The Way to the World Cup

  Peter Darling aparatou nas ruas pouco movimentadas de Godric’s Hollow junto de sua filha, sorrindo em sua direção ao ver a animação da mais nova. Caminharam juntos os poucos metros de distância até a casa dos Potter ao final da rua, tocando a campainha e logo ouvindo passos apressados do lado de dentro. abriu a porta sorridente ao ver a melhor amiga do lado de fora.

  — Oi, Evie! Oi Sr. Darling! — Sorriu para o homem que a abraçou por alguns segundos. Potter gostava de Peter e sempre que passava uns dias na casa dos Darling gostava de conversar com ele, embora o homem fosse muito enigmático por conta de seu trabalho. — Podem entrar!

  — Na verdade — o homem de cabelos loiros negou com um aceno, sorrindo educado —, só vim deixar Evie e…

  — Peter! — James apareceu sorridente, estendendo a mão para cumprimentar o outro. Uma vez que Evie e ficaram amigas, os homens acabaram se aproximando, mesmo que minimamente, já que os bruxos do Departamento de Mistério eram todos muito discretos e, nos últimos meses, estavam bem atarefados. — Vamos entrando!

  — Obrigado, mas já preciso voltar ao Ministério — explicou, vendo o homem concordar. — Espero que não dê muito trabalho levá-la também…

  — Imagina, não vai ser trabalho algum, Evie é sempre muito bem-vinda! — respondeu o Potter mais velho. — Podemos conversar por um instante? — pediu, vendo o loiro concordar antes de se despedir da filha.

  Evie e entraram na casa, olhando os dois homens andarem para o jardim, conversando em voz baixa.

  — O que acha que é?

  — Não faço ideia, mas pode ser sobre a última missão que meu pai teve, voltou dois dias atrás um tanto machucado… — respondeu, passando a mão pelos cabelos enquanto olhava a porta fechada. — Vem, vamos subir!

  As duas garotas subiram as escadas apressadas, entrando no quarto ao final do corredor, Darling deixou suas coisas no canto e as duas correram em direção à janela, abrindo e inclinando-se sobre o parapeito, logo vendo os dois homens conversando. Apuraram os ouvidos para tentar escutar o que diziam, mas não tiveram nenhum êxito.

  — O que estão fazendo? — Lily perguntou com as mãos na cintura, parada próxima à porta. — Imagina se os pais de vocês descobrem essa espionagem toda?

  — Provavelmente nos treinariam para trabalhar no Ministério, seríamos muito úteis! — respondeu , afastando-se da janela ao lado da amiga, que concordou rindo.

  — Como está, Evie? — A ruiva aproximou-se, abraçando-a e beijando-lhe a bochecha.

  — Tudo certinho, ansiosa com o jogo! Nem sei por que, eu nem mesmo gosto de Quadribol! — Riu, parecendo surpresa com si mesma.

  — Então somos duas! — Lily concordou, piscando.

  — Ah, por favor! Evie, nós temos que te levar para um jogo das Harpias, duvido você não torcer por elas! — cruzou os braços, parecendo decidida.

  — Talvez a Copa amanhã já me faça criar essa vontade de torcer! — a outra começou, fazendo figa.

  — Não vão dormir tarde hoje, temos que acordar cedo, viu? — avisou Lily, vendo-as concordarem com um aceno antes de se jogarem na cama. — Você já comeu?

  — Já sim, obrigada!

  Lily sorriu antes de sair do quarto, fechando a porta e deixando as duas garotas à vontade para fofocarem como sempre.

  — E seu irmão? — Darling perguntou instantes depois.

  — Foi para os Weasley, como sempre. Papai já está achando que perdemos ele para os ruivos, porque ele fica mais tempo na Toca do que aqui! — Rolou os olhos, deitando-se de barriga para cima, enquanto tirava os sapatos. Evie concordou sorrindo, sentindo-se um pouquinho desanimada por não poder ver o moreno naquela noite. — Não se preocupe, vamos encontrar com eles amanhã na Copa, foi a condição para papai deixar ele ir junto dos Weasley.

  A corvina sentiu as bochechas avermelharem, negando com um aceno.

  — Não sei do que está falando.

  — É claro que não! — A outra riu, jogando uma almofada na direção da amiga. — Achei que tinha superado essa paixãozinha após ter dado uns beijinhos no Monty! — alfinetou, gargalhando ao ver a cara da amiga.

  — Ai, para de me lembrar! — resmungou vermelha, colocando as mãos sobre o rosto.

  — O que vocês crianças estão fofocando aí? — Sophie perguntou aos berros, abrindo a porta de supetão. As garotas a olharam surpresas antes de rirem.

  — Achei que você também estava com os ruivos, Remo disse que você iria com eles! — comentou ao ver a outra entrando em seu quarto, jogando suas coisas de qualquer jeito e tirando os tênis, antes de pular no meio delas na cama de casal.

  — Isso antes de saber que ele também estava indo com vocês, adoro encher o saco do meu primo o máximo possível, é minha missão pessoal a cada verão! — respondeu, dando de ombros antes de cruzar as pernas. — E então, vamos fofocar sobre o quê?

  — Espera, se vamos mesmo, vamos aproveitar… — levantou-se, saindo do quarto apressada.

  — O que ela tá fazendo? — perguntou Darling confusa, vendo Sophie dar de ombros, tão sem entender quanto ela. Esperaram por quase cinco minutos, aproveitando para brincar com Gengibre quando o gato entrou pela porta, pulando na cama instantes depois.

  — Agora sim! — anunciou voltando ao cômodo, carregando uma braçada de chocolates, sucos e pacotes de salgados. — Vamos fofocar direito!

