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Natashia Kitamura
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Temporada #027

Break My Heart
Dua Lipa

Esta história não possui capas prévias (:

The Golden Girl

  Encarei a multidão em busca de um par de olhos específico. O estádio estava cheio. A semifinal da temporada NFL apresentaria a equipe que prosseguiria para as finais, no Super Bowl. Depois de duas temporadas vergonhosas na última colocação, os Jaguars finalmente estavam de onde nunca deveriam ter saído: no topo.
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  – O que foi, Lawrence?
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  Allen olhava para mim com interesse e uma ligeira impaciência. De fato, não é comum ter o capitão da equipe perdido em devaneios enquanto procura por um rosto conhecido em uma multidão de quase 20 mil pessoas.
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  – Nada – respondo, voltando ao foco, tentando mostrar a determinação necessária para um jogo tão importante como o de hoje.
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  Mas, por dentro, toda a minha determinação estava em conquistar a única garota que abalou todas as minhas estruturas.
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  Eu sempre tive tudo com facilidade.
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  Nunca pedi por uma aparência perfeita, o que hoje eles chamam de beleza exigida pela sociedade. Meus pais são loiros, então, obviamente, nasci loiro. Herdei os olhos azuis da minha mãe e a altura do meu pai. Apesar dos meus quase 2 metros, o treinador particular que meu pai contratou para me tornar um quarterback colegial acima da média fez um bom trabalho em me ensinar a não ser desengonçado e muito menos lento.
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  Por isso, quando completei meus 21 anos no ano anterior, eu tinha tudo: uma beleza que chamava a atenção até de quem não se importava com futebol americano, um talento admirável como quarterback, um contrato milionário com um time que busca sair do limbo e me via como a luz no fim do túnel e mulheres, todas as que eu queria.
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  Nunca passei por uma rejeição. Com uma carreira a cuidar, minha prioridade sempre foi ser um bom esportista; eu deixava de lado todas as garotas que exigiam mais de mim do que eu poderia dar – e todas elas sempre foram assim.
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  Mudar de estado por conta da minha contratação no Jacksonville não mudou muito a minha vida. Tudo continuou exatamente igual; a facilidade de se ter tudo.
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  Até que, um dia, aceitei o convite de um dos meus companheiros de time para ir a uma festa onde haveria universitários locais, ou seja, baderna e muito álcool. Eu estava precisando de um pouco de diversão após um mês de adaptação pesada nos treinos. Tinha que encontrar o balanço entre o meu talento e o dos jogadores atacantes que me acompanhavam.
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  A festa era na casa de um dos estudantes de medicina que era amigo de infância do meu companheiro. Até as 9 da noite, tudo normal. Álcool, tabaco, música alta e muita paquera. As garotas pareciam todas iguais. Muito produzidas, com decotes enormes e um sapato confortável; hoje o salto alto é um luxo deixado para encontros ou eventos importantes.
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  Às 9h30, no entanto, tudo mudou.
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  Foi como se o tempo parasse e só o dela continuasse a seguir. Não tinha nada demais em sua aparência. Era asiática, estatura mediana, até um pouco acima do peso, se é que isso era problema para alguém. Aos meus olhos, ela era perfeita.
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  – Ei, Lawrence, fecha a boca, bro. – Evan, meu amigo, ria da minha cara.
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  Tentei me aproximar da roda dela. Ouvi alguém chamá-la. . Cumprimentei seus amigos, que me conheciam por serem fãs da NFL, mas antes mesmo de chegar nela, alguém a puxou para longe de mim.
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  Durante uma hora inteira tentei abordá-la, mas sempre havia uma pessoa disposta a afastá-la de mim. Era como se o destino não quisesse que ela me conhecesse, mas eu era mais forte que forças sobrenaturais.
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  Foi quando eu estava na cozinha que a vi entrar em busca de um copo. Peguei dois que pareciam usados e levei até a pia, onde ela olhava para dentro com curiosidade.
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  – Se você quiser… – ofereci um dos copos para ela.
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  Seu sorriso iluminou todo o ambiente, eu tenho certeza. Quando seus olhos me encararam, vi que não era só a aura dela que me atraía; seus olhos tinham um tom dourado com leve bronze, com certeza eram capazes de hipnotizar até o maior dos céticos.
