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Sem curiosidades para essa história no momento!

Torn Between Us

  Eu me levantei automaticamente assim que a vi se aproximar da mesa reservada em meu nome. Senti minhas pernas vacilarem ao encontrar seus grandes olhos escuros, há quanto tempo nós não nos víamos desde a última conversa?
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  E Deus, como eu sentia falta dela! Das pequenas coisas que faziam dela quem ela era…
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  Sentia falta do jeito como ela franzia a testa quando estava pensando demais, como se carregasse o peso do mundo em uma expressão tão pequena. Sentia falta da maneira como ela sorria, aquele sorriso que começava tímido, mas logo tomava conta de seu rosto inteiro, iluminando tudo ao redor.
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  Sentia falta da curva sutil de seu nariz, da forma delicada de suas mãos que sempre gesticulavam enquanto ela falava, como se suas palavras precisassem de movimento para existir. Sentia falta de sua risada inesperada, um som leve e quase musical, que fazia qualquer lugar parecer menos pesado.
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  Eu sentia falta até das coisas que me irritavam. O jeito como ela sempre mordia o lábio inferior enquanto decidia o que dizer, deixando-me ansioso pelo que viria a seguir. Ou como ela insistia em reorganizar os talheres de um restaurante, mesmo sabendo que ninguém notaria a diferença.
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  E talvez, acima de tudo, eu sentia falta de como ela me fazia sentir. Da energia que ela trazia consigo, como se apenas estar ao lado dela fosse suficiente para o mundo parecer mais simples.
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  Ali, enquanto ela se aproximava, percebi que nada tinha mudado. Ela ainda era ela, e isso era o suficiente para fazer meu peito apertar e, ao mesmo tempo, se encher de algo que eu não sabia explicar.
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  Quando ela finalmente parou diante de mim, eu só consegui murmurar:
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  —
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  — … — ouvi ela murmurar de volta — Como tem estado?
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  Havia algo no tom de sua voz, algo que me incomodou profundamente. Era educado, quase casual, como se eu fosse um colega de trabalho ou um conhecido distante que ela encontrara por acaso.
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  Eu não esperava que ela me abraçasse ou que me tratasse com a intimidade de antes, mas aquela distância polida, aquele jeito neutro de falar comigo… Isso me atingiu como um golpe inesperado.
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  Durante anos, compartilhamos palavras que eram só nossas, momentos que pareciam tão reais quanto qualquer encontro presencial poderia ser. E agora, ela falava comigo como se tudo aquilo tivesse sido uma ilusão, como se eu fosse apenas mais uma pessoa em sua vida.
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  Minha garganta secou enquanto eu tentava disfarçar o aperto no peito. Forcei um sorriso e fiz um gesto para que ela se sentasse, engolindo a sensação incômoda de que algo entre nós já havia mudado.
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  — Eu… estou bem — respondi, tentando soar mais firme do que me sentia. — E você? Como está?
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  Ela inclinou levemente a cabeça, aquele gesto que sempre fazia quando estava escolhendo as palavras certas, e isso despertou algo em mim. Um vestígio de familiaridade, como se o tempo não tivesse passado. Mas seu olhar estava diferente, mais contido.
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  — Estou bem também — ela respondeu, com um pequeno sorriso que não alcançava os olhos.
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  E ali, por um momento, me perguntei se eu tinha idealizado demais tudo o que compartilhamos.
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  Apesar de efetivamente morarmos em Londres, nunca havíamos ido aquele restaurante em específico. Era um lugar novo na cidade, conhecido pela mistura elegante de vidro, madeira e luzes suaves que pareciam criar uma atmosfera intimista e acolhedora.
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  Na verdade, eu já tinha estado aqui antes. Fui convidado para fotografar a abertura do restaurante há alguns meses, um evento repleto de pessoas importantes e flashes constantes. Lembro-me de andar pelo salão, ajustando o ângulo da câmera, capturando cada detalhe: os lustres que pareciam flutuar no ar, o reflexo das taças brilhando sob as luzes e os arranjos de flores impecáveis que pontuavam cada mesa.
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  E enquanto fazia meu trabalho, tudo o que eu conseguia pensar era nela.
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  “Ela adoraria isso”, foi o primeiro pensamento que me ocorreu. As cores quentes e aconchegantes, o aroma leve de especiarias no ar, o cuidado em cada detalhe do ambiente… Era o tipo de lugar que parecia ter sido feito para ela, para o jeito como seus olhos se iluminavam quando descobria algo bonito e bem pensado.
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  Eu quase podia vê-la sentada em uma das mesas perto da janela, brincando com a taça de vinho enquanto falava sobre alguma ideia maluca que teve. Era o tipo de cenário que ela sempre gostava de explorar, que inspirava suas histórias e alimentava sua imaginação.
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  E agora, aqui estávamos nós, finalmente juntos neste lugar. Só que nada parecia como eu tinha imaginado. Havia um vazio estranho no ar, como se o espaço entre nós fosse grande demais para ser preenchido por palavras ou memórias.
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  Ela olhou ao redor, talvez tentando absorver o ambiente. Por um segundo, achei ter visto aquele brilho familiar em seus olhos, mas ele desapareceu rápido demais.
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  — É bonito aqui — ela disse, quase como se estivesse comentando sobre o tempo.
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  Eu apenas assenti, forçando um sorriso.
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  — Quando estive aqui pela primeira vez, só conseguia pensar que você gostaria do lugar.
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  Minha voz soou mais baixa do que eu pretendia, quase como uma confissão. Ela piscou, surpresa, e seus lábios formaram um pequeno “oh” que ela rapidamente disfarçou com um gole de água.
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  E ali, naquele breve momento de hesitação, senti o peso do que estávamos tentando recuperar.
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  — Você pensou em mim enquanto trabalhava? — ela perguntou, surpresa, mas com um tom que não era tão simples quanto parecia.
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  Eu percebi a sutil mudança na sua expressão, aquele leve arquear de sobrancelha e o jeito quase imperceptível como seus lábios se curvaram. Não era só surpresa. Havia algo a mais. Uma espécie de alfinetada, talvez? Uma tentativa de me testar?
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  Me recostei na cadeira, desviando o olhar por um momento antes de voltar a encará-la.
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  — Pensei, sim — respondi, sem hesitar, mas mantendo a calma na voz.
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  Se ela estava tentando me desestabilizar, não deixaria transparecer.
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   soltou um riso curto, sem humor, e balançou a cabeça levemente enquanto deslizava os dedos pela borda do copo à sua frente.
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  — Isso é curioso, . Eu achava que, no trabalho, você sempre mantinha o foco… sabe, na tarefa em si.
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  Eu quase sorri com o comentário. Claro, ela sabia exatamente onde queria chegar. Talvez estivesse tentando me fazer sentir culpado, ou talvez estivesse apenas protegendo a si mesma. Era difícil saber.
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  — Geralmente, sim. Mas certas coisas… — fiz uma pausa, deixando o peso das palavras pairar no ar por um momento. — Certas pessoas simplesmente surgem na mente, sem esforço algum.
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  Por um segundo, vi a fachada dela vacilar. Um pequeno movimento de suas mãos, o desvio breve dos olhos. Mas, como sempre, ela se recuperou rápido.
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  — Certas pessoas… — ela repetiu, quase num murmúrio, antes de deixar escapar um suspiro. — Você tem esse talento, não é? Para dizer as coisas de um jeito que quase faz tudo parecer simples.
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  Eu inclinei a cabeça ligeiramente, estudando-a.
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  — E você tem o talento de complicar o que, na verdade, é bem claro.
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  Era uma troca de farpas disfarçada por uma conversa casual. Palavras jogadas com precisão, como peças em um tabuleiro. Mas mesmo assim, havia algo por trás disso, algo que nenhum de nós estava disposto a admitir ainda.
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  Ela desviou o olhar novamente, fixando-o na mesa por um instante antes de voltar a encarar-me.
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  — Talvez seja porque… eu sempre esperei demais das coisas, ou das pessoas.
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  Seu tom era diferente agora, mais suave, quase vulnerável. E, pela primeira vez naquela noite, senti que estava enxergando um vislumbre da que conheci.
