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Sem curiosidades para essa história no momento!

Tohoshinki

  Aquela iluminação baixa e fraca já estava me deixando zonza, mas eu tinha que me manter focada naquele plano absurdo, não era a primeira vez que tínhamos que roubar informações de outras naves, mas era minha primeira vez em ação. A direção em que estava sentado parecia a parte mais iluminada do lugar, o motivo era óbvio, se tratando de uma mesa de apostas cheia de homens esquisitos e rodeados pelas mulheres desnudas que trabalhavam naquele lugar.
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  Respirei fundo, olhando por trás da grande cortina que separava os bastidores do grande palco onde eu, louca, iria dançar para distrair nosso alvo. Ainda me perguntava se era realmente aquela vida que eu queria para mim, quando passei a morar na nave da vovó Somália. Logo o dono do bar se aproximou de mim, me dizendo que era para entrar em cena. Engoli seco, desviando meu olhar para o palco abaixei a minha cabeça, concentração seria tudo naquele momento. De relance fixei meus olhos nos pedaços pequenos de tecido que cobriam quarenta por cento do meu corpo, se minha mãe me visse naqueles trajes, me jogaria em um planeta deserto só como castigo.
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  Disfarcei um sorriso malicioso nos lábios e entrei em cena, meu olhar foi diretamente para a mesa de . Sua face concentrada o deixava ainda mais interessante do que o habitual, aqueles traços asiáticos em certos momentos faziam meu coração palpitar de uma forma inexplicável. Aos poucos o som da música foi aumentando, desci do palco com toda destreza e lentamente fui dançando entre as mesas, a cada movimento que fazia com meu corpo mais olhares se viraram para mim. Para meu ego era um momento maravilhoso, porém ainda me sentia desconfortável naquela situação.
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  — Eu cubro sua oferta — disse , para nosso alvo que demonstrava estar em posse das melhores cartas.
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  — Quero ver. — Aquele alvo masculino alto e de cabelos vermelhos estava com seu olhar sério, porém os desviou para mim.
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  Aquele era o sinal para trocar as maletas que estavam embaixo da mesa; eu continuei a distrair todos os homens da mesa de jogos, e, num movimento audacioso, me coloquei entre o alvo e a mesa de jogos, colocando a ponta do meu pé direito na cadeira dele, tomei impulso e subi na mesa. Eu precisava só de mais alguns instantes de distração para que pegasse a maleta certa e colocasse a nossa falsa no lugar, era nossa única chance já que era a última parada da nave do nosso alvo.
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  Porém, a vida é imprevisível e uma pequena tatuagem no meu tornozelo denunciou a qual tripulação eu pertencia e logo o nosso alvo retirou das costas uma arma, me puxou pelo braço me fazendo cair em cima dele assim que o primeiro tiro foi disparado. Não era de se esperar que metade dos homens que estavam no bar pertenciam à tripulação do nosso alvo, e seria complicado sairmos inteiros daquele lugar. Eu peguei a maleta que estava perto de com a confirmação dele que era a certa, e levantando ele pegou em minha mão e começou a atirar de volta. A bagunça estava armada e até os seguranças do lugar começaram a atirar sem saber o que estava acontecendo; em meio a toda aquela confusão conseguimos chegar até a entrada da cozinha e corremos em direção à saída.
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  Olhei para trás algumas vezes para contar quantos estavam atrás de nós, mas era complicado entre tantos corredores que nos fazia entrar. Enfim paramos em um beco literalmente sem saídas e atrás de uma grande lixeira havia um bueiro sendo escondido por uma caixa de papelão. Ouvimos ao longe algumas vozes e tiros, então mais que depressa abriu a tampa e, sem ter tempo para questionar se era seguro ou não, eu entrei sendo empurrada por ele. Se eu confiava nele? Sim, confiava, só odiava quando ele me fazia entrar em lugares sujos ou me colocava em situações repulsivas.
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  Andamos alguns metros até que saímos em outro ponto da estação, olhei para a esquerda e me surpreendi, ele nos tinha levado até onde a nave da vovó estava estacionada, nem mesmo olhei para ele e segui em direção à pouca tripulação. A velha nave Tohoshinki esbanjava as cicatrizes de seus dias de glória servindo a federação, agora era a casa de sete pessoas e um cachorro cheio de mimos.
