The Sollarium: Cinderela
Foi assim que Rumple deu início a primeira e maior agência de investigação do mundo, segundo alguns da Continuum, a Solarium. Fazendo acordos e recrutando primogênitos para desenvolver habilidades específicas.
—
Milão, inverno de 1936
Trabalhar no universo da moda desenhando roupas incríveis, sempre foi meu sonho de infância. Talvez pela ascensão de Chanel esta pequena ambição tenha aumentado. Agora, estava eu passando mais uma noite em claro para apresentar uma coleção inovadora para a grife Prada. Era a oportunidade da minha vida, para finalmente adquirir a independência tão sonhada.
Mas todo o meu esforço valerá a pena no futuro. Afinal, já não aguentava mais viver sob as ordens da minha madrasta. Infelizmente, eu não tinha para onde ir, e minha única solução era conseguir um estágio para ficar o mais longe possível dela.
— Olha só quem está acordada. — Comentou Bridget, minha meia-irmã mais nova, assim que entrou na cozinha.
— Bom dia, Bridget. — Mantive meu olhar sonolento, recolhendo minhas folhas espalhadas.
— Bom dia, . — Margareth entrou no recinto de forma saltitante, com um sorriso no rosto.
— Bom dia, Marg. — a olhei impressionada. — A que se deve essa felicidade toda?
— Mamãe disse que vamos a Paris na primavera. — Respondeu ela.
— Olha, que legal. — Comentei. — Estou impressionada, e de onde sairia o dinheiro para essa viagem.
— Temos nossas economias. — Contou Freya, a madrasta, ao entrar na cozinha. — E você, espero que sua madrugada em claro não tenha lhe feito esquecer suas obrigações.
— Não, Freya. — Me levantei da cadeira e a olhei. — O café está pronto e já estou indo cuidar da casa.
— Muito bem. — Ela caminhou até a cadeira e se sentou na ponta da mesa. — Não demore muito, pois hoje receberemos visitas no jantar.
— Sim, senhora. — Assinto me retirando.
Eu detestava as visitas dela, pois além de deixar a casa um brinco de limpa, também era obrigada a preparar um jantar especial. Isso para ela ficar se vangloriando depois de ter oferecido o jantar do ano. Era desgastante. Passei toda a manhã esfregando o chão da sala e lavando a prataria. Ao final da tarde, me concentrei na cozinha. O cardápio da noite? Risoto de brócolis e salmão grelhado. Minha sorte, é que Constance aceitou me ajudar, depois de muito implorar.
— Sua madrasta realmente abusa da sua bondade. — Comentou ela.
— Bem, tenho que pagar pela comida de todos os dias de algum jeito. — Expliquei.
— Sendo a escrava dela? — Constante me olhou com reprovação.
— É o que me resta. — Soltei um suspiro fraco. — Enquanto não consigo meu estágio.
— E como anda seus desenhos? — perguntou ela.
— Ainda sinto que falta algo, mas não sei o que é. — Confessei. — Preciso me concentrar mais, estou sem inspiração.
Terminamos de preparar o jantar. Eu, como sempre, passei parte da noite fora de casa. Para Freya, a pior coisa da vida era me apresentar como sua enteada. Então eu não deveria existir naquela casa enquanto havia visitas. Passei um tempo caminhando pela clareira próximo à estrada de acesso à cidade, até chegar no lago.
— Você bem que podia me inspirar. — Sussurrei voltando o olhar para a lua.
A noite estava bonita, mesmo com o frio do inverno e o chão coberto de neve. A lua podia ser vista nitidamente. Me sentei em uma rocha e fiquei olhando para o céu. Queria tanto que meu pai estivesse vivo agora. Sentia tanta falta dele quanto da minha mãe. Talvez mais.
— Bela noite, não acha? — Ouvi uma voz vindo à minha direita.
— Não deveria estar aqui. — Disse mostrando ter reconhecido a quem pertencia.
— Estava com saudade da garota do lago. — Brincou ele, virando o olhar para mim.
— Então é assim que me chama agora. — Ri dele. — O que aconteceu? Ficou entediado com os assuntos maravilhosos da minha madrasta?
— Sabe que só visito aquela casa por sua causa, . — Seu olhar transmitia sinceridade.
— Diga isso ao seu pai então. — Soltei uma risada baixa. — Tenho certeza que o senhor Village não aceitaria que seu filho único e herdeiro tenha intenções com a criadagem.
— Você não é a criada da sua madrasta. — Retrucou ele, se mostrando irritado com minha colocação.