  — É por isso que eu te adoro, garota! — Winter sorriu largamente, abrindo uma caixinha de Feijõezinhos de Todos os Sabores. — Pois bem, a fofoca era qual antes de eu chegar?

  — Nenhuma! — respondeu Darling apressada, com o rosto vermelho. Sophie alargou o sorriso.

  — Era sobre Monty, é?

  — Você contou! — reclamou Evie, dando um tapa na perna da Potter.

  — EU?

  — Dessa vez não foi ela não, embora seja fofoqueira mesmo — disse Sophie, rindo ao ver a cara ofendida da outra. — Eu fui ao Beco Diagonal com Aaron há algumas semanas e encontrei uma duplinha lufana comentando sobre seus encontros recém terminados. Emmett estava contando para o chatinho-Diggory como foi que vocês dois acabaram aos beijos e, é claro, eu ouvi tudinho!

  — Tá vendo? Apanhei à toa! Sou fofoqueira, mas sei guardar segredos — protestou , cruzando os braços.

  — Por Merlin! — Darling cobriu o rosto com as mãos. — Ele está contando pra todo mundo?

  — Diggory não é todo mundo, eles são melhores amigos, não? — a Potter defendeu Emmett, dando de ombros. — E outra, por que você não quer contar? O Monty é bem gato!

  — Concordo! — Sophie acenou, sorrindo para a amiga. — Então, quer dizer que você se deixou seduzir pela lábia do Montgomery, é? Falou com ele depois disso?

  — Na verdade, ele me mandou uma Coruja umas duas semanas atrás!

  — O quê? Como é que eu não sabia disso? Eu sou a última a saber de tudo, que humilhação! — reclamou , jogando as mãos pra cima.

  — Ah, tá! — reclamou Winter, negando. — Você é a última? E eu que soube por ouvir conversa alheia? Nenhuma das senhoritas me contou nadinha! — Fez careta, zangada. — Achei que vocês confiavam mais em mim. Nem mesmo sabia que você estava saindo com o Diggory. — Apontou para a morena. — Aliás, por que, hein, ? Tanta gente melhor em Hogwarts! — Suspirou, decepcionada.

  — Oras — começou a Potter, sentando-se e encarando a mais velha —, não é como se você nos contasse quem anda beijando em salas vazias de Hogwarts.

  — O quê? — disseram as duas ao mesmo tempo. sorriu de lado, irônica.

  — Você acha mesmo que nunca vi você sumindo casualmente com um dos gêmeos Weasley? — debochou vendo os olhos de Sophie arregalarem e seu queixo cair. — Pois é, você não nos contou disso.

  — Como você sabe?

  — De qual deles estão falando? — perguntou Darling, olhando de uma para outra.

  — Sophie estava aos beijos com o Fred, ou talvez o George, não sei bem… — Deu de ombros, sem conseguir diferenciar os ruivos.

  — Eu sabia que era você ou seu irmão! — gritou a outra, parecendo ter um estalo em sua mente. riu, concordando. — Por que não respondeu quando eu chamei?

  — Eu estava tentando fugir do Filch e depois tentei sair despercebida quando vi o que estava acontecendo, mas não quis arriscar vocês descobrirem que era eu embaixo da Capa, então deixei a culpa ser do Harry mesmo!

  — Quem foi que você beijou? — questionou Evie chocada. Sophie suspirou, passando a mão pelos cabelos.

  — George — respondeu simples, vendo o gato amarelo pular da cama em direção à cadeira ao canto, afastando-se momentaneamente das garotas escandalosas.

  — Eu não acredito! — disse Darling alto, começando a gargalhar.

  — Shiu! Não preciso dos Potter sabendo sobre isso, James não pensaria duas vezes antes de contar para Aaron e Remo!

  — Não se preocupe, como eu disse, sei guardar segredos. — A lufana riu, piscando para a amiga.

  — Como foi que isso aconteceu? — perguntou Evie curiosa, aprumando-se para ouvir a fofoca.

  Winter mordeu o lábio inferior, sorrindo em seguida antes de começar seu relato.

  — Foi em uma das detenções que pegamos ano passado, por causa do Snape. — Passou a língua pelos lábios. — Em uma hora estávamos reclamando e pensando em uma vingança, na outra estávamos aos beijos no meio da Sala de Troféus.

  — Quem diria que Snape teria alguma utilidade, não é? — comentou surpresa antes de levar uma Varinha de Alcaçuz à boca.

  — Pois é, mas ninguém mais sabe sobre isso, nem mesmo Fred, então, shiu! — alertou, colocando o indicador sobre os lábios. — Agora vamos, vamos! — Bateu as mãos. — E vocês?

  — Você não acabou de dizer que ouviu do Emmett? — questionou Evie com a sobrancelha arqueada, mordendo uma tortinha de abóbora.

  — Ah, mas vai que ele estava exagerando? Sempre bom ouvir a informação de fontes confiáveis!

  Darling riu constrangida, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.

  — Depois que a e o Cedrico saíram para “caminhar” — fez aspas com as mãos, rindo da amiga, que nem se deu ao trabalho de responder nada, embora Sophie continuasse a olhar decepcionada —, ficamos conversando sobre Hogwarts e sobre coisas que tínhamos em comum e aí, sinceramente, não sei nem como aconteceu, ele fez uma piada, eu estava rindo e ele falou que eu era tão bonita quanto inteligente.

  — Gente, o Monty sabe ser fofo! — Sophie pareceu chocada antes de tomar um gole de suco.

