Natashia Kitamura
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Uma História de Amizade

  Era uma quarta-feira como outra qualquer. Adam andava pelo corredor da escola junto com seu grupo de amigos; haviam acabado de sair da aula de química quântica, então seus cérebros ainda estavam esfriando. Por esta razão, o grupo não conversava muito, mas aqueles que falavam, chamavam a atenção não somente dos que acompanhavam, como também o resto do corredor inteiro. Caminhavam para o lado externo da escola, pois o sinal tocado há cinco minutos indicava o fim das aulas daquela sexta-feira. Faltava apenas uma semana para o início das férias, mas aqueles que tiveram boas notas nas primeiras provas poderiam sair antes. Além disso, para estes, faltar os dois dias da semana que deveriam comparecer já não era tão mais grave quanto se fosse em qualquer outro dia normal do ano.
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  O grupo combinava de saírem para uma sorveteria logo depois do almoço, concordando em ser uma espécie de despedida da escola. Obviamente era apenas uma desculpa para se reunirem como sempre faziam em todas as sextas-feiras do ano. Adam concordou em comparecer antes de seguir com metade do grupo até o “estacionamento” das bicicletas. Alguns alunos naquela cidade mediana ainda preferiam andar de bicicletas ao carro dos pais. Outros não tinham essa opção, mas por haver muitas pessoas que ainda aderiam ao “meio de transporte”, não reclamavam tanto. Além do mais, era até mais divertido, principalmente para os alunos que moravam pertos uns dos outros, o que não era tão difícil para os frequentadores daquela escola de classe média. Geralmente, as famílias que matriculavam seus filhos lá moravam na zona sul da cidade, onde o perigo não era muito frequente, possibilitando das crianças se conhecerem para brincar na rua antes mesmo de iniciarem os estudos.
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  Quando Adam chegava perto de sua bicicleta azul, a velha que seu pai utilizava para andar com ele aos domingos de manhã e que ele “herdou” depois que reclamou de sua bicicleta fazer suas pernas doerem – havia crescido mais rápido do que seus pais esperavam -, ouviu Kevin, um de seus amigos e quase vizinhos – moravam apenas a quatro casas de distância -, dizer apontando:
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  - Olha lá o Andy de novo com todos aqueles livros e a mochila maior que ele. – ouviu Kevin dar uma grande risada, mas, pela primeira vez desde que vira o garoto nerd – há três anos logo quando ele se mudou para a cidade -, percebeu que nunca havia visto-o na companhia de alguma outra pessoa. Lembrou-se então da educação que seus pais lhe deram desde quando era pequeno, e que provavelmente era uma das poucas coisas que se fixara em sua cabeça como uma boa educação. Seus pais lhe ensinaram a não deixar ninguém sozinho ou julgar apenas pela aparência. Adam sempre achou que se fosse bom ter algum amigo esquisito ao lado, então que fosse nerd; pelo menos poderia ajudá-lo durante a época de provas.
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  Ignorou quando Kevin o chamou para ir embora e disse para seguir na frente com os outros amigos. Sem pestanejar, o grupo deixou Adam para trás. Eles dificilmente insistiam quando alguém pedia alguma coisa pela segunda vez; achavam que era mau educado e que o comportamento só serviria para aborrecê-los ainda mais.
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  Adam foi em direção ao Andy, que encontrava dificuldade em carregar todos aqueles livros. Assim que chegou ao lado do garoto nerd, pegou metade do peso que ele carregava e colocou na cesta que havia na frente da bicicleta. Finalmente encontrara utilidade para aquela cesta. Quando recebera do pai, ficara extremamente decepcionado e não a usara durante duas semanas – até se cansar de ir andando da escola para casa e vice-versa -, achava que era coisa de menininha; tempos depois, percebeu que aquilo era mais último do que muitas bicicletas de seis marchas dos amigos com um poder aquisitivo maior.
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  Andy olhou assustado para Adam. Abriu a boca para pedir os livros de volta, mas Adam foi mais rápido:
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  - Hey, nós moramos perto, eu posso te ajudar.
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  O nerd hesitou por alguns minutos e então acabou cedendo. Murmurou um ‘obrigado’ e seguiu a caminhar com Adam.
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  - Você pode colocar esses outros se quiser. Tem bastante espaço aqui. – apontou para a cesta enorme.
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  - Está tudo bem. – Andy disse com uma fraca voz.
