— Vamos pegar bebidas? — sugeriu, apontando para o bar no canto do salão.
Todos concordaram, e eles se aproximaram do balcão. foi a primeira a decidir, seus olhos brilhando ao ver um drink colorido sendo preparado.
— Quero esse aí! — apontou para a bebida, encantada com as camadas de cores que se misturavam lentamente no copo.
— Alguma coisa doce e chamativa, claro — Hongjoong provocou, dando um sorriso de canto.
— E qual o problema? Pelo menos eu sei o que quero. Você vai ficar aí parado ou vai pedir algo? — rebateu, erguendo o queixo.
Hongjoong apenas riu, pedindo uma cerveja para si. e também fizeram seus pedidos e, logo, os quatro estavam com suas bebidas em mãos, observando o movimento ao redor enquanto trocavam comentários sobre o lugar.
deu o primeiro gole no drink, deixando escapar um murmúrio de aprovação.
— Isso é maravilhoso! — disse, erguendo o copo como se fosse um troféu.
Hongjoong estreitou os olhos, intrigado.
— É mesmo? Deixa eu ver…
Antes que pudesse responder, ele se inclinou e pegou o copo dela com uma confiança que a deixou um pouco surpresa. Hongjoong levou o drink à boca, provando um gole generoso. Ele sorriu depois de engolir, claramente impressionado.
— Ok, é bom mesmo. — Ele devolveu o copo, mas quando levantou o rosto, seus olhos encontraram os de .
A proximidade era inevitável. Os rostos estavam a poucos centímetros de distância, e o sorriso brincalhão de Hongjoong desapareceu aos poucos, dando lugar a uma expressão mais suave. ficou imóvel por um segundo, o coração batendo forte enquanto o olhar dele parecia prender o dela.
— Gostou tanto assim, hein? — tentou brincar, mas sua voz saiu mais baixa do que planejava.
Hongjoong deu um pequeno sorriso de canto, a descontração voltando aos poucos.
— Talvez. Mas ainda prefiro a sua reação ao tomar. Foi mais divertida.
desviou o olhar, sentindo o rosto aquecer, e pegou o copo de volta.
— Então não beba mais. É meu — disse ela, fingindo irritação.
— Tudo bem, tudo bem — ele levantou as mãos, rindo. — Não vou roubar mais nada.
— Que bonitinho vocês dois! — comentou, arqueando as sobrancelhas com um sorriso provocador. — Mas será que dá pra gente se mexer agora? Vamos explorar o lugar.
Hongjoong deu um passo para trás, dando espaço para passar. Ela o encarou por um instante antes de se juntar às amigas, sentindo que aquele momento tinha deixado algo não dito no ar.
Ele a seguiu logo atrás, mas a proximidade e o breve silêncio que tinham compartilhado continuaram a ecoar em sua mente, como uma nota musical que ainda ressoava em meio à multidão.
Os quatro continuaram explorando a balada, rindo e se divertindo com o clima descontraído. e já estavam no centro da pista, dançando sem se preocupar com mais nada, enquanto e Hongjoong ficaram próximos ao bar, observando as amigas e tomando mais alguns drinks.
— Elas não têm limites, né? — Hongjoong comentou, apontando para e , que agora estavam cercadas por um grupo animado de pessoas.
— É o estilo delas — respondeu, sorrindo. Ela já estava um pouco mais relaxada, com a leveza dos drinks começando a influenciar sua atitude.
— E o seu? Qual é? — Hongjoong perguntou, inclinando-se um pouco para ouvir a resposta em meio ao som alto.
deu de ombros, tentando parecer despreocupada.
— Acho que ainda estou descobrindo.
Hongjoong sorriu de canto, observando-a por um momento.
— Então talvez hoje seja uma boa oportunidade para descobrir mais alguma coisa.
riu, mas antes que pudesse responder, ele segurou a mão dela, puxando-a levemente em direção à pista de dança.
— Vem. Vamos aproveitar.
— Eu? Dançar? Não sei se é uma boa ideia.
— Ah, para com isso. — Hongjoong a encarou com um brilho desafiador nos olhos. — Aposto que você é ótima.
hesitou, mas acabou cedendo, deixando-se ser guiada até o meio da pista. A música estava alta e envolvente, e ela acabou relaxando aos poucos, movendo-se no ritmo enquanto Hongjoong a acompanhava de perto.
Com o passar do tempo e mais algumas músicas, a distância entre os dois foi diminuindo. sentia a presença dele cada vez mais próxima, o calor das mãos dele às vezes tocando sua cintura enquanto ele a guiava pelos movimentos.
— Viu? Eu sabia que você sabia dançar — ele disse, com a voz baixa perto do ouvido dela.
riu, mas seu coração estava disparado. A proximidade dele a deixava tensa, mas de uma maneira estranhamente boa.
Depois de mais algumas músicas, os dois pararam para recuperar o fôlego, voltando para perto do bar. pediu mais um drink, algo mais leve dessa vez, enquanto Hongjoong ficava ao lado dela, o olhar mais intenso agora.
— Você tá bem? — ele perguntou, notando como ela estava um pouco mais quieta.
— Sim, tô ótima — ela respondeu, tentando soar casual, mas ele parecia perceber algo além das palavras.
O silêncio entre eles durou poucos segundos, mas pareceu mais longo. Hongjoong inclinou-se um pouco, os olhos presos nos dela.
— … — ele começou, mas parou por um instante, como se estivesse calculando o que dizer.
Antes que pudesse continuar, agiu por impulso. Talvez fosse a música ao fundo, o ambiente descontraído, ou o efeito dos drinks. Ela deu um passo para mais perto, as pontas dos dedos tocando levemente a mão dele sobre o balcão.
Hongjoong entendeu o gesto imediatamente. Sem hesitar, ele inclinou-se, aproximando-se ainda mais. ergueu o rosto, e no instante seguinte os lábios dos dois se encontraram.
O beijo começou tímido, mas rapidamente se tornou mais intenso. Era como se toda a tensão acumulada durante a noite tivesse encontrado uma saída. Hongjoong segurou delicadamente o rosto de , enquanto ela deixava seus dedos deslizarem pelo braço dele.
Quando finalmente se afastaram, ambos estavam ofegantes, os olhos fixos um no outro.
— Isso não estava no plano, né? — murmurou, tentando esconder o sorriso que surgia em seus lábios.
Hongjoong sorriu, encostando a testa na dela por um instante.
— Acho que a gente pode improvisar dessa vez.
Os dois riram baixinho, mas o momento entre eles estava longe de ser esquecido. sabia que aquela noite acabara de ganhar um novo significado.
🌟🌟🌟🌟
O restante da madrugada foi uma mistura de risadas, música e momentos inesquecíveis para os quatro. e , que estavam mais na pista de dança, perceberam o beijo entre e Hongjoong de longe e não conseguiram conter a empolgação. Assim que os dois se beijaram novamente, as amigas começaram a comemorar, vibrando de longe e trocando olhares cúmplices.
— Eu sabia que isso ia acontecer! — comentou com , que respondeu com um aceno animado enquanto continuavam dançando.
Hongjoong, por outro lado, parecia cada vez mais à vontade. Ele se mantinha próximo de , mas também observava o ambiente, notando como e chamavam a atenção de várias pessoas. Alguns homens (e até algumas mulheres) se aproximaram das duas ao longo da noite, mas elas sempre recusavam delicadamente, mantendo a vibe leve e divertida da madrugada.
— Suas amigas são… decididas — Hongjoong comentou em um momento, voltando a atenção para , que riu.
— Elas sabem o que querem, isso é certeza.
Enquanto isso, e pareciam se divertir apenas entre si, completamente alheias às tentativas de flerte que continuavam acontecendo.
Pouco antes do amanhecer, o grupo decidiu que era hora de voltar para a casa. Pegaram um táxi, ainda conversando animadamente sobre a noite. e Hongjoong trocaram sorrisos cúmplices no banco de trás, enquanto e falavam sobre como o lugar era ótimo e como precisavam sair mais vezes durante a viagem.
Ao chegarem na casa, encontraram as luzes apagadas e o ambiente silencioso. Porém, ao entrarem na sala, depararam-se com San dormindo no sofá, com um cobertor jogado sobre ele de forma displicente, como se tivesse ficado ali esperando por eles.
— Sério isso? — cochichou, cruzando os braços.
Hongjoong riu baixo, tentando não fazer barulho.
— Acho que ele tá mais preocupado do que parece — comentou.
— Ele tem cara de bravo, até dormindo — acrescentou, observando a expressão de San.
apenas balançou a cabeça, enquanto , com um sorriso travesso, pegou uma almofada e a colocou cuidadosamente sobre o rosto dele, mas sem cobri-lo totalmente.
— Ele merece por querer bancar o pai da gente — sussurrou.
O grupo subiu para os quartos, tentando não rir alto e acordar o resto da casa, mas havia uma certeza entre eles: aquela madrugada tinha marcado o início de algo especial para cada um.
🌟🌟🌟🌟
Mingi acordou pontualmente às 7h, como havia planejado. Ele se espreguiçou com disposição, pegou seu cronograma da viagem — devidamente preenchido e anotado na noite anterior — e decidiu que era hora de despertar o restante da casa para começar o dia. Enquanto caminhava pelo corredor, ouviu os pássaros cantando do lado de fora e se sentiu satisfeito por estar em dia com o planejamento.
Ao chegar à porta da sala, foi surpreendido ao ver que e Seonghwa já estavam acordados… ou quase. Ambos estavam deitados no sofá, mas com os olhos abertos, claramente tentando ignorar a presença um do outro.
— Vocês dois? Já acordados? — Mingi perguntou, surpreso, parando na entrada.
— Surpresa, não é? — respondeu, virando o rosto para Mingi enquanto ainda estava deitada. — Mas não tão surpresa quanto ver você tão animado logo cedo.
— Alguém tem que fazer o dia começar direito, — ele rebateu com uma leve ironia. — E parece que isso não vai ser com vocês dois.
Seonghwa resmungou, sentando-se no sofá e coçando a nuca.
— Acordados não significa felizes, Mingi. Ainda tô processando a vida.
— Ou talvez processando o fato de que me empurrou no meio da noite pra ficar com mais espaço no sofá! — retrucou, sentando-se também e olhando para ele com uma sobrancelha arqueada.
— Ah, por favor! Você é que ocupa mais espaço que deveria, toda esparramada. Mal consegui dormir.
— Certo, o que vocês dois estavam fazendo juntos na sala? — Mingi perguntou, já percebendo que a implicância matinal começava.
— Como se fosse da sua conta! — responderam em uníssono, antes de se encararem e soltarem bufos irritados.
— Okay, okay… já vi que vocês estão no humor habitual — Mingi comentou, levantando as mãos em rendição. — Só espero que isso não afete o cronograma. Quero todo mundo pronto em no máximo uma hora, temos café da manhã para preparar e um dia cheio pela frente.
— Claro, capitão cronograma! — respondeu, revirando os olhos.
— Pelo menos ele tem um plano, diferente de você — Seonghwa provocou, com um sorriso satisfeito.
— Cuidado, Seonghwa — rebateu com um sorriso forçado. — Se continuar assim, vai acabar com um plano de dormir no chão hoje à noite.
Mingi suspirou e saiu da sala, murmurando algo sobre como não sabia por que tinha esperado menos daquela dupla. Atrás dele, e Seonghwa continuaram trocando olhares desafiadores antes de finalmente se levantarem para começar o dia.
Seonghwa se espreguiçou no sofá enquanto olhava para , que estava sentada em uma poltrona com os braços cruzados e uma expressão irritada.
— Ah, não sei por que você veio para a sala — ele comentou, com um tom provocador. — Sua cama está livre lá no quarto.
deu uma risada irônica.
— Com você roncando daquele jeito? Impossível. Aliás, por que você saiu do quarto? Eu planejava dormir aqui quietinha, mas aí você aparece pra me perseguir. Tive até que expulsar o San daqui!
— Perseguir você? — Seonghwa arqueou a sobrancelha, colocando a mão no peito como se estivesse ofendido. — Eu só estava com calor. Precisava de espaço.
— Calor? — estreitou os olhos, claramente não acreditando. — Sei. E foi coincidência você escolher justo a sala onde eu estava?
— Não, foi estratégia. — Ele deu um sorriso de canto, cheio de deboche. — Pensei que você fosse embora se me visse aqui.
bufou, claramente irritada.
— Você tem um talento impressionante para irritar as pessoas, sabia?
— E você tem uma habilidade incrível de transformar tudo em um drama — ele rebateu, encostando no sofá como se estivesse confortável.
Antes que a discussão pudesse continuar, Mingi apareceu na porta da sala, já vestido e com uma expressão cansada.
— Vocês dois de novo? — Ele passou a mão pelo rosto, claramente tentando manter a calma. — É sério, vocês não conseguem começar o dia sem brigar?
apontou para Seonghwa.
— Pergunta pra ele. É ele quem sempre aparece onde eu estou, mesmo tendo outras opções.
— Não é minha culpa se você ocupa todo o espaço da casa com essa energia dramática — Seonghwa respondeu, rindo.
Mingi ergueu as mãos, como quem se rende.
— Tá bom, tá bom, já chega. Vamos preparar o café antes que o resto da casa acorde e vocês acabem se engalfinhando de vez.
Ele se virou para ir à cozinha, deixando os dois sozinhos novamente.
deu um último olhar de desdém para Seonghwa antes de murmurar:
— Isso não acabou.
— Não vejo a hora — ele respondeu, com um sorriso provocador.
🌟🌟🌟🌟
A mesa do café da manhã estava uma mistura de risos e preguiça. Mingi havia tomado a frente da organização, garantindo que tudo estivesse pronto: pão fresco, frutas, sucos e até café feito na hora.
— Isso aqui tá digno de hotel cinco estrelas, hein? — elogiou Yunho, servindo-se de um pedaço de bolo enquanto sorria ao lado dele.
— É o mínimo, né? Já que fomos obrigados a acordar cedo — resmungou Wooyoung, jogando um olhar para Mingi, que apenas revirou os olhos.
— Obrigar é uma palavra forte. Eu só garanto que as pessoas sigam o cronograma — respondeu Mingi, sentado com sua xícara de café, claramente satisfeito consigo mesmo.
Enquanto todos conversavam, e Hongjoong estavam sentados lado a lado, sussurrando algo um para o outro. Sem perceberem que estavam sendo observados, Hongjoong inclinou-se levemente para e lhe deu um selinho rápido, achando que ninguém notaria.
Silêncio.
De repente, todos os olhares estavam fixos nos dois.
— Não acredito! — exclamou , quase derrubando o copo de suco.
— O que foi isso?! — perguntou San, incrédulo, cruzando os braços.
Wooyoung, que estava mastigando um pedaço de pão, largou-o na mesa e cruzou os braços com expressão acusadora.
— Parece que alguém tem algo a nos contar…
corou instantaneamente, desviando o olhar, enquanto Hongjoong dava de ombros, tentando manter a calma.
— A gente só… está se conhecendo melhor, ué.
— Conhecendo melhor? — repetiu , segurando o riso. — Hongjoong, você não é o tipo de cara que dá selinhos só pra se apresentar, né?
— Não mesmo! — completou Yeosang, entrando na brincadeira.
cobriu o rosto com as mãos, rindo nervosamente.
— Ok, ok! A gente se beijou ontem, tá bom? Era pra ser discreto, mas vocês não deixam passar nada!
e deram gritinhos animados, comemorando como se fosse um gol de final de campeonato.
— Eu sabia! — disse, dando um leve tapa no braço de . — Desde que ele aceitou ir com a gente pra balada, estava óbvio que algo ia acontecer!
— Meu Deus, vocês são muito barulhentos! — reclamou Hongjoong, sem conseguir esconder o sorriso.
San e Wooyoung, por outro lado, continuavam com expressões azedas, lançando olhares de reprovação para Hongjoong.
— Você ainda tem muito o que explicar pra gente depois, Hongjoong — resmungou San.
— É, muito mesmo — completou Wooyoung, apontando para ele com o garfo.
A atmosfera da mesa ficou mais leve, com todos rindo e provocando os dois. Até , que normalmente ficava na dela, não conseguiu segurar o comentário.
— Eu só espero que você saiba no que está se metendo, . O Hongjoong é um desafio, viu?
— Fala por experiência própria, ? — provocou Seonghwa, arqueando a sobrancelha.
revirou os olhos e respondeu com sarcasmo:
— Claro, porque o que eu mais quero na vida é ter algo a ver com vocês, homens.
Os risos continuaram, e o clima na mesa ficou descontraído, com mais brincadeiras e provocações enquanto todos terminavam o café.
🌟🌟🌟🌟
Os amigos estavam reunidos na sala após o café, com Mingi segurando seu inseparável caderno com o cronograma detalhado. Ele ajustava os óculos e olhava para os outros como se estivesse prestes a apresentar um plano de negócios.
— Certo, pessoal, aqui está o planejamento de hoje — começou ele, com tom firme. — Primeiro, vamos até a feirinha de artesanato que fica a alguns minutos da praia. É famosa por ter várias coisas legais e também é uma oportunidade de conhecer a cultura local. Depois disso, seguimos para a praia, onde passaremos o restante do dia.
— Feirinha de artesanato? — interrompeu Seonghwa, com um tom claramente desinteressado. — Não podemos simplesmente ir direto pra praia?
San, que estava esparramado no sofá, levantou a mão, concordando.
— Apoio o Seonghwa. Feirinha parece coisa de excursão escolar, Mingi.
Mingi respirou fundo, claramente já esperando objeções, mas antes que pudesse rebater, entrou na conversa.
— Claro que você reclamaria, né? — disse ela, cruzando os braços e olhando para Seonghwa com um sorriso debochado. — Feirinha tem muita coisa pra gente usar o cérebro. Melhor ficar na praia, onde tudo o que você precisa é respirar e nem isso você faz direito.
Seonghwa virou-se para ela, estreitando os olhos.
— Engraçado ouvir isso de alguém que provavelmente só quer ir pra feirinha pra gastar dinheiro com bugigangas inúteis.
— Bugigangas que, aliás, são muito mais úteis que você — retrucou , batendo de volta sem hesitar.
— Vocês dois vão brigar por causa de uma feirinha agora? — perguntou , tentando conter o riso.
— Eles brigam por qualquer coisa, . Aposto que se Mingi tivesse planejado um piquenique, seria a mesma coisa — comentou Yunho, divertido.
Mingi levantou as mãos, pedindo silêncio.
— Já chega, vocês dois! Ninguém é obrigado a ir à feirinha. Se quiserem, podem ir direto para a praia, mas isso significa que não vão aproveitar as outras coisas que planejamos juntos.
— Exatamente! — concordou , olhando para Seonghwa e San. — Vocês dois só pensam em praia, mas essas feirinhas são legais, gente. Vai que encontramos algo interessante.
Seonghwa bufou, cruzando os braços.
— Tudo bem, eu vou. Mas se for uma perda de tempo, , você me deve um refrigerante.
riu, inclinando-se para ele.
— Fechado, mas só se você conseguir não reclamar por pelo menos uma hora.
— Isso não vai acontecer — murmurou San, recebendo risadas dos outros.
Com o debate encerrado, Mingi retomou o controle, apontando para o relógio.
— Então está decidido. Temos uma hora para nos arrumarmos. Quem não estiver pronto a tempo, fica sem o melhor lugar na van.
Os amigos começaram a se dispersar para se prepararem, mas as provocações entre e Seonghwa continuavam ecoando pela sala, provocando risadas de quem passava por perto.
🌟🌟🌟🌟
O grupo chegou à feirinha no fim da manhã, quando o local já estava cheio de barracas coloridas e o cheiro de comidas típicas impregnava o ar. O sol brilhava forte, mas a leve brisa do mar tornava o clima mais agradável. Aos poucos, eles foram se dispersando, explorando diferentes bancas.
estava encantada com as bijuterias artesanais, enquanto Seonghwa, que parecia indiferente, fazia questão de dar opiniões ácidas sobre cada peça que ela experimentava.
— Essa aqui combina com você, barulhenta e exagerada. — Ele apontou para um colar com penduricalhos.
— Olha só, até você tem algum senso de moda. Estou impressionada. — Ela rebateu com um sorriso cínico, segurando o colar só para provocá-lo ainda mais.
Enquanto isso, e Mingi caminhavam lado a lado, um pouco afastados do restante do grupo. Ela parava em quase todas as barracas, fascinada com as cerâmicas pintadas à mão, enquanto ele segurava a sacola com os itens que ela ia comprando.
— Você realmente gosta dessas coisas, né? — Mingi comentou, observando-a analisar atentamente uma pequena tigela com desenhos de flores.
— Gosto. Acho que elas têm algo especial… cada peça parece ter uma história. — respondeu, sorrindo para ele antes de pegar outra tigela para comparar.
Mingi observou o sorriso dela por um momento antes de comentar, meio sem jeito:
— Nunca pensei que ia me divertir tanto numa feirinha.
— Isso porque você está comigo. — Ela respondeu com naturalidade, mas Mingi sentiu o coração disparar levemente.
— Talvez. — Ele respondeu, rindo sem graça, enquanto ela colocava a tigela na sacola que ele carregava.
Mais adiante, e Yunho, como sempre inseparáveis, ajudavam a escolher um chapéu, enquanto San e Wooyoung observavam de longe, reclamando sobre estarem ali. e Hongjoong pareciam em um mundo à parte, rindo e conversando perto de uma barraca de esculturas de madeira.
Ao final da visita, o grupo se reuniu próximo a uma barraca de sorvetes para descansar e compartilhar o que haviam comprado. e Mingi estavam mais próximos do que antes, trocando sorrisos e comentários.
— Eu não sabia que você era tão bom em escolher presentes. — comentou, mostrando um par de brincos que ele havia ajudado a escolher.
— Sou bom em mais coisas do que você imagina. — Mingi respondeu, piscando para ela, recebendo uma risada divertida em troca.
Era claro que, aos poucos, os dois estavam criando uma conexão especial.
🌟🌟🌟🌟
Enquanto as meninas desapareciam dentro da sorveteria, os garotos ficaram próximos das bicicletas decorativas que estavam estacionadas na frente, aproveitando a sombra para se proteger do sol. San cruzou os braços e olhou para Hongjoong com uma expressão curiosa, enquanto Wooyoung deu um empurrão leve no ombro dele.
— E aí, Hongjoong? — Wooyoung começou, com um sorriso que misturava curiosidade e provocação. — Vai contar ou a gente precisa arrancar as informações?
— Contar o quê? — Hongjoong perguntou, fingindo desinteresse enquanto dava uma olhada no movimento da rua.
— Não se faz de bobo. A . A balada. — San insistiu, estreitando os olhos. — Como foi?
Hongjoong sorriu de canto, claramente aproveitando a atenção. Ele apoiou o cotovelo no corrimão próximo e olhou de um para o outro antes de responder:
— Foi ótimo. A é incrível. Vocês viram o resultado, né? — Ele fez um gesto casual, se referindo ao selinho que havia dado nela pela manhã.
Wooyoung levantou uma sobrancelha e trocou um olhar com San.
— Tá, mas e a balada? — Wooyoung insistiu, mais curioso.
Hongjoong suspirou, como se aquilo fosse óbvio.
— Foi divertida. Muita música boa, umas bebidas… Ah, e e fizeram muito sucesso. — Ele lançou a frase como se fosse casual, mas os olhos cheios de malícia não deixaram dúvidas de que aquilo era uma alfinetada.
San endireitou os ombros, tentando esconder qualquer reação, mas Wooyoung não conseguiu disfarçar o desconforto imediato.
— Sucesso? — Wooyoung perguntou, tentando soar casual.
— Muito. Tinha uma fila de caras querendo chegar nelas. Até algumas mulheres. — Hongjoong deu um sorriso cheio de satisfação. — Mas, claro, elas recusaram tudo. Acho que fui bem esperto em ir com elas, né? Quem sabe a não teria sido ‘abordada’ também, se eu não estivesse lá?
San bufou, cruzando os braços e olhando para o lado, claramente incomodado com a insinuação.
