Vegas
Las Vegas
É engraçado quando nos deparamos com uma situação triste da vida e dizemos: “Não dá pra piorar.” Mas no fim, sempre dá… Porém, em raras vezes, podemos ver o copo meio cheio, ao invés do meio vazio, talvez se levarmos em conta que a vida sempre se esforça para nos ajudar a tomar as decisões certas.
Acreditem ou não, aquela era minha primeira ressaca, eu me remexi um pouco na cama e logo senti um forte braço me envolver com carinho. De imediato senti conforto e uma enorme felicidade, poderia até sentir uma enorme realização, porém… Havia duas possibilidades para explicar o que estava acontecendo. A primeira: era eu me casei e minha noite de núpcias foi esplêndida. Um largo sorriso surgiu em meu rosto, entretanto a dolorosa imagem de ser deixada na porta da igreja por Cedric invadiu minha mente, um frio passou em minha barriga seguido de uma incógnita. Onde eu estava e de quem era aquele braço que aconchegava meu corpo?
Abri meus olhos e ergui meu corpo no susto de pensar que um estranho estava ao meu lado, senti seu corpo se remexendo ao meu lado em um longo espreguiço. Movi minha cabeça lentamente com meu coração acelerado, até que meus olhos se encontraram com os dele.
— AAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!! — gritamos juntos.
Eu me encolhi, puxando o lençol para mais perto cobrindo me mais, não acreditava no que meus olhos viam. O olhar dele sobre mim parecia mais surpreso e confuso que o meu, percorrendo por todo o meu corpo, assimilando aos poucos o que estava acontecendo e o que provavelmente havia acontecido.
— … — sussurrei puxando um pouco mais o lençol, desviando discretamente meu olhar para as linhas do seu abdômen, me lembrava vagamente das raras vezes que havia o visto sem camisa quando dormia na casa dos meus pais.
— … — Respirou fundo, parecia procurar palavras em sua mente.
Lewis era o melhor amigo do meu irmão mais velho, crescemos juntos e claro que eu sempre tive um amor platônico bobo por ele, felizmente ele não sabia desse segredo infanto-juvenil maluco. Mas o fato é que estávamos ali, num quarto de hotel nus e provavelmente ambos sem memória e explicações da noite anterior.
— Onde estamos e o que aconteceu? — perguntei percorrendo meu olhar pelo quarto, bem decorado e muito bonito, poderia até mensurar que seria uma suíte presidencial ou master.
— Eu… Não sei. — Senti sua movimentação na cama, levantando logo após. — Eu não me lembro nem mesmo como nos encontramos.
— Nem eu. — Tomei impulso para me levantar, porém percebendo que ele mantinha seu olhar em mim, voltei minha atenção para ele lançando um olhar sugestivo, havia colocado rapidamente uma calça que possivelmente estava jogada pelo chão.
— O quê? — perguntou confuso.
— Vira.
— Como assim vira?
— Eu preciso colocar minha roupa. — expliquei de forma óbvia.
— Sério? Acho que já vi tudo o que tinha para ver aí. — ele riu de forma debochada, havia me esquecido que sua especialidade era ser irônico e tirar onda com minha cara, claro, ele sempre me via como a irmãzinha do seu melhor amigo que tinha medo de trovões e do escuro.
— Não tem graça, você nem se lembra do que aconteceu, então… — tentei não alterar minha voz, mas mantive firmeza. — Agora vire-se e feche os olhos.
— Não acredito… Pra que tudo isso — reclamou ele se virando.
— Ai não, isso não está acontecendo. — Me debati na cama antes de levantar.
— Me parece que eu te sequestrei no altar e fizemos a lua de mel aqui. — Ele riu indo até o canto onde meu vestido de noiva estava caído.
— Eu disse para você fechar os olhos. — Puxei rapidamente o lençol me cobrindo, permanecendo de pé. — Onde está seu respeito?!
— Bem, acho que não estraguei o feixe quando abri ontem à noite — ele continuava com seu tom de brincadeira, sabia que eu não gostava quando fazia aquilo. — Podemos considerar isso.
— Babaca — sussurrei.
— Eu ouvi essa. — Ele se voltou para umas malas que estavam no canto direito ao lado da poltrona. — Não acho que seja prudente colocar esse vestido novamente.
— E o que eu vou vestir? Ficarei nua?
— Não é de todo uma má ideia. — Ele riu de novo.
— Você não presta mesmo. — Eu peguei o travesseiro e joguei nele. — Estou falando sério.
— Ah, você sabe que estou brincando. — Ele deixou o vestido na poltrona e abriu a mala maior. — Vejamos o que temos aqui.
O observei atentamente enquanto retirava suas roupas da mala, comecei a me perguntar o motivo dele estar em Las Vegas, já que a última notícia que tinha, era que havia se estabelecido como cirurgião plástico no Hospital Universitário de Stanford, na Califórnia. Ao retirar um conjunto de moletom, se aproximou esticando para mim.