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  – Nossa, obrigada! Achei que havia acabado todos! – ela se virou e abriu a torneira da pia enquanto molhava a bucha e pegava o copo da minha mão para lavar. – Quer aproveitar e lavar o seu?
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  – Tudo bem – entreguei o outro copo a ela.
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  Ofereci uma bebida de cor suspeita quando ela enxugou os dois copos com papel toalha, e seu olhar desconfiado me fez sentir uma reviravolta no estômago. Era adorável.
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  – Você quer mesmo que eu beba isso? É verde neon. Tenho certeza que me fará fluorescente – riu, a atenção toda na garrafa.
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  – É um voto de confiança. Você vai se surpreender – depositei um dedo da bebida no copo dela que cheirou antes de tomar um gole.
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  – Caramba!
  Dei risada enquanto ela ria e dizia como uma bebida tão feia poderia ser tão gostosa. Tentei prendê-la em várias conversas, até que uma de suas amigas lhe chamou e a fez se afastar de mim.
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  – Você está obcecado, cara – Evan me disse uma hora mais tarde.
  – Não sei o que acontece… Ela…
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  – Eu sei. tem esse efeito em várias pessoas, acredite em mim.
  – Ela tem alguém?
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  – Isso vai fazer diferença para você?
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  Abri um sorriso e soltei uma pequena risada. Em um mês de convivência direta, Evan me conhecia melhor do que meus amigos de infância.
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  – Solteira. Mas dura na queda. Está focada na medicina.
  – Consigo competir com um curso.
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  – Bro… – ele deu um tapinha no meu ombro. – Boa sorte. Você vai precisar.
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  Achei que era só da boca para fora. Muitas pessoas falavam isso para mim quando eu dizia querer algo e, no fim, era muito mais fácil conquistar do que eu esperava.
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  Com a confiança que sempre tive, fui até o lado externo da casa, onde bebia algo e olhava para o céu.
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  – Meu nome é Trevor.
  – O meu é .
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  – Eu havia esquecido de lhe perguntar – apoiei meus braços na bancada ao lado dela e fingi observar o céu escuro, sendo que toda minha atenção estava mesmo em sua presença.
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  – Acontece quando o papo é bom – ela sorri -, mas eu já sabia quem você era.
  – É mesmo? – olhei para ela com interesse.
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  – Todo mundo está falando de você – ela me encarou de volta –, o novo quarterback que vai salvar os Jaguars da segunda divisão.
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  Dei uma pequena risada e senti meus cabelos caírem em meu rosto, me fazendo usar uma das mãos para empurrá-las para trás.
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  – Eles também falam bastante do seu cabelo – ela comenta.
  – Meu cabelo?
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  – As madeixas de Trevor Lawrence que hipnotizam como a Medusa… – ela imita a voz das pessoas de quem ouviu.
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  Eu poderia rir de seu comentário, já que seu bom humor combina com o que eu gosto em uma mulher, mas ouvir meu nome sair de sua boca foi chocante o suficiente para me fazer engolir seco.
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  – Assim como os seus olhos – tentei mudar o núcleo da conversa para ela.
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  Meu comentário pareceu surpreendê-la. Apesar de estar um pouco escuro, o fato dela desviar o olhar com um pequeno sorriso no rosto me fez entender que estava no caminho certo.
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   tinha os olhos mais incríveis que eu já havia visto em minha vida, mas o que mais me marcava nela, era a maneira como ela tomava conta dos meus pensamentos em todos os momentos em que eu não estava pensando no trabalho.
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  Ao chegar em casa do treino ou até mesmo durante o intervalo, me pegava pensando se ela havia desenvolvido um mínimo de interesse em mim. Quero dizer, não sou um mau partido. Posso ter tido meu momento de galã e paquerado diversas garotas, mas nunca fui do tipo canalha. Não uso ninguém, não sou infiel… por que diabos estou criando um currículo amoroso?
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  Naquela noite lhe dei carona até a faculdade. Ela morava no dormitório e estava de carona, então, enquanto Evan me fazia o favor de segurar a amiga de , eu fiz meu trabalho e ofereci de levá-la até lá. Levou apenas 10 minutos, já que Evan e sua amiga fizeram um bom trabalho de mostrar que não estavam dispostos a deixar a festa tão cedo.
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  – Se quiser mesmo me conhecer, você vai me encontrar.