— Você parece bem satisfeito consigo mesmo. — San comentou, seco.
— E estou. — Hongjoong respondeu, com um sorriso despreocupado. — Fiz bem em garantir que a não estivesse solta e disponível, né?
A provocação atingiu San e Wooyoung em cheio, mas nenhum deles quis dar o braço a torcer. Wooyoung, fingindo indiferença, deu de ombros.
— Bom pra você. Só não vá achar que tem que ser o protetor da . Ela sabe se cuidar muito bem.
— E as outras também. — San completou, tentando disfarçar o tom defensivo.
— Ah, claro. — Hongjoong concordou, levantando as mãos em rendição. — Só estava comentando. Mas vocês estão certos, e recusaram todos os olhares e convites. Não sei como conseguem tanta paciência.
Wooyoung estreitou os olhos, mas antes que pudesse responder, as meninas saíram da sorveteria com seus sorvetes, rindo de algo que havia dito. Hongjoong apenas deu uma última risada para os dois, claramente satisfeito com a reação deles, antes de se aproximar de para pegar um pouco do sorvete dela.
San e Wooyoung se entreolharam, mas nenhum dos dois disse mais nada. Afinal, se admitissem o incômodo, estariam confirmando o que Hongjoong já parecia saber.
🌟🌟🌟🌟
Os amigos começaram a caminhar em direção à praia, que ficava a poucos minutos dali. O sol brilhava intensamente, e a brisa leve trazia o cheiro salgado do mar. Cada um carregava suas bolsas ou mochilas, enquanto conversavam e riam descontraidamente.
e Hongjoong seguiam mais à frente, com ela segurando o sorvete e ele de vez em quando roubando um pouco.
— Tá bom, chega. Esse sorvete é meu! — reclamou, rindo e tentando afastar o copinho das mãos dele.
— Só mais uma colherada! — Hongjoong insistiu, rindo, mas acabou cedendo e levantou as mãos como se se rendesse. — Tudo bem, não quero causar problemas.
Mais atrás, , , e Wooyoung estavam lado a lado, explicando animadamente as possibilidades de coisas para fazer na praia.
— Espero que tenha espaço para vôlei de praia. — comentou, empolgada. — Faz tempo que não jogo.
— Eu também! — concordou, ajeitando o chapéu. — Vou acabar com vocês na rede.
— Pode tentar. — Wooyoung sorriu, provocador. — Mas eu sou praticamente um profissional.
— Nem sonhe. — riu, empurrando-o levemente com o ombro.
Enquanto isso, San caminhava um pouco mais afastado, parecendo pensativo, mas seus olhos vez ou outra buscavam , que seguia alheia à atenção dele.
Mais atrás, Mingi e vinham em um ritmo tranquilo. Ele, como sempre, parecia focado na logística do momento.
— Acho que aquele quiosque perto da entrada deve ser bom para a gente se organizar. Vou pegar uma mesa assim que chegarmos. — Mingi anunciou.
— Claro, mas lembra que você prometeu relaxar também, certo? — brincou, tocando levemente o braço dele.
— Relaxar tá no cronograma. — Mingi respondeu com um sorriso, claramente apreciando a interação.
Já Amelia e Seonghwa estavam mais para trás, mantendo uma distância quase milimétrica um do outro enquanto trocavam olhares disfarçados de desdém.
— Aposto que você vai reclamar da areia. — Amelia disse, cruzando os braços.
— E eu aposto que você vai ser a primeira a se queimar porque esqueceu de passar protetor solar. — Seonghwa rebateu, com um meio sorriso.
— Não que seja da sua conta. — Ela retrucou, olhando para frente com o queixo erguido.
O grupo finalmente chegou à entrada da praia, onde a vista deslumbrante do mar azul se revelou diante deles. A areia brilhava sob o sol, e o som das ondas quebrando criava uma atmosfera relaxante.
Mingi tomou a frente, organizando o espaço perto de um quiosque com algumas cadeiras e guarda-sóis disponíveis.
— Certo, pessoal, esse canto parece perfeito. Vamos nos instalar aqui. — Ele disse, já começando a ajeitar as coisas enquanto os outros largavam suas bolsas e mochilas, prontos para aproveitar o dia.
Quarto Capítulo
Wooyoung observava enquanto ela ajustava o guarda-sol, falando animadamente com sobre como seria ótimo jogar vôlei mais tarde. Ele respirou fundo, tentando reunir coragem para dar mais um passo em direção a ela.
— Ei, ! — ele chamou, aproximando-se com um sorriso confiante. — Precisa de ajuda com isso?
Ela olhou para ele rapidamente, ajeitando os óculos de sol.
— Acho que já consegui resolver, mas obrigada. — respondeu, gentilmente.
Wooyoung não se deu por vencido e continuou:
— Sabe, você sempre fala de vôlei, mas nunca mostrou suas habilidades de verdade. Tá com medo de perder pra mim?
riu, virando-se para ele com as mãos na cintura.
— Medo? De você? Não me faça rir, Wooyoung. Eu te derroto até de olhos fechados.
Ele aproveitou a deixa para se aproximar mais, inclinando a cabeça ligeiramente.
— Então, que tal fazermos um desafio? Um contra um, só nós dois. Se eu ganhar, você… me paga um açaí.
arqueou uma sobrancelha, cética.
— E se eu ganhar?
— Eu pago o açaí. — Wooyoung deu de ombros, com um sorriso travesso. — Mas só o açaí, nada mais.
Ela estreitou os olhos para ele, como se avaliasse sua proposta.
— Tudo bem. Vou adorar te humilhar na frente de todo mundo.
Wooyoung deu uma risada, satisfeito com o avanço.
— Veremos.
Depois que se afastou, Wooyoung foi até Jongho e Yeosang, que estavam sentados perto da sombra de um guarda-sol, conversando enquanto bebiam água de coco.
— Cara, isso foi um desastre ou um avanço? — Wooyoung perguntou, sentando-se entre eles.
Jongho olhou para ele com um ar sério.
— Parece mais um desastre. Ela não pareceu exatamente impressionada.
— Ai, obrigado pelo apoio moral, Jongho. — Wooyoung revirou os olhos.
— Não se preocupe. Você ainda tem chance. — Yeosang comentou, pensativo. — Mas talvez precise ser mais… direto.
— Falar é fácil, Yeosang. E você? Como estão as coisas com a ? — Wooyoung perguntou, aproveitando para mudar o foco.
Yeosang suspirou, passando a mão pelos cabelos.
— Ela é incrível, mas… não sei como me aproximar sem parecer que tô forçando algo. E parece que todo mundo gosta dela, sabe?
— Normal, ela é simpática com todo mundo. — Jongho concordou. — Mas se você não tentar, nunca vai saber.
— E você, Jongho? Já falou com a ? — Wooyoung perguntou, arqueando uma sobrancelha.
Jongho fez uma careta e desviou o olhar.
— é diferente. Ela é… calma, reservada. Não quero assustá-la sendo direto demais.
— Vocês dois estão complicando demais. — Wooyoung disse, cruzando os braços. — Basta encontrar um momento em que elas estejam mais à vontade. Um elogio, um gesto gentil… funciona com todo mundo.
— E você? Tá cheio de conselhos, mas nem sabe se percebeu suas intenções. — Yeosang retrucou, rindo.
— Justo. — Wooyoung admitiu, com um sorriso torto. — Mas pelo menos tô tentando. E vou ganhar aquele açaí, pode apostar.
Os três riram juntos, cada um absorvendo os conselhos enquanto pensavam em suas próprias estratégias para conquistar quem queriam.
e Yunho estavam sentados sob a sombra de uma palmeira, rindo baixinho enquanto dividiam um pedaço de melancia. Yunho, sempre atencioso, limpava com cuidado o suco da fruta que escorria pelo canto da boca de com um guardanapo, provocando um sorriso tímido dela.
— Você é tão desastrada. — Yunho comentou, divertido, antes de roubar um beijo rápido.
— Desastrada, mas você gosta. — ela respondeu, dando uma risadinha enquanto ajeitava a cabeça no ombro dele.
Os dois ficaram ali, em um silêncio confortável, aproveitando a brisa e a companhia um do outro. Era como se o resto do mundo tivesse desaparecido por um momento.
Mingi e observavam a cena de longe, enquanto ajustavam uma canga perto da areia. , que estava com um sorriso suave no rosto, soltou um suspiro profundo.
— Muito fofinhos. — ela comentou baixinho, mas o suficiente para Mingi ouvir.
Ele parou o que estava fazendo e olhou para ela, curioso.
— Parece que você gostou mesmo dessa cena.
desviou o olhar rapidamente, um pouco envergonhada por ter se deixado levar.
— É que… eles parecem tão felizes juntos. É bonito de ver, sabe? — respondeu, tentando disfarçar o tom melancólico que escapou.
Mingi notou o brilho diferente nos olhos dela, como se a cena entre e Yunho tivesse despertado algo mais profundo.
— Você quer algo assim também, não é? — ele perguntou, com um tom mais suave do que o habitual.
riu de leve, tentando afastar o desconforto.
— Quem sabe? Acho que todo mundo deseja viver algo assim um dia.
— Bom… — Mingi respondeu, com um sorriso pequeno enquanto voltava a estender a canga. — Acho que quando for a hora certa, vai acontecer. Talvez mais perto do que você imagina.
o olhou rapidamente, surpresa com o comentário, mas ele já tinha desviado o olhar, focado em ajeitar o tecido. Ela não respondeu, mas ficou pensando nas palavras dele enquanto tentava ignorar o leve calor que subiu pelo rosto.
Enquanto o grupo se espalhava pela praia, cada um aproveitando o momento de forma diferente, Sophia decidiu se afastar um pouco da agitação. Ela caminhou até a beira da água, deixando as ondas tocarem seus pés. San, que observava de longe, levantou-se e foi atrás dela, sem saber exatamente o que diria, mas decidido a não perder a chance de se aproximar.
— Você não cansa de fugir do grupo, não? — ele perguntou, parando ao lado dela com um sorriso provocador.
Sophia o olhou de canto de olho, sem mudar sua expressão calma.
— Não estou fugindo. Só gosto de um pouco de silêncio às vezes. — Ela balançou os pés na água, criando pequenos respingos. — Mas pelo visto, nem isso vou conseguir.
San riu, não se intimidando com a resposta direta.
— Achei que um pouco de companhia pudesse melhorar o momento. Ou você só gosta de estar sozinha?
Sophia deu de ombros, mas havia um pequeno sorriso se formando.
— Às vezes, companhia é bom… depende de quem é.
— Espero que eu esteja na lista das boas companhias. — ele respondeu, agora com um tom mais suave.
Eles ficaram em silêncio por um tempo, ouvindo o som das ondas e observando o movimento tranquilo da água. Depois de alguns instantes, San arriscou:
— Sabe, não é todo dia que vejo você tão… tranquila. Geralmente está com esse ar de quem não quer ser incomodada.
— Talvez seja porque você sempre me incomoda. — Sophia respondeu, mas havia uma leve brincadeira no tom dela.
San riu, balançando a cabeça.
— Tá vendo? É por isso que eu continuo tentando. Quero ver até onde vai essa sua pose de durona.
Sophia parou de balançar os pés e virou-se para ele, cruzando os braços.
— Pose?
— É. — San a encarou, mais sério agora. — Não me convence que você é assim tão fechada o tempo todo. Acho que tem algo aí que você não quer deixar as pessoas verem.
Sophia ficou em silêncio, surpresa pela mudança no tom dele. Por um momento, seus olhos se encontraram, e ela sentiu algo diferente. Era como se San estivesse enxergando mais do que ela costumava mostrar.
— Você gosta de testar os outros, não é? — ela respondeu, desviando o olhar, tentando retomar o controle da situação.
— Talvez. Mas com você, é diferente. — San sorriu, voltando a encarar o mar.
Antes que ela pudesse responder, uma onda mais forte chegou, molhando as barras de suas roupas. Sophia deu um pequeno grito, se afastando rapidamente, mas acabou escorregando na areia molhada. San, rápido, a segurou antes que ela caísse completamente.
— Cuidado aí, durona. — ele disse, segurando-a firme, com o rosto perigosamente próximo ao dela.
Sophia ficou parada por um momento, sentindo o coração acelerar com a proximidade inesperada.
— Obrigada… eu acho. — ela disse, tentando se afastar, mas não tão rápido quanto gostaria.
San a soltou devagar, mas não sem antes dar um sorriso divertido.
— Qualquer coisa, é só chamar. Sempre vou estar por perto pra te salvar.
Sophia revirou os olhos, mas não conseguiu esconder o sorriso discreto que apareceu em seus lábios. Eles voltaram juntos para onde o grupo estava, e ela não pôde evitar pensar que talvez San fosse uma companhia melhor do que imaginava.
estava sentada na areia, com os joelhos dobrados e os braços envolvendo as pernas, observando o horizonte enquanto o sol se aproximava lentamente do fim da tarde. Seonghwa, que tinha saído para buscar algo na mochila, voltou e parou próximo dela, percebendo que ela estava sozinha e distraída.
— O que foi? Cansou de irritar todo mundo? — ele provocou, sentando-se ao lado dela com um sorriso de canto.
soltou uma risada irônica, sem sequer olhar para ele.
— Se você tá aqui, já é irritação suficiente.
— Nossa, que gentil. — Seonghwa respondeu, se inclinando um pouco para trás, apoiando-se nos braços. — Por acaso está tentando meditar ou só fingindo que é profunda?
Ela virou-se bruscamente para encará-lo, os olhos estreitados.
— Você tem alguma necessidade patológica de me provocar, ou isso é só falta do que fazer?
Seonghwa deu de ombros, mas os cantos de seus lábios tremeram em algo que quase parecia um sorriso genuíno.
— É que você facilita. É como se estivesse sempre esperando que alguém mexa com você.
abriu a boca para retrucar, mas fechou novamente, percebendo que, de alguma forma, ele tinha acertado na análise. Isso a deixou ainda mais irritada.
— Talvez eu só esteja cansada das suas piadinhas sem graça. Não sei como você aguenta viver consigo mesmo.
Ele soltou uma risada baixa, mas não havia sarcasmo nela, apenas algo que parecia… divertido.
— É engraçado. Você reclama de mim, mas ainda assim tá sempre por perto. Acho que gosta mais da minha companhia do que quer admitir.
— Eu, gostar de você? — Ela quase riu de tão absurdo que parecia. — Em que universo isso acontece?
— Nesse aqui, talvez. — Seonghwa retrucou, olhando-a diretamente nos olhos.
Por um momento, o ar entre eles pareceu mudar. ficou em silêncio, desconcertada pelo jeito como ele a encarava, como se a desafiasse a negar algo que nem ela sabia o que era. Seu coração acelerou sem aviso, e ela odiou a si mesma por isso.
— Por que você tá me olhando assim? — ela perguntou, tentando soar firme, mas sua voz soou mais baixa do que pretendia.
— Assim como? — Seonghwa devolveu a pergunta, sem desviar o olhar.
Ela sentiu o rosto esquentar e desviou rapidamente os olhos, olhando para o mar.
— Você é insuportável, sabia?
Seonghwa deu uma risada baixa e se inclinou um pouco mais para perto.
— E você adora odiar isso, não é?
sentiu o sangue ferver. Não sabia se era raiva ou outra coisa que ela se recusava a nomear, mas não podia deixar ele sair por cima daquela conversa.
— Você quer mesmo brigar comigo? Porque, se quiser, eu não tô com paciência. — Ela se levantou de repente, limpando a areia das pernas.
— Não é briga, é só… tensão. — Seonghwa disse, de forma proposital, enquanto se levantava também.
Ela girou nos calcanhares para encará-lo, os olhos estreitados.
— Tensão? Só se for na sua cabeça.
— Talvez seja. Mas você tá reagindo como se soubesse exatamente do que eu tô falando. — Ele se levantou também e deu um passo à frente, encurtando a distância entre eles.
sentiu o coração acelerar mais uma vez, mas se recusou a recuar.
— Você tá delirando. Eu não sei por que ainda perco tempo falando com você.
— Porque você gosta. — Seonghwa respondeu sem hesitar, um sorriso provocador brincando em seus lábios.
Ela respirou fundo, tentando ignorar o calor que subia pelo corpo.
— Eu gosto de não ter você por perto, isso sim. Agora, com licença. — Ela se virou, começando a andar em direção ao restante do grupo.
— Foge mesmo, . Isso só prova que eu tô certo. — ele gritou atrás dela, mas não houve mais resposta.
Seonghwa ficou parado, observando-a se afastar com um sorriso que misturava triunfo e algo que ele mesmo não entendia. Por mais que gostasse de provocá-la, não conseguia negar que havia algo naquela troca que o deixava igualmente inquieto.
e Hongjoong estavam deitados em uma toalha na areia, rindo de algo que ele havia acabado de sussurrar no ouvido dela. Os dois pareciam confortáveis na presença um do outro, quase como se fossem feitos para se encaixar naquele momento. Hongjoong segurava o rosto de entre os dedos, distraidamente enquanto ela falava, o sorriso nos lábios indicando que estava completamente envolvido na conversa.
De onde estava, Yeosang observava a cena com uma expressão neutra, mas por dentro, sentia uma pontada de incômodo — não por inveja, mas porque ver os dois tão à vontade juntos só reforçava a sua própria hesitação. Ele desviou os olhos para , que estava próxima ao grupo, ajeitando o cabelo enquanto conversava com . Seu sorriso era suave, e ela gesticulava com leveza enquanto explicava algo, completamente alheia ao fato de que ele a observava.
Yeosang soltou um suspiro baixo, cruzando os braços. Ele sabia que, se quisesse algo, precisava agir, mas ainda se sentia preso em sua própria incerteza. Ele era reservado por natureza, e se aproximar de alguém sempre parecia um desafio maior do que realmente deveria ser.
“Por que é tão fácil para Hongjoong?”, pensou, observando o amigo rir ao dar um beijo rápido no ombro de , que imediatamente o repreendeu, fingindo estar brava, mas sem esconder o sorriso no rosto. Era simples, natural. Yeosang se perguntou se conseguiria ter algo assim com .
— Você tá muito quieto. — A voz de Jongho ao lado o tirou de seus pensamentos. O mais novo estava de pé, segurando uma garrafa de água. — Tá tudo bem?
Yeosang hesitou, mas deu de ombros.
— Só… pensando.
Jongho seguiu seu olhar e sorriu, entendendo imediatamente.
— ? — ele perguntou, direto como sempre. Quando Yeosang franziu o cenho em silêncio, Jongho deu uma risada curta. — Você deveria falar com ela. Ela parece ser super tranquila.
— É fácil dizer isso. — Yeosang murmurou, olhando de relance para Jongho. — E se não for recíproco? E se eu acabar parecendo um idiota?
— Você nunca vai saber se não tentar. — Jongho respondeu com simplicidade, sentando-se ao lado dele. — Hongjoong tá lá todo confiante porque ele arriscou. Talvez você devesse fazer o mesmo.
Yeosang ficou em silêncio, observando novamente. Ela jogou a cabeça para trás, rindo de algo que disse, e ele sentiu seu coração acelerar. Talvez Jongho estivesse certo. Talvez fosse a hora de parar de apenas observar e fazer algo.
Mas… como?
🌟🌟🌟🌟
estava terminando de rir de alguma piada feita por quando sentiu um olhar fixo em si. Seu sorriso diminuiu aos poucos enquanto virava a cabeça discretamente, tentando identificar quem estava tão focado nela. Não demorou muito para encontrar os olhos de Yeosang.
Ele estava sentado com Jongho, mas claramente não prestava atenção em nada ao redor. Seu olhar era direto, mas não intimidante, como se ela fosse a única coisa que importava no momento. Por um breve instante, se perguntou o que ele poderia estar pensando… Será que havia algo específico que ele notara nela? Ou será que ela era apenas um ponto aleatório no campo de visão dele, enquanto sua mente vagava por outros lugares?
A ideia a fez arquear uma sobrancelha. Por que ele estaria olhando para ela daquele jeito? Será que ele sabia que estava sendo óbvio? cruzou os braços, ponderando se deveria apenas ignorar ou encarar de volta. Optou pela segunda.
Quando seus olhares se encontraram, Yeosang ficou imóvel, como se tivesse sido pego fazendo algo que não deveria. Ele desviou por um segundo, mas rapidamente voltou a encará-la, como se quisesse se redimir. Só que o rubor em seu rosto o traiu, subindo rápido pelas bochechas até a ponta das orelhas.
não conseguiu evitar o sorriso que surgiu em seus lábios. Ele parecia tão… genuíno. Não era o tipo de vergonha ensaiada ou uma tentativa de charme, mas algo puramente natural, quase gracioso. Era fofo, ela teve que admitir.
Decidindo brincar um pouco com a situação, ela ergueu uma sobrancelha em uma expressão curiosa, como quem pergunta sem palavras: “O que foi? Por que está me olhando assim?” Yeosang abriu a boca, como se fosse responder, mas a fechou logo em seguida, incapaz de encontrar palavras. Ele desviou os olhos novamente, claramente nervoso, e passou a mão pela nuca, como se tentasse aliviar a tensão.
— Tudo bem aí, ? — perguntou, chamando sua atenção.
— Sim, sim… — ela respondeu, rindo sozinha. — Tudo certo.
a olhou desconfiada, mas não insistiu. , por outro lado, continuou observando Yeosang de relance, enquanto ele fazia o possível para parecer distraído conversando com Jongho. “Ele é mesmo interessante…” pensou, seu sorriso se ampliando levemente. Talvez houvesse algo ali que ela ainda precisava entender.
🌟🌟🌟🌟
Enquanto o grupo se dividia entre relaxar na areia e mergulhar no mar, e Wooyoung finalmente conseguiram seu tão esperado momento de protagonismo: o jogo de vôlei.
— Vamos logo com isso antes que a maré suba e você arrume outra desculpa para não jogar… — provocou, ajeitando o elástico do cabelo enquanto caminhava em direção à rede improvisada com dois pedaços de madeira e cordas que haviam encontrado na praia.
— Eu não arrumei desculpa, só estava esperando você reunir coragem — Wooyoung respondeu, um sorriso travesso estampado no rosto. Ele segurava a bola com uma mão, girando-a casualmente enquanto caminhava atrás dela.
— Coragem? Para jogar contra você? Por favor, Wooyoung, eu consigo vencer isso até de olhos fechados, já disse. — ela rebateu, rindo. Sua confiança só o fez abrir ainda mais o sorriso, e ele ergueu uma sobrancelha, desafiador.
O resto do grupo, curioso, começou a se aproximar. Yunho e puxaram suas cangas para perto da “quadra”, enquanto Jongho e , sentados sob o guarda-sol, assistiam com interesse.
— Vai precisar de um time ou vai enfrentar sozinho? — perguntou enquanto se posicionava.
— Por que não tentamos um contra um? Quero ver se você é tão boa assim… — ele provocou, jogando a bola no ar e a segurando de novo.
— Tá bom, mas sem desculpas quando eu te humilhar — ela respondeu, pronta para o desafio.
O jogo começou intenso, com ambos claramente levando a competição mais a sério do que qualquer um esperava. , ágil e estratégica, acertava bons saques, enquanto Wooyoung compensava com reflexos rápidos e saltos impressionantes. O pequeno público ao redor torcia e ria a cada jogada, mas era difícil dizer quem tinha mais apoio.
— Vai, ! Mostra pra ele quem manda! — gritou, rindo.
— Não deixa ela ganhar fácil, Woo! Cadê a sua habilidade? — Yunho provocou.
Quando Wooyoung conseguiu devolver uma bola quase impossível, caiu na gargalhada, impressionada.
– Ok, admito, isso foi bom. Não achei que você fosse conseguir chegar nela.
— Ah, é? Então presta atenção na próxima, porque eu vou ganhar. — Ele respondeu, jogando a bola para o saque.
Apesar da competitividade, a tensão entre eles era óbvia para quem prestava atenção. Os olhares demorados entre as jogadas, os sorrisos que eles tentavam disfarçar, as provocações que só serviam para aproximá-los mais. Em certo momento, enquanto ambos corriam pela areia para alcançar a bola, eles quase colidiram. conseguiu bater na bola no último segundo, mas acabou desequilibrando-se e caiu.