— Eu lavo, passo, cozinho, cuido da casa, costuro e remendo algumas roupas de cama e ainda faço as compras no mercado, tudo para pagar pelo teto em que vivo. — Comecei a relatar minha realidade. — Se isso não é ser uma criada, não sei o que é.
— Ainda acho que deveria sair daquele lugar. — Aconselhou ele.
— Ir para onde? Viver de quê? Ela gastou toda a fortuna que meu pai tinha nos deixado, não me sobrou nada. — Soltei um suspiro cansado.
— Case comigo, já lhe fiz o pedido, você que me ignora. — Reclamou ele.
— . — Disse seu nome. — Não quero me casar com você por ser a última solução para me livrar da megera, se um dia isso acontecer, será por meus sentimentos por você.
— Então, gostas de mim? — Ele se aproximou mais, com um olhar malicioso.
— Bem… Não posso negar que tenho um carinho grande por você. — Me fiz de relutante ao seu olhar.
Mas no fundo sentia meu coração bater forte por ele.
— Mas isso não vem ao caso. — Cruzei os braços ficando séria. — Deverias voltar ao seu pai.
— Disse a ele que voltaria mais tarde para casa, precisava caminhar um pouco após o jantar. — Explicou.
— Oh, tenho certeza que Bridget não ficou contente com isso. — Comentei.
— Certamente não, mas já tive inúmeras oportunidades em que lhe assegurei não ter espaço em meu coração para mais ninguém. — Admitiu .
— E ainda ficas a me pedir em casamento. — Lancei um olhar repreensivo para ele.
— Claro, pois és a única que habita em meu coração. — Declarou, sem nenhuma vergonha. — Quantas vezes mais terei que lhe confessar isso, para que entendas que a amo.
— Quantas vezes mais forem necessárias. — Brinquei.
Ele segurou em minha mão e se inclinando, beijou-me com suavidade. Senti meu corpo se arrepiar com tal ato ousado de sua parte.
— Não deveria fazer isso. — Disfarcei o sorriso. — Mas sinto minha noite melhor.
— Admita logo que me ama e aceite meu pedido. — Insistiu ele.
— Não, somente farei isso quando conseguir meu estágio e sair daquela casa. — Continuei firme em meu sonho.
— E não pode realizar seu sonho depois de nos casarmos? — Ele se mostrou impaciente. — Sabe que jamais a impediria, pelo contrário, posso ajuda-la.
— Quero conseguir por meu próprio mérito, estou quase conseguindo concluir a coleção que te falei, mais alguns desenhos e poderei tentar a vaga na Prada. — Expliquei a ele. — Seu amor é tão leviano que não pode me esperar um pouco mais?
— Jamais pense isso do meu amor. — Pediu ele, com o olhar decepcionado. — Te esperaria até final da minha vida se fosse preciso.
Sorri de leve.
— Apenas torça por mim e logo poderei aceitar vosso pedido. — Assegurei a ele.
me puxou para mais perto e me abraçou forte. Permanecemos por mais alguns minutos ali, sob a lua, mantendo nossos sentimentos ocultos de nossas famílias. No dia seguinte, lá estava eu novamente seguindo a rotina doméstica de criada da casa, fazendo todas as tarefas sozinha. Contudo, me sentia mais leve e empolgada que o normal, tinha muitas ideias e inspirações para meus looks criados.
Ao final da tarde, me tranquei no porão, onde dormia. Sim. Meu quarto era no porão. Uma de muitas mudanças que ocorreram após o falecimento do meu pai. Bridget, que dividia o quarto com Margareth, me expulsou do meu e se acomodou lá. Com isso, minha madrasta Freya deixou-me a única opção de dormir no porão. Segundo ela, o único lugar da casa onde havia espaço para mim e minhas coisas. Não me importei com isso, pois era o lugar mais silencioso que tinha, o que me ajudava a desenhar e desenhar meus croquis.
— O que você tanto desenha nestes últimos dias? — perguntou Marg, ao descer o último degrau da escada que ligava a cozinha ao porão.
— Alguns croquis. — Respondi, mantendo o olhar no desenho que fazia.
— Fala dos desenhos de roupas? — indagou.
— Sim.
— Posso ver? — perguntou ela, entrando mais.
Margareth, apesar de ser filha da megera, era uma boa pessoa. Sempre tentava me defender na medida do possível. Porém, era complicado vencer quando se tratava dos desmandos de Freya. Me virei para ela e estiquei um desenho.
