Vermelho Incontrolável
CAPÍTULO 1
– Boa ! – Sunhoo, o técnico, gritou batendo palmas com força. Sua voz ecoava pelo ginásio vazio, onde apenas o som das bolas ricocheteando no chão e o impacto das solas dos tênis preenchiam o ambiente.
girou a raquete na mão, sem demonstrar muito entusiasmo. Para ele, aquele golpe não era motivo de comemoração, era apenas o básico. Ajustou o grip da raquete e caminhou para o lado oposto da quadra, o suor escorrendo pela testa.
– Vamos de novo – disse ele, sem nem olhar para o técnico, já se preparando para o próximo saque. – “Boa, “? Isso é tudo que você tem pra me dizer?
Provocou, lançando a bola no ar e golpeando com força, fazendo-a cruzar a quadra como um foguete.
O técnico balançou a cabeça, rindo baixo. Aos 25 anos, não era apenas o número um do ranking nacional de tênis – ele era uma força da natureza. Conhecido por sua agressividade e precisão nos golpes, sua carreira era marcada por vitórias explosivas e uma confiança inabalável que, muitas vezes, beirava a arrogância.
Mas nem tudo era admiração. Assim como acumulava troféus, também acumulava críticas. Ele era chamado de “insensível”, “difícil” e “individualista” por jornalistas, colegas e até rivais. Nenhuma dessas opiniões o incomodava. Ele acreditava em apenas uma coisa: vencer era tudo.
– Está no seu melhor momento, garoto – comentou Sunhoo, cruzando os braços enquanto observava se mover pela quadra com uma agilidade felina. – Mas eu não posso deixar de te lembrar: o tênis é tão psicológico quanto físico. Você sabe disso.
parou, encostando a raquete na perna.
– Treinador, com todo respeito, não é a mente que me trouxe até aqui. Foi trabalho duro, suor e o meu saque imbatível.
O técnico suspirou, como se já soubesse que o comentário estava a caminho. Ele conhecia desde os 17 anos, quando o jovem apareceu em uma competição regional e deixou todos boquiabertos com seu talento cru. A fome de vitória de era o que o fazia brilhar, mas também o que o isolava.
– Tá certo. Então mostra pra mim o que mais você tem – desafiou Sunhoo.
sorriu de canto, aquele sorriso de quem sabia exatamente do que era capaz. Ele voltou para a linha de saque, arremessou a bola para o alto e a golpeou com tanta força que o barulho da raquete reverberou pelo ginásio. A bola quicou na linha de fundo do lado oposto da quadra e disparou para fora, tão rápida que parecia impossível de interceptar.
– Isso é tudo – disse , girando a raquete com uma confiança afiada.
Antes que o técnico pudesse responder, o som de passos ecoou pelo ginásio.
– Impressionante. Só falta aprender a lidar com pessoas.
virou-se na direção da voz e viu , parada à porta com um sorriso divertido. Ela vestia roupas de treino e segurava sua raquete com uma postura que exalava tranquilidade.
– – ele disse, com um tom que misturava surpresa e irritação.
Ela caminhou pela lateral da quadra, sem desviar o olhar dele.
– Você ainda está treinando sozinho, hein? Não cansa de viver no seu mundinho de perfeição?
riu pelo nariz, seu sorriso se transformando em algo mais provocador.
– E você não cansa de aparecer nos lugares onde não é chamada?
parou na borda da quadra, apoiando a raquete no ombro.
– É que eu gosto de lembrar você de que existem outros tipos de vitória além de números no placar.
– Interessante. Talvez você devesse focar em melhorar o seu saque antes de dar lições de vida – rebateu , apontando para a raquete dela com um gesto despreocupado.
O técnico Sunhoo, que assistia à interação com os braços cruzados, interveio antes que a tensão se transformasse em discussão.
– Certo, certo. Vocês dois são ótimos, mas se quiserem se provocar, façam isso na quadra. Amanhã temos um treino conjunto, e eu espero ver esse fogo nos dois.
lançou um último olhar para antes de pegar sua bolsa e sair da quadra. Mas enquanto caminhava em direção ao vestiário, as palavras dela ecoaram em sua mente.
“Existem outros tipos de vitória.”
Ele balançou a cabeça, tentando afastar a ideia. Para ele, só existia um tipo de vitória: a que vinha com o troféu em mãos.
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jogou a bolsa no canto do quarto e se jogou na cama, exausto. O silêncio do apartamento era acolhedor, um contraste com a intensidade do treino de horas atrás. Ele pegou o celular no criado-mudo e começou a navegar pelas redes sociais, um hábito automático antes de tomar um banho gelado.
Abrindo o aplicativo, ele acessou sua conta. Seu perfil estava cheio de vídeos dos treinos, entrevistas e momentos de competição. Uma notificação recente chamava atenção: comentários e curtidas em um vídeo que ele havia postado mais cedo, mostrando uma sequência impecável de saques.
– Nada mal – murmurou para si mesmo, enquanto selecionava o vídeo.
Na gravação, ele era pura força e precisão, o som das batidas da raquete ecoando na quadra. ajustou a legenda para algo simples, mas confiante: “Mais um dia de trabalho. O topo não espera.” Depois de postar, ele rolou pelos comentários, recebendo elogios misturados com algumas críticas que ignorou com um sorriso de canto.
Enquanto navegava, o algoritmo lhe sugeriu algo inesperado: um vídeo de . Ele hesitou por um instante, mas a curiosidade foi maior.
O vídeo mostrava em uma quadra aberta, o vento balançando os fios do cabelo preso em um rabo de cavalo. Ela fazia uma sequência precisa de jogadas, sua postura impecável e os golpes surpreendentemente estratégicos. Havia algo cativante em sua maneira de jogar – uma fluidez que contrastava completamente com a intensidade agressiva de .
Ele clicou no perfil dela, algo que nunca tinha feito antes.
A página de era um reflexo de sua personalidade. Além dos vídeos de treino, havia fotos dela em eventos esportivos, sorrindo ao lado de colegas e crianças em clínicas de tênis. Em outra postagem, ela segurava um troféu, cercada por fãs. Era óbvio que ela sabia lidar com as pessoas – algo que sempre escapava a .
Ele continuou rolando. Havia também registros mais pessoais: em um café com amigos, rindo despreocupadamente; ela em uma praia, usando óculos de sol e com um sorriso leve no rosto; e uma foto espontânea de um jantar com a legenda “Celebrar as pequenas vitórias é o que torna a jornada especial.”
apoiou o celular no peito por um momento, sentindo um incômodo que não sabia explicar. Não era inveja, exatamente, mas algo mais sutil – uma sensação de que ele estava perdendo algo.
Voltou a olhar a foto do jantar. Os olhos de brilhavam, mesmo em uma imagem estática. Ela parecia genuinamente feliz, como se tivesse descoberto algo que ele, mesmo com todo o sucesso, ainda não tinha encontrado…
Ele clicou no botão para voltar ao próprio perfil e comparou os dois. O dele era meticulosamente curado, cheio de conquistas e momentos de triunfo, mas vazio de qualquer traço de sua vida fora da quadra.
soltou um suspiro longo, fechando os olhos por um instante.
– Que besteira – murmurou, como se tentar afastar o pensamento fosse suficiente para dissipá-lo.
Mas quando abriu os olhos, a imagem de sorrindo ainda pairava em sua mente.
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CAPÍTULO 2
O som do despertador ecoou pelo quarto escuro. abriu os olhos lentamente, sentindo o corpo ainda pesado do treino intenso da noite anterior. Ele pegou o celular e desligou o alarme com um movimento preguiçoso, mas o olhar rapidamente recaiu na hora.
– Droga, tenho que levantar.
Jogando o cobertor de lado, ele se arrastou até o banheiro, onde a luz fria do teto iluminava o espaço de azulejos brancos. ligou o chuveiro e ajustou a água para gelada. O primeiro impacto fez seu corpo se contrair, mas logo ele respirou fundo, permitindo que a temperatura baixa o despertasse por completo.
Enquanto a água escorria por seus ombros, seus pensamentos inevitavelmente voltaram ao treino coletivo daquele dia. estaria lá. Ele sabia que ela faria questão de provocá-lo com suas estratégias “inovadoras” e, sem dúvida, os comentários irônicos que adorava lançar na direção dele.
– Ela acha que pode me ensinar algo sobre vencer – murmurou, esfregando o rosto com as mãos enquanto a água continuava a correr.
Mas havia algo mais que o incomodava. As imagens da noite anterior invadiam sua mente: sorrindo em um jantar com amigos, treinando com aquela postura impecável, sendo… humana. Ele tentou afastar o pensamento, lembrando a si mesmo que eles eram rivais, não colegas, e muito menos amigos, mesmo sendo treinados pela mesma agência.
Ainda assim, a ideia de enfrentá-la na quadra o motivava de uma forma diferente. Não era apenas sobre vencer – era sobre provar algo, talvez para ela, mas principalmente para si mesmo.