Wooyoung, preocupado, correu para ajudá-la.
— Tá tudo bem? Não se machucou, né? — perguntou, abaixando-se ao lado dela.
soltou uma risada leve enquanto sacudia a areia das mãos.
— Eu tô bem. Só espero que a bola tenha passado pro seu lado, porque eu não vou perder por nada.
Wooyoung suspirou, aliviado.
— Você é impossível… — disse, mas seu tom era mais carinhoso do que irritado. Ele estendeu a mão para ajudá-la a se levantar, e quando os olhos dela encontraram os dele, houve uma pausa.
pegou a mão dele e levantou-se rapidamente, quebrando o momento.
— Não vai ficar com pena de mim agora, Wooyoung. O jogo ainda não acabou.
Ele riu, mas o sorriso tinha algo a mais dessa vez, algo que percebeu e tentou ignorar.
— Não vou pegar leve, prometo. — Ele respondeu, jogando a bola para o alto. E o jogo continuou, mas, dessa vez, com um clima diferente no ar.
Jongho estava afastado do grupo, observando o jogo de e Wooyoung enquanto aproveitava para beber um pouco de água. O calor do sol era intenso, e ele já podia sentir o suor escorrendo pela testa. Levou a garrafa aos lábios e tomou um gole generoso, tentando se refrescar.
De repente, surgiu do nada, pegando a garrafa diretamente de sua mão sem pedir permissão.
— Desculpa, mas estou morrendo de sede! — disse, sorrindo e já levando a garrafa à boca para tomar um gole.
Jongho ficou parado, completamente estático, observando-a com os olhos arregalados. Ele não estava acostumado a tamanha espontaneidade e ficou ainda mais sem reação ao notar como parecia tão à vontade, como se isso fosse algo natural entre eles.
Ela terminou de beber e, percebendo o olhar surpreso de Jongho, sentiu o rosto começar a corar.
— Ah, desculpa! Nem pensei em pedir antes… foi automático… — disse, olhando para a garrafa e depois para ele. Sua voz carregava um misto de nervosismo e constrangimento.
Jongho piscou algumas vezes, ainda processando o que havia acabado de acontecer.
— Tá… tá tudo bem… — respondeu com um tom hesitante, ainda tentando entender como ela havia tomado conta da situação tão rapidamente.
, para aliviar o momento, riu de si mesma, colocando a garrafa de volta na mão dele.
— Sério, desculpa mesmo. Fiquei empolgada com o jogo da e acabei fazendo isso sem pensar. — Ela voltou a olhar para a quadra improvisada, levantando os braços para gritar: — Isso aí, ! Não deixa ele ganhar!
Jongho continuava olhando para ela, meio perdido, mas um leve sorriso se formava em seus lábios. A energia dela era contagiante, mas ele não esperava o que aconteceu em seguida. , ainda visivelmente envergonhada por sua atitude, virou-se para ele mais uma vez.
— Pra compensar minha falta de educação… — começou, aproximando-se rapidamente e deixando um beijo leve na bochecha dele. — Pronto. Pazes feitas!
Jongho ficou ainda mais surpreso, sentindo o calor subir para o rosto. Ele balbuciou alguma coisa que nem ele mesmo conseguiu entender, enquanto dava uma risadinha nervosa e voltava a torcer por . Por mais que tentasse, ele não conseguia desviar os olhos dela.
Com a mão ainda segurando a garrafa, ele murmurou para si mesmo, sorrindo de leve:
— Essa garota vai me deixar maluco.
🌟🌟🌟🌟
Enquanto o jogo de vôlei entre e Wooyoung continuava, e Seonghwa estavam à sombra, assistindo de braços cruzados. Ambos pareciam determinados a dar suporte aos amigos, mas a convivência pacífica entre os dois nunca durava muito.
— Vai, ! Mostra pra ele quem manda! — gritou , animada, enquanto olhava de relance para Seonghwa, que estava ao seu lado.
— Ah, claro, porque é super difícil vencer o Wooyoung… — respondeu ele, com sarcasmo evidente, enquanto cruzava os braços. — Ele não é exatamente um atleta profissional, sabe?
— Nem precisa ser… — retrucou , inclinando-se na direção dele com um sorriso desafiador. — Com a na quadra, ele já está em desvantagem.
Seonghwa riu, lançando um olhar de lado para ela.
— Você fala como se entendesse de vôlei.
— Entendo o suficiente pra saber que a tem mais habilidade que você jamais teria em qualquer esporte. — Provocou , voltando sua atenção para o jogo, mas com um sorriso satisfeito.
— Ah, claro, porque você é uma especialista em qualquer esporte, né? — rebateu Seonghwa, fingindo estar ofendido. — Aliás, se for pra torcer, pelo menos torça com classe. Essa animação toda pode distrair os jogadores.
se virou para ele, fingindo indignação.
— Distraí-los? Você deveria estar agradecendo por eu estar aqui. Pelo menos dou energia ao time.
— Sim, energia para provocar! — Respondeu Seonghwa, sorrindo de canto. — Mas tudo bem, continue. Se ganhar, será apesar do seu apoio.
Antes que pudesse responder, um dos lances do jogo chamou a atenção dos dois, e conseguiu marcar um ponto incrível contra Wooyoung. gritou, batendo palmas com entusiasmo.
— Isso aí! É disso que estou falando!
Seonghwa suspirou, balançando a cabeça, mas no fundo não conseguia evitar um sorriso.
— Tá bom, um ponto… Parabéns. Vamos ver se ela mantém o ritmo.
— Você bem que podia ser um pouco mais positivo. — Comentou , arqueando as sobrancelhas. — Pelo menos finge que está torcendo por alguém.
— Estou torcendo… — disse ele, sem perder a oportunidade de alfinetar. — Torcendo pra você cansar de falar.
soltou uma risada irônica, aproximando-se dele para dar um leve empurrão no braço.
— Se for pra continuar sendo inútil, pelo menos fique quietinho aí, Seonghwa.
Ele revirou os olhos, mas tinha um sorriso contido.
— Vou lembrar disso quando você precisar de suporte emocional. Espero que Wooyoung e estejam disponíveis, porque eu com certeza não vou ajudar.
Os dois trocaram mais um olhar cheio de implicância antes de voltarem a prestar atenção no jogo, mas era óbvio para quem os observava que essa dinâmica entre eles era quase um esporte à parte.
O jogo de vôlei estava mais acirrado do que qualquer um imaginava. e Wooyoung estavam determinados a vencer, cada um mostrando o melhor de si. A pequena plateia de amigos na praia estava dividida entre gritos de apoio e risadas com as provocações de ambos.
Com o placar em 14 a 13, faltava apenas um ponto para Wooyoung fechar o jogo. Ele lançou a bola no ar, pronto para dar um saque poderoso, mas estava alerta, posicionada para o contra-ataque.
— Essa é sua chance, ! Mostra pra ele! — gritou , ainda vibrando.
Seonghwa revirou os olhos, mas acabou se inclinando para frente, curioso.
— Ela vai errar — murmurou para provocar, mas com um toque de expectativa na voz.
Wooyoung executou o saque com força, enviando a bola velozmente para o outro lado da rede. deu um passo rápido, mergulhando na areia para salvar a jogada com uma defesa impressionante. A bola voltou alta e caiu no campo de Wooyoung, forçando-o a correr para devolvê-la. Ele saltou, mas a bola bateu na borda da rede e voltou para o lado dele, encerrando o jogo com um ponto final para .
— Sim! Vitória da campeã! — gritou , erguendo os braços e saltando de alegria. comemorava como se fosse sua própria vitória, batendo palmas e gritando o nome da amiga.
Wooyoung, com as mãos nos quadris e um sorriso de quem não queria admitir a derrota, balançou a cabeça.
— Eu te deixei ganhar, tá bom? Só pra constar.
— Ah, claro! — respondeu , cruzando os braços e arqueando uma sobrancelha. — Você ‘deixou’. Vou lembrar disso quando você pedir revanche e perder de novo.
Os amigos se aproximaram para parabenizá-la. San deu um leve tapinha nas costas de Wooyoung.
— Boa tentativa, cara. Mas acho que você subestimou sua oponente.
— Vocês todos são uns traidores. — brincou Wooyoung, fingindo indignação. — Vocês deviam estar torcendo por mim.
Enquanto todos riam e conversavam, Jongho se aproximou com uma garrafa de água para .
— Bom jogo! — disse ele com um sorriso.
— Obrigada… – respondeu ela, ainda animada. — Foi mais divertido do que eu esperava
🌟🌟🌟🌟
Pouco tempo depois, o grupo começou a guardar as coisas, o sol já mais baixo no céu, sinalizando o fim de uma tarde cheia de emoções. Wooyoung, apesar de não admitir, estava satisfeito por ter dado um bom jogo a . Enquanto isso, ele se prometia que haveria outras chances para impressioná-la.
Ao longe, e Seonghwa recolhiam toalhas e garrafas de água. Apesar de ainda trocarem provocações, os dois compartilhavam um olhar rápido e, por um breve momento, parecia que o espírito competitivo os tinha unido mais do que afastado.
Quinto Capítulo:
De volta à casa, o grupo entrou com a energia da praia ainda vibrando. Todos estavam levemente cansados, mas o clima era de animação, especialmente quando Mingi já estava com seu cronograma em mãos.
— Ok, pessoal, antes que o caos se instale, vamos organizar o uso dos banheiros — anunciou ele, com sua habitual postura de líder meticuloso. — Hongjoong e podem começar, já que terminaram o vôlei mais cedo. Depois seguem Wooyoung e , e assim por diante. Sem atrasos, ok? Temos reserva no restaurante às 20h.
— Você tem um cronograma até para tomar banho? — murmurou Seonghwa, revirando os olhos enquanto jogava uma toalha no sofá.
— Eu não faço as regras… quer dizer, eu faço, sim… — respondeu Mingi, ignorando o sarcasmo.
, que estava sentada no braço do sofá, decidiu provocar:
— Se não fosse pelo Mingi, aposto que você ainda estaria na praia reclamando de areia nos seus pés.
— Você fala como se tivesse algum mérito em seguir regras, … — retrucou Seonghwa, cruzando os braços. — Aliás, onde você estava quando o cronograma matinal foi anunciado? Dormindo como uma princesa?
— Melhor do que dormir na sala por medo de dividir o quarto comigo. — Retrucou , com um sorriso afiado.
— Medo? Era só para evitar seu ronco querida. — Respondeu ele, com um olhar divertido, enquanto alguns amigos riam ao fundo.
— Ok, crianças… — interveio Yunho, rindo enquanto tentava acalmar o clima. — Vamos focar no banho e na comida, antes que vocês dois acabem jogando algo um no outro.
🌟🌟🌟🌟
Com o cronograma em andamento, o grupo foi se revezando no banho. Entre idas e vindas, Mingi garantiu que todos mantivessem a pontualidade, o que rendeu mais algumas reclamações.
Depois de tomar banho, os amigos começaram a se arrumar, cada um colocando seu melhor traje para o jantar. Mingi, particularmente empolgado, comentava com Yunho sobre o restaurante que ele havia pesquisado por semanas antes da viagem.
— O menu é incrível. Eles têm uma especialidade de frutos do mar que todo mundo elogia. — disse Mingi, ajustando a gola da camisa no espelho.
Enquanto isso, Seonghwa estava na sala, já pronto, observando passar com um vestido casual, mas elegante. Ele não pôde evitar comentar:
— Pelo menos você sabe se arrumar. Pena que a personalidade não combina.
parou, voltando-se para ele com um sorriso irônico.
— Será que pelo menos você consegue ficar quieto por cinco minutos. Ou não?
A troca de farpas foi interrompida quando apareceu chamando todos para se reunir na sala.
— Vamos logo, pessoal! Mingi vai surtar se atrasarmos a reserva!
Com todos prontos, o grupo saiu em direção ao restaurante, prontos para uma noite que prometia ser tão cheia de risadas, provocações e possíveis novas conexões quanto o dia que tiveram.
🌟🌟🌟🌟
O grupo chegou ao restaurante com risadas e conversas animadas ecoando. O local tinha uma atmosfera acolhedora, com luzes suaves e decoração elegante de madeira e plantas pendentes. Um anfitrião simpático os guiou até uma longa mesa no canto mais reservado, já preparada para acomodar todos.
— Essa mesa é enorme! Perfeita para o nosso esquadrão. — comentou Yunho, brincando, enquanto puxava uma cadeira para , que lhe deu um sorriso amoroso.
Sem precisar de muita direção, os amigos começaram a se acomodar. Como esperado, os casais ou “quase casais” formados ao longo do dia se sentaram lado a lado. e Hongjoong ficaram próximos ao meio, trocando olhares cúmplices; e Wooyoung logo ao lado, com ele tentando impressioná-la com uma postura descontraída. e Yeosang ocuparam cadeiras próximas à janela, enquanto e Jongho escolheram o canto mais afastado, onde pareciam mais confortáveis. e Mingi, como bons organizadores, sentaram-se próximos ao cardápio eletrônico, discutindo as opções.
Foi então que percebeu que, de alguma forma, o único lugar restante era ao lado dela. E quem estava parado, olhando para a mesa com um olhar que misturava cansaço e resignação? Seonghwa.
— Claro que é aqui… — murmurou ele, caminhando lentamente até a cadeira vazia ao lado de .
— Bem-vindo ao seu lugar especial… — disse ela com um sorriso doce e irônico, ajeitando o guardanapo no colo.
— Se é tão especial, deveria ter uma placa de ‘proibido roncadores’… — respondeu ele, jogando-se na cadeira com falsa casualidade, enquanto ela revirava os olhos.
Os amigos ao redor, acostumados à dinâmica dos dois, riram discretamente, com Yunho comentando em voz baixa para :
— Esses dois são um show à parte. Aposto que eles se matam ou se beijam até o fim dessa viagem.
soltou uma risadinha, mas manteve os olhos curiosos sobre e Seonghwa, que continuavam a trocar farpas disfarçadas de conversa. Enquanto isso, Mingi, já com o cardápio em mãos, começou a anunciar as especialidades do restaurante, tentando trazer o foco de volta ao jantar.
— Pessoal, foco aqui! Quero que todos aproveitem o melhor da culinária local. Temos frutos do mar frescos, pratos tradicionais e até opções vegetarianas! — disse ele, ganhando a atenção de todos.
Enquanto os pedidos eram feitos, a tensão entre e Seonghwa continuava a pairar, mas de forma quase imperceptível para quem não estivesse atento. Ambos se recusavam a admitir, mas estavam começando a perceber que, por trás das provocações, havia algo mais difícil de ignorar.
🌟🌟🌟🌟
estava folheando o cardápio eletrônico, tentando decidir entre uma massa ou um prato de frutos do mar. Yeosang, sentado ao lado dela, mantinha a postura ereta e silenciosa, como de costume, mas seus olhos a acompanhavam discretamente.
— Vai de frutos do mar ou tá com medo de arriscar? — ela perguntou, virando a tela para ele e exibindo um prato colorido.
Ele piscou algumas vezes, pego de surpresa.
— Ah… frutos do mar, eu acho. É o que todo mundo parece estar pedindo.
apoiou o queixo na mão, observando-o com um sorriso de canto.
— Você sempre segue o que todo mundo faz ou só está tentando não errar na minha frente?
Yeosang arregalou os olhos, visivelmente desconcertado, e soltou uma risada nervosa.
— Eu… eu só não sou muito bom com escolhas, acho.
— Tá na hora de ser mais ousado, então… — ela disse, com o tom provocativo, inclinando-se um pouco na direção dele. — Talvez começar com algo simples, como… não ficar tão nervoso quando uma garota fala com você.
Yeosang engasgou com a água que estava bebendo, tossindo algumas vezes enquanto tentava se recompor. se inclinou para frente, segurando o riso.
— Calma, eu só estava brincando! Você tá bem?
Ainda vermelho, ele acenou afirmativamente, tentando recuperar o ar.
— Sim, sim, tô bem… só… peguei no momento errado.
— Engraçado… — comentou, cruzando os braços. — Você não parece tão tímido quando tá observando alguém de longe.
Yeosang piscou, surpreso.
— Eu não… não estava observando…
— Claro que não! — ela interrompeu, rindo. — Relaxa, Yeosang, eu só achei fofo. Mas fica tranquilo, eu não mordo. Não sem permissão, pelo menos.
Ele desviou o olhar rapidamente, o rosto ficando ainda mais vermelho. , satisfeita com a reação, voltou ao cardápio com um sorriso.
— Tá decidido. Frutos do mar pra mim. E você, vai seguir ou ousar?
— Frutos do mar também… — Ele respondeu rapidamente, ainda tentando processar a conversa.
olhou para ele mais uma vez, divertida.
— Boa escolha.
🌟🌟🌟🌟
Enquanto o grupo esperava os pratos chegarem, e Yunho estavam no canto mais tranquilo da longa mesa, conversando em voz baixa. estava com a mão sobre a mesa, distraída, enquanto Yunho rabiscava algo no guardanapo com o dedo.
— Você já percebeu que sempre termina escolhendo o mesmo tipo de prato em todo restaurante? — ele perguntou, um sorriso brincando em seus lábios.
deu de ombros, rindo suavemente.
— E você sempre pede algo exótico e tenta me convencer a provar.
— Porque você precisa sair da sua zona de conforto. — Yunho disse, segurando a mão dela delicadamente. — Mas eu acho que adoro como você sempre sabe o que quer… até quando é algo simples.
Ela corou levemente, olhando para ele.
— E você, por outro lado, é a pessoa mais imprevisível que conheço.
— É o equilíbrio perfeito, então — Yunho respondeu, inclinando-se para deixar um beijo rápido na mão dela, o gesto arrancando um suspiro baixo de .
Do outro lado da mesa, Mingi, que observava os dois de longe, sorriu ao notar a troca carinhosa entre o casal. Ele olhou para , ao seu lado, que também observava a cena com um brilho nos olhos.
— Fofo, né? — ela comentou, suspirando.
— É, eles realmente parecem feitos um para o outro… — Mingi respondeu, cruzando os braços sobre a mesa.
— Seria bom viver algo assim. — disse, pensativa.
Mingi a encarou, captando o tom melancólico em sua voz. Ele sorriu, tentando aliviar o clima.
— Quem sabe você não encontra algo assim nessa viagem?
riu, olhando para ele de lado.
– Talvez… e você? Tá na sua programação algo parecido com isso?
— Minha programação? Não exatamente… — ele brincou, olhando para o teto como se pensasse. — Mas… às vezes as melhores coisas acontecem fora do planejado.
levantou uma sobrancelha, curiosa.
— Isso foi uma tentativa de ser romântico, Mingi?
Ele riu, coçando a nuca, meio sem jeito.
— Não sei… foi?
— Se foi, foi até que bem fofinho… — ela disse, com um sorriso sincero, fazendo o coração de Mingi acelerar um pouco.
O momento foi interrompido quando o garçom começou a trazer os pratos, mas Mingi não conseguiu deixar de pensar na troca de olhares que haviam acabado de compartilhar.
🌟🌟🌟🌟
Com o jantar servido, a conversa na mesa fluía animadamente, mas notava que Wooyoung estava mais tranquilo do que de costume. Ele, geralmente tão expansivo e barulhento, agora parecia focado em algo — ou melhor, alguém. A cada oportunidade, seus olhos desviavam para ela, algo que não podia mais ignorar.
Enquanto degustavam seus pratos, Wooyoung tomou coragem e inclinou-se um pouco mais para perto dela.
— Então, já decidiu o que vai querer de sobremesa?
— Não sei ainda… — respondeu, sorrindo de canto. — Tem algo que você me recomenda?
Wooyoung apoiou o queixo na mão, estudando-a com um olhar quase desarmante.
— Acho que depende do que você gosta… mas talvez eu possa surpreender você.
sentiu o rosto esquentar levemente, algo raro para ela, que geralmente era quem brincava com insinuações.
— Está confiante, hein?
— Com razão… — Wooyoung respondeu, piscando para ela antes de se endireitar e voltar a comer, deixando intrigada.
Depois de algum tempo, quando o garçom trouxe o cardápio de sobremesas, Wooyoung fez questão de chamá-la para sugerir algo especial.
— Acho que a torta de limão daqui é a favorita da casa. Deveríamos dividir uma?
arqueou uma sobrancelha.
— Ah, entendi. Agora quer compartilhar sobremesa, é?
— Claro — ele disse, inclinando-se levemente em direção a ela, um sorriso nos lábios. — Porque as melhores coisas são sempre mais gostosas quando divididas.
riu, mas não conseguiu esconder que estava começando a gostar daquele flerte mais direto. Talvez, só talvez, Wooyoung não fosse só um brincalhão como ela sempre pensou.
Quando a sobremesa chegou, Wooyoung fez questão de cortar um pedaço e oferecê-lo a ela com o garfo. hesitou, mas, ao perceber a expectativa nos olhos dele, aceitou.
— Tá aprovado. — ela disse, mastigando devagar e provocando um sorriso vitorioso em Wooyoung.
— Sabia que ia gostar! — ele respondeu.
Apesar da troca leve de provocações, sentia algo diferente no ar. Pela primeira vez, ela se pegou se perguntando se Wooyoung estava mesmo falando sério… e, talvez, se ela deveria começar a levar aquela atenção especial mais a sério também.
Enquanto a sobremesa era servida, e Hongjoong estavam em uma troca silenciosa de olhares. Hongjoong, que sempre parecia tão descontraído, estava mais focado do que o normal, como se estivesse tentando captar cada palavra de . Ela, por sua vez, parecia se divertir, mas também notava como ele se aproximava cada vez mais, sem pressa, como se o tempo fosse algo que ele realmente queria dividir com ela.
– Você realmente sabe como fazer as coisas parecerem fáceis, não é? – comentou, depois de saborear sua sobremesa.
Hongjoong sorriu, mas a intensidade do olhar não diminuiu.
– Eu tento. Mas, às vezes, coisas boas simplesmente acontecem quando estamos relaxados. – Ele deu uma pausa, deixando o clima de conversa fluir, antes de completar: – Como esse jantar, por exemplo.
sorriu de volta, um pouco mais suavemente agora.
– Você também sabe como fazer elogios, Hongjoong.
Ele riu baixinho, se inclinando um pouco para mais perto.
– Talvez… mas eu gosto mesmo é de ver você sorrir.
O tom mais suave e íntimo de Hongjoong parecia fazer sentir algo que ela não tinha percebido antes. Algo mais profundo, mais calmo. Ela ainda estava tentando entender o que estava acontecendo, mas não conseguia evitar o sorriso que surgia ao perceber que ele parecia genuinamente interessado nela. Era como se o flerte fosse se transformando em algo mais real.
🌟🌟🌟🌟
Enquanto isso, Jongho e estavam mais descontraídos, com uma troca de olhares que parecia um jogo silencioso. Jongho, que por muito tempo se mantivera no fundo da dinâmica do grupo, agora estava mais à vontade com . Ele não sabia exatamente o que a fazia tão interessante, mas a maneira como ela conseguia ser espontânea e relaxada o deixava à vontade.
Ele observava dar uma risada leve enquanto brincava com o guardanapo, tentando ajeitá-lo de forma descontraída, mas sem conseguir se concentrar em outra coisa que não fosse a presença dela.
— Não é engraçado? Como a gente pode ficar tanto tempo em um lugar e ainda ter algo novo para aprender? — comentou, lançando um olhar para ele.
Jongho estava meio perdido nos seus próprios pensamentos, mas não pôde deixar de notar como era uma pessoa fácil de conversar, até mesmo quando não falavam sobre nada importante.
— Sim, é… interessante. Eu nunca pensei nisso, na verdade. Eu só… gosto de estar por aqui.
olhou para ele, os olhos fixos por um momento, talvez analisando a sinceridade no que ele havia dito.
— Você é um desses tipos de pessoas que têm uma paz interna, não é?
Jongho deu de ombros, desconcertado.