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  Ela pegou o cardápio com um gesto quase mecânico, mas eu notei como seus dedos tremiam levemente ao segurá-lo. Por um momento, ela deslizou os olhos pelas páginas, embora parecesse que não estava realmente prestando atenção.
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  — O que você sugere? — perguntou, sem desviar o olhar do cardápio, como se a pergunta fosse casual, mas havia algo mais ali.
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  Fiquei observando-a por um instante, os olhos fixos em seu perfil. A maneira como ela franzia levemente a testa, como se estivesse tentando se concentrar em qualquer coisa que não fosse o peso daquele momento entre nós.
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  — Acho que você deveria experimentar o risoto de cogumelos — respondi, mantendo a voz leve. — É simples, mas cheio de sabor. Algo que eu sei que você gosta.
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  Ela ergueu os olhos para mim então, finalmente largando o cardápio sobre a mesa.
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  — Você lembra mesmo dessas coisas?
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  Havia uma mistura de surpresa e algo mais nos olhos dela. Talvez fosse incredulidade. Talvez fosse a sombra de um sorriso que não se formou completamente.
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  — Claro que lembro — disse, sem hesitar. — Eu sempre prestei atenção.
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  Ela ficou quieta por alguns segundos, mordendo o lábio como fazia quando estava tentando decidir se continuava a conversa ou mudava de assunto.
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  — Então acho que vou no risoto — ela disse finalmente, com um pequeno suspiro, como se tivesse cedido a algo. — E você? O que vai pedir?
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  — Não importa o que eu peça, desde que você esteja aqui para dividir comigo.
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  Ela estreitou os olhos levemente, e eu quase pude ver o dilema passando pela sua mente. A luta entre ficar em território seguro e ceder à emoção.
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  Mas, ao invés de responder, ela pegou o copo de água e deu um pequeno gole, como se estivesse ganhando tempo.
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  Eu ergui a mão para chamar o garçom, que prontamente se aproximou com um bloco de anotações em mãos e um sorriso profissional no rosto.
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  — Boa noite, estão prontos para fazer o pedido? — ele perguntou, olhando de mim para .
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  — Sim, por favor. — Me virei para ele. — Um risoto de cogumelos para ela… — inclinei levemente a cabeça em direção a , que apenas assentiu com um sorriso educado.
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  — E para o senhor? — o garçom continuou, esperando pacientemente.
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  — Vou querer o filé com molho de vinho e legumes grelhados — respondi, fechando o cardápio e entregando-o a ele.
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  O garçom anotou os pedidos com eficiência e então perguntou:
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  — Algo para beber?
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  Olhei para , que pareceu surpresa pela minha iniciativa de deixá-la escolher.
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  — Ah… talvez uma taça de vinho tinto? — ela sugeriu, um pouco hesitante.
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  — Ótima escolha. Pode trazer duas taças — acrescentei, sem esperar mais.
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  Ela me lançou um olhar breve, como se quisesse protestar, mas mudou de ideia no último segundo.
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  — Certo, risoto de cogumelos, filé com molho de vinho, legumes grelhados e duas taças de vinho tinto. Já volto com as bebidas — o garçom confirmou antes de se afastar.
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  Ficamos em silêncio por um instante após ele sair, o som de pratos e talheres ao fundo preenchendo o espaço entre nós. deslizou os dedos pelo guardanapo de pano sobre o colo, um gesto que notei que fazia sempre que estava nervosa ou pensativa.
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  — Você ainda gosta de vinho tinto, certo? — perguntei, quebrando o silêncio.
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  Ela ergueu o olhar, encontrando o meu.
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  — Ainda gosto — admitiu, com um pequeno sorriso que não alcançou os olhos. — Mas confesso que faz um tempo desde a última vez que tomei.
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  — Bom, acho que é hora de corrigir isso.
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  Ela riu, um som baixo e quase contido, mas genuíno.
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  — Você continua com esse jeito de me convencer das coisas, não é?
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  Eu apenas sorri em resposta, sabendo que, naquele momento, era melhor não dizer nada.
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  Assim que o garçom se afastou, peguei meu copo de água e dei um gole, buscando uma forma de retomar a conversa. Ela parecia mais à vontade, mas ainda havia algo no jeito dela – talvez a forma como seus olhos vagavam pelas velas na mesa ou como mordia de leve o canto do lábio – que me dizia que também estava buscando o que dizer.
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  — E como está o trabalho? — perguntei, decidindo ir direto ao ponto. — Ainda na revista?
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   ergueu os olhos para mim, surpresa pela pergunta, mas logo o rosto dela se suavizou.
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  — Sim, ainda estou lá. — Ela girou o copo de água entre os dedos, olhando para o líquido como se ele guardasse alguma resposta. — Está sendo… intenso, para dizer o mínimo. Sempre tem prazos impossíveis, sessões de fotos canceladas de última hora, e, claro, os egos que eu preciso lidar diariamente.
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  Eu ri baixinho, imaginando o tipo de caos que devia ser o mundo dela.
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  — Parece desgastante.
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  — E é. — Ela deu um sorriso pequeno, mas havia algo de orgulhoso nele. — Mas também é incrível. Quando vejo uma edição finalizada, com tudo no lugar, as cores, as imagens, as histórias… Dá uma sensação de que todo o estresse valeu a pena.
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  — Você sempre teve esse olhar para os detalhes. — Cruzei os braços sobre a mesa, inclinando-me levemente na direção dela. — Deve ser por isso que você é tão boa no que faz.
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  Ela me lançou um olhar que era quase tímido, um raro vislumbre de vulnerabilidade que eu não via há tempos.
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  — Não sei se sou tão boa assim… — murmurou, mas havia uma nota de gratidão na voz dela.
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  — Você é, . Sempre foi.
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  Ela desviou o olhar, parecendo desconfortável com o elogio, e voltou a girar o copo em círculos.
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  — E você? Ainda viajando o mundo com sua câmera? — perguntou, mudando o foco.
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  Eu hesitei, sentindo a mudança na conversa, mas respondi:
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  — Sempre que posso. Mas não é a mesma coisa.
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  — Por quê?
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  Eu a encarei, considerando minha resposta. Mas, antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, as taças de vinho chegaram, e o momento se dissipou.
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  O garçom colocou as taças de vinho delicadamente na mesa, e eu agradeci com um aceno breve. observou o líquido rubi sendo servido com um olhar curioso, como se estivesse pensando se devia se render ao conforto do vinho ou permanecer atenta à situação.
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  Peguei minha taça e ergui-a levemente, esperando que ela fizesse o mesmo. Ela hesitou por um segundo, mas logo seus dedos finos envolveram o cristal, e nossos olhares se cruzaram por cima do brinde silencioso.
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  — À… nova experiência — murmurei, escolhendo as palavras com cuidado. Não queria tornar aquele momento mais tenso do que já parecia.
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  — Nova experiência? — repetiu com um leve arqueamento de sobrancelha, antes de encostar sua taça à minha com um som suave. — Acho que isso funciona.
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  Ela levou o vinho aos lábios, provando com cuidado. Notei o modo como ela fechou os olhos brevemente, como fazia quando algo a agradava, absorvendo o sabor antes de abrir um pequeno sorriso.
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  — É bom — disse, com um tom de surpresa. — Frutado, mas equilibrado.
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  — Sabia que ia gostar. — Dei um gole também, deixando o sabor espalhar-se antes de continuar. — Tem algo reconfortante nele.
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   colocou a taça de volta na mesa e brincou com a borda do cristal com a ponta dos dedos.
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  — Você parece conhecer bem — comentou, mas havia algo na voz dela, um tom que eu não consegui decifrar completamente.
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  — Não é sempre que eu consigo parar e apreciar algo assim. — Dei de ombros. — Talvez por isso tenha escolhido esse lugar. Achei que combinava com você.
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  Ela me olhou por um momento, como se tentasse entender se aquilo era um elogio ou apenas uma observação.
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  — Você ainda me conhece tão bem assim? — perguntou, com um tom casual, mas os olhos entregavam uma curiosidade real.
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  Senti minha garganta secar, e o vinho de repente não parecia o suficiente para aliviar o peso daquela pergunta.
