Sometimes Red but Always Yellow
Capítulo 1.
ANO 1.
O casal sorriu abraçando mais uma vez cada um dos filhos, a mulher às lágrimas ao se despedir.
— Por Merlin, se comportem! — dizia, vendo-os concordarem aos risos.
— Mas não muito — o homem completou, piscando para os gêmeos. — Não se esqueçam que vocês têm um nome a zelar!
— James! — A ruiva cutucou-o na costela, olhando séria para o marido. — Ele está brincando, vocês dois se comportem!
— Tudo bem, tudo bem — o mais velho concordou, passando a mão pelos cabelos escuros —, não precisamos receber um berrador diferente por semana… Um ou dois por mês é o suficiente!
Lily rolou os olhos, ignorando-o antes de tornar a abraçar os filhos.
— Nos mandem corujas para contar como estão as coisas, ok? E se precisarem de algo, nos avisem, enviaremos assim que possível! E não esqueçam de mandar cartas para Sirius e Remo de vez em quando!
— Tá bom, mãe — Harry concordou, afastando-se da mulher e ajeitando os óculos de aros redondos iguais aos do pai. — Acho que já podemos embarcar agora, não é?
— Está tentando se livrar dos seus pais, garoto? — James arqueou a sobrancelha, colocando a mão na cintura, vendo o mais novo negar rindo. — , eu conto com você para lembrar que tem uma família aqui fora!
— Não posso prometer nada, pai! — Deu de ombros, rindo em seguida. — Podemos ir agora?
— Vamos sentir saudades!
— Nos vemos no Natal! Se eu não receber ao menos uma reclamação por mês, o presente de vocês será horrível!
— Por Merlin, não sigam os conselhos do seu pai ou do Sirius. Estou falando sério, não quero berrador nenhum!
As duas crianças riram, concordando antes de acenarem uma última vez e embarcarem no trem, sentando-se frente a frente na primeira cabine que encontraram disponível. Olharam pela janela por alguns minutos, vendo a paisagem passar rapidamente conforme a locomotiva ganhava velocidade, antes de se encararem sorridentes.
— Acha que vamos conseguir entrar no time? — Harry perguntou, sorrindo de canto.
— Você ouviu o papai, não vão aceitar ninguém do primeiro ano. Talvez ano que vem…
— Mas poderíamos fazer um teste, não? Se formos bons e…
— Harry, nem sabemos se estão com testes abertos! — cortou antes de entrar num assunto que naquele momento parecia muito mais urgente. — Acha que vamos fazer amigos?
— Já conhecemos a Sophie… — o irmão respondeu sem se importar.
— Mas ela não é do nosso ano! — argumentou, mordendo o lábio inferior.
A garota contou os dias para finalmente embarcar para Hogwarts desde que havia recebido a carta da escola no dia 31 de julho, mas assim como ficou extremamente contente com tudo o que viria, também se desesperou com a ideia de não fazer amigos.
Boa parte das pessoas que conhecia até então eram filhos de bruxos que trabalhavam com seu pai no Ministério da Magia ou amigos que Harry havia feito. Embora tivessem nascido no mesmo dia e tivessem muito em comum, o garoto era muito mais extrovertido do que a irmã e fazia amizade com extrema facilidade. realmente esperava que conseguisse fazer alguns amigos por conta própria dessa vez!
— Você se preocupa muito, tenho certeza de que… — o moreno se calou ao verem a porta da cabine ser aberta e um garoto ruivo aparecer, sorrindo sem graça para os dois.
— Será que posso sentar aqui? As outras cabines estão todas cheias. — Os gêmeos se entreolharam, sorrindo um para o outro antes de acenarem para o garoto. — Sou Rony Weasley! — o ruivo apresentou-se, se sentando ao lado de Harry.
— Harry Potter, e essa é minha irmã, !
— Muito prazer! — completou sorrindo em expectativa para o garoto, parecendo tão ansioso quanto ela mesma.
— Qual Casa você acha que vai cair? — Harry emendou em seguida, curioso.
Rony deu de ombros, parecendo constrangido.
— Minha família toda sempre vai pra Grifinória, acho que seria deserdado se eu não fosse…
— Então temos o mesmo problema — riu, apontando dela para o irmão. — Nosso pai provavelmente nos mandará embora de casa se não formos selecionados para a Grifinória!
sentiu um cutucão e virou-se para o irmão com o cenho franzido, vendo-o apontar com a cabeça para o lado. Olhou na mesma direção, não demorando a reconhecer os cabelos loiros de Draco Malfoy, um garoto metido que haviam conhecido semanas antes no Beco Diagonal, enquanto faziam a prova de seus uniformes.
— Pelo menos sabemos que ele vai para a Sonserina — Harry cochichou para só ela ouvir, vendo-a concordar no mesmo instante.
O grupo ficou em silêncio quando uma professora parou na frente de todos, a mulher olhou séria para os jovens alunos, antes de começar a falar.
— Estamos prontos, lembrem-se: suas Casas serão como suas famílias aqui dentro, antes de fazerem escolhas bobas que farão com que vocês percam pontos, pensem nos seus colegas e em como ficarão desapontados. — Olhou por um instante para os gêmeos e, pensou, talvez a mulher já estivesse pressentindo que não poderia confiar muito nos dois, afinal o pai e os padrinhos deles haviam sido terríveis durante seus anos de Hogwarts.
Andaram pelo corredor vendo o teto iluminado com velas, enquanto os demais alunos já estavam sentados em suas mesas, olhando curiosos para os novatos.
— Não são de verdade, é apenas um encantamento. Eu li isso em Hogwarts, Uma História! — ouviu uma garota à sua frente comentar.
Fosse verdade ou não, aquilo só fazia tudo no castelo parecer ainda melhor do que o que já havia ouvido sobre o local desde sempre.
— Quando eu chamar seus nomes, venham até aqui, o Chapéu Seletor vai escolher suas Casas — McGonagall disse segurando um chapéu velho em mãos. — Abbott, Ana — começou chamando e logo uma garota de cabelos escuros subiu no banco de três pernas.
— Lufa-Lufa.
A mesa ao lado começou a aplaudir e a menina correu para sentar-se ao lado de seus novos colegas. O grupo de mais ou menos vinte alunos foi diminuindo aos poucos, e sentia o coração apertar conforme sua vez chegava, ansiosa com o que viria. Sentiu quando o irmão apertou sua mão, sorrindo confiante em sua direção.
— Darling, Evie.
— Corvinal.
— Granger, Hermione.
— Grifinória.
— Malfoy, Draco. — Os dois rolaram os olhos quando o viram aproximar-se do banco.
— Sonserina.
— Potter, Harry.
O garoto sorriu, respirando fundo antes de sentar-se no banquinho. A Professora colocou o Chapéu Seletor em sua cabeça e, instantes depois, o Salão todo pôde ouvir:
— Grifinória.
Harry alargou ainda mais o sorriso, correndo para sentar-se à mesa da nova casa, já aguardando a gêmea juntar-se a ele.
— Potter, .
A garota segurou a respiração, sentindo o coração bater acelerado contra seu peito. Viu o irmão acenar confiante para ela, fazendo joinhas com as mãos. Conseguia ouvir o coração batendo alto, fechou os olhos esperando o que pareceu uma eternidade, até ouvir o Chapéu declarar:
— Lufa-Lufa.
Abriu os olhos descrentes, virando-se para a Professora ao tempo que ouvia a mesa em frente gritar, aplaudindo.
Aquilo só poderia ser um erro. O Chapéu Seletor havia se enganado.
Minerva a encarou com o cenho franzido, confusa com a expressão assustada da mais nova, fazendo um sinal para que ela se levantasse. tirou o Chapéu, entregando-o para a mais velha e andando lentamente em direção à mesa da Lufa-Lufa, olhando por sobre o ombro para Harry que parecia tão desnorteado quanto ela própria.
A garota sentou-se ao lado de Ana Abbott, sorrindo pequeno para ela e para os outros colegas que lhe davam as boas-vindas, ainda sem entender o que havia acontecido. Respirou fundo olhando para o próprio prato, ouvindo ao fundo a professora chamar pelo restante dos alunos, Rony entre eles, o qual, como previsto, terminou na Grifinória. Dumbledore fez um pequeno discurso dando boas-vindas ao novo ano que se iniciava e, segundos depois, a comida apareceu magicamente à sua frente.
Ela ouvia os estudantes conversando empolgados enquanto jantavam, mas continuou encarando o prato vazio à sua frente. Mesmo sem virar para trás, teve certeza que Harry olhava em sua direção, provavelmente buscando a mesma explicação que ela queria para tudo aquilo.
Os Potter sempre estudavam na Grifinória, como apenas ela estava em outra Casa?
Levantou-se quando notou a movimentação ao seu redor, olhando uma única vez na direção da mesa da Grifinória e encontrando o olhar do gêmeo segundos depois. Harry sorriu pequeno em sua direção, sem saber o que fazer.
A garota acenou antes de tornar a virar-se para frente, seguindo os outros alunos pelo corredor em direção ao Salão Comunal da Lufa-Lufa. Acompanhou o pequeno grupo do primeiro ano seguindo a monitora, a qual ela não havia prestado atenção no nome. A loira apontava para alguns cantos enquanto falava, até pararem em frente a uma pilha de grandes barris perto de um recuo de pedra no lado direito do corredor.
— Prestem atenção agora — começou, antes de puxar a varinha das vestes escuras e tocar uma sequência de barris —, é importante que vocês memorizem, pois é nossa senha. Se vocês errarem as batidas, os barris explodem e vocês vão odiar o cheiro de vinagre que vai ficar impregnado nas suas roupas — avisou, vendo o grupo se entreolhar assustado, então sorriu, apontando para a entrada que se abriu. — E não se esqueçam: nossa entrada é secreta, então não contem para alunos de outras casas, ok? Agora sim, sejam bem-vindos à Lufa-Lufa!
olhou para os lados, vendo a sala circular nas cores amarelo e preto com várias plantas e móveis de madeira polida. Embora simples, o Salão parecia realmente aconchegante e um cheiro gostoso parecia preencher o ar por alguns minutos. A Potter ficou em dúvida se era um perfume vindo das plantas ou da cozinha, a qual descobriu não ficar longe do Salão Comunal. Olhou ao redor enquanto a Monitora avisava-os sobre as regras, não se atentando muito ao que poderia ou não fazer na Escola, algo que sua mãe provavelmente choraria ao saber e seu pai daria vivas de alegria!
Parou por alguns instantes, franzindo o cenho e aproximando-se de uma das prateleiras próximas, vendo um cacto acenando em sua direção, antes de começar a mexer-se em uma dança silenciosa. A garota sorriu, tentada a encostar na planta, mas dando um passo para trás antes que se espetasse nos espinhos.
— Muito bem, o dormitório feminino é deste lado — a mais velha apontou para uma porta baixa à direita — e o masculino é por aqui — mostrou a porta à esquerda. — Suas coisas já estão nos quartos, junto com mapas de Hogwarts para vocês saberem como chegar a suas aulas. O horário de cada uma delas também estará em suas camas. A Professora Sprout, de Herbologia, deve passar aqui mais tarde para dar as boas-vindas, ela é nossa Diretora então sempre que tiverem algum problema podem falar com ela. Alguma pergunta?
Ao ver que ninguém disse nada, a garota acenou com a cabeça, despedindo-se antes de andar na direção do dormitório feminino.
Os primeiranistas olhavam ao redor, maravilhados com toda a decoração do local, rindo quando alguma das plantas fazia algo para diverti-los. Aos poucos, foram andando em direção aos seus novos quartos.
sentou-se em uma poltrona perto da lareira, ao mesmo tempo que se sentia bem naquela sala, era como se estivesse fora de seu lugar. Não era o amarelo que deveria predominar em seu uniforme, nem mesmo sabia como começaria a carta para enviar aos pais contando sobre seu primeiro dia. Fechou os olhos respirando fundo ao imaginar a decepção que seu pai sentiria ao saber que a filha não seguiu os passos do restante da família.
— Eu sei que a Prof. Sprout falou para nos dedicarmos aos estudos, mas acho que você não precisa fazer isso antes das aulas começarem!
A garota ouviu uma voz risonha próxima a si, virando-se assustada e dando de cara com um garoto mais velho de cabelos castanhos e olhos acinzentados, parado com as mãos nos bolsos da calça de pijama, sorrindo em sua direção.
concordou sem graça, olhando para o pergaminho em branco a sua frente, enquanto o garoto aproximou-se, sentando na cadeira de frente a ela.
— Está tudo bem? — perguntou curioso, vendo-a concordar com a cabeça, parecendo triste. — Está com saudades de casa?
— Não exatamente… — negou, apoiando o cotovelo na mesa e colocando o rosto sobre a mão fechada. — E você? Por que está acordado?
O loiro deu de ombros, tranquilo.
— Nunca consigo dormir no primeiro dia.
Ela concordou, sorrindo pequeno em sua direção. Ele tornou a olhá-la curioso, passando a mão pelos cabelos antes de ajeitar-se na cadeira.
— Aconteceu alguma coisa?
A Potter suspirou, olhando-o sem graça.
— Eu não deveria estar aqui — disse baixinho, vendo-o parecer ainda mais confuso.
— Em Hogwarts?
— Na Lufa-Lufa.
O loiro abriu a boca por alguns segundos, negando com um aceno e sorrindo de lado.
— Não acredite em tudo o que te falam sobre a Lufa-Lufa, sonserinos e grifinórios sempre se acham os mais importantes, mas não é bem assim…
— Não, não por isso — negou, parecendo ainda mais sem graça. — Minha família toda é da Grifinória, meu irmão gêmeo está lá, só eu vim pra cá… Não achei que isso aconteceria, sempre pensei que eu ficaria na Grifinória como todo mundo!
O lufano concordou, parecendo compreender melhor o problema, sorrindo solidário.
— Não se preocupe tanto, tenho certeza que eles não vão se importar com isso se você estiver gostando daqui.
fez uma careta, não parecendo tão confiante naquilo.
— Tenho certeza que minha mãe não vai se importar, mas meu pai…
— Talvez você o faça perceber que a Lufa-Lufa é tão legal quanto a Grifinória, não? — Sorriu, piscando em sua direção.
— Eu só não entendo o que me fez vir pra cá… — confessou, olhando para as próprias mãos. — Nunca achei que eu tivesse características lufanas…
Ele deu de ombros.
— Talvez você seja muito mais legal do que imagina — respondeu, vendo-a concordar rindo baixo. — Qual seu nome mesmo? — perguntou segundos depois, ao estender a mão para cumprimentá-la.
— Potter, muito prazer!
— Cedrico Diggory, igualmente!
Na manhã seguinte acordou sonolenta, demorando mais que o necessário para se arrumar e sair para o Salão Principal, havia passado algumas horas acordada na noite anterior pegando algumas dicas com Cedrico e conversando sobre assuntos aleatórios até se sentir cansada o suficiente para dormir.
Seguiu um pouco mais atrás de alguns alunos do quarto e quinto ano, preocupada em se perder pelos corredores em seu primeiro dia. Tinha acabado de passar pela entrada do Salão para tomar seu café da manhã quando sentiu os braços de alguém a envolverem, apertando-a carinhosamente.
— Finalmente vocês, bebês, vieram para Hogwarts! Estou ofendida que nem você ou seu irmão foram me procurar no trem! — Ouviu uma voz conhecida, sorrindo antes mesmo de virar-se.
— Olha só, se não é a única sonserina no mundo que tem meu respeito — respondeu rindo, vendo Sophie Winter com os cabelos escuros presos em um rabo-de-cavalo alto, usando as vestes verdes e pretas de sua Casa.
— Falando nisso, me engasguei toda quando vi que você não foi para o grupo dos vermelhos. Eu gostaria mais que tivesse vindo para o lado de Salazar, mas “menos pior” os texugos — disse, fazendo aspas com as mãos. sorriu sem graça, olhando para o lado. — Não se preocupe, tenho certeza que seus pais não vão se importar, James provavelmente fará piadas ruins após passar o choque — disse, vendo a mais nova rir concordando, procurando com o olhar o irmão. — Qual sua primeira aula?
— Transfiguração — respondeu, após pensar por alguns instantes, caminhando juntas em direção às mesas — e você?
— Poções. — Fez careta, respirando fundo. — Não mereço isso logo cedo. Plena segunda-feira, primeira aula do ano. Dumbledore não está de brincadeira!
— Nem quero pensar nisso, papai já disse que está pronto para aparatar aqui se descobrir que Snape está de implicância conosco…
Winter gargalhou.
— Já imagino a cena todinha. Pois bem, texuguinha, vou comer alguma coisa e correr para as masmorras, nos vemos depois! — Piscou, tornando a abraçá-la antes de virar-se para sua mesa. — Se alguém tentar te aborrecer você diz que me conhece e se a pessoa insistir, você me fala o nome depois para eu jogar Bosta de Dragão neles. Remo pediu para eu ficar de olho em vocês dois!
levantou-se após terminar de comer, seguindo com outros colegas de Casa para a sala da Prof. Minerva McGonagall, um tanto aflita por não conseguir encontrar Harry em lugar nenhum, preocupada que seu irmão pudesse ter se perdido ou estar com algum problema. Viu uma garota de cabelos armados andando próxima, reconhecendo-a como a menina que entrou na cabine em que os Potter estavam no dia anterior, perguntando sobre um sapo e falando sobre feitiços.