— Eu tento… mas eu acho que a paz aparece quando você encontra pessoas com quem vale a pena estar.
sorriu de um jeito mais suave e, antes que ele percebesse, pegou a garrafa de água de sua mão e tomou um gole de surpresa. Ela sorriu para ele de forma despretensiosa, e ele engasgou levemente, sem saber como reagir.
— Foi mal… — riu, devolvendo a garrafa a ele. — Eu só estava com sede de novo.
— Sem problemas — Jongho respondeu, ainda sem saber muito bem o que fazer com a atenção que ela acabara de lhe dar. Mas, pela primeira vez, ele não se sentiu incomodado com a aproximação dela. Talvez, ele estivesse mais relaxado do que pensava.
— Você… gosta de fazer as coisas de forma inesperada, né?
— Talvez… — respondeu com um sorriso malicioso. — Mas é assim que as coisas ficam mais interessantes, certo?
Enquanto os dois conversavam, a tensão entre eles se tornava palpável, mas de uma maneira leve e descontraída, como se tudo estivesse acontecendo naturalmente. Ambos sabiam que algo estava se formando entre eles, mas não havia pressa em definir o que. O flerte estava ali, mas sem pressa, deixando ambos com um sentimento curioso sobre o que viria a seguir.
🌟🌟🌟🌟
Enquanto todos estavam terminando a sobremesa, San se aproximou de Sophia com um sorriso que escondia algo mais. Ele sempre foi o tipo de pessoa que sabia como cativar os outros com seu charme, mas havia algo diferente no modo como ele olhava para ela agora. Não era apenas o olhar de quem estava se divertindo, mas um olhar mais atento, mais profundo.
— Então, Sophia… você está curtindo a viagem até agora? — San perguntou, com um tom de voz descontraído, mas seus olhos não deixavam de observar a reação dela.
Sophia, que estava conversando com e , virou a cabeça para San, percebendo o quanto ele parecia focado nela. Ela sorriu, tentando manter a calma, mas sua resposta veio de forma mais suave do que o normal.
— Sim, está sendo ótimo. Mas você sempre consegue fazer qualquer coisa parecer mais interessante, não é?
San riu, gostando de ver que ela estava começando a corresponder ao seu charme.
— Talvez seja o meu segredo… — ele disse com uma piscadela. — Mas, se eu fosse você, não ficaria tão encantada com isso. Eu sou uma surpresa, mas com cuidado, ok? — Ele se inclinou ligeiramente para frente, criando um clima de mistério e provocação.
Sophia riu, mas a tensão entre eles estava começando a aumentar. Ela sabia que estava jogando com fogo, mas gostava da sensação de ser desafiada.
— Eu sou mais difícil de impressionar do que você pensa… — ela respondeu, desafiando-o sem saber exatamente o que queria alcançar com isso.
— Eu adoraria ver isso… — San murmurou, sua voz ficando mais baixa e mais intensa, o que fez Sophia perceber o quanto a dinâmica entre eles estava mudando.
Ela poderia estar tentando resistir, mas as provocações de San estavam começando a alcançar seu objetivo. E ela estava ficando cada vez mais interessada.
Enquanto o resto do grupo ainda se envolvia nas conversas, e Hongjoong estavam mais afastados, em um canto mais tranquilo do restaurante. A luz suave do local iluminava os rostos deles de uma maneira que fazia tudo parecer mais íntimo.
olhou para Hongjoong, que estava sorrindo para ela com um olhar suave e quase imperceptível. Ela sorriu de volta, mas a sensação que ela tinha era diferente do que ela esperava. Havia algo de acolhedor nele, algo que a fazia se sentir à vontade de uma maneira que ela não conseguia explicar.
— Você tem uma maneira única de deixar tudo mais fácil… — disse, quebrando o silêncio confortável entre os dois.
Hongjoong, que estava observando o movimento ao redor, voltou sua atenção para ela, os olhos brilhando de forma suave.
— Eu só faço o que posso… mas, na verdade, é você quem faz as coisas parecerem mais interessantes.
corou um pouco com o comentário, mas ao invés de se afastar, ela apenas ficou ali, permitindo-se estar mais próxima dele.
— Você tem um jeito especial de fazer qualquer conversa parecer importante, Hongjoong. E é bom… bom estar aqui, com você.
O clima entre os dois estava se tornando cada vez mais confortável e natural, com um toque de suavidade e intimidade. Hongjoong sorriu de forma genuína, e sentiu seu coração bater um pouco mais rápido com o gesto simples. Sem palavras, eles trocaram um olhar que parecia dizer tudo o que ambos estavam pensando sem precisar de mais explicações.
Foi um momento tranquilo, mas carregado de algo que ainda estava por ser explorado. Ambos estavam começando a perceber que o vínculo entre eles estava crescendo mais forte, mais rápido do que imaginavam. Quando ele pegou sua mão de forma suave sobre a mesa, ela não hesitou, segurando-a de volta. Algo estava surgindo entre eles, e sabia que estava prestes a se entregar a algo mais profundo.
O que começou como um simples encontro estava se transformando em algo mais… algo que ambos estavam começando a desejar, sem pressa de definir o que seria. O que quer que fosse, parecia ser apenas o começo.
🌟🌟🌟🌟
Após o jantar, o grupo estava se dispersando para aproveitar um pouco mais do ambiente. Alguns estavam indo para a área de lounge do restaurante, outros preferiam caminhar pela área externa. Seonghwa e , que até então estavam trocando olhares sutis durante a refeição, acabaram ficando um pouco para trás, sozinhos, enquanto os outros se afastavam. O lugar estava mais tranquilo, com poucas pessoas circulando pelo ambiente. A brisa fresca da noite trouxe um momento de quietude para os dois.
, com um sorriso descontraído, estava admirando a vista, mas logo percebeu que Seonghwa estava ao seu lado, a observando de forma pensativa.
— Você está realmente quieto agora… — comentou, tentando quebrar o silêncio que se formara. — Ou é só porque estamos longe dos outros?
Seonghwa não respondeu imediatamente. Ele estava olhando para o horizonte, mas seus pensamentos pareciam distantes. Quando finalmente se virou para ela, seu olhar estava mais intenso do que o normal.
— Talvez seja mais fácil ficar em silêncio perto de você… — Seonghwa respondeu, com um leve sorriso, mas havia algo mais por trás de suas palavras. — Você é… uma boa companhia para o silêncio.
arqueou uma sobrancelha, seu tom se tornando mais provocador.
— Eu sou a boa companhia para o silêncio? Isso é um elogio ou uma indireta?
Seonghwa sorriu, mas seu sorriso estava agora mais enigmático. Ele deu um passo mais próximo dela, o suficiente para que a proximidade entre os dois ficasse mais evidente.
— Não é uma indireta… mas talvez eu esteja começando a achar que o silêncio entre nós é mais… interessante do que eu pensava — ele disse, sua voz baixa e carregada de algo mais, algo que ela não conseguia identificar exatamente.
não se afastou, mas o clima entre eles estava claramente mudando.
— Interessante? Você tem uma maneira curiosa de olhar para as coisas… — ela disse, mantendo o tom descontraído, mas sentindo um formigamento em seu corpo, como se algo estivesse prestes a acontecer.
— Eu gosto de ver o que os outros não percebem… — Seonghwa disse, mais sério agora, sua mão deslizando para o lado de , quase como se quisesse tocá-la, mas ainda mantendo a distância.
sentiu seu coração bater mais rápido. Ela sabia que ele estava brincando com ela, provocando. Mas o modo como ele a olhava, com aquela intensidade quase palpável, fazia tudo ficar mais difícil de ignorar.
— Não pense que vai me assustar com seus jogos de olhares… — ela respondeu, mas a dúvida em sua voz era clara.
Seonghwa deu um sorriso lento, cheio de autoconfiança, e se inclinou um pouco mais para perto dela, como se testasse os limites.
— Eu nunca disse que estava tentando assustá-la. Mas quem sabe… talvez eu só queira saber até onde você está disposta a ir.
, com o coração acelerado e a mente em conflito, o encarou por alguns segundos, sua mente se debatendo entre afastar-se ou ceder à provocação.
— Não acho que você está pronto para descobrir… — ela disse, sua voz um pouco mais firme, mas seu corpo inconscientemente mais próximo dele.
A tensão no ar era palpável, e ambos podiam sentir o peso das palavras não ditas. O momento estava carregado de algo não resolvido, um desejo contido que, se continuasse, poderia levar a algo mais. Porém, antes que qualquer um dos dois fizesse um movimento, um som distante os interrompeu, sinalizando o retorno dos outros.
rapidamente deu um passo para trás, quebrando o contato visual, e com um sorriso um pouco forçado, virou-se para se juntar ao resto do grupo.
— Vamos voltar. O pessoal deve estar nos esperando.
Seonghwa permaneceu parado por um momento, observando-a, antes de seguir em direção aos outros, mas a expressão em seu rosto era de quem sabia que algo estava prestes a mudar entre os dois. Havia um jogo silencioso que ambos estavam jogando, e talvez fosse hora de ver até onde isso poderia ir.
Sexto Capítulo
A casa estava em silêncio. Todos os amigos estavam finalmente entregues ao descanso, depois de um dia cheio de atividades, risos e pequenos conflitos. No entanto, Seonghwa não conseguia encontrar paz. Estava deitado no sofá da sala, os olhos fixos no teto, sem conseguir dormir. O som suave da respiração dos outros ecoava pela casa, mas seu pensamento estava distante, perdido em memórias frescas.
Ele havia tentado adormecer, mas a imagem de ainda pairava em sua mente. Não era só a provocação constante que ela lançava, nem o jeito irreverente com que a desafiara durante o dia. Era algo mais sutil. Algo na maneira como ela o encarava, como desafiava seus limites sem realmente ultrapassá-los. Algo no brilho em seus olhos que, à medida que o tempo passava, parecia se tornar cada vez mais interessante.
Seonghwa riu baixinho para si mesmo, balançando a cabeça.
— Eu sou ridículo — murmurou, fechando os olhos por um momento. — Pensando demais em tudo isso.
Mas não conseguia evitar. tinha essa capacidade de deixá-lo fora de controle, de desestabilizar até mesmo a sua confiança. Quando estavam perto, ele sentia uma tensão no ar, algo que não poderia ser ignorado. Às vezes parecia que ela gostava de mexer com seus nervos, de deixá-lo inseguro, mas, ao mesmo tempo, ela sempre tinha algo de vulnerável, de não totalmente distante.
A brisa que entrava pela janela aberta na sala foi o que finalmente o fez se levantar. Ele andou até a janela, olhando para o céu escuro, iluminado pelas estrelas. A noite era calma, mas no fundo de sua mente, um turbilhão de pensamentos não o deixava descansar.
“Por que ela tem esse efeito sobre mim?”
. Ela não era como as outras pessoas. Havia algo nela que o atraía, mas ao mesmo tempo, ele não sabia se devia deixar isso tomar o controle. Eles tinham uma química inegável, mas a dinâmica entre eles estava se tornando cada vez mais confusa. Era uma mistura de provocações, olhares furtivos e desafios disfarçados.
Seonghwa balançou a cabeça e se afastou da janela, indo até a cozinha para pegar uma bebida, tentando acalmar a mente. Ele se apoiou na bancada, respirando fundo.
“Será que ela sente o mesmo?”
A dúvida o consumia. Havia momentos em que ele sentia que ela estava testando seus limites de maneira consciente, provocando-o de forma quase estratégica. Mas será que tudo isso era apenas um jogo para ela? Ou havia algo mais por trás da maneira como ela o olhava? Ele não sabia. E isso o frustrava profundamente.
Lembrou-se de quando estavam na praia, com a tensão crescente entre eles. Cada palavra dita parecia carregada de um significado oculto, cada olhar parecia esconder algo mais profundo. E a cena no restaurante, quando ela o encarou com aquele sorriso provocador, fez sua mente correr ainda mais rápido. Ele não conseguia parar de pensar nela, não conseguia esquecer a sensação da sua presença, nem o jeito como ele reagia a ela. Não era como se ele estivesse perdendo o controle, mas parecia que algo maior estava se formando ali, e ele não sabia como lidar com isso.
Quando voltou ao sofá, sentou-se, cruzando os braços, pensando nos outros amigos dormindo tranquilamente. Ele sentiu o peso do silêncio na casa, o que o deixava mais ciente de seus próprios pensamentos.
“Eu não posso deixar isso me dominar. Não posso me entregar à tentação dela…”
Mas, por outro lado, uma parte dele queria. Queria ver até onde isso iria, explorar o que havia entre eles, mesmo sabendo que isso poderia significar complicações. A questão era se ele deveria ou não dar o primeiro passo. Talvez fosse melhor manter a distância. Ou talvez, fosse hora de finalmente confrontar os próprios sentimentos.
Ele se deitou novamente no sofá, fechando os olhos, mas o sorriso que lhe lançara durante o dia, ainda estava gravado em sua mente. “Ah, … você não facilita nem um pouco, não é?” pensou consigo mesmo.
E, embora estivesse cansado, Seonghwa sabia que não poderia simplesmente dormir e esquecer. A tensão, o desejo e a incerteza sobre o que sentia por ela iriam continuar a assombrá-lo por um bom tempo.
🌟🌟🌟🌟
se levantou da cama, sentindo o calor que invadia o ambiente. A noite estava quente, e mesmo com o ventilador ligado, não conseguia dormir direito. Levantou-se com um suspiro e caminhou até a cozinha, decidida a pegar um copo d’água.
O silêncio na casa era reconfortante, mas ela não pôde deixar de notar como a escuridão trazia uma sensação de mistério. Ela sabia que todos estavam dormindo, e o ambiente tranquilo da cozinha parecia ser o refúgio perfeito para escapar do calor e da mente agitada. No entanto, ao abrir a geladeira e pegar a garrafa de água, ela ouviu um leve barulho vindo da sala.
Virou-se rapidamente e viu Seonghwa. Ele estava sentado no sofá, os olhos fechados, aparentemente perdido em seus próprios pensamentos. O silêncio entre os dois aumentou a tensão, e sorriu de maneira travessa. Não era como se ela não soubesse o efeito que causava nele. Ela estava ciente de como ele ficava desconcertado com a proximidade deles, mas se perguntava até onde ele iria.
Ela se aproximou dele, sem esconder o sorriso provocador no rosto. Ele a observou com um olhar que misturava cansaço e algo mais — algo que ela não conseguia identificar ainda, mas que a fazia se sentir desafiada.
— Ah, Seonghwa… o que está fazendo acordado a essa hora? Não conseguiu dormir por causa do calor também? — ela perguntou, a voz doce e sarcástica, como sempre.
Ele a observou por um momento, antes de responder com um sorriso irônico.
— Você sabe bem o motivo de eu estar acordado… — disse ele, se levantando lentamente. — Você parece gostar de me incomodar, não é, ?
Ela deu uma risada baixa, passando os dedos pelos cabelos, sempre com aquele ar de indiferença.
— Eu? Incomodar você? Não seja dramático, Seonghwa. Eu só estava indo pegar um pouco de água — ela disse, balançando a garrafa na frente dele. — Mas, já que você está acordado, quem sabe possa me fazer companhia.
A atmosfera entre os dois parecia tensa. Ambos estavam se provocando, mas havia algo mais no ar. podia sentir a energia elétrica, a tensão crescente entre eles. Não era mais apenas um jogo de palavras e olhares; era como se algo estivesse prestes a acontecer, algo que nenhum dos dois queria admitir.
Seonghwa deu um passo à frente, fechando a distância entre eles. Seus olhos brilharam com uma intensidade que fez o coração de disparar. Ele estava mais próximo do que ela esperava, e a provocação em seu olhar deixou claro que ele não estava mais se segurando.
— Você realmente gosta de testar meus limites, não é? — ele murmurou, a voz mais baixa agora, como se estivesse saboreando o momento. Ele se aproximou ainda mais, até que estavam tão perto que ela podia sentir o calor dele.
olhou para ele, desafiadora.
— Não sabia que você tinha tantos limites, Seonghwa… — respondeu com um sorriso malicioso. — Achei que fosse mais resistente.
Ele a encarou por um momento, o ambiente ao redor deles parecia desaparecer. Tudo estava calmo, exceto o ritmo acelerado de seus corações. Os olhos de Seonghwa desceram para os lábios dela, e sentiu sua respiração se tornar mais pesada. Ela percebeu a mudança no ar — não era mais apenas uma provocação. Havia algo mais ali, algo profundo, algo que nenhum dos dois queria admitir.
Então, sem avisar, ele a puxou levemente, e seus lábios se encontraram em um beijo inesperado. Não foi algo suave ou tímido. Foi intenso, cheio de tensão acumulada e desejo não dito. Os dedos de Seonghwa se entrelaçaram nos cabelos dela enquanto ela correspondia, o que só aumentava a chama que estava se acendendo entre eles.
O beijo foi curto, mas carregado de tudo o que haviam escondido até aquele momento. Quando se afastaram, ambos estavam sem fôlego, e a tensão entre eles nunca parecera tão palpável. olhou para ele com um olhar desafiador, mas algo em seu olhar havia mudado. Ela sabia que as coisas entre eles tinham mudado, mas não sabia o que isso significava.
— Isso… isso não era parte do plano, Seonghwa… — ela disse, com um sorriso nervoso, tentando manter a postura.
— Eu sei… — ele respondeu, quase com um sorriso travesso. — Mas quem disse que sempre seguimos o plano?
O silêncio pairou entre eles, mas agora era um silêncio diferente. Era um silêncio carregado de algo novo, algo que nenhum dos dois estava disposto a explorar ainda, mas que, sem dúvida, começava a dominar suas mentes.
estava ainda atordoada pela proximidade, mas não teve tempo de refletir sobre isso. Antes que pudesse se afastar ou reagir, Seonghwa, com um impulso repentino, a puxou para mais perto outra vez. O movimento foi brusco, sem aviso, e seus corpos se alinharam de maneira que a respiração dele se misturava com a dela. Ele não deu espaço para uma resposta.
Quando os lábios dele finalmente tocaram os dela novamente, a sensação foi como um choque elétrico. O calor que os envolvia parecia intensificar a química entre eles, e , mesmo tentando resistir, não conseguiu negar a força daquele beijo. Era urgente, cheio de uma pressão silenciosa que crescia no peito dela a cada segundo. As mãos dele a seguravam com firmeza, como se a sensação de finalmente tê-la em seus braços fosse algo que ele não queria soltar.
O beijo foi mais do que simples desejo… Era uma mistura de frustração, raiva contida e uma atração que eles tentaram esconder por tanto tempo. , sem saber como reagir, passou as mãos pelos ombros dele, tocando o peito de Seonghwa de forma hesitante. Mas logo, a realidade começou a se infiltrar em sua mente. Ela não poderia estar fazendo aquilo. Não podia ser assim.
Foi quando a mente dela finalmente processou o que estava acontecendo e, com um movimento brusco, ela empurrou Seonghwa para longe, quebrando o contato. O coração dela estava acelerado, e o calor do beijo ainda pulsava em seus lábios. Seus olhos estavam abertos e atônitos, mas a raiva logo tomou conta dela.
– Isso não pode acontecer! Não vai mais acontecer… – ela exclamou, com a voz tremendo, mas cheia de firmeza. Seus olhos estavam furiosos, como se ela estivesse tentando se convencer de que aquilo era errado. A sensação de estar perdendo o controle a deixou ainda mais irritada. Ela deu um passo atrás, afastando-se dele. – Você não tem o direito de fazer isso, Seonghwa.
Seonghwa ficou parado, um pouco surpreso com a rapidez com que ela o afastou, mas logo a raiva dele também começou a tomar conta. Ele a encarou com os olhos sombrios, como se o que tivesse acontecido fosse uma provocação que ele não podia aceitar.
– Eu não te forcei a nada, … – disse ele, a voz carregada de frustração. – Você mesma se deixou levar. Não venha agora me acusar de fazer algo que você também quis.
sentiu a pressão nos ombros, o peso de suas palavras deixando-a ainda mais irritada.
– Você sempre faz isso! Provoca, provoca e depois joga a culpa em mim! Não é assim que funciona Seonghwa. – Ela disse, os olhos fixos nos dele. O que ela sentia era uma mistura de raiva e confusão, uma batalha interna que ela não conseguia ganhar.
Ele se aproximou, como se quisesse continuar a discussão, como se não fosse capaz de deixar a última palavra.
– Então, me diga, o que aconteceu aqui, se não foi o que você queria também? – Ele estava sem paciência, as palavras saindo de forma ríspida, cortante. – Você acha que é fácil ficar perto de você e não sentir isso? Você me provoca o tempo todo e depois me diz que não pode…
Ela não queria mais ouvir. sabia onde isso ia parar, e não queria que as coisas piorassem. Não queria mais se envolver nisso.
Ela virou as costas e caminhou em direção à porta da cozinha, sem se importar com a raiva e as palavras não ditas de Seonghwa atrás de si.
– Eu não vou continuar essa conversa. Não agora. – Ela disse, a voz firme, sem olhar para ele. – Isso não vai mais acontecer, e você sabe disso.
Ela saiu da cozinha sem mais palavras, deixando Seonghwa ali, com a raiva pulsando nas veias e a confusão crescendo em sua mente. O que tinha acontecido entre eles não era algo que ele soubesse como lidar, mas ele não podia negar o desejo de voltar atrás e corrigi-lo. No entanto, ele também sabia que agora, talvez, fosse tarde demais.
Sétimo Capítulo
O sol mal tinha nascido, mas Mingi já estava a postos, batendo na porta dos quartos com sua habitual energia contagiante — e um toque de impaciência. Ele parecia determinado a manter a programação da viagem perfeitamente alinhada.
– Vamos, pessoal! Já passou da hora de acordar! Não quero ninguém enrolando hoje! – ele bradou, andando pelo corredor e batendo palmas ritmicamente para reforçar o ponto.
Nos quartos, gemidos de protesto surgiram. Wooyoung foi o primeiro a reclamar:
– Eu sinto que dormi só duas horas. – murmurou ele, com a voz abafada pelo travesseiro.
– Isso porque você dormiu! – San rebateu do outro lado do quarto, já se levantando para tomar banho.
demorou um pouco mais para se mover. Ainda deitada, ela encarava o teto, repassando os eventos da noite anterior. A lembrança do beijo com Seonghwa parecia pulsar em sua mente, tornando impossível para ela ignorar o calor que vinha junto com a memória. “Isso não vai mais acontecer”, repetiu a si mesma mentalmente, tentando reafirmar sua decisão.
Seonghwa, por sua vez, estava no banheiro do quarto que dividia com Yunho, lavando o rosto e tentando, sem muito sucesso, afastar os pensamentos sobre . A noite anterior tinha sido uma mistura de emoções confusas, e a distância que ela colocou entre eles o deixou com um nó no peito. “Talvez seja melhor assim”, pensou ele, mesmo que a ideia não o confortasse.
Quando todos finalmente se reuniram na cozinha para o café da manhã, o clima habitual de brincadeiras e risadas parecia mais contido. Todos perceberam a tensão no ar. e Seonghwa estavam sentados em lados opostos da mesa, e pela primeira vez desde que chegaram, não trocaram uma única provocação. Ambos pareciam muito interessados em seus pratos, evitando até mesmo se olhar.
– Ué, o que houve com vocês dois hoje? – perguntou Wooyoung, olhando de para Seonghwa com as sobrancelhas arqueadas. – Cadê as faíscas de sempre?
Leticia riu, mas logo percebeu que o clima entre os dois não era de brincadeira.
– É… tá meio estranho mesmo. Vocês estão tão quietos… – comentou ela, olhando desconfiada para , que desviou o olhar e se concentrou no café em sua xícara.
– Devem estar cansados, só isso… – Mingi interveio, tentando suavizar a situação. Ele estava ocupado organizando os planos do dia e parecia mais interessado em manter tudo sob controle do que no drama entre os amigos.
Yunho, sentado ao lado de , olhou para Seonghwa e depois para . Ele sentiu que havia algo mais acontecendo, mas decidiu não pressionar.