Desligando o chuveiro, pegou uma toalha e secou o rosto, olhando para o reflexo no espelho. Seus olhos brilhavam com a determinação de sempre, mas havia um leve toque de dúvida que ele não costumava reconhecer.
– Concentre-se, . Treino é treino – disse a si mesmo em voz alta, antes de sair do banheiro para se vestir e preparar o café.
Ao sair do banheiro com os cabelos ainda úmidos, vestiu uma camiseta preta e um moletom cinza antes de descer para a cozinha. O aroma familiar de café fresco já preenchia o ar, e ele sabia exatamente quem estava por trás disso.
Quando entrou na sala de jantar, encontrou a mesa impecavelmente arrumada. A funcionária da casa, Sra. Han, estava colocando os últimos talheres no lugar. Ela era uma mulher de meia-idade, com um sorriso gentil e gestos precisos que transmitiam anos de experiência.
– Bom dia, Sra. Han – cumprimentou enquanto puxava uma cadeira para se sentar.
– Bom dia, Sr. . Dormiu bem? – perguntou ela, ajeitando o guardanapo ao lado do prato.
– Como uma pedra – respondeu ele, embora ambos soubessem que aquilo era apenas uma formalidade. Treinos intensos e a pressão constante sobre seus ombros muitas vezes dificultavam noites de sono profundo.
Ela sorriu de leve e colocou uma xícara de café diante dele, seguida por um prato com torradas, ovos mexidos e frutas frescas.
– O treino coletivo será puxado hoje, não? – arriscou ela, servindo-se de uma xícara de café para si mesma e sentando-se na cadeira ao lado, como sempre fazia quando ele permitia.
ergueu uma sobrancelha, surpreso.
– Como a senhora sabe?
– Ouço as notícias – respondeu ela, com um ar de mistério que o fez sorrir de canto. – Além disso, a senhorita é sempre mencionada como uma de suas maiores rivais.
Ele bufou, pegando um pedaço de torrada.
– Rival, sim. Mas nem sempre jogamos juntos. Hoje é só um treino.
– Mesmo assim, parece que ela tira o melhor – ou o pior – de você – provocou a Sra. Han com um olhar sagaz.
parou por um momento, segurando a xícara de café perto dos lábios. Ele sabia que ela tinha razão. o incomodava, mas também o desafiava como ninguém.
– Ela gosta de fazer isso – respondeu ele, tentando soar desinteressado.
Sra. Han riu baixinho.
– Talvez seja o contrário, Sr. . Às vezes, as pessoas que mais nos desafiam são aquelas que têm algo a nos ensinar.
Ele não respondeu, mas as palavras dela ficaram ecoando em sua mente enquanto terminava o café da manhã.
– Obrigado, Sra. Han. Está tudo ótimo, como sempre – disse ele ao se levantar, colocando o prato vazio na pia.
– Cuide-se hoje – respondeu ela com um sorriso.
– Sempre.
saiu da cozinha com passos firmes, sentindo-se pronto para enfrentar o treino coletivo. Mas, no fundo, sabia que o verdadeiro desafio não seria apenas mostrar sua força. Seria lidar com a presença de e tudo o que ela fazia surgir dentro dele.
🎾🎾🎾
estacionou o carro no complexo esportivo, a luz suave da manhã iluminando a vasta área ao redor da quadra principal. Ele respirou fundo antes de sair, ajustando a alça da bolsa de tênis no ombro. Chegar antes do horário era sua estratégia habitual – não para impressionar ninguém, mas porque detestava a dinâmica dos treinos coletivos.
Ele gostava do silêncio, do controle, da ausência de distrações. Treinar sozinho era uma maneira de se conectar com seu próprio ritmo, sem depender de ninguém para acompanhar sua intensidade ou questionar sua abordagem agressiva.
Ao empurrar as portas de vidro da entrada, percebeu que a quadra principal já estava aberta. Suas passadas ecoavam no espaço vazio, misturando-se ao som distante de uma bola quicando.
Franziu a testa.
Quando entrou na quadra, viu no centro, em plena ação. Ela usava um conjunto esportivo discreto, e o cabelo preso em um rabo de cavalo balançava a cada movimento. A bola se movia de forma precisa entre os golpes dela, enquanto o som seco da raquete encontrando o material doava um ritmo constante ao espaço.
parou na lateral, observando-a sem ser notado. Havia algo irritantemente hipnotizante na fluidez com que ela jogava. Era como se o esforço que ele colocava em cada golpe não fosse necessário para ela.
Finalmente, ele decidiu quebrar o silêncio:
– Achei que só eu gostasse de treinar antes da hora.
se virou no mesmo instante, ainda segurando a raquete. Seus olhos brilhavam com a intensidade de alguém que já sabia quem estava ali, mesmo antes de ver.
– E eu achei que você não gostava de compartilhar a quadra – rebateu ela, com um sorriso travesso.
Ele deu de ombros, caminhando até a lateral da quadra e tirando sua raquete da bolsa.
– Não gosto. Mas parece que hoje não tive escolha.
– Nem sempre podemos ter tudo do nosso jeito, não é? – retrucou , retomando sua sequência de saques.
deu uma risada seca enquanto caminhava para o outro lado da quadra.
– Você diz isso porque joga fácil. Quando precisar de verdade de esforço para vencer, me avisa.
Ela parou e o encarou, o sorriso dela nunca desaparecendo.
– E você deveria tentar aprender que vencer não é tudo.
– Alguém que não vence diria isso – ele retrucou, ajustando a empunhadura da raquete enquanto quicava uma bola no chão.
apenas riu, um som leve e desconcertante, antes de voltar a bater na bola com precisão.
Enquanto os dois treinavam em silêncio, um equilíbrio tenso se instalou na quadra. Era claro que ambos estavam tentando medir o outro – habilidades, postura, mentalidade. Mas para , era mais do que isso… Ele sentia que estava em uma batalha não apenas para mostrar que era melhor, mas para entender como ela podia ser tão diferente dele, e ainda assim, tão desafiadora.
, por outro lado, parecia completamente à vontade.
– Está se poupando para o treino coletivo? – provocou ela, lançando uma bola para o outro lado da quadra.
Ele devolveu o golpe com força, fazendo a bola passar rente à linha da quadra.
– Eu não preciso disso para me destacar – respondeu, com um tom meio desdenhoso.
– Não, você só precisa lembrar que está no mesmo time hoje – ela disse, com um brilho no olhar. – Vamos ver como você lida com trabalho em equipe, Sr. Estrela Solitária.
não respondeu, mas a provocação dela o atingiu de maneira inesperada. Enquanto continuavam treinando, a tensão entre eles só aumentava, e ele percebeu que o treino coletivo daquele dia prometia ser muito mais do que apenas uma sessão técnica.
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CAPÍTULO 3
Na quadra vazia, o treino não oficial de e parecia mais um duelo particular. Cada saque, cada devolução era uma troca carregada de intenção, quase como se um estivesse tentando mostrar ao outro quem tinha o controle da quadra.
– Isso é o melhor que você pode fazer? – provocou , após devolver um saque com uma força calculada, fazendo a bola passar rente à linha.
arqueou uma sobrancelha, caminhando até a posição inicial com a bola na mão.
– Eu só não quero cansar você antes do treino oficial – respondeu, sorrindo levemente antes de lançar um saque preciso que quase o pegou desprevenido.
devolveu com um slice perfeito, mas ela já estava preparada, devolvendo a bola com uma rapidez que o obrigou a correr. Ele conseguiu alcançar, mas mal teve tempo de se posicionar antes que ela encerrasse o ponto com um smash impecável.
– Quem não está pronto para o treino coletivo agora? – ela disse, girando a raquete nos dedos como se fosse uma extensão natural de si mesma.
bufou, mas não pôde evitar um sorriso discreto. Ela sabia como mexer com ele, não apenas como atleta, mas também como competidora.
Por um momento, o silêncio voltou à quadra, quebrado apenas pelo som de bolas sendo golpeadas e pelo quique regular no chão. Mas entre os golpes, os olhares desafiadores continuavam. Não havia necessidade de palavras; cada movimento era uma declaração de quem queria dominar o jogo.
Eventualmente, o som de passos e vozes invadiu o espaço. Os colegas de equipe começaram a chegar, preenchendo o ambiente com a energia vibrante de cumprimentos e risadas. Homens e mulheres, todos parte da equipe de treinamento, se cumprimentavam enquanto ajustavam suas raquetes ou alongavam os músculos.
e pararam o treino particular, cada um indo para um lado enquanto o ambiente começava a se transformar no caos organizado de um treino coletivo. O treinador principal, Sr. Kang, entrou com sua prancheta em mãos, seguido pelos assistentes que carregavam equipamentos extras.
– Bom dia, pessoal! – Sr. Kang chamou, batendo palmas para reunir todos ao redor. – Vamos começar com o aquecimento. Quero todos no centro da quadra para alongar e preparar o corpo.