— Hermione? — perguntou baixo, incerta. A garota virou-se em sua direção, olhando-a curiosa.
— Olá, ! — disse confiante, olhando-a em expectativa. A Potter se sentiu constrangida ao notar, sem nem mesmo saber o motivo. — Posso ajudar?
— Eu… Ahm… — Pigarreou, passando a mão pelos cabelos soltos. — Você viu meu irmão? — A outra rolou os olhos, negando com um aceno.
— Ele e Rony não desceram, devem estar dormindo ainda. Francamente, vão se atrasar para a primeira aula! — disse, parecendo transtornada.
olhou assustada para os lados, sem saber o que fazer, precisava falar com o irmão e, antes de mais nada, esperava que ele não se atrasasse para sua primeira aula do dia.
— Vamos, eles podem encontrar o caminho sozinhos — Hermione disse, esperando-a para continuarem a andar lado a lado. — Como foi ontem? Gostou do seu Salão Comunal? As pessoas são legais? O da Grifinória é muito bonito, mas devo admitir que fiquei um pouco surpresa em não ter ido para a Corvinal, estava confiante que meu lado intelectual seria maior, mas parece que me enganei — falava rapidamente, não notando a expressão surpresa da morena que mal entendia o que ela dizia.
— Você também parecia surpresa, não é? Seu irmão ficou horas comentando que aquilo estava errado.
— Ele falou o quê? — perguntou apressada, segurando-a pelo braço.
Hermione a olhou por um instante, dando de ombros.
— Não prestei muita atenção, tinha outras coisas para fazer — respondeu, olhando-a significativamente. — Tem muita coisa acontecendo, não posso perder essa chance por causa de dois garotos bobos, uh?
A Potter concordou com um aceno, embora não ligasse para nada daquilo.
— Entendo, é claro. Mas você escutou ou não ele falando alguma coisa sobre mim?
Hermione rolou os olhos ao tempo em que chegaram na sala de Transfiguração.
— Ele só parecia surpreso que você foi para a Lufa-Lufa e, se quer saber, achei que estava um tanto decepcionado também. Mas não é como se eu conhecesse seu irmão o suficiente para saber disso! — Tornou a dar de ombros, antes de procurar uma mesa à frente da sala, para sentar-se.
olhou para o lado pensando se deveria procurá-lo, mas antes que desse um passo para fora da sala a professora apareceu, parando atrás da aluna e esperando que ela saísse da sua frente.
— É melhor você achar um lugar, senhorita. — A encarou por um instante, vendo-a sorrir sem graça antes de virar-se à procura de um local vazio, tomando o cuidado para não se sentar junto com Granger: não estava muito interessada em ouvi-la comentando sobre fatos aleatórios sobre Hogwarts.
viu uma garota de cabelos loiros compridos sentada sozinha mais ao canto da sala, notando as vestes azuis da corvina.
— Posso me sentar aqui?
— Claro, fique à vontade! — a garota respondeu sorridente, puxando suas coisas para o lado para dar-lhe mais espaço. — Sou Evie Darling — apresentou-se animada, estendendo a mão, parecendo feliz por alguém sentar-se ao seu lado, visto que muitos dos outros alunos já tinham pares.
— Potter! — Sorriu de volta antes de ouvirem a professora chamar a atenção dos alunos.
Minerva começou a aula dando as boas-vindas ao tempo que explicava um pouco sobre suas aulas e, para surpresa da grande maioria dos alunos, transformou-se em um gato na frente de todos, os quais bateram palmas animados com a demonstração.
— Uau! — Evie disse ao lado da lufana. — Isso não é incrível?
concordou, não parecendo tão surpresa quanto o restante, mas ainda assim sorrindo.
— O que foi?
— Já vi outros Animagos antes — sorriu pequeno, olhando-a de canto —, tenho dois na família.
Darling pareceu chocada com aquela informação, não era sempre que ouvia falar de Animagos, mesmo pertencendo a uma família bruxa, sabia que não eram assim tão comuns, mas não teve tempo de perguntar mais nada a respeito, pois no instante seguinte a professora começou a passar uma atividade, pedindo para que abrissem seus livros.
Quase quinze minutos depois, ouviram a porta no fundo da sala bater e passos apressados. rolou os olhos, embora sorrisse ao notar o irmão junto do ruivo.
— Pelo menos a McGonagall ainda não está aqui… — Rony disse aliviado. — Imagina a cara dela se visse que nos atrasamos?
Harry congelou no mesmo lugar olhando o gato em cima da mesa da professora, fechando os olhos ao vê-la se transformar.
— Brilhante! — Weasley elogiou, surpreso.
— Talvez eu devesse transformá-los em um relógio para não perderem o horário — a mais velha começou, olhando séria para ambos.
— Nos perdemos… — Potter explicou, sorrindo sem graça.
— Ou quem sabe em um mapa — a outra replicou, apontando para uma mesa disponível. — Precisam de um para encontrarem seus lugares?
Os dois apressaram-se para sentar no local indicado e enquanto a professor os deixava a par da atividade, Harry encontrou o olhar da irmã a poucas mesas de distância, fazendo uma careta com a confusão.
Quando os dois períodos de Transfiguração acabaram, os alunos se levantaram apressados, comentando sobre tudo ao tempo que andavam para a próxima aula do dia.
— Como foi que você se atrasou desse jeito? — perguntou ao parar ao lado do irmão com Evie junto dela.
— Fui dormir tarde e não ouvi o relógio, aí acabei me perdendo porque esqueci aquele mapa com a direção das salas, tive que pedir ajuda para uns garotos mais velhos… — explicou-se, juntando suas coisas para sair da sala. — Olá! — Sorriu para a garota ao lado da irmã, vendo-a acenar tímida.
— Ah, esse é o meu irmão, Harry, essa é a Evie Darling — apresentou-os.
— E eu sou Rony Weasley! — o ruivo disse ao juntar-se ao grupo, também estendendo a mão.
— Muito prazer! — A corvina sorriu para os dois. — Acho melhor irmos andando, não é? Dizem que o Prof. Snape é ainda mais rigoroso que a McGonagall! — comentou, apontando em direção à saída, sendo acompanhada pelo trio.
— Não acredito que já temos aula com ele… — O Potter bufou, vendo a irmã concordar tão entediada quanto o próprio.
— Vocês o conhecem? — Evie perguntou curiosa, enquanto andavam pelos corredores em direção às masmorras.
— Não pessoalmente…
— Graças a Merlin! Gostava mais quando era assim! — Harry completou a irmã.
— Então…? — o ruivo incentivou, notando as caretas dos gêmeos.
— Ele veio para Hogwarts na mesma época dos nossos pais e padrinhos — começou a explicar.
— E era insuportável! — o outro acrescentou.
— Não que nosso pai, tio Remo e tio Sirius não fossem… — argumentou, dando de ombros. — Mas Snape era o pior de todos! Chamou nossa mãe de Sangue-Ruim! — acrescentou com raiva, vendo os outros dois parecerem completamente horrorizados com a ofensa.
— E ele já foi um Comensal da Morte! — Harry completou, falando mais baixo para que aquela informação não se espalhasse pelo resto da Escola, sem saber se aquilo era de conhecimento geral ou não.
— Ele o quê? — os outros dois perguntaram horrorizados.
— Aham! — Harry continuou, ignorando o cutucão da irmã, que sabia que não deveriam ficar espalhando um assunto como aquele.
Harry passou a mão pelos cabelos, adorando falar mal do seu professor de Poções; havia escutado tantas histórias sobre o homem que toda a raiva que seu pai e padrinho sentiam acabou passando para ele, sem nem mesmo conhecê-lo, ignorando completamente o fato de sua mãe e Remo dizerem que muitas daquelas histórias eram exagero. — Não é para menos que é da Sonserina, não é?
— Ei, a Sophie também é da Sonserina! — replicou de imediato, vendo-o rolar os olhos. — Ela é prima de segundo grau do meu padrinho, então é como se fosse nossa prima também! — explicou para Evie e Rony que pareciam completamente perdidos.
— Uma sonserina boa entre um milhão. — Harry deu de ombros, voltando a virar-se para os outros dois. — De qualquer jeito, ele era um Comensal de Você-Sabe-Quem, mas parece que se arrependeu antes da queda Dele…
— E como sabem disso?
— Nossos pais e padrinhos lutaram junto com Dumbledore na Primeira Guerra — explicou, sorrindo orgulhosa da família. — Dumbledore disse que Snape passou para o nosso lado antes da queda de Você-Sabe-Quem e ficou como um espião… Algo assim… Aí quando Você-Sabe-Quem perdeu naquele duelo contra Dumbledore e desapareceu, Snape foi contratado como professor de Hogwarts após o julgamento!
— Vocês acham que ele morreu mesmo? — Rony questionou em um sussurro, quando passaram por outros estudantes que caminhavam na direção oposta.
— Não faço ideia! — os gêmeos disseram ao mesmo tempo.
— Nossos pais acham que ele só está sumido, mas que deve aparecer em algum momento… Quando estiver mais forte… — Harry contou, momentaneamente sério.
— Eu espero que não. — Evie negou com um aceno, mordendo o lábio inferior. — Espero que Ele nunca mais volte e os Comensais continuem em Azkaban para sempre! — E logo mudou de assunto virando-se para os gêmeos. — Com o que os pais de vocês trabalham?
— Papai é um Auror — Harry disse orgulhoso, piscando para a loira. — Mamãe estava sem trabalhar enquanto estávamos em casa, agora deve procurar alguma coisa no Ministério. — Deu de ombros. — E os de vocês?
— Meu pai trabalha no Departamento de Execução de Leis, com mau uso de Artefatos Trouxas — Rony respondeu, negando com um aceno. — É a coisa mais entediante possível, mas ele adora os Trouxas… E mamãe também fica em casa, ainda tenho uma irmã mais nova… Meu irmão mais velho, Gui, trabalha no Egito pelo Gringotes, e o Carlinhos está na Romênia estudando Dragões!
— Quantos irmãos você tem? — Evie tornou curiosa.
— Somos sete no total: Gui e Carlinhos são os mais velhos — disse, dando de ombros —, ainda tem o Percy que é o Monitor da Grifinória e Fred e George que estão no terceiro ano. Ano que vem Gina vem pra cá também… E você?
— Ah, eu sou sozinha. — Sorriu pequeno. — E meus pais trabalham no Ministério também.
— Em qual setor? — perguntou enquanto subiam as escadas, passando por alguns alunos da Sonserina.
— Departamento de Mistérios — respondeu em voz baixa.
Os gêmeos pararam de andar olhando chocados para a loira, ao tempo que Weasley tropeçou nos próprios pés, segurando-se no corrimão para não cair.
— Isso é sério? — os Potter perguntaram juntos, vendo-a concordar sem graça, sem dar mais informações sobre o assunto. — Wow!
— Espera! — Harry disse de repente, passando a língua pelos lábios. — Peter Darling é seu pai?
A garota mais uma vez concordou, curiosa por ele saber sobre seu pai.
— Ele ajudou nosso pai em uma missão meses atrás. Papai passou umas semanas no St. Mungus e falou que se não fosse pelo seu pai, ele provavelmente não teria sobrevivido, mas nunca disse muita coisa sobre o que aconteceu… — Harry contou, sorrindo pequeno para a garota, como se agradecesse.
— Ei, bebês! — Ouviram uma voz conhecida por dois deles, virando-se em tempo de ver Sophie sorrindo na direção dos quatro. — Como vai, Quatro-Olhos? — Abraçou Harry o qual ainda não tinha visto, apertando-lhe as bochechas. O garoto rolou os olhos.
— Acho que já passou da hora de você parar de nos tratar como bebês, Winter — resmungou, afastando-se da mais velha.
— É, já estamos em Hogwarts, acabou isso aí! — concordou, cruzando os braços.
— Mas vocês sempre serão meus bebezinhos! — Ela piscou, tornando a puxar os dois para um abraço.
— Só torna tudo mais humilhante — Harry protestou, negando com um aceno.
o encarou, acertando-lhe um soco por ter dito aquilo. Conhecia a sonserina o suficiente para saber que ela adorava constrangê-los e agora realmente não perderia nenhuma chance. Os olhos de Sophie brilharam e o sorriso em seu rosto aumentou.
— Meus queridos, é para isso que o pai de vocês me paga: para ser babá dos bebês! — Piscou, apertando a bochecha de Harry uma segunda vez.
— Como assim meu pai está te pagando? — retrucou, indignada. — Minha mãe sabe disso? E o tio Remo? Acho que deveríamos contar a eles! — Virou-se para o irmão, vendo-o concordar no mesmo segundo, ajeitando os óculos.
A cor sumiu por um instante no rosto da outra, que sorriu amarelo.
— Estava brincando, James jamais faria isso… Não precisa contar nada pra Lily e Remo, ok? — Os irmãos se entreolharam, sorrindo na direção dela, cruzando os braços ao mesmo tempo.
— Só se você parar de nos tratar como bebês e parar de nos fazer passar vergonha.
— Se você parar com isso, talvez nós fiquemos em silêncio.
Winter olhou de um para o outro, bufando ao concordar com um aceno.
— Trato feito. — Estendeu a mão apertando a de Harry, que sorria largamente.
— Só para constar, a gente já sabia. — piscou para a outra, vendo-a abrir a boca em sua direção.
— Vocês me enganaram?
— Moony’s, sempre se achando os mais espertos da casa. — Harry piscou em sua direção.
— Eu não acredito que esse momento chegou — a garota passou a mão pelos cabelos, balançando a cabeça em negação —, vocês realmente cresceram!
Evie e Rony seguravam a risada mais ao canto, logo atraindo a atenção da morena que piscou para eles.
— Já fizeram amigos, não foi? Que orgulho das minhas crianças! Sophie Winter, muito prazer!
— Evie Darling!
— Rony Weasley!
Sophie sorriu largamente para o ruivo, rindo de si mesma.
— É claro que você é um Weasley! Fred e George não me disseram que você já estava começando, achei que seria apenas no próximo ano…
— Você conhece meus irmãos? — Rony perguntou confuso, a outra pareceu ofendida.
— Eu não acredito que eles nunca falaram meu santo nome? Que ingratidão! Com quem você acha que eles passam as detenções? — O garoto pareceu surpreso, vendo-a rir em seguida. — Vou ter uma conversa séria com aqueles dois!
— Vamos logo, Winter, está atrapalhando o movimento. — Ouviram uma voz atrás da garota, virando-se em tempo de ver um lufano se aproximando, seguido por outro, alguns degraus atrás. — Vai logo para a aula do Binns, mulher!
— Me erra, Emmett! — Apontou para os mais novos. — Não está vendo que eu estou ocupada.
— Boa sorte, Snape está pior do que nunca hoje! — Fez um joinha com a mão para o quarteto. — Vamos, Ced? — Acrescentou quando o amigo se juntou a eles, vendo-o concordar.
Diggory olhou para o pequeno grupo, reconhecendo apenas a lufana com quem havia conversado horas antes, sorrindo para ela.
— Oi!
— Vocês já se conhecem? — Sophie perguntou curiosa.
— Ela está na Lufa-Lufa, não é? — Cedrico riu, apontando para seus uniformes.
— Grande coisa, acha que eu conheço todo mundo que entrou ontem para a Sonserina? — Em seguida virou-se para a garota, apontando com o dedo para ela. — E você, abre seu olho, . Vou contar para o seu pai se você começar de amizade com o Diggory e acabar virando uma estudante exemplar. Lufa-Lufa será o menor dos seus problemas!
A garota arqueou a sobrancelha, ao tempo que Cedrico riu, negando com um aceno.
— Era só o que faltava, temos uma Winter na Lufa-Lufa! — Emmett negou, erguendo as mãos para cima.
— Muito pior — começou, sorrindo largo —, uma Potter.
A sonserina gargalhou, passando o braço pelos ombros da mais nova.
— Eu sabia que vocês dois não me decepcionariam!
Quando finalmente entraram na sala para a aula de Poções, viram Severo Snape sentado atrás de sua mesa com o olhar baixo em um pedaço de pergaminho, não dando atenção aos alunos que entravam. Os Potter decidiram sentar-se juntos naquela aula, na mesa ao lado de Evie e Rony, enquanto Hermione sentava com uma garota da Sonserina na mesa à frente dos gêmeos.
O Professor de Poções começou seu discurso instantes depois, andando lentamente pela sala e olhando para os alunos, até parar nos Potter reconhecendo-os de imediato: Harry era a cópia do pai, com exceção dos olhos verdes, enquanto era a mistura completa de James e Lily, tendo os olhos e cabelos escuros do pai, mas todas as outras feições da mãe.
— … Não espero, é claro, que todos entendam e valorizem essa nobre arte — passou a língua pelos lábios, voltando-se para os gêmeos —, imagino que alguns não tenham qualquer aptidão para Poções, enquanto para outros faltará o conhecimento. — Então sorriu para eles. — Me digam, o que eu obteria se adicionasse raiz de asfódelo em pó a uma infusão de losna?