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  — Talvez — respondi, mantendo o olhar firme no dela. — Ou talvez eu só esteja tentando lembrar.
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  Ela desviou o olhar rapidamente, voltando a brincar com a taça de vinho, e eu sabia que tinha dito mais do que deveria.
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  — Acho que todos nós mudamos com o tempo — ela disse, quase como um sussurro, antes de tomar mais um gole.
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  O silêncio se estendeu entre nós, não desconfortável, mas carregado. Cada gole de vinho parecia abrir novas portas para coisas que não havíamos dito, mas que estavam ali, esperando para serem enfrentadas.
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  Eu queria quebrar aquele silêncio, mas, ao mesmo tempo, tinha medo do que ele poderia revelar.
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   deslizou a taça entre os dedos, o olhar fixo no vinho como se ele pudesse lhe dar respostas. Então, com uma voz baixa, quase hesitante, ela perguntou:
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  — … o que nós ainda somos afinal?
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  Levantei os olhos para ela, sentindo um aperto no peito. Era uma pergunta que eu temia ouvir, mas sabia que era inevitável. Respirei fundo, segurando a taça firme na mão, e soltei o ar devagar antes de responder:
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  — É exatamente por isso que estamos aqui. — Minha voz soou mais firme do que eu esperava. — Para decidirmos, juntos, o que somos… ou o que vamos ser daqui para frente.
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   me encarou por um momento, os olhos avaliando cada palavra que eu dissera. Depois, ela inclinou levemente a cabeça, como se esperasse que eu continuasse.
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  Apoiei os cotovelos na mesa, entrelaçando os dedos, enquanto procurava as palavras certas para explicar.
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  — A verdade é que… — comecei, pausando por um instante. — A gente se perdeu. Nos últimos anos, parecia que estávamos sempre correndo, sempre ocupados, sempre deixando as coisas para depois. Primeiro, foi sua promoção… o trabalho tomou mais tempo, mais energia. Eu entendi isso, é claro. Você sempre foi incrível no que faz, e eu nunca quis atrapalhar isso.
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   apertou os lábios, mas não disse nada, então continuei:
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  — E depois foi o meu trabalho… as viagens constantes, a falta de rotina, o fuso horário atrapalhando até as nossas conversas mais simples. Quando eu finalmente tinha uma folga, você estava ocupada, e quando você tinha tempo, eu estava do outro lado do mundo.
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  Minha voz começou a pesar, carregada com a verdade que eu evitava admitir até para mim mesmo.
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  — A gente se distanciou, . Não foi de propósito, mas aconteceu. E, em vez de conversar sobre isso, parecia que estávamos sempre esperando que tudo melhorasse sozinho.
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  Eu fiz uma pausa, deixando as palavras se assentarem. desviou o olhar, fixando-o no espaço vazio entre nós, mas percebi que ela ouvia cada palavra com atenção.
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  — E quando as coisas começaram a pesar de verdade, a gente reagiu de formas diferentes — admiti, mais baixo agora. — Você se fechou, eu me afastei. E, de alguma forma, chegamos a um ponto em que parecia que estávamos juntos, mas… desconectados.
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   soltou um suspiro, ainda olhando para o nada.
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  — E aí decidimos dar um tempo — ela completou, a voz soando tanto amarga quanto resignada.
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  — Sim. — Concordei com um aceno. — Mas agora estamos aqui, porque, apesar de tudo, eu ainda acredito que vale a pena tentar entender o que restou… e se ainda existe algo que podemos reconstruir.
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  Fiquei em silêncio, esperando que ela dissesse algo. Meu coração batia pesado, como se cada segundo de espera fosse uma eternidade. E, enquanto ela pensava, percebi que tudo dependia daquele momento.
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  O garçom se aproximou com os pratos cuidadosamente equilibrados em suas mãos. Ele colocou à minha frente o filé ao molho de vinho que eu pedira e, diante de , o prato vegetariano com queijos grelhados e legumes assados.
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  — Aproveitem a refeição, senhores — disse ele, com um sorriso educado, antes de se afastar discretamente.
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  Por um momento, apenas encaramos nossos pratos. ajustou o guardanapo no colo e pegou os talheres, cortando delicadamente um pedaço de abobrinha grelhada. Sem dizer uma palavra, ela começou a comer, os movimentos metódicos e quase ensaiados.
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  Eu segui o exemplo, mas a comida parecia secundária. Meu olhar se desviava frequentemente para ela. sempre tinha uma maneira graciosa de se mover, como se cada gesto fosse cuidadosamente coreografado. Mesmo agora, no silêncio desconfortável, havia algo nela que me fascinava.
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  Enquanto comíamos, minha mente voltou para o passado. Para os dias em que os silêncios entre nós não eram pesados, mas confortáveis. Lembrei-me de quando ela ria espontaneamente, sem preocupação com quem estava ouvindo. Do jeito que sua risada era contagiante, fazendo com que eu me esquecesse de qualquer problema, pelo menos por um instante.
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  Olhei para suas mãos, os dedos finos segurando os talheres com precisão. Lembrei-me de como ela costumava gesticular enquanto falava, desenhando ideias no ar quando estava empolgada com alguma coisa. Agora, seus movimentos eram contidos, quase cuidadosos demais, como se estivesse tentando esconder algo.
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  Havia tantas coisas nela que eu sentia falta. O jeito como ela mordia o lábio inferior enquanto lia algo que a intrigava. A forma como ela sempre parava para admirar vitrines de flores, mesmo que estivéssemos atrasados. Ou o jeito que ela dizia meu nome, com uma suavidade que ninguém mais conseguia reproduzir.
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  Mas, naquele momento, tudo parecia diferente. O silêncio entre nós agora era pesado, carregado de palavras não ditas, de sentimentos que ambos pareciam temer colocar para fora. Eu me perguntava se ela estava pensando as mesmas coisas que eu. Se ela também sentia falta de tudo o que costumávamos ser.
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  Eu continuei comendo, embora o sabor do prato não me alcançasse. Meus olhos voltavam para ela, captando cada detalhe — desde o pequeno vinco entre suas sobrancelhas, que sempre aparecia quando ela estava concentrada, até a forma como seus cabelos caiam levemente sobre o rosto.
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  Ela, por sua vez, parecia evitar olhar para mim. Talvez estivesse tentando encontrar algo nos próprios pensamentos, da mesma forma que eu fazia. O som dos talheres tocando os pratos era a única coisa que preenchia o espaço entre nós. E, ainda assim, era impossível ignorar a tensão que pairava no ar.
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  Eu me perguntava se ela também estava presa nas memórias, lembrando-se de tudo o que éramos e questionando o que ainda poderíamos ser.
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  Terminamos o jantar em um silêncio que parecia cada vez mais denso. Quando deixei o garfo no prato, olhei para ela, esperando que fosse a primeira a quebrar o silêncio, mas apenas terminou o último gole do vinho e ajeitou o guardanapo sobre a mesa.
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  — Quer uma sobremesa? Ou mais uma taça de vinho? — perguntei, tentando parecer casual, mas a verdade é que minha voz saiu mais baixa do que eu esperava.
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  Ela balançou a cabeça, seu olhar finalmente encontrando o meu por um breve momento antes de se desviar.
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  — Não, estou satisfeita — respondeu, com um pequeno sorriso que não chegou aos olhos.
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  — Tudo bem. — Assenti, recostando-me na cadeira enquanto ela ajeitava uma mecha de cabelo atrás da orelha.
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  Houve uma breve pausa antes que ela respirasse fundo e, finalmente, falasse:
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  — Aonde você está ficando?
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  Fui pego de surpresa, mas me recompus rapidamente.
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  — No Clover Hotel, perto do centro.
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  Ela fez um leve movimento com a cabeça, como se processasse a informação. Depois, falou, sua voz firme, mas carregada de algo que eu não conseguia decifrar:
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  — Vou te acompanhar até lá. Acho que seria melhor conversarmos no hotel.
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  Eu pisquei, surpreso com sua sugestão, mas não contestei. Havia algo em seu tom que não deixava espaço para debates.
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  — Certo — respondi, assentindo levemente.