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  Por estudarem na mesma sala, Adam sabia um pouco sobre o garoto nerd. Sabia que ele era tímido e apenas respondia perguntas que o professor perguntava em sua frente. Morava na casa da frente da sua e, desde quando se mudara, nunca o vira sair para se divertir com as outras crianças. Por estarem no sexto ano, achavam que nerd fosse sair mais, até por causa das olimpíadas da escola, mas aparentemente, ele tinha dispensa dos campeonatos.
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  - Eles parecem bem pesados. – Adam resolve puxar assunto. Andy o encara e concorda com a cabeça. – Você deve mesmo gostar muito de estudar. – comenta olhando para o livro com desenhos de planetas estampados na capa. – O que você faz durante a tarde?
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  - Tarefas. – responde com a voz fraca.
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  - Sério? Quero dizer, todos os dias? – Adam olha abismado para o garoto, que caminhava com uma mochila gigante nas costas. Parecia até um tanto sacrificado carregar tudo aquilo.
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  - Sim. – Andy levanta os ombros.
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  - Caramba. Acho que você vai ser médico quando crescermos.
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  - Ainda não sei.
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  - Uau, você é mesmo bem modesto. – Adam tinha os olhos arregalados para o garoto que respondia com a maior naturalidade e nenhuma intenção de se achar. Por serem ainda crianças, também não era possível perceber qualquer resquício de maldade na voz de nenhum dos dois. – Você precisa dividir toda essa esperteza com quem precisa, é sério. – Andy o olha surpreso. – É sério mesmo! Você deve saber o dobro de coisas que eu. Talvez até seja melhor que a professora Jerk!
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  Andy riu e voltou a olhar para a rua.
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  - Seus pais não te deixam sair?
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  - Acho que sim…
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  - Então você quer sair hoje comigo e a turma? – Adam perguntou virando a esquina da rua dos dois. Mais duas casas e já se encontravam em frente à casa de Andy.
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  - O quê?
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  - Então. Nós vamos numa sorveteria. Geralmente depois vamos jogar no fliperama enquanto as meninas passeiam no shopping e fingem que vão comprar algo, mas nós nos divertimos bastante com os jogos, principalmente os de corrida e luta! – Adam finge dar um soco, socando o ar e tira outra risada de Andy.
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  - Talvez eu vá…
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  - Ah, qual é! Estou te convidando! – Adam dá um soquinho em Andy, que sorri. – Eu estou te convidando! Sabia que é falta de educação recusar um convite quando ele é feito com muita consideração?
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  - Ah, é?
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  - É sim!
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  - Bem… Então… Então é melhor eu ir… – Andy diz inseguro. Adam sorri e lhe mostra o positivo, aprovando a resposta do nerd. – Ninguém irá se preocupar?
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  - Claro que não! Você é um convidado meu, não tem que ter ser rejeitado. E todo mundo é bem legal, você vai gostar! A cada pessoa nova que chega, nós fazemos um tipo de ritual de iniciação, tomamos dois milkshakes ao invés de um. E o novato tem sempre que pagar o segundo milkshake do amigo que apresentou.
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  - Você está querendo um milkshake a mais?
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  - Não é uma má ideia, sabe? Milkshake é meu doce favorito! – Adam sorri um sorriso esperto, fazendo Andy soltar mais uma gargalhada. – Mas eu acho que você iria gostar da nossa turma. E talvez nos ajudar a estudar para as provas do professor Michel. Ele é bem doido de colocar uma matéria difícil. Ou talvez eu tenha um dom de estudar as coisas erradas. Mas o que posso fazer se tenho um péssimo sexto sentido? Ah, veja só! Já chegamos.
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  Andy apenas percebeu que os dois estavam quase passando de sua casa por causa da percepção de Adam. Ele era uma pessoa difícil de se lidar porque não fazia muita presença nas conversas e grupos; porém, para Adam, isso não parecia importar muito, já que ele conseguia marcar presença pelos dois sem deixar de esquecer Andy. Havia visto o hiperativo algumas manhãs antes de entrarem na aula de História da América, mas nunca se importou muito porque o grupo de Adam é o tipo de grupo que todo mundo se dá bem e ninguém briga. Talvez hajam algumas briguinhas, como todo grupo de amigos têm, mas não como o grupo de Emily Jackson.
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  - Eu passo aqui às duas então, tudo bem? – Adam ajuda Andy a carregar os livros que estavam dentro da cesta de sua bicicleta até a porta da casa de Andy. – Não se atrasa! Senão eu te deixo para trás!
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  Durante todo aquele dia, Adam não se separou de Andy.