Os jogadores se moveram obedientemente para o centro, formando um círculo amplo enquanto seguiam as instruções de um dos assistentes. e , mesmo em lados opostos do grupo, ainda trocavam olhares furtivos, embora disfarçassem bem o suficiente para que ninguém percebesse.
Depois do aquecimento, o treinador começou a distribuir as instruções do dia.
– Hoje vamos formar duplas para trabalharmos movimentação, comunicação e estratégia. Nada de rivalidades aqui, certo? – disse Sr. Kang, lançando um olhar direto para e , que desviaram o olhar ao mesmo tempo.
Enquanto as duplas eram designadas, uma tensão quase palpável pairava no ar. Quando finalmente o treinador anunciou que e ficariam juntos, não houve surpresa. A equipe inteira soltou um leve murmúrio, mas ninguém se atreveu a comentar em voz alta.
– Ótimo, vamos começar com drills básicos. Quero ver coordenação e confiança entre os parceiros – ordenou o treinador.
se aproximou de , girando a raquete com uma expressão casual.
– Então, parceira – disse ele, com um tom ligeiramente provocador. – Vamos ver se você sabe trabalhar em equipe.
sorriu, ajeitando a raquete na mão.
– Espero que você consiga acompanhar.
E assim, com a quadra cheia e os olhares curiosos dos colegas em volta, o treino coletivo começou. e , mesmo como dupla, continuavam testando os limites um do outro, transformando o exercício em algo muito mais intenso do que o planejado.
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e se posicionaram em lados opostos da quadra, prontos para começar os drills em dupla. Desde o início, a tensão era palpável. Embora fossem parceiros, a rivalidade entre eles parecia mais evidente do que nunca.
– Concentre-se, – disse , com um leve sorriso provocador enquanto devolvia uma bola rápida para ele durante o exercício.
– Não precisa me lembrar disso, parceira – respondeu ele, enfatizando a última palavra com um toque de ironia.
Os drills exigiam que eles trocassem passes rápidos e precisos, alternando entre o fundo da quadra e a rede. A sincronia era essencial, mas, com os dois tentando liderar, algumas jogadas saíam do ritmo. Ainda assim, os colegas de equipe e até os treinadores assistiam com curiosidade. Era impossível ignorar a intensidade entre eles, que tornava o treino mais eletrizante do que o planejado.
Depois de um rally particularmente longo, correu para interceptar uma bola que parecia prestes a cair rente à rede. Ao mesmo tempo, teve a mesma ideia e avançou rapidamente.
– Minha bola! – gritaram os dois quase ao mesmo tempo.
O impacto foi inevitável. chegou um segundo antes, mas , sem conseguir frear a tempo, esbarrou nela, fazendo os corpos de ambos colidirem contra a rede.
O choque os pegou desprevenidos, e, por um breve momento, ficaram presos na posição. O peito de estava pressionado contra o dela, e seus rostos estavam incrivelmente próximos.
piscou, surpreso, enquanto o olhar dele desceu instintivamente para os olhos de , depois para seus lábios. O mundo ao redor pareceu desaparecer por alguns segundos. Ele sentiu o cheiro leve e fresco do perfume dela, misturado com a fragrância do esforço físico.
respirou fundo, parecendo igualmente surpresa, mas não se moveu imediatamente.
– Você poderia… – começou ela, com um tom mais baixo do que o habitual, antes de engolir em seco.
piscou, como se saísse de um transe, e deu um passo para trás, levantando as mãos em um gesto defensivo.
– Foi você quem invadiu meu espaço – disse ele, tentando recuperar a compostura e ignorar o calor que ainda subia por sua pele.
– Seu espaço? – cruzou os braços, inclinando a cabeça com um sorriso que claramente escondia sua própria confusão interna. – Quem correu como um trem desgovernado foi você.
Antes que ele pudesse responder, Sr. Kang interrompeu com uma risada alta.
– Isso é um treino de tênis ou uma luta de wrestling? Voltem às posições e concentrem-se!
Os dois se separaram completamente, retornando aos seus lugares. Mas, enquanto retomavam o exercício, não conseguia ignorar o que acabara de acontecer.
A proximidade de o deixara desconcertado. Ela sempre fora uma rival, alguém para vencer, alguém para superar. Mas agora, pela primeira vez, ele se perguntou o que mais havia por trás daquela rivalidade intensa.
E ele não gostava de como aquilo mexia com ele.
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CAPÍTULO 4
A água quente deslizava pelo corpo de , lavando o suor e a tensão acumulada do treino. O som dos chuveiros ecoava no banheiro vazio do ginásio, mas sua mente estava longe dali.
Ele encostou as palmas das mãos na parede de azulejos frios, inclinando a cabeça para baixo enquanto a água escorria pelo seu rosto. O encontro na rede não saía de sua cabeça.
“Por que isso me incomodou tanto?”
Ele tentou se convencer de que era apenas o choque do impacto, a proximidade inesperada. Mas, quanto mais pensava, mais percebia que havia algo além disso. Ele se lembrava claramente do olhar de , a intensidade nos olhos dela, o jeito que seus lábios se entreabriram ligeiramente como se fossem dizer algo, mas não disseram.
– Droga – murmurou para si mesmo, esfregando o rosto com as mãos.
Não era a primeira vez que ele e trocavam provocações. Desde que ela entrou na equipe, havia algo quase magnético na maneira como se desafiavam, como se empurrassem um ao outro para serem melhores. Mas até então, nunca havia percebido que aquela tensão podia ser mais do que competitiva.
A lembrança do perfume dela invadiu seus pensamentos novamente, fazendo-o fechar os olhos com força, como se pudesse apagar a imagem.
“Ela é só uma rival”, ele tentou se convencer. “Isso não significa nada.”
Mas o jeito que seu coração havia disparado quando seus corpos colidiram dizia o contrário.
– Que inferno… – murmurou, desligando o chuveiro com um movimento brusco.
Ele pegou a toalha e começou a secar o corpo, mas a irritação em sua expressão não desaparecia. Não era o tipo de pessoa que deixava distrações, especialmente de natureza pessoal, interferirem em sua carreira. Ele tinha metas, objetivos claros, e nada nem ninguém deveria tirá-lo do foco.
Mas o rosto de continuava ali, em sua mente.
respirou fundo, tentando organizar os pensamentos enquanto enrolava a toalha na cintura . Ele sabia que precisava lidar com aquilo, mas ainda não tinha ideia de como.
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saiu do box com uma toalha enrolada na cintura, o cabelo ainda pingando água e o rosto carregando a expressão impassível de sempre. Enquanto andava em direção ao banco para pegar suas roupas, ouviu risadas e vozes familiares no vestiário.
– Olha só quem finalmente saiu – provocou Minseok, um dos colegas de equipe, ao vê-lo. Ele estava sentado no banco, calçando os tênis com um sorriso travesso. – Precisou de um banho mais longo hoje, hein?
bufou e começou a se vestir sem responder, mas sabia que Minseok não desistiria tão fácil.
– A propósito, ótimo jogo lá na rede. Você e estavam bem conectados. – Minseok colocou ênfase na última frase, levantando as sobrancelhas de forma sugestiva.
Outro colega, Hyunwoo, que estava sentado ao lado, riu alto.
– É verdade! Por um segundo, achei que vocês iam trocar um beijo em vez de tentarem pegar a bola.
parou por um instante enquanto puxava a camiseta pela cabeça. Ele sabia que Minseok adorava provocá-lo, e normalmente era fácil ignorar. Mas hoje, com tudo ainda tão fresco em sua mente, foi diferente.
– Vocês são patéticos – respondeu ele, ajeitando a camisa com um olhar frio. – Foi só um acidente.
– Claro, claro – Minseok continuou, com um sorriso de quem sabia que havia acertado um nervo exposto. – Só estou dizendo que o clima ficou… intenso.
– Eu diria que é mais do que intenso – Hyunwoo acrescentou, rindo novamente. – Se vocês continuarem assim, o próximo treino pode virar um drama romântico.
fechou o armário com um movimento brusco, tentando não demonstrar que os comentários o incomodavam.
– Talvez vocês dois devessem focar mais no treino e menos em inventar besteiras – retrucou ele, pegando a mochila.
Minseok levantou as mãos, como quem se rende.
– Ei, só estamos brincando. Mas, convenhamos, a rivalidade de vocês é divertida de assistir.
Hyunwoo assentiu, ainda sorrindo.
– Sim, é quase como assistir a um filme. Quem sabe onde isso vai parar?
lançou um último olhar frio para os dois antes de sair do vestiário, mas a verdade era que aquelas palavras ecoavam em sua mente.
“Onde isso vai parar?”