Os dois se entreolharam, dando de ombros. Hermione, na cadeira da frente, levantou a mão no mesmo segundo.
— Não sabem? Vamos tentar de novo. Aonde vocês encontrariam bezoar se eu pedisse para buscá-lo?
Mais uma vez, Granger ergueu a mão.
— No Beco Diagonal? — arriscou, olhando-o inocente. Parte da sala explodiu em risadas, mas só até o professor erguer a mão, sorrindo irônico para a garota.
— Vemos de longe que vocês são a cópia exata do pai de vocês mesmo, ele também não fazia o mínimo esforço para aprender, achando que suas piadas e brincadeiras o levariam a algum lugar.
Harry estava pronto para gritar com o professor por ter ousado falar o nome de seu pai daquela maneira, mas a irmã tocou em seu braço, impedindo-o de falar.
— Desculpe, professor, estávamos esperando que o senhor nos ensinasse, mas veja, Hermione sabe as respostas, por que não pergunta a ela? — Sorriu, antes de continuar. — Mas o senhor está certo, somos idênticos ao nosso pai, o senhor deve conhecê-lo bem, talvez se lembre que após Hogwarts ele virou um grande bruxo e lutou durante a Primeira Guerra…
— Sim, ele deixou as brincadeiras de lado e venceu alguns duelos contra Comensais da Morte — Harry completou, sorrindo de canto para o homem.
Severo pareceu perder a pouca cor ao ver os sorrisos nos lábios dos gêmeos, tinha certeza que James Potter teria contado aos filhos tudo o que havia acontecido anos atrás. Respirou fundo, antes de virar-se para Granger.
— Abaixe essa mão, não te perguntei nada. — E então tornou a olhar para os Potter, sorrindo irônico. — Menos 10 pontos para Lufa-Lufa e Grifinória, já que vocês nem se deram ao trabalho de abrirem seus livros.
Snape voltou a andar para a frente da sala, começando a escrever no quadro, os dois se entreolharam, negando com a cabeça.
— Papai acabaria com ele de novo, talvez até mais rápido do que da última vez.
Ao final das aulas, ao ver que a irmã também já havia terminado o jantar, Harry fez um sinal com a mão para a garota que o acompanhou para fora do Salão Principal, sentando-se lado a lado na escada.
— Está tudo bem? — perguntou, vendo-a concordar sem entender. — Quero dizer com você na Lufa-Lufa.
— Ah… — Deu de ombros, colocando o cabelo atrás da orelha. — Não são ruins… Eu gostei do Salão Comunal e gosto das cores. — Apontou para seu uniforme amarelo e preto, vendo-o concordar. — Só foi estranho ontem, porque não esperava que fossem nos separar…
— Eu sei, estou até agora sem acreditar nisso na verdade. — Passou a língua pelos lábios, ainda um tanto surpreso com o desenrolar das coisas. — Mas até que faz sentido, não? Já imaginou dois Potter na mesma Casa? McGonagall enlouqueceria! — Piscou, vendo-a sorrir pequeno.
— Acha que papai e os outros vão ficar chateados?
— Você já contou para eles? — A olhou nos olhos, vendo-a concordar com um aceno.
— Mandei minha coruja na hora do almoço, não sabia direito como falar…
Harry passou o braço sobre os ombros da irmã, puxando-a mais para perto, sorrindo confiante em sua direção.
— Ele só vai ficar surpreso, como nós dois ficamos, mas não vai ser nada demais, . Não é como se ele fosse gostar menos de você porque agora você é uma lufana… E tenho certeza que Sirius vai estar gargalhando no Natal, fazendo brincadeiras sobre a Lufa-Lufa! E mamãe e Remo vão ficar felizes se você estiver feliz, certo? E mais ainda se não quebrarmos nenhuma regra! — Piscou, escutando-a rir baixo.
— Pelo menos já perdemos nossos primeiros pontos em meio dia de aula, papai vai ficar feliz com isso!
— Mas eu não contaria para nossa mãe antes de perdemos uma quantia significativa, porque assim vai valer à pena o sermão de três pergaminhos que ela vai mandar! — A garota concordou, abraçando o irmão por alguns segundos antes de ouvi-lo perguntar em voz baixa. — Você acha que está muito cedo para invadirmos a Floresta Proibida?
Com mais de dois meses que as aulas haviam iniciado, embora sempre tivessem algum problema nas aulas de Poções, tudo seguia normalmente bem para os Potter em Hogwarts. A família havia, de fato, ficado realmente surpresa com a ida de para a Lufa-Lufa, a garota recebeu uma carta enorme de James e Sirius dizendo que aquilo deveria ser um engano, não era possível que a garota não fosse para a Grifinória. Remo e Lily, por outro lado, pareceram muito felizes com aquilo, incentivando-a a fazer mais amizades e garantindo que o pai e o tio estavam exagerando no drama, como sempre, mas que também estavam felizes por ela estar bem e esperavam que ela pudesse aproveitar muito.
Ao tempo que Harry mantinha uma boa amizade com Rony Weasley e Hermione Granger (o que no começo foi uma pequena surpresa para a irmã, já que Hermione tinha mania de corrigir todo mundo), aproximou-se cada vez mais de Evie Darling com quem passava todos os intervalos ao lado. Também passava algumas horas por semana com Sophie, embora a mais velha parecesse mais ocupada em quebrar o máximo de regras possíveis com os gêmeos Weasley.
E, é claro, para fazer jus ao nome da família, os Potter mantinham uma quantia semanal de pontos perdidos para suas Casas, mas nada muito chamativo. A ideia inicial de Harry para invadirem a Floresta Proibida ainda não havia sido colocada em prática, pois não sabiam como burlar a segurança do Castelo após o horário de dormir.
Os dois ficaram chateados ao saberem que os testes de Quadribol não estavam abertos naquele ano, mesmo que no fundo já esperassem. Contudo, o time da Grifinória era bom e aquilo ficou claro logo no primeiro jogo contra a Sonserina, na qual ganharam com uma larga vantagem, a Lufa-Lufa, entretanto, foi uma decepção sem tamanho para a garota.
— Eu não posso nem olhar para isso — resmungou ao lado do irmão na arquibancada, negando com um aceno.
— Eles realmente deveriam abrir os testes, estão precisando — Harry concordou, dando palmadinhas em suas costas. — Por Merlin, eles são horríveis!
— Pelo menos é o último ano da maioria. — Ouviram uma voz próxima, olhando por sobre o ombro e vendo Emmett Montgomery resmungar da fileira de cima, parecendo tão decepcionado quanto a garota. — Ano que vem devem abrir algumas vagas… O problema vai ser esperar essa temporada acabar. Diggory, a culpa é toda sua! — Virou-se para o melhor amigo que permanecia de braços cruzados, olhando descontente para o jogo.
— Como é? — o loiro perguntou, virando-se por poucos segundos, não parecendo notar os Potter no banco da frente.
— Se você não tivesse sido burro, teria entrado no time ano passado, pelo menos teríamos um apanhador bom, mas nãaaao — Emmett o encarou, cruzando os braços —, você precisa acreditar em tudo o que te falam, nem a Helga era tão ingênua, Cedrico!
— Ah, cala a boca! — reclamou, tornando a olhar para o jogo quando ouviu Lino Jordan anunciar mais um gol para a Corvinal.
— O que aconteceu? — os dois perguntaram ao mesmo tempo, olhando para Emmett.
— Sabe o nosso “grande” apanhador? — perguntou debochado, apontando para o jogador com o 7 reluzente, os mais novos concordaram. — Ele e Ced estavam competindo pela vaga ano passado, mas o irmão do cara, que estava no último ano, falou para o bom moço aqui — apontou para Diggory, distraído com a partida — que o Snape queria vê-lo na sala de aula e falar sobre um trabalho. O Ced foi até lá e acabou sendo Estuporado e com isso perdeu o teste. Agora temos que esperar até o ano que vem para poder fazer.
— E aquela história que os lufanos são leais e justos? — Harry perguntou confuso, enquanto olhava de canto o loiro.
— Ah, meu leãozinho, não é sempre assim, não. — O outro deu de ombros, suspirando. — Você acha que todo mundo que está na Grifinória é corajoso? Claro que não, toda Casa tem alguém que não deveria estar nela.
Harry encarou a irmã que qual rolou os olhos.
— Nem venha!
— Faria mais sentido você na Sonserina do que na Lufa-Lufa — o outro declarou, a garota o socou no ombro. — Estou falando sério, você é muito orgulhosa para ser uma lufana.
— E você um babaca.
— Crianças, não briguem! — Montgomery riu, colocando as mãos em seus ombros, fazendo com que eles se virassem para olhá-lo. — Você já está na Lufa-Lufa, superem. E o mais importante: você joga Quadribol? Em qual posição?
— Artilheira! — Sorriu, vendo-o fechar os olhos e negar com um aceno.
— Infelizmente só vamos ter uma vaga, a menos que alguém se machuque.
— Vai abrir para quê? — questionou no mesmo instante, Emmett apontou com a mão para os jogadores.
— Apanhador e batedores. Tem uma vaga para Artilheiro, mas também estou de olho nela! — Piscou para a garota, a qual arqueou a sobrancelha. — E, como já estarei no quarto ano, tenho um pouco mais de vantagem, eles nunca chamam jogadores antes do terceiro.
— O quê? — os dois irmãos disseram ao mesmo tempo, o lufano encarou Harry, negando com um aceno.
— Não sei como funciona na Grifinória, acho que o Wood não se importa com isso desde que você seja bom — então virou-se para a outra —, já nosso capitão prefere tamanho do que habilidade, como deve ter reparado.
— Quem é que escolhe quem vai ser Capitão e como faço para escolherem outro?
Montgomery começou a rir, mas parou instantes depois que ouviram o apito final de Madame Hooch, quando o jogador da Corvinal conseguiu pegar o Pomo-de-Ouro.
— Helga Hufflepuff que nos ajude, a temporada será longa.
Harry foi o primeiro a se aproximar abraçando o pai ao tempo que foi esmagada por Lily. Instantes depois os dois irmãos inverteram, enquanto o garoto era agarrado pela mãe, a irmã olhou para o pai sem jeito.
— Eu ainda não posso acreditar que coloquei no mundo uma criança legal o suficiente para acabar na Lufa-Lufa! — James falou em voz alta, abraçando-a apertado, sendo correspondido da mesma maneira por uma sorridente e aliviada. — Estou tão orgulhoso de você! E de mim mesmo, porque claramente puxou ao meu lado!
— Até parece! — Lily rolou os olhos, os braços ainda sobre os ombros do filho, encarando o marido de cara fechada. — Se dependesse de você e Sirius nossos filhos acabariam na Sonserina!
James pareceu extremamente ofendido, os olhos arregalados e a boca aberta.
— Como ousa! — disse descrente, logo puxando a filha pela mão. — Vamos , somos legais demais para ficar perto de sua mãe, ela jamais iria para Lufa-Lufa!
Durante os dias de férias, os Potter andaram ocupados com a decoração e preparativos de Natal e Ano Novo. Como não poderiam viajar naquele ano devido ao trabalho de James e Sirius, acabaram por realizar um grande jantar: além de Sirius e Remo, que eram sempre visitas constantes em Godric’s Hollow, Lily convidou Aaron e Sophie, primos de Lupin e Ninfadora Tonks, sobrinha de Sirius e uma Auror recém contratada pelo Ministério.
Os gêmeos e Sophie achavam a mulher divertidíssima, uma metamorfaga de cabelos coloridos que adorava a atenção deles.
— Minha vida seria tão mais fácil se eu pudesse fazer isso… — a sonserina comentou, após uma crise de risos.
— É claro que seria — Harry concordou, passando a mão pelos cabelos. — Faça o Snape de novo! — pediu para a mulher, que gargalhou.
— Menos dez pontos para a Grifinória por querer se divertir às minhas custas, Harry Potter — a mulher disse com a voz e rosto do professor de Poções, vendo-os rirem histericamente.
— Ei! — James reclamou ao ver o que acontecia. — Tudo muito bom, mas eu me recuso a ver a cara de Severo mesmo que numa brincadeira! Não sob o meu teto, Tonks! — Apontou para a mulher que logo mudou os cabelos para os roxos de sempre, rindo para ele.
— Sem problemas!
— Como é trabalhar com o Moody? — perguntou após alguns instantes, sentada no chão da sala e segurando o gato alaranjado e peludo nos braços, o qual ronronava, dormindo no colo da dona, aproveitando o carinho.
— Excelente, me dá um pouco de medo às vezes — confessou, dando de ombros —, mas é bem divertido. Espero passar no treinamento!
— Tenho certeza que não será um problema para você. — Remo sorriu em sua direção, amável, antes de sentar-se na poltrona próxima a afilhada.
— Como é que você não quis ser um Auror, tio? — Harry perguntou ao virar-se para o homem, mexendo no rabo peludo do gato no colo da irmã.
Remo sorriu pequeno na direção deles, dando de ombros.
— Não acho que minha saúde me permitiria algo assim…
— Está brincando? Você seria o mais forte de todos! — a garota replicou, vendo-o rir ao tempo que Sirius aparecia na sala, parando ao lado das crianças.
— Como é? — disse ofendido, cruzando os braços. — Ouviu isso, Pontas?
— O que foi? — o outro perguntou ao voltar para a sala com uma garrafa de bebida, o cenho franzido.
— Sua filha acha que Aluado é o mais forte de nós!
— Garota, você acha que eu te criei para isso? — o mais velho acusou, negando com a cabeça. — Eu posso aceitar você ir para a Lufa-Lufa, mas começar a dizer que outros bruxos são mais fortes do que eu já é demais!
— Você foi para a Lufa-Lufa? — Tonks perguntou de repente, alargando o sorriso ao vê-la concordar. — De longe a minha Potter preferida! — Piscou em sua direção. — Você já aprendeu todos os segredos do Salão Comunal? Não?! Criança, temos muito o que conversar! Você vai adorar!
abria seus presentes sorridente, rindo ao ver uma caixa azul e prateada enviada por Evie, abriu vendo vários chocolates junto com um jogo de penas coloridas e um pergaminho de uma cor mais escura.
— Quem foi que te deu isso? — Sirius perguntou ao seu lado, sentado no sofá com uma taça de hidromel na mão.
— A Evie… O que tem? — perguntou confusa, não vendo diferença no objeto.
— É um Pergaminho Invisível, veio com a pena também? — questionou, vendo-a mostrar o restante do presente. — Muito bom, assim vocês podem conversar e ninguém pode ler o que está escrito, só vocês duas. E vocês podem conversar à distância, o pergaminho sempre brilha quando recebe um recado.
— Ela pode me passar as respostas das provas? — perguntou surpresa, sorrindo amarelo em seguida. — Estou brincando, mamãe, Evie nunca me passaria as respostas.
— Oh, que bom saber que não é você quem não pediria, e sim sua amiga quem não cederia à pressão!
— Como é que eu não ganhei um desses? — Harry perguntou ao ver o presente da irmã.
— Aqui, ela te mandou uns chocolates também! — A outra apontou, entregando-lhe um saquinho com doces sortidos que estava dentro da caixa e continha o nome do garoto.
— Hm… Mas não é a mesma coisa! — resmungou, aceitando os doces.
— Você ao menos mandou alguma coisa para a garota? — James questionou olhando para o filho, que deu de ombros.
— Eu dei dinheiro pra comprar por mim…
— E você mandou um livro sobre os fundadores de Hogwarts que ela vai amar pois ela adora ler, não se preocupe.
— Receberam o meu presente? — Sophie perguntou alto do outro lado do cômodo, abrindo os próprios ganhos, vendo mais um agasalho verde esmeralda tricotado por Molly Weasley, com um grande W dourado.
— Não! — falaram ao mesmo tempo, procurando nas outras caixas alguma referência da amiga.
— E não iriam receber mesmo — Aaron negou ao lado da sobrinha —, tenho certeza que Lily e James não gostariam daquilo.
— Você não trouxe o meu presente? Aaron! — a morena perguntou chocada, encarando-o de lado.
— O que era? — perguntaram ao mesmo tempo, em expectativa.
— Bombas de Bosta, achei que vocês poderiam usar nas aulas de Poções!
— Sophie! — Aaron, Remo e Lily disseram ao mesmo tempo, enquanto James, Sirius, os gêmeos e Dora riam.
— Poxa, não acredito que não ganhamos nem nossas vassouras, nem as Bombas de Bosta! — Harry reclamou chateado, olhando de canto para os pais, ainda sentido pela falta das vassouras.
— Vocês nem estão no time de Quadribol — o mais velho deu de ombros, passando a mão pelos cabelos —, quem sabe no próximo ano.
— Por que só eu não ganhei um desses? — A garota apontou ao ver Sophie e Harry usando seus agasalhos, o do irmão era vermelho escuro, da mesma cor da Grifinória.
— Te falta um Weasley na vida, texuga! — a Winter respondeu, piscando em sua direção.
— Mas o seu está aqui… — Harry apontou para outro pacote, próximo a árvore de Natal. A garota sorriu largamente, rasgando o embrulho.