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  Além da minha avó Somália, que era a capitã que nunca dava as caras para falar com sua equipe, tinha eu, sua aprendiz que fugiu de casa e , o mercenário ex-tenente da federação. Contávamos também com mais quatro pessoas que tinham passados obscuros, como Steven e sua filha Jane que saíram do planeta vermelho e se juntaram a nós há alguns anos, eram os melhores mecânicos que existiam. O experiente piloto Kyle, que surpreendente de forma rápida conseguiu a confiança da minha avó e, por último e não menos importante, o pequeno Matt, irmão mais novo de .
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  — Vovó?! Voltamos — disse ao entrar na cabine dela, estava um pouco bagunçada, era novidade para mim já que minha avó era uma pessoa tão organizada.
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  — Oh, querida. — Ela estava ao fundo olhando para fora da janela, parecia perdida em seus pensamentos — E como foi?
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  — Como o planejado — respondi. Analisei sua face, estava estranha, como se estivesse chorando. — A senhora está bem?
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  — Sim, mas você não me parece bem. — Seus olhos percorreram-me da cabeça aos pés, ela segurou o riso e respirou fundo. — Deixe a maleta aqui e pode descansar, diga a Kyle para partirmos em dez minutos.
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  — Sim, capitã. — Sorri de leve para ela e me dirigi para a porta.
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  Eu já estava acostumada com a forma sistemática de ser da vovó, de poucas palavras e amigos, ela nunca contava nada sobre sua vida passada nem mesmo sobre como conheceu meu avô e quem era ele. Minha avó era um enigma para mim e para todos que conviviam naquela nave, sempre trancada em sua cabine, eu era a única que podia entrar e a única com quem ela conversava. Talvez por eu ser sua aprendiz, mas ainda assim não tinha nenhuma explicação para se isolar tanto, às vezes pensava que se afastar das pessoas era alguma forma de superar a perda do seu amigo.
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  — Quando pensa demais é porque está querendo colocar fogo em alguém — brincou , ao se aproximar de mim no corredor.
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  — Ha. Ha. Ha. — O olhei sério, ele estava limpo e vestido com outras roupas. — Não estava pensando em nada, vou tomar um banho.
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  — Você demorou, não quis te esperar. — Ele sorriu de canto me olhando de cima a baixo. — Sabia que ficou mais sexy com esses trajes?
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  — Nunca mais me visto assim. — Eu o empurrei de leve e segui em direção ao meu quarto; antes de entrar, olhei para ele parado no meio do corredor. — Ah, diga ao Kyle para ligar as turbinas e partir em dez minutos.
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  — Ordens superiores? — perguntou ele com uma cara desconfiada.
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  — Sim — confirmei entrando no meu quarto.
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  Poderia mesmo parecer uma pequena nave do lado de fora, mas a Tohoshinki era grande e espaçosa no seu interior, inesperado para todos os que um dia desdenharam dela. Aquele banho foi merecido, assim como minhas horas de sono, quando acordei tinha uma mensagem da vovó em meu pager, eram nossas próximas coordenadas. Anotei em um papel e saí do quarto indo para a frente da nave onde ficava a cabine de navegação. Assim que entrei dei de cara com , segurei o grito de susto e o olhei séria.
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  — O que está fazendo aqui? — perguntei a ele.
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  — Conversando — respondeu ele, tranquilamente. — Mais alguma ordem superior? — Ele sempre usava daquela expressão para perguntar das decisões da vovó.
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  — Sim. — Passei por ele adentrando a cabine em direção a Kyle. — Tenho nossas novas coordenadas.
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  — Mais aventuras? — perguntou ele, pegando o papel da minha mão. — Ou teremos um recesso merecido?
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  — Não sei ainda. — Me virei para que ainda estava na porta, de braços cruzados. Seu olhar era de quem queria dizer algo, mas não conseguia.
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   se virou e saiu, eu odiava aqueles seus momentos de chateação ou algo do tipo, mas em alguns momentos seus questionamentos tinham fundamento. Deixei Kyle se preparando para traçar nossa rota para as coordenadas que vovó tinha dado e fui atrás de , o encontrei no salão de convivência com o taco de sinuca nas mãos, olhando para a mesa.
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  — Divida seus pensamentos com sua superiora — brinquei parando na porta e cruzando os braços como ele costumava fazer.