– Vamos ver se um dia animado faz vocês dois voltarem ao normal. – ele disse com um sorriso, tentando aliviar o clima.
Apesar das tentativas dos amigos de quebrar o gelo, e Seonghwa permaneceram calados durante todo o café da manhã. Os olhares de estranhamento dos outros começaram a se intensificar, mas nenhum deles parecia disposto a explicar o que realmente estava acontecendo.
Depois do café, o grupo começou a se preparar para sair, mas a tensão entre e Seonghwa não passou despercebida. Mingi chamou de canto enquanto todos estavam ocupados pegando suas coisas.
– Tudo bem com você? E com o Seonghwa? Vocês estão muito esquisitos hoje… – ele perguntou, com um tom de preocupação genuína.
tentou sorrir, mas saiu forçado.
– Tá tudo bem, Mingi. Só estou cansada, como você disse. Nada demais. – respondeu ela, claramente desconfortável com o assunto. Mingi não pareceu convencido, mas decidiu não pressionar.
Enquanto isso, Seonghwa estava do outro lado da sala, ajustando os cadarços dos sapatos, mas seus pensamentos estavam a mil. “Preciso manter a distância. Isso é o melhor para nós dois”, ele repetiu mentalmente, mas o silêncio de durante o café tinha um peso que ele não conseguia ignorar.
O dia estava apenas começando, mas já era evidente que a tensão entre eles ainda traria consequências para o resto do grupo.
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O grupo se reuniu na sala, esperando para ouvir as ideias de Mingi para aquele domingo, 29 de dezembro. O líder autoproclamado dos cronogramas estava em pé com uma lista em mãos, enquanto todos os outros estavam espalhados pelos sofás e tapetes, alguns ainda com cara de sono.
– Bom dia, galera! – Mingi começou, cheio de energia. – Estamos a dois dias do Ano Novo, então precisamos de um domingo inesquecível. Pensei em algo que nos deixe com as melhores lembranças possíveis dessa viagem.
– Antes de tudo, café reforçado. – Continuou ele, fazendo com que Yunho, já com uma torrada na mão, levantasse o braço em aprovação. – Depois, vamos fazer uma trilha leve até um mirante aqui perto. Dizem que a vista é incrível, perfeita para fotos e… inspirações românticas.
Ele lançou um olhar significativo para alguns casais já formados, e outros desenvolvimento.
Leticia e Wooyoung sorriram de canto, enquanto apenas revirou os olhos, tentando disfarçar o rubor ao olhar para Hongjoong. e Yunho, ao lado um do outro, trocaram um sorriso tímido. , por sua vez, apenas arqueou a sobrancelha ao sentir Yeosang desviando o olhar rapidamente.
– Depois da trilha, pensei em um almoço aqui mesmo na casa, algo mais tranquilo. Podemos fazer um churrasco ou preparar algo juntos.
– Churrasco soa bem… – comentou San, já imaginando a comida.
– Então está decidido. Depois disso, à tarde, vamos relaxar na praia. E, para fechar o dia, pensei em um luau simples à noite. Música, luzinhas e, quem sabe, algumas confissões inesperadas.
– Isso está começando a soar como um roteiro de comédia romântica – brincou Seonghwa, cruzando os braços, mas com um leve sorriso.
– Não é minha culpa se algumas pessoas estão vivendo sua própria novela aqui.. – retrucou Mingi, provocando risos gerais.
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A trilha começou com risadas e energia. O grupo avançava pela vegetação, o sol filtrado pelas árvores criando padrões de luz no chão. Yunho, como sempre animado, liderava o caminho, ajudando em cada obstáculo.
– Cuidado com essa pedra aqui. Não quero você se machucando. – Disse ele, oferecendo a mão para ela. sorriu, aceitando a ajuda, enquanto sentia as bochechas aquecerem levemente.
Atrás deles, San e seguiam em um ritmo mais lento.
– Por que você está andando tão devagar? A trilha não vai se fazer sozinha, sabe? – provocou San, olhando para ela.
– Talvez porque alguém esqueceu que nem todo mundo tem o mesmo nível de energia… – respondeu , arqueando a sobrancelha.
San parou e olhou para ela com um sorriso travesso.
– Quer que eu te carregue, princesa?
bufou, mas não conseguiu segurar o riso.
– Prefiro cair de uma dessas pedras do que te dar essa satisfação.
Mesmo com as provocações, San ficava atento, oferecendo ajuda quando ela tropeçava ou hesitava em algumas partes mais íngremes.
– Eu sei que você não quer admitir, mas está gostando da minha companhia – brincou ele, enquanto revirava os olhos, mas não respondia.
Mais à frente, caminhava ao lado de Yeosang, que parecia concentrado em seus próprios pensamentos. A paisagem era deslumbrante, mas os olhos de estavam mais interessados em outra vista. Ela percebeu que Yeosang estava propositalmente evitando muito contato visual, o que a fez sorrir de canto.
– Está quieto demais para alguém que está rodeado de tanta beleza, Yeosang. – Disse ela, olhando para ele de soslaio.
Yeosang, pego de surpresa, demorou um segundo para processar.
– Ah, sim, é… lindo. – Respondeu, desviando o olhar novamente, mas desta vez fixando-se nas árvores ao redor.
riu.
– Não precisa fingir que está prestando atenção na paisagem. Eu sei que você está perdido em pensamentos.
– Estou apenas… focado em não tropeçar. – Disse ele, tentando desviar.
– Se tropeçar, eu te seguro – respondeu ela, casualmente, sem tirar os olhos dele.
Yeosang engasgou levemente, quase tropeçando de verdade. apenas riu, balançando a cabeça.
– Você é engraçado, sabia?
Quando chegaram a uma clareira com uma pequena queda d’água no meio do caminho, o grupo fez uma pausa. Yunho já estava enchendo as mãos de água fresca e oferecendo para se refrescar, enquanto Leticia e Wooyoung discutiam quem havia subido mais rápido.
San se aproximou de com uma garrafa de água e a entregou.
– Aqui, toma. Você parece que vai desmaiar.
– Não precisa desse tom heróico – ela respondeu, mas aceitou a água. Enquanto bebia, percebeu San a observando com um sorriso.
– O que foi agora? – perguntou, semicerrando os olhos.
– Você é engraçada quando está irritada… – respondeu ele, rindo.
balançou a cabeça, mas um pequeno sorriso escapou.
No mirante, finalmente chamou a atenção de Yeosang.
– Está vendo aquela ilha lá? Parece que dá para ir de barco. Devíamos tentar amanhã.
Yeosang, ainda tentando manter a compostura, concordou.
– S-sim, parece uma boa ideia.
Ela riu baixinho, inclinando a cabeça.
– Por que você sempre parece tão nervoso quando falo com você?
Yeosang tentou responder, mas sua mente parecia uma confusão de pensamentos, e as palavras não saíram. apenas sorriu, satisfeita por ter causado alguma reação.
Enquanto isso, San e se sentaram juntos em uma pedra próxima, ainda trocando provocações.
– Talvez você não seja tão insuportável quanto eu achei… – disse ela, olhando para a paisagem.
– Não se acostume com isso. Eu sou muito mais insuportável do que você imagina. – Respondeu ele, piscando para ela.
riu, balançando a cabeça, enquanto ambos deixavam as provocações se misturarem com a leve cumplicidade que estava surgindo entre eles.
Desde o momento em que começaram a trilha, e Seonghwa estavam em lados opostos do grupo, como se uma barreira invisível os mantivesse distantes. Ele falava com os outros de forma descontraída, mas sempre evitando dirigir qualquer palavra ou olhar para ela. , por sua vez, mantinha-se ocupada observando os arredores ou respondendo brevemente quando alguém tentava puxar assunto.
Porém, era impossível não notar como as brincadeiras e os comentários rápidos que normalmente trocavam haviam desaparecido. O silêncio entre os dois criava um desconforto que começava a ser notado pelos outros, embora ninguém tivesse coragem de comentar.
Quando pararam no mirante, e perceberam que estava mais tensa do que o normal. Ela se mantinha afastada do grupo, com os braços cruzados, fingindo observar o horizonte.
– , você está bem? – perguntou , se aproximando e tocando levemente no braço da amiga.
– Claro que estou! – Respondeu ela rapidamente, sem encará-la.
– Ah, não vem com essa. A gente te conhece bem demais… – disse , juntando-se a elas e entregando uma garrafa de água para . – Você está tensa desde ontem à noite. O que está acontecendo?
suspirou, finalmente olhando para as duas.
– É só o calor, a caminhada, sei lá. Nada demais.
arqueou uma sobrancelha, claramente não convencida.
– Nada demais? Desde quando você evita alguém assim? – ela provocou, lançando um olhar significativo na direção de Seonghwa, que conversava com Mingi e Hongjoong mais à frente.
– Não estou evitando ninguém… – disse defensivamente, mas a leve cor em suas bochechas entregava outra coisa.
– Ah, claro, e eu sou a rainha da Inglaterra! – retrucou com sarcasmo. – Olha, seja lá o que aconteceu entre vocês dois, não vale a pena estragar o passeio. Seonghwa é um idiota às vezes, mas você também é cabeça-dura.
– Obrigada pela parte que me toca! – respondeu, revirando os olhos, mas um sorriso de canto escapou, apesar de seus esforços para manter a seriedade.
sorriu também, puxando para um pequeno abraço de lado.
– Relaxa, tá? Aproveita o momento, a paisagem, a gente. E, quem sabe, conversa com ele. Vocês dois não sabem ficar sem sem implicar por muito tempo, vai por mim.
assentiu.
– Ou você pode simplesmente ignorá-lo e focar na gente. Estamos aqui pra isso também.
respirou fundo, sentindo-se um pouco mais tranquila.
– Ok, ok. Vou tentar, mas não prometo nada.
– Isso já é um começo…. – disse , puxando-a para se juntar aos outros novamente.
Enquanto voltavam para o grupo, ainda sentia o olhar de Seonghwa sobre ela por breves momentos, embora ele fosse rápido em desviar assim que ela o flagrava. A tensão ainda estava lá, mas, com as amigas por perto, parecia um pouco mais fácil de ignorar… pelo menos por enquanto.
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Na casa, o clima era de descontração enquanto todos se envolviam nos preparativos para o churrasco. San e Wooyoung comandavam a churrasqueira com entusiasmo, competindo para ver quem preparava a carne mais perfeita, enquanto risadas e música enchiam o ambiente.
Na cozinha, e cortavam frutas para uma salada. , rindo de algo que havia dito, parecia momentaneamente mais à vontade. Seonghwa, sentado na bancada com uma bebida na mão, observava a interação delas, especialmente o riso leve e descontraído de .
– Está gostando do espetáculo? – quebrou o silêncio, o tom provocador enquanto continuava a cortar as frutas, sem nem olhá-lo.
– Depende… – respondeu Seonghwa, erguendo uma sobrancelha e deixando um leve sorriso surgir no canto dos lábios.
A troca foi rápida, mas cheia de energia subjacente. mordeu o interior da bochecha, lutando para não ceder à vontade de continuar o jogo. Leticia, percebendo o clima, pigarreou suavemente.
– , vamos lá fora ajudar com os pratos?
– Claro… – respondeu, jogando um olhar final para Seonghwa antes de seguir , com a cabeça erguida, fingindo estar totalmente alheia ao impacto da breve interação.
Enquanto todos se movimentavam, e Yeosang ficaram encarregados de pegar bebidas e organizar os copos. Na relativa tranquilidade da cozinha, os dois trabalhavam em silêncio até que quebrou o gelo.
– Você sempre foi assim tão quieto?
Yeosang olhou para ela, hesitante.
– Não acho que sou quieto, só… observo mais.
sorriu, recostando-se na bancada e cruzando os braços.
– Observar é bom. Mas às vezes dá a impressão de que você está longe, pensando em outra coisa.
– Talvez eu esteja… – respondeu ele com sinceridade, o olhar vacilando entre os copos e o rosto dela.
Ela inclinou a cabeça, o sorriso ainda brincando em seus lábios.
– E agora, o que está pensando?
Yeosang sentiu o coração acelerar com a pergunta direta, as orelhas ficando ligeiramente rosadas.
– Eu… estou pensando que talvez você pergunte coisas demais.
riu baixo, aproximando-se alguns passos.
– E você foge de perguntas demais.
A proximidade repentina fez o ar entre eles parecer mais denso. Ele desviou o olhar, mas não se afastou. percebeu o leve rubor nas bochechas dele e, com a confiança característica, tomou a decisão de quebrar o gelo de vez. Ela deu um passo à frente, deixando apenas um pequeno espaço entre ela e Yeosang. O sorriso provocador ainda dançava em seus lábios quando ela inclinou a cabeça para o lado.
– Desculpa por isso…. – murmurou, a voz baixa o suficiente para parecer quase íntima.
Yeosang abriu a boca, confuso, mas antes que pudesse formular qualquer pergunta, ela se ergueu na ponta dos pés e capturou seus lábios com os dela.
O beijo começou suave, um toque hesitante, mas cheio de intenção. Yeosang ficou imóvel por um segundo, pego de surpresa, antes de finalmente relaxar sob o toque dela. Seus lábios se moveram timidamente contra os de , explorando o momento com uma mistura de curiosidade e nervosismo.
, confiante, aprofundou o beijo levemente, sua mão subindo até o braço dele, como se quisesse garantir que ele permanecesse ali, conectado. Ele respondeu com mais firmeza, uma das mãos, sem perceber, subindo para o balcão atrás de si, como se precisasse de apoio para não perder o equilíbrio.
Os dois estavam tão imersos na troca, que o tempo pareceu congelar por um instante. podia sentir a respiração de Yeosang acelerar contra seus lábios, o leve tremor de nervosismo e excitação, enquanto o beijo se tornava mais natural, quase uma conversa silenciosa.
Então, um barulho de passos ecoou do corredor, acompanhado pelo som de vozes se aproximando.
Yeosang se afastou de repente, os olhos arregalados e as bochechas completamente vermelhas. deu um passo para trás também, mas com um sorriso travesso, embora seus próprios lábios ainda estivessem formigando.
– Acho que interrompemos o trabalho na cozinha – ela disse baixinho, piscando para ele enquanto arrumava o cabelo de forma casual.
Yeosang tentou organizar os pensamentos, ainda um pouco atordoado, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, dois dos amigos apareceram na porta.
– Vocês estão demorando muito – comentou Wooyoung, com uma sobrancelha arqueada. – Vocês estão bem aí?
– Tudo sob controle! – respondeu , virando-se e pegando um copo com naturalidade.
Yeosang ainda parecia um pouco desconcertado, mas apenas piscou para ele antes de sair da cozinha, deixando-o para lidar com o turbilhão de emoções e pensamentos que ela havia deixado para trás.
O almoço foi um evento animado, cheio de risadas e conversas descontraídas, apesar de algumas trocas de olhares tensas e momentos mais sutis entre alguns dos presentes. A churrasqueira virou o ponto de encontro principal, com San e Wooyoung disputando para ver quem era o melhor assador, enquanto os outros brincavam com sugestões e críticas ao desempenho dos dois.
Na mesa improvisada na varanda, os pratos foram sendo servidos em sequência. Havia de tudo: carnes suculentas, saladas frescas, pães tostados e acompanhamentos diversos que os próprios amigos haviam preparado. Leticia e , que adoravam competições, discutiam qual era a melhor combinação para as frutas na sobremesa, enquanto Mingi ria alto, feliz em ver todos se divertindo.
Yunho, sempre atencioso, ajudava a se servir, oferecendo as opções mais leves antes de se sentar ao lado dela. Ele até cortou um pedaço de carne para ela, arrancando um suspiro brincalhão de , que murmurou algo para Mingi sobre como eles eram “fofinhos demais”. Mingi, sorrindo, concordou, mas seus olhos permaneceram presos em por alguns segundos a mais do que o habitual.
Na outra ponta da mesa, estava especialmente animada, conversando com Yeosang, que ainda parecia um pouco tímido após o incidente na cozinha, mas não conseguia evitar um sorriso toda vez que ela o chamava pelo nome.
e Seonghwa, como era de se esperar, mantinham-se afastados, mas as poucas palavras que trocavam eram pontuadas por provocações sutis que só eles conseguiam captar. , sentada entre eles, parecia determinada a evitar que os dois transformassem o clima em algo ainda mais tenso, desviando o foco com perguntas aleatórias e comentários sobre o dia.
Depois que todos comeram, Leticia e Wooyoung decidiram organizar um jogo de adivinhação, que envolvia todo mundo e trouxe de volta o espírito descontraído. No entanto, mesmo com o ambiente animado, havia um certo brilho nos olhos de alguns, indicando que, além da comida e da diversão, outros sentimentos estavam sendo servidos naquele dia.
O churrasco terminou com Mingi decretando que todos deveriam ajudar na limpeza antes de tirarem o resto do dia para relaxar. Entre brincadeiras, olhares furtivos e pequenos momentos compartilhados, o grupo consolidou mais um dia inesquecível na viagem.
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Na praia, o grupo se espalhou em cangas e cadeiras, aproveitando o fim da tarde enquanto o céu se pintava em tons vibrantes de laranja, rosa e roxo. Mingi, animado como sempre, assumiu a missão de organizar o luau. Ele acendeu pequenas luzes ao redor e posicionou tochas que iluminavam suavemente o local, criando uma atmosfera mágica.
Jongho, sentado em um tronco próximo, pegou o violão e começou a tocar uma melodia suave, chamando a atenção de todos. A voz dele preencheu o espaço, harmoniosa e aconchegante. sentou-se ao lado dele, com um sorriso, enquanto murmurava discretamente, sugerindo a próxima música. A sintonia entre os dois pareceu natural, e os olhares trocados não passaram despercebidos pelos amigos.
Mais ao fundo, Leticia e Wooyoung estavam em sua própria bolha. Ele fazia piadas para fazê-la rir, enquanto ela, pela primeira vez, parecia se deixar levar, sem as barreiras habituais. Ele aproveitou um momento em que estavam mais próximos para dizer:
— Você sabia que o sorriso que você dá quando acha algo realmente engraçado é diferente?
Leticia levantou uma sobrancelha, surpresa pela observação.
— Diferente como?
— É mais bonito. É como se você esquecesse tudo por um segundo.
Ela ficou sem palavras por alguns instantes, mas disfarçou o nervosismo com uma risada. Wooyoung, satisfeito com a reação, deu um sorriso de lado, claramente satisfeito com a conexão crescente entre eles.
Enquanto isso, estava mais afastada, tentando parecer desinteressada, mas não conseguiu evitar lançar olhares para Seonghwa. Ele, por sua vez, parecia igualmente empenhado em fingir que ela não existia, embora seus olhos a buscassem vez ou outra.
— Por que você está quieto hoje, Seonghwa? — ela provocou, finalmente quebrando o silêncio.
— Estou apreciando a paz enquanto você não fala, — ele respondeu, com o tom sarcástico habitual.
— Se for isso, aproveite enquanto dura — ela retrucou, aproximando-se apenas para pegar uma garrafa de água. Ao passar por ele, esbarrou “acidentalmente” no ombro dele, arrancando um olhar fulminante.
Os amigos observavam as trocas com um misto de divertimento e cansaço, já acostumados à dinâmica explosiva dos dois.
Mais à frente, Mingi estava ao lado de , apontando para o céu que agora começava a se encher de estrelas.
— Olha só como está claro hoje — disse ele, com entusiasmo. — Sabe, dizem que cada estrela representa um desejo.
— Será que uma delas é o seu? — perguntou, com um sorriso que fazia os olhos dela brilharem ainda mais.
— Talvez… Mas acho que meu desejo está mais perto do que eu imaginava.
desviou o olhar, tímida, mas um leve sorriso ainda pairava em seus lábios.
Enquanto isso, o som do violão de Jongho continuava como trilha sonora da noite, acompanhando risadas e conversas. O clima estava leve, mas carregado de sentimentos latentes e dinâmicas que prometiam esquentar ainda mais antes do fim da viagem.
As tochas iluminavam o cenário com uma luz quente, e o som das ondas quebrando na areia era o pano de fundo perfeito para o luau. Jongho dedilhava o violão com maestria, sua voz preenchendo o ar com uma melodia suave que cativava a todos.
Após algumas notas, que estava ao lado de Jongho, começou a cantar junto com ele, primeiro de forma hesitante, mas logo se deixando levar. Suas vozes se entrelaçaram em perfeita harmonia, criando um dueto que fez os amigos pararem de conversar para prestar atenção.
— Nossa, vocês são incríveis juntos! — exclamou Leticia, animada, enquanto os outros batiam palmas ao final da música.
deu uma risada tímida, mas antes que pudesse desviar o olhar, Jongho falou, olhando diretamente para ela:
— Você tem uma voz linda. Devia cantar mais vezes.
Ela sorriu, um pouco envergonhada.
— E você devia tocar mais para mim, então. Acho que me ajuda a relaxar.
Jongho deu um sorriso de canto, os olhos brilhando com uma emoção contida.
— Combinado.
Enquanto eles trocavam sorrisos e a conversa entre o grupo voltava a animar, a proximidade entre os dois não passou despercebida. cutucou Yunho discretamente, inclinando-se para sussurrar:
— Tá vendo o que eu tô vendo?
Yunho deu uma risadinha, assentindo.
— Isso tá ficando interessante.
Mais afastados, Leticia e Wooyoung também estavam envolvidos em uma conversa descontraída. Ele fazia piadas bobas que arrancavam risadas genuínas dela, mas, em um momento de pausa, ele se inclinou ligeiramente, falando em um tom mais baixo:
— Você parece diferente hoje… Mais relaxada. Gosto disso.
Ela ergueu uma sobrancelha, surpresa, mas antes que pudesse responder, ele continuou:
— Não que você não seja incrível o tempo todo, mas hoje tá… especial.
Leticia riu, balançando a cabeça.
— Você sabe que não precisa tentar tanto, né?
— Quem disse que estou tentando? Só estou dizendo o que penso. — Wooyoung deu de ombros, com aquele sorriso maroto que começava a desarmá-la.
Já , sentada sozinha em uma canga, olhava para o grupo à sua frente, mas sentia o peso de um olhar insistente. Ao virar a cabeça, encontrou Seonghwa parado a poucos metros, os braços cruzados enquanto ele a encarava.
— Algum problema? — ela perguntou, sem paciência.
— Nenhum. Só estou surpreso por você conseguir ficar quieta por tanto tempo.
Ela bufou, levantando-se para pegar um copo de suco na mesa improvisada.
— Vou te ignorar, porque a noite está boa demais para brigar com você.
Ele deu um pequeno sorriso, como se a resposta dela fosse exatamente o que ele esperava, e continuou a segui-la com os olhos enquanto ela se afastava. O restante do grupo, por mais entretido que estivesse, percebeu a troca entre os dois, mas preferiu não comentar.
A noite seguiu com mais músicas, histórias e risadas, enquanto o luau se tornava mais um marco de momentos compartilhados, cheio de novas conexões, flertes crescentes e tensões ainda não resolvidas.
Com o clima descontraído e as risadas ecoando pela praia, Jongho entregou o violão para Hongjoong, que o pegou com um sorriso tranquilo.
— Sua vez, capitão! — brincou San, provocando risadas no grupo.
Hongjoong posicionou o violão no colo e começou a dedilhar as cordas, testando os acordes. Ele olhou para o grupo e disse casualmente:
— Essa música é especial, e acho que combina com a noite de hoje. — Então, seus olhos pousaram em , que estava sentada mais ao fundo, observando tudo com um sorriso curioso. — E, bom… é dedicada a alguém que me inspira bastante.
arregalou os olhos, surpresa, e sentiu as bochechas corarem enquanto , ao lado dela, a cutucava animada.
— Ele tá falando de você, ! — cochichou , quase pulando de empolgação.
Hongjoong começou a tocar uma melodia suave e envolvente, sua voz baixa e rouca acompanhando as notas de maneira quase hipnotizante. A música falava sobre encontrar conforto em alguém, sobre um lugar seguro em meio ao caos, e a maneira como ele olhava para durante cada verso tornava claro que aquilo era muito mais do que uma simples performance.