Ele não sabia a resposta, mas a provocação deles apenas reforçou o que ele já não conseguia ignorar: algo estava mudando, e ele não tinha controle sobre isso.
saiu do banheiro ainda com a mente ocupada. O comentário de Minseok e Hyunwoo havia mexido mais do que ele gostaria de admitir. Ele passava uma das mãos pelos cabelos molhados, tentando afastar os pensamentos.
Ao atravessar o corredor em direção à saída do ginásio, ouviu risadas e vozes vindo da sala principal. Parte da equipe estava reunida ali, junto com os treinadores, conversando animadamente sobre o treino.
– ! – chamou Sunhoo, o técnico de , ao vê-lo. Ele ergueu uma mão para que o atleta se aproximasse.
suspirou baixo, hesitante, mas sabia que não podia ignorar o chamado. Ele caminhou até o grupo, mantendo sua postura sempre confiante, apesar da evidente falta de vontade de socializar.
– O que foi? – perguntou, cruzando os braços.
– Vamos fazer um happy hour para comemorar o treino de hoje e também para relaxar um pouco – disse Sunhoo, com um sorriso amigável. – Acho que seria bom para você, . Você nunca participa desses momentos com a equipe.
arqueou uma sobrancelha.
– Não faz meu tipo, sabe disso.
– Exatamente por isso que você devia considerar – rebateu Sunhoo, cruzando os braços também, mas com um tom mais leve. – Faz parte do trabalho em equipe, e você precisa se entrosar mais. Não é só no jogo que a gente constroi conexões.
abriu a boca para responder, mas antes que pudesse dizer algo, sentiu um par de olhos fixos nele. Quando virou a cabeça, lá estava , encostada na parede com um sorriso provocador nos lábios.
Ela ergueu uma sobrancelha, como se estivesse desafiando-o sem precisar de palavras. A luz da sala refletia no cabelo dela, dando-lhe um ar quase insolente.
“Claro que ela está aqui”, pensou ele, apertando o maxilar.
– Então, o que me diz? – insistiu Sunhoo, batendo de leve no ombro de .
Ele olhou para o técnico, depois para novamente. O sorriso dela apenas crescia, e ele sabia exatamente o que aquele olhar queria dizer: “Você não vai aparecer. Como sempre.”
– Tudo bem – respondeu ele, para surpresa de todos, especialmente . – Eu vou.
Sunhoo abriu um sorriso satisfeito, enquanto o restante da equipe trocava olhares de surpresa e murmúrios animados.
– Isso é um milagre – comentou Minseok, que estava por ali, rindo.
ignorou os cochichos e se virou para sair da sala. Antes de alcançar a porta, lançou um olhar direto para , agora com um sorriso que misturava desafio e provocação.
“Quer brincar? Então vamos ver quem vence dessa vez.”
, claro, não desviou o olhar. Pelo contrário, respondeu com o mesmo sorriso provocador, como se dissesse que estava pronta para o desafio.
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CAPÍTULO 5
O ambiente era amplo, mas tinha uma atmosfera intimista, quase sensual. As luzes vermelhas, estrategicamente posicionadas, iluminavam o espaço de maneira suave, criando sombras que dançavam nas paredes. O som de uma música envolvente – um jazz moderno misturado com batidas eletrônicas – preenchia o ar.
Sofás de couro preto estavam espalhados em áreas mais reservadas, enquanto pequenas mesas de madeira escura acomodavam grupos menores. Algumas pessoas conversavam animadamente, outras já estavam no clima das bebidas e risadas descontraídas. O cheiro de madeira envelhecida e um leve toque de especiarias pairava no ar, completando o charme do lugar.
franziu o cenho. Não era exatamente o tipo de ambiente em que ele se sentia à vontade.
– Parece que alguém quis impressionar – comentou Minseok ao lado dele, abrindo um sorriso divertido. – Não é todo dia que a gente vem para um lugar assim.
não respondeu, apenas observou o grupo seguir em direção a uma das áreas privativas. A equipe ocupou dois grandes sofás dispostos em um canto do bar, com uma mesa baixa no meio. Alguns já pediam bebidas, enquanto outros discutiam sobre o treino de forma mais descontraída.
No entanto, algo chamou sua atenção: .
Assim que chegaram, ela se desvencilhou do grupo com um sorriso travesso nos lábios e seguiu diretamente para o bar junto com algumas das colegas de equipe.
a observou de longe. Sob a iluminação vermelha, ela parecia ainda mais à vontade, com uma confiança natural que irritava e intrigava ao mesmo tempo. Ela ria de algo que uma das meninas dizia, os ombros relaxados, o corpo levemente inclinado sobre o balcão enquanto fazia seu pedido ao bartender.
Ele apertou os lábios, desviando o olhar por um momento, mas não resistiu e voltou a encará-la. Havia algo em que sempre chamava sua atenção, mas, naquele ambiente, ela parecia ainda mais… diferente.
– Vai querer beber alguma coisa ou vai ficar aí analisando todo mundo? – perguntou Hyunwoo, dando um leve tapa no ombro de .
– Ainda não decidi – respondeu ele, tentando parecer desinteressado.
– Bom, se você mudar de ideia, o bar está logo ali. – Hyunwoo deu uma risada e foi em direção à mesa onde outros já começavam a se acomodar.
, no entanto, continuou parado, observando por mais alguns segundos. A forma como ela interagia com os outros, rindo e brincando, parecia tão natural. Era o oposto de como ele se sentia naquele momento: deslocado.
“Por que ela nunca se sente fora do lugar?”
Com um suspiro, ele decidiu que não iria dar a ela o prazer de perceber seu desconforto. Ajustou os ombros e foi se juntar ao grupo no sofá, tentando ignorar o fato de que seus olhos insistiam em procurá-la no bar.
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caminhou até o sofá onde a maioria da equipe já estava acomodada. Ele se sentou em um dos cantos, adotando uma postura relaxada, embora sua mente estivesse inquieta.
Os outros conversavam animadamente sobre o treino, relembrando as melhores jogadas e provocando uns aos outros sobre os erros cometidos.
– Eu nunca vi você tão concentrado como hoje, Minseok – brincou Hyunwoo, arrancando risadas do grupo. – Até parece que estava tentando impressionar alguém.
– Impressão sua – retrucou Minseok, mas seu sorriso entregava o contrário.
soltou uma risada discreta, tentando parecer envolvido na conversa. Ele lançou um olhar para a mesa, fingindo prestar atenção nos copos e petiscos que começavam a chegar, mas, no fundo, sua mente estava em outro lugar.
Seus olhos, quase involuntariamente, se desviaram para o bar. ainda estava lá.
Ela não parecia apressada em voltar para o grupo. Pelo contrário, estava inclinada sobre o balcão, conversando com o bartender, que parecia completamente cativado pelo charme dela. apertou os lábios, uma leve pontada de irritação surgindo em seu peito.
“Está demorando demais”, pensou.
A cena não deveria incomodá-lo. Afinal, sempre foi do tipo que atraía atenção, seja no treino ou fora dele. Mas, naquele momento, algo no jeito despreocupado dela, rindo de algo que o bartender dizia, mexia com ele de uma forma que ele não conseguia explicar.
– E você, ? – perguntou uma voz próxima.
Ele voltou o olhar para a mesa, percebendo que Minseok havia se dirigido a ele.
– O quê?
– Está na lua? – provocou Hyunwoo. – Estávamos falando sobre o próximo torneio. Acho que ele está nervoso de ter que competir com a de novo.
– Não seja ridículo – retrucou , de forma automática. – Eu nunca fico nervoso.
A resposta rápida arrancou algumas risadas do grupo, mas mal se importou. Seu olhar foi novamente atraído para o bar.
Agora, tinha um copo de bebida na mão e parecia estar terminando a conversa com o bartender. Ela jogou o cabelo para o lado, riu de algo que uma das colegas disse e começou a caminhar de volta para o grupo, com aquela postura confiante que parecia irritá-lo e fasciná-lo ao mesmo tempo.
“Finalmente.”
desviou o olhar antes que ela o pegasse encarando, mas a sensação de que ela dominava o ambiente – e sabia disso – continuava ecoando em sua mente.
retornou ao grupo com um sorriso satisfeito e um copo de bebida nas mãos. Assim que se aproximou, suas colegas a puxaram para um espaço mais próximo do centro da conversa, mas, para surpresa de , ela escolheu o assento ao lado dele.
Ele permaneceu imóvel por alguns segundos, sentindo a leve fragrância que ela trouxe consigo – algo cítrico e fresco, mas com um toque intrigante que ele não reconhecia.
– Aproveitando o happy hour? – ela perguntou casualmente, inclinando-se ligeiramente em sua direção.
lançou um olhar rápido para ela, tentando decifrar o que havia por trás daquele tom despreocupado.
– Sempre aproveito – respondeu, mantendo o tom neutro.
soltou uma risadinha.
– É mesmo? Porque você não parece o tipo que gosta desse tipo de ambiente.
– E você parece entender muito sobre o que eu gosto ou não, não é?
Ela deu de ombros, levando o copo aos lábios e tomando um gole, os olhos ainda fixos nele.