— Diga-me, o que acha? — perguntei.
— Que desenhas muito melhor que a Bridget. — Confessou, rindo baixo.
Eu ri também. Curiosamente, Bridget tinha uma mania de querer gostar das mesmas coisas que eu gostava, principalmente se tratando de moda e o sonho de ser estilista. Ao contrário de mim, que nunca tive oportunidades, ela já havia feito um estágio no ateliê da Gucci. Um mimo de Freya para a filha, sob muitos favores que prestou ao primo do prefeito de Milão. Mas agora, por um descuido meu, minha meia-irmã tinha descoberto sobre a vaga de assistente direta de criação da Prada. E queria tirar isso de mim.
— Fale sobre a roupa. — Especifiquei.
— É bonita, eu usaria com toda certeza e consigo ver muitas senhoras da elite usando. — Respondeu ela.
— Sério?
— Eu sempre falo sério com você, principalmente quando o assunto são seus desenhos. — Ela me devolveu a folha.
— Obrigada por sua sinceridade. — Peguei a folha e sorri para Marg.
— Vai participar da mesma seleção que a Bridget? — perguntou.
— Sim. — Assenti. — Por isso, não conte a ela sobre meus desenhos.
— Claro que não, o que mais desejo é ver você ganhando da invejosa da nossa irmã. — Garantiu ela, e sabia que estava sendo verdadeira.
— Agradeço pela torcida, estou me empenhando muito.
— Então não irei mais lhe atrapalhar, sei que trabalhou muito hoje. — Admitiu ela. — Minha mãe tem sido uma carrasca nesses últimos dias.
— Claro, são os dias em que se aproxima da seleção da Prada. — Expliquei.
— Imaginei que isso estivesse no pacote. — Ela se aproximou da minha cama. — Mas andei ouvindo algumas conversas delas.
— Quais? — perguntei curiosa.
— Me parece que minha mãe está planejando casar Bridget com . — Contou.
Eu que havia pegado o copo para beber o último gole de água, quase engasguei.
— O quê? — Por essa eu não esperava.
Que Bridget tinha desenvolvido interesses por , tudo bem. De uma vez que ela nos pegou rindo na cozinha de uma piada que ele havia me contado, sua forma de agir comigo e com ele mudou. Eu ainda não entendia essa necessidade que Bridget tinha de querer tudo que eu não tinha, afinal, ela sempre teve tudo o que quis na vida, até mesmo quando meu pai era vivo.
— Por isso o jantar com o senhor Village ontem. — Continuou Marg com as informações. — Mas, ele disse que não pode decidir pelo filho, pois uma promessa foi feita à esposa falecida, que deixaria escolher sua própria esposa.
Mantive-me séria externamente, mas dentro, fogos de artifício explodiam de emoção. Com essa notícia, sabia que tinha mais uma coisa que Bridget não poderia tirar de mim, o amor de . Senti até meu coração pulsar mais forte. Margareth me deu “boa noite” e se retirou. Não demorou muito para que eu caísse no sono. O dia seguinte seria cheio e eu não teria muito tempo para terminar meus desenhos, então tinha que ser rápida e caprichosa.
—
Finalmente no calendário marcava a data da seleção. Escondido de minha madrasta, consegui me inscrever. Custou o anel de meu pai, que tinha escondido comigo antes dele viajar e não mais voltar. Agora só me restava o colar de minha mãe, e o protegia com a minha vida. Fiz minhas tarefas diárias com toda dedicação que podia, para não dar motivos à Freya de me prender em casa. Quando finalmente terminei e voltei ao porão, percebi que algumas coisas estavam fora do lugar, foi quando notei que meus desenhos não estavam embaixo do meu travesseiro.
Saí do quarto e segui diretamente ao quarto de Bridget. Quando entrei no rompante, a peguei tentando tirar cópias do que eu havia desenhado. Naquele momento, meu sangue ferveu e não vi nada em minha frente além de sua garganta.
— Sua ladra. — Avancei contra ela, para pegar de volta aquilo que era meu.
Com isso, a briga se instaurou entre nós duas. Até que Freya entrou acompanhada de Margareth e nos afastou uma da outra com a ajuda do cocheiro que as acompanhava.
— Sua ladra. — A acusei novamente sendo segurada pelo cocheiro.
— Mentirosa, eu não peguei nada de você, não preciso disso. — Gritou ela de volta, sendo amparada pela mãe.
— Parem as duas. — Ordenou Freya. — O que está havendo?