— Obrigado, agora pode se virar. — Peguei de sua mão, passando meus olhos pelo chão para entender onde minha lingerie havia se escondido.
Assim que ele se virou segurando o riso, comecei a minha procura, até que apontou para a mesa de café onde minha calcinha se destacou misteriosamente em cima da cadeira. O sentimento de vergonha foi real e imediato, passei por ele e peguei rapidamente, continuei minha busca até encontrar meu sutiã embaixo da cama, junto com sua gravata. Respirei fundo e vesti a roupa, pelo menos assim me sentiria melhor e menos neurótica em busca de pelo menos um vislumbre de lembranças.
— Não precisa ficar tão envergonhada assim, somos adultos e o que quer que tenha acontecido na noite anterior, não devemos explicações a ninguém. — A tranquilidade em sua voz era surreal para mim, claro que para ele não tinha problemas, ou talvez tivesse e ele só estava tentando me acalmar.
— Não consigo ok?! Eu simplesmente não consigo, enquanto não souber o que aconteceu, vou continuar me sentindo constrangida — expliquei com a voz um pouco alterada.
Ele deu o primeiro passo para se aproximar de mim, talvez para me consolar, porém tocaram o interfone da porta. Nossos olhares intrigados foram para mesmo direção, assim que ele abriu a porta, um homem se apresentou como o gerente dizendo que havíamos perdido um documento no hall do hotel quando chegamos na noite anterior. E que documento era esse?
— O quê? — Me segurei para não surtar, assim que terminou de ler, peguei o documento de sua mão percorrendo meus olhos pelas linhas de forma rápida. — Como assim, isso não pode…
Prendi um grito na garganta e respirei fundo.
— Calma, nós vamos resolver isso… Precisamos apenas descobrir o que aconteceu ontem que resultou nisso — disse apontando para o documento em minha mão. — Vamos refazer nossos passos, do que você lembra? Por que estava aqui em Vegas vestida de noiva??
— Eu… Ia me casar… — forcei minha memória, fazendo-a voltar na manhã anterior. — Até que fui abandonada…
— Abandonada?!
— E você? — O olhei desconfiada. — Não era para estar na Califórnia?
— Sim, eu vim atrás de uma pessoa. — Ele engoliu seco, um olhar frustrado surgiu como se lembrasse de algo decepcionante.
– x –
24 horas atrás…
Eu não conseguia acreditar que o dia mais feliz da minha vida havia desabado e se tornado o mais triste. Me senti a derrota em pessoa, estava na porta da igreja abandonada pelo homem que jurou me amar pelo resto da minha vida. Tudo que restou foi uma carta, com a desculpa esfarrapada que não podia deixar a oportunidade de trabalhar em Manhattan, que não conseguiria me dar a vida que eu merecia com seu salário de redator auxiliar no jornal New York Times.
— Eu me recuso a acreditar que aquele babaca te deixou assim, pelo New York Times. — Jenie parecia mais revoltada que eu. — Eu vou matar ele.
— Obrigada, Jen… — Voltei meu olhar para ela, limpando as lágrimas que persistiam em descer. — Apesar de saber que sua revolta maior é não poder entrar desfilando seu vestido maravilhoso.
Ela riu de mim, sabia que eu havia feito aquele comentário para não chorar mais. Jenie me abraçou novamente com ternura, além da cunhada perfeita, era uma boa amiga, infelizmente sempre disse não gostar de Cedric. Talvez ela estivesse certa em sempre cismar com ele, mas quando estamos apaixonados, não vemos os defeito só enxergamos aquilo que queremos.
— Posso dizer que eu avisei? — Meu irmão se aproximou de nós com um sorriso discreto nos lábios.
— Idiota. — Eu me afastei dele e entrei no mesmo carro que me levou para a igreja, consegui ouvir ao longe a alta voz de repreensão de Jen.
Estava abalada demais para ter que aguentar meu próprio irmão satisfeito com o resultado final. Admito que Matt sempre foi contra meu relacionamento com Cedric, porém não era discreto em sua oposição, como Jenie, sempre deixava bem claro que não gostava dele. Mas isso não tinha importância agora, eu só queria sumir no mundo e não ver mais ninguém, então pedi ao motorista que me levasse para o mais longe possível de Henderson.
Juro que tentei ser forte, mas passei todo o caminho olhando para a estrada em lágrimas, não conseguia assimilar mais o que estava acontecendo em minha vida. Cheguei a um ponto que meus olhos não enxergavam mais a paisagem do lado de forma, somente visões de todos os momentos que passei com Cedric, como um filme diante de mim.
— Chegamos moça. — disse o motorista ao parar em frente a um bar.
— Como assim chegamos?! — perguntei me despertando daquele cruel devaneio.
— A senhorita me pediu para trazê-la para longe da cidade. — explicou ele sorrindo enquanto me olhava do retrovisor, parecia um simpático senhor. — Então te trouxe para o melhor lugar de Las Vegas, acho que está triste e precisa desafogar as mágoas.