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  Ela pegou a bolsa que estava pendurada na cadeira e levantou-se, olhando para mim com uma expressão séria, embora seus olhos parecessem buscar algo nos meus. Levantei-me também, deixando o valor do jantar na mesa e chamando o garçom para encerrar a conta.
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  Enquanto saíamos do restaurante, o ar frio da noite nos envolveu, e eu me perguntei o que mais essa conversa poderia trazer. O trajeto até o hotel prometia ser carregado de tensão, mas eu sabia que o verdadeiro peso viria quando estivéssemos a sós novamente, longe dos olhares alheios, enfrentando as palavras que ambos pareciam ter evitado até agora.
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  Caminhávamos lado a lado pelas ruas iluminadas de Londres, o som distante dos carros e o murmúrio das pessoas preenchendo o silêncio entre nós. Como sempre, fiz questão de ficar do lado mais próximo da rua, deixando no lado mais seguro da calçada. Era um hábito automático, algo que sempre fiz sem pensar, mas que parecia ressoar com um peso maior naquela noite.
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  Ela notou, como sempre fazia, mas não disse nada. Apenas lançou um olhar breve na minha direção, um sorriso quase imperceptível se formando antes de desvanecer.
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  — Londres parece mais tranquila hoje — ela comentou, sua voz cortando suavemente o silêncio.
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  — Talvez porque é dia de semana. Os fins de semana são bem mais agitados.
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  Ela assentiu, puxando o casaco um pouco mais para perto do corpo enquanto uma leve brisa noturna soprava.
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  — Você sente falta de morar definitivamente aqui? — perguntou de repente, olhando para as luzes dos postes que pintavam a calçada com tons amarelados.
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  — Às vezes. — Olhei ao redor, reconhecendo as ruas que tantas vezes havíamos percorrido juntos. — Mas, sinceramente, não é o lugar que faz falta…
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  Ela desviou os olhos para mim, mas não disse nada, esperando que eu continuasse.
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  — É o que vivemos aqui que sinto falta. Os lugares têm vida porque as pessoas que amamos estão neles, não acha?
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  Ela ficou em silêncio por alguns segundos antes de murmurar:
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  — Acho que faz sentido.
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  Passamos por um café que costumávamos frequentar, e meu olhar automaticamente se fixou na fachada iluminada.
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  — Lembra daquele café? — perguntei, inclinando a cabeça em direção ao lugar.
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  Ela seguiu meu olhar e soltou uma risadinha baixa.
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  — Claro que lembro. Você sempre pedia aquele bolo de cenoura ridiculamente doce e depois roubava metade do meu chá para balancear o gosto.
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  Eu ri, balançando a cabeça.
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  — E você sempre reclamava, mas nunca dizia “não” quando eu pegava o chá.
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  — Porque sabia que você ia roubar de qualquer jeito — ela retrucou, com um sorriso mais genuíno desta vez.
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  O som de nossos passos ecoava no pavimento, e o tom leve da conversa ajudava a aliviar a tensão que pairava no ar, mesmo que só um pouco.
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  — E você? — perguntei, mudando de assunto. — Ainda passa por aqui às vezes?
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  Ela deu de ombros, colocando as mãos nos bolsos do casaco.
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  — Às vezes. Mas, na maioria das vezes, evito. Parece estranho vir sozinha aos lugares que costumávamos ir juntos.
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  Sua resposta ficou no ar, como se carregasse um significado mais profundo que ela não quis explorar.
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  Continuei caminhando ao seu lado, sentindo o peso da nossa história nos cercando, mesmo quando tentávamos nos prender a banalidades.
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  Descemos alguns degraus em direção à entrada da estação de metrô, o ar ali dentro um pouco mais abafado, mas ainda carregando aquele cheiro característico de metal e concreto. hesitou por um instante ao pisar na plataforma, como se quisesse dizer algo, mas acabou permanecendo em silêncio.
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  Eu mantive o passo ao lado dela, desviando dos poucos passageiros que esperavam o próximo trem. A luz fluorescente acima de nós lançava uma tonalidade pálida, destacando as expressões cansadas das pessoas ao redor.
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  — Quanto tempo faz desde a última vez que pegamos o metrô juntos? — perguntei, tentando quebrar o silêncio.
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  Ela sorriu de canto, passando os dedos por uma mecha de cabelo que escapou do casaco.
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  — Muito tempo. Acho que na época estávamos atrasados para um compromisso seu, lembra? Você insistiu que de carro chegaríamos mais rápido, mas o trânsito nos prendeu, e acabamos correndo até aqui.
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  Ri, lembrando da correria e do meu mau humor na ocasião.
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  — E você reclamou o caminho inteiro.
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  — Claro que reclamei! Estávamos correndo feito loucos, e você estava de salto.
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  — Mas no final conseguimos chegar no horário.
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  — Por um milagre.
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  O trem chegou, um barulho familiar de portas se abrindo ecoando pela plataforma. Esperei que ela entrasse primeiro, como sempre fazia, e a segui. O vagão não estava lotado, e escolhemos um banco próximo à janela, sentando lado a lado.
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  Ela cruzou as pernas e olhou pela janela enquanto o trem começava a se mover, os túneis passando rapidamente em flashes escuros e iluminados.
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  — Você ainda gosta de observar as pessoas no metrô? — perguntei, lembrando de um hábito dela que sempre me intrigava.
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  — Sim — ela respondeu, voltando o olhar para mim. — É fascinante como cada um está vivendo sua própria história. Cada rosto tem algo a contar.
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  Ela fez uma pausa, inclinando a cabeça levemente.
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  — Às vezes me pergunto o que as pessoas diriam sobre nós, se olhassem de fora.
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  Sua pergunta ficou no ar, e eu não sabia ao certo como responder. A verdade era que, de fora, provavelmente pareciamos um casal normal. Mas nada em nós parecia “normal” ultimamente.
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  O silêncio entre nós não era incômodo, mas carregava uma certa expectativa. Continuamos lado a lado, com o som do trem nos envolvendo, enquanto cada um parecia perdido em pensamentos.
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  Saímos da estação e fomos de volta para as ruas de Londres. O frio da noite parecia mais presente agora, com o vento soprando suavemente pelas ruas iluminadas por postes amarelos e letreiros de lojas. Caminhávamos lado a lado, sem pressa, com o som dos nossos passos ecoando no calçamento úmido.
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  O silêncio entre nós era quase tangível, mas não desconfortável, como se ambos estivéssemos dando espaço para que a noite falasse por si mesma. Olhei para ela, observando a forma como o vento bagunçava seus cabelos e como ela mantinha as mãos enfiadas nos bolsos do casaco.
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  A cada esquina, eu automaticamente me posicionava do lado da rua, deixando-a sempre no lado mais seguro da calçada. Era algo que eu fazia sem pensar, uma mistura de hábito e cuidado que nunca deixaria de ter.
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  Ela percebeu, de novo.
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  — Ainda fazendo isso, hein? — comentou, um sorriso quase imperceptível surgindo em seus lábios.
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  — Sempre vou fazer — respondi com um leve dar de ombros, como se fosse óbvio.
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  Ela não disse mais nada, mas o sorriso dela ficou por mais tempo do que eu esperava.
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  Enquanto continuávamos, passei a reparar nas vitrines das lojas fechadas, nos cafés com luzes apagadas, nos poucos pedestres que cruzavam nosso caminho. Tudo parecia uma espécie de cenário, mas minha atenção continuava voltando para ela. O jeito como ela andava, com passos leves, mas decididos. A maneira como seus olhos viajavam pelas ruas, como se estivessem capturando cada detalhe.
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   tinha esse jeito de parecer conectada a tudo ao redor, mas ao mesmo tempo, perdida em pensamentos. Eu me perguntava no que ela estava pensando agora.
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  Chegamos ao quarteirão onde ficava o hotel. A fachada era elegante, com uma entrada iluminada e o movimento discreto de hóspedes chegando ou saindo. Parei por um instante e olhei para ela.
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  — É aqui — disse, indicando com a cabeça.
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  Ela assentiu, os olhos observando o prédio por alguns segundos antes de voltar para mim.