Enquanto ele cantava, sentiu seu coração acelerar. Era como se o mundo tivesse desaparecido ao redor, deixando apenas os dois naquele momento. Quando ele terminou, o silêncio foi quebrado por aplausos e assobios dos amigos.
— Nossa, Hongjoong, você tá romântico hoje, hein? — comentou Wooyoung com um sorriso de canto.
— Só estou sendo sincero, não é mesmo? — respondeu ele, sem desviar o olhar de , que ainda parecia atordoada.
estava com um sorriso bobo no rosto, claramente encantada com a interação.
— Vocês são tão fofos juntos que dá vontade de chorar, sério. , pelo amor de Deus, fala alguma coisa! — disse ela, rindo.
finalmente encontrou a coragem para falar, ainda que de maneira tímida.
— Eu… eu não esperava por isso, mas… foi lindo. Obrigada.
Hongjoong sorriu, satisfeito, e se aproximou dela, entregando o violão de volta a Jongho antes de sentar-se ao seu lado.
— Espero que não tenha sido um problema eu ter te deixado sem palavras. — Ele brincou, a voz carregada de ternura.
— Não foi um problema. — Ela sorriu, finalmente relaxando.
observava tudo, visivelmente emocionada, e sussurrou para Mingi:
— Eles são perfeitos juntos, né? Olha só! Isso é coisa de filme.
Mingi apenas riu, balançando a cabeça.
— Você tá mais investida do que eles próprios.
A noite continuou com aquele clima doce pairando no ar, e o gesto de Hongjoong deixou não só , mas todos, com a certeza de que o romance estava realmente florescendo entre eles.
A música suave tocava ao fundo, com Jongho dedilhando o violão enquanto os amigos riam e conversavam descontraidamente. e Wooyoung estavam sentados próximos a uma das tochas que iluminavam a areia, isolados do restante do grupo, mas ainda visíveis para os amigos mais atentos.
— Você já percebeu que sempre tem algo especial no jeito que as estrelas brilham aqui? — comentou , olhando para o céu e quebrando o silêncio entre os dois.
Wooyoung sorriu, inclinando-se levemente para ela.
— Talvez seja porque você está olhando para elas. Tudo parece mais bonito quando você está por perto.
revirou os olhos, mas um sorriso despontou em seus lábios.
— Você é impossível.
— Eu só sou sincero. — Ele deu de ombros, mas seu tom era suave, sem a costumeira provocação.
Houve um momento de silêncio entre eles, apenas o som das ondas preenchendo o espaço. cruzou os braços, desviando o olhar para o grupo, mas Wooyoung se inclinou mais para perto, sua voz baixa chamando sua atenção novamente.
— , por que você foge tanto de mim?
Ela piscou, surpresa com a seriedade na voz dele, e se virou para encará-lo.
— Eu não fujo de você. — respondeu, tentando soar casual, mas sua voz vacilou.
— Não mente. — Ele deu um sorriso de canto. — Toda vez que eu chego perto, você dá um jeito de sair pela tangente.
Ela abriu a boca para responder, mas fechou novamente, sem saber o que dizer. Ele aproveitou o momento para se aproximar mais, seus rostos agora a poucos centímetros de distância.
— Por acaso tem algo que eu fiz de errado? — Wooyoung perguntou, a voz agora baixa, quase um sussurro.
sentiu o coração disparar. Ele não estava brincando como sempre fazia; ele parecia realmente interessado em entender. E aquilo, de alguma forma, a desarmou.
— Não é nada disso… — ela começou, mas antes que pudesse terminar, ele sorriu suavemente.
— Então prova.
Foi tudo o que ele disse antes de se inclinar e capturar os lábios dela em um beijo.
O mundo pareceu parar naquele momento. O toque inicial foi suave, hesitante, como se ele estivesse esperando por algum sinal de que ela quisesse aquilo tanto quanto ele. , no entanto, logo relaxou, correspondendo ao beijo de maneira lenta, mas intensa. Os dedos de Wooyoung subiram até a lateral do rosto dela, enquanto a outra mão pousava levemente em sua cintura, como se temesse que ela pudesse se afastar.
O beijo se aprofundou, e sentiu as barreiras que havia construído contra ele começarem a desmoronar. Wooyoung era firme, mas ao mesmo tempo delicado, como se estivesse saboreando cada segundo daquele momento. Quando se separaram, ambos estavam sem fôlego, mas ele manteve o rosto próximo ao dela, os olhos brilhando sob a luz das tochas.
— Isso pareceu uma fuga para você? — ela sussurrou, a voz rouca.
Wooyoung abriu a boca, prestes a responder, quando uma voz irrompeu do grupo:
— EITA! FINALMENTE!
Os dois se viraram imediatamente, encontrando Mingi e Yunho com expressões exageradas de surpresa e aprovação. Wooyoung sorriu, claramente satisfeito, enquanto escondia o rosto com as mãos, completamente vermelha.
— Eu sabia que vocês iam acabar assim! — gritou San, dando um tapinha nas costas de Wooyoung.
— Eles estavam demorando mais do que o esperado, para ser honesta. — comentou , sorrindo de maneira cúmplice.
— Dá um desconto, foi bonito! — disse , suspirando e apertando a mão de Hongjoong.
Wooyoung levantou as mãos em um gesto dramático, como se estivesse recebendo um prêmio.
— Muito obrigado, muito obrigado! Agradeço o apoio de todos vocês!
— Idiota… — murmurou , ainda escondendo o rosto, mas havia um sorriso tímido em seus lábios.
Mesmo com a atenção momentânea dos amigos, a conexão entre eles não se dissipou. O beijo havia mudado algo, algo que nem os comentários e as brincadeiras dos outros poderiam desfazer.
e Yeosang estavam sentados um pouco afastados do grupo, próximos às tochas que iluminavam a praia. A conversa entre eles tinha fluído de forma leve até ali, mas a tensão que pairava no ar era quase palpável, um contraste com o clima descontraído dos outros amigos.
— Você tem um jeito diferente, sabia? — comentou , apoiando o queixo na mão e olhando diretamente para ele.
— Diferente como? — Yeosang perguntou, um pouco desconfiado, mas sem tirar os olhos dela.
— Quieto, mas não tímido. Você observa tudo, mas nunca parece querer se meter no que acontece. É quase como… — Ela fez uma pausa, tentando encontrar as palavras certas. — Como se você preferisse ser espectador do que protagonista.
Yeosang arqueou uma sobrancelha.
— E isso é ruim?
— Não… — sorriu, inclinando-se um pouco mais para ele. — Só é curioso. Eu acho que você tem muito mais a dizer do que deixa transparecer.
Yeosang desviou o olhar por um momento, pensando naquilo, antes de soltar um riso suave.
— Talvez eu só não tenha encontrado as pessoas certas para ouvir.
piscou, surpresa com a resposta, e um sorriso malicioso apareceu em seus lábios.
— E eu? Eu sou a pessoa certa?
Ele a olhou nos olhos novamente, e dessa vez havia algo diferente em sua expressão, algo mais confiante.
— Você é… barulhenta. — Ele brincou, provocando.
Ela riu, fingindo estar ofendida, mas antes que pudesse responder, Yeosang continuou:
— Mas sim, acho que você pode ser.
sentiu o coração acelerar com a confissão, mesmo que dita de forma sutil. Ela não sabia exatamente o que a impulsionou, mas naquele instante ela tomou uma decisão.
— Então vou te dar mais uma razão para se lembrar de mim.
Antes que Yeosang pudesse reagir, segurou o rosto dele com delicadeza e o beijou. Foi um beijo firme, decidido, mas ao mesmo tempo carregado de ternura. Ele ficou tenso por um breve segundo, mas logo relaxou, correspondendo com a mesma intensidade. Sua mão deslizou para a cintura dela, puxando-a levemente para mais perto, enquanto a outra subiu até a lateral do rosto dela.
O som das ondas e da música ao fundo parecia ter desaparecido para os dois, mas para o resto do grupo, o momento foi um espetáculo inesperado.
— MEU DEUS, EU VI ISSO? — gritou San, interrompendo o silêncio.
e Yeosang se separaram rapidamente, ambos ofegantes e com as bochechas coradas, apenas para perceber que todos os amigos estavam olhando para eles com expressões de choque e surpresa.
— , você tá roubando da e do Wooyoung os melhores momentos da noite! — brincou Mingi, rindo alto.
— Isso sim é que é ir direto ao ponto! — acrescentou Wooyoung, enquanto dava uma cotovelada nele para que ficasse quieto.
— Eu sabia que tinha algo no ar entre vocês dois! — exclamou , claramente empolgada.
Yeosang passou a mão pela nuca, claramente envergonhado, mas não conseguia esconder o pequeno sorriso que surgiu em seus lábios. , por outro lado, ergueu o queixo de forma desafiadora, como se não estivesse nem um pouco arrependida.
— Se era pra ser lembrada, que seja por algo marcante, né? — disse ela, piscando para Yeosang antes de se levantar e voltar para o grupo, deixando-o sentado, ainda processando o que tinha acabado de acontecer.
Os amigos continuaram rindo e brincando, mas o brilho nos olhos de Yeosang não deixou dúvidas de que aquele momento havia sido especial.
O luau se aproximava do fim, com o grupo espalhado pela areia, as risadas diminuindo à medida que o cansaço da noite começava a pesar. As tochas ainda iluminavam a cena, enquanto Jongho dedilhava o violão de forma suave, criando um fundo musical relaxante. Algumas estrelas já haviam desaparecido no céu, anunciando que a madrugada avançava.
e Yunho conversavam baixinho, com os rostos próximos, enquanto estava praticamente aninhada nos braços de Wooyoung, ambos trocando olhares cúmplices. , agora com um ar de desafio ainda mais evidente, sentou-se ao lado de Yeosang novamente, embora ele ainda estivesse visivelmente tímido após o beijo.
observava tudo isso à distância, com um sorriso contido nos lábios, mas a cada vez que seus olhos encontravam Seonghwa, uma tensão surgia no ar. Ele estava sentado mais afastado do grupo, com os cotovelos apoiados nos joelhos, o olhar fixo no horizonte. No entanto, sempre que alguma risada ecoava ou mais um beijo acontecia, os olhares dos dois se cruzavam, como se estivessem compartilhando uma lembrança que nenhum dos dois ousava mencionar.
Era inevitável. Ambos pensavam exatamente na mesma coisa: o momento na cozinha, o beijo quente e impulsivo que ainda queimava na memória de ambos.
, por sua vez, sentiu o rosto corar, e desviou o olhar rapidamente, tentando focar em qualquer coisa além dele. Contudo, não importava quantas vezes ela tentasse, seus olhos sempre acabavam voltando para Seonghwa, como se fossem atraídos por um ímã.
Seonghwa, por outro lado, parecia mais tranquilo, mas internamente travava uma guerra consigo mesmo. Ele queria ir até ela, provocar mais uma vez, ver até onde aquilo os levaria… mas algo o impedia. Talvez o medo de que ela o afastasse de novo, talvez o receio de não conseguir controlar o que sentia.
— Vocês estão muito quietos aí, hein. — Mingi comentou, rompendo o silêncio momentâneo, enquanto olhava de para Seonghwa com uma sobrancelha arqueada.
— Só aproveitando a paz. — respondeu , rápida, com um tom que beirava a impaciência.
Seonghwa apenas deu de ombros, como se concordasse, mas o olhar dele permaneceu fixo nela por mais alguns segundos antes de voltar ao horizonte.
A noite terminou com todos recolhendo suas coisas e caminhando de volta para a casa. e Seonghwa ficaram entre os últimos do grupo, mantendo a distância habitual, mas o silêncio entre eles falava mais alto do que qualquer palavra.
Quando finalmente chegaram à casa, os amigos se despediram com risadas e brincadeiras, cada um seguindo para o seu quarto. subiu as escadas rapidamente, sentindo o coração ainda acelerado, enquanto Seonghwa ficou na sala, observando o grupo dispersar. Ele sabia que não conseguiria dormir tão cedo. Não enquanto a lembrança daquele beijo e o olhar dela naquela noite continuassem a assombrá-lo.
Oitavo Capítulo
Na manhã de segunda-feira, a casa estava mergulhada em um silêncio raro. O sol já havia se erguido, preenchendo os cômodos com uma luz dourada suave. Mingi foi o primeiro a sair do quarto, vestindo uma camiseta amassada e shorts confortáveis, esfregando os olhos enquanto descia as escadas.
Ao entrar na cozinha, ele foi recebido pelo cheiro forte de café recém-preparado. Seonghwa estava lá, de costas para a porta, vestido com uma calça de moletom e uma camiseta preta justa. Ele mexia lentamente o café na caneca, o rosto sereno, mas os olhos fixos no líquido escuro como se estivesse perdido em pensamentos.
— Olha só quem madrugou — comentou Mingi, puxando uma cadeira e se sentando à mesa com um sorriso.
Seonghwa deu um meio sorriso, sem se virar completamente.
— Não consegui dormir muito.
— Algum motivo específico? — Mingi perguntou casualmente, apoiando o queixo nas mãos enquanto o observava.
Seonghwa deu de ombros, levando a caneca aos lábios.
— Nada demais.
Mingi ergueu uma sobrancelha, desconfiado, mas decidiu não insistir. Ele se levantou para pegar algo na geladeira, ainda sem desviar os olhos do amigo.
— Você não é exatamente o tipo que levanta cedo sem um motivo. — Ele pegou uma garrafa de suco e voltou à mesa. — Está fugindo de algo?
Seonghwa finalmente se virou para ele, apoiando-se na bancada. O olhar que lançou a Mingi era firme, mas havia algo nos olhos dele, algo que o amigo reconheceu imediatamente como conflito.
— Estou só tentando organizar algumas coisas na minha cabeça.
Mingi riu baixo, inclinando-se para frente.
— Cara, eu te conheço. Isso tem nome, e começa com “Amé” e termina com “lia”.
Seonghwa soltou uma risada seca, balançando a cabeça.
— Você não perde uma, né?
— Não quando é tão óbvio. — Mingi tomou um gole do suco, observando o amigo com atenção. — Mas, sério, o que está rolando entre vocês?
Seonghwa hesitou, o olhar perdido em algum ponto da cozinha. Ele queria negar, minimizar, mas sabia que Mingi era persistente demais para aceitar respostas vagas.
— Complicado. É só isso que eu posso dizer.
Mingi cruzou os braços e o encarou, divertido.
— Não existe “complicado“. Vocês ou brigam, ou ficam se alfinetando, ou têm aquele olhar estranho como se o mundo ao redor não existisse. Vocês já têm química o suficiente pra explodir essa casa, só falta resolverem isso.
— Não é tão simples assim — Seonghwa rebateu, com um suspiro pesado.
— Nunca é. — Mingi sorriu. — Mas, por experiência própria, o que começa assim tende a acabar… de uma forma interessante.
Seonghwa bufou uma risada, balançando a cabeça antes de tomar mais um gole do café.
— E você? Não parece que anda dormindo muito também.
Mingi deu um sorriso preguiçoso, claramente mudando o foco da conversa.
— É, bom… Algumas estrelas me distraíram ontem à noite.
Seonghwa riu, balançando a cabeça. O clima descontraído voltou à cozinha enquanto eles conversavam sobre as pequenas confusões do grupo, evitando tocar novamente no que era realmente importante.
Mas, mesmo enquanto riam, ambos sabiam que o dia ainda tinha muito reservado.
Aquele dia, uma segunda-feira tranquila, tinha sido estrategicamente deixado livre no cronograma meticuloso de Mingi. Ele sabia que, após tantos momentos intensos e atividades em grupo, todos precisavam de uma pausa para acordar no próprio ritmo e decidir como queriam passar o dia.
Enquanto ele e Seonghwa continuavam na cozinha conversando de forma casual, o próximo a acordar foi Hongjoong. Com o cabelo bagunçado e um olhar ainda meio sonolento, ele surgiu no cômodo usando um moletom largo e chinelos.
— Bom dia, madrugadores — murmurou, pegando uma caneca e servindo-se de café, enquanto Mingi acenava com a cabeça e Seonghwa fazia um som de cumprimento.
Hongjoong se sentou à mesa, tomando um gole de café antes de abrir o celular e começar a rolar a tela distraidamente. Após alguns minutos, ele pareceu ter uma ideia, levantando os olhos para os dois.
— Ei, e se a gente fizesse algo só entre os caras hoje? — sugeriu, apoiando o cotovelo na mesa.
Mingi arqueou uma sobrancelha, curioso.
— Tipo o quê?
— Ainda não sei exatamente, mas tem várias coisas que podemos explorar por aqui. Talvez alugar jet skis, ir pescar… ou até algo mais simples, como um passeio de barco. — Ele olhou para Seonghwa, que ainda estava encostado na bancada, com a caneca de café em mãos. — O que acham?
Seonghwa deu de ombros, mas parecia interessado.
— Pode ser uma boa. Dá um tempo pra galera espairecer, e as meninas podem aproveitar para fazer o que quiserem sem a gente por perto.
Mingi sorriu, animado com a ideia.
— Beleza, vamos dar uma olhada nas opções.
Hongjoong já estava no celular, pesquisando lugares nas proximidades que oferecessem atividades para grupos. Ele se inclinava na mesa, mostrando algumas possibilidades para Mingi enquanto discutiam sobre o que seria mais divertido.
— Que tal alugarmos jet skis e darmos uma volta pela costa? — sugeriu Hongjoong, empolgado.
— Ou talvez algo mais tranquilo, como uma pescaria. O que acha, Seonghwa? — Mingi perguntou, jogando a bola para ele.
— Jet skis soam mais divertidos — respondeu Seonghwa, com um leve sorriso.
Os três começaram a planejar a atividade, animados com a ideia de passarem um tempo juntos e experimentarem algo novo. A empolgação deles era contagiante, e logo decidiram que o melhor seria compartilhar o plano com os outros assim que acordassem. Afinal, nada como um dia livre para fortalecer as amizades e criar novas memórias.
Enquanto os meninos ainda discutiam as opções para o dia, apareceu na cozinha, a primeira das garotas a acordar. Seus passos eram preguiçosos, e ela usava um short de algodão e uma camiseta folgada, com o cabelo preso de qualquer jeito. Ao entrar no ambiente, parou no batente da porta e observou os três em volta da mesa, como se já estivessem conspirando algo.
— Vocês tão aprontando o quê tão cedo? — perguntou, a voz levemente rouca pelo sono, enquanto se dirigia à bancada para pegar uma caneca.
Hongjoong foi o primeiro a responder, sorrindo.
— Planejando o dia. Estamos pensando em fazer algo só entre os meninos.
Ela arqueou uma sobrancelha, servindo-se de café.
— Algo só entre vocês? Tipo um clube do bolinha?
Mingi riu.
— Algo assim. Vocês podem aproveitar o dia pra fazer o que quiserem também.
Seonghwa, que estava silenciosamente encostado na bancada com sua própria caneca de café, observou com a mesma expressão neutra de sempre. Mas ela percebeu o olhar dele. Não que fosse novidade; ela sempre percebia.
— Certo — ela disse, apoiando-se na bancada e tomando um gole do café quente. — Mas espero que não se metam em encrenca. Principalmente você, Mingi.
— Por que eu? — ele perguntou, ofendido de brincadeira.
— Porque você é o organizador-mor das confusões, e todo mundo sabe disso. — Ela piscou, antes de voltar sua atenção para Seonghwa. — E você, vai liderar o clube do silêncio?
Ele ergueu as sobrancelhas, ligeiramente surpreso com a provocação matinal. Mas, ao invés de morder a isca, deu um meio sorriso.
— Só se você liderar o clube das implicâncias — devolveu.
bufou, mas não conseguiu conter um sorriso discreto. Eles tinham evitado se olhar diretamente no dia anterior, mas algo na naturalidade daquele momento tornava as coisas menos tensas, mesmo que só um pouco.
— Bom, divirtam-se — ela disse, afastando-se com a caneca de café nas mãos. — Eu vou ver se as outras garotas já acordaram.
Ela saiu da cozinha com passos preguiçosos, deixando os meninos continuarem com seus planos. Mas Seonghwa a acompanhou com os olhos até ela desaparecer, uma expressão pensativa surgindo em seu rosto por um instante.
🌟🌟🌟🌟
caminhou até o corredor, parando em frente à porta do quarto de e . Com a mão ocupada pela caneca de café, bateu levemente na porta com os nós dos dedos.
— Ei, vocês estão vivas? — chamou, com a voz levemente arrastada.
Houve um murmúrio abafado vindo lá de dentro, seguido por passos lentos. abriu a porta, os olhos ainda semicerrados de sono, os cabelos um tanto bagunçados. Ela usava um conjunto confortável de pijama e segurava um travesseiro contra o peito.
— ? O que foi? — perguntou, a voz carregada de sonolência.
ergueu a caneca, sorrindo de leve.
— Nada demais. Só vim saber se vocês pretendem acordar ou se vão passar o dia hibernando.
soltou um suspiro preguiçoso, esfregando os olhos.
— Que horas são?
— Quase nove.
— Ah, ainda é cedo. — deu um passo para trás, abrindo mais a porta. — Entra aí. ainda tá na cama.
entrou no quarto, onde encontrou totalmente enrolada no cobertor, apenas o topo de sua cabeça visível. Ela estava deitada de lado, claramente sem intenção de se levantar tão cedo.
— , a humanidade precisa de você — brincou , sentando-se na beirada da cama.
— Não hoje… — veio a voz abafada de , que se escondeu ainda mais no cobertor.
riu e tomou mais um gole do café.
— Vocês sabem que os meninos estão planejando um “programa só dos garotos”, né?
, que agora estava sentada na cama oposta, franziu o cenho.
— Programa só deles? Tipo o quê?
— Ainda não sei. Estavam discutindo isso quando cheguei na cozinha. Parece que o Mingi queria deixar o dia livre pra todo mundo.
finalmente se mexeu, jogando o cobertor para o lado e revelando seu rosto sonolento.
— Dia livre, né? Isso significa que podemos fazer um programa só das meninas.
arqueou as sobrancelhas, considerando a ideia.
— Pode ser. Se conseguirmos acordar todo mundo antes do almoço.
— Eu topo — disse , animando-se um pouco. — Mas nada que envolva acordar a agora. Ela vai morder alguém.
As três riram, e se espreguiçou antes de sair da cama, finalmente convencida a começar o dia.
— Ok, então. Vamos ver quem mais já tá de pé e pensar em algo legal. — levantou-se, observando as amigas. — Mas primeiro, café.
e concordaram, ainda com passos lentos e gestos preguiçosos, enquanto as três saíam do quarto, prontas para juntar o resto das garotas e traçar seus próprios planos para o dia.
As três saíram do quarto com passos lentos, ainda se acostumando com o ritmo do dia. Assim que chegaram ao corredor, encontraram saindo do banheiro, enrolada em uma toalha, com os cabelos molhados.
— Bom dia, dorminhoca — provocou , erguendo a caneca como cumprimento.
— Bom dia pra quem? — respondeu com uma expressão de falsa indignação, antes de rir. — Já tem gente acordada além de vocês?
— Só os meninos. Estão tramando algum programa de “clube do Bolinha” — disse , cruzando os braços. — Decidimos fazer o nosso plano também.
— Programa só de meninas, então? Tô dentro. — sorriu, ajustando a toalha ao redor do corpo. — Me dá dez minutos e tô pronta.
— Vamos para o meu quarto enquanto isso. — já estava se dirigindo para a porta de seu quarto.
— E a e a ? — perguntou , hesitando por um momento.
— Deixem elas lá. Uma tá dormindo como uma pedra, e a outra não vai querer planejar nada antes de tomar café. Melhor a gente resolver logo o que quer fazer.
As outras concordaram, e abriu a porta de seu quarto, entrando com e a seguindo. O quarto de e era o mais organizado entre os grupos, com camas arrumadas e uma decoração sutil que mostrava o toque das duas.
— E onde tá a ? — perguntou , já voltando do banheiro com roupas leves, os cabelos ainda úmidos.