— Eu acho que é verdade — James começou, levantando para pegar mais uma garrafa de bebida ao ver que o Hidromel estava no fim —, mimamos demais esses dois.
— Eiiii!
— A culpa foi toda sua. — Lily apontou para o marido, e então virou-se para Sirius e Remo. — E de vocês também. Eu sempre disse que não era uma boa ideia!
— Oras, e não é a função dos padrinhos estragarem as crianças? — Black defendeu-se, piscando para os dois, ao tempo que a mais nova colocava o agasalho amarelo com sua inicial em preto que havia ganhado dos Weasley, achando aquele o melhor presente de todos por saber que a mãe de Rony só fazia para quem a mulher considerava da família.
— Ainda sobrou um — Harry comentou, pegando uma caixa embaixo da árvore de Natal —, é para você, mãe! — disse, entregando para a mulher ao ver o cartão em cima do mesmo.
Lily franziu o cenho, parecendo surpresa instantes depois.
— Quem mandou? — James perguntou ao voltar para a sala, oferecendo mais bebida para os convidados.
— Petúnia — respondeu, abrindo o pacote, rindo de lado.
— O que é?
— Um porta-retratos. — Mostrou ao tirá-lo da caixa, um porta-retratos de plástico com cores chamativas.
— Coloca uma foto do Gengibre nele! — a filha sugeriu, apontando para o gato que estava mais ao canto, brincando distraído com a bolinha que havia ganhado.
— Por que esse gato parece tão estranho? — Dora questionou ao olhar o felino, o cenho franzido.
— Ele é meio Amasso — James explicou, rindo de canto. — Apareceu por aqui anos atrás, as crianças começaram a dar comida e ele nunca mais foi embora. O levamos no petshop para ver se ele não tinha nenhuma doença e o cara disse que ele é uma mistura de gato doméstico com Amasso.
— Um bom gato — Sirius concordou, olhando para o animal, usando a varinha para fazer a bolinha afastar-se para o bicho correr atrás —, e olha que eu prefiro cachorros.
— Ainda não acredito que não me deixaram levá-lo para Hogwarts! Eu poderia usar a coruja do Harry para mandar cartas para vocês.
— Ele só ficaria estressado, e acabaria se perdendo no terreno. O que acha que aconteceria com ele se fosse na Floresta Proibida e acabasse esbarrando com centauros? Ou qualquer outra criatura? Provavelmente seria devorado — o pai explicou, já tendo tido aquela conversa dias antes do embarque dos filhos para Hogwarts.
— Não sei, não — Remo ponderou, também vendo o gato brincando pelos cantos —, ele é bem esperto, talvez não fosse assim tão ruim. Você não disse que ele te reconheceu todas as vezes que virou cachorro? — Virou-se para Sirius que concordou com um aceno.
— Eu não quero ser responsável pela morte do Gengibre — Harry negou. — Deixa ele aqui que é mais seguro. — Então virou-se para o pai, curioso. — O que mais eles têm na Floresta Proibida?
No final do dia, após os convidados terem ido embora, James subiu as escadas para o segundo andar da casa, sorrindo animado com o que estava prestes a fazer.
— Mãe, o Harry não quer devolver meus doces! — Ouviu a voz da filha, gritando no andar de baixo.
— Eu não fiz nada! — o garoto retrucou no mesmo instante, com a boca cheia.
— Já chega vocês dois. Vão já tomar banho e dormir! — Lily respondeu, ao tempo que James voltava para a sala, vendo a mulher separar os dois filhos que rolavam no chão. — Não acredito que não podem passar uma semana sem brigarem! Sophie me falou que na escola vocês estão se dando muito bem, qual é o problema?
— Em Hogwarts a gente não precisa passar o tempo todo juntos… — A garota deu de ombros. — Ainda bem que eu fui para a Lufa-Lufa ou já teria jogado Harry da Torre da Grifinória!
— Puff, vai lá com a sua Casa perdedora… — O outro cruzou os braços. — Bem feito, eles têm o pior time de Quadribol!
— Cala boca! — rebateu frustrada. — E vai ser melhor ano que vem!
— E você acreditou nisso? — Harry debochou.
— Já chega! — James gritou, fazendo os dois virarem-se assustados, raramente o pai brigava com eles, mas as poucas vezes que aumentava o tom de voz, os fazia parar antes de acabarem de castigo. — Não quero mais saber de vocês dois brigando, muito menos se batendo desse jeito. Não me importa se é aqui ou em Hogwarts, se eu descobrir que vocês estão brigando, vou pegar isso de volta — disse, levantando um pacote em suas mãos e mostrando para os dois.
— Ah, não! — Lily reclamou no mesmo instante ao ver o que era. — James, não.
— É uma herança de família e eles já estão na idade! — respondeu, antes de virar-se para os filhos, sentando-se no sofá e fazendo sinal para que eles se aproximassem, sentando um de cada lado do pai, os olhos cheios de expectativas. — Temos apenas uma, então vocês precisam descobrir um jeito de dividir de forma justa, já que cada um ficou em uma Casa diferente.
— O que é? — perguntaram ao mesmo tempo, James sorriu abrindo ele mesmo o pacote. — Uma capa?
— Não é uma capa qualquer! — avisou, ficando em pé e jogando a mesma sobre si.
Segurou a vontade de gargalhar ao ver as expressões surpresas dos filhos. — Espero que façam bom uso!
Segurou a vontade de gargalhar ao ver as expressões surpresas dos filhos. — Espero que façam bom uso!
Curiosidade: Inicialmente a pp era pra ser filha de Sirius, mas como a idade é a mesma de Harry, além da personalidade ser muito parecida, acabaram sendo gêmeos.
E a fic toda foi escrita em mais ou menos 5 horas. Enquanto escrevia, as ideias vinham surgindo (resultando em mais 2 shorts).
Capítulo 2.
ANO 2.
sorriu para o irmão ao vê-lo se aproximar com um sorriso de orelha a orelha, segurando sua Nimbus 2000.
— Parabéns, não fez mais que a sua obrigação! — disse rindo antes de abraçá-lo, contente que ao menos um dos dois fosse jogar Quadribol aquele ano. — Papai vai ficar feliz!
— Agora preciso pegar o Pomo! — Riu virando-se para Rony, Mione e Evie que estavam juntos assistindo ao treino.
— Tenho certeza que será brilhante! — Darling comentou confiante, vendo-o sorrir ainda mais em sua direção, agradecendo. A corvina sentiu as bochechas esquentarem, olhando para o lado no segundo seguinte e vendo o restante do time da Grifinória andando para fora do campo.
— Agora sim todo mundo vai realmente saber quem você é — Rony comentou, colocando as mãos nos bolsos —, o legado de James Potter entrará em ação!
— Antes tarde do que nunca! — concordou, logo desfazendo o sorriso orgulhoso. — Você tem que me prometer que não vai deixar a Lufa-Lufa ser humilhada!
— Achei que você tivesse dito que esse ano seria melhor… — o outro respondeu, arqueando a sobrancelha.
— Imagino que sim, Diggory e Montgomery devem entrar… — explicou, caminhando junto dos amigos para fora do gramado. — Mas quero prevenir uma humilhação.
— Que bom que você confia no seu time! — Rony riu.
— Vou confiar quando eu estiver nele!
As duas garotas estavam entrando na biblioteca quando a lufana suspirou, negando com um aceno.
— Não acredito que você me convenceu a vir aqui de novo, as aulas mal começaram!
— Eu só preciso devolver uns livros — a loira respondeu — e não seria tão ruim você estudar um pouco, não é?
— Não sei, meu pai não ficou muito feliz quando eu contei que você era uma aluna dedicada, achou que você pode ser uma má influência! — retrucou rindo.
Darling rolou os olhos, sorrindo de canto.
— Meus pais, por outro lado, adoraram você, ficaram bem felizes que seus pais deixaram você ficar uns dias lá em casa — contou, sorrindo para a amiga antes de entregar os livros para a bibliotecária, esperando que ela revisasse tudo antes de saírem.
— É claro que sim, me comportei muito bem — piscou, vendo-a concordar aos risos —, agora falta você ir passar a semana na minha nas próximas férias!
A corvina suspirou, fazendo uma pequena careta, respondendo em voz baixa:
— É mais complicado, meus pais não confiam muito em me deixar sair de casa…
— Por que não?
— Por causa do trabalho deles, acham que pode ser perigoso, entende?
— Mas você estaria em segurança conosco, temos dois Aurores e minha mãe que, sinceramente, acho que coloca medo até no meu pai e no meu tio.
Darling riu, concordando.
— Aposto que sim! Acho que eles devem ficar mais tranquilos por conhecerem seu pai — comentou, mordendo o lábio inferior —, papai disse que ele e Sirius são muito bons no trabalho.
— São sim, mas nunca soube de muita coisa, eles evitam falar sobre as missões, só quando acontece algo engraçado — explicou, logo vendo Madame Pince sinalizar que estava tudo bem e elas virarem-se para sair dando de cara com alguém assim que passaram pela porta.
— Você está bem? — olhou para cima, vendo Cedrico parado à sua frente.
— Ahm… Sim, sim, desculpe… — Sorriu sem graça, antes de puxar a amiga pelo braço. — Até mais!
Evie esperou estarem alguns metros afastadas antes de encarar a garota, segurando a risada.
— O que foi aquilo?
— Aquilo o quê?
— Por que saiu correndo desse jeito?
— Não faço ideia do que você está falando!
Evie a encarou desconfiada, aumentando o sorriso.
— Você gosta dele!
— O quê?! — Potter gritou com a voz fina, pigarreando em seguida. — Tá doida?
— Então por que está vermelha desse jeito? Faz dias que eu vejo que você fica sem graça quando ele está por perto, agora faz sentido! É isso, não é? Ah, eu sei que é!
— É claro que não…
— ? — chamou baixinho, colocando a mão no ombro da amiga. — Não se preocupe, não vou contar para ninguém.
Potter mordeu o lábio inferior, passando a mão pelos cabelos.
— Não é nada demais, eu só comecei a achar ele bonito…
— E é mesmo! — Evie concordou, sorrindo para a amiga. — E ele é legal também! Acho que você deveria se aproximar, fazer amizade com ele.
— Está doida? — questionou, negando rapidamente. — Sem chances, a gente mal se fala, no máximo nos damos oi no Salão Comunal, não tem nem motivos para eu começar a conversar com ele. E é melhor assim, se quer saber, além do mais, ele está saindo com outras garotas, você não viu?
— Ah, mas isso é porque ele é mais velho…
— Exato. Além do mais eu só acho ele bonito, vai me dizer que você não acha ninguém na escola bonito?
— Rogério Daves! — a outra respondeu no mesmo instante, vendo a amiga concordar rindo.
— Pois bem, não significa que você vai falar com ele, não é? Pronto, assunto encerrado. Agora vamos logo que eu estou com fome!
olhou o relógio de pulso, frustrada com a demora do irmão, pois tinha certeza que ainda estava dormindo. Era em momentos como aquele que gostaria de estar na mesma Casa, assim poderia acordá-lo ao invés de ficar esperando a boa vontade do outro aparecer. Suspirou, sentando-se no canto da escadaria e olhando o terreno, vendo alguns alunos aproveitando os últimos vestígios de verão, brincando próximos ao Lago Negro.
— Ei! — Virou-se em tempo de ver Cedrico sentar-se ao seu lado, sorrindo de canto. — Por que está em pé tão cedo?
— Tenho planos com Harry, mas aparentemente ele esqueceu e continua dormindo — negou com a cabeça, respondendo em voz baixa. Diggory riu, concordando.
— Espero que não signifique outros cinquenta pontos perdidos. — Piscou, fazendo com que ela risse.
— Não, uma vez na Floresta Proibida já foi o suficiente, não pretendo repetir.
— Eu ainda não entendi como foi que vocês passaram pelo Filch e todo o resto sem ninguém ver… — comentou, olhando-a curioso. A outra deu de ombros.
— Herança de família, infelizmente não posso compartilhar.
O lufano tornou a sorrir, olhando para o próprio relógio antes de virar-se por sobre o ombro.
— Vai para Hogsmeade? — perguntou curiosa, Diggory concordou com um aceno.
— Não por muito tempo, tenho que voltar para o teste mais tarde, mas como o campo só vai estar disponível depois, pensei em passear por lá um pouco… Pena que você ainda não pode ir, é bem legal.
— Ouvi dizer que sim. — Sorriu pequeno.
— E é uma pena que você ainda não possa fazer o teste para o time, seu irmão entrou como apanhador da Grifinória, não?
— Felizmente, meu pai ficaria mais chocado se ele não entrasse do que comigo na Lufa-Lufa.
Cedrico gargalhou, concordando.
— Ele é tão bom quanto seu pai?
— Não sei, papai sempre nos deixava vencer quando jogávamos em casa — deu de ombros —, só começou a ficar mais competitivo uns dois anos atrás, mas ainda assim acabava deixando Harry pegar o Pomo na maioria das vezes. Mas ele é muito bom, sim.
— E você? É tão boa quanto diz?
A Potter sorriu de canto.
— Provavelmente melhor.
Cedrico riu, assentindo animado.
— Então é realmente uma pena que você não possa entrar para o time esse ano, mas pelo menos fico mais tranquilo para a próxima temporada. — Sorriu animado. — Se você não for tão boa quanto diz, ficarei decepcionado.
— Diggory, a sua sorte é que eu não tenho a mínima intenção de ser apanhadora ou tiraria sua vaga em dois segundos.
O lufano riu fraco, abrindo a boca para responder, mas foi interrompido por uma voz às suas costas, virando-se assim que ouviu seu nome.
— Vamos?
— Claro. — Sorriu para a garota, levantando-se no instante seguinte. — Nos falamos depois, Potter!
— Boa sorte no teste!
— Obrigado — Sorriu largamente antes de entrelaçar a mão com Cho Chang, uma terceiranista da Corvinal de longos cabelos pretos.
A lufana respirou fundo, cruzando os braços e os apoiando sobre os joelhos, olhando o casal se afastar. Tornou a olhar no relógio, bufando antes de se levantar e voltar para dentro do castelo, andando até o Salão Principal e sentando-se à mesa da Lufa-Lufa. Olhou ao redor, mas não encontrou nenhum conhecido, resmungou sozinha antes de colocar um pouco de cereal na tigela, comendo em silêncio.
— Bom dia, Potter! — Emmett sorriu para a garota, sentando-se ao seu lado à mesa e enchendo seu copo de suco.
— Como vai, Montgomery?
— Credo, garota, me chama de Emmett ou Monty, parece meu pai querendo brigar comigo, ou a Minerva reclamando dos meus trabalhos! — Fez careta, escutando-a rir ao lado. — Por que tão sozinha?
— Harry ainda está dormindo e acho que os outros também…
O rapaz franziu o cenho enquanto se servia de alguns pedaços de bacon e salsichas.
— E você não conversa com o pessoal da sua própria Casa? — questionou, apontando com a cabeça para um grupo de alunos mais ao canto. deu de ombros, não respondendo. — Você realmente não fala com ninguém da Lufa-Lufa?
— Estou falando com você, não?
— Não é a mesma coisa, ! — ele negou, passando a língua pelos lábios. — Por que não conversa com o pessoal daqui?
— Ah, eu sei lá… — Deu de ombros, desviando o olhar. — Acho que eles não gostam muito de mim, então prefiro evitar contato.
— Por que acha isso?
— Porque eles não gostam mesmo. — Sorriu amarelo, vendo-o arquear as sobrancelhas. — Acho que é por eu perder pontos ou sei lá…
— Isso não é motivo, todo mundo perde pontos — o outro negou, parecendo preocupado. — Alguém já te disse alguma coisa?
não respondeu, ainda sem encará-lo.
— O que foi que te falaram?
— Não é nada demais… — Deu de ombros, olhando-o de canto. — De qualquer jeito, não é como se eu não tivesse amigos, tenho a Evie e…
— Tudo bem, mas ela é de outra Casa, se ela não está aqui você fica sozinha. Não precisa só andar com lufanos, mas era legal você conversar com alguns pra não acabar sozinha em um sábado de sol, não é?
— Eu estou conversando com você, Emmett! — Piscou, sorrindo de canto. Montgomery concordou pensativo, antes de começar a comer. — Vai para Hogsmeade também? — A Potter perguntou instantes depois, querendo puxar outro assunto.
— Talvez para umas duas cervejas, nada muito demorado, ainda tenho o teste mais tarde. — Sorriu, vendo-a concordar.
— E por que não foi com o Diggory? — questionou curiosa, interessada em saber mais sobre o relacionamento do loiro.
— Ah, não, ele acordou muito cedo. — Fez careta. — Me recuso a acordar antes das nove horas sem ser por Quadribol. Além do mais ele foi com a Cho, prefiro não passar tanto tempo com eles…
— Você também não gosta dela? — perguntou rápido, vendo-o arquear a sobrancelha, a garota sentiu o rosto esquentar. — Quero dizer…
— Por que você não gosta dela? — pediu curioso, segurando uma risada.
— Ah, ela joga pela Corvinal — respondeu a primeira coisa que lhe veio à cabeça —, ano passado o jogo foi vergonhoso, lembra? Sem contar que a Evie falou que ela é meio chata, então confio na minha amiga.