— Essa louca me acusa de pegar seus desenhos, entrou aqui gritando comigo e olhe só o que ela me fez. — Bridget mostrou os arranhões em seu braço. — Rasgou meu vestido novo.
Freya voltou seu olhar para as folhas em minha mão. No fundo ela sabia que a filha invejosa estava errada e certamente tinha sim roubado meus desenhos para ganhar a vaga em meu lugar. Mas claro que ela não ficaria a meu favor.
— Muito bem, se esses desenhos estão causando discórdia em minha casa — iniciou ela —, dê-os para mim.
— Não. — Recusei me soltando do cocheiro, mantendo firmeza. — São meus desenhos, passei dias trabalhando neles e não vou entregá-los a você.
— Ah, não? Vai mesmo me desobedecer? — Seu olhar ficou mais sério.
— Não vou entregar. — Insisti.
— Tudo bem então, o colar da sua mãe sofrerá as consequências da sua rebeldia. — Disse ela se retirando do quarto.
— Colar da minha mãe? — sussurrei.
Só então me lembrei que ele também estava debaixo do meu travesseiro.
— O que fez com o colar da minha mãe? — perguntei seguindo-a até a sala. — Me devolva, não é vosso.
— Não irei, assim como você não vai me entregar seus desenhos. — Ela manteve o olhar cruel de sempre. — E sabe, estava mesmo precisando de dinheiro para reformar meu quarto, acho que aquela joia rara vale algum dinheiro.
— Não teria essa coragem. — A confrontei.
— Quer apostar, ? — Ela manteve a suavidade no rosto de uma mulher fria e calculista. — Você escolhe, seus desenhos ou sua mãe.
Prendi minhas lágrimas no canto dos olhos e estiquei os desenhos para ela. Sentia tanta raiva que somente desejava sumir daquele lugar mesmo sem ter para onde ir.
— Boa escolha. — Disse ela, ao pegar as folhas e jogar na lareira acesa.
No mesmo momento a primeira lágrima caiu de meus olhos.
— Agora me devolve o colar. — Pedi a ela.
— Ah… Mamãe, a senhora não tinha ido ao joalheiro esta manhã? — perguntou Bridget com um sorriso de vitória no rosto.
— Ah sim, agora me lembrei, acho que acabei misturando o colar de sua mãe no meio dos meus e foi vendido também. — Ela abriu um largo sorriso de satisfação.
No mesmo momento a revolta me subiu à cabeça e fechando os punhos avancei contra ela, porém o cocheiro me segurou com força, mesmo me debatendo para me soltar dele.
— Tranque ela no porão. — Ordenou Freya.
— Mamãe, como… — Margareth tentou intervir sem sucesso. — Não podes trancar naquele lugar.
— Posso fazer o que eu quiser, ela ainda está sob minha responsabilidade. — Assegurou.
Assim o cocheiro fez conforme o ordenado. Eu não sabia se chorava, entrava em desespero ou permanecia somente com raiva. Como poderia existir uma pessoa tão má quanto Freya? Me sentei ao lado da porta e somente senti minhas lágrimas rolando em meu rosto. Contei dois dias e duas noites ali sozinha, sem ver a luz do dia ou ser contemplada com um pão mofado. Ao amanhecer, ouvi uma movimentação do lado de fora e a porta se abriu. Levantei meu olhar, logo minha visão se afetou pela claridade. Então o rosto de ficou nítido diante de mim. Impulsionei meu corpo a se levantar e o abracei de imediato. Estava tão feliz em vê-lo que não me importava com mais nada.
— Como está aqui? — perguntei num sussurro, me sentindo fraca.
— Lhe contarei depois, agora, me deixe tirá-la dessa masmorra. — Disse ele, pegando-me no colo. — Nunca mais a deixarei voltar para esta casa.
— Do que está falando?! — perguntei, sentindo seus braços me carregarem ao subir as escadas.
— Não me importa se vamos ou não nos casar neste momento, você ficará comigo até que realize seu sonho e se torne minha esposa. — Garantiu ele. — E ninguém vai me impedir de fazer isso.
Eu nem lutaria contra suas palavras, apenas assenti fechando os olhos, pois não queria mais ver aquele lugar que tanto me trouxe tristeza.
Assim que chegamos na grande mansão em que ele morava na área mais nobre da cidade, fui instalada em um quarto de hóspedes. Me impressionou a eficiência da criada ao deixar tudo preparado para mim em tempo recorde. Descobri que Margareth tinha contado a sobre o que tinha acontecido em nossa casa, sua decisão de envolvê-lo foi devido ao fato de ouvir sua mãe dizer que me deixaria trancada sem comida ou água para que pudesse morrer e não mais incomodá-la.