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  — Vamos entrar. — Sua voz era firme, mas carregava algo mais, uma mistura de resolução e incerteza que eu não consegui decifrar.
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  Eu apenas assenti e a segui em direção à entrada.
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  Passamos pela porta de vidro e entramos no lobby do hotel, onde o ambiente estava calmo, com um suave toque de sofisticação. A recepção, discreta e elegante, estava iluminada por lâmpadas douradas, e o atendente, ao nos ver, fez um gesto suave de boas-vindas. A familiaridade do local fazia com que eu me sentisse um pouco mais tranquilo, mas o nervosismo estava começando a crescer dentro de mim.
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   seguiu em frente sem hesitar, como se a situação fosse a mais natural do mundo, mas eu sabia que não estava sendo fácil para ela também. A maneira como ela segurava a alça da bolsa e evitava olhar diretamente para mim me dizia tudo o que eu precisava saber. Estávamos ali por uma razão, e o peso disso se tornava mais claro a cada segundo.
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  O atendente me devolveu os cartões chave que eu havia deixado na recepção por medo de perder e me olhou com uma leve curiosidade. Peguei a chave e caminhei até o elevador, com logo atrás de mim. As portas se abriram assim que chegamos, e eu entrei, apertando o botão do andar onde o quarto estava. Ela se posicionou ao meu lado, a atmosfera entre nós ainda carregada de tensão.
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  As portas do elevador se fecharam com um som suave e metálico, e naquele pequeno espaço, os dois ficamos em silêncio. Eu não conseguia desviar o olhar dela, mesmo sabendo que isso só aumentaria meu desconforto. parecia tão distante, e ao mesmo tempo, tão perto. As luzes fluorescentes do elevador iluminavam seu rosto de maneira suave, fazendo com que seus olhos ficassem ainda mais hipnotizantes. A respiração dela parecia tranquila, mas algo em sua postura, nos movimentos quase imperceptíveis de suas mãos, me dizia que ela estava tão nervosa quanto eu.
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  O silêncio entre nós nunca era desconfortável e, ao mesmo tempo, era incrivelmente íntimo. Eu poderia sentir o peso das palavras não ditas pairando no ar, e meu coração batia mais rápido a cada segundo que passava ali, com a sensação de que aquele momento estava se tornando mais e mais decisivo.
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  — Então… — comecei, minha voz soando mais baixa e menos firme do que eu gostaria. — Aqui estamos.
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  Ela olhou para mim, um sorriso curto e quase tímido surgindo no canto dos seus lábios, como se estivesse tentando se confortar com a própria tentativa de leveza.
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  Mas os segundos continuaram a passar, e o silêncio se tornava insuportável. Eu me sentia paralisado, como se o próximo movimento fosse crucial, mas eu não sabia o que dizer, nem o que esperar.
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  O elevador fez um leve “ding”, interrompendo o peso do momento. As portas se abriram, e, sem palavras, saímos em direção ao corredor do hotel. Cada passo parecia mais pesado que o anterior.
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  O corredor era longo e silencioso, com um carpete macio que abafava o som de nossos passos. As paredes eram decoradas com quadros minimalistas, mas eu não conseguia focar em nada além do som leve dos saltos de atrás de mim. Era como se cada passo dela ecoasse dentro da minha cabeça, lembrando-me de que aquele momento estava longe de ser casual.
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  Eu segurava o cartão chave do quarto com força, sentindo-o quase escorregar pelos meus dedos úmidos. Enquanto caminhava, tentei não olhar para trás, mas a presença dela era inconfundível. Mesmo em silêncio, preenchia o espaço com a mesma intensidade que sempre teve.
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  Quando finalmente chegamos à porta do quarto, parei por um momento, tentando organizar meus pensamentos. Peguei a chave, respirando fundo antes de inseri-la na fechadura. O som do clique ecoou mais alto do que eu esperava, ou talvez fosse apenas minha mente amplificando tudo.
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  — É aqui — falei baixo, quase como se não quisesse quebrar o silêncio do corredor.
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   apenas assentiu, sem dizer nada, mas sua expressão era neutra, como se estivesse deliberadamente se mantendo impassível. Dei um passo para abrir a porta e segurei-a para que ela entrasse primeiro. Ela hesitou por um segundo, mas logo passou por mim, adentrando o quarto com uma naturalidade estudada que só ela tinha.
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  Fechei a porta atrás de nós e virei para encará-la. Lá estava ela, no centro do quarto, olhando em volta com curiosidade. A luz suave das luminárias tornava o ambiente mais acolhedor, mas não fazia nada para aliviar o peso que pairava entre nós.
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  Eu sabia que aquele era o momento em que não haveria mais fuga. Estávamos finalmente sozinhos, sem o barulho da cidade ou o vai e vem das pessoas para nos distrair.
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  — Não sei ao certo quando foi que me perdi, mas sei que havia conseguido enxergar esperança nas tuas falas, nas tuas manias e principalmente nas tuas promessas. Lembra que a gente falava de casar? — ela soltou um riso nasalado, como se aquela lembrança a machucasse — As vezes eu parecia esquivar, mas a verdade é que eu tinha medo de me jogar, nunca pensei que alguém gostaria de viver comigo, que poderia me amar a ponto de planejar um futuro juntos, então você chegou e disse tudo o que queria conquistar junto comigo e eu já não precisava mais fechar os olhos para sonhar.
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  Ela prendeu a respiração e a soltou logo em seguida, fechando os olhos rapidamente para não me encarar mais, e quando os abriu, encarou a cama.
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  — O som da sua voz dengosa e os planos fantasiosos pareciam tão reais que eu quase podia ficar, mas agora tudo se foi e eu fiquei aqui, relembrando todas e cada uma das vezes que você me pediu para fugir com você, para casar ou te dar uma filha… Onde ficarão todas essas promessas quando eu te esquecer?
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  Meus olhos se arregalaram automaticamente, e antes que eu percebesse, já havia rompido a distância entre nós. Minhas mãos agarraram seus ombros com uma urgência que eu mal conseguia controlar. Era como se segurá-la fosse a única coisa que me impediria de despencar em um vazio que eu não sabia como evitar.
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  — Você está terminando definitivamente comigo, ? — Minha voz saiu mais rouca do que eu gostaria, carregada de uma angústia que eu não podia mais esconder.
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  Eu a observei, procurando nos olhos dela qualquer vestígio de esperança, algo que pudesse me convencer de que ela não estava desistindo de nós. Mas em vez disso, recuou um passo, me forçando a soltá-la.
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  Ela suspirou profundamente, levando a mão ao rosto, como se quisesse esconder a confusão que parecia transbordar dela.
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  — Não, … não é isso. — Sua voz estava baixa, quase como um sussurro, mas cada palavra carregava um peso que me esmagava. — Eu não sei.
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  Eu fiquei ali, parado, tentando decifrar o que ela queria dizer com aquilo. Não sabia? Como assim ela não sabia? A incerteza em sua voz era ainda mais dolorosa do que um término direto. Pelo menos, com um fim definitivo, eu saberia onde estava pisando. Mas agora… Agora eu só sentia o chão ceder sob meus pés.
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  — … — comecei, tentando encontrar algo para dizer, algo que pudesse trazê-la de volta, mas ela ergueu a mão, me silenciando.
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  — Me escuta, por favor — disse ela, me encarando com olhos que pareciam pedir desculpas e, ao mesmo tempo, manter distância. — Eu não sei o que estou sentindo, não sei o que quero ou como deveria agir. Só… só me deixa explicar tudo no meu tempo, no meu jeito.
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  Eu a observei, lutando contra o impulso de insistir, de pedir que ela não me deixasse no escuro. Mas, no fim, apenas assenti, mesmo que por dentro tudo em mim gritasse para não deixar essa conversa terminar assim. Era o jeito dela. Sempre foi. E mesmo agora, com tudo isso, eu ainda respeitaria isso. Eu sempre respeitei.
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   respirou fundo, como se estivesse reunindo cada pedaço de coragem que tinha. Ela passou uma das mãos pelo cabelo, um gesto que sempre fazia quando estava nervosa, e voltou a me encarar. Dessa vez, havia algo diferente em seu olhar — uma mistura de determinação e vulnerabilidade que me desarmava.