Emmett riu, concordando.
— Não tenho nada contra, mas a garota não ri das minhas piadas, não consigo confiar em alguém que não ri das minhas piadas. — Rolou os olhos. — E, definitivamente, não quero ficar vendo os dois se beijando, prefiro evitar passar tanto tempo com eles.
concordou, logo vendo seu irmão entrar sonolento no Salão Principal, aproximando-se instantes depois e se sentando de frente para os dois.
— Você está mais de uma hora atrasado.
— Eu sei, desculpe. — Bocejou, acenando com a cabeça para o lufano antes de pegar uma torrada. — Não consegui acordar, só levantei porque Simas caiu da cama e fez o maior barulho — explicou, passando a mão pelos cabelos bagunçados. — Ainda está de pé?
A outra negou com um aceno.
— Ficou muito tarde, já era.
Emmett olhava de um para o outro, curioso.
— O que vocês dois estavam planejando?
— Nada! — disseram ao mesmo tempo.
— Não me digam que queriam explodir um banheiro?
— É claro que não! — negou, rindo.
— Olha bem para nossa cara, acha que vamos nos arriscar para explodir um banheiro? — Harry negou, mastigando sua torrada.
— Se a gente quisesse explodir algo seria a sala do Dumbledore, no mínimo — a garota concordou, fazendo Montgomery gargalhar alto.
— Graças a Merlin vocês não caíram na mesma Casa, faltariam pontos para vocês perderem!
estava no Salão Comunal, sentada na cadeira próxima à janela enquanto pensava no que escrever para enviar aos pais na manhã seguinte, quando Monty parou na sua frente, sorridente, com Cedrico vindo mais ao fundo ajeitando os cabelos molhados do banho recente.
— Eu já te dei parabéns por ter entrado do time — comentou com o cenho franzido, vendo-o rir.
— Não é isso, Potter. — O lufano puxou um saquinho de papelão do bolso, colocando em cima da mesa ao lado dela. — Um presente para você! — Piscou.
o olhou desconfiada, esticando a mão para o pacote.
— Devo me preocupar com o conteúdo?
Ele riu, concordando.
— Quero ajudar vocês a explodirem alguma coisa, mas só se for a sala do Snape! — comentou displicente vendo-a concordar.
— Fechadíssimo!
— Como é? — Diggory perguntou ao aproximar-se, olhando de um para o outro, segurando a risada.
— Chocolates? — questionou confusa olhando dentro do pacote.
— Não é qualquer chocolate, Potter! — Monty negou. — São os melhores da Dedos de Mel! Aproveite!
— Mas… Por quê? — tornou antes que o colega se afastasse. Ele deu de ombros, sorrindo pequeno.
— Você ainda não pode ir a Hogsmeade, então não pode aproveitar. Ano que vem você me paga uma cerveja amanteigada e ficamos quites!
A Potter riu concordando, antes de levantar-se abraçando-o por alguns instantes em um gesto impensado.
— Obrigada, Monty!
O moreno sorriu largamente retribuindo o abraço, afastaram-se pouco depois e os dois garotos se despediram. Cedrico esperou até saírem do Salão Comunal para virar-se para o amigo:
— Por que fez aquilo?
O outro suspirou, colocando as mãos nos bolsos.
— Você já a viu andando com alguém da Lufa-Lufa? — Diggory pensou por alguns instantes, negando em seguida. — Pois é, parece que ela não fez nenhum amigo da Casa, o pessoal não gosta muito dela…
— Por que não? — Diggory perguntou surpreso.
— Eu sei lá — deu de ombros —, ela não falou direito, mas hoje estava sozinha porque o irmão e os amigos ainda não tinham aparecido, sendo que estava cheio de garotos do segundo ano ao redor. Me senti mal por ela…
Cedrico concordou com um aceno, passando a língua pelos lábios.
— Não faz muito sentido, a garota é engraçada, por que não gostariam dela?
— Ela acha que é porque perdeu muitos pontos, mas não acho que isso seja suficiente… — começou, suspirando em seguida. — Enfim, achei que seria legal ela saber que tem pelo menos um amigo aqui.
— Podia ter me avisado antes, teria trazido alguma coisa de Hogsmeade — Diggory concordou, virando o corredor.
— Ah, você estava muito ocupado beijando a Cho, não é? — Riu, passando o braço pelo ombro do amigo, vendo-o negar com um aceno, sorrindo pequeno. — Agora vamos falar de coisa boa; quando começam os treinos para o jogo contra a Corvinal?
O jogo da Grifinória contra Sonserina foi uma ótima estreia para Harry, o qual pegou o Pomo-de-Ouro com menos de quarenta minutos de partida, colocando o time de Godric Gryffindor em vantagem para a temporada. E, como esperado por boa parte dos lufanos, após a entrada de Cedrico e Emmett no time, junto com mais dois garotos que não fazia ideia de quem eram, mas supostamente eram melhores que os últimos batedores que tinham – o que não queria dizer muita coisa –, a situação geral do time melhorou um pouco.
No final de semana entre Lufa-Lufa e Corvinal, rolava os olhos todas as vezes que ouvia Lino Jordan chamando o nome de Cho Chang. O jogo foi mais difícil, pois o goleiro lufano não era dos melhores, mas pelo menos a Casa de Helga Hufflepuff ganhou com 60 pontos de vantagem após Cedrico capturar a bolinha dourada.
As semanas passavam rápido e sem grandes novidades, com exceção ao professor de Defesa Contra as Artes das Trevas que só não era mais detestável que o próprio Snape. E foi (indiretamente) por causa de Lockhart que Potter acabou pegando duas semanas de castigo.
Na sexta-feira, após as aulas, o professor convocou um Clube de Duelos e, junto a Snape, chamaram Harry e Draco para uma demonstração. Estava tudo sob controle, até Malfoy açular uma cobra contra Harry o qual só não foi picado porque conseguiu desviar-se com rapidez, ainda duelando com o loiro. Entretanto, a serpente virou-se em direção aos estudantes que estavam assistindo e seguindo direto na direção de Evie Darling, a qual parecia muito preocupada com Harry (caído ao lado após ser atingido por um ataque do sonserino) para prestar atenção na cobra de quase dois metros rastejando-se em sua direção.
Aconteceu tudo muito rápido; o grito da loira preencheu a sala, seguido pelos protestos dos colegas corvinos e gritos de outras garotas ao verem a cobra preparando-se para atacar novamente. Snape interrompeu ao subir no tablado, usando um feitiço na cobra que desapareceu instantes depois. Lockhart encerrou as atividades e os estudantes levaram Darling até a Enfermaria. Harry foi com tudo para cima de Draco, culpando-o pelo o que aconteceu, afinal o sonserino não sabia usar o feitiço direito, mas Snape separou os dois garotos tendo coragem de descontar pontos de Potter por ter ameaçado agredir Malfoy, o qual saiu da sala com um sorriso vencedor.
aproveitou a confusão de alunos andando para todos os lados para aproximar-se rapidamente de Draco, alcançando-o assim que ele cruzou a porta de saída:
— Ei, Malfoy! — Quando o loiro se virou em sua direção, a Potter acertou-lhe um soco no nariz. Draco gritou enraivecido levando as duas mãos ao rosto ensanguentado. — A próxima vez que você ameaçar meu irmão ou meus amigos, eu acabo com você!
Severo, é claro, ficou transtornado ao ver aquela cena, agarrando-a pelo braço em direção à sua sala ao tempo que gritava para levarem Draco até Madame Pomfrey. Vinte e cinco pontos a menos e duas semanas limpando a Sala de Troféus, mas a garota ainda sorria satisfeita sempre que via o sonserino com um curativo, sabendo que havia sido a responsável por quebrar-lhe o nariz.
Recebeu uma coruja de seus pais dois dias depois, após a Prof.ª Sprout ter enviado uma carta explicando o que tinha acontecido aos Potter. Lily, é claro, estava preocupada com o comportamento da filha e, principalmente, com o estado de Evie, que recebeu alta da enfermeira no dia seguinte, enquanto James se dizia muito orgulhoso por ela defender os amigos daquela forma; “Uma verdadeira lufana.”
Na plataforma 9 ¾, após o final do ano letivo, a primeira coisa que ouviu de seu pai foi:
— Quem te ensinou a quebrar o nariz de alguém?
— Sirius.
— E ensinei muito bem!
Capítulo 3.
ANO 3.
Evie olhava o cardápio em dúvida, mordendo o lábio inferior pensativa. estava sentada ao seu lado parecendo entediada esperando que a amiga escolhesse logo o sabor de seu sorvete. O verão estava sendo absurdamente quente naquele ano e já que teriam que ir ao Beco Diagonal, nada melhor do que um dos sorvetes do Florean Fortescue.
Estavam sentadas em uma das mesas do lado de fora da sorveteria olhando a movimentação ao redor, até ouvirem uma voz conhecida.
— Ei, senhoritas! — Emmett aproximou-se, as duas viraram-se sorrindo para ele.
— Olha só se não é meu lufano favorito! — sorriu, vendo-o fazer pose.
— Como é? — Cedrico perguntou, parecendo ofendido ao encará-la e a garota ficou sem saber como reagir por um instante.
— Não precisa ficar com inveja, Ced, ela só disse a verdade! — o outro disse aos risos. — O que fazem aqui? — perguntou, apoiando-se em uma das cadeiras próximas às duas. — Vieram sozinhas?
— É claro que não! — Evie disse no mesmo instante. Nunca que Peter e Jane Darling deixariam a filha andar desacompanhada, eram muito preocupados com sua segurança para tal.
— Minha mãe precisou vir fazer umas compras — explicou, dando de ombros. — Viemos junto pelos sorvetes. E vocês?
— Viemos pela cerveja amanteigada, mas não seria nada mal parar para um sorvete. O que acha, Ced? — O moreno virou-se para o amigo que concordou com um aceno. — Podemos sentar com vocês, belas garotas? — Piscou, galanteador.
— Você está começando a me assustar — a Potter respondeu ao tempo que os dois sentavam. — O que aconteceu com você nesse verão para estar agindo assim?
Cedrico e Evie riram da cara ofendida do moreno.
— Eu vou me lembrar disso em Hogwarts!
— Estou brincando, Monty, você sabe que é o amor da minha vida! — Sorriu para o garoto, vendo-o estufar o peito, passando a mão pelos cabelos escuros.
— Ei! — Evie protestou, abaixando o cardápio para encarar a amiga.
— Logo após você, Darling! — completou. A loira riu voltando sua atenção para os diferentes sabores de sorvete.
— Bom saber disso, Potter — Cedrico comentou entediado, apoiando o queixo na mão sobre a mesa ao encará-la —, vou pensar bem antes de aceitar você no time de Quadribol.
— Como é?
— Ced virou Capitão do time — Emmett se adiantou. — E não é só isso, virou Monitor também, eu tomaria cuidado se fosse você, agora ele mesmo vai te tirar pontos!
— Eu não posso tirar pontos, Monty — o loiro negou —, só Monitor Chefe pode.
— Espera, isso é justo? Como você já virou Capitão se entrou no time ano passado?
O rapaz deu de ombros.
— O pessoal mais antigo saiu, só ficou nós quatro que entramos ano passado…
— Sprout deve ter achado que seria uma boa ideia colocá-lo nas duas funções, um aluno exemplar desses! — Montgomery colocou a mão no peito, fazendo sua melhor expressão de pai orgulhoso.
— Olha, de repente tem vantagem mesmo ser um bom aluno… — concordou, pensativa.
— Vai parar de aprontar com seu irmão? — Cedrico perguntou curioso, vendo-a rir ao negar.
— Está brincando? Se eu não receber pelo menos uma advertência por mês meu pai ficará desapontado!
— Às vezes eu não tenho certeza se isso é só uma brincadeira ou se é sério — o outro rebateu sorrindo.
— Pior que é verdade, sim — Evie concordou com a amiga, passando a mão pelos cabelos. — Sr. Potter parece realmente feliz ao saber que e Harry estão perdendo pontos!
— Seu pai deve ser ótimo, será que ele não quer um terceiro filho? — Monty pediu sorridente, a garota gargalhou.
— Papai não sei, mas podemos conversar com meu tio, tenho certeza que ele não se importaria!
— Ah, eu desisto. — Darling levantou-se, chamando a atenção dos outros três. — Vou pedir ao Sr. Florean se posso experimentar alguns sabores antes de escolher, todos parecem muito bons! — resmungou, andando para dentro da sorveteria.
Os três ficaram em silêncio por alguns segundos.
— E o seu irmão? — Emmett perguntou para puxar assunto.
— Ah, ele está nos Weasley, foi passar uns dias lá, então aproveitei que ele não estaria em casa enchendo o saco para chamar a Evie! — Deu de ombros.
— Vocês brigam muito? — Cedrico questionou curioso, vendo-a concordar com um aceno. — Sério? Achei que se dessem bem o tempo todo… Pelo menos é o que parece em Hogwarts!
— Você ficaria surpreso — a garota negou rindo. — Agora brigamos com menos frequência do que quando éramos mais novos, mas volta e meia estamos discutindo por alguma coisa…
— Potter! — Monty chamou de repente, atraindo a atenção da garota. — Tenho um pedido para te fazer!
— Devo me preocupar?
— Você sempre pensa o pior de mim. Achei que eu fosse seu lufano favorito! — resmungou, fazendo um bico. riu.
— Não acho que você deva levar isso tão a sério — começou —, não é como se você tivesse muita competição, não é? No máximo Diggory. — Apontou para o loiro.
— Oh, bom saber que mal fui cogitado! É isso que eu ganho por ter te ajudado a se livrar da briga com o Malfoy ano passado?
— É exatamente esse o motivo de você ficar em segundo — ela debochou —, se você não tivesse aparecido eu teria socado o Draco uma segunda vez. Valeria totalmente uma detenção!
Cedrico fechou os olhos por um segundo, tentando segurar a risada ao ouvir aquilo.
— Vou esperar mais na próxima! — Piscou.
— Alô? — Emmett agitou-se, chamando a atenção dos dois amigos. — Como eu estava dizendo — pigarreou, olhando diretamente nos olhos da Potter, um sorriso no canto dos lábios. — Você sabe que é incrível, não é? Engraçada, legal, ótima jogadora de Quadribol conforme você mesma me disse — acrescentou, escutando-a rir ao concordar —, bonita, inteligente…
— Você está tentando me comprar com elogios? — perguntou com a sobrancelha arqueada, Monty fez uma careta.
— Estou me saindo bem?
— Oh, sim, pode continuar!
O moreno gargalhou, curvando-se levemente sobre a mesa em direção à mais nova. Cedrico olhava de um para o outro, sem expressão nenhuma, apenas ouvindo o que o amigo dizia. Por um momento sentiu-se mal ao ver os dois sorrindo daquele jeito e os elogios que Montgomery fazia; Diggory concordava com todos, mas por algum motivo não gostou de ouvir seu melhor amigo dizendo aquilo para a garota.
— Muito bem, o que você quer? — o interrompeu, segurando a risada.
— Queria te perguntar se…
— Não acho que seja uma boa ideia! — Cedrico avisou rapidamente ao entender o que o amigo faria.
— Você nem sabe o que eu vou pedir. — Abanou a mão, não dando atenção ao outro.
— Sei sim e não acho que você deva.
olhava de um para o outro, curiosa e confusa com a pequena discussão.
— Alguém quer me dizer o que está acontecendo? — pediu, batucando os dedos na mesa, ansiosa. O moreno ignorou o amigo e tornou a olhar para ela, sorridente.
— Sabe quem também tem todas essas qualidades? — perguntou retoricamente, apontando para si mesmo. — Exatamente, eu.
Cedrico sentiu uma súbita vontade de azarar Montgomery, vendo-o sorrir galanteador para .
— O que acha de tentar me arranjar um encontro com sua amiga?
— Evie? — os dois disseram ao mesmo tempo em tons diferentes; enquanto parecia surpresa, Cedrico pareceu estranhamente aliviado.
— Sim, você poderia me ajudar! Olha que partido bom eu sou!
A Potter gargalhou.
— Até que é mesmo… Mas não sei se posso te ajudar, Monty, tenho quase certeza que a loirinha está interessada em outra pessoa…
— Em quem? — perguntou no mesmo instante.
— Não posso contar — rolou os olhos —, mas concordo que você seria uma opção melhor. Vou ver o que posso fazer, mas não garanto nada!
— Tudo bem, confio que você será persuasiva o suficiente. — Piscou.
Diggory permaneceu em silêncio até Darling voltar, sorrindo culpada.
— O que foi? — perguntou ao ver a expressão constrangida da amiga.
— Acho que experimentei todos os sabores — comentou baixo, o rosto vermelho.
— Pelo menos escolheu um? — Monty questionou aos risos.
— Sim! Vamos fazer o pedido? Vocês vão tomar sorvete também? — Virou-se para os garotos, vendo-os concordarem e se levantarem junto a elas para entrar na sorveteria.