— Deve estar na cozinha, se derretendo pelo casal e Hongjoong. — rolou os olhos, divertida, enquanto as outras riam. — Mas vamos focar. O que vamos fazer hoje?
sentou-se em uma das camas e puxou o celular.
— Praia de novo? Ou a gente podia explorar algum lugar por aqui. Não conhecemos tudo ainda.
— Podíamos fazer algo mais relax hoje, tipo spa caseiro, ou até uma tarde de compras na cidade — sugeriu , se jogando na cama de .
pegou o celular para buscar ideias.
— Eu vi que tem umas trilhas menores por aqui, nada tão intenso quanto a de ontem. E também uns cafés e lojinhas de artesanato.
, sentada no canto da cama, olhou para as amigas.
— Ok, mas e aí? Qual é o clima que vocês querem? Algo calmo ou mais agitado?
As quatro começaram a discutir, rindo e jogando ideias no ar, até que finalmente concordaram em um plano que equilibrasse diversão e relaxamento, ansiosas para aproveitar o dia juntas enquanto deixavam e seguirem o próprio ritmo.
As quatro garotas seguiram juntas até a cozinha, conversando animadamente sobre o plano do dia. Ao chegarem, encontraram sentada ao lado de Hongjoong na bancada, rindo de algo que ele tinha acabado de dizer. estava próxima, claramente encantada com o casal, enquanto Seonghwa tomava outro café, encostado na pia, com uma expressão neutra.
🌟🌟🌟🌟
As garotas seguiram para a cozinha, conversando animadamente sobre os planos para o dia. Ao chegarem, encontraram sentada ao lado de Hongjoong, ambos rindo baixinho de algo. estava encostada no balcão, distraída olhando o celular, enquanto Seonghwa tomava café em silêncio, encostado na pia, observando a cena como se estivesse alheio a tudo.
— ! ! — chamou , atraindo a atenção das duas. — Viemos resgatar vocês desse ambiente carregado de testosterona e convidá-las para algo mais civilizado.
arqueou uma sobrancelha, enquanto levantava o olhar curiosa.
— O que vocês decidiram? — perguntou , guardando o celular no bolso.
— A gente pensou em passar a tarde juntas — explicou . — Vamos dar uma volta pelas lojinhas, tomar um café e relaxar. Só coisas leves e divertidas.
sorriu.
— Parece perfeito! Estou dentro.
— Isa, e você? — perguntou . — Vem com a gente?
hesitou, olhando de para os meninos.
— Hum, acho que vou…
— Deixar os meninos por um tempo não vai te matar, Isa — brincou , interrompendo. — Até porque não acho que eles vão morrer sem você.
— Cuidado, , ou vamos achar que você está preocupada em ser deixada de lado e trocada por nós — provocou Seonghwa, erguendo uma sobrancelha e tomando mais um gole de café.
riu, cruzando os braços.
— Ah, por favor, Seonghwa. Sua capacidade de me afetar está abaixo de zero.
trocou um olhar com , ambas tentando conter a risada. , percebendo o tom no ar, interveio:
— Tá, antes que vocês dois comecem mais uma das suas briguinhas épicas… Isa, vem com a gente, vai ser divertido.
— Tá bom, tá bom. Eu vou — cedeu , rindo.
Hongjoong fez uma expressão dramática, olhando para .
— E eu? Você vai me abandonar assim?
— Você vai sobreviver, oppa. Passa um tempo com seus amigos, vai fazer bem pra você — respondeu , dando uma piscadela.
— Espero que vocês saibam o que estão fazendo, deixando esses aí soltos — disse , olhando de Hongjoong para Seonghwa, que sorriu levemente.
— Não se preocupe com a gente. Temos mais o que fazer do que pensar em você, — retrucou Seonghwa, sem perder o tom.
— Ainda bem, porque seria uma perda de tempo preciosa — ela devolveu, piscando para ele antes de se virar para as amigas. — Vamos, meninas. vai se trocar, e a gente organiza tudo no caminho.
Elas saíram da cozinha, rindo e comentando o clima carregado de implicância entre e Seonghwa. Ao voltarem para o corredor, não resistiu:
— Eu só queria dizer que vocês dois têm uma energia intensa.
— Energia intensa? — repetiu , fingindo indignação. — Ele só me dá motivos para revidar.
— Claro, claro — provocou . — Vamos ver até onde isso vai.
Yeosang apareceu na cozinha com passos lentos e ainda sonolento, esfregando os olhos. Ele usava uma camiseta larga e shorts, o cabelo desgrenhado indicando que tinha acabado de sair da cama.
— Bom dia — murmurou, pegando um copo de água antes de notar que Hongjoong, Mingi e Seonghwa estavam sentados, comendo torradas.
— Finalmente, bela adormecida! — brincou Mingi, rindo. — Você perdeu a reunião matinal.
Yeosang olhou confuso, franzindo a testa.
— Reunião matinal?
Hongjoong riu, balançando a cabeça.
— Não é nada formal. Só decidimos que hoje vamos fazer algo só entre os meninos.
— Um dia de liberdade! — acrescentou Seonghwa, erguendo a caneca de café.
Yeosang olhou para eles por um momento e deu de ombros, concordando.
— Parece bom. O que vamos fazer?
— Ainda estamos decidindo, mas pensei em talvez ir ao centro da cidade para experimentar aquele famoso sorvete e depois algo ao ar livre — explicou Hongjoong.
— Desde que não envolva Mingi tentando escalar outra pedra perigosa, estou dentro — disse Yeosang, com um pequeno sorriso.
— Ei! Aquela pedra não era perigosa. Era… emocionante! — rebateu Mingi, indignado, enquanto os outros riam.
Enquanto isso, as garotas subiram para o quarto onde e ainda dormiam profundamente. abriu a porta com cuidado, mas assim que entrou, lançou um olhar conspiratório para as outras.
— Acordar com gentileza ou causar o caos? — sussurrou , rindo.
— Vamos ser boazinhas. Por enquanto — respondeu , puxando a cortina para deixar a luz entrar.
— Bom dia, dorminhocas! — disse , em tom animado.
murmurou algo incompreensível e virou para o outro lado, enquanto apenas puxou o travesseiro para cobrir o rosto.
— Não adianta se esconder, . Temos planos e vocês estão incluídas — declarou , sentando na beira da cama de .
— Que planos? — perguntou , ainda grogue.
— Dia de garotas. Lojinhas, café e muita fofoca — explicou , com um sorriso.
— E claro, vocês não podem recusar — completou .
— Parece divertido — respondeu , finalmente levantando o travesseiro e piscando para se acostumar com a luz.
— Então, vamos nos arrumar e sair logo — incentivou , já sentando na cama e passando a mão pelo cabelo bagunçado.
Enquanto as meninas estavam no quarto de decidindo os detalhes do passeio, os garotos começaram a se levantar. Yunho foi o próximo a aparecer na cozinha, já animado e perguntando o que estava planejado.
— Finalmente, o time está quase completo — comentou Mingi.
Logo depois, San e Jongho chegaram juntos, ambos com expressões sonolentas, mas interessados na ideia do programa masculino.
— Hongjoong, espero que isso envolva comida boa, porque acordei com fome — declarou San, esticando os braços em um alongamento exagerado.
— Relaxa, vai ter comida. Vou cuidar disso — garantiu Mingi.
Com todos reunidos, o grupo masculino começou a discutir ideias para o dia, enquanto na outra ponta da casa, as meninas se preparavam para o próprio programa. A casa já começava a se encher de risos e vozes animadas, antecipando um dia cheio de aventuras e momentos inesquecíveis.
🌟🌟🌟🌟
O grupo de garotas estava reunido na sala, prontas para sair. Cada uma estava com roupas leves e confortáveis, combinando com o clima quente. A animação era palpável enquanto discutiam os últimos detalhes do passeio.
, ao ver Yunho encostado no batente da porta, se aproximou. Ele tinha um sorriso tranquilo no rosto, mas seus olhos deixavam claro que estava prestando atenção nela.
— Não vá gastar toda a sua energia, hein? — ele disse, brincando, mas com um tom carinhoso.
— Não se preocupe. E você, trate de se comportar com os meninos — respondeu , sorrindo. Antes de sair, ela lhe deu um abraço rápido, mas cheio de afeto, seguido de um selinho nos lábios.
Do outro lado da sala, caminhava até Hongjoong, que mexia no celular. Quando percebeu a aproximação dela, ele guardou o aparelho e sorriu.
— Então, vai ser um dia só das garotas? — ele perguntou, erguendo uma sobrancelha.
— Isso mesmo. E você, já decidiu o que vai fazer com os meninos? — ela respondeu, ajeitando a bolsa no ombro.
— Algo tranquilo… ou talvez um pouco caótico, depende do Mingi — brincou Hongjoong. Depois, com um tom mais sério, acrescentou: — Divirta-se, tá?
sorriu, ligeiramente tímida, e respondeu:
— Você também.
encontrou Wooyoung na cozinha, terminando de beber um copo d’água. Quando ele a viu, abriu um sorriso cheio de charme.
— Então você vai me abandonar o dia inteiro? — perguntou, fingindo estar ofendido.
— É só um dia, não exagera — respondeu ela, rindo.
— Tudo bem, mas à noite quero compensação — ele disse, abaixando o tom da voz com um sorriso sugestivo.
— A gente vê isso depois — respondeu , tentando esconder o sorriso enquanto dava um leve empurrão no ombro dele antes de sair.
estava colocando os últimos itens na bolsa quando viu Yeosang encostado na parede, a observando de longe. Ela caminhou até ele com um sorriso brincalhão.
— Não vai nem dar um tchau direito? — provocou, parando bem perto dele.
— Achei que você fosse fugir antes disso — ele respondeu, a voz calma, mas com um leve sorriso nos lábios.
— Fugir não faz meu estilo — disse ela. Então, antes de sair, deu um beijo rápido na bochecha dele, deixando Yeosang visivelmente surpreso e um pouco sem reação.
estava ajustando o chapéu quando percebeu Seonghwa sentado no sofá, olhando para ela com um sorrisinho sarcástico.
— Não esquece o mapa, princesa. Vai que você se perde no caminho — provocou ele.
— Preocupe-se com o seu dia, Seonghwa. E tenta não fazer nenhuma burrada, tá? — ela respondeu, jogando um olhar afiado em sua direção.
— Difícil, já que não vou estar por perto para salvar vocês — rebateu ele, cruzando os braços.
Mingi, que estava na cozinha, riu e interrompeu:
— Chega, vocês dois. Juízo, por favor!
Depois, ele se aproximou de , que estava ajudando com a bolsa.
— Se precisar de qualquer coisa, me liga, tá? — disse ele, sério, mas com um sorriso caloroso.
olhou para ele com uma mistura de surpresa e afeto.
— Pode deixar, chefe.
Os outros garotos, que estavam ouvindo, começaram a rir e a provocá-los.
— Olha só, o Mingi todo preocupado — brincou Yunho.
— Será que ele tá interessado? — provocou Wooyoung, rindo.
Mingi apenas balançou a cabeça, tentando disfarçar o leve constrangimento, enquanto sorria de lado, claramente achando graça da situação.
Com todas prontas, as garotas finalmente saíram pela porta, deixando os meninos na sala. Enquanto atravessavam o quintal, olhou para trás e gritou:
— Tentem não destruir a casa, hein!
Os garotos riram, e Mingi respondeu em tom de brincadeira:
— Vocês também, juízo!
Assim, as garotas partiram, já discutindo animadamente o que fariam, enquanto os meninos voltavam para a cozinha, se preparando para o dia deles.
Depois que as garotas saíram, os meninos foram se reunindo na sala. Mingi, Seonghwa, Yunho, Hongjoong, Wooyoung, Jongho, Yeosang e San estavam acomodados no sofá ou nas cadeiras, conversando animadamente.
— Certo, agora que estamos só nós, o que vamos fazer? — perguntou Wooyoung, recostando-se no sofá com um sorriso despreocupado.
— Algo que aproveite o dia e a água, já que estamos perto da praia — sugeriu Yunho.
— Passeio de barco? — arriscou Jongho, animado. — Ou andar de jet ski?
— Gostei das ideias — disse San, concordando com a cabeça. — Podíamos fazer os dois.
Hongjoong, que estava pesquisando no celular, levantou o olhar.
— Tem uma marina aqui perto que oferece passeios de barco e aluga jet skis. Parece perfeito.
— Fechado então? Passeio de barco e jet ski? — perguntou Yeosang, olhando para os outros.
Todos concordaram com acenos e palavras animadas.
— Antes disso, precisamos almoçar. Mingi, você que sempre tem um plano, já escolheu onde vamos comer? — provocou Yunho, olhando para o amigo que se recostava no sofá com um sorriso tranquilo.
Mingi balançou a cabeça e deu de ombros.
— Na verdade, não pensei nisso…
O silêncio que se seguiu foi interrompido por risadas.
— Espera aí, você não se preparou? Logo você? — riu Jongho, fingindo um olhar incrédulo.
— É, Mingi, tá tudo bem? Isso não parece seu estilo — acrescentou Wooyoung, com um tom teatral de preocupação.
— Eu diria que ele está apaixonado — disse San, lançando um olhar sugestivo.
— Ah, claro — Seonghwa entrou na brincadeira, com o típico tom irônico. — Isso explica por que você esqueceu o básico.
— Certo, certo, muito engraçado vocês — rebateu Mingi, cruzando os braços, mas sem conseguir esconder o sorriso. — Então, Seonghwa, se você é tão organizado, sugira algo…
Seonghwa se ajeitou na cadeira e respondeu com a serenidade que só ele conseguia manter.
— Tem um restaurante de frutos do mar na beira da praia que parece bom. Vi na última vez que fomos caminhar.
— Claro que você já tinha tudo planejado — brincou Wooyoung, com um sorriso travesso.
— Alguém tem que ser o organizado aqui, né? — retrucou Seonghwa, com um sorrisinho irônico que arrancou mais gargalhadas do grupo.
— Tá vendo, Mingi? Até o Seonghwa, que você diz ser sempre sério, está à sua frente — provocou Hongjoong.
— Tudo bem, tudo bem, podem rir à vontade — respondeu Mingi, levantando as mãos em rendição, mas com uma expressão divertida.
Com a decisão tomada, eles foram se arrumar, ainda trocando piadas e brincadeiras enquanto saíam para os carros. O clima leve e descontraído entre eles mostrava a amizade forte que os unia, tornando até os momentos simples em lembranças especiais.
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As garotas aproveitaram a manhã explorando lojinhas locais, repletas de itens artesanais e lembrancinhas charmosas. se encantou com colares feitos de conchas, enquanto negociava com habilidade o preço de uma pulseira de couro para . experimentava chapéus de praia, arrancando risadas das amigas com suas poses exageradas, e encontrou um caderno artesanal que parecia feito sob medida para suas anotações.
Quando o sol começou a ficar mais forte, decidiram parar em um restaurante aconchegante de comida caseira. Escolheram uma mesa próxima a uma grande janela com vista para o mar, e logo as bebidas refrescantes e os pratos começaram a chegar.
— Certo, vamos ao que interessa — começou , com um sorriso travesso. — , agora que você e Wooyoung finalmente deram o primeiro beijo, o que vem depois?
corou, mas tentou disfarçar com uma risada nervosa.
— Não tem “depois”, gente. Foi só um beijo.
— Ah, claro — ironizou , arqueando as sobrancelhas. — E ele foi só pegar uma bebida quando disse que “não aguentava mais ficar longe de você”?
— Não é assim! — respondeu, rindo, mas não conseguiu conter o sorriso que escapou.
— Eu shippo, é oficial — declarou , erguendo o copo como se brindasse.
— Falando em shippar… E você, ? O que foi aquele beijo com o Yeosang ontem? — provocou , aproveitando a deixa.
, que estava prestes a morder um pedaço de pão, parou no meio do movimento e suspirou.
— Ok, foi impulsivo. Não sei no que vai dar, mas ele é… diferente.
— Diferente como? Fofo? Misterioso? Ou os dois? — perguntou , curiosa.
— Fofo e misterioso, acho — respondeu , rindo. — Mas vamos com calma, ok?
, que até então estava em silêncio, se viu no centro das atenções quando lançou um olhar suspeito em sua direção.
— , e você? Desde aquele dueto com o Jongho ontem, ele não tira os olhos de você. Vai dizer que não percebeu?
— Não tem nada disso! — protestou , claramente desconcertada.
— Tem, sim — insistiu , piscando para as outras. — Você ficou vermelha só de a gente mencionar.
— Vocês estão imaginando coisas. Ele é só um amigo — afirmou , mas seu tom hesitante entregava mais do que ela queria admitir.
, vendo que a conversa mudava de foco, tentou escapar silenciosamente para o banheiro, mas foi interrompida por .
— Ei, , nem tente fugir. Você e o San são só amigos também, é isso?
— Exatamente isso. Só amigos — respondeu , categórica, mas evitando os olhares das outras.
— Hum, claro. Amizade que envolve ele te provocando o tempo todo? — provocou .
revirou os olhos, mas não pôde conter um sorriso pequeno.
— Vocês leem demais nas coisas.
— E por falar em provocações… , você e Seonghwa ontem foram um espetáculo à parte — soltou , com um tom inocente, mas um sorriso malicioso.
— Eu e ele? Sem chance. Ele me tira do sério — respondeu , cruzando os braços.
— É, e você também tira ele do sério — rebateu . — Dá para sentir a eletricidade no ar quando vocês estão no mesmo cômodo.
revirou os olhos, mas as bochechas levemente coradas a entregaram.
O almoço seguiu com risadas, provocações e planos para o restante do dia, enquanto o grupo aproveitava a liberdade daquele dia tranquilo para se divertir sem pressa.
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Os garotos saíram do restaurante animados, discutindo qual seria o próximo passo. Yunho liderava o grupo com passos largos, enquanto Wooyoung tentava convencê-los a escolher o jet ski antes do passeio de barco.
— Sério, pessoal, andar de jet ski é muito mais emocionante do que ficar sentado em um barco — argumentava ele, gesticulando exageradamente.
— Claro, porque você vai querer tirar várias fotos para o Instagram, né? — provocou Yeosang, ganhando risadas do grupo.
— E quem não quer? — Wooyoung respondeu com um sorriso descarado.
Seonghwa, sempre mais ponderado, interveio.
— Que tal fazermos os dois? Começamos com o passeio de barco, e depois quem quiser se arriscar no jet ski pode ir. Assim todo mundo fica feliz.
— Olha só, o diplomata do grupo — brincou Mingi, dando um leve tapa nas costas de Seonghwa.
Hongjoong, que estava mais focado no passeio em si, concordou.
— Faz sentido. O passeio de barco vai ser mais tranquilo, e aí a gente esquenta com os jet skis.
Com a decisão tomada, seguiram para o píer, onde alugaram um barco para explorar a costa. O clima estava perfeito, com o sol brilhando no céu azul e uma brisa refrescante. Enquanto o barco deslizava pela água cristalina, eles se espalharam em diferentes partes do convés.
Yeosang e Jongho se posicionaram na frente do barco, conversando enquanto observavam o horizonte. Mingi e Yunho estavam na lateral, rindo e tirando selfies, enquanto Hongjoong e Seonghwa olhavam um mapa para identificar pontos interessantes ao longo do percurso.
— Sabe o que seria legal? Encontrar uma enseada escondida para mergulhar — sugeriu Hongjoong, apontando para um ponto no mapa.
— Boa ideia. A gente pode parar ali e aproveitar a água antes de continuar — concordou Seonghwa.
Enquanto isso, Wooyoung estava encostado na grade, observando o mar com um sorriso tranquilo, até que Mingi se aproximou e o provocou:
— Tá pensando na , não tá?
Wooyoung riu, mas não negou.
— Talvez.
— É isso aí, meu amigo. Você está ferrado. — Mingi deu uma risada alta, e Wooyoung apenas balançou a cabeça, divertido.
Depois de cerca de uma hora de passeio, o barco parou em uma enseada cercada por rochas e árvores. Eles desceram para nadar e aproveitaram a tranquilidade do lugar.
— Essa água está perfeita! — exclamou Yunho, mergulhando com entusiasmo.
Jongho, mais reservado, preferiu ficar na borda, observando enquanto os outros se divertiam.
— Não vai entrar? — perguntou Yeosang, já de volta à água.
— Daqui a pouco. Estou curtindo a vista — respondeu Jongho, com um sorriso discreto.
Após um tempo na enseada, voltaram para o barco e concluíram o passeio. Assim que retornaram ao píer, seguiram direto para a área de aluguel de jet skis.
Wooyoung foi o primeiro a subir em um, seguido por Yunho e Mingi. Eles competiam para ver quem conseguia fazer as curvas mais ousadas, enquanto Yeosang e Jongho optaram por uma abordagem mais cautelosa.
Hongjoong e Seonghwa ficaram observando por um tempo, rindo das manobras dos amigos antes de também se aventurarem.
— Isso é mais divertido do que eu pensei que seria — admitiu Seonghwa, acelerando pela água.
— Eu disse que ia valer a pena — respondeu Hongjoong, desviando habilmente de uma onda.
Quando o sol começou a se pôr, decidiram encerrar o dia. Reunidos novamente no píer, trocaram histórias sobre as melhores partes do passeio, enquanto planejavam o que fariam à noite.
— Foi um dia incrível. Acho que merecemos algo especial para fechar com chave de ouro — disse Yunho, já imaginando um jantar ou uma reunião descontraída em casa.
— Concordo. Mas antes, precisamos contar para as garotas sobre o dia épico que tivemos — brincou Wooyoung, recebendo risadas dos amigos enquanto caminhavam de volta para os carros.
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Os garotos chegaram em casa carregados de energia depois de um dia repleto de aventuras. Mingi abriu a porta, e o som alto de risadas e música os recebeu imediatamente.
— Parece que alguém está se divertindo sem a gente — comentou Yunho, arqueando as sobrancelhas.
Na sala, a televisão exibia clipes musicais enquanto as garotas cantavam e dançavam despreocupadamente. e estavam no sofá, improvisando passos de dança ao som da música. e riam enquanto fazia um show particular com uma colher de pau como microfone. e estavam mais afastadas, mexendo em seus celulares, mas de vez em quando cantarolavam os refrões.
— Não sabia que tinha um show programado pra hoje — brincou Hongjoong, chamando a atenção delas.
— Olha só quem chegou! — disse , parando de dançar e indo até ele com um sorriso.
cruzou os braços, olhando para o grupo de rapazes.
— E aí? Foi divertido o dia de “irmandade masculina”?
— E vocês? Deram conta de se divertir sem a gente? — retrucou Seonghwa com um sorriso de canto, recebendo um olhar afiado de .
— Mais do que vocês conseguem imaginar, querido — respondeu ela, piscando com falsa doçura, o que arrancou risadas do resto das garotas.
Enquanto a interação acontecia, o cheiro vindo da cozinha começou a atrair a atenção dos rapazes.
— Espera… Vocês estão cozinhando? — perguntou Wooyoung, indo até a cozinha onde mexia uma panela com concentração.
— Não, estamos ensaiando para o “MasterChef”. O que você acha? — respondeu com ironia, mas um sorriso brincava em seus lábios.
apareceu ao lado dela, carregando uma travessa para a mesa.
— Resolvemos fazer o jantar. Surpresa!
— Pelo jeito, a gente chegou na hora certa — comentou Jongho, olhando para o que parecia ser um banquete em progresso.
— Na verdade, vocês chegaram na hora de ajudar! — disse , apontando para a pilha de pratos limpos que precisavam ser colocados na mesa.
Mingi, sempre disposto, levantou as mãos.
— Estou dentro! Mas só se tiver algo doce no final.
— Claro, Mingi, a sobremesa já está no forno — respondeu , dando um tapinha em seu ombro enquanto ria.
Os rapazes começaram a ajudar, colocando a mesa e cuidando dos detalhes, enquanto o som da TV continuava preenchendo o ambiente.
— Alguém diminui o som, por favor? — pediu Seonghwa, passando por na sala.
— Só se você pedir com educação — provocou ela, levantando uma sobrancelha.
