the boy is mine
Parte I – Pare por aqui
Eu encarava . Fazia algum tempo que estávamos calados, deitados na cama. Eu e ele. O maior silêncio que eu já tinha presenciado.
Eu e éramos o casal perfeito. É claro que tínhamos nossa parcela de discussões, é quase impossível não discutir quando se divide a casa com outro ser humano com suas próprias manias e costumes, mas nada realmente terrível… mas mesmo assim havia feito. Ele tinha me traído. Tinha sido apenas uma vez, uma coisa de uma noite com uma garota qualquer depois de uma bebedeira com os amigos. Ele tinha me contado alguns dias depois, e por mais que eu tivesse um nó em minha garganta, após muito pensar, eu o perdoei.
Olhar para ele não era a mesma coisa de antes. Por mais que eu tentasse evitar, na minha mente eu me questionava se ele andava se agarrando com alguma outra por aí. Será que ele havia reencontrado a garota “de uma noite” e os dois continuavam a se encontrar por mais “uma noite”? Minha cabeça começava a criar milhões de teorias, principalmente porque depois do episódio, ele mal me tocava. Mesmo quando eu queria ser tocada.
Tudo bem, nem sempre quando se está num relacionamento com alguém, quando um quer o outro também quer, mas além disso… parecia que tinha perdido o tesão por mim. Por mais que eu tentasse usar dos truques e artimanhas que sempre funcionaram com ele quando eu queria uma noite de amor, parecia que ele não conseguia se sentir estimulado o suficiente para ter uma ereção. Talvez ele estivesse estressado demais? Talvez ele estivesse com coisas demais na cabeça que o impediam de ficar duro diante de sua noiva encenando toda uma cena sensual e instigante? Ou aquela mulher de “uma noite” tinha feito coisas com ele que eu jamais imaginaria?
Depois de pensar e testar as minhas teorias, o que ficou em minha cabeça foi a última opção. Veja bem, eu conheço pessoas que conhecem pessoas, e com a ajuda delas – e de mais algumas informações de amigos meus e de em comum – eu finalmente consegui encontrar a garota da noite.
Eu não sou do tipo realmente ciumenta, sabe? Claro que depois de descobrir a traição eu me senti muito mais insegura sobre mim mesma, mas eu estava superando. Então quando eu encontrei , não foi na intenção de tirar satisfações sobre a traição com ela. Eu queria saber o que ela tinha feito com naquela noite. Entender o que eu poderia aprender com ela para agradar meu futuro marido.
Fiquei surpresa quando soube da verdade: eles tinham tido uma noite razoavelmente comum de sexo, mas com alguns pequenos detalhes que pareciam ter feito diferença. havia feito um bom trabalho com a boca em , algo que eu jamais tinha feito durante nossos momentos íntimos. Além disso, ela também assumiu o controle das coisas, e comigo, era que o fazia.
Saí da casa de a arrastando comigo. Eu queria que as coisas entre mim e voltassem ao normal, funcionassem, e para isso, eu estava disposta a fazer coisas que eu não faria normalmente.
Quando cheguei em casa com ao meu lado, pareceu tenso e confuso, mas eu apenas sorri e nós duas fomos em sua direção. Eu o beijei tentando expressar todo o desejo que eu estava sentindo por ele, e gosto de pensar que consegui, já que soltou alguns barulhos enquanto eu o beijava, além de me apertar com força a cintura.
Com a ajuda de eu o levei para nosso quarto, nossa cama. Ela o beijou com tanta vontade quanto eu. Logo, nós três estávamos sem roupa, e eu encarava numa mistura de expectativa e receio, já fazia algum tempo que nós não tínhamos algo mais íntimo. Decidi colocar em prática o que havia ouvido de , e enquanto ela continuava o beijando, eu me concentrei em estimulá-lo com as mãos e a boca. Ouvir arfar e grunhir entre os beijos de me excitou.