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  Foi o início da amizade dos dois, que, com o passar dos meses e anos, foi se tornando cada vez mais sólido. As brincadeiras, discussões, brigas e reconciliações eram frequentes quando ainda eram adolescentes. Durante a época de testes e decisões sobre os cursos que entrariam na universidade, Andy se lembrou de quando Adam disse que ele deveria dividir sua inteligência com as pessoas necessitadas. Decidiram, então, entrarem em uma universidade de Direito, para, de acordo com a lei, protegerem aqueles que estão sendo injustiçados. Adam até brincava que Andy tinha cara de quem seria o Advogado do Diabo, o que deixava o amigo extremamente aborrecido. Então os dois acabavam por falar sério e decidirem que, ao finalizar o curso de direito, fariam todos os cursos juntos até conseguirem abrir seu próprio escritório, juntos.
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  - Como você se esqueceu do Código Penal, Adam? Nós ficamos ontem a noite inteira estudando sobre ele! – Andy dizia correndo atrás do amigo que bufava com a prova e a nova -B em vermelho. Desde quando se conheceram, era bastante claro que Andy tinha facilidade em tirar boas notas, já Adam conseguia suas notas fazendo sua política da ‘boa vizinhança’. De acordo com um de seus professores, os dois formavam uma ótima dupla com um caráter especial e poderes que poderão ajudar muitas pessoas.
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  Mas, como sempre, Adam sempre tinha de se esforçar um pouco mais para conseguir tirar as notas das provas, que valiam 70% da nota total. Andy nunca se queixou em ter de ficar acordado até quando Adam queria, mesmo que isso significasse ficar acordado a madrugada inteira até o horário da prova. O sono nunca era um problema para si; o que não podia se dizer o mesmo de Adam.
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  - Você sabe que eu sou uma merda nesses códigos todos iguais. – Adam diz emburrado, descendo as escadas pela impaciência de aguardar o elevador. Caminhava nervoso em direção ao dormitório da universidade. – Para quê eu tenho que fazer essas drogas de provas se nos formamos em duas semanas? – ele balança a folha na mão, como se não lembrasse que a estava segurando.
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  Este era um dos diversos momentos em que Andy tentava segurar seu riso para não aborrecer o amigo já aborrecido. Sempre ria quando Adam se enervava porque ele nunca parecia nervoso de verdade, apenas uma pessoa tirando sarro de uma situação fingindo estar bravo. Mas anos de amizade fizeram com que ele soubesse exatamente quando o amigo estava de mau humor ou não.
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  - Falando em nos formarmos. – Adam para no meio do jardim de caminho para os dormitórios e Andy se surpreende pelo mau humor ter passado tão rápido. Geralmente durava alguns quarenta minutos a até duas horas. Talvez ele seja realmente bipolar. – Adivinha quem perguntou se você traria seus pais para a colação?
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  Andy revira os olhos. Outra diferença entre os dois é o fato dele gostar de se divertir com os amigos e Adam passar a querer estar sempre rodeado de garotas. Por serem praticamente gêmeos dependentes um do outro, Adam cismara de sempre levar Andy e arranjar-lhe uma companheira, assim, seu melhor amigo não ficaria se sentindo solitário e ele não ficaria com peso na consciência de deixá-lo assim.
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  Foi em uma dessas brincadeiras que Jenny surgiu. A garota tagarela de olhos verdes e as bochechas quase sempre coradas, principalmente durante o inverno, quando sua pele se tornava mais clara. Os lábios carnudos e a boca com um formato que lhe fazia parecer estar sorrindo sempre. Jenny se aproximou de Andy pela primeira vez quando ele estava escondido de Adam durante uma das saideiras que o amigo lhe arrastava nos finais de semana. Mesmo sendo amigos, Andy tinha a regra de que se fosse para sair, deveria ser somente às sextas e sábados. Essa era uma das únicas – senão a única – regra que Adam seguia, apenas porque sabia que o amigo tinha sono leve. Demorava um dia inteiro – o domingo – para se recompor. Da última vez que ignorara a regra, viu o amigo perder uma importante prova oral, que o deixou de exame no final do semestre.
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  O bar era cheio às sextas a partir das sete e meia, oito horas. Os alunos saiam das aulas no final da tarde e seguiam para o local que era localizado a um quarteirão. Não era possível ver muito o aspecto do local devido ao tanto de pessoas que davam um jeito de se encaixarem lá dentro. Mesmo assim, ninguém parecia se importar em permanecer espremido. Andy havia voltado para o dormitório que dividia com Adam, porque sempre carregava o triplo de livros e cadernos que o amigo que utilizava seu pequeno netbook. Havia combinado com ele de que seria rápido, mas não se apressou a sair do banho, tampouco em caminhar naquela agradável noite de sexta-feira.