— Las Vegas?! — olhei para fora do carro percebendo aquelas luzes, me perguntando como consegui me afundar tão bem em minhas lembranças amargas e não atentar ao caminho. — Senhor, eu não trouxe dinheiro…
— Não se preocupe, o que seus pais pagaram por meus serviços já cobre o caminho, fique tranquila, se precisar de um lugar para ficar, diga a dona do bar que você conhece o John. — Prestativo e solidário, as únicas palavras que conseguia descrever aquele senhor.
— Obrigado… — mais uma lágrima caiu do meu olhar — Por favor, não diga a ninguém onde me trouxe.
— Não direi.
Assim que saí do carro, senti os olhares curiosos vindo em minha direção, havia até me esquecido que estava com aquele vestido, que antes uma benção, agora parecia uma âncora que me afundava para o precipício da dor. Entrei no bar, estava cheio para aquela hora do dia, já se passava do almoço em plena sexta-feira, as pessoas se divertindo despreocupadamente, entre risos e garrafas de cerveja.
— Bom dia senhorita — disse o barman assim que me sentei na banqueta.
— Fale por você — sussurrei.
— Oh, não me parece bem. — Ele colocou um copo em minha frente e me serviu com um drink especial da casa. — Por conta da casa, para alegrar seu dia.
— Não acho que isso vá alegrar, mas obrigada. — Peguei o copo e tomei em uma golada, senti minha garganta queimar, seguido de uma careta espontânea.
— Uau, vejo que não é acostumada com isso.
Aquilo era o início das minhas lamúrias… A cada copo que James, o barman, me servia, mais eu lhe contava sobre meu trágico abandono na porta do altar, não demorou muito para que eu começasse a me sentir um tanto estranha. Um breve sentimento de ousadia e despreocupação, que se misturava com minha tristeza em pequenos segundos quando olhava para o vestido em meu corpo.
— E você acredita que eu passei dois meses esperando por esse vestido? — falei novamente para James, segurando a lágrima, mantendo meu olhar no copo. — Dois meses, para ser abandonada.
— Que pecado… — uma voz vinda do meu lado fez meu corpo gelar estranhamente, a reconhecia mesmo com algumas falhas por não estar totalmente sóbria.
— ?! — Fechei meus olhos os apertando e abri novamente, não era miragem nem ilusão. — É você mesmo?
— Achou o quê? Que era um fantasma? — Ele pegou meu copo rindo e tomou meu drink.
— Ei, isso é meu — disse tentando pegar o copo dele.
— Desde quando você bebe? — comentou ele baixinho ao rir de mim.
— Desde quando te importa? — Tomei o copo dele. — James, dose dupla agora.
— Uau, e desde quando é mal educada?! — comentou puxando um banco e se sentando ao meu lado, ele também não parecia tão sóbrio assim.
— Me deixa. — Assim que fui para pegar o copo, ele pegou primeiro e engoliu a dose. — Pare de roubar minha bebida — reclamei como uma criança. — Sai daqui, quero afogar minhas mágoas sozinha.
— Aposto duas doses que as minhas são piores que as suas. — Ele bateu o copo no balcão e olhou para James. — Duas doses.
— Fechado. — Olhei para James também. — Mais duas doses.
James assentiu enquanto segurava o riso, certamente estava se divertindo com nossa derrota.
— Então diga, bonitão… Quais são suas mágoas? — o desafiei fazendo alguns gestos aleatórios com o dedo indicador.
— Meu coração foi ferido… — Ele pegou o copo e entornou.
— O meu também… — concordei pegando o outro copo e bebendo.
Vendo nossa intenção, James deixou duas garrafas em nossa frente para que nós mesmos enchêssemos.
— Foram três anos, acreditando que ela me amava, como pude me iludir desta forma? — mais um gole para ele — Parece que eu era o único…
— Três anos e meio, ele me deixou pelo New York Times. — Mais um gole para mim.
— O quê? — ele me olhou — Quem no mundo seria idiota de te deixar?! Você é maravilhosa!
O que? me chamando de maravilhosa? Eu não estava mesmo sóbria!
— Só diz isso porque sou irmã caçula do seu melhor amigo — retruquei achando graça.
— Engano seu. — Ele se serviu novamente e tomou outro gole, mantendo seu olhar intenso em mim. — Quem era o babaca?
— Cedric Donson, a maior decepção da minha vida. — Ri de nervoso tomando outro gole servido por ele. — Como você foi deixado?!
— Digamos que não fui exatamente deixado, ela me pediu um tempo… — ele começou a rir olhando para a garrafa nos servindo de novo, mas senti que estava se esforçando para não chorar. — E quando eu achei que voltaríamos, lá estava ela beijando outro… — ele voltou seu olhar para mim — E você?
— Não está vendo. — Apontei para meu vestido. — Fui abandonada na porta do altar, e a única coisa que me deixou foi uma carta.