– Não precisa ficar na defensiva. Só estou tentando entender como alguém tão sério se encaixa em algo tão… descontraído.
apertou os lábios, um sorriso enviesado surgindo em seu rosto.
– Talvez eu seja mais imprevisível do que você pensa.
arqueou uma sobrancelha, claramente se divertindo com a resposta. Ela apoiou o copo na mesa à frente e cruzou as pernas, uma postura relaxada que contrastava com a intensidade do olhar que ela lançou.
– Vamos ver se essa imprevisibilidade aparece na quadra também – provocou, inclinando-se apenas o suficiente para que sua voz fosse ouvida apenas por ele.
sentiu o peso daquela provocação, algo na proximidade dela mexendo com ele de um jeito desconcertante. Ele se inclinou para frente, diminuindo a distância entre eles.
– Na quadra, , você já sabe do que eu sou capaz.
Ela segurou o sorriso que ameaçava escapar, mas não recuou.
– Talvez eu esteja esperando algo mais do que o de sempre, .
O desafio estava lançado, e ambos sabiam disso. O momento foi interrompido apenas quando Minseok chamou de volta à conversa do grupo, pedindo sua opinião sobre algo. Ela se afastou lentamente, lançando um último olhar que parecia dizer essa conversa ainda não acabou.
recostou-se no sofá, sentindo o coração bater um pouco mais rápido do que gostaria de admitir. Algo naquela troca o deixava inquieto, como se soubesse exatamente quais botões apertar para tirá-lo do controle.
E ele não sabia se isso o irritava ou o fascinava.
🎾🎾🎾
O grupo ao redor de estava em clima de festa, e ele se sentia cada vez mais deslocado. Não que fosse tímido ou avesso à socialização, mas preferia manter a disciplina acima de tudo – e aquela atmosfera relaxada, com risadas altas e copos cheios, não era o que ele chamaria de produtiva.
– , você nem tocou no seu copo! – reclamou Minseok, apontando para o refrigerante que ele havia pedido.
– Isso porque ele acha que álcool vai arruinar a carreira de ouro dele – provocou Hyunwoo, arrancando risadas dos outros.
– Não é questão de “achar”. É um fato – respondeu , recostando-se no sofá com uma expressão estoica. – Álcool prejudica o desempenho físico. Se vocês se importassem tanto com o esporte quanto dizem, fariam o mesmo.
– Ah, por favor! – Minseok rebateu, já um pouco mais solto do que o normal graças à sua terceira cerveja. – Um drink não vai acabar com sua performance. Não precisa ser um robô o tempo todo.
– É, , relaxa um pouco – acrescentou uma das garotas da equipe. – Até os maiores atletas sabem quando é hora de se divertir.
estava prestes a responder algo seco, mas percebeu que o olhar de estava sobre ele. Ela segurava o copo de uma bebida avermelhada, mexendo distraidamente o líquido com o canudo, e tinha um sorriso nos lábios.
– Você deveria experimentar – disse ela, de repente.
Ele arqueou uma sobrancelha, surpreso por ela se juntar à conversa.
– Duvido que isso vá fazer alguma diferença na sua “carreira de ouro”.
A provocação era clara, mas o tom dela era leve, quase como um desafio. Os outros começaram a apoiar a ideia, e logo todos estavam encorajando a aceitar.
– Vamos, só uma vez! – Minseok insistiu, levantando um copo para ele.
respirou fundo, já cansado do assunto.
– Está bem, mas só para provar que isso não muda nada – disse ele, pegando o copo da mão de Minseok enquanto os outros comemoravam.
Ele deu um pequeno gole na bebida, sentindo o sabor amargo do álcool misturado com algo doce. Não era ruim, mas também não era algo que ele escolheria por vontade própria.
– E então? – perguntou Hyunwoo, ansioso.
– Horrível – respondeu com a expressão séria, o que fez o grupo rir.
inclinou-se levemente em sua direção, ainda com o sorriso provocador.
– Horrível ou assustador porque agora você não tem desculpa para ser tão rígido?
a encarou, sentindo novamente aquele misto de irritação e fascínio.
– Talvez você devesse se preocupar menos com o que eu faço e mais com sua própria disciplina.
Ela deu uma risada leve, sem parecer minimamente ofendida.
– Quem disse que não sou disciplinada? Às vezes, saber quando relaxar faz parte de ser um grande atleta também.
Ele não respondeu, mas a troca de olhares entre eles fez o restante do grupo perceber que algo estava acontecendo ali. Minseok murmurou algo para Hyunwoo, e ambos trocaram sorrisos cúmplices.
desviou o olhar para o copo em sua mão, tentando ignorar o calor que subia pelo pescoço.
“Relaxar faz parte…” Ele não tinha certeza se estava falando de verdade sobre o treino ou se apenas jogava palavras para desconcertá-lo.
🎾🎾🎾
A música no pub ficou mais alta, e o grupo ao redor de começou a se levantar para ir até a pista de dança. Risadas eufóricas e brincadeiras preenchiam o ambiente, enquanto ele observava todos se afastarem em direção ao espaço iluminado por luzes vermelhas e douradas que giravam lentamente.
– Vamos, ! Uma dança não vai te matar! – gritou Minseok enquanto seguia o fluxo, já com uma garota da equipe puxando-o pelo braço.
– Vou passar – ele respondeu, balançando a cabeça.
Logo, restaram apenas ele e na mesa. Ela não parecia interessada em se juntar aos outros na pista, tampouco em deixar em paz. Estava sentada com as pernas cruzadas, girando seu copo com uma leve expressão de diversão nos lábios.
– Não gosta de dançar? – perguntou ela, inclinando-se ligeiramente para frente, o que fez a luz suave do ambiente refletir no brilho de sua pele.
– Não gosto de desperdiçar energia com coisas inúteis – ele retrucou, encostando-se ao encosto do sofá e cruzando os braços.
Ela ergueu as sobrancelhas, claramente se divertindo.
– Tudo é “inútil” para você? Ou você só tem medo de se soltar e perceber que é humano como o resto de nós?
soltou uma risada curta, quase sarcástica.
– Não é medo. É escolha.
– Escolha de ser um robô? – ela provocou, apoiando o cotovelo na mesa e o queixo na mão, olhando-o de um jeito quase desafiador.
Ele estreitou os olhos para ela.
– E você, acha que tudo é brincadeira? Talvez devesse levar as coisas mais a sério.
– Talvez. Mas a vida fica bem mais interessante quando a gente se permite aproveitar.
A tensão entre eles crescia com cada palavra trocada. inclinou-se um pouco mais, os rostos agora mais próximos, e sentiu seu perfume floral e suave.
– Sabe qual é o seu problema, ? – ela disse, com o tom de voz mais baixo, mas carregado de provocação.
– Ilumine-me – ele respondeu, o tom igualmente desafiador.
– Você acha que precisa provar algo o tempo todo. Para mim, para os outros, para o mundo… Mas talvez só precise provar para você mesmo que consegue relaxar.
Ele estava prestes a retrucar, mas o olhar dela o desarmou por um momento. Os olhos de brilhavam sob a luz vermelha do ambiente, desafiadores e… convidativos?
Sem perceber, inclinou-se também, aproximando ainda mais os rostos. A distância entre eles era mínima, e a intensidade daquele momento fez o resto do pub desaparecer.
– E você acha que sabe tudo sobre mim? – ele perguntou em um sussurro rouco, os olhos fixos nos dela.
Ela sorriu, quase maliciosa.
– Não tudo… Ainda.
A tensão parecia palpável, e, por um instante, ambos ficaram imóveis, como se esperassem quem daria o próximo passo. Mas antes que qualquer coisa acontecesse, um dos colegas do grupo voltou abruptamente à mesa, chamando-os de volta à realidade.
– Ei, vocês dois! Venham dançar, o DJ está arrasando!
se afastou primeiro, pegando seu copo e se recostando no sofá com um sorriso que não conseguiu interpretar.
– Talvez depois – ela disse, casualmente.
desviou o olhar, tentando controlar a respiração enquanto o colega voltava para a pista. Ele precisava de um momento para entender o que acabara de acontecer.
🎾🎾🎾
CAPÍTULO 6
terminou o que restava em seu copo de uma só vez, inclinando a cabeça para trás enquanto o líquido descia pela garganta. Ela colocou o copo vazio na mesa com um som seco e, antes que pudesse processar, estendeu a mão para ele, um sorriso cheio de desafio nos lábios.
– Vamos, “robô”. Está na hora de te ensinar a ser humano.
– O quê? – ele perguntou, estreitando os olhos enquanto olhava para a mão dela.
– Não adianta resistir – ela disse, pegando a mão dele sem esperar permissão e puxando-o para fora do sofá.
hesitou por um momento, mas a força da determinação de – combinada com o fato de que ela já estava o arrastando – o fez ceder. Ela o conduziu pela área privativa até a pista de dança, onde o grupo da equipe já se divertia ao som da batida enérgica.