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  Era possível ouvir a algazarra dos alunos já alterados pelo álcool a uma quadra do bar. Andy olhou para os lados a procura de Adam, mas não o encontrou. Apenas depois de dez minutos pode vê-lo rodeado de garotas; quando o viu, acenou exageradamente de modo que Andy pode ouvi-lo dizer “aquele é o garanhão, garotas! Meu amigo Andy!” Fora o suficiente para fazer Andy desviar de seu caminho ao grupo e procurar rapidamente um lugar para se esconder do amigo e das garotas que o acompanhavam, claramente não interessadas em Andy. Foi então para longe dos banheiros, onde Adam ficava perto por saber que haveria sempre grupos de garotas se arrumando para encontrar alguém para passar o final de semana junto. Encontrou, por fim, um canto isolado, onde apenas uma garota bebericava um enorme copo de cerveja.
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  - Posso? – ele perguntou. A garota o encarou e levantou os ombros. – Obrigado. Sou Andy.
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  - Jenny. – ela respondeu. – Andy é apelido do quê?
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  - De nada, sou Andy de Andy mesmo. – ele diz, tomando um gole de sua própria bebida.
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  - Oh. – ouve-a. – Bem, então sou Jennifer. – ela levanta a mão, ouvindo a risada do nerd. – Fugindo de alguém?
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  - Meu amigo. Ele é um galinha. – Andy aponta para trás, mas por não ver para onde estava apontando, Jenny pode entender de que o tal amigo estava perdido em algum lugar atrás da multidão de pessoas que tentavam se manterem em pé dentro do bar. – E você?
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  - Bem, eu sempre venho aqui de sexta beber cerveja. Hoje minha amiga pegou uma gripe e preferiu ficar no dormitório. – ela disse. – Então achei que não seria bom ficar no meio de tanta gente bêbada. Achei esse canto.
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  - Este é um bom canto para pessoas sóbrias. – Andy concorda.
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  - Pois é. – ela responde. – O que cursa?
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  - Direito. E você?
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  - Artes. – sorri. – Minha colega de quarto faz direito também. Está no penúltimo. Fala bastante sobre o número de coisas que tem que ler e decorar.
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  - Tenho memória fotográfica. – Andy aponta para a cabeça e a menina solta uma pequena risada nasalada.
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  - Que inveja. – comenta, o fazendo sorrir e bebericar mais um gole.
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  Durante toda a noite, Andy e Jenny conversaram desde os conceitos do código penal, até as diversas cores de verde que poderiam haver em um quadro de Rosseau. Não foram interrompidos por nenhum dos amigos de Andy, principalmente Adam, que por tê-lo visto ao longe se divertindo com uma garota, sentiu que não precisava mais pressioná-lo a fazer algo que não queria. No final da madrugada, Andy acompanhou Jenny até a porta do dormitório feminino e recebeu o seu beijo de boa noite.
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  - Obrigada pela companhia. – ela sorri com as bochechas muito vermelhas. Andy não sabia dizer se era devido ao frio ou se fora pelo beijo. Esperava que fosse a segunda opção.
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  - Eu quem agradeço. – ele responde, vendo-a em seguida entrar e acenar antes de fechar a porta atrás de si.
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  No dia seguinte, lá estava Andy novamente perguntando se era possível que ele tivesse a mesma companhia da noite anterior. Deste dia em seguinte, os dois passaram a ficar juntos durante todos os finais de semana e durante a semana de noite, depois das aulas extras de Andy e suas horas de estudos com Adam para ajudá-lo nos últimos exames de suas vidas. Fora questão de algumas semanas apenas para Adam começar a brincar que Andy e Jenny estavam namorando.
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  - Adam, não começa. – Andy dizia no caminho para o dormitório com Adam.
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  - Seus pais estão loucos para conhecê-la, Andy. – o amigo diz colocando um braço ao redor do pescoço dele. – Eu e Nat começamos a namorar depois de vocês dois e meus pais não veem a hora de poderem vê-la novamente.
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  - Meus pais virão na colação. E obviamente conhecerão Jenny.
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  - É bom mesmo. Temos que tirar uma foto de casais! – Adam diz e Andy o encara surpreso. – Nat é a minha vida, cara. Vou casar com ela, vai ver! E você e Jenny já são um casal pra eternidade, todo mundo sabe.
