Still Love You
AQUELA FOTO… AQUELA NOITE…
Eu não sabia que a dor de amar existia, até que provei deste veneno. Dizem que o amor pode ser a cura de uma pessoa, em meu caso, foi a destruição, pois posso lhe assegurar que minha vida estava bem melhor sem este sentimento. A causadora de tudo isso? Dias, também conhecida por ser a noiva do meu melhor amigo. Como aconteceu? Essa é uma longa história que posso contar em memoráveis e intensos detalhes em outra oportunidade.
Contudo, resumindo o assunto, nos conhecemos em uma refrescante noite de calouros, em que meu amigo, Leandro, passou mal no meio da festa e resolveu encerrar sua noite. Já eu e Gustavo continuamos nossa saga em encontrar a garota mais bonita da noite e disputar para ver quem ficava com ela no final. E lá estava , com um sorriso escondido e olhar animado enquanto derrotava os garotos em uma mesa de truco. Impressionante ver como blefava bem em um jogo de cartas e enganava até quem assistia, foi isso que arrepiou meu corpo, o modo como seu olhar me hipnotizava.
Confesso que naquela época eu era imaturo e somente me preocupava em ser o cara popular que as meninas se matavam para sair no final de semana. Hoje me envergonho em dizer que nunca repeti uma companhia de sexta à noite, porém, a única que eu desejava, agora estava com uma aliança de noivado no dedo, sorrindo para a foto que seria tirada com o grupo de amigos. Os noivos ao centro e eu, acidentalmente ao lado dela, com meu coração acelerado e minhas mãos trêmulas.
Foi apenas uma noite, apenas aquela noite e tudo mudou dentro de mim. A noite mais mágica da minha vida que desejava voltar e fazer tudo o contrário, e sim, como estão pensando, eu ganhei a aposta. Passei a noite com a garota mais incrível do mundo e no dia seguinte agi como o babaca que era, deixando-a descobrir sobre a aposta e não me importando com sua presença em nosso grupo de amizade nos semestres seguintes. Me enganei por tanto tempo não querendo admitir que meus pensamentos se resumiam a ela, talvez por medo de me prender a uma pessoa.
— Estão todos prontos?! — perguntou Grazi, nossa fotógrafa do grupo, enquanto ajustava o ângulo da câmera no tripé, para se juntar ao grupo.
— Anda logo, amiga, está gastando meu sorriso — reclamou Leila, mantendo sua pose de modelo de revista.
— Vem logo, Grazi — disse Gustavo, já impaciente, querendo voltar para sua garrafa de Heineken.
Assim que nossa fotógrafa terminou e programou a câmera, correu para perto e se posicionou ao lado de Leila. Foi em um piscar de olhos, que minha mente me levou até o dia em que Leandro e assumiram o namoro para todos. Uma fria noite de outono, no encontro de rotina de sexta após o trabalho, que nos reunimos no bar do Kevin, para contar as novidades da semana.
Eu precisei me esforçar para demonstrar minha felicidade pelo casal, mas percebeu, afinal, meses antes de acontecer, eu já havia notado a aproximação deles. Mas a pior parte foi na madrugada do dia seguinte em que amargurado, eu me embriaguei e bati na porta do seu apartamento, causando transtornos e finalmente me declarando para ela. Todos os meus sentimentos foram expostos da forma mais absurda possível, e sendo rejeitado da forma mais sutil e respeitosa que ela pode fazer.
E não porque ela me odiava, pelo contrário, tanto suas palavras quanto seu olhar e gestos carinhosos me deram a certeza de que ela me amava, mesmo eu a tendo machucado, ela me amava. E aquele segredo estaria guardado comigo e com os lençóis de sua cama, que pela segunda vez presenciaram o nosso encontro.
— Obrigada por ter vindo — sussurrou ela após a foto ser tirada, assim que todos começaram a dispersar —, mesmo sabendo que te doeria.
— O Leandro é meu melhor amigo. — Eu evitei olhá-la, sem sucesso. — E, infelizmente, você é noiva dele.
A única forma que encontrei foi continuar tratando-a da mesma forma de sempre, com frieza e desprezo, porém, internamente sentindo meu coração sangrando. Eu não iria atrapalhar o futuro de um amigo que considerava irmão por um erro meu do passado, eu tenho que conviver com isso daqui pra frente… Faria o impossível.
— Aquelas palavras… Mesmo estando sóbrio, eu nunca as poderei dizer novamente — afirmei a ela, num tom mais áspero e amargo.
Engoli seco meu orgulho, suportando toda a dor que sentia internamente.
O difícil adeus que dissemos no dia em que terminamos…
Eu te amo mais, Agora as palavras que
Eu nunca posso te dizer de novo.
– Still Love You (사랑했었다) / Lee Hong Gi feat. Yoo Hwe Seung)
Fim
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