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  — … — começou, a voz trêmula, mas cheia de sinceridade. — Eu não quero que você pense que isso é fácil pra mim. Não é. Eu te
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amo. Eu sempre te amei.
E é exatamente por isso que tudo isso está tão confuso.
  Minha garganta apertou ao ouvir aquelas palavras, mas antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ela continuou:
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  — A gente cometeu tantos erros… Eu cometi tantos erros. Eu sei disso. Mas não foram só meus, não é? — Ela me olhou, como se estivesse pedindo confirmação. — Nós dois nos perdemos pelo caminho. Talvez pelas nossas expectativas, talvez pelas nossas diferenças, talvez… por não sabermos como lidar com tudo isso.
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   começou a andar de um lado para o outro, seus passos ecoando pelo quarto.
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  — Eu tentei… tentei manter as coisas como eram no início. Aquela leveza, sabe? Aquela paixão. Mas as coisas mudaram, . A gente mudou. E eu não sei dizer se é pra melhor ou pra pior, só sei que… eu me sinto tão perdida. Perdida porque, mesmo quando eu quero desistir, eu não consigo imaginar minha vida sem você.
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  Ela parou de andar e olhou para mim, os olhos brilhando como se estivesse à beira das lágrimas.
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  — Eu ainda te amo, mas às vezes me pergunto se o nosso amor é suficiente. Se a gente não está se machucando mais do que se cuidando. E isso me assusta. Porque você sempre foi a pessoa que eu imaginei que estaria ao meu lado pra sempre, mas agora… agora eu nem sei mais o que “pra sempre” significa pra gente.
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  Cada palavra dela cortava como uma lâmina. Porque, no fundo, eu sabia que ela estava certa. Eu sabia que nós dois havíamos falhado, que as coisas que nos uniram no início haviam se transformado em algo mais complicado, mais pesado.
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  — Eu queria que tudo fosse mais simples, … Eu queria olhar pra você e ter certeza de que a gente ainda é aquilo que sonhamos um dia. Mas eu não sei… Eu só não sei.
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  Ela cruzou os braços, como se estivesse tentando se proteger de si mesma, e desviou o olhar.
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  — E eu sinto muito se isso soa como dúvida ou como fraqueza… Mas eu precisava dizer. Precisava que você soubesse. Porque, mesmo com toda essa confusão dentro de mim, uma coisa ainda é clara: eu não quero te perder.
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   voltou a me encarar, seus olhos implorando por algo que eu ainda não sabia se podia dar. Respostas? Garantias? Eu não sabia. Mas o que ela havia dito ecoava em mim, trazendo à tona as mesmas perguntas que eu evitava confrontar. O amor era suficiente? E, se fosse, nós conseguiríamos encontrar o caminho de volta?
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  Eu a observava em silêncio, cada palavra dela ainda ecoando em minha mente como um grito abafado. Ela estava tão perto, e ao mesmo tempo tão longe. Era como se houvesse um abismo entre nós, mas um abismo que eu precisava atravessar.
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  Seus olhos, marejados e brilhando sob a luz amarelada do quarto, pareciam implorar por algo que palavras não conseguiam expressar. E naquele instante, a distância entre nós tornou-se insuportável. Não pensei, não racionalizei, não pesei as consequências. Apenas agi.
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  Dei um passo à frente, a poucos centímetros dela. Minha mão encontrou o caminho até seu rosto, meus dedos roçando de leve sua bochecha. piscou, surpresa, mas não se afastou. Na verdade, ela prendeu a respiração, como se o ar tivesse congelado entre nós.
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  Sem hesitar mais, inclinei-me e a beijei. O toque dos meus lábios nos dela foi suave no início, como se eu estivesse testando os limites, verificando se aquele era um terreno que ainda me pertencia. Sua boca estava quente e delicada, o gosto do vinho ainda presente em seus lábios. Foi como se o tempo tivesse parado, e tudo o que existia no mundo fosse aquele momento.
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  No começo, ficou imóvel, como se estivesse processando o que estava acontecendo. Mas então, lentamente, senti suas mãos subirem até meu peito. Primeiro, hesitantes, como se ainda lutasse contra a própria vontade. Depois, com mais firmeza, seus dedos agarraram minha camisa, puxando-me para mais perto. Seu corpo se moldou ao meu, e o beijo tornou-se mais intenso, mais urgente.
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  O calor entre nós crescia. Minha outra mão encontrou o caminho até sua cintura, segurando-a com firmeza, como se eu temesse que ela pudesse escapar. Ela suspirou contra meus lábios, um som tão suave e vulnerável que fez algo dentro de mim se quebrar. Aquela era . Minha . A mulher que eu amava e temia perder.
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  Nossos movimentos eram uma mistura de desespero e necessidade, como se ambos estivéssemos tentando comunicar tudo o que não conseguíamos dizer em palavras. Seus dedos subiram até meu pescoço, deslizando pela minha nuca, enquanto eu aprofundava o beijo, explorando cada parte de sua boca, cada sensação que ela me devolvia.
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  Por um breve momento, ela interrompeu o beijo, apenas para puxar o ar que faltava, mas seus olhos estavam fixos nos meus. Seu rosto estava corado, os lábios ligeiramente inchados pelo contato. Antes que eu pudesse dizer algo, ela me puxou novamente, selando nossos lábios mais uma vez, como se não quisesse permitir que o espaço entre nós existisse novamente.
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  Eu podia sentir seu coração batendo acelerado contra o meu peito, e o meu pulsava no mesmo ritmo frenético. Cada toque, cada respiração entrecortada, cada gesto — tudo carregava o peso de tudo o que ainda sentíamos um pelo outro. A paixão que sempre tivemos parecia viva, queimando como uma chama que nunca se apagou completamente.
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  Finalmente, quando o ar tornou-se uma necessidade inadiável, nos afastamos, mas apenas o suficiente para que nossos rostos permanecessem próximos. Nossos narizes se tocaram, e eu ainda podia sentir o calor de sua respiração contra minha pele. Seus olhos me encaravam, cheios de confusão e emoção.
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  — … — ela murmurou, quase num sussurro. Sua voz estava carregada de algo que eu não sabia se era dor, alívio ou ambos.
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  Eu deslizei minha mão por sua bochecha mais uma vez, tentando acalmá-la, tentando acalmar a mim mesmo. Mas eu sabia que aquele beijo tinha sido muito mais do que um gesto impulsivo. Era uma declaração. Uma que nem eu, nem ela estávamos prontos para explicar em palavras.
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  Minha mão ainda estava em sua bochecha, o polegar traçando um caminho lento e suave em sua pele quente, enquanto eu tentava organizar os pensamentos que se atropelavam em minha mente. Seus olhos estavam fixos nos meus, como se ela estivesse aguardando algo — uma palavra, uma explicação, qualquer coisa que pudesse justificar tudo o que havia acontecido entre nós.
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  Respirei fundo, sentindo o peso do momento e o calor de sua presença tão próxima. Minha voz saiu baixa, quase um sussurro, mas cheia de uma sinceridade que não podia mais ser contida.
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  — Eu te amo, . — As palavras saíram antes que eu pudesse hesitar. — Sempre te amei, mesmo quando eu não sabia como demonstrar. Mesmo quando eu deixei o trabalho tomar mais tempo do que deveria.
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  Vi seus olhos se arregalarem ligeiramente, como se ela não esperasse ouvir aquilo, ou talvez não esperasse ouvir daquela maneira, com aquela intensidade.
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  — Eu sei que errei… — continuei, a voz levemente embargada. — Sei que deveria ter pensado mais em nós, em como construir algo juntos, ao invés de me perder em prazos, em projetos, em viagens que só me afastavam de você. Eu achava que estava fazendo isso por nós, por um futuro melhor, mas a verdade é que eu estava cegando o presente.
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  Ela continuava em silêncio, mas não desviava o olhar. Isso me deu coragem para continuar, mesmo que cada palavra viesse acompanhada de uma pontada de culpa e arrependimento.