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  Andy solta uma alta gargalhada. Gostava quando Adam dizia as coisas como se não precisasse se preocupar com o futuro, porque ele já estava decidido. O amigo sempre fora extremamente positivo quando falava sobre seu futuro e dele. O melhor de tudo para Andy, era que Adam nunca o deixara de fora em nenhuma de suas programações. Desde a primeira vez que o convidara para ir ao fliperama com o grupo da escola, Adam nunca mais deixou Andy se afastar dele.
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  Duas semanas se passaram tão rápido quanto três minutos em uma montanha russa. Era sábado e os alunos de direito da universidade da Carolina do Norte arrumavam suas becas para poderem finalmente receber o esperado tubo do diploma. Andy e Adam estavam lado a lado fazendo pose, sorridentes, para os pais e mães que os chamavam para olhar para suas máquinas fotográficas e de celular. As mães, emocionadas, e os pais, tão alegres quanto os filhos, conversavam animadamente sobre o certo futuro que os dois teriam a partir da semana seguinte, quando fariam suas residências para poderem começar a atuar na área. Enquanto a dupla de amigos crescia, os pais, por verem-nos grudados, sentiram-se na obrigação de começarem a se relacionar, já que os filhos, sendo únicos, precisavam de um outro amigo que fosse um irmão – como diz o pai de Adam, muito melhor do que comprar um cachorro. Por sorte, os casais se deram bem e Andy e Adam nunca mais precisaram pedir permissão para irem na casa do outro. Eles simplesmente iam.
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  - Como está seu discurso? – Adam pergunta para Andy, que sorri.
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  - Tudo certo, estou com tudo na ponta da língua. – faz um ‘ok’ com os dedos e os dois tocam as mãos sorridentes. As namoradas se aproximam e a atenção vai um pouco mais para Jenny, a novata do grupo. Ela e a namorada de Adam deram certo; sabiam do tamanho da amizade dos dois e em momento algum nenhuma delas se aborreceu ou demonstrou qualquer tipo de ciúmes da relação dos dois amigos. Justamente por isso, elas, assim como os pais dos dois, se sentiram na obrigação de se darem bem para não precisarem ter aborrecimento ou dar aborrecimento aos namorados. Tiraram diversas fotos, até ser anunciado a entrega dos diplomas, fazendo com que todos se encarregassem de seguir para seus próprios lugares.
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  A entrega dos diplomas fora emocionante, como sempre. Os pais orgulhosos, os alunos animados, os professores felizes. Era um ambiente agradável para todos. Até que então, Andy fora chamado ao palco para fazer seu discurso como aluno exemplar do 46ª sala de direito da universidade da Carolina do Norte. Ele caminhou lentamente para o palco, atrás de uma bancada onde se encontrava o microfone e uma visão de todos os presentes na formatura. Limpou a garganta e começou com um ‘boa noite’, sendo respondido por muitos no local.
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  - Eu deveria falar sobre nossa experiência até o dia de hoje, mas acredito que o que todos menos querem, é se lembrar de todos os milhares de exames que tivemos de prestar, as noites mal durmidas ou as preocupações com os exames finais. – Andy disse, recebendo assobios de concordância dos alunos e risadas dos familiares e amigos deles. – Decidi então falar sobre a minha história e tentar passar uma lição para todos os futuros advogados dos Estados Unidos. – ele olha para os alunos, que o encaram com interesse. – Eu sou filho único por escolha de meus pais. Acredito que seja difícil para dois pacifistas terem de sustentar uma criança, por isso, nunca me preocupei em pedir para eles por um irmão ou irmã, mesmo querendo muito. Como passavam grande parte do dia fora por causa do intenso trabalho, eu acabava por ficar sozinho durante a época de escola. Lá, na escola, não tinha amigos porque ninguém gostava de ficar perto de um garoto que vivia com a cara enfiada nos livros. Era uma maneira que encontrava para fugir da realidade de estar sozinho.
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  Andy olha para os pais, emocionados. Olhou para Adam, provavelmente o mais interessado dentre todos os presentes, por ser algo que sempre quis ouvir, mas nunca pode porque Andy nunca quis falar muito sobre seu passado.