Fui deslizando minha boca até o pescoço de , deixando algumas mordidas por ali. se afastou e passou a nos observar; imagino que aquele não era o tipo de sexo que ela devia estar acostumada, mas para nós, e , era uma experiência diferente.
No momento em que me endireitei sobre , eu o encarei nos olhos. Aqueles lindos olhos que sempre me olhavam com paixão quando nos amávamos… eu o olhava quando começamos a nos encaixar lentamente e eu o senti dentro de mim, me invadindo centímetro por centímetro… mesmo que aquilo já tivesse acontecido dezenas de vezes, era a primeira vez que eu ditava o ritmo do que estávamos fazendo, era a primeira vez que eu podia quase saborear cada segundo.
Nos movemos juntos, e ouvir grunhir querendo acelerar as coisas só me fez querer levar o meu tempo para finalmente fazê-lo. se tocava enquanto observava, soltando gemidos baixos, quando decidi explorar um pouco mais aquelas sensações, tentando encontrar o ponto certo para mim e para ; enquanto eu me movia sobre , peguei uma de suas mãos que estavam sobre minha cintura e o fiz me estimular ainda mais tocando na parte mais sensível de minha intimidade enquanto me penetrava. Soltei alguns gemidos, mais altos do que eu geralmente costumava fazer, meus gemidos se misturaram com os de e , e quando eu finalmente me senti chegar em meu ápice, olhei novamente nos olhos de , e lá estava, estampado nos lindos e perfeitos olhos dele: ele era meu, e aquilo só se confirmou quando eu o senti se esparramar dentro de mim.
Quando nós três nos deitamos na cama, entrelaçados, foi como se as estrelas e o universo tivessem se alinhado…
Parte II – É melhor parar na parte I
O fotógrafo pericial Frederic Young encarou a cena grotesca do seu mais novo ponto de trabalho. Era um complexo de prédios residenciais e a vizinha do apartamento em que ele estava havia acionado a polícia por ter sentido um cheiro estranho vindo da porta ao lado… não deveria ter sido uma surpresa quando abriram a porta do apartamento e se depararam com um cadáver. A questão foi como o encontraram.
Agora que Young estava ali para fazer as fotos da perícia, a jovem de pouco mais de trinta anos já não estava mais ali, mas Frederic podia imaginar a surpresa de seus colegas de trabalho quando viram a seguinte cena: uma mulher abraçada a um homem sentado no sofá e outra mulher com a cabeça deitada no colo do homem. Não seria uma cena fora do normal, apenas um casal com relacionamento diferente, como havia hoje em dia… mas havia mais.
O homem sentado no sofá era um cadáver entrando em decomposição, a mulher com a cabeça no colo dele… bem, era uma cabeça decepada. A única coisa que deveria ser normal era a mulher abraçada ao cadáver, mas bem… ela estava abraçando um cadáver e acariciando uma cabeça sem corpo. Frederic já tinha visto de tudo naquela vida, e tinha a impressão – desagradável – de que aquela cena à sua frente era só mais uma cena.
Suspirou e começou a tirar as fotos tanto dos ângulos que achava pertinente quanto do ponto de vista que os peritos pediam. Em sua cabeça, imaginava o que devia ter acontecido com a mulher viva que havia sido levada para a delegacia em estado alucinado balbuciando sem parar “ele é meu”.
Nota: Eu não estava esperando escrever algo assim, mas estava eu vendo o clipe da música e muito me veio a vibe de You e “amores” problemáticos. Ficou uma mistura louca de AHS, Psicose e outras referências por aí que agora eu esqueci.
Não achei que a coisa ficou realmente restrita, mas como foi um pouquinho além do que eu estou acostumada e porque tem a parte das mortes, decidi deixar ali mesmo :B
Quem sabe esse não é meu passo para começar um dark romance, né? HEHEEH
Subscribe
Login
0 Comentários