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  Foi a resposta que recebi quando, no estacionamento da área dos dormitórios, perguntei se podíamos nos encontrar de novo. olhou para trás antes de entrar no prédio e abriu um pequeno sorriso que me assombrou por dias.
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  Fui encontrá-la só na quinta-feira seguinte. Por conta dos treinos, não pude sair e nem correr atrás de informações sobre ela; não foi tão difícil encontrá-la. Muitas pessoas conheciam , devido à personalidade amigável dela.
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  Quando apareci na frente de sua faculdade com um caramel macchiato e um iced americano e meu carro enorme, ouvi diversas risadinhas de garotas que passavam por mim com olhares curiosos. Era uma aposta estar aparecendo ali de surpresa; eu não sabia exatamente do horário dela, mas havia recebido uma dica de que talvez aquele dia a turma dela fosse ter a tarde livre.
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  – Ei, é Trevor Lawrence! – ouvi alguém dizer alto. – Ei, Lawrence! Eu estava na festa do A.J na semana passada!
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  Cumprimentei um cara com aparência latina e um sorriso que poderia brilhar no escuro. Juntei as informações. Se ele estava na festa, então com certeza conheceria .
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  – está aí?
  – ? Ela… ei! ! Tem um superstar procurando você!
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  Olhei na direção que ele olhava e a vi se aproximando com um grupo de garotas, todas segurando seus materiais universitários. pareceu surpresa em me ver ali e abriu um pequeno sorriso quando ouviu as amigas mais próximas cochicharem algo em seu ouvido.
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  – Oi.
  É possível um simples ‘oi’ funcionar como a cartada final de um jogo? O jogo que meu cérebro travou contra o meu coração. Um simples monólogo com duas letras no ataque foi o suficiente para funcionar como 5 touchdowns.
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  – E aí? – me aproximei diretamente dela e dei um beijo em sua bochecha, ouvindo assobios de pessoas ao redor. – Doce ou amargo?
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  – Doce – ela respondeu e lhe entreguei o macchiato. – Você veio.
  – Você disse para eu encontrá-la.
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  – Caramba, , entre já no carro dele! – a amiga mais próxima dela lhe deu um empurrão.
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  Sorri e enviei uma piscadela pela ajuda e dei um pequeno passo para trás, destravando o carro e abrindo a porta do passageiro.
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  Pega de surpresa, olhou para as amigas, que a incentivaram a vir. Eu não sou um maníaco e seria muito mais fácil acabar com a minha vida, por ela ser pública, do que se fosse uma pessoa anônima.
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  – Está com fome?
  – Nossa, faminta. Você não tem treino hoje?
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  – Dia livre. É bom para pairar a mente antes de um jogo.
  – Achei que você não viria.
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  – Te encontrar? – abri um pequeno sorriso, sentindo algo dentro de mim pular de alegria com a ideia de tê-la pensando em mim e esperando que eu aparecesse. – Geralmente não consigo sair em dias de treino. É bem pesado.
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   mostrou grande interesse em mim. Geralmente me sinto como se fosse só mais uma pessoa querendo saber sobre minha carreira de quarterback, mas tê-la fazendo perguntas e mostrando reações quando eu respondia me trazia uma animação maior do que eu jamais tive.
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  Aos poucos, percebi que meu coração e meu cérebro queriam mais do que qualquer outra parte do meu corpo imaginaria poder querer.
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  Terminei o dia selando meus lábios aos seus e foi como se houvesse uma conexão do ato com meu coração decidindo que, a partir daquele momento, eu seria dela.
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  – Ela vai quebrar seu coração.
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  Foi o que mais ouvi quando comentava que estava saindo com alguém.
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  Aparentemente, existe uma regra não dita de que, se você é muito bom em tudo o que faz, eventualmente aparecerá algo ou alguém que acabará com tudo o que conseguiu, porque a vida não tem que ser desequilibrada dessa forma.
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  Meus colegas de time sempre me viram ganhar com facilidade. Mesmo quando nosso time perde, eu ainda estou no meu primeiro ano, então há muito o que amadurecer e melhorar para os próximos – ainda assim, fiz um trabalho muito bom com o que tínhamos até aqui e comparando aos últimos anos.
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  Além disso, de alguma forma e sem malícia, as pessoas esperam que eu sofra um pouco, já que no ponto de vista delas, eu vivo uma vida muito boa.