Cedrico ficou um pouco mais atrás ainda em silêncio, apenas olhando a movimentação dos outros. Sentiu-se mais tranquilo ao saber que seu amigo estava interessado na corvina, mas aquilo levantou outra questão em sua cabeça: por que raios tinha se irritado com a possibilidade de Monty chamar Potter para um encontro?
Encarou-a de lado, reparando nos cabelos vários centímetros mais curtos do que quando a viu na Plataforma 9 ¾, após o último dia de aula. A garota parecia mais alta também e já não tinha mais aquele ar infantil de antes, embora Cedrico achasse que os olhos dela mantivessem o mesmo brilho curioso do primeiro ano e a risada continuava alta e alegre como ele se lembrava. Reparou no vestido solto que ela usava com estampas de girassóis, a garota ficava sempre bem em amarelo, então notou que ela o encarava com o cenho franzido. Piscou duas vezes, só então percebendo que Florean aguardava para saber o sabor do sorvete que ele queria. Sentiu o rosto esquentar por um instante ao perceber que tinha sido pego encarando a garota, mas logo voltou sua atenção ao pedido, fingindo que nada havia acontecido.
— Olá!
Os quatro se viraram ao ouvir a voz próxima da mulher, ainda aos risos da piada que Emmett havia contado.
— Por Merlin, esvaziou o Gringotes? — perguntou ao ver o número de sacolas que sua mãe carregava. Lily fez careta, deixando as compras no chão.
— Quase isso, e a culpa é de vocês que estão crescendo! — Então virou-se para os amigos da filha, notando os dois garotos, até então, desconhecidos.
— Mãe — começou a apresentar —, Emmett Montgomery e Cedrico Diggory. — Apontou para cada um ao tempo que eles se levantavam para cumprimentá-la. — Minha mãe, podem chamá-la de Sra. Potter!
Lily deu um tapa leve no ombro da filha, antes de tornar a olhar para os dois rapazes.
— Por favor, me chamem de Lily ou tia — piscou para Evie, que riu sem graça ainda desacostumada em chamá-la daquela forma —, mas nada de senhora, esses cabelos brancos são pelo estresse com as advertências dos meus filhos, não pela idade!
— Calúnia! — A garota se defendeu.
— Podemos ir, meninas? — perguntou ao reparar que já haviam terminado seus sorvetes. — Ainda preciso adiantar algumas coisas antes do seu pai chegar — explicou, olhando para a filha —, espero não estar atrapalhando! — Sorriu para os garotos que negaram no mesmo instante.
— Tudo bem, já estávamos indo também — Cedrico respondeu, sorrindo educado para a mulher.
— Bem, se quiser convidar seus amigos para irem lá em casa qualquer dia, — Lily sorriu da filha para os rapazes —, serão muito bem-vindos!
A mais nova olhou de canto para os dois, dando de ombros.
— Vocês ouviram, se sintam convidados!
— Obrigado! — disseram ao mesmo tempo, olhando de para Lily.
— Vamos então? — a ruiva chamou, despedindo-se deles com um aceno e sorriso simpático. — Muito bom finalmente colocar rostos aos nomes, já falou de vocês muitas vezes!
A garota sentiu o rosto esquentar e Evie precisou disfarçar a risada com tossidas.
— Não foram tantas vezes, não! — negou no mesmo instante, fazendo com que eles rissem.
Potter e Darling se despediram dos colegas rapidamente, logo ajudando Lily com as compras e saindo para as ruas movimentadas de Londres, antes de aparatarem para Godric’s Hollow.
Sirius aparatou na rua dos Potter junto com o afilhado e Rony Weasley, o qual trazia sua mochila para passar o final de semana na casa do amigo. Andaram os poucos metros que faltavam, conversando tranquilos antes de entrarem na casa de dois andares. O ruivo parecia um tanto surpreso e fascinado com tudo; a casa dos Weasley era muito simples, pois seus pais não tinham tanto dinheiro quanto os pais do amigo. Aquela era a primeira vez que o visitava, não imaginou que ele morasse em uma casa tão grande com uma família de apenas quatro integrantes.
— Cheguei! — Harry gritou ao passar pela porta.
— Já era hora! — Lily sorriu, abraçando-o por alguns segundos antes de virar-se para Rony. — Como vai, querido? Seja bem-vindo!
— Obrigado — respondeu constrangido, sentindo o rosto esquentar quando a mulher o abraçou.
— Obrigada por buscá-los, Sirius! — Sorriu para o homem, cumprimentando-o com um beijo no rosto, Black abanou a mão no ar, demonstrando que não havia sido trabalho algum. — Harry, mostre ao Rony seu quarto, podem deixar suas coisas lá e venham para o quintal, o almoço já está quase pronto.
— Cadê a ?
— Está lá fora com a Evie.
— Darling está aqui? — perguntou Harry um tanto surpreso, vendo sua mãe concordar com um aceno, antes de seguir para a cozinha enquanto Sirius andava para o quintal.
— Por que está tão surpreso? — o ruivo perguntou enquanto subia as escadas, olhando ao redor.
— Os pais dela nunca a deixam vir, é sempre minha irmã que vai na casa dela… — Deu de ombros, andando até o fim do corredor. — Aquele é o quarto dos meus pais, ali é o banheiro — dizia, apontando para as portas —, esse é o quarto de visitas, mas na verdade é do Sirius, porque é sempre ele quem acaba dormindo aqui — riu —, esse é o da e esse é o meu! — Abriu a porta à direita, deixando suas coisas sobre a cama e aproveitando para fazer carinho no gato que dormia sobre seu travesseiro, enquanto o amigo estava parado na entrada, olhando ao redor. — O que foi?
— Quarto maneiro! — Sorriu para Harry, impressionado com o cômodo espaçoso: as paredes eram de uma cor clara com cortinas azuis escuras, acima da cama de casal alguns modelos mais antigos de goles estavam presos à parede. Alguns pôsteres do Puddlemere United, time ao qual Harry torcia, espalhados pelo cômodo, assim como uma grande flâmula da Grifinória ao lado da cama. Sua Nimbus 2000 estava encostada ao canto e Edwiges, a coruja branca, estava dormindo em seu poleiro próximo à janela. Tinha ainda uma mesa de madeira ao canto, cheia de pergaminhos e penas, e duas fotos coladas à parede; na primeira Harry, Rony e Hermione riam no Salão Comunal e na segunda o garoto estava com os pais, a irmã e os padrinhos em um jogo de Quadribol, tinha ainda uma pequena prateleira com livros da escola acima da mesma.
— Obrigado! — disse, antes de virar-se em direção à porta. — Vamos? Arrumamos suas coisas depois.
Os dois garotos caminharam para fora da casa, logo vendo sentada junto de Remo à mesa, conversando animados enquanto comiam. Evie estava parada ao lado de James e Sirius, rindo das piadas que eles contavam ao tempo que pegava sua comida.
— Ué, cadê a Sophie? — perguntou assim que viu os dois.
— Ela quis ficar n’A Toca com Fred e George — Harry respondeu, sorrindo para o pessoal antes de sentar-se ao lado da irmã, sendo acompanhado por Rony, que parou por um momento para cumprimentar a todos.
— Só eu acho muito suspeito o tempo que ela passa com eles? — a Potter emendou, logo vendo sua mãe voltar da cozinha carregando mais um prato de comida — Aposto que está beijando um dos ruivos. — Sorriu marota, olhando de canto para o padrinho.
— Ou os dois! — Sirius concordou, pegando sua bebida e sentando-se à mesa junto dos outros. — Eles são idênticos, às vezes pode ser difícil para ela descobrir de quem gosta mais. — Piscou para a garota antes de virar-se para o amigo. — O que acha, Aluado?
— Acho que é melhor eu ignorar essa conversa, antes que seja obrigado a aparatar n’A Toca.
— Muito bem — Lily chamou rindo —, vamos deixar a Sophie paquerar ou não — acrescentou rapidamente ao ver o olhar desesperado de Remo — em paz! Rony, você aceita um pouco de refrigerante, querido?
Weasley olhou para a bebida escura com o cenho franzido em dúvida do que seria.
— É bebida dos trouxas — Harry explicou ao ver a cara do amigo —, mas é bem gostosa!
— É mesmo — Evie concordou ao voltar a sentar-se ao lado de Sirius. — Vou falar para meus pais comprarem qualquer dia para eles experimentarem também!
— Se quiser pode levar uma garrafa daqui, Evie — a mulher respondeu sorridente —, sempre temos algumas!
— Por que vocês tem tanta coisa dos Trouxas? — Rony perguntou confuso após notar algumas comidas diferentes.
— Mamãe é Nascida-Trouxa — explicou, antes de tomar um gole do seu refrigerante —, então tem várias coisas que a gente usa no dia-a-dia que os bruxos não sabem.
— Mesmo que não fosse — James completou ao terminar de assar os hambúrgueres —, tenho certeza que Almofadinhas traria de tudo um pouco aqui para casa. — Apontou para o amigo que riu ao concordar, passando a mão pelos cabelos compridos, jogando-os para trás.
— O que posso dizer? Os Trouxas sabem fazer coisas boas, mesmo sem auxílio de magia!
Comeram e conversaram por vários minutos, rindo das histórias dos mais velhos sempre que eles relembravam alguma coisa da época deles em Hogwarts. Entre uma conversa e outra, Lily levantou-se para pegar a sobremesa, voltando instantes depois com alguns potes de sorvete.
— Aqui uma coisa que os Trouxas não são tão bons quanto os bruxos — Sirius começou —, os sorvetes do Florean são os melhores há anos!
— Por falar nisso — Lily lembrou-se, virando-se para a filha —, você chegou a perguntar ao seu pai se ele conhece os pais dos seus amigos?
engasgou-se com a bebida, precisando de alguns tapinhas do padrinho para recuperar-se, antes de responder a mãe sem nem mesma olhá-la:
— Eu esqueci…
— Que amigos? — James questionou curioso, não parecendo notar o constrangimento da mais nova. Evie segurava a risada, dando uma colherada em seu sorvete.
— Ontem, enquanto eu fazia compras, elas encontraram dois amigos, estavam conversando quando eu cheguei. Gostei dos garotos, muito educados e bonitos! — acrescentou, piscando para as duas.
James só faltou desmaiar, a cor sumindo de seu rosto no mesmo segundo ao imaginar sua filha conversando com “garotos educados e bonitos”. Agradeceu mentalmente por Sirius tomar a frente e perguntar antes que ele mesmo tivesse que dar uma de pai ciumento:
— Que garotos são esses? E por que estavam conversando com vocês?
— São dois amigos da Escola — respondeu sem olhar para ninguém —, só estavam passando no Beco Diagonal e nos viram, foram dizer oi, só isso.
— Quem era? — Harry perguntou curioso.
— Emmett e Cedrico — Evie apressou-se a explicar, querendo ajudar a amiga, então virou-se de Sirius para James —, são da Lufa-Lufa. Eles só viram a gente e foram contar que agora Cedrico é Capitão do time de Quadribol, então a pode fazer teste para entrar também!
O Potter mais velho pareceu extremamente aliviado ao ouvir a explicação de Darling, sorrindo para ela e concordando com um aceno. Em sua cabeça era impossível alguém tão inocente e gentil quanto a loira mentir sobre garotos e, embora ela fosse muito certinha na escola, ficava feliz de ela ser amiga de sua filha.
— O quê? — Harry e Rony disseram ao mesmo tempo. — Cedrico já é o Capitão?
— E Monitor! — Evie concordou sorridente. Harry começou a gargalhar.
— Se você perder um ponto que seja, ele vai te tirar do time no mesmo momento! — disse para a irmã, a qual deu de ombros.
— Até parece, mesmo se eu fosse expulsa de Hogwarts ainda poderia jogar! — respondeu confiante, fazendo o sorriso do pai aumentar.
— Quais são os sobrenomes deles, mesmo? — Lily tornou, sentando-se ao lado do marido. — Talvez vocês conheçam os pais deles…
— Diggory e Montgomery — respondeu, tentando parecer distraída com seu sorvete.
— Montgomery? — Foi Remo quem começou, com o cenho franzido. — Não é um dos medibruxos do St. Mungus?
— Ah, deve ser ele sim! — Darling sorriu. — Emmett falou que o pai trabalha no St.Mungus e a mãe dele é Trouxa.
— Já o vi algumas vezes, muito bom no trabalho! — Lupin elogiou, lembrando-se das vezes que precisou ir ao hospital para se tratar após as noites de lua cheia.
— Por que Diggory me soa familiar? — Sirius comentou com a sobrancelha arqueada.
— Talvez você tenha escutado falando dele o verão todo! — Harry respondeu sacana, levando uma cotovelada da irmã.
— Por causa do Quadribol! — Lily apressou-se a dizer ao notar a reação do marido. — Lembra, querido? E olha só, agora vai poder jogar!
— Hm… Mas não foi disso não… — Sirius comentou pensativo, coçando a barba. — Não é o nome que estava no relatório da última semana? Que nos pediu para checar o desaparecimento de alguns trouxas?
— Sim, sim — James concordou segundos depois —, Amos Diggory, não é?
— Ele mesmo! — Estalou os dedos, e então se virou para a garota. — Quer dizer que você é amiga do filho dele, é?
— Só estamos na mesma Casa — respondeu sem graça — e possivelmente vamos jogar juntos.
— Acho bom mesmo que isso seja tudo — James acrescentou, olhando sério para a filha. — É só o que me falta, você começar a sair com um Monitor!
No dia primeiro de setembro os Potter voltaram para a Plataforma 9 ¾ para despedirem-se dos filhos antes de iniciarem o terceiro ano em Hogwarts, vendo-os animados para embarcarem logo. Desde que James os presenteou com o Mapa dos Marotos os gêmeos não paravam de falar sobre tudo o que poderiam fazer naquele ano sem serem descobertos; com um Mapa que mostrava todos em Hogwarts e a Capa de Invisibilidade, não tinha nada que eles não pudessem fazer e, com sorte, finalmente poderiam descontar um pouco da frustração dos últimos dois anos com Snape sem que o professor os descobrisse.
— Por Merlin, vejam bem o que vão fazer! — Lily dizia preocupada, ainda brava com o marido por ter passado aquele mapa adiante.
— Não se preocupe, mãe, está tudo sob controle! — garantiu.
— É, ele nunca vai poder provar que fomos nós que explodimos a sala dele! — Harry concordou, ouvindo a risada orgulhosa do pai.
— James! — a mulher resmungou, acertando-lhe um tapa no braço. — Eu só quero ver se eles terminarem expulsos!
— Nunca! — os três disseram ao mesmo tempo, fazendo a ruiva rolar os olhos.
— Finalmente, Darling! — chamou ao ver a amiga atravessando o portal junto dos pais. — Achei que tinha desistido de Hogwarts!
— Engraçadinha!
— Boa tarde! — Os Darling e Potter se cumprimentaram, os quatro mais velhos colocando o papo em dia enquanto esperavam o horário de embarque. Harry parecia anormalmente quieto, o que não passou despercebido pela irmã.
— O que foi?
— Nada! — negou apressadamente, olhando para os lados. — Ah, olha seu amiguinho ali! — Apontou com a cabeça ao ver os Diggory alguns metros à frente. ficou vermelha no mesmo segundo, acertando-lhe um soco no ombro e tornando a conversar com a amiga, decidida a ignorá-lo.
Harry aproveitou que as duas garotas estavam conversando distraídas, assim como os pais, para olhar ao redor na Plataforma, vendo alguns de seus colegas passando pela mesma. Então olhou de canto para a loira ao lado de sua irmã, Evie estava com os cabelos presos em uma trança comprida e um vestido florido. Sorria continuamente para e, vez ou outra, cumprimentava alguém que passava por eles. Potter sentiu um comichão no estômago quando ela sorriu em sua direção, antes de voltar sua atenção para outro ponto.
— Cuidado — ouviu a voz de James próximo a sua orelha, fazendo com que ele pulasse assustado —, se o pai dela perceber que você está a olhando desse jeito, talvez você tenha problemas. Não vai querer se meter com um bruxo que trabalha no Departamento de Mistérios, não?
Harry encarou James, assustado, olhando de canto para Peter Darling que mantinha o braço sobre o ombro da esposa, conversando amigavelmente com Lily sobre os filhos. Virou-se para o pai, o qual piscou para ele sorrindo de canto.
— Olha a hora, é melhor vocês embarcarem antes que percam o trem! — avisou ao olhar o relógio da estação.
Após despedirem-se, o trio seguiu para o trem procurando a cabine na qual Hermione, Rony e Gina já estavam sentados.
Os alunos já estavam espalhados por suas mesas após a Cerimônia de Inauguração, a maioria faminta esperando pelo banquete, mas antes que o mesmo começasse, Alvo Dumbledore ficou em pé, parando de frente para todas as mesas. O Salão ficou em silêncio quase momentaneamente apenas pela presença do Diretor, que, geralmente, se levantava apenas no último dia de aulas para informar o vencedor da Taça das Casas e se despedir dos alunos no último jantar antes de saírem de férias.
— Antes de nós ficarmos zonzos com tanta comida, quero dar as boas-vindas a todos vocês, espero que esse ano tenhamos menos problemas com detenções e berradores — começou com sua voz calma, olhando para todas as mesas. podia jurar que ele encarou a mesa da Sonserina por mais tempo e sorriu sozinha ao ver a expressão inocente de Sophie —, que nenhum banheiro exploda e que não tenhamos Bombas de Bosta infestando Salões Comunais.