— Uau, ok, você ganhou. — Ele apontou para os copos — São todos seus.
Eu tomei os dois copos sem receio. De alguma forma maluca, eu estava me sentindo melhor com a presença de , uma pessoa conhecida, mesmo que tivesse anos que não o visse, me deixava mais tranquila. Aos poucos, começamos a falar sobre o passado, nossa infância e de como ele sempre implicava comigo. Ele não havia mudado aquele seu jeito bobo de ironizar tudo na vida, principalmente os sentimentos, porém, conseguia sentir a ponta de amargura sempre que mencionava a tal Freya.
Curiosamente, sentia meu coração pulsar mais forte sempre que me olhava com intensidade, suas brincadeiras sobre eu ter me tornado uma mulher linda e atraente me deixavam ainda mais sem graça. Mas levava na brincadeira como sempre, meus neurônios já estavam tão cheios de álcool que não me importava com isso.
— Estou impressionado… — ele começou a rir.
— O quê? Do que está rindo, seu chato, espero que não seja de mim — reclamei o empurrando de leve. — Está tão mal quanto eu.
— Desculpa, é que não te imagino atravessando a interestadual e chegando vestida de noiva em Vegas. — Ele riu mais, me fazendo rir junto.
— Devo isso ao motorista, pedi para que me levasse para longe de Henderson, acho que ele levou a sério. — Tomei mais um gole.
— Então eu devo agradecer este senhor por tê-la trago até mim. — Ele se levantou, se apoiando na bancada. — Que tal não perdemos a viagem e usar este vestido.
— Do que está falando?! — eu ri, ao senti ele segurando em minha mão e me puxando para me levantar. — Para onde vai me levar?!
— Vamos nos casar! — gritou ele chamando a atenção das pessoas em nossa volta. — Senhoras e senhores… Nos deem os parabéns, nós vamos nos casar.
— Seu maluco, como assim vamos nos casar? — eu continuei rindo, senti pequenas tonturas.
— Estamos em Vegas, querida. — Ele segurou em minha cintura. — Você quer se casar comigo?
Era uma ideia maluca, estávamos bêbados e certamente na manhã seguinte não iríamos nos lembrar de nada, entretanto… Aquilo tudo havia me feito esquecer da dor de ter sido abandonada, o que era algo positivo, além do mais, o que acontece em Vegas, sempre fica em Vegas…
— Sim, eu quero me casar com você! — gritei para que todos pudessem ouvir, e ponderando minha voz para que somente ele ouvisse. — Eu sempre quis me casar com você!
– x –
Atualmente…
— É exatamente isso que lhe falei, senhora — disse o oficial do cartório, que trabalhava de plantão naquele sábado. — Esta certidão é original e legítima, ambos estão oficialmente casados perante a lei dos estados Unidos da América.
— Como assim? — Realmente não acreditava, voltei meu olhar para . — Desde quando as pessoas se casam de verdade aqui? Estamos em Vegas.
— Eu não sei. — pegou novamente o documento das mãos do homem e guardou no bolso. — Senhor, não há uma forma de anular isso?
— O funcionário que pode fazer isso estará aqui na segunda pela manhã — respondeu prontamente. — Se querem anular… Mas, vocês estavam tão animados ontem… — ele segurou o riso. — Bem, para ser sincero, estavam bêbados e insistiram muito para o juiz de paz realizar o casamento.
Meu olhar se voltou para e o dele para mim, não sabia o que se passava em sua cabeça, mas a minha estava ainda mais confusa que no início da manhã quando acordamos.
No caminho de volta para o hotel, senti minha cabeça ainda dolorida, ele queria me levar para o hospital, porém não deixei. Assim que entramos no táxi, se lembrou que costumava a ir em um bar sempre que vinha para Las Vegas, provavelmente lá teria algumas respostas do que havia acontecido.
— Você tem certeza disso, James?! — indagou ele.
— Sim, posso até mostrar o vídeo que fizeram. — ele segurou o riso. — Vocês dois gritaram que nem loucos no meio da pista dizendo que se casariam.
— Não acredito. — Me sentei na banqueta em frente a bancada, nessa altura do dia minha ressaca fazia minha cabeça latejar ainda mais de dor.
— Bem que eu imaginei que ontem foi a primeira vez que ela bebia — comentou James. — Mas, garota, pra primeira vez você entornou bonito.
— O que eu tomei? — perguntei a ele.
— O drink especial da casa, pra afogar as mágoas — respondeu o barman.
— Uma mistura de gin, martini e vodka — explicou . — Não acredito que deu isso a ela.
— Foi ela quem pediu.
— Não acredito que eu tomei isso tudo. — Estava indignada comigo mesma.
Inacreditável que minha amargura por ter sido deixada por Cedric me levou a tamanha decadência, me embriagar para esquecer o sofrimento. Claro que eu não contava com a variável chamada . Apesar dos 15% de mim estar se deliciando por realizar um dos sonhos de consumo loucos da minha adolescência de se casar com ele, os outros 85% do meu lado racional estava surtando com aquela história.