— Está melhor agora? — perguntou ao aparecer na porta do quarto.
— Sim. — Respirei fundo. — Agradeço pelo resgate, jovem príncipe.
Brinquei.
— Eu realmente fiquei preocupado com você. — Ele entrou mais, se aproximando da cama. — Estou grato a Deus por Margareth ter vindo até mim.
— E eu grata por ter me resgatado. — Sorri de leve para ele, porém meu olhar se manteve triste.
— Lamento por seus desenhos. — Ele sentou na beirada da cama e pegou em minha mão.
— O que mais me doeu, não foram os desenhos, mas saber que não terei mais nenhuma lembrança da minha mãe. — Disse a ele.
— Eu já mandei todos os criados procurarem por seu colar, tenho certeza que se já foi vendido, vamos encontrar a pessoa que comprou. — Garantiu ele. — O pegarei de volta para você.
— Não tenho como lhe pagar por isso. — Disse.
— Podes me pagar com muitos beijos depois do nosso casamento. — Retrucou ele, abrindo um sorriso malicioso.
— Seu bobo. — Desviei o olhar envergonhada.
— Eu te amo, , e o que mais quero é vê-la feliz. — Sua declaração fazia meu coração acelerar.
Voltei a olhá-lo e sorri com gentileza.
Os desenhos não eram mesmo o problema, tinha todos em minha mente com todos os detalhes. E quanto à seleção da Prada, o pai de conhecia diretamente os responsáveis pela área de criação, que não se recusaram em me dar a oportunidade de ver meus croquis. Agora só faltava uma coisa para que me sentisse completa novamente.
— Para onde está me levando?! — perguntei a , que segurava minha mão com segurança, guiando-me pela clareira.
— Não reconhece mesmo este caminho? — Ele riu.
— E por qual motivo está me levando até o lago? — indaguei.
— Vai saber quando chegarmos. — Disse ele.
Continuamos a seguir o caminho até que paramos diante do grande lago o qual nos conhecemos quando criança.
— Agora diga. — Pedi.
— Tenho um pedido a fazer. — Disse ele.
— Que pedido? — perguntei.
— — ele se ajoelhou em minha frente e retirou um objeto do bolso da calça. — Aceita, finalmente ser minha esposa?
Assim que ele abriu a mão mostrando o colar de minha mãe, meu coração acelerou.
— Como conseguiu?! — perguntei pegando o colar.
— Não vai me responder? — Seu olhar ficou triste.
— É claro que sim. — Sorri para ele, que se levantou e me abraçou forte.
— Era tudo o que mais queria ouvir. — Confessou.
— — me afastei um pouco. — Como o encontrou?
— O dono da joalheria contou a um funcionário por uma boa quantia, a quem tinha vendido. — Murmurou ele. — Um comerciante que está de passagem pela cidade, chamado Rumpelstiltskin, coincidentemente, ele se hospedou no hotel da minha família e consegui negociar com ele.
— E quanto lhe custou? — Fiquei apreensiva.
— Ele não me pediu dinheiro em troca, disse que o que ele queria, eu ainda não tinha para lhe dar. — Respondeu se mostrando confuso.
— Que homem louco. — Eu ri.
— Sim, mas o que importa é que consegui de volta seu colar. — Concordou ele.
— Não precisava ter se esforçado tanto. — Disse.
— O que é importante para você, é importante para mim. — acariciou de leve meu rosto com um sorriso meigo.
Então, ao se inclinar em minha direção, um beijo doce e suave se iniciou entre nós, deixando ambos os corações mais quentinhos e acelerados.
Meu coração tem asas,
E eu posso voar,
Eu vou tocar toda estrela no céu,
Então, este é o milagre com o qual eu tenho sonhado,
Então, isto é amor.
– So This Is Love / Cinderela
“Continuum: Um destino, várias histórias.” – by: Pâms
Ai, amei que a Marg não era uma irmã má também <3
Passei raiva lendo, injustiças me dão coisa OAHSOAHSPOA
O Matteo é um tchutchuco, quero um pra mim, onde arruma? ;-;
Comentário originalmente postado em 07 de Novembro de 2021
mais um comentário seu <3<3<3
E pensar que acontece essas maldades no mundo, mas o bom é que a Marg era de boa mesmo.
esse Matteo é um encanto!
Comentário originalmente postado em 11 de Novembro de 2021