– Eu não danço – ele tentou argumentar, mas sua voz se perdeu no som alto da música.
virou-se para ele, os olhos brilhando sob as luzes vermelhas que giravam pelo espaço.
– Não precisa dançar. Só… se mova, – ela disse, segurando as duas mãos dele e começando a guiá-lo.
Ela mexia o corpo com naturalidade, cada movimento suave e ritmado, como se a música fluísse por ela. , por outro lado, permaneceu rígido, claramente desconfortável, mas sem tirar os olhos dela.
– Relaxe – falou, inclinando-se mais perto para que ele a ouvisse. – Ninguém está te julgando.
bufou, mas os olhos dela eram hipnotizantes, e algo em sua postura desinibida o fazia querer… tentar. Ele começou a mover os ombros, desajeitado no início, mas aos poucos encontrando um ritmo.
riu, inclinando-se para mais perto.
– Está vendo? Não é tão difícil.
estreitou os olhos.
– Só estou fazendo isso porque você está me forçando.
Ela se aproximou mais, os rostos agora separados por uma distância mínima.
– Claro, é isso mesmo. Você está aqui porque eu te forcei.
A proximidade dela, combinada com o ambiente e a música, fez o coração dele bater mais rápido. , percebendo isso, sorriu provocativamente e girou, ainda segurando uma das mãos dele, puxando-o para que a seguisse no movimento.
Quando ela voltou a encará-lo, o sorriso ainda estava lá, e seus corpos estavam mais próximos do que antes. Ele sentiu o calor dela e percebeu o quanto era perigoso se deixar levar, mas, ao mesmo tempo, não queria se afastar.
– Acho que você está começando a gostar disso – ela provocou.
inclinou-se ligeiramente, olhando-a de cima com um sorriso enviesado.
– Você é irritantemente persistente.
– E você é irritantemente teimoso – ela rebateu, sorrindo de volta.
A troca de provocações continuou enquanto eles se moviam no ritmo da música, os olhares intensos e as palavras cheias de implicância. O resto do grupo dançava ao redor, mas para e , parecia que estavam em uma bolha isolada, apenas os dois.
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e continuavam se movendo no ritmo da música, as luzes vermelhas os envolvendo em um clima sensual e intimista. Cada passo que ela dava parecia desafiá-lo, testando seus limites, e a forma como ela o olhava de canto, com aquele sorriso provocante, fazia sua respiração acelerar. Ele estava tentando se controlar, mas o desejo crescente e a tensão entre os dois o deixavam cada vez mais vulnerável.
A proximidade deles era palpável. O corpo de estava agora mais colado ao dele, quase como se ela soubesse que ele não conseguiria mais resistir. Os olhares deles se cruzaram em silêncio, e, por um momento, o som da música pareceu desaparecer, deixando apenas os batimentos acelerados dos seus corações preenchendo o espaço.
– Você… – começou, mas a voz falhou, como se as palavras se perdessem diante da intensidade do momento.
não deu chance para que ele continuasse. Ela se aproximou mais, os lábios entreabertos e os olhos brilhando com uma mistura de desafio e curiosidade. Não havia mais palavras necessárias. Ela estava tão perto que podia sentir o calor de sua respiração, o perfume doce e delicado que envolvia seu corpo… O mundo ao redor deles desapareceu, e tudo o que restava era a eletricidade no ar.
Sem pensar, como se fosse algo inevitável, moveu a mão para a cintura dela, puxando-a levemente em sua direção. A tensão entre eles explodiu em um beijo inesperado e urgente. Os lábios de tocaram os de com força, mas ao mesmo tempo com uma intensidade quase desesperada, como se ambos estivessem tentando se entender ali, naquele momento.
O beijo foi quente, profundo e ao mesmo tempo frenético, como se a necessidade de se conectar fosse mais forte do que qualquer outra coisa. sentiu a suavidade dos lábios de , a língua dela se movendo com a dele de forma sincronizada, como se já soubessem o que fazer, sem palavras, apenas ações. O gosto dela estava gravado em sua boca, uma mistura de álcool e algo doce, algo viciante.
, por outro lado, estava em um turbilhão de emoções. A sensação de ter tão próximo, tão vulnerável e ao mesmo tempo tão cheio de desafios, fazia seu corpo reagir de maneiras que ela não esperava. O toque dele, o jeito como ele a segurava, fez com que uma onda de calor percorresse seu corpo. Ela se entregou ao beijo com mais intensidade, seus dedos se apertando na camisa dele, como se quisesse que aquele momento durasse para sempre.
Os dois estavam completamente imersos no beijo, sem se importar com o resto do mundo, com os outros ao redor. O som da música continuava a ecoar, mas agora parecia estar em segundo plano, enquanto eles se deixavam levar pela atração.
Quando finalmente se separaram, ofegantes e com os corações batendo mais rápido do que nunca, o olhar deles se encontrou novamente. estava sem palavras, o rosto levemente corado, o peito subindo e descendo com a respiração acelerada. Ele a observou por um instante, tentando processar o que acabara de acontecer.
também estava sem fôlego, os lábios ainda um pouco entreabertos, o sorriso provocante que antes tinha desaparecido, dando lugar a algo mais suave, mais misterioso. Ela olhou para ele com uma intensidade que o fez duvidar se o que haviam acabado de viver tinha sido real ou um simples reflexo de um desejo não resolvido.
– Isso não vai mudar nada, – ela disse, a voz baixa e carregada de uma complexidade que ele ainda não entendia totalmente. – Mas eu não posso negar… foi bom.
Ele não sabia como responder. O que estava acontecendo ali entre eles era tão imprevisível, tão intenso, que ele sentia que estava prestes a se perder. Tudo o que sabia era que, de alguma forma, algo havia mudado.
E então, como se aquele beijo tivesse sido apenas uma breve chama, sorriu e se afastou lentamente, dando a um espaço para processar a confusão em que ele se encontrava.
– Vamos dançar de novo? – ela perguntou, agora com um sorriso mais suave, mas ainda com aquele brilho provocante nos olhos.
ficou ali, parado no meio da pista, os lábios ainda quentes, o coração ainda disparado, tentando entender o que acontecera, tentando entender o que aquilo significava para ele.
Mas, antes que ele pudesse pensar mais, já estava de volta ao ritmo da música, movendo-se de forma sensual e desafiadora, como se nada tivesse mudado.
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saiu da pista de dança com a cabeça cheia de pensamentos. O beijo ainda queimava em seus lábios, e ele precisava de um momento para se recompor. Andou em direção ao banheiro do pub, seu coração ainda acelerado, tentando entender o que tinha acontecido. A pressão em seu peito não parecia diminuir. Ele precisava de um respiro, de um espaço para pensar, para processar
Ao entrar no banheiro, a música abafada lá fora se tornou um som distante. se aproximou da pia e ligou a torneira. A água gelada escorrendo em suas mãos foi um alívio, mas não dissipou a tempestade que ele sentia dentro de si. Ele passou a água no rosto, sentindo o frescor enquanto tentava afastar a confusão que o tomava. As imagens do beijo com vinham à mente, e ele se perguntava o que estava acontecendo. Era só atração? Ou havia algo mais ali? Algo que ele não estava disposto a admitir ainda. Ele esfregou a nuca, tentando aliviar a tensão que a ocupava.
Enquanto isso, do lado de fora, Minseok e Hyunwoo estavam discutindo animadamente sobre alguma coisa quando começaram a se mover na direção do banheiro, provavelmente para verificar o que estava fazendo. Mas, antes que pudessem ir até ele, apareceu, bloqueando o caminho.
– Não – ela disse com firmeza, os olhos desafiadores e um sorriso divertido nos lábios. – Eu vou falar com ele.
Minseok a olhou, um pouco surpreso, mas aceitou sem questionar. Hyunwoo apenas levantou as sobrancelhas, mas, como sempre, se manteve em silêncio.
então caminhou até o banheiro e se encostou na parede do lado de fora, seu olhar atento à porta. Ela estava se divertindo com a situação, mas também sabia que havia algo mais por trás do comportamento de . Algo que ela estava disposta a explorar. Ela só precisaria de um pouco mais de tempo, mais um empurrão.
Dentro do banheiro, continuava a passar água fria no rosto, tentando se acalmar. Mas, quanto mais ele pensava, mais se sentia inquieto. O beijo, o toque de … tudo estava martelando em sua mente. Ele havia sido impulsivo, e não estava acostumado a agir assim. No entanto, uma parte de si não conseguia se arrepender. Ele sabia que precisava entender o que tudo aquilo significava, mas, ao mesmo tempo, estava com medo de se perder nesse jogo com ela.