— Ai. — Elevei minha mão na cabeça, sentindo tonteiras.
— Você está bem?! — Logo suas mãos pousaram em minha cintura me sustentando. — Por que não vamos para o hospital?
— Eu estou bem. — Me afastei dele de imediato e fechei a porta da suíte do hotel, de volta ao lugar onde toda a loucura começou. — Só preciso dormir, eu acho.
— Vou ligar para recepção e pedir algo para você comer — disse caminhando em direção ao telefone. — Poderia até receitar analgésicos, mas como não quis se alimentar até agora…
— Obrigada, doutor. — Fiz careta, apesar dele estar certo, no fundo era fofo vê-lo preocupado comigo.
— Sou seu marido agora, deveria estar feliz, tem médico de graça — brincou.
— Seu bobo. — Me virei para o banheiro. — Acho que preciso de um banho.
— Interessante. — Ele segurou o riso.
— Nem se atreva. — Me virei apontando meu dedo indicador em forma de repreensão.
— O que eu disse?
— Você pensou — retruquei. — Não vou deixar que se aproveite de mim.
— Eu me aproveitar? Acho que foi você que se aproveitou de mim. — Ele fez cara de ofendido. — Quem é que venceu a aposta mesmo?!
— O que tem a ver?
— Você estava mais magoada que eu — explicou.
De certa forma tinha fundamento, eu queria mesmo esquecer Cedric, esquecer do seu abandono e de como eu fui feita de trouxa todos aqueles anos. Será que havia usado ele para isso? Meu amor platônico da juventude? Ah não… Me virei e entrei no banheiro, já estava desnorteada demais com tudo aquilo para deixar as brincadeiras dele me confundirem.
Após um banho quente, meu corpo relaxado, senti minha cabeça mais leve. Saí do banheiro vestida com o roupão feminino que o hotel disponibiliza às suítes, caminhei até a cama enquanto secava meus cabelos com a toalha.
— Sente aqui. — Ele arrastou a cadeira e bateu no assento.
— Para quê? — O olhei desconfiada.
— Pare de perguntas e senta logo, só quero cuidar de você. — Uma certa segurança foi transmitida do seu olhar para mim.
Assenti e me sentei na cadeira, fiquei o observando até que pegou de uma das gavetas da mesa de cabeceira um secador de cabelos. Ele ligou tranquilamente e começou a secar meus cabelos, por essa eu não esperava.
— Você sempre teve o costume de dormir com os cabelos molhados, por isso sempre fica resfriada à toa — explicou ele suas ações, nem precisava.
Senti-lo tocar em meus cabelos fazia meu corpo se arrepiar, ao mesmo tempo que controlava a louca aceleração do meu coração. Se me dissessem que isso aconteceria, certamente não iria acreditar, no momento mais triste da minha vida, o passado volta me deixando mais surtada ainda. Não sabia mais o que sentir e o que pensar, só queria aproveitar cada segundo dos seus doce cuidado.
— Obrigada — disse assim que desligou o secador.
— Acho que agora sou eu que preciso de um banho. — Ele se afastou de mim indo em direção ao banheiro com o secador na mão.
De início não entendi exatamente o que havia acontecido com ele. Respirei fundo me levantando da cadeira e caminhei até suas malas, tive uma breve lembrança da primeira vez que havia dormido na casa dos meus pais. Foi uma longa temporada que sua casa passava por reformas, ele todo o outono ele nunca retirou uma roupa de dentro da sua mala, ainda não entendi o motivo daquele seu hábito.
Retirei o roupão e coloquei uma camisa xadrez que encontrei. Caminhei até a cama, assim que me sentei colocando uma das pernas para cima, a depressão desabou em mim com todo o direito que achava ter. Aquele era o momento em que meu coração pedia espaço para finalmente chorar de verdade por causa de Cedric, uma angústia grande tomou conta de mim. Desesperador quando o seu único desejo é chorar e chorar cada vez mais.
— Ei. — Senti os braços de envolvendo minhas costas, fazendo meu corpo se aproximar do dele.
Mantive meus olhos fechados e desabei em mais lágrimas. Quanto mais eu chorava, mais ele me aninhava ao seu corpo, pela primeira vez senti conforto e a segurança que achava sentir com Cedric. Oh, céus… era o melhor amigo do meu irmão, que sempre me viu como suas irmãzinha caçula adotiva, pelo menos era o que ele sempre falava para todos sobre mim. Então por quê? Por que ele estava agindo assim comigo? Justo agora?
Adormeci em seus braços, pouco depois dele me forçar a comer os sanduíches que trouxeram para o nosso quarto, foi uma noite tranquila de sono, após dois dias de turbulência em minha vida. Assim que acordei na manhã de domingo, uma mesa de café da manhã me aguardava, assim como meu marido temporário, que permanecia encostado no beiral da janela, de braços cruzados, me olhando com um sorriso de canto.