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  Saber que vou receber o troco de tudo o que ganhei com facilidade em um relacionamento amoroso me causa desconforto. Principalmente porque não tenho controle sobre o outro; todo o resto tenho a possibilidade de mudar o jogo: posso me cuidar mais, me esforçar mais, melhorar meu desempenho. Mas nesta situação só depende exclusivamente de , porque tudo o que faz parte de mim já é dela.
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  – Que tal se eu te apresentar a outras garotas? – Evan me perguntou após o último treino antes do início dos jogos oficiais.
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  O encarei sério.
  – Cara, foi você quem me convenceu a ir naquela festa em que a conheci. Eu deveria ter ficado em casa.
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  – Bem, na minha defesa, eu não imaginaria que você cairia de quatro por uma garota assim que a visse. Não sei se você sabe, mas você não é bem do perfil de quem se apaixona fácil.
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  E eu realmente não sou. Pelo jeito, é possível mudar, sim, da noite para o dia caso o coração e o cérebro decidissem trabalhar juntos.
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  – Eu a chamei para nos assistir amanhã.
  – É sério?
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  – Da área familiar.
  – Caramba, capitão, você está mesmo de quatro por ela.
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  – Bro… – suspirei enquanto jogava meus cabelos para trás com uma mão. – Ela é demais. Toda vez que saímos juntos funcionava como um jogo. Eu criava a minha tática para entender o porquê dela ter esse efeito em mim e o que fazer para sair dessa jogada.
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  – Mas ela sempre ganha no final.
  – Ela sempre ganha.
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  Evan dá um tapa em meu ombro e suspira comigo.
  – Espero nunca passar por isso.
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  Taco minha toalha nele e o vejo saindo entre risadas do vestuário.
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  E foi assim que cheguei ao intervalo entre o segundo e o terceiro tempo, perdendo de 14-0 porque minha concentração está pior do que quando eu tinha 7 anos e meu pai tentava me ensinar como armar uma vara de pescar – no final, eu acabei enganchando um anzol em seu braço e decidimos que eu não tinha a mesma aptidão do meu primo Jake para pegar uns peixes.
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  – Você precisa virar esse jogo, Lawrence – Doug me disse com seu olhar paterno, mas duro. – Aqui eu dou conta de comandar, mas lá dentro, no campo, é só você.
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  – Sim senhor – digo, desviando meu olhar para o time e batendo palmas –, vamos lá, pessoal. Uma jogada por vez, nós conseguimos virar!
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  Mas em minha cabeça diversas jogadas passavam em que eu tentava acertar e acabava errando. Caminho concentrado em direção ao campo após receber as orientações do treinador e limpo a garganta, passando algumas coordenadas a alguns dos meus companheiros.
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  – Ei, Lawrence – Evan se aproximou de mim rapidamente. Olho para ele imaginando que teria alguma estratégia para sugerir, mas ele aponta para trás –, sua garota chegou.
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  Olho na direção onde amigos e familiares ficam; um lugar exclusivo para pessoas relacionadas ao time, e a vejo ali, no fundo, acompanhada de duas amigas. As três vestiam a camiseta do Jaguars, mas só o que eu enxergava era como a cor verde ficava bem nela e contrastava com seus olhos dourados.
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  – Touchdown!
  – E mais um touchdown para os Jaguars! Esse time voltou do intervalo com tudo!
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  – Os Jaguars viram o jogo e saem em disparada! O público vibra com a ótima sequência de pontos lançada por Trevor Lawrence.
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  Ao final do jogo, em meio a celebrações dos jogadores e dos jornalistas que invadiam o campo para celebrar, tiro meu capacete e jogo para um dos colaboradores do time, correndo logo em seguida na direção de , que celebrava com as amigas.
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  Não consegui esperar muito devido a adrenalina. Assim que ela se virou para mim após o aviso de uma das amigas que havia me visto, pego-a em meus braços e a beijo, gerando comoção entre todos ao meu redor.
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  – Você veio – eu sussurrei em meio ao beijo, sentindo seus lábios se curvarem em um sorriso.
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  – Você disse que precisava de mim aqui.
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  Separo nossos lábios e vejo suas bochechas coradas.
  – Eu preciso de você – a beijo novamente e digo –, na minha vida.
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Fim

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