Agora não apenas Dumbledore, mas boa parte da mesa da Lufa-Lufa virou-se para encarar a sonserina, a qual segurava a vontade de gargalhar. A Potter e Montgomery, entretanto, olharam sorridentes para Cedrico sentado próximo a eles, enquanto o lufano fingia prestar atenção no discurso do Diretor, muito concentrado para reparar nas risadinhas dos amigos ou lembrar-se do que Winter havia feito na última semana de aulas, quando colocou uma Bomba de Bosta de Dragão em sua mochila sem que ele visse e, ao explodir, infestou todo o Salão Comunal por dias.
— A maioria de nossos alunos já sabem, mas é sempre bom lembrar os novos estudantes, e aqueles que insistem em esquecer algumas regras — continuou o diretor, agora olhando significativamente para cada um dos gêmeos Weasley e então para Harry — a Floresta Proibida é, de fato, proibida. — Terminou, encarando por alguns instantes. — Agora dou também as boas-vindas ao nosso novo professor de Trato de Criaturas Mágicas, nosso querido Guarda-Caças, Rúbeo Hagrid.
Três das quatro mesas da escola aplaudiram entusiasmados a notícia, junto com uma única aluna da Sonserina; Sophie Winter assobiava, gritando vivas.
— E, nosso novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas — Dumbledore apontou para o canto ao ver que o homem entrava vindo de uma câmara lateral, a cabeça baixa enquanto se dirigia para a cadeira ao lado de Minerva McGonagall —, o professor Remo Lupin!
abriu a boca completamente surpresa, assim como Harry e Sophie, nenhum deles sabia sobre a nomeação do homem. Mas, segundos depois, ficaram em pé, animados, gritando boas-vindas ao professor ao tempo que os demais alunos aplaudiam educadamente, parecendo até confusos com a empolgação dos três, embora os Weasley, Granger e Darling aplaudissem tão animados quanto:
— Já é o melhor professor desse lugar! — gritou em voz alta, seguida de Sophie:
— Nunca mais eu perco pontos, ele é meu primo!
— Espero que a presença do professor garanta um melhor comportamento de certos alunos — Dumbledore tornou a dizer, parecendo divertido com a situação —, agora sim, bom apetite.
— Como é que ninguém nos contou que Remo seria professor? — Harry foi o primeiro a perguntar ao aproximar-se da irmã e de Sophie, sentadas lado a lado no canto da mesa da Lufa-Lufa após o jantar, enquanto os outros alunos andavam em direção aos seus Salões Comunais. — Passamos o verão todo juntos e nem um aviso antecipado merecemos?
— Por Merlin, ele não vai me deixar em paz — a sonserina comentou, passando a mão pelos cabelos —, terei três vezes mais trabalho esse ano!
— Boa sorte! — riu, antes de virar-se para a mesa dos professores, vendo Remo conversar com Minerva. — Vocês já imaginaram a cara do Snape quando soube? Pagaria para ver!
— Não é sempre que eu digo isso, mas às vezes eu amo Alvo Dumbledore — Sophie concordou, encarando o diretor da sua Casa. Não demorou muito para Snape sair da mesa, a expressão fechada de sempre. — Esse ano vai ser muito divertido! Eu só tomaria cuidado — virou-se para os gêmeos —, Remo sabe que vocês têm a Capa!
— Soph — sorriu, colocando a mão no ombro esquerdo da morena —, ele sempre alivia para o meu lado. — Piscou, sorrindo inocente.
Harry bufou, concordando com um aceno.
— E sempre sobra para mim! Nem Sirius fica do meu lado, e olha que ele é meu padrinho.
— É porque eu sou a favorita! — a outra respondeu no mesmo instante, Sophie passou a língua pelos lábios, sorrindo divertida ao ver a cara ofendida do outro.
— Não, você não é.
— Harry, Harry — Winter riu, negando com um aceno —, sempre tão inocente.
O Potter franziu o cenho mantendo a expressão confusa em seu rosto, logo vendo-as se levantarem para irem para seus Salões. Sophie bagunçou os cabelos já arrepiados do garoto e beijou-lhe a bochecha antes das duas se afastarem de braços dados.
e Evie pararam na escada de entrada ao Castelo voltando da aula de Herbologia quando encontraram Sophie, os gêmeos Weasley e Lino, andando junto com alguns outros alunos do quinto ano em direção às estufas.
— E aí, crianças! Como estão nesses primeiros dias? — Sorriu ao parar junto delas, enquanto Fred e George acenaram sorridentes, logo seguindo com Jordan.
— Você talvez não tenha reparado, mas já estamos no terceiro ano, Sophie! — Darling começou, sorrindo de canto. — Acho que já podia nos chamar de outra coisa além de crianças!
— Eu vou pensar com carinho nessa proposta! — Piscou, virando-se de canto para a lufana. — Soube que você ganhou uma herança… — Sorriu, mexendo as sobrancelhas para ver se ela entendia sua indireta. A Potter riu, concordando.
— Sim, sinto muito que tenham pegado de volta de você!
— Sem problemas, não é como se precisássemos muito mesmo — deu de ombros —, já sei daquele mapa de cor e salteado!
— Que mapa? — Evie perguntou confusa, olhando de uma para outra.
— Quanto menos você souber, melhor — a amiga respondeu, colocando a mão sobre seu ombro —, não vai querer levar uma advertência a troco de nada, Darling!
A corvina olhou surpresa, negando com um aceno.
— Veja bem o que você e seu irmão vão fazer!
— Nada que não tenhamos feito nos últimos dois anos, mas com mais segurança — piscou sorridente, fazendo Winter gargalhar ao lado.
— Ai como eu senti falta de vocês nas férias!
— Não teria sentido tanto se tivesse nos visitado mais vezes! — cruzou os braços, olhando-a debochada. — Mas preferiu ficar com os ruivos…
— Potter?!
As três se viraram, vendo Cedrico e Emmett se aproximarem, sorrindo de canto.
— Como vão, senhoritas? — Monty piscou, antes de virar-se para Winter. — Você não tinha que estar na aula da Sprout?
— E você, tá fazendo o que aqui? Vai andando! — respondeu no mesmo tom. Cedrico rolou os olhos, pigarreando ao parar ao lado da colega.
— Podemos conversar?
franziu o cenho, concordando com um aceno e olhando rapidamente na direção da amiga; Evie fez um sinal de joinha discreto, tentando lhe passar alguma confiança.
— Você ainda quer fazer o teste para o time de Quadribol, certo? — Diggory perguntou assim que subiram alguns degraus, vendo-a concordar sorridente.
— A menos que você me diga que não posso fazer pelos pontos que perdi nos últimos anos… — O encarou desconfiada, Cedrico riu, negando com um aceno.
— Desde que você não perca nenhum jogo por estar de castigo, não tem problema nenhum! — Piscou para ela ao tempo que arrumava a alça da mochila em seu ombro. — Consegui reservar o campo para este sábado às sete e meia, ok?
— Da manhã? — perguntou surpresa, Diggory concordou.
— Algum problema?
— Fora o fato de ter que levantar de madrugada, nenhum… — Fez uma careta olhando para o lado.
— Muito bem, espero que não se atrase e que seja realmente tão boa quanto eu imagino que seja.
A Potter riu, confiante.
— Devo ser melhor do que isso!
Cedrico manteve um sorriso tranquilo nos lábios, pensando em dizer mais alguma coisa.
— Ahn… Agora você já pode ir para Hogs…?
— Diggory!? — Viraram-se ao ouvir a voz de Emmett. — Vamos logo, a aula vai começar, você é Monitor agora, tem que dar o bom exemplo, lembra?
O loiro bufou frustrado, concordando ao passar a mão pelos cabelos curtos.
— Nos falamos depois, ok?
surpreendeu-se ao reparar em Cedrico inclinando-se alguns centímetros para beijar-lhe a bochecha esquerda antes de se afastar, seguindo com Monty e Sophie para as estufas.
Evie subiu correndo os degraus até chegar à amiga, puxando-a pelo braço com um sorriso enorme nos lábios.
— O que foi isso?
— Eu não faço ideia! — respondeu boba, levando a mão até a bochecha, tão surpresa quanto a amiga.
— O que foi que ele disse?
— Nada demais, só perguntou se eu quero fazer o teste sábado… Mas… Uou! — respondeu um tanto atônita. Darling riu, logo puxando-a apressada pelo braço em direção às escadas.
— Vamos, temos Adivinhação e já deve estar começando!
Diggory e Montgomery estavam parados no meio do Campo de Quadribol, esperando o horário para o teste. Cedrico olhou para o relógio de pulso mais uma vez, parecendo nervoso, virando por sobre o ombro instante depois.
— Você acha que a Potter desistiu de fazer o teste? — perguntou ao amigo, passando a mão pelos cabelos loiros.
— Talvez ainda esteja dormindo? — o outro respondeu cruzando os braços e olhando ao redor. — Quer que eu volte para o Salão Comunal para chamá-la?
— Não, não podemos fazer isso, vai parecer imparcialidade.
— E você acha de verdade que alguém vai se importar com isso, Ced? — respondeu o moreno no mesmo instante. — Olha nosso time, precisamos desesperadamente de um bom jogador. Se é o que precisamos e… Graças a Merlin! — Sorriu aliviado ao virar-se novamente e ver a garota andando até eles, carregando sua vassoura.
Diggory soltou o ar que nem mesmo sabia estar preso, sorrindo de canto quando ela se aproximou o suficiente.
— Achei que perderia o teste!
— Quase perdi mesmo — concordou ainda um tanto sonolenta —, sorte que a Ana estava gritando com a Susana sobre isso… — Deu de ombros, bocejando em seguida.
— Elas também vão fazer? — Monty olhou ao redor, procurando pelas colegas, logo vendo-as sentadas na arquibancada. — Por que foi que acordaram cedo desse jeito se não era para fazer o teste?
riu nasalado, sem nada responder. Cedrico arqueou a sobrancelha parecendo curioso, mas ao invés de fazer comentários sobre o assunto, preferiu focar no que importava para ele naquele momento.
— Muito bem, ainda temos cinco minutos, você pode ficar junto com os outros. — Cedrico apontou para o canto no qual mais um grupo não muito grande se encontrava.
notou um número maior de garotas do que nos anos anteriores, claramente Abboutt e Bones não eram as únicas interessadas em ter uma desculpa para ver Cedrico Diggory por mais tempo. Deu alguns passos em direção ao grupo, embora se mantivesse com certa distância. Sorriu sozinha ao ver os cabelos loiros da amiga que se sentava em um canto da arquibancada, acenando para a Potter em sinal de apoio.
Cedrico respirou fundo, fazendo sinal para que Emmett se aproximasse do restante dos lufanos antes dele iniciar o teste.
— Muito bem, temos duas vagas para Artilheiros e uma para Goleiro. Espero que todos deem o seu melhor e, lembrem-se, uma vez que estejam no time, não poderão faltar nos treinos e espero que todos façam um jogo limpo. Queremos ganhar a Taça por mérito, não por sabotar os nossos adversários.
Instantes depois ele subiu na própria vassoura, iniciando o treino. Separou os colegas em dois times, deixando Emmett e propositalmente no mesmo grupo querendo ver como seria a interação dos dois em campo e, minutos depois, não conseguiria estar mais satisfeito com sua decisão.
, de fato, estava certa por sentir-se confiante com seu jogo; a lufana voava incrivelmente bem e era visível para ele o quão confortável ela ficava durante o jogo, tendo facilidade para marcar gols e trocar passes com Montgomery.
O lado ruim, entretanto, era que os dois eram muito melhores e mais rápidos que os outros colegas e o jogo deles ficava mais lento quando passava por Stebbins. Sem contar, é claro, que Diggory não estava nem um pouco confiante com as duas opções de goleiro. Talvez Hopkins não fosse tão ruim e só tivesse dado o azar de ser testado justamente contra Potter e Montgomery. Pensando nisso, e querendo ver como a garota se sairia jogando com outras pessoas, Diggory pausou o teste e os separou.
ficou extremamente desapontada ao ver que Alice Summers e Zacharias Smith não eram tão bons quanto Emmett e, por vezes, perdiam as jogadas rápidas que poderiam fazer. Duas vezes Summers deixou a Goles cair e aquilo resultou em um gol de Monty. Seu consolo era que o amigo também não estava se saindo muito melhor no outro lado, precisando fazer parte das jogadas sozinho.
Ao final das duas horas, Cedrico encerrou o treino esperando descerem de suas vassouras para agradecer a presença de todos.
—… Por fim — continuou, olhando para os colegas —, Wayne Hopkins entra no time como nosso novo Goleiro — anunciou, acenando com a cabeça para o ruivo — e como nossos Artilheiros, Zacharias Smith e Potter. — Sorriu em sua direção, logo vendo Emmett abraçá-la de lado contente com a escolha (óbvia) em sua opinião. — Aos demais, muito obrigado pela disponibilidade, talvez mais para a frente possamos contar com vocês.
caminhou instantes depois em direção à arquibancada, vendo Evie descer apressada para falar com a amiga, enquanto Diggory e Monty ainda conversavam com outros lufanos.
— Conseguiu?
— Você tinha alguma dúvida, Darling?
— É claro que não, só queria garantir que não foi roubado! — Deu de ombros, abraçando-a por alguns instantes. — E agora, você vai precisar jogar contra o Harry no último jogo, não é?
arqueou a sobrancelha, cruzando os braços.
— Espero que você não esteja planejando torcer para o meu irmão ou eu vou começar a fazer campanha para ele arranjar outra namorada!
— Ai, cala a boca! — resmungou nervosa, corando no mesmo instante.
Remo segurou a risada ao ouvir o comentário dos gêmeos, olhando para o lado ao colocar as mãos nos bolsos da calça, tentando manter-se neutro.
— Muito bem, independente do que vocês achem do professor Snape — continuou sua aula, apontando com a varinha para o quadro negro —, não é esse o ponto que quero chegar.
— Mas o senhor perguntou qual era nosso maior medo! — Neville respondeu apressado, embora continuasse sem graça com as risadas dos colegas.
— Correto — concordou, sorrindo tranquilo para o aluno — e, agora, se puderem repetir comigo o feitiço para nossa próxima aula, trataremos na prática. Agora, sem as varinhas, por favor, repitam em voz alta; Riddikulus.
— Riddikulus.
— Essa aula que é ridícula! — Puderam ouvir Draco Malfoy falar por sobre o coro de alunos. Todo o grupo se virou para encará-lo.
— Ridículo é você seu filho d… — começou a gritar para o loiro.
— Já chega! — Remo disse em voz alta, embora mantivesse o tom sereno, tocou com a mão o ombro da afilhada fazendo com que a garota se calasse antes que fosse obrigado a descontar alguns pontos dela por mau comportamento. — Qualquer aluno tem o direito de não se sentir confortável com minha aula e críticas são sempre bem-vindas — continuou, olhando para Draco. — Caso você, Malfoy, ou qualquer outro de seus colegas não queira estar presente na minha aula, sinta-se à vontade para sair da sala, não irei reportar nem descontar pontos.
Ninguém se mexeu apenas encarando o sonserino, vermelho de raiva.
— Não? Então muito bem, vamos continuar!
O quinteto saiu por último da sala de Remo após o final da aula, depois de terem conversado por alguns minutos com o homem. Viram quando Draco passou acompanhado de outros sonserinos, segurando a vontade de xingá-lo por ter falado mal de Lupin. Potter então segurou o braço da irmã, sorrindo largamente ao ter uma ideia.
— Talvez seja uma boa ideia assustá-lo, não? — começou, vendo-a arquear a sobrancelha, em dúvida com sua ideia.
— Não, não! — Hermione negou no mesmo instante. — Não podemos mais perder pontos e você tem treino de Quadribol hoje, pode parar, agora vamos logo para a aula do Hagrid! — Puxou-o pelo braço, impedindo que o garoto tivesse tempo de contar para seu mais novo plano, andando apressados para o terreno próximo à Cabana de Hagrid.
— Muito melhor do que qualquer plano, excelente! — Harry gargalhava, ao lado da irmã e Rony após o acidente entre o Hipogrifo e Draco Malfoy no meio da aula de Trato de Criaturas Mágicas, enquanto Hermione e Evie pareciam extremamente preocupadas com o acontecimento.
— Não foi nada demais, não é como se ele fosse morrer! — Weasley respondeu ao ver Mione reclamando sobre as piadas que faziam.
— Sei que não — a garota replicou, negando com um aceno —, me preocupa o que o pai dele vai querer fazer. Tenho certeza que vão dar um jeito de culpar Hagrid pelo incidente!
— Todo mundo viu que o problema foi o babaca do Malfoy, se ele não fosse estúpido como um trasgo, nada teria acontecido. Não tem como eles culparem Hagrid nessa! — abanou a mão no ar, enquanto caminhavam pelos terrenos aproveitando os minutos livres até a próxima aula.