— Você não tem camisa não?! — questionei o fato, desviando meus olhos das atraentes linhas do seu abdômen.
— Bom dia para você também — ele finalmente riu. — Vem, vamos tomar café.
Assenti rindo também e segui até a mesa. Cordialmente ele arredou a cadeira para que eu me sentasse, o que me fez rir ainda mais.
— Nossa, que cavalheiro. — Segui seus movimentos com o olhar, até que se sentiu na cadeira de frente para mim. — Feliz a mulher que se casar com você.
— Me sinto aliviado por estar feliz. — Ele voltou seu olhar intenso para mim, o que me fez lembrar que atualmente eu era a mulher casada com ele, tranquilamente sorriu.
— Você adora brincar com a minha cara — comentei pegando na jarra de suco e despejando no meu copo.
— Por que acha isso?! — perguntou curioso.
— Porque sempre fez isso — respondi.
— Talvez, possa estar sendo sincero… Há sempre um fundo de verdade em toda brincadeira. — Ele se serviu de café e permaneceu o resto do tempo em silêncio.
Após o café da manhã, coloquei outro conjunto de moletom dele que encontrei na segunda mala, por mais que tivesse se oferecido para comprar roupas adequadas para mim, as suas pareciam mais confortáveis ao meu ver.
— O que vamos fazer agora? — perguntei o observando trocar de roupa.
— Vamos aproveitar o dia — respondeu colocando sua carteira no bolso da calça.
— Como assim aproveitar o dia?
— Ora, como um casal, estamos em lua de mel. — Ele sorriu de forma fofa, poderia dizer que senti uma certa inocência vinda dele.
— , é sério? Está levando isso muito a sério. — Eu me levantei da cama. — Primeiro, eu sou irmã do seu melhor amigo e segundo, amanhã vamos anular isso e cada um volta pra sua vida.
— Matt é legal e gosta de mim, então acho que não vai ser contra. — Ele deu alguns passos até mim, seu tom sério estava me fazendo acreditar. — Segundo, amanhã ainda não chegou, então… Quer aproveitar o hoje comigo?
— Mas… — Ele me interrompeu com o dedo indicador.
— Não considere o copo meio vazio. — Aquela sua filosofia de vida me dava raiva certas horas, mas naquele momento…
— Basicamente, o que acontece em Vegas, fica em Vegas — retruquei receosa.
— Como você quiser.
Ele sorriu e segurou em minha mão, entrelaçando nossos dedos. me levou primeiro a um parque que ficava em um bairro pouco distante da parte central de Vegas, era um lugar tão sossegado que nem parecia pertencer àquela cidade dos jogos. Foi um passeio tranquilo e divertido…
— Havia me esquecido do quanto isso é gostoso — disse ao terminar de comer do algodão doce. — Obrigado, está sendo um dos dias mais divertidos da minha vida.
— Hum… Então, acho que terei que me esforçar para esse dia chegar ao topo da lista — constatou ele.
— Deixe de ser bobo. — O empurrei de leve. — Todos os dias divertidos da minha vida foram com você.
Meu coração parou por dois segundo, assim que eu percebi o que havia dito.
— ?! — Uma voz feminina surgiu de trás de mim, fazendo o olhar dele se desviar.
— Freya?! — Seu olhar ficou confuso.
Acho que me lembrava desse nome, a mulher que acabou deixando ele.
— O que faz aqui em Las Vegas?! — Ela deu um sorriso meio forçado ao desviar seu olhar para mim. — Quem é ela?
— Essa é , irmã de um amigo — respondeu ele ainda demonstrando estar confuso. — Eu não sabia que estava na cidade.
— Eu vim para o Congresso de Neurocirurgia — explicou mantendo seu olhar em mim. — Podemos conversar?! Se não for incômodo.
— Eu estou… — ele começou a tentar dar uma desculpa.
— Nenhum… — eu me virei para ele. — Acho que deve conversar com ela.
— E você?
— Vou voltar para o hotel. — Eu me afastei deles antes mesmo que pudesse insistir.
Hotel?! Não consegui voltar para lá sozinha, então segui para o único lugar que conhecia bem. Moonlight Coyote, o melhor bar de Vegas.
— Olha só, a recém-casada, onde está seu vestido? — James brincou comigo já pegando um copo para me servir.
— Queimei — respondi séria.
— O quê? — Ele arregalou os olhos.
— Estou brincando. — Ri da sua cara de assustado e tomei o primeiro gole.
— Está aprendendo.
— Não, eu juro que hoje não ficarei bêbada — assegurei. — É só o gole da derrota.
— Gole da derrota? Está falando da Freya?
— Freya? Você a conhece também?
— Não, mas… Eu passei horas ouvindo vocês dois chorando suas mágoas.
— Faz sentido… Então, ela misteriosamente brotou do chão na nossa frente e agora, está com ele.
— Mas não estão casados?
— Só até amanhã.