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  — Eu via você se esforçando, tentando me incluir, tentando me trazer de volta para o que realmente importava… E eu… — fechei os olhos por um momento, respirando fundo para encontrar as palavras certas. — Eu simplesmente não percebia que estava te deixando sozinha.
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  Abri os olhos novamente, encontrando os dela.
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  — Eu deveria ter te escutado mais, te dado mais do meu tempo, da minha atenção. Deveria ter te mostrado que você era, e sempre será, a parte mais importante da minha vida. Não importa o que aconteça, o que mude, eu nunca vou deixar de te amar.
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  Ela engoliu em seco, e eu senti sua respiração vacilar. Sua mão subiu lentamente, pousando sobre a minha, que ainda estava em seu rosto. O toque era hesitante, mas cheio de algo que parecia uma mistura de tristeza e esperança.
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  — … — ela finalmente disse, sua voz quase inaudível. — Eu não duvido do que você sente. Nunca duvidei. Mas às vezes, amar não parece ser suficiente.
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  Aquelas palavras atingiram meu peito como um golpe, mas eu sabia que não podia desistir. Não agora.
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  — Talvez não seja suficiente sozinho, mas é um começo. — Minha voz saiu firme, mas carregada de emoção. — E eu quero lutar pelo resto. Por nós. Não importa o quanto tenhamos errado, . Não importa o quanto tenhamos nos perdido pelo caminho. Eu estou aqui, agora. E estou disposto a fazer tudo o que for preciso para não te perder.
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  Ela desviou o olhar por um momento, respirando fundo, como se estivesse processando tudo. Quando voltou a me encarar, seus olhos brilhavam, mas ainda havia algo neles que eu não conseguia decifrar. Algo que parecia estar preso entre a dúvida e o desejo de acreditar.
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   continuava me encarando, seus olhos brilhantes fixos nos meus, carregando uma mistura de incertezas e emoções reprimidas. Eu podia sentir a hesitação no ar, mas também algo mais forte, algo que parecia lutar para se libertar.
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  Quando ela abriu a boca para falar, as palavras não vieram. Ela fechou os olhos por um instante, respirou fundo, e naquele momento eu soube o que precisava fazer.
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  Sem esperar mais, me inclinei novamente, a mão que ainda estava em sua bochecha deslizando para a nuca, os dedos entrelaçando-se nos fios macios de seu cabelo. Meu coração parecia bater tão alto que era quase impossível ignorá-lo.
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  Dessa vez, o beijo veio mais lento, mais profundo. Meus lábios tocaram os dela com uma delicadeza que contrastava com a intensidade que eu sentia por dentro. Ela ficou imóvel por um instante, talvez surpreendida, mas logo seus lábios começaram a se mover contra os meus, como se tivessem encontrado o ritmo perfeito em meio ao caos de sentimentos que nos envolvia.
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  Era diferente de antes, mais carregado de significado. Minha outra mão subiu para sua cintura, enquanto ela se aproximava mais, reduzindo qualquer espaço que ainda pudesse existir entre nós. O gosto do vinho ainda pairava em sua boca, mas era a doçura dela que dominava todos os meus sentidos.
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  Seus dedos subiram lentamente, primeiro tocando meu pulso, depois escalando até pousarem no meu peito. Podia sentir a hesitação em seus movimentos, mas também algo genuíno e visceral que ela parecia não conseguir mais conter.
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  O beijo se intensificou aos poucos, como se ambos estivéssemos mergulhando em algo que não queríamos — ou não podíamos — controlar. A cada movimento, a cada toque, era como se estivéssemos tentando encontrar as partes de nós mesmos que havíamos perdido ao longo do tempo.
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  Quando nos afastamos, nossas respirações estavam descompassadas, os olhos ainda fixos um no outro. Ela mordeu o lábio inferior, um gesto quase inconsciente que me fez querer quebrar a distância novamente.
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  — … — sua voz era um sussurro, carregada de emoção e dúvida.
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  — Eu estou aqui, . — Minha voz saiu baixa, mas firme, enquanto minha mão ainda permanecia em sua nuca. — Sempre estive. E eu não vou a lugar algum.
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  Ela fechou os olhos, respirando fundo, enquanto parecia absorver o peso de minhas palavras. E então, para minha surpresa, ela foi quem deu o próximo passo, puxando-me de volta para mais um beijo, tão cheio de desejo e vulnerabilidade quanto o primeiro.
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  Ali, naquele instante, o tempo parecia ter parado. As dúvidas ainda estavam lá, as feridas ainda precisavam cicatrizar, mas aquele beijo… Aquele beijo era tudo o que tínhamos. E, de alguma forma, parecia suficiente.
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  Os lábios dela nos meus carregavam uma urgência, um conflito interno que parecia se resolver ali, naquele instante. O beijo se aprofundava, cada movimento trazendo à tona o que palavras nunca seriam capazes de expressar. Minha mão deslizou da nuca dela para suas costas, pressionando-a suavemente contra mim, como se quisesse certificar-me de que ela era real, de que aquilo estava mesmo acontecendo.
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  Senti seus dedos subirem, hesitantes, traçando o caminho dos meus ombros até o colarinho do meu casaco pesado. Seu toque era leve, quase como se ela estivesse se perguntando se deveria continuar, se estava cruzando uma linha invisível.
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  — … — murmurei contra seus lábios, tentando entender o que ela sentia. Mas ela não parou, apenas respirou fundo e, com um gesto quase inseguro, começou a deslizar o casaco pelos meus ombros, deixando-o cair no chão, sem dizer uma palavra.
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  Havia algo de encantador na hesitação dela, como se cada pequeno passo fosse um esforço deliberado para ultrapassar as barreiras que havíamos erguido entre nós ao longo do tempo. Sua atitude parecia tímida, mas também carregava uma coragem silenciosa que me fez sentir ainda mais atraído por ela.
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  Minha mão, que até então repousava nas costas dela, deslizou para sua cintura, puxando-a para ainda mais perto. Cada toque parecia acender algo entre nós, uma chama que se intensificava com o passar dos segundos. Sua respiração estava descompassada, assim como a minha, e quando finalmente nos afastamos por um breve momento, nossos olhos se encontraram, ambos refletindo um misto de desejo e vulnerabilidade.
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  — Você tem certeza? — perguntei, minha voz rouca e baixa, ainda tentando entender o que ela queria, mesmo que meu corpo já tivesse a resposta.
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  Ela mordeu o lábio inferior, desviando o olhar por um instante antes de voltar a me encarar. Havia algo na expressão dela que era tão , aquela mistura de determinação e insegurança que sempre me encantou.
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  — Eu não sei onde isso vai dar, — ela disse, finalmente, em um tom quase inaudível. — Mas eu quero descobrir.
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  Antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa, inclinei-me novamente, capturando seus lábios nos meus. Dessa vez, o beijo era ainda mais intenso, como se ambos estivéssemos dispostos a deixar que as dúvidas e os medos ficassem do lado de fora daquela porta.
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   respondeu ao beijo com mais entrega, seus dedos agora hesitando apenas por um instante antes de deslizar pela barra da minha camiseta. O toque dela era cuidadoso, quase tímido, mas logo senti o tecido ser puxado para cima. Rompemos o beijo por um momento breve enquanto ela retirava minha camiseta, suas mãos trêmulas deixando-a de lado sem pressa, os olhos fixos nos meus.
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  Sem hesitar, levei as mãos ao casaco pesado que ela ainda usava. Era um movimento quase ritualístico, minhas mãos deslizando lentamente pelo tecido, sentindo o calor do corpo dela por baixo, até que o casaco caiu sobre o chão com um som abafado. Ela me olhou por um momento, como se buscasse uma confirmação silenciosa no meu olhar, antes de seus lábios voltarem a encontrar os meus.
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  Cada peça de roupa parecia contar uma história enquanto caía, uma barreira removida a cada movimento. Minhas mãos encontraram os botões da camisa que ela usava, desabotoando um por um, com cuidado e reverência, revelando aos poucos a pele por baixo. Ela, por sua vez, deslizou os dedos pela minha cintura, buscando o botão da minha calça com uma timidez que fazia meu coração acelerar ainda mais.