  — E aí a gente conversou um pouco mais, ele falou que queria me chamar para sair há algum tempo… quando vi, ele estava muito perto e a gente se beijou, assim, sem nem perceber. Mas eu gostei, foi diferente, nunca pensei que beijaria o Monty, mas eu gostei sim! — confessou baixinho, sorrindo largamente.

  — Calma, calma, não é porque o Monty é bonito e fofo que você pode trocar meu irmão por ele. E nosso plano de você ser minha cunhada? — questionou erguendo as mãos, preocupada com as reações da amiga. Winter olhou de uma para a outra, ainda mais surpresa, antes de começar a rir.

  — Não acredito que você quer namorar o quatro-olhos do Potter!

  — Ei! — disseram as duas ao mesmo tempo, ofendidas.

  — Ele é chato, mas só eu posso ofender meu irmão! — protestou , acertando um travesseiro na amiga.

  — Muito bem, muito bem, e você? O que foi que aconteceu? Por Merlin, , você tinha tanto potencial! Logo o Diggory? Poderia ser, literalmente, qualquer outro garoto!

  — Fale mais alto — a outra apontou para a porta —, daqui a pouco meu pai escuta e entra aqui!

  — Até deveria alertá-lo mesmo, o próximo passo é você virar aluna-modelo, Monitora da Lufa-Lufa! O desgosto da família toda, meu Salazar! — A Potter rolou os olhos negando com um aceno ao tempo que Evie ria.

  — Se você abrir sua boca, não vou pensar duas vezes antes de mandar uma coruja ao Aaron e ao Remo falando sobre você, Fred e George Weasley!

  — Ei, é só o George! — protestou a garota, jogando um feijãozinho na mais nova.

  — E quem garante? Vou dizer que eram os dois, sim! — Deu de ombros, rindo da cara de afrontada da sonserina. — É óbvio que vão acreditar na minha palavra, sou muito detalhista!

  — Eu te criei bem demais. — Negou com a cabeça, desacreditada. — Agora conta aí, o que te fez cair na lábia do Sr. Certinho Diggory?

  A Potter deu de ombros, pensativa enquanto passava a língua pelos lábios.

  — Sempre achei ele bonito, assim como, muito provavelmente, 99.9% das garotas de Hogwarts, você deve ser a única exceção! — Apontou para Sophie que concordou orgulhosa. — Enfim, meio que nos aproximamos por causa do Quadribol, volta e meia a gente conversava no Salão Comunal, principalmente por causa do Monty que virou meu melhor amigo… Aí no último dia de aula ele me chamou pra conversar, nos despedimos e quando eu vi, já estávamos nos beijando.

  — O quê? — Sophie gritou, chocada. — Último dia de aula? Eu achei que tivesse sido aquele dia no Beco Diagonal, igual a Evie. Por Merlin, aquele garoto só tem cara de sonso!

  — Sophie! — repreendeu Evie, segurando a vontade de rir. A Potter apenas deu de ombros, não se dando ao trabalho de defender o garoto.

  — E aí vocês saíram?

  — Ele me chamou para um encontro e eu arrastei a Evie comigo. — Apontou para a loira. — Pensei em te chamar, mas achei que você me entregaria para meu pai!

  — E iria mesmo — concordou de imediato. — Até sinto que eu estou traindo o James por não contar… Não acredito que ele confiou em mim para te guiar em Hogwarts e você acabou dando uns beijos no garoto mais certinho da escola. Meu Salazar, eu falhei com minha missão! — Jogou as mãos para cima, olhando para o teto, dramática.

  — Falhou com o quê? — perguntou Sirius ao abrir a porta e olhar para dentro do quarto, o cenho franzido.

  — Em explodir mais um banheiro em Hogwarts! — respondeu apressada antes de se levantar para abraçar o homem. — Achei que só te veríamos amanhã!

  — Eu também — concordou sorrindo, abraçado a garota —, mas precisei conversar com Pontas sobre algumas coisas, então vou dormir aqui, porque provavelmente vai demorar mesmo.

  — O que aconteceu? — perguntou Sophie apressada, Sirius negou.

  — Quando vocês forem maiores de idade eu conto tudo, por ora vão todas dormir porque já está tarde e vamos levantar cedo! — avisou, ainda com o braço sobre os ombros de .

  — Nem uma história dos Marotos de Hogwarts antes de dormir? — perguntou Sophie surpresa.

  Black gargalhou, negando com um aceno.

  — Quem sabe amanhã, hoje vocês não merecem!

  — Tenho Varinhas de Alcaçuz! — avisou , tentando chantageá-lo com seu doce favorito. Sirius olhou para a cama, vendo Evie segurar a caixinha sorridente. O homem agitou a varinha rapidamente e logo estava segurando dois com a mão esquerda.

  — Boa noite!

  — Ah, mas isso não valeu!

  — Injustiça!

  — A vida não é justa, queridas. Agora vão para a cama logo!

  — E eu vou dormir no quarto do Quatro-Olhos, é? — questionou Sophie em voz alta, antes do homem sair.

  — Você quem sabe, não quer dormir aqui também?

  — Com me chutando? — Negou no mesmo instante, enquanto a Potter protestava. — A cama não é grande o suficiente para nós três! — Levantou-se em um pulo. — Vou mexer nas coisas do Harry só para deixar ele acusar a quando voltar para casa!

  — Tá vendo o que eu aguento? Por isso que prefiro quando ela vai para os Weasley!

  Harry, Mione e os Weasley andavam junto dos Diggory e Montgomery pelo acampamento, vendo várias barracas e bruxos espalhados pelo local. Ouviam idiomas diversos, sentiam cheiros diferentes e, vez ou outra, alguma discussão de torcedores exaltados.

  — Alguém está vendo eles? — perguntou Sr. Weasley em voz alta, olhando ao redor.