— E daí?! — uma mulher que estava ao seu lado me olhou embasbacada. — Se for para perder ele, que seja manhã após anularem o casamento, hoje ele ainda é seu.
— O quê? — Olhei para James. — Quem é ela?
— A dona do bar.
Meditei por alguns segundos em suas palavras… Talvez ela estivesse certa, se a vida estava me dando aquela chance de viver aquele dia com ele, faria de tudo para não me arrepender no final.
— Obrigado, senhora, vou atrás dele. — Me virei para trás e saí correndo.
Assim que cheguei na rua, me deparei com a chuva. Desde quando tinha começado a chover? Não sabia onde poderia encontrá-lo, talvez, ele pudesse ter voltado para o hotel por causa da chuva. Saí correndo como uma louca pelas ruas, logo eu que não gostava de chuva estava correndo debaixo dela, não estava no meu normal. Assim que cheguei no hotel, o gerente me informou que ele estava acompanhado de uma mulher no jardim privado.
Certamente ainda conversava com Freya, fazia sentido. Tomei coragem e caminhei até lá. Meu corpo gelou assim que os vi se beijando.
— … — sussurrou ele ao se afastar dela e me ver.
Ok, pela segunda vez em um curto espaço de tempo meu coração estava sendo destroçado. Saí correndo sem rumo de volta para chuva, talvez do lado de fora em meio aos carros estava sendo mais suportável do que a cena deles se beijando. Antes que eu pudesse atravessar de forma desgovernada a rua com o sinal aberto, senti uma mão me puxar para calçada.
— O que acha que está fazendo?! — Sua voz parecia trêmula.
— Eu? Não seria eu a te perguntar isso? — gritei com ele, mostrando toda minha chateação. — Ah não, eu não tenho esse direito, sou somente a irmã do seu amigo.
Ele me puxou para perto e me abraçou.
— Me desculpa — sussurrou. — Não quero ser um babaca com você.
— Já está sendo… — Eu me afastei dele, felizmente minhas lágrimas estavam sendo disfarçadas pela chuva que caía sobre nós. — Você disse que seria um dia divertido, pior do que ser abandonada é ser traída.
Dei alguns passos para trás e voltei para o hotel. Assim que cheguei no quarto me tranquei no banheiro, não conseguia parar de chorar. Teoricamente eu não tinha o direito de falar aquilo, mas ter passado aquela tarde com ele foi como se fosse real, como se gostasse de mim.
— . — Ele tocou na porta do banheiro. — Você está bem? Sei que está aí.
— Vai embora — disse secando minhas lágrimas.
— Sabe que não posso.
Levantei do chão onde estava sentada e abri a porta, saindo.
— Então eu vou.
— Para. — Ele segurou em minha mão. — Acha mesmo que vou te deixar sair assim? Nessa chuva?
— Seu idiota. — Me soltei dele e o empurrei. — Sempre estraga tudo.
— Eu sei. — Ele pegou em minha mão novamente e me puxou para perto, me abraçando. — Eu não sabia que ela ia me beijar, honestamente, naquela hora eu estava dizendo a ela que você é minha esposa.
— O quê? — Me afastei o olhando surpresa.
— Além de ser irmã do meu melhor amigo — ele riu.
— Bobo. — Bati em seu ombro. — Você realmente falou isso?
— E eu disse alguma mentira?
— Não, mas… Ela é… Você gostava dela — conclui. — Poderia ter aproveitado o momento, amanhã não seremos mais casados.
Ali estava eu, colocando a possível felicidade dele acima da minha.
— Se Cedric aparecesse aqui agora, você voltaria com ele? — perguntou.
— Não… — sussurrei entendo sua decisão.
— Não consigo mais ver o copo meio cheio com ela — concluiu.
— De certa forma, eu te entendo — concordei.
— Hum… Acho que precisamos de um banho quente, se não pegamos um resfriado — sugeriu ele.
— Tem razão.
— Acho que funcionaria melhor se fôssemos juntos para o banheiro. — Ele me lançou um olhar sugestivo, seguido de um sorriso malicioso.
— Nem pensei nisso, seu tarado.
— Ei… — ele reclamou —, sinda somos casados.
— Você fica aqui. — Me virei para o banheiro rindo.
Finalmente, após alguns minutos de banho quente, ter meus cabelos secados pelo meu marido, estávamos quentes e confortáveis. havia pedido chocolate quente desta vez, para nos aquecer.
— Quando pretende voltar para Califórnia?! — perguntei.
— Não sei ainda, para ser honesto, estou avaliando uma proposta de trabalho em Manhattan — respondeu mantendo seu olhar em mim.
Desviei meu olhar para a janela, vendo a chuva cair do lado de fora.
— Pode perguntar — disse ele.
— O que acha que quero perguntar?
— Sobre Freya.
— Hum… Você disse que ela é passado, estou satisfeita com isso, apesar de ter sido estranho ela aparecendo.