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  — O que eu teria para dividir? — Ele se virou de costas para mim, se posicionando para encaçapar uma bola.
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  — Como se eu não te conhecesse. — Andei até ele e parei ao lado da mesa, antes mesmo que ele fizesse seu movimento, peguei a bola branca e fiquei o olhando. — Diga.
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  — Yah. — Ele bufou de leve e me olhou meio nervoso. — Já disse que não é nada.
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  — Já disse que te conheço, não nos conhecemos ontem — retruquei guardando a bola no bolso da minha calça. — ?!
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  — Quando estava na mesa ouvi algumas coisas sobre sua avó e a nave dela, me fizeram lembrar de quando eu estava na federação — explicou ele de forma superficial.
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  — E o que tem? O que eles disseram?
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  — Sabia que sua avó já foi noiva de um soldado da federação? — perguntou ele colocando o taco em cima da mesa de bilhar. — E que esse soldado morreu há vinte anos?
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  — Hum. — Eu me encolhi um pouco tentando me lembrar de onde conhecia uma história parecida. — Eu sabia que um amigo da vovó tinha morrido uma semana depois que eu nasci, mas não sabia que era noivo dela.
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  — Ele pode ser seu avó — sugeriu desviando seu olhar de mim para a mesa.
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  — É considerável, já que a vovó nunca fala do seu passado, mas o que isso tem a ver com o que você ouviu no bar?
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  — Eles não falaram muita coisa da sua avó, mas pareciam conhecer muito este soldado, ainda mais por ser um soldado morto há vinte anos, fiquei curioso quando comentaram que ele havia sido noivo da capitã da Tohoshinki.
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  — Pode ser apenas uma coincidência. — Eu ri de leve e segurei sua mão. — Pare com essas teorias da conspiração que adora formular na sua cabeça.
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  — Sabe que não vou. — Ele sorriu de volta e piscou de leve para mim, se aproximando um pouco, segurou em minha cintura.
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   e eu éramos amigos de infância, nossa conexão era especial e na maioria das vezes estranha, era uma amizade colorida que nunca se assumia, mas sempre estava estampada em nossa cara. Mas toda essa cumplicidade se deve aos anos em que passamos longe um do outro quando ele se mudou para o planeta azul e ficou morando na sede da federação. O fato de ele ser um tripulante na Tohoshinki era, sim, um dos motivos para eu ter me candidatado a ser aprendiz da vovó.
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  — ! — gritou Matt ao aparecer na cozinha todo afobado e recuperando o fôlego. — Que bom… Que… Te encontrei.
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  — O que está acontecendo? — perguntei me afastando de .
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  — Kyle está precisando de você, me parece que estamos receptando uma informação — explicou ele ainda respirando fundo.
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  — Vamos lá então. — Olhei para que assentiu.
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  Voltamos juntos para a cabine de navegação onde Kyle estava acompanhado de Jane e Steven. Suas expressões faciais pareciam confusas e surpresas, a última vez que o nosso rádio tinha interceptado uma transmissão eu nem tinha nascido e foi justo na época em que o soldado amigo da minha avó estava em uma missão perigosa.
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  — O que está acontecendo? — perguntei de imediato indo em direção ao rádio interceptor e me sentando em frente a ele.
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  — Não sabemos ao certo — disse Jane de imediato. — Eu estava consertando o rádio de conexão da casa de máquinas e acabei ouvindo a voz de um homem.
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  — E era de alguém que conhece? — perguntei a ela mantendo minha atenção nos botões do rádio para sintonizar novamente na mensagem.
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  — Ninguém que eu conheça — respondeu ela.
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  — Tente fazer contato, . — se aproximou de mim se colocando ao meu lado, me observando mexer nos botões. — Quem sabe não há alguma mensagem.
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  — Tem razão. — Eu coloquei o fone no ouvido e, ligando o viva voz, apertei o botão de transmissão. — Aqui é a nave Tohoshinki, recebemos sua mensagem de contato, por favor nos diga quem é e como podemos ajudar.
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  Um breve barulho de arranhado surgiu, era alto e forte o que nos fez tapar os ouvidos por um instante, o barulho de chiado continuou, porém bem lá no fundo eu conseguia ouvir uma respiração fraca e cansada.