  — Meu pai disse que esperariam perto da entrada! — avisou Harry, procurando pela família.

  — Estão ali! — Gina apontou para um ponto mais a frente, próximo a algumas barracas com produtos tanto da Bulgária quanto da Irlanda.

  Harry e os amigos aproximaram-se segundos depois e Lily sorriu na direção deles assim que os avistou, enquanto Arthur e os Diggory pararam por um instante conversando com o bruxo que apontava para qual lado deveriam acampar.

  — Finalmente, já estávamos achando que perderiam o jogo! — A mulher riu enquanto os cumprimentava, junto de James e Remo.

  — Cadê a ? — questionou Harry ao olhar para os lados, não encontrando a irmã.

  — Comprando a loja toda junto com Evie e Sophie, estão aproveitando que Almofadinhas está pagando! — disse Remo, apontando para o quarteto mais ao canto.

  — O quê? — perguntou o moreno de imediato, surpreso. — Ele está pagando para todas e nada pra mim? Não sou eu o afilhado? Vou lá pedir também!

  — Harry! — repreendendo-o, sua mãe negou com um aceno.

  — Mãe, Sirius é rico, ele não se importa de gastar!

  — Não me importo mesmo — concordou o homem, aproximando-se —, por isso, Gina e Hermione podem procurar o que quiserem, é um presente meu! — Piscou para as duas que sorriram agradecidas. — O resto de vocês não tenho nada a ver, não.

  — Mas seu afilhado sou eu! — protestou o outro, contrariado. — Por que quem ganha presentes?

  — Porque sou a preferida, ué. — A garota deu de ombros, após se aproximar junto de Evie e Sophie, virando-se para cumprimentar os recém chegados, segurando o chapéu em forma de trevo que havia ganhado, assim como o cachecol verde e branco.

  — Só se for do Remo — negou Harry, olhando-a com a sobrancelha arqueada.

  — Sirius — o chamou a mais nova —, se você tivesse que escolher um de nós…?

  — Não tem nem o que pensar — respondeu, passando a língua pelos lábios. — . Se eu soubesse que Harry nasceria primeiro, teria escolhido ser padrinho do segundo bebê Potter!

  A garota sorriu convencida para o irmão, o qual fechou a cara de imediato.

  — Nossas personalidades são mais parecidas — explicou Sirius, ao tempo que o restante do grupo se aproximava —, mas você é meu afilhado favorito! — Piscou.

  Harry rolou os olhos.

  — Sou o único — murmurou.

  — Até que enfim! — gritou Sophie ao ver os ruivos. — Como vamos apostar se vocês dois demoraram tanto para aparecer?

  — Você sabe o tanto tivemos que andar? — disseram ao mesmo tempo, abraçando a garota.

  — Nem sei se acordei ainda! — completou Fred, apenas acenando com a mão para os outros.

  — Vocês vão gastar dinheiro com apostas? — questionaram Remo e Arthur, começando um pequeno sermão com o trio.

  — Calma, está tudo sob controle! — garantiu George, erguendo as mãos.

  Lily sorriu ao ver Harry olhando de canto a interação animada entre Evie e Emmett Montgomery. Já vinha suspeitando há algumas semanas do interesse do filho na loira e até achou que fosse recíproco, mas quando contou o que tinha acontecido no encontro, baixou um pouco suas expectativas; talvez tivesse se confundido. E, por falar em , a caçula conversava com Cedrico parecendo um tanto tímida, o que até chegava a ser engraçado de ver.

  Quem não achou nada daquilo divertido foi James, que também notou os dois de papo, aproveitando que Sirius havia caminhado com Harry, Rony, Gina e Mione para comprar-lhes alguma coisa, para dar um passo nem um pouco discreto na direção dos dois, tentando ouvir a conversa antes de se intrometer.

  — Não sei, Krum é o melhor apanhador do mundo, mas a Irlanda é muito superior…

  — Sim, mas a Bulgária só tem vencido porque ele chega antes ao Pomo, poderia acontecer hoje e… — Cedrico parou de falar ao ver o Auror passar o braço pelos ombros da filha, olhando sério em sua direção.

  — Cedrico Diggory, não é?

  — Sim, senhor. — Sorriu educado, estendendo a mão. — Muito prazer, Sr. Potter.

   arqueou a sobrancelha, confusa ao não escutar seu pai pedindo para que o chamasse de James, odiava quando alguém dizia “senhor” para ele.

  — Igualmente, Diggory — respondeu simples, apertando a mão do rapaz com um pouco mais de força que o necessário. Sorriu satisfeito ao notar que, quando terminaram o cumprimento, embora mantivesse o sorriso educado, Cedrico massageou sutilmente a mão direita. Esperava que aquilo servisse como um aviso de que estava de olho nele e não permitiria que o rapaz se aproximasse tanto de sua garotinha.

  Amos, notando o que acontecia, virou-se para puxar papo com os Potter, tendo o apoio imediato de Lily que tratou de puxar o marido para o lado, dando alguma privacidade para os dois adolescentes. Pontas, é claro, manteve o olhar atento na proximidade corporal deles, pronto para sacar a varinha e estupefar o loiro a qualquer segundo.

  Sophie, por outro lado, aproveitou quando Arthur e Remo finalmente pararam com os discursos de responsabilidade, para piscar na direção dos gêmeos, jogando os braços sobre Evie e .

  — O que vocês acham de darmos uma volta daqui a pouco para ver todo o acampamento? — Sorriu para as duas. — Você tá convidado também, Monty, e até você, Diggory, estou de bom humor.

  — Isso é algum truque para saírem e apostar, não é? — disse Lupin no mesmo instante, negando com um aceno.