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  - Vi então na televisão um empresário que, devido aos altos juros que vieram com a crise, se suicidou para fugir de suas tristezas e vergonhas. Decidi então fazer o mesmo. – Andy pode ouvir alguns ‘oh’s’ ecoar pelo local. – Achei que seria fácil, pois parecera fácil com o empresário. Durante duas semanas, juntava meus livros aos poucos e os levava em minha mochila para a escola. Achava que não valeria a pena para meus pais deixarem os livros de lado porque eu não estava mais lá. De pouco em pouco, meu armário fora se esvaziando. Era uma sexta-feira quando eu levava a última leva de livros para a escola. Fora quando um grupo de alunos mais velhos esbarraram em mim, deixando meus livros caírem no chão. – Andy passou os olhos pelo local. – Pacientemente, me agaixei e peguei todos os livros pesados. Me preparei para voltar a fazer meu último caminho até a escola, quando senti o peso dos livros ficarem mais leves. Adam, meu agora melhor amigo – apontou para o amigo, que o olhava boquiaberto. -, ele pegou metade da pilha de livros de meus braços e os colocou em sua bicicleta, achando que eu os estava levando para casa, quando, na verdade, eu estava os levando para a escola, afim de me suicidar logo depois de deixá-los lá.
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  Enquanto Andy falava, as pessoas começavam a fungar e soar seus narizes. Adam se encontrava completamente boquiaberto, com os olhos vermelhos e vidrados, lágrimas prestes a escorrer por suas bochechas. No entanto, se manteve encarando Andy:
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  - Não tive coragem de dizer para ele me deixar de lado como todos os outros. Era a primeira vez que alguém havia se preocupado comigo, não queria perder aquela sensação quente de ter alguém me enxergando no mundo. Fiz todo o caminho de volta para casa com os livros. Achei que não seria problema voltar para casa pela primeira vez na companhia de alguém. Assim que ele me deixasse lá e se afastasse, eu voltaria para a escola e terminaria o meu trabalho com minha vida. No entanto, Adam me chamou para sair naquela tarde. Me chamou para me divertir com um grupo de amigos. Não queria perder esta experiência também, decidi então aceitar. Eu poderia deixar para morrer no dia seguinte. Porém, antes de nos separarmos naquele dia, Adam me chamou para um futebol no dia seguinte. E assim foi, todos os dias ele me convidava para fazer algo no dia seguinte, como se soubesse sobre minhas programações e estivesse fazendo tudo aquilo apenas porque sabia que eu iria adiar minha programação para ficar na companhia dele. Com o tempo, acabei por me esquecer que minha vida era solitária, já que eu já tinha um amigo ao meu lado.
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  Andy pausou e pode ver seus pais com lágrimas escorrendo livremente por seus rostos. Mas o que mais o deixou emocionado, fora Adam sendo amparado pelos amigos ao lado, que lhes davam tapinhas de leve nas costas e carinho nos braços. Pôde ver pelos seus ombros, que o amigo chorava.
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  - O que eu quero passar com a minha história, é que nós, como advogados, não podemos deixar as pessoas desistirem de suas vidas porque algo dá errado. Devemos ser as pessoas que ajudarão as outras a se manterem felizes e amadas. Eu tive um amigo que salvou a minha vida sem saber que estava salvando. Eu queria, acima de tudo, agradecer a Adam Graig ali – Andy apontou para o amigo, que o olhava com as bochechas extremamente vermelhas e aparecia no telão. -, o meu melhor amigo – Andy continuou. -, o cara que salvou a minha vida. – finalizou com os olhos brilhantes pelas lágrimas. Adam se levantou e Andy caminhou até o amigo, lhe dando um forte abraço. As palmas eram ouvidas em todos os lugares e todos rodeavam a dupla de amigos que se abraçavam emocionados.
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  - Que história é essa de se matar, cara? – Adam pergunta com a voz abafada pelo choro.
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  - Obrigado, Adam, obrigado. – Andy diz com seus olhos bem fechados. – Obrigado por querer ser o meu melhor amigo. – se afastaram e sorriram um para o outro.
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  - Obrigado por não desistir e acreditar em mim. – Adam diz fungando o nariz. – Melhores amigos. – aperta a mão de Andy, que retribui com um grande sorriso.
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  A felicidade da dupla não era porque Adam salvou a vida de Andy, ou porque Andy não se matara. Os dois estavam extremamente felizes porque sabiam que nunca mais, jamais, os dois ficarão sozinhos novamente.
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Fim

  Nota: Não sou muito de escrever histórias não-interativas, mas vi uma história parecida com essa na internet e resolvi criar porque achei que passava uma lição linda de amizade verdadeira. Foi um drama gostoso de se ler, espero que tenham curtido também.

Blog: http://natashiamkfictions.tumblr.com

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