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  Não havia pressa em nossos movimentos, mas também não havia hesitação. As peças de roupa eram eliminadas uma a uma, caindo ao chão e criando um rastro que marcava cada momento de vulnerabilidade compartilhada. Tudo parecia ao mesmo tempo surreal e inevitável, como se estivéssemos voltando para um lugar ao qual sempre pertencemos.
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  Quando finalmente estávamos apenas pele contra pele, o mundo ao nosso redor desapareceu, como se nada além daquele quarto existisse. O som abafado da cidade lá fora se tornava insignificante diante do que estávamos compartilhando. Meus dedos traçaram o contorno dos ombros dela, deslizando suavemente por sua pele quente, como se eu estivesse redescobrindo um mapa que conhecia de cor, mas que há muito tempo não visitava.
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  Os lábios dela encontraram meu pescoço, deixando um rastro de beijos delicados que faziam meu corpo inteiro reagir, despertando sensações que eu quase tinha esquecido. Meu coração batia em um ritmo caótico, misturando ansiedade e desejo, enquanto minhas mãos deslizavam pelas suas costas, parando apenas para puxá-la ainda mais para perto.
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  O toque dela era hesitante, mas cheio de familiaridade. Suas mãos subiram devagar pelo meu peito, explorando cada centímetro como se quisesse se certificar de que eu realmente estava ali. Era um gesto pequeno, mas carregado de significado, e, ao mesmo tempo, senti um nó de emoção crescer no meu peito. Depois de tanto tempo sem tê-la em meus braços, cada contato parecia intensificar tudo o que eu sentia por ela.
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  Minhas mãos buscaram seus quadris, segurando-a com firmeza enquanto a beijava novamente, dessa vez mais profundamente. A suavidade de seus lábios contra os meus, o jeito como ela correspondia ao beijo, com um misto de paixão e saudade, fazia com que eu perdesse a noção de tudo, menos dela.
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  O calor de sua pele sob meus dedos fazia minha respiração vacilar. Cada toque era como uma fagulha reacendendo algo que nunca tinha se apagado de verdade. Ela inclinou o rosto para o lado, permitindo que meus lábios percorressem sua mandíbula e descessem até seu pescoço, onde deixei beijos lentos e arrastados, sentindo o leve arrepio que passava por seu corpo.
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  O quarto parecia encolher à nossa volta. Cada movimento, cada troca de olhar, cada suspiro carregava a mesma intensidade, a mesma necessidade que há tanto tempo reprimíamos. Quando nossos olhares se encontraram novamente, tudo estava ali, claro como nunca: o desejo, a saudade e a profunda conexão que nos mantinha, de alguma forma, presos um ao outro, apesar de tudo.
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  Ela segurou meu rosto entre as mãos, seus dedos trêmulos contrastando com a firmeza de seu olhar. Eu sabia que não precisávamos de palavras naquele momento; tudo que precisávamos estava sendo dito através dos nossos toques, dos nossos beijos, da maneira como nossos corpos se moviam juntos, como se quiséssemos compensar cada segundo que havíamos passado separados.
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  Eu a senti assumir o controle, de uma forma inesperada e surpreendente. , com sua confiança silenciosa, tomou as rédeas da situação, e eu, perdido na intensidade do momento, não pude fazer mais nada além de me entregar àquilo. O que quer que fosse que tínhamos construído em palavras, no passado, naquele momento se transformava em algo mais tangível, mais real. Cada toque dela parecia resgatar algo de mim, algo que eu havia perdido ao longo do tempo.
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  O quarto ao nosso redor desapareceu. Tudo o que restava eram os sussurros abafados pela intensidade de cada movimento, cada beijo, cada gesto. Eu não sabia mais o tempo, nem mesmo o que estava acontecendo, mas algo em mim reconhecia aquela conexão, como se nunca tivesse desaparecido. Como se todo o amor, toda a vontade de estarmos juntos, tivesse sido apenas adormecida, esperando pelo momento certo para despertar.
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  Eu a senti com uma urgência que eu mesmo não sabia mais que existia. Os seus toques eram tão familiares, tão imersivos, como se estivéssemos descobrindo cada parte de nós mesmos pela primeira vez, embora em algum lugar lá no fundo, eu soubesse que já havíamos feito isso antes. Cada beijo parecia resgatar uma memória esquecida, e quando nossos corpos se encontraram, foi como se finalmente estivessem se reencontrando, se entendendo novamente.
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  Eu a guiei, mas de uma maneira estranha, ela estava me conduzindo, levando-me a lugares que eu já não reconhecia, mas que, ao mesmo tempo, eram extremamente familiares. O calor de sua pele contra a minha parecia incendiar todos os medos e dúvidas, queimando-os, deixando tudo em um vazio cheio de necessidade e desejo.
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  E quando finalmente a sensação cedeu, deixando espaço para um silêncio profundo e cheio de significados, não havia mais palavras. Apenas a sensação de algo que foi perdido e agora, de alguma forma, havia sido encontrado. Não importava o que aconteceriam depois, naquele momento, éramos completos.
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   estava deitada sobre o meu ombro, seu corpo ainda quente contra o meu. O silêncio que se seguiu à tempestade de emoções parecia confortável, quase como se as palavras tivessem se esgotado por um instante, permitindo que apenas o toque e a presença de cada um preenchessem o espaço. Eu passei os dedos pelos seus cabelos, sem saber bem o que dizer, mas sentindo que algo precisava ser dito.
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  Ela suspirou profundamente, seu peito subindo e descendo com o ritmo calmo da respiração. Eu a senti tão perto, como se todo o resto do mundo não existisse mais. Mas então, com um leve toque no meu peito, ela quebrou o silêncio.
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  — … — a voz dela saiu baixa, mas cheia de intensidade, como se a dúvida que pairava sobre nós estivesse finalmente querendo se materializar.
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  Eu a olhei, sentindo o peso das palavras que ela estava prestes a dizer. Minha respiração ficou um pouco mais tensa, como se soubesse que este momento, essa conversa, poderia ser a chave para o que aconteceria depois.
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  — Eu te amo. — As palavras dela saíram de uma forma tão simples, mas tão significativas. Ela me olhou nos olhos, esperando, buscando algo ali. Talvez uma resposta, talvez apenas um reflexo do que ela sentia.
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  Eu fechei os olhos por um momento, sentindo o peso daquilo. “Eu também te amo.” Eu queria dizer, mas as palavras ainda pareciam grandes demais, cheias de tudo o que tinha acontecido entre nós. Então, ao invés disso, eu a puxei um pouco mais para perto, envolvi-a nos meus braços com mais força, como se esse gesto pudesse substituir as palavras não ditas.
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  — Vamos tentar de novo, . — A voz saiu mais baixa do que eu pretendia, cheia de um desejo profundo de que fosse verdade. Eu sentia que o caminho à nossa frente seria tortuoso, mas também sabia que não conseguiria viver com a ideia de desistir de nós. — Eu sei que errei, que demorei a perceber o que realmente importava… mas eu não quero mais deixar o tempo passar. Não com você.
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  Ela sorriu, mas era um sorriso carregado de insegurança e medo, como se ainda houvesse algo que a impusesse a hesitar. Ela olhou para mim, os olhos preenchidos de carinho, mas também de uma vulnerabilidade que eu não podia ignorar.
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  — Eu ainda te amo, . — Ela falou com firmeza, mas havia algo na sua voz que me dizia que ela ainda estava se permitindo ser cautelosa. O medo da dor do futuro ainda estava presente, e eu sabia que não seria fácil fazer as promessas que ela precisava ouvir.
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  Eu passei os dedos pelo seu rosto, tentando passar mais segurança do que eu sentia.
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  — Eu te amo. E eu vou fazer tudo o que puder para que a gente consiga isso. Para a gente conseguir ser o que já fomos e o que ainda podemos ser, juntos.
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  Ela fechou os olhos por um momento, respirando fundo. Eu a vi relaxar nos meus braços, como se as palavras tivessem, de alguma forma, aliviado o peso que ela carregava.
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  E ali, naquele instante, entre promessas e incertezas, nos entregamos à quietude do momento, tentando achar, ao menos por um breve segundo, a paz que nossos corações tanto precisavam.
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Fim

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