  — É claro que não, poxa, não confia em mim? — reclamou a morena ao cruzar os braços.

  — É pra responder?

  — Eu acho ótimo! — interveio Lily assim que viu James abrir a boca. — Acho que podemos nos instalar antes, assim vocês sabem o setor que estaremos para voltarem em tempo do jogo.

  — Eu não acho que seja uma boa ideia… — ponderou Pontas ao olhar de canto para Cedrico, não confiando em sua cara de bom moço.

  — Não seja bobo, deixe as crianças se divertirem um pouco! — respondeu a ruiva de imediato.

  — Não se preocupe, James, eu fico de olho nessa aqui! — Sophie sorriu, apontando para a Potter mais nova. — E na senhorita também, só para garantir! — disse ao olhar para Evie que estava quietinha no seu canto.

  — E quem vai cuidar de você? — respondeu a loira colocando as mãos na cintura, fazendo com que os amigos rissem.

  — Então está decidido! — declararam Fred e George. — Vamos todos.

  — Separados em dois grupos, pois não quero perder o jogo para presenciar um funeral! — acrescentou Fred, sorrindo inocente para James.

  — Harry — o moreno chamou o filho, colocando uma mão em seu ombro assim que o garoto e os amigos voltaram com Sirius —, se você perder sua irmã de vista, tá de castigo!

  — O quê?

  — Ah, pronto! — reclamou a mais nova, negando com um aceno.

  — Relaxa, James, eu cuido de tudo! — garantiu Sophie sorridente. — Não é para isso que você me paga? Cuidar desses dois?

  — Pai, se a quiser beijar alguém ela tem o ano todo em Hogwarts. Lembra que ela tá numa Casa diferente? — Harry riu da expressão alarmada do pai, antes de Lily encerrar a conversa, separando os filhos, Evie e Sophie para a seguirem.

  Assim que se certificou que James Potter não estava olhando em sua direção, Cedrico aproximou-se o suficiente para beijar na bochecha, piscando para ela antes de se afastar junto do pai e do melhor amigo para o outro canto do acampamento.

  Harry era o único que parecia tranquilo com toda aquela conversa, sentado em uma cadeira próxima e jogando cartas com Sirius, enquanto seu pai e Remo falavam com e Sophie respectivamente. Evie conversava com Lily mais ao canto, embora a ruiva olhasse vez ou outra na direção do marido, atenta para caso ele perdesse o controle.

  — Estou falando sério, Sophie, eu vou conversar com Aaron! — dizia Remo, tentando falar calmo. — Você não pode fazer tudo o que tem vontade, não é assim que as coisas funcionam!

  — E o que eu estou fazendo de errado agora? — retrucou a outra com as sobrancelhas arqueadas. — Me prove que existe alguma lei contra apostas?

  — Não é questão de leis, e sim bom senso! Vai gastar todo seu dinheiro com um jogo de azar? — argumentou. — E como vai se virar o resto do ano sem dinheiro?

  — E se eu multiplicar os galeões que eu tenho, Remo? — contrapôs no mesmo tom.

  — , isso é um absurdo! Você nem tem idade para isso! — dizia James ao lado para a mais nova, que rolava os olhos com os braços cruzados.

  — Tenho a mesma idade do Harry, por que não está falando com ele também? Além do mais não estou fazendo nada errado, vou passear com todo mundo.

  James riu irônico.

  — E aquele Diggory? Acha que eu não vi ele te olhando? Já reparei isso desde a Plataforma. Não confio nele. Não quero você perto desse garoto!

  — Mas não tem que querer pai — respondeu irritada —, não pode controlar com quem eu falo em Hogwarts! Diggory é tão meu amigo quanto os Weasley. E jogamos Quadribol juntos. Por que você não está mandando Harry ficar longe da Hermione? Ele anda com ela para cima e para baixo! — acusou apontando para o irmão, o qual apenas rolou os olhos, nem se dando ao trabalho de responder qualquer coisa.

  — É diferente, seu irmão é mais velho.

  — Por um minuto! — respondeu alterada.

  — Que no seu caso são convertidos para dez anos. Não vai ficar perto daquele garoto não, tá proibida, !

  — James! — Lily se intrometeu, chamando a atenção do marido, notando que ele havia passado dos limites.

  A garota apenas sorriu de lado.

  — Pois é agora mesmo que eu faço questão de beijar o Diggory e qualquer outro garoto bonito que eu encontrar em Hogwarts!

  — É por isso que eu falei que temos personalidades parecidas — disse Sirius do seu canto, apenas para o afilhado ouvir —, ela poderia dizer “qualquer garoto”, mas deu ênfase ao “bonito”.

  Harry riu, concordando com um aceno.

  — Ainda vai sobrar para mim, e eu nem fiz nada — respondeu, vendo o pai andando em círculos, gesticulando com a mais nova, que respondia da mesma forma.

  James raramente levantava a voz para falar com os filhos, apenas quando realmente faziam algo que não deveriam, como quando recebeu um bilhete de Dumbledore dizendo que os gêmeos invadiram a Floresta Proibida e tiveram problemas com os Centauros. Contudo, havia momentos em que o homem simplesmente não conseguia se controlar e descobriu, cedo demais, que um deles era saber que sua filha poderia estar considerando sair com um garoto mais velho. Ou melhor, com qualquer garoto.

  — Mas nem se eu estivesse morto! — dizia alterado, apontando o dedo para a garota. — Você ouse fazer isso, , para ver se eu não te tiro de Hogwarts!

  — James! — chamou Lily novamente, tocando o braço do marido. — Está exagerando.