Seonghwa suspirou dramaticamente, mas cedeu.
— , por favor, diminua o som.
Ela deu de ombros, caminhando até o controle remoto.
— Tá vendo? Não foi tão difícil.
— Vocês dois são um reality show à parte — comentou Yeosang, arrancando risadas de todos.
Com o clima leve e descontraído, o jantar foi finalmente servido. As garotas contaram sobre suas compras e as risadas que compartilharam, enquanto os rapazes descreviam suas aventuras no jet ski e no barco. A casa estava cheia de vida, e o fim do dia parecia perfeito para celebrar os momentos juntos.
Nono Capítulo:
Depois do jantar e de uma força-tarefa para lavar a louça — com Wooyoung e Yunho, como sempre, tentando escapar da tarefa —, todos se dirigiram para a ampla varanda da casa. Mingi e Hongjoong haviam trazido algumas bebidas, enquanto e trouxeram a sobremesa recém-saída do forno: brownies ainda quentes acompanhados de sorvete.
As luzes na varanda davam um clima acolhedor, com a brisa fresca da noite soprando suavemente. Eles se acomodaram em almofadas, cadeiras e bancos, formando uma roda descontraída. A conversa fluía fácil entre risadas e provocações, e Mingi foi o primeiro a puxar o assunto.
— Então, querem saber como foi o “dia dos meninos”?
— O mínimo que vocês podem fazer é contar — respondeu , ajeitando-se no banco ao lado de Seonghwa, que revirou os olhos, mas ficou quieto.
— Foi incrível — começou Yunho, animado, pegando uma colherada do sorvete. — A gente começou alugando um barco e, sério, valeu muito a pena!
— O mar estava perfeito — acrescentou Yeosang, com um sorriso leve. — A água estava azul como nos filmes, sem uma onda forte sequer.
— Tiramos umas fotos incríveis também — completou Hongjoong, puxando o celular para mostrar algumas imagens do barco com os meninos fazendo poses descontraídas, cabelos bagunçados pelo vento.
— Vocês tiraram fotos e não mandaram pra gente? — perguntou, indignada, olhando diretamente para Hongjoong.
— Eram fotos exclusivas — brincou ele, piscando para ela, o que fez a garota rir.
— E o jet ski? Contem logo! — apressou , curiosa.
— Ah, isso foi a melhor parte — disse Wooyoung, lançando um olhar divertido para Yeosang. — Porque, veja bem, o nosso calmo e sempre sereno Yeosang virou um piloto de corrida.
Todos viraram o rosto para Yeosang, que apenas riu baixo, tentando manter o ar tranquilo.
— Eu só aproveitei o momento.
— “Aproveitei o momento” nada! — Jongho entrou na conversa. — Ele quase fez a gente capotar. Yunho e eu estávamos atrás e só dava pra ouvir os gritos do Hongjoong.
— Eu não estava gritando! — defendeu-se Hongjoong, indignado, mas os outros riram.
— Estava sim! — Mingi confirmou, divertido. — Hongjoong gritou como se a vida dele dependesse daquilo.
— Inacreditável! — riu, imaginando a cena. — Isso merecia um vídeo, sério.
— Não se preocupem, eu filmei — revelou Seonghwa, levantando o celular como um troféu, arrancando um coro de risadas do grupo.
— Ah, claro que você filmou, Seonghwa — provocou , inclinando-se em direção a ele. — Sempre pronto para documentar os momentos embaraçosos dos outros.
— Tenho que manter a memória viva, não acha? — respondeu ele, com um sorriso irônico, recebendo um olhar afiado dela em troca.
— E você, Wooyoung? — perguntou , olhando para ele com curiosidade. — Aposto que fez alguma loucura também.
Wooyoung sorriu, autoconfiante.
— Claro! Fui o único a conseguir ficar em pé no jet ski. Mingi quase caiu umas três vezes tentando me copiar.
— Não é verdade! — Mingi protestou, rindo. — Só fui menos exibido que você.
— Exibido mesmo — murmurou , dando uma risadinha e olhando para Wooyoung, que lançou uma piscadela exagerada na direção dela.
— Resumo: vocês agiram como crianças em um parque de diversões — concluiu , entre risos, enquanto cortava outro pedaço do brownie.
— E adoramos cada segundo — completou Yunho, encostando-se mais confortavelmente.
A conversa seguiu animada enquanto os meninos continuavam contando sobre o passeio, entre histórias engraçadas e provocações. As garotas, por sua vez, contavam pequenos detalhes das compras e dos momentos divertidos que haviam compartilhado durante a tarde.
A noite na varanda era leve e cheia de alegria, o tipo de momento que eles sabiam que ficaria guardado na memória. Com sobremesa em mãos e o som do mar ao fundo, a amizade entre eles parecia ainda mais forte sob o céu estrelado.
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Conforme a noite avançava, a varanda começou a ficar silenciosa aos poucos. O cansaço do dia cheio e o leve efeito das bebidas foram levando os amigos a se dispersar. Primeiro, Seonghwa foi o que se levantou, alegando que precisava acordar cedo para mais um café preto.
— Não exagerem na bebida, crianças — ele provocou, lançando um olhar direto para Jongho e , que ficaram sentados lado a lado.
— Sim, pai! — Wooyoung zombou, arrastando para dentro enquanto ela ria.
— Boa noite, pessoal — murmurou Yunho, indo atrás dos outros junto com , Yeosang e . e Hongjoong também foram, despedindo-se dos dois últimos na varanda com acenos preguiçosos.
— Vocês vão ficar aí até que horas? — perguntou Mingi, parando à porta e apontando para eles.
— Até o sono bater — respondeu , dando de ombros e tomando mais um gole do drink que estava quase no fim.
— Não vão cair da varanda, hein — ele brincou, piscando antes de desaparecer para dentro.
Agora, a varanda estava quase completamente silenciosa, iluminada apenas pelas luzes amareladas e pela lua alta no céu. O som distante do mar se misturava ao leve sussurrar do vento. e Jongho ficaram ali, sentados próximos um do outro, as pernas esticadas no chão, os copos vazios ao lado deles.
— Acho que passamos um pouco do ponto… — comentou , rindo baixinho, as bochechas rosadas pela bebida e pelo calor do momento.
Jongho concordou, rindo junto, a voz mais arrastada que o normal.
— É, talvez só um pouco. Mas foi bom. Não lembro da última vez que ficamos assim, só relaxando.
— É verdade — ela respondeu, olhando para ele com um sorriso suave. — Geralmente você é todo certinho, quietinho… Agora eu vi um outro lado de você, Jongho.
— E você também, hein? — Jongho retrucou, encarando-a com um olhar brincalhão. — Quem diria que a seria a última a ir dormir e ainda aguentaria umas rodadas de bebida.
Ficaram em silêncio por um momento, só olhando para o céu estrelado, uma tranquilidade confortável pairando no ar. Depois de alguns minutos, suspirou, esticando os braços.
— Ok, acho que chegou a hora. Amanhã não quero ser a última a acordar.
— Boa ideia — concordou Jongho, apoiando as mãos nos joelhos para se levantar. — Vamos, eu te acompanho.
se levantou com cuidado, mas, ao dar o primeiro passo, sentiu os pés tropeçarem no próprio chinelo. Antes que pudesse se desequilibrar e cair, Jongho, rápido mesmo com a bebida no corpo, segurou-a firme pela cintura.
— Cuidado! — ele exclamou, as mãos firmes na cintura dela, segurando-a contra si.
ficou paralisada por um segundo, surpresa. O rosto dela estava tão perto do dele que ela podia sentir a respiração quente de Jongho contra a sua pele. Os olhos dele a encaravam, um pouco arregalados, mas ao mesmo tempo mais suaves do que o habitual.
O coração de disparou, e, talvez pela bebida, ou talvez pelo silêncio envolvente da noite, ela não recuou. Pelo contrário, sentiu uma coragem repentina. Jongho também não pareceu se afastar; o olhar dele desceu para os lábios dela, hesitante.
— Eu… — Jongho começou a dizer algo, mas a voz sumiu quando inclinou-se ligeiramente para frente.
Como se tivessem sido puxados por uma força invisível, os lábios deles se encontraram. O beijo começou devagar, meio atrapalhado pelo efeito da bebida, mas logo ganhou uma intensidade mais calorosa, os dois se entregando àquele momento inesperado. segurou-se nos ombros dele, enquanto Jongho a apertava suavemente pela cintura, mantendo-a perto.
Quando finalmente se afastaram, os dois se encararam, meio ofegantes e um tanto surpresos. foi a primeira a rir, cobrindo o rosto com uma das mãos.
— Ok, isso não estava nos planos…
— Definitivamente não estava — Jongho murmurou, mas um sorriso pequeno e meio envergonhado apareceu em seus lábios. — Mas… não foi ruim.
abaixou a mão, o olhar ainda meio tímido, mas também divertido.
— É, acho que podemos concordar nisso.
Um silêncio estranho pairou no ar entre eles, mas logo os dois começaram a rir baixinho, o que deixou o clima mais leve. Jongho soltou a cintura dela devagar, finalmente se endireitando.
— Melhor irmos dormir antes que você tropece de novo — ele brincou, tentando disfarçar o próprio nervosismo.
— Eu tropecei por sua causa — rebateu , cruzando os braços e fingindo uma expressão séria, mas não conseguiu segurar o sorriso.
— Claro, claro… — Jongho respondeu, revirando os olhos de forma divertida.
Juntos, eles caminharam para dentro da casa, trocando olhares furtivos, os dois ainda sentindo o coração bater rápido demais.
Naquela noite, ambos deitaram em suas camas com um sorriso bobo no rosto, tentando entender o que tinha acabado de acontecer, mas sem querer pensar muito. Às vezes, o que acontece no calor do momento é exatamente o que precisa acontecer.
🌟🌟🌟🌟
No meio da noite, Seonghwa despertou com uma sensação desconfortável. O calor abafado parecia envolver o quarto, tornando impossível voltar a dormir. Resmungando baixo, ele empurrou as cobertas para o lado e se levantou, arrastando os pés pelo chão frio de madeira. O silêncio na casa era quase absoluto, interrompido apenas pelo leve barulho das ondas ao longe.
Decidindo ir até a cozinha pegar um copo d’água, ele passou pela sala e parou abruptamente ao notar uma figura no sofá. A luz da lua entrava pela janela, iluminando o ambiente com um tom prateado, e foi o suficiente para que ele reconhecesse . Ela estava deitada, as pernas encolhidas e o rosto virado para o encosto do sofá, mas algo estava errado.
Seonghwa franziu o cenho ao se aproximar. parecia agitada, o peito subindo e descendo mais rápido do que o normal. Ela murmurava palavras desconexas, a testa franzida em uma expressão angustiada.
— Ei… — Seonghwa sussurrou, se abaixando ao lado do sofá sem pensar. — ?
Ela não respondeu, mas seus lábios se moveram mais uma vez, soltando um murmúrio sufocado que fez algo dentro dele apertar. Seonghwa olhou em volta como se procurasse ajuda, mas é claro que não havia ninguém ali. Respirando fundo, ele agiu no impulso.
Devagar, ele estendeu a mão e passou os dedos suavemente pelo rosto dela, afastando uma mecha de cabelo grudada na testa suada.
— … — ele chamou novamente, mais baixo e com uma voz surpreendentemente calma.
Ela continuou presa no pesadelo, o cenho ainda franzido e a respiração irregular. Seonghwa, hesitante, passou a mão pelo rosto dela mais uma vez, desta vez mais lentamente, o polegar acariciando de leve a bochecha dela em um gesto quase instintivo.
— Está tudo bem… — ele murmurou, a voz mais baixa do que um sussurro. — É só um sonho ruim, .
Aos poucos, como se a voz dele conseguisse alcançá-la, pareceu começar a se acalmar. Sua respiração desacelerou, o semblante antes contorcido por angústia começou a relaxar. Seonghwa ficou ali, ajoelhado ao lado dela, sem afastar a mão até ter certeza de que ela estava mais tranquila.
Depois de alguns minutos, ela soltou um suspiro profundo, finalmente encontrando um sono mais sereno. Seonghwa continuou a observá-la em silêncio, seu coração batendo um pouco mais rápido do que o normal. Ele não sabia dizer por que tinha feito aquilo, apenas que parecia certo.
— Você sempre dá trabalho, hein… — ele murmurou baixinho, com um sorrisinho irônico que logo desapareceu quando percebeu que estava falando com alguém que não podia ouvi-lo.
Seonghwa se preparava para se levantar, convencido de que estava mais calma, quando ouviu a voz dela, fraca e sonolenta:
— Seonghwa…?
Ele congelou no lugar, o coração acelerando por um segundo. Quando olhou para ela, encontrou os olhos semicerrados, o olhar ainda perdido no estado entre o sono e a vigília.
— Shh, tá tudo bem. Foi só um pesadelo — ele sussurrou, mais para tranquilizá-la do que qualquer coisa.
piscou lentamente, como se ainda processasse o que estava acontecendo. Ela olhou ao redor, confusa, e então de volta para ele.
— Não vai… — murmurou, a voz baixa e arrastada.
— O quê? — Seonghwa franziu o cenho, surpreso.
— Fica aqui… — pediu ela, quase em um sussurro, os olhos fechando novamente enquanto ela se aconchegava um pouco mais no sofá.
Seonghwa hesitou, olhando para o sofá estreito e para , que já parecia estar voltando a dormir. Ele passou a mão pela nuca, ponderando se deveria mesmo ficar ou se isso era apenas fruto do estado sonolento dela.
— Você nem sabe o que tá dizendo — murmurou, quase para si mesmo, mas a voz dela veio mais uma vez, baixinha:
— Por favor…
A palavra fez algo nele se desmontar por dentro. Soltando um suspiro longo e derrotado, ele se levantou apenas o suficiente para ajeitar melhor a posição dela no sofá. Cuidadosamente, Seonghwa se deitou ao lado dela, tentando não fazer barulho. Era desconfortável e estreito, mas de alguma forma, não parecia errado.
, ainda adormecida, se virou instintivamente em direção a ele, apoiando a cabeça no peito dele e se aninhando mais próxima, como se buscasse conforto. Seonghwa engoliu em seco, os músculos tensos por um momento enquanto ele tentava decidir o que fazer com os braços.
— Isso é uma péssima ideia… — murmurou baixinho, mesmo sabendo que ela não podia ouvir.
Mas, no fim, ele apenas cedeu. Com um gesto cuidadoso, ele passou o braço em volta dela, ajeitando a posição para que ficassem mais confortáveis. A respiração dela logo ficou estável novamente, e o corpo relaxou contra o dele. Seonghwa sentiu o coração bater forte, mas aos poucos, a tranquilidade dela pareceu contagiá-lo.
O silêncio voltou a preencher a sala, o único som sendo o das ondas ao longe e o leve ritmo da respiração dela. Ele encarou o teto por alguns minutos, tentando ignorar o calor que subia pelo peito e o perfume suave que vinha dos cabelos dela.
— Pelo menos, amanhã você nem vai se lembrar disso — murmurou ele, quase rindo de si mesmo.
Com um último suspiro, Seonghwa fechou os olhos, permitindo-se relaxar. Mesmo com o sofá desconfortável e o espaço apertado, ele adormeceu mais rápido do que imaginava, surpreendentemente em paz.
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O dia amanhecia lentamente, os primeiros raios de sol atravessando as frestas das cortinas e preenchendo a sala com uma luz dourada e suave. O som das ondas continuava lá fora, acompanhado pelo canto distante de pássaros que anunciavam o início da manhã.
Seonghwa foi o primeiro a despertar. Ele piscou algumas vezes, sentindo a luz bater em seu rosto. Por um segundo, ele não se moveu, até perceber o peso confortável sobre o peito. Seus olhos desceram lentamente e encontraram , ainda profundamente adormecida, a cabeça apoiada nele e a respiração leve e ritmada.
Ele ficou imóvel, o cérebro lutando para processar o que estava acontecendo. A memória da noite anterior voltou em flashes: o pesadelo dela, o pedido baixinho para que ele ficasse, o momento em que ele simplesmente cedeu… Um suspiro quase inaudível escapou de seus lábios enquanto ele olhava para o teto, sem saber o que fazer.
— Bom dia para vocês também — uma voz conhecida soou de repente, baixa e carregada de diversão.
Seonghwa virou a cabeça bruscamente e encontrou Mingi parado próximo ao sofá, encostado no batente da porta com os braços cruzados. Ele tinha um sorriso malicioso de canto, o olhar observando os dois como se tivesse acabado de encontrar um grande segredo.
— Mingi?! — Seonghwa sibilou, a voz em um tom de desespero contido. Ele tentou se mexer, mas o movimento fez se aconchegar ainda mais nele, resmungando baixinho, e ele congelou no lugar.
— Não se mexe, você vai acordar ela — murmurou Mingi, rindo baixo. — A cena tá bonita demais para eu estragar.
— Isso não é o que parece — Seonghwa respondeu rápido, as bochechas começando a esquentar.
Mingi ergueu uma sobrancelha, claramente não acreditando em uma palavra.
— Ah, claro. Você dormiu com ela no sofá porque ele é super confortável, né?
— Ela estava tendo um pesadelo! — Seonghwa rebateu, sua voz ainda em um sussurro frustrado.
— Uhum. E o que é isso aí, conchinha? — Mingi apontou com um movimento sutil do queixo, seu sorriso se alargando ainda mais.
Antes que Seonghwa pudesse responder, soltou um resmungo sonolento e começou a se mexer. Ele prendeu a respiração enquanto ela lentamente despertava, o rosto ainda escondido contra ele. Ela piscou os olhos algumas vezes, o semblante confuso.
— Hm… o que…? — a voz dela saiu baixa e rouca de sono, e então ela percebeu o lugar onde estava. Devagar, ela se afastou o suficiente para olhar para cima e encontrou o rosto de Seonghwa.
Os olhos dos dois se encontraram por um momento, e então o rosto dela se contraiu em surpresa.
— O quê?! — se levantou tão rápido que quase caiu do sofá, tropeçando nos próprios pés. Seonghwa soltou um grunhido baixo, finalmente podendo se mover.
— Calma! Foi só… — Ele se interrompeu, tentando achar as palavras certas, mas Mingi já estava rindo.
— Bom dia, casal! Dormiram bem? — provocou ele, sem conseguir conter o riso.
— Ah, qual é, Mingi! — resmungou, os olhos ainda meio arregalados enquanto tentava arrumar o cabelo bagunçado. — Isso não é o que parece!
— Isso foi exatamente o que o Seonghwa disse — Mingi rebateu com um sorriso sacana. — A sintonia de vocês é linda.
Seonghwa massageou as têmporas, claramente frustrado.
— Já chega, Mingi. Vai fazer alguma coisa útil, vai.
— Eu já fiz, acordei vocês. — Ele deu de ombros e começou a se afastar, ainda rindo baixinho. — Vocês que decidiram dar trabalho.
Quando Mingi finalmente saiu da sala, se virou para Seonghwa, a expressão meio constrangida.
— Eu… — começou ela, a voz baixa. — Eu não lembro direito do que aconteceu.
— Você teve um pesadelo — respondeu Seonghwa, desviando o olhar. — E pediu pra eu ficar. Foi só isso.
— Ah… — ela murmurou, claramente sem jeito, passando uma mão pelo rosto. — Obrigada, eu acho.
— Não precisa agradecer. — Ele levantou-se, esticando os braços e tentando ignorar o calor em seu rosto. — Agora vamos antes que o Mingi espalhe essa história para todo mundo.
assentiu rapidamente, seguindo atrás dele em silêncio. Ainda que ambos quisessem agir normalmente, havia uma tensão no ar que nenhum dos dois conseguia ignorar.
O silêncio da casa durou pouco depois que Mingi decidiu que tinha uma missão naquela manhã: fazer o mundo — ou pelo menos todos os seus amigos — saber sobre Seonghwa e . Ele caminhou pelos corredores com passos determinados, um sorriso travesso e o coração cheio de diversão.
Bateu na primeira porta.
— Acordem, dorminhocos! — gritou ele, com entusiasmo exagerado. — Vocês não vão querer perder essa fofoca!
— Que diabos, Mingi? — resmungou Wooyoung, abrindo a porta com os olhos semicerrados e o cabelo completamente desgrenhado.
— Seonghwa e dormiram juntinhos no sofá. — Mingi cruzou os braços, triunfante, saboreando cada palavra.
Wooyoung arregalou os olhos, o sono sumindo quase instantaneamente.
— Não brinca…
— Estou falando sério. — Mingi deu um sorrisinho de canto. — Eu vi com esses olhos. E não era só dormir, era conchinha!
— Aiiiii! — Wooyoung gritou, batendo palmas como se tivesse acabado de ganhar na loteria.
— O que tá acontecendo? — Yeosang apareceu do quarto ao lado, bocejando, seguido por Jongho e San, que pareciam igualmente perdidos.
— Conchinha, meus amigos. Seonghwa e — Wooyoung disse, quase cantarolando.
— Não acredito — murmurou Jongho, sorrindo enquanto ainda esfregava os olhos. — Será que o mundo finalmente girou?
— Girou e deu três piruetas — completou Mingi. — Agora, bora lá ver a reação deles.
Em questão de minutos, o caos estava instaurado. Um a um, todos os garotos e as meninas foram acordados com a mesma notícia. , e apareceram no corredor, ainda vestindo pijamas e com expressões curiosas.
— Espera, espera! — exclamou, prendendo o cabelo em um coque desajeitado. — Quem dormiu de conchinha?
— Seonghwa e — respondeu San, quase animado demais.
— Eu sabia! — apontou o dedo, como se tivesse acabado de ganhar um argumento.
— Vocês estão sendo ridículos — resmungou Seonghwa ao aparecer no corredor, completamente derrotado. Ele olhou para Mingi com uma mistura de cansaço e fúria. — Você fez isso?
— Eu só narrei os fatos — respondeu Mingi, levantando as mãos em sinal de inocência. — Você é que deu o material pra história.
apareceu logo em seguida, o rosto ainda corado, o cabelo visivelmente bagunçado pelo sono, e olhando para o chão como se quisesse desaparecer.
— Não é nada disso que vocês estão pensando! — ela protestou, cruzando os braços em uma tentativa desesperada de se defender.
— Relaxa, a gente já entendeu — Wooyoung rebateu, piscando um olho. — Foi um pesadelo que terminou em um sonho, né?
— Não! — Seonghwa quase gritou, frustrado, enquanto San e Yeosang riam abertamente. — Ela teve um pesadelo, pediu pra eu ficar e… eu só fiquei ali!
— De conchinha — completou Mingi, como se fosse um narrador esportivo, o que arrancou gargalhadas dos outros.
— Eu odeio vocês — murmurou Seonghwa, passando uma mão pelo rosto.
— Eu não tenho nada a ver com isso! — tentou se explicar. — Foi só porque eu estava… vulnerável.
— “Vulnerável” é a nova desculpa? — perguntou, mordendo a língua para não rir. — É bom saber.
— Não é o que vocês estão pensando — Seonghwa repetiu pela décima vez, tentando manter a compostura, mas o rosto começando a corar.
— Vocês podem repetir isso quantas vezes quiserem — Wooyoung começou, colocando um braço no ombro de Mingi —, mas pra mim já tá bem claro o que aconteceu.
— Concordo — acrescentou, se encostando na parede com um sorriso malicioso. — A química de vocês está cada vez mais evidente.
— Deixem os dois em paz, gente — Jongho disse, embora estivesse rindo também. — Vão acabar assustando o casal.
— A gente não é um casal! — Seonghwa e responderam em uníssono, o que só aumentou a gritaria e a zoação.
— Olha a sintonia! — brincou, batendo palmas.
— Ok, ok, já chega! — Seonghwa resmungou, levantando as mãos, exausto. — Vocês ganharam, podem zoar à vontade. Só me deixem tomar café em paz.
— Acordar com essa fofoca valeu a pena — Mingi anunciou com um sorriso vitorioso, enquanto dava um leve soco em seu braço ao passar por ele.
Enquanto o grupo ainda ria e discutia animadamente, Seonghwa e