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  — Aqui é a nave Tohoshinki… — Assim que comecei a repetir minha transmissão, houve uma movimentação do outro lado.
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  — Somália — disse uma voz grossa, porém fraca, do outro lado da linha. — Por favor, me salve.
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  Eu não conseguia reagir aquele momento, como aquele homem conhecia a minha avó? Como ele havia reconhecido minha voz como sendo dela? Somente as pessoas mais íntimas sabiam que minha voz era igual à da vovó em uma transmissão, por isso eu nunca transmitia nada.
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  — Steven, rastreie as coordenadas dessa transmissão. — me conhecia e percebendo meu choque instantâneo, começou a dar suas ordens.
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  A transmissão continuava em aberto e o homem ainda estava na escuta com sua respiração que podia ser ouvida.
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  — Senhor, nos diga onde está e como podemos te ajudar? — tomou a frente e colocou o fone em seu ouvido. — Senhor, como podemos te ajudar?
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  Quanto mais insistia, mais eu sentia que o sinal estava enfraquecendo, até que perdemos completamente o sinal e tudo ficou em silêncio.
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  — ?! — virou minha cadeira me fazendo ficar frente a ele. — Está tudo bem?
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  — Como ele- ele achou que eu era minha avó… — sussurrei ainda em choque.
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  — Consegui as coordenadas antes que a transmissão acabasse — anunciou Steven ainda digitando mais algumas coisas no computador ao lado da porta.
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  — E agora, o que vamos fazer? — perguntou Jane ao lado do pai. — Vamos ajudá-lo?
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  — Não — disse aquela voz fria e dura vinda da porta, me fazendo desviar meus olhos para ela. Minha avó finalmente tinha saído da sua cabine e se mostrado para sua tripulação.
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  — Como assim, capitã? — Kyle a olhou confuso, ele era o único que já havia visto minha avó frente a frente.
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  — Aquela era a voz de um homem que morreu há vinte anos. — A voz da minha avó estava amarga e trazia alguns ressentimentos junto. — Não vamos para ajudá-lo, vamos até ele para saber o que aconteceu.
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  — Vovó? — Eu a olhei sem entender, se ela estava falando daquela forma, talvez aquela voz fosse do tal soldado que morreu.
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  — Tracem a melhor rota até as coordenadas localizadas, aprontem tudo e encontre a base de abastecimento mais próxima, partiremos quando tudo estiver pronto. — Sem mais ela se virou e saiu, de certo, voltaria para seu lugar de isolamento do mundo.
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  — Vovó?! — Eu saí mais que depressa atrás dela, corri até o corredor dos quartos, ela já estava em frente à porta da sua cabine — Vovó!?
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  — Sim? — Ela me olhou tranquilamente.
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  — De quem era aquela voz? — perguntei sem rodeios. — Aquele homem era o soldado seu amigo? Era meu avô?
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  — Não me faça perguntas as quais sabe que eu não vou te responder. — Ela girou a alavanca abrindo a porta. — Se ocupe em se preparar para mais uma missão, essa será sua última como aprendiz e a minha última como capitã.
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  As suas palavras soavam como um adeus. Já sabia que ela estava me treinando para ficar em seu lugar, mas ainda sabia que logo iria se aposentar daquela vida e me passar o posto de capitã da Tohoshinki já que minha mãe havia dispensado. Apesar do seu silêncio sobre aquele assunto e mesmo sabendo que ela não me contaria nada, eu tinha muitas perguntas em minha mente, porém, tinha uma chance de esclarecer toda aquela história que envolvia minha avó e seu passado na Tohoshinki.
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  Uma coisa era certa, se a minha avó iria para saber o que aconteceu, eu iria para descobrir mais sobre ela e meu avô.
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“Agora estou só relaxando, sinto como se estivesse melhorando
  É tarde demais, você disse que não pode mais voltar
  Você sempre acreditou que eu desmoronaria sem você.”
  – Keep Your Head Down / TVXQ

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Lelen
Admin
12 dias atrás

Eu acho que precisamos de uma continuação e uma prequel porque eu quero saber dessa amizade colorida entre Joseph e Nalla e também quero saber sobre a história do avô. E o que rolou que o moço era pra estar morto, mas aparentemente não está?
Aceito um crossover com Doctor Who e ter uma viagem no tempo também, why not? HAHAHAHAHHA


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