  — Boa sorte — respondeu , batendo os pés ao caminhar em direção à saída, deixando seu pai enfurecido para trás. — É agora mesmo que eu vou procurar o Diggory e quando eu encontrar, vou logo dando um beijão nele! — Sorriu irônica, antes de passar pela tenda. — Vocês vêm ou não? — Virou-se, olhando por sobre o ombro para Evie e Sophie.

  A Winter não pensou duas vezes antes de correr atrás da mais nova, aproveitando a oportunidade para livrar-se do sermão eterno do primo. Darling ainda pareceu incerta por um instante, mas não demorou a segui-las pelo acampamento.

  Sophie foi a primeira a falar, segurando a risada:

  — Você passou dos limites, , poderia ter levado a situação melhor, agora Pontas é capaz de usar a Capa para te espionar em Hogwarts!

  — Olha quem fala. — A mais nova arqueou a sobrancelha. — Você não passou duas semanas morando lá em casa por ter brigado com Aaron e Remo?

  — Era diferente. Eles estavam sendo irracionais! — relembrou, passando a mão pelos cabelos.

  — Sophie, você gastou cinquenta galeões em logros.

  — Você o quê? — perguntou Evie alarmada, os olhos arregalados na direção da morena.

  — Eu me excedi um pouco, admito — falou, dando de ombros —, mas foram casos diferentes. Você deveria ter concordado com seu pai, dito que nunca pensou no Certinho-Diggory dessa forma, assim não teria tantos problemas.

  — Mas seria uma mentira! — lembrou Darling, negando com a cabeça.

  As duas garotas pararam por um instante, encarando-a.

  — Você sempre fala a verdade para seus pais? — perguntaram surpresas, a loira concordou com um aceno.

  — Eles sempre confiaram nas minhas escolhas. — Deu de ombros.

  — Será que eles podem falar com o meu pai? — pediu de imediato.

  — Seu pai? — Sophie negou. — Por Merlin, Pontas é até muito bom, queria ver Aaron e Remo confiando em mim dessa forma!

  — É que eu dou motivo pra confiarem, não é? — Evie riu ao ver a cara de ofendida das amigas. — De repente chegou o dia de vocês copiarem meus movimentos, ao invés do contrário.

  Potter e Winter se entreolharam, ponderando.

  — Prefiro ficar de castigo!

  — Concordo totalmente! — disse Sophie ao passar o braço sobre o ombro de . — Agora vamos pensar em um jeito de contornarmos a situação para que você possa sair com o chatinho mais tarde, e a Evie dar uns beijinhos no Monty!

  — E o Harry? — perguntou Evie.

  — Caramba, quer beijar meu irmão e o Emmett no mesmo dia?

  — Ai, é claro que não! Não seja ridícula! — negou, o rosto vermelho. — Estou dizendo que ele e os outros vão junto, não é?

  — Grandes coisas, ele vai sumir com Granger e Weasley em dois minutos, acha mesmo que Harry está preocupado com o que meu pai fala? Além do mais, temos um trato, então não interferimos na vida do outro, a menos que seja estritamente necessário!

  — Muito bem, então preste atenção no que você vai fazer, Texuga!

  Quase quarenta minutos depois, Sophie e Evie voltaram para dentro da tenda, encontrando James andando de um lado para outro, puxando os cabelos.

  — Estou dizendo, eu vou matar aquele garoto! — resmungava, bufando de tempo em tempo. Sirius mantinha um sorriso divertido nos lábios.

  — Imagina só o que eles estão fazendo com tanto tempo que ela saiu…

  — Almofadinhas! — gritou Lily, vendo o marido perder a cor. — É claro que não estão fazendo nada, Sophie e Evie estavam junto com ela. nem deve ter se encontrado com ninguém, nem mesmo sabe qual parte do acampamento eles estão!

  — Pai — começou Harry, segurando a vontade de gargalhar —, pensa bem, por que o Diggory se arriscaria desta forma hoje, quando tem o ano todo para beijar a sem ninguém saber? Eles dividem o mesmo Salão Comunal, lembra?

  — Harry James Potter! — Lily apontou o dedo para o filho mais velho. — Se não quiser ficar de castigo, é melhor se calar.

  — Você tem a obrigação de invadir aquele Salão — dizia James, transtornado. — Vai usar a Capa, ninguém nem vai te ver, Harry!

  — Pelas barbas de Merlin — Remo negou com um aceno —, eu conheço o Diggory, ele é muito correto, é Monitor em Hogwarts, acha mesmo que vai sair quebrando as regras dessa forma?

  — Por uma garota? — Sirius arqueou a sobrancelha. — Lembra o que nós fazíamos para sair com uma garota?

  — Eu acho que vou morrer! — disse James baixo, colocando a mão no peito.

  — Relaxa, Potter! — Sophie chamou a atenção do grupo, segurando a risada. — Sua filhinha tá do lado de fora, esperando para falar com você. E não, não encontramos Cedrico nem nenhum garoto.

  — Veja bem o que vai dizer, James! — avisou Lily, olhando séria para o marido antes de ele dar passos largos até a saída da tenda.

  Potter respirou fundo, olhando para a filha sentada no gramado ao lado da barraca. Passou a mão pelos cabelos escuros antes de aproximar-se, sentando-se ao seu lado e cruzando as pernas. Não disseram nada por quase um minuto, antes de se encararem sem jeito.

  — Peço desculpas, não deveria ter gritado com você daquele jeito.

  — Eu também não — respondeu baixinho, olhando para os tênis —, mas não faz sentido o que está dizendo, pai.