Finalmente, ele se secou, deu um último olhar no espelho e saiu, sentindo que precisava respirar, afastar-se de tudo por um momento. Mas, ao abrir a porta, se deparou com ali, parada, com uma expressão que ele não conseguia ler completamente. O impacto de vê-la ali o fez parar por um segundo, e ele tentou desviar o olhar, como se tentasse ignorá-la. Mas ela não o deixaria ir tão facilmente.
Ela deu um passo à frente, bloqueando sua passagem, seu olhar provocante como sempre.
– Ei, você está fugindo de mim, ? – ela disse, com um sorriso cheio de malícia, e estendeu a mão para pegar seu pulso quando ele tentou se afastar. – Eu não te dei permissão para me ignorar ainda.
O toque dela no pulso dele foi elétrico, e ele se viu paralisado por um instante. Ela o puxou levemente em sua direção, os corpos agora muito próximos, a respiração de ambos acelerada. O espaço entre eles parecia mínimo, o clima mais carregado do que nunca. Ela olhou diretamente em seus olhos, seus lábios entreabertos como se convidassem a mais.
– O que você está tentando fazer, ? – a voz de saiu rouca, um misto de confusão e desejo. Ele não sabia se estava com raiva de si mesmo por continuar se aproximando dela ou se estava se deixando levar por algo que ele não conseguia controlar.
não respondeu imediatamente. Ela estava ali, tão perto que podia sentir a tensão emanando dele. Ela sabia que o efeito que causava nele era visível, e isso só aumentava sua confiança. Ela sorriu de lado, desafiadora, e em um movimento rápido, ela o puxou mais para perto, seus corpos agora quase colados.
– Eu não sou sua rival só no campo, – ela disse em um sussurro, seus lábios quase tocando os dele. – Posso ser mais difícil de vencer do que você imagina.
Antes que ele pudesse reagir, ela inclinou a cabeça e o beijou novamente, com uma intensidade que os dois não haviam antecipado. O beijo foi feroz, carregado de emoção, de todas as coisas não ditas entre eles. Os lábios de estavam quentes, e se entregou ao momento, seus dedos se prendendo na cintura dela, puxando-a mais para si, como se finalmente se rendesse ao que estava acontecendo entre eles.
O beijo deles não era apenas sobre desejo. Era sobre poder, sobre desafio, sobre algo muito mais profundo que nem ele sabia como lidar. Quando finalmente se separaram, os dois estavam ofegantes, a respiração pesada, como se tivessem corrido uma maratona.
o olhou com um sorriso satisfeito, seus olhos brilhando de forma travessa, enquanto ainda estava tentando entender o que acabara de acontecer. Ele não estava preparado para isso, não estava pronto para a forma como ela o fazia se sentir tão fora de controle. Mas, ao mesmo tempo, ele não queria mais sair dali… Ele não queria afastar-se dela.
Ele deu um passo para trás, tentando recuperar a compostura, mas não conseguiu deixar de observar a maneira como ela o desafiava, como se soubesse exatamente o que estava fazendo com ele. E, por mais que quisesse resistir, ele não sabia se conseguiria muito mais…
, com um sorriso desafiador nos lábios, olhava fixamente para . A provocação no olhar dela estava ali, clara e palpável. Ele podia sentir a energia entre eles, algo que crescia a cada segundo, a cada palavra trocada. O ambiente ao redor parecia desaparecer, deixando apenas a intensidade do momento.
Ela se aproximou ainda mais, quase como se soubesse que ele não seria capaz de resistir. A distância entre eles se estreitou, e , sem querer se deixar dominar por aquilo, não conseguiu desviar o olhar. Algo no ar mudara, uma tensão elétrica que fez seus corações dispararem.
Ela se inclinou levemente para ele, seus olhos desafiadores ainda presentes, e sussurrou:
– Eu sabia que você não resistiria por muito tempo.
Ele não teve tempo para responder, pois, sem pensar, seus lábios se encontraram novamente. Desta vez, foi mais forte, mais profundo, com uma urgência que não estavam conseguindo esconder. sentiu o corpo de contra o seu, a forma como ela se encaixava perfeitamente. Ele se permitiu, pela primeira vez, cair naquele desejo, na curiosidade que sentia por ela.
Seus braços a envolveram, e, instintivamente, ele a puxou mais para si, pressionando seu corpo contra a parede próxima. O beijo foi quente, voraz, como se estivessem se entregando a algo que nem sabiam o que era, mas que não podiam negar.
não recuou. Pelo contrário, ela o desafiou mais, sua mão indo até o pescoço dele enquanto seus lábios se afastavam brevemente, para que ela pudesse sussurrar no ouvido dele:
– Achou que isso seria só mais um jogo, ? Está começando a entender a diversão?
As palavras dela, intensas e provocantes, foram seguidas de um toque suave no pescoço dele, que fez o corpo de tremer. Ele sentiu a raiva e o desejo se misturarem, uma tempestade interna que ele nunca havia experimentado antes. Não podia mais voltar atrás. Ele não queria.
– Eu sei o que você está tentando fazer… – murmurou ele, sem conseguir esconder o desejo que ainda ardia em sua voz.
Ela sorriu, quase como se tivesse vencido uma batalha interna dele. A provocação, agora, era pura. E ele, por algum motivo, não queria mais lutar contra isso.
As mãos de se embrenharam nos cabelos vermelhos dele, e fechou os olhos quando sentiu as unhas dela cravarem seu couro cabeludo puxando os fios com intensidade. Logo os lábios molhados e quentes dela se encostaram em seu pescoço, e ele prendeu a respiração em antecipação ao que poderia vir a seguir.
Assim que começou a distribuir beijos pela região tensionada no pescoço dele, sentiu que poderia vacilar a qualquer momento e ele não queria dar aquele gostinha a Sanha… então ele tratou de tentar recobrar os sentidos e o controle da situação, apertando violentamente a cintura dela em suas mãos. Mas parecia inútil já que ele sentia cada pelo de seus braços se arrepiando mais e mais conforme os lábios dela avançavam por seu pescoço.
Quando os lábios dos dois grudaram um no outro novamente, desceu as mãos da cintura para o bumbum de Sanha e a sentiu sorrir entre o beijo, e aquilo pareceu gasolina no fogo… ele apertou o lugar com as duas mãos, fazendo com que ela ficasse na ponta dos pés para que ele tivesse maior acesso ao local.
As mãos de voltaram a apertar o local com ainda mais intensidade e ele não conseguiu controlar o próprio corpo, que já dava sinais de como aquilo tudo o estava afetando. Quando Sanha mordeu o lábio inferior dele puxando seus cabelos avermelhados de novo, ele se atreveu a passear as mãos pelas coxas desnudas dela na minissaia que ela usava.
A pele de parecia queimar em febre e não sabia explicar o porque, mas havia gostado de saber que não era o único afetado ali. As unhas custas dele deslizaram pela pele de , fazendo ela abafar um gemido contra os lábios dele, enquanto voltavam a se beijar.
O beijo, que antes era puro fogo, agora se tornava mais delicado à medida que os dois se afastavam lentamente, seus lábios ainda colados, mas em um ritmo mais suave. sentia o coração batendo descontrolado, e a respiração dele, ofegante, soava no silêncio que havia ficado entre eles. Ele estava completamente imerso na sensação da pele dela contra a sua, nos toques que pareciam continuar vibrando em sua mente, e em como o simples ato de beijá-la o fazia questionar tantas coisas.
também parecia se perder na intensidade daquele momento. Seus olhos se abriram lentamente, e ela ainda estava um pouco tonta com a proximidade, mas a expressão no rosto dela era uma mistura de satisfação e algo mais — algo que ele não conseguia identificar com precisão. Ela não era alguém fácil de entender, e aquilo, de alguma forma, o desafiava ainda mais.
– Não esperava isso… – murmurou, as palavras saindo de seus lábios sem que ele as tivesse planejado. Ele estava tão acostumado a ter o controle sobre tudo, mas com ela, sentia que as coisas fugiam de suas mãos. Isso o incomodava e, ao mesmo tempo, o atraía.
olhou diretamente nos olhos dele, com um sorriso que estava longe de ser um simples gesto de diversão. Era algo mais profundo, quase enigmático. Ela não se apressou em responder, ao invés disso, apenas olhou para ele com um olhar desafiador e, ao mesmo tempo, vulnerável.
– Eu também não… – Ela respondeu com um tom baixo, quase como se falasse para si mesma. – Mas, por algum motivo, não quero que isso termine.
Aquelas palavras pairaram no ar, carregadas de significado. sentiu um peso no peito, como se tivesse sido atingido por algo mais profundo do que apenas uma simples atração física. Ele queria entender o que ela queria dizer com isso. Queria entender por que estava sentindo essa conexão inexplicável, mas, ao mesmo tempo, ele não sabia se estava pronto para enfrentar isso.
Os dois permaneceram em silêncio por um momento, ainda tão próximos, mas ao mesmo tempo tão distantes, como se algo invisível os separasse. O olhar de não saía do dele, mas ela não o pressionou a falar mais sobre o que acabara de acontecer. Ela parecia saber que ele estava em conflito com os próprios sentimentos.