— Ela veio atrás de mim. — Ele colocou sua xícara em cima da mesa onde estava escorado e caminhou até a cama, se sentando em minha frente. — Isso não importa mais, que tal falarmos de nós?
— Ok — assenti rindo, coloquei minha xícara na mesinha de cabeceira, então voltei meu olhar para ele. — O que vamos falar?
— Desde quando você ficou tão linda assim? — Ele acariciou minha face.
— Eu era feia?! — brinquei tentando descontrair aquele clima que ele insistia em fazer.
— Acredite ou não, sempre te achei fascinante. — Ele foi se aproximando ainda mais de mim até que me beijou, de forma suave.
Daquela vez, estávamos cem por cento sóbrios e sabíamos de nosso atos. O gosto doce, porém cheio de malícia dos seus lábios fizeram os pelos da minha nuca se arrepiarem de imediato. Parecia que uma parte do meu corpo conseguia se lembrar na nossa primeira noite, pois seguia espontaneamente correspondendo às investidas dele.
Sem mais receios do que poderia acontecer no dia seguinte, resolvi deixar minha sanidade mental de lado, assim como minha racionalidade. Apenas segui conforme as aceleradas batidas do meu coração, afinal, quem disse que se entregar ao seu marido era pecado? Engraçado dizer isso… Mas, por aquelas longas horas juntos, nem mesmo o forte barulho da chuva conseguiu me distrair. Minha atenção total estava em suas carícias suaves, seus beijos intensos e em como nossos corpos estavam em sincronia perfeita.
Naquela noite, felizmente ou infelizmente, todo o amor platônico que nutri por , desde a infância até o final do ensino médio, havia retornado. Mas desta vez, era real e estava sendo correspondido.
– x –
— Então, é isso — disse ao assinar primeiro, dei um sorriso disfarçado, tentando não demonstrar minha frustração.
Poderia definir como o fim de um sonho, talvez.
— Senhor Lewis, sua vez — disse o juiz de paz que estava nos atendendo.
— Não — disse ao se recusar a pegar a caneta.
— O quê? — O olhei confusa. — O que foi agora?
— Você disse que sempre quis se casar comigo — ele me olhou com segurança do que dizia. — Pode até não se lembrar, mas eu me lembro.
— … — sussurrei meio estática.
— Não vamos anular esse casamento. — Ele pegou o documento que representava o pedido de anulação e o rasgou ao meio.
Senti um pulsar mais forte. Meu corpo congelou, até se aqueceu completamente ao toque dos lábios dele nos meus, um beijo doce e ao mesmo tempo malicioso, meu marido parecia ainda mais decidido em não me deixar ir embora. Nós afastamos um pouco, após o juiz de paz tossir ao nosso lado, nos chamando a atenção, seguramos o riso pedindo desculpas e logo saímos do cartório.
— O que faremos agora?! — disse ao chegarmos na rua.
— Vamos para Manhattan é claro — respondeu ele entrelaçando nossos dedos. — Por que?!
— É que… — Dei uma leve mordida no lábio inferior. — Estou longe de casa há três dias, minha família precisa saber o que aconteceu com a noiva abandonada.
— Então devemos passar antes em Henderson, para anunciar que a noiva está muito bem casada. — Ele sorriu de canto e segurou em minha cintura se colocando de frente para mim. — O que acha?!
— Eu ainda sou a irmã caçula do seu melhor amigo — o lembrei rindo.
— Acho que Matt não vai me matar por isso — garantiu ele. — Além do mais, não há como voltar atrás, este casamento já está mais do que consumado, e eu não vou abrir mão da minha esposa.
— Você não imagina o quanto está afetando meu psicológico quando fala assim — comentei.
— Ainda acha que estou brincando?! — Ele ergueu sua mão direita e mexeu de leve em meus cabelos.
— Não, é que… Eu ainda não absorvi tudo isso. — Sorri de forma carinhosa para tranquilizá-lo. — Mas estou feliz por toda essa loucura ter acontecido comigo.
— Eu também estou feliz, por estar aqui com você.
Ele me beijou novamente com doçura.
Quem diria que eu começaria a ver a vida como um copo meio cheio, mas sim, no final das contas o “Não dá para piorar”, só foi uma desculpa da vida para me levar ao melhor final de semana que poderia ter.
E a partir de agora, começaríamos nossa vida juntos em Manhattan…
“Não perca este momento por nada, vamos enlouquecer minha dama da sorte
Este dia será lembrado mais uma vez
Mesmo agora eu estou com sede
Ainda há muito para lhe dar
Eu não preciso de nenhum dinheiro, eu só preciso de você
Eu te quero tanto, aposte tudo em mim.”
– Lotto / EXO
“Olhar: É um fato que a forma em que olhamos os acontecimentos da vida, define nosso grau de otimismo, então, ainda que situações difíceis apareçam, você ainda terá duas opções: ver o copo meio cheio, ou ver o copo meio vazio. A escolha é sua.” – by: Pâms.
Fim
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