  — Eu sei, eu sei — concordou, ajeitando os óculos. — É muito difícil ver você e seu irmão crescendo tão rápido, e saber que você pode estar saindo com algum garoto…

  — Pai! — o encarou, negando com a cabeça. — Primeiro que você sabe que eu só me importo com Quadribol — começou, enumerando com os dedos —, segundo, se eu fosse querer sair com alguém, com certeza não seria com o Diggory. Ele é bonito, admito, mas quem você acha que eu sou para sair com um Monitor?

  — Mas ele gosta de você… — começou, olhando-a desconfiado.

  — E quem não gostaria? Eu sou muito legal. — deu de ombros, sorrindo esperta.

  James segurou a vontade de gargalhar ao ouvir aquilo, parecendo ter tirado um peso de suas costas; além de ela ainda não se interessar em garotos, não queria nada com o Sr. Certinho. Passou o braço pelos ombros da filha, beijando-lhe a cabeça.

  — Tudo bem, eu me exaltei, mas é muito difícil para mim ver um garoto visivelmente interessado em você. E vocês dois estavam conversando animados…

  — Porque ele é meu amigo, só isso, pai — garantiu, sorrindo para o mais velho e abraçando-o por alguns instantes. — Eu nunca beijaria alguém que nunca nem saiu do dormitório após o horário!

  O homem concordou suspirando, passando a mão pelos cabelos.

  — Gostaria de acreditar nisso, mas então lembro que eu pensava o mesmo e acabei com sua mãe… E ela chegou a ser Monitora-Chefe! — resmungou, negando com um aceno. — Sirius me disse uma vez que talvez você e seu irmão sejam muito parecidos comigo, e isso resultaria em vocês também se interessando por alguém tão correto quanto sua mãe.

  — O quê? — respondeu alarmada, negando de imediato. — Por Merlin, era só o que me faltava, começar a sair com alguém tão certinho quanto o Diggory! — negou rápido. — Se fosse o Monty, eu pensaria no caso — ponderou, vendo o mais velho olhá-la assustado. — Não se preocupa, pai, Emmett é meu melhor amigo e ele tá interessado na Evie! — Piscou.

  O mais velho suspirou, parecendo aliviado.

  — É, pensando bem, não tem muito a ver você e esse Diggory… — comentou tranquilo, vendo-a concordar, olhou para o lado segurando a vontade de rir ao pensar no loiro e no que seu pai faria se, algum dia, descobrisse a verdade, mas Sophie estava certa: James não estava pronto para aquilo.

  Os ruivos e Hermione sorriram assim que avistaram os Potter, Winter e Darling, acenando para os colegas que não demoraram a se aproximar.

  — O que vamos fazer primeiro? — perguntou Rony ansioso, olhando ao redor.

  — Primeiro vamos nos livrar de você — começou Fred, olhando-o com desgosto —, Roniquinho. — O grupo gargalhou, deixando o outro ainda mais vermelho e sem graça.

  — Vai tomar no seu c…

  — É exatamente por isso que queremos distância de você, seu boca suja! — concordou George, parecendo decepcionado. — Agora vamos logo com isso, temos apenas algumas horas antes do jogo! — Esfregou as mãos antes de passar os braços pelos ombros de Sophie e do gêmeo.

  — Cuidem bem da Gina, ela é um bebê! — gritou Fred por sobre o ombro.

  — Não era essa a função de vocês? — questionou Sophie.

  — Hoje não, ela não pode saber o que vamos fazer, não quero passar o ano sendo chantageado — respondeu George, acenando com a mão para os outros.

  — Sei bem o que quer dizer… — A morena suspirou, olhando de soslaio para , a qual sorriu culpada.

  Viram o trio se afastar antes de se encararem.

  — E então? — Mione foi a primeira a chamar. — O que faremos…?

  Antes que pudessem responder, no entanto, Diggory e Montgomery aproximaram-se rindo, cumprimentando-os com acenos.

  — Hmm… — Harry passou a língua pelos lábios, cruzando os braços ao olhar do loiro para sua irmã. — Meu pai tem razão, é bem óbvio até — declarou, antes de dar as costas ao casal, Cedrico o olhou sem entender. — Você vai com eles, Darling?

  Evie abriu e fechou a boca, olhando de Harry para Emmett, o qual sorriu galanteador em sua direção.

  — Acho melhor não deixar a sozinha hoje!

  O moreno ajeitou os óculos, olhando dela para Monty, concordando com um aceno.

  — , você tem três horas. Se atrasar, eu volto sozinho — avisou a irmã antes de seguir com os dois ruivos e Hermione para o outro lado do acampamento.

  — O que ele quis dizer com óbvio? — perguntou Cedrico curioso, olhando para , que deu de ombros.

  — Temos três horas para rodar esse acampamento todo, vai mesmo querer falar do meu irmão e do meu pai, Diggory?

  Cedrico riu, negando antes de apontar com a cabeça em outra direção, sentindo-se mais confiante ao passar o braço sobre os ombros da garota.

  — Vocês dois vêm também? — perguntou ao notar o casal de amigos parado, se entreolhando.

  — Vem, vamos logo! — Emmett piscou esticando a mão para a loira, que não pensou duas vezes antes de aceitar, entrelaçando os dedos. — Olha só para nós, mais um double date. Me pergunto se algum dia conseguiremos fazer isso separados… — questionou Monty em voz alta, fazendo os três rirem antes de começarem a conversar animados.

  As duas garotas voltaram sorridentes para encontrar com Harry antes de seguirem para a tenda com a família.

  — Finalmente! — exclamou o moreno ao ver a irmã. — Mais cinco minutos eu voltava sozinho e você teria que se explicar por que…

  — Quanto você quer para ficar quieto? — perguntou arqueando a sobrancelha.