– Você é imprevisível, … – disse, finalmente quebrando o silêncio. Sua voz estava baixa, mas sincera. – Nunca pensei que me sentiria assim com alguém.
Ela sorriu, um sorriso mais suave agora, como se reconhecesse o que ele tentava dizer, mas sem necessidade de elaborar mais.
– E você também é difícil de lidar, … – respondeu ela, com um toque de provocação, mas também uma pitada de algo mais suave em suas palavras. – Isso só torna tudo mais interessante.
Os dois se afastaram um pouco, mas a energia entre eles ainda estava presente. O ar parecia pesado com a tensão não resolvida, e ambos sabiam que aquele momento era apenas o começo de algo que nem sequer entendiam completamente, mas que já estava mudando o curso de suas vidas de maneiras que nem podiam prever.
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CAPÍTULO 7
O retorno ao pub foi silencioso, como se nada tivesse acontecido. As risadas e as conversas preencheram o espaço, mas não conseguia afastar os pensamentos que ainda estavam fixados em . Nenhum dos dois tocou no assunto, e o grupo parecia alheio ao que havia ocorrido entre eles, cada um se ocupando com suas próprias conversas e distrações.
voltou a se entrosar com os colegas, tomando mais uma dose com as amigas, rindo e mantendo sua presença cativante, como se o que aconteceu não tivesse deixado marca nenhuma. observava tudo, mas estava distante, suas mãos fechando e abrindo os copos com bebida enquanto se entregava a cada gole. Ele sabia que não deveria, mas as doses foram se acumulando, e, conforme o álcool tomava conta de seu corpo, ele sentia sua resistência diminuir. Ele não estava mais preocupado em manter o controle.
Após mais algumas doses, a troca de olhares entre ele e se intensificou. Era como se o espaço entre eles se encurtasse a cada segundo. Ela estava do outro lado do bar, seu olhar desafiador atravessando a multidão, e, quando seus olhos se encontraram, foi como se tudo ao redor parasse por um instante. A tensão estava no ar, e ninguém parecia perceber.
sentiu algo em seu interior quebrar. Ele se levantou abruptamente, sem dizer uma palavra, e se dirigiu para a saída, desejando escapar da intensidade que o envolvia. Seus passos ecoavam pelo pub, mas sua mente estava nublada pela bebida e pelas emoções conflitantes. Quando ele chegou à porta, o ar fresco da noite o atingiu, mas não diminuiu a sensação quente que ainda queimava sua pele.
Ele só queria estar sozinho. Precisava de um tempo para processar tudo o que tinha acontecido.
Mas, antes que pudesse caminhar até seu carro, ouviu o som de passos atrás de si, firmes e rápidos. Era . Ela havia saído do pub logo atrás dele, sem hesitar.
– Você não vai mesmo me deixar te desafiar de novo? – A voz dela foi suave, mas carregada de provocação.
parou, mas não virou o rosto imediatamente. Ele sentiu a presença dela antes de qualquer coisa. O cheiro doce da fragrância dela estava no ar, e isso o fazia sentir algo que não conseguia nomear. Por um momento, ele pensou em seguir em frente, ignorá-la e deixar a noite terminar, mas ao virar o rosto, encontrou os olhos dela fixos nos seus. O brilho deles parecia mais intenso agora, e o sorriso que ela deu não era de deboche, mas de algo mais profundo.
– Não precisa fazer isso… – Ele respondeu com a voz rouca, a bebida ainda ecoando em sua mente, mas as palavras saindo mais baixas, mais vulneráveis do que ele gostaria de admitir.
se aproximou dele, não se importando com o espaço entre eles. O olhar dela estava carregado de algo que ele não podia mais negar. Ela estava decidida.
– E por que não? – ela perguntou, quase sussurrando, enquanto dava um passo à frente, fechando ainda mais a distância. – Você tem medo, ?
Não, ele não tinha medo. Mas o que estava acontecendo entre eles o assustava. Ele queria mais do que estava disposto a admitir, e isso o fazia se sentir vulnerável de uma forma que ele não estava preparado para lidar.
Em vez de responder, a resposta veio através de outro beijo. se inclinou, alcançando seus lábios com a mesma intensidade, mas agora, havia algo de mais profundo ali. Ela o puxou para perto, suas mãos se segurando firmemente em seu peito, e ele, em resposta, a puxou para mais perto ainda, as mãos de explorando sua cintura, ainda tão intensas, mas com um novo entendimento entre os dois.
Os corpos deles se encaixavam de uma maneira que parecia inevitável. A troca de calor e emoção era quase palpável enquanto eles se entregavam ao momento. Os beijos não eram mais apenas de provocação, mas uma manifestação de tudo o que não podiam mais esconder.
Quando o beijo finalmente terminou, ambos ficaram ali, com as respirações entrecortadas, sem saber exatamente o que fazer a seguir. olhou nos olhos de , o brilho deles ainda brilhando de uma maneira que ele não sabia se era apenas o álcool ou algo mais profundo. Ela sussurrou de novo:
– Eu sei que você sente isso também.
não sabia o que responder. Ele estava perdido nas emoções, e, pela primeira vez, não tinha certeza de nada. Mas, ao olhar para ela, percebeu que isso não seria algo fácil de escapar. Eles estavam em um caminho sem volta, e, no fundo, ele sabia que ela tinha razão. Ele não queria se afastar.
Ele apenas não sabia até onde isso os levaria.
não deu tempo para pensar. Ela o puxou de volta para o pub com uma determinação visível, guiando-o pela calçada com uma mão firme segurando a dele. A energia dela era elétrica, e ele não conseguia resistir. Ela o conduziu até a pista de dança, onde as luzes piscavam em tons de vermelho e azul, dando um toque sensual ao ambiente. A música ecoava pelo local, batendo no peito de , mas não era só a batida que fazia seu corpo vibrar. Era o jeito que o corpo de se movia, como se a pista fosse dela e ele fosse o parceiro perfeito para acompanhá-la.
Ela não esperou que ele reagisse ou hesitasse. Em um movimento fluido, ela se aproximou dele novamente, sua presença inebriante e os olhos fixos nos dele, desafiando-o mais uma vez. Sem mais palavras, ela o puxou, encostando seu corpo no dele de maneira ousada e intensa. O calor entre eles era palpável, como se a eletricidade fosse apenas o reflexo de algo muito mais forte.
sentiu seu corpo responder ao dela de uma forma que ele não conseguia explicar. Ele podia sentir cada curva de contra ele, o movimento sensual de sua dança se misturando ao ritmo da música. Ele se entregou à sensação de ter o corpo dela tão perto, o cheiro doce e tentador dela invadindo sua mente. Não importava mais o que as outras pessoas pensavam ou o que ele tinha que provar para si mesmo.
A música parecia desaparecer em segundo plano enquanto eles se moviam juntos, e a única coisa que ele conseguia focar era nela. Seus corpos estavam colados, e quando ele a beijou novamente, não havia mais hesitação. O beijo foi profundo, sem se importar com os olhares ao redor, sem se preocupar com as consequências. Ele a puxou mais para perto, seus lábios explorando os dela com uma urgência que só os fazia se perderem mais.
O mundo ao redor deles parecia desaparecer. Ele sentia os corpos se movendo, a conexão intensa de cada toque e suspiro. Quando seus lábios se separaram por um momento, ela sussurrou contra sua boca:
– Você está começando a entender, não está?
não respondeu imediatamente. A pergunta não exigia uma resposta verbal. Ele estava sentindo tudo o que ela sempre dizia, a verdade que ela tentava transmitir a ele, e, finalmente, estava começando a entender. Não era só sobre vitórias, não era sobre ser perfeito o tempo inteiro. Era sobre se entregar ao que a vida estava oferecendo, sobre ser humano, sobre ser vulnerável e não temer isso.
Ele sorriu de maneira quase imperceptível, seus olhos fixos nos dela, reconhecendo a profundidade daquilo tudo. O que quer que fosse, ele já não queria mais lutar contra isso. A sensação de liberdade, a sensação de estar em um momento único e sem amarras, era algo que ele nunca tinha experimentado dessa forma.
– Você me fez entender, – ele disse baixinho, ainda ofegante, as palavras saindo com mais sinceridade do que ele estava acostumado a mostrar.
Ela o olhou com um sorriso travesso, ciente do impacto que tinha em cada ação que tomava, e o puxou de volta para o beijo, um beijo agora mais suave, mas com um significado muito mais profundo. Eles dançavam agora como se estivessem dançando sozinhos, sem se importar com mais nada, apenas com o que estavam sentindo naquele instante.
E soube naquele momento que, por mais que fosse difícil, ele estava finalmente se permitindo ser mais humano, mais livre, mais ele.
Fim
Curiosidade: Baby MOA precisa escrever fanfic né? Então veio aí a fic do Yeounjun para aproveitar o quiz.
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