  Harry passou a língua pelos lábios, sorrindo de canto.

  — Um galeão por cada vez que eu precisar te acobertar.

  A lufana suspirou, concordando com um aceno e estendendo a mão para apertar a do irmão.

  — Se papai, Sirius ou Remo descobrirem através de você, eu te derrubo da Torre de Astronomia!

  — Fechado. — Riu com a mão estendida, esperando tirar o dinheiro do bolso e entrega-lo.

  — Um galeão não é muito? — se intrometeu Evie, achando um tanto absurda a situação toda.

  — É claro que não! — negou Harry no mesmo instante, sorrindo para a irmã. — Qualquer coisa você pede para o Diggory, aposto que ele não se importaria de pagar para ganhar uns beijos.

  — Cala boca, Potter — resmungou , antes de começarem a andar pelo acampamento. — E então, o que fizeram?

  — Nada demais, só caminhamos por aí, Rony estava tentando comprar aquele boneco do Krum, mas já estava esgotado. Ah — lembrou-se de repente —, encontrei com Olivio! Adivinha?

  — O quê?

  — Ele entrou para o time reserva do Puddlemere! — disse sorridente, feliz pelo ex-Capitão que havia terminado os estudos no ano anterior.

  — O quê? — perguntou chocada. — Uou. Tudo bem que o time é horrível, mas caramba… Olivio vai conseguir jogar profissionalmente! Isso é incrível!

  — Hm… Quem é Olivio? — Evie tornou confusa, tentando forçar a mente a ligar o nome com alguma pessoa.

  — Goleiro da Grifinória, Darling. Alto e bonito, lembra? — explicou , Harry rolou os olhos. — Que estava com aquele livro de Transfiguração que você queria para fazer seu trabalho ano passado…?

  — Ah, sim! — Lembrou, sorrindo ao concordar. — Nossa, ele deve ser muito bom mesmo!

  — Não que o Puddlemere tenha um critério muito bom para escolher jogadores — começou , levando uma cotovelada do irmão —, mas ele é muito bom, sim!

  O grupo seguiu até o local combinado, logo encontrando os Weasley, os Diggory, Granger e Montgomery, seguindo juntos e animados para a arena, separados em pequenos grupos para não se perderem no meio de tantas pessoas.

  Encontraram Draco e seu pai enquanto subiam as escadas, e Harry precisou que Sirius o puxasse para o lado para evitar de começarem uma briga.

  — Não deixe o sebosinho atrapalhar sua noite — falou James, passando a mão pelos cabelos do filho.

  — James — repreendeu Lily, negando com um aceno —, já pedi para não começarem com isso, já me basta esses dois aprontando o tempo todo, não precisam de apelidos maldosos!

  — Ei, eu nem fiz nada! — se meteu, andando de braços dados com Remo.

  — Não foi você quem socou o garoto? — questionou o padrinho com a sobrancelha arqueada. Ela deu de ombros.

  — Malfoy mereceu.

  — Já chega, não quero vocês imitando todos os passos desses três, nada de apelidos ou ficarem azarando alguém sem motivos.

  — Nunca fizemos isso! — protestaram de imediato.

  Lily olhou para Evie e Sophie, que seguiam de braços dados.

  — É verdade, tia. — Darling sorriu para a ruiva, logo notando a expressão mais tranquila da mulher.

  — Não que Malfoy não mereça — acrescentou Sophie.

  Os adolescentes se espalharam pela arquibancada, um mais ansioso do que o outro para a partida, conversando sobre todas as possibilidades, os olhos brilhando ao olhar ao redor e ver toda a agitação que só o Quadribol poderia proporcionar.

  Mesmo Evie e Hermione, embora não gostassem tanto do esporte, se encontravam animadíssimas, aplaudindo tudo o que viam e comentando com os amigos, descobrindo que não precisavam ser fãs para se deixarem levar pelo momento.

  Os homens também estavam bastante ansiosos, Sirius aproveitou quando um vendedor passou por eles, comprando bebida para os adultos, porque, em sua opinião, melhor do que acompanhar uma partida de Quadribol era acompanhar o jogo bebendo.

  Lily aproveitou para tirar algumas fotos dos filhos junto aos amigos e, enquanto James parecia distraído demais conversando com os outros, Cedrico aproximou-se de , passando o braço por seus ombros para saírem juntos na foto, ambos tímidos, mas extremamente sorridentes. A ruiva sorriu, piscando para os dois antes de virar-se, tirando mais algumas fotos, logo juntando todos eles com as arquibancadas lotadas no fundo.

  James ficou entre os dois filhos, um braço nos ombros de cada um, sorrindo enquanto os gêmeos piscavam animados para a câmera, cada um usando os chapéus que haviam comprado mais cedo. Sirius posicionou-se entre James e Remo, apertando os ombros dos amigos enquanto Evie e Hermione estavam paradas à sua frente, rindo de tudo. Lupin sorria timidamente, apoiando um braço na cabeça de Sophie, que estava tão animada que até mesmo abraçou Cedrico pelos ombros, fazendo uma careta para a foto. Diggory e Monty estavam um tanto agachados para não ficarem na frente de ninguém, acenando divertidos para a câmera, enquanto Amos e Arthur riam, ambos com o rosto já vermelho pelas bebidas. E, para finalizar, os quatro ruivos estavam agachados na frente de todos, Fred e George faziam caretas e joinhas, Gina acenava empolgada e Rony ria segurando uma bandeira da Bulgária.

  — Bem-vindos à 422° Copa Mundial de Quadribol! — disse Ludo Bagman no megafone, após os jogadores de Irlanda e Bulgária voarem sobre a arena. — A partida vai… Começar!