— Não teria tanta certeza — Evie negou, concordando com Hermione —, os Malfoy têm dinheiro e são influentes no Ministério, o pai do Draco é amigo do Primeiro Ministro, isso pode interferir bastante.
— Como é que você sempre sabe dessas coisas? — Rony questionou ao olhar para a loira, Darling deu de ombros, sem graça.
— Escuto o que meus pais falam em casa às vezes…
Harry parou no mesmo instante, virando-se de frente para a corvina.
— Você sabe algo sobre os Malfoy?
Evie ficou vermelha, parte pelo garoto parar tão próximo a ela de repente, parte por ele perguntar informações que se referiam ao trabalho dos pais. Peter e Jane Darling sempre a alertaram para não dizer a ninguém o que escutava em casa, por segurança. Mas não era como se Harry Potter fosse fazer algo contra ela. E não era uma informação grande, apenas uma fofoca boba…
— Bem, apenas que Fudge estava fazendo vista grossa com algumas coisas, porque era sobre os Malfoy… Não sei bem o que era! — apressou-se a acrescentar ao notar os olhos verdes de Harry cravados em sua direção.
— Era de se imaginar que o Ministro teria mais cuidado já que o pai do Draco foi um Comensal, não é mesmo? — Rony começou, vendo parte dos amigos concordarem, mas Hermione o olhou chocada.
— Como assim? Ele era?
— Você não sabia? — o ruivo replicou surpreso.
— Rony, eu sou nascida-trouxa, lembra? Muitas das coisas que vocês sabem pelos seus pais eu não faço ideia! — explicou, suspirando frustrada. — E então? — Os quatro se entreolharam, dando de ombros.
— Aparentemente Lucius estava sob efeito da Maldição Imperius, mas papai duvida que seja isso mesmo — contou em voz baixa, vendo o irmão concordar.
— Sim, ele falou que Malfoy já estava envolvido com coisas das Artes das Trevas desde os tempos de Hogwarts, assim como Snape — completou. — Ele e Sirius tem certeza que Lucius só “voltou” para nosso lado após Você-Sabe-Quem ser derrotado, aí como não queria ir para Azkaban, inventou que estava sendo controlado, como vários outros Comensais.
— E ninguém investigou? — Hermione indagou curiosa.
— É muito difícil provar que alguém não estava sob os efeitos do Imperius — Evie explicou —, por isso muitos Comensais não foram presos, alguns realmente estiveram, mas outros só falaram isso, e como têm dinheiro e influência, Fudge abafou. Tem muitos nomes que nunca foram divulgados!
— E vários têm filhos aqui em Hogwarts — Rony concordou com a loira, olhando ao redor —, e, chocando zero pessoas, sabemos que a grande maioria está na Sonserina.
— Mas vocês acham que eles ainda são… Comensais? — Granger tornou quase sussurrando.
— É claro que sim! — Harry e disseram no mesmo segundo.
— Só estão esperando a volta de Você-Sabe-Quem! — a garota respondeu, passando a língua pelos lábios. — Mas se quer saber, Comensais como o pai do Draco não são o que preocupa, já ouvimos nossos pais falando sobre isso. Eles têm certeza que se Ele voltar, vai cobrar todos os Comensais que o renegaram só para escapar de Azkaban.
— E os que ficaram presos possivelmente serão recompensados pela lealdade — Harry finalizou.
— Mas não é como se Você-Sabe-Quem estivesse para voltar, não é? Meus pais acham que ele morreu mesmo — Rony contou, colocando as mãos nos bolsos da calça.
Os gêmeos se entreolharam por um instante, mas foi Darling quem respondeu:
— Não sei, mas tem algo acontecendo.
Os quatro amigos se viraram para encará-la, aproximando-se para escutar melhor, pois a loira sussurrava.
— Não faço ideia do que é, mas meus pais estão muito mais preocupados do que estavam em anos e durante o verão estavam trabalhando até mais tarde quase todos os dias, por isso me deixaram ficar na casa de vocês — explicou ao olhar para os Potter, passando a língua pelos lábios —, e, eu não lembro, é claro, mas pelo o que eu sei, o Departamento de Mistérios só fica assim quando algo grande acontece. Pode não ser relacionado com Você-Sabe-Quem, mas tem algo acontecendo, sim.
Harry fez um barulho com a boca.
— Vocês lembram quando nosso pai e Sirius foram falar do Cedrico? — Sorriu de canto para a irmã, a qual rolou os olhos. — Eles disseram que o pai do Diggory estava levando relatórios sobre pessoas desaparecidas, e papai está saindo em mais missões nos últimos meses.
— Sim, muito mais do que nos últimos anos. Faz semanas que não recebemos uma coruja dele, porque está em missão.
— Mas vocês acham que é por causa dos Comensais? Quer dizer, pode ser qualquer coisa, não? — Hermione tornou ansiosa, apertando as mãos uma na outra.
— Pode ser, mas se até o pessoal do Departamento de Mistérios está preocupado, não seria apenas por um Comensal solto, é algo grande, talvez não Você-Sabe-Quem, mas tão grande quanto.
— Ei, Potter! — Cedrico chamou ao ver a garota andando pelo corredor em direção ao Salão Comunal, apressou o passo para conversar com ela quando a morena parou, virando-se em sua direção. — Soube do acidente de Malfoy…
— O que quer que tenham te dito, dessa vez eu não tive nada a ver com isso! — defendeu-se no mesmo momento, escutando-o rir ao concordar.
— Não é isso — negou, passando a mão pelos cabelos e suspirando instantes depois. — Ele não poderá jogar Quadribol por alguns dias, com isso, vamos jogar contra a Grifinória no próximo final de semana!
— O quê? — questionou surpresa, Cedrico concordou a contragosto. — Ele está mentindo! É claro que pode jogar, mal levou um arranhão do hipogrifo!
— Tenho certeza que sim, o vi mexendo o braço como se nada tivesse acontecido ontem — contou, tão irritado quanto a mais nova —, mas Snape interferiu e não temos opções. Vamos revezar os dias de treinamento com a Grifinória, já conversei com o Wood sobre os dias em que poderemos usar o Campo…
— Não acredito que o Bicuço teve a chance de mandar ele para o St. Mungus e só deu um arranhãozinho de nada! — resmungou, olhando para o lado. — E por que não a Corvinal?
— Cho se machucou durante um treino deles essa semana, vai ficar mais uns dois dias na Ala Hospitalar — explicou, respirando fundo antes de encostar-se na parede ao seu lado. — Tem certeza de que pode jogar contra seu irmão? Não vai interferir em nada?
riu, negando.
— Só me faz querer vencer mais do que o normal! — Deu de ombros, Cedrico sorriu, concordando com um aceno quando se encararam.
Percebeu então que era a primeira vez que se encontravam sozinhos desde que o ano letivo havia começado, todas as outras vezes Monty ou os amigos da garota estavam ao redor. Passou a língua pelos lábios, puxando um assunto qualquer.
— Como estão as aulas?
— Tudo certo, não estou perdendo tantos pontos esse ano, não se preocupe.
— Não foi por isso que perguntei — negou aos risos —, mas bom saber!
— E você? Como está a vida de Monitor, Capitão e aluno modelo? — O loiro fez uma careta.
— Bem mais cansativa do que imaginei — confessou —, mas ainda consigo administrar, então tudo bem.
concordou e, por um momento, os dois se encararam, sem saber o que dizer, apenas rindo sem graça em seguida ao notarem aquilo. Diggory passou a mão pelos cabelos antes de tomar coragem.
— O que achou do Três Vassouras?
franziu o cenho por um momento, dando de ombros.
— Fui duas vezes, é legal, só muito cheio.
Cedrico concordou no mesmo segundo, era sempre difícil conseguir uma mesa no local.
— O que você acha de…?
— O que você faz fora do seu Salão Comunal? — Ouviram a voz de Filch e ambos se viraram assustados. — Já passou do seu horário, Potter.
— Mas o Salão… — Apontou para o final do corredor, mostrando que estava há poucos metros do mesmo.
— Vamos, vou falar com a Prof. Sprout e… — continuou a ignorando, puxando-a pelo braço.
— Não, tudo bem! — Cedrico interveio, entrando na frente da colega. — Foi culpa minha, sinto muito, estava entrando e eu quem a parei para conversar, não reparei no horário. Não vai mais se repetir, peço desculpas.
O zelador não parecia nem um pouco interessado em suas explicações, mas antes que Argo pudesse dizer mais alguma coisa, Cedrico resolveu usar sua posição como Monitor para solucionar tudo de forma pacífica.
— Obrigado, eu a acompanho até o Salão e já te ajudo com a ronda, ok? Obrigado! — Sorriu educado, puxando-a do aperto do mais velho e andando apressadamente com a garota pelo corredor. — Desculpe por isso — disse ao passarem pela entrada.
abanou a mão, negando com um aceno.
— Não foi nada demais, desta vez a Sprout não precisou nem se envolver…
Diggory concordou, suspirando frustrado pela interrupção ao olhar o relógio de pulso, mas resolvendo falar com Filch antes que tivessem algum problema.
— Nos falamos depois, ! — Sorriu, aproximando-se para beijar-lhe a bochecha, saindo segundos depois. A Potter sorriu sozinha antes de seguir para seu dormitório.
No sábado às 11 horas, os sete jogadores com as vestes amarelas seguiram embaixo de chuva para o centro do gramado, carregando suas vassouras. já sentia o uniforme pesado por causa da água e partes do cabelo grudadas em seu rosto. Olhou para os lados, não conseguindo distinguir os gritos da arquibancada dos barulhos de chuva, mas conseguiu ver algumas bandeiras amarelas balançando ao redor, assim como algumas vermelhas.
Ficaram de frente para os jogadores da Grifinória ao ouvir o apito de Madame Hooch. Cedrico e Olivio Wood deram um passo à frente, se cumprimentando com apertos de mão e virou-se para olhar o irmão, o qual fez um joinha com a mão, a garota repetiu o gesto, mas segundos depois inverteu, apontando com o polegar para baixo. Harry riu, negando com a cabeça antes dos Capitães voltarem a se separar.
Diggory olhou de canto para a garota ao seu lado.
— Pronta para ganhar?
— Todo dia! — respondeu confiante, antes de ouvirem o novo apito de Hooch, subindo em suas vassouras.
Quando a mulher apitou uma terceira vez, e os outros jogadores ganharam altura e, segundos depois, os Balaços foram lançados, seguido pelo Pomo-de-Ouro e, logo após, Madame Hooch pegou a Goles em mãos, lançando-a para cima.
A Potter mal conseguia enxergar ao redor, conforme a chuva se intensificava, conseguia apenas diferenciar as cores dos uniformes e a Goles.
Era difícil jogar naquelas condições, o vento estava forte e atrapalhava seu voo, também era necessário jogar a Goles com mais força para fazer o trajeto até Emmett ou Zacharias, além de ter mais cuidado e atenção para segurá-la quando recebia um passe, pois a mesma estava escorregadia.
Olivio Wood, é claro, era um excelente goleiro, o melhor dos quatro times, mas pelo menos, devido à chuva, ficava um pouco mais fácil de marcar gols, pois o Capitão da Grifinória também estava com dificuldades para ver qual dos artilheiros adversários estava com a Goles. Contudo, não estava muito mais fácil para a Lufa-Lufa, os batedores não conseguiam ajudar muito e o goleiro não era tão bom quanto o grifinório, sem contar, é claro, que as artilheiras do time vermelho já estavam muito mais entrosadas e eram tão rápidas quanto os lufanos.
celebrou um gol, embora não fizesse ideia de como estava a partida, tendo perdido há vários minutos o número de gols que cada time havia feito, não conseguia escutar o que Lino Jordan narrava e, no fundo, só torcia para que Cedrico pegasse logo o Pomo. Amava jogar Quadribol, mas não naquelas condições; a chuva ficava mais forte, o vento gelado batia com força em seu rosto e já sentia o corpo inteiro dormente pelo frio em excesso. Parou de voar ao distinguir uma série de apitos de Madame Hooch, seguindo o restante do time para o campo, descendo de sua vassoura segundos depois.
— O que aconteceu? — Monty gritou ao se aproximar.
— Wood pediu tempo — Diggory respondeu no mesmo tom, colocando uma das mãos sobre a testa para tentar impedir que a chuva gelada caísse em seus olhos e pudesse ver seus jogadores —, estão indo bem, mas precisamos encerrar a partida logo, a chuva só está piorando, se continuarmos assim vamos jogar o dia todo.
— Quanto tempo faz que estamos jogando? — questionou. — E mais importante, alguém sabe quanto está o jogo?
— 180 a 110 para eles — Cedrico respondeu —, já tem quase duas horas de partida.
— Não podemos pausar por alguns minutos? — Zacharias pediu, olhando para Diggory, que negou com um aceno.
— Vou conversar com Wood sobre isso e vemos com a Madame Hooch, ela só vai considerar parar um pouco se os dois times estiverem de acordo. Todo mundo okay em pedir uma pausa? — perguntou, vendo-os confirmarem no mesmo instante.
Cedrico andou em direção ao outro lado do campo e pôde ver ele conversar com Olivio e com a professora, enquanto Hermione corria na direção do time da Grifinória. Franziu o cenho, confusa, achando que talvez estivesse confundindo a amiga com outra pessoa, não fazia muito sentido a colega estar ali, contudo, confirmou que era Granger quando ela acenou em sua direção, antes de voltar para a área das arquibancadas. Diggory voltou reunindo o time, dizendo em voz alta para que todos pudessem escutá-lo.
— Vamos tentar jogar por mais uma hora, se a chuva não melhorar vamos pausar o jogo e voltar mais tarde ou amanhã, quando o tempo estiver melhor.
O lufano passou mais algumas instruções e, cinco minutos depois, todos voltaram a ganhar altura quando a partida foi reiniciada.
estava com a Goles em mãos, se preparando para lançar para Montgomery, que voava a poucos metros de distância, mas antes que pudesse completar o movimento, sentiu uma pancada forte no lado direito do corpo, derrubando a bola no mesmo instante e levando o braço esquerdo na direção da batida.
— Você está bem? — Monty gritou, escutando-a concordar antes dele voar com rapidez para o lado contrário, tentando recuperar a bola.
O jogo continuou por mais alguns minutos e tudo o que torcia era para que desse logo o tempo e eles pudessem descansar. A única coisa que queria naquele momento era um banho quente e uma poção que fizesse seu corpo todo esquentar novamente e, possivelmente, parar de doer após o Balaço que levou.
Quase como se seu desejo fosse realizado, viu Cedrico e Harry voarem rapidamente na mesma direção, subindo vários metros acima.
Parou para ver o que acontecia, assim como a maioria dos jogadores que também esperavam o término da partida para descansarem. sentiu o ar faltar em seu peito ao ver Harry cair da vassoura, sem nem mesmo entender o que tinha acontecido com o irmão. Cedrico não pareceu notar e continuou a voar em direção ao Pomo, mas Harry caiu com velocidade em direção ao chão.
voou na direção do irmão, sem se importar com o restante do jogo.
Cedrico sorriu orgulhoso ao capturar o Pomo-de-Ouro, aliviado por finalmente terminar a partida e poder descansar junto de seus jogadores, ainda mais com a vitória.
Voou em direção ao time que o abraçou comemorando embaixo da chuva, então franziu o cenho ao reparar que a Potter não estava entre eles.
— O que aconteceu? — perguntou ao notar o grupo vermelho amontoados em um canto do campo e as vestes amarelas de sua jogadora entre eles.
— Harry Potter caiu da vassoura, foi atingido por um Balaço — Zacharias respondeu aos risos. Cedrico se separou do grupo, pousando instantes depois ao lado da Grifinória.
— Ele está bem?
— Madame Pomfrey está vendo — Angelina respondeu, olhando preocupada para o colega.
Diggory passou a mão pelos cabelos molhados, tirando-os do rosto antes de andar em direção a Olivio e Madame Hooch.
— Podemos fazer um novo jogo amanhã, não vi que ele tinha caído. Podemos continuar a partida quando a chuva passar e Potter estiver melhor — sugeriu. Wood pareceu considerar a ideia por um instante, mas a professora negou de imediato.
— Não teve nenhuma infração, Potter foi atingido e caiu da vassoura, acidentes acontecem. O jogo continua valendo e a Lufa-Lufa venceu de forma justa.
— Mas eu não sabia que ele tinha caído — protestou —, podemos jogar de novo.
— Não, tudo bem — Olivio suspirou —, foi uma partida justa. Vocês venceram, tá tudo bem.
— Sim, mas se Harry não tivesse caído…
— Mas ele caiu, Diggory — Madame Hooch cortou —, o jogo está encerrado. Levem ele até a Ala Hospitalar e vão todos tomar um banho quente — encerrou, apertando a mão dos dois jogadores antes de voltar para perto de Madame Pomfrey, confirmando que o garoto estava bem.
— Não foi nada tão grave, poderia ter sido pior… — dizia, apertando algumas partes do corpo do garoto para garantir que não havia nenhuma fratura. — Precisa passar a noite em observação por causa da pancada na cabeça, mas fora isso está tudo bem.
estava ajoelhada ao lado do irmão, olhando-o preocupada, ignorando o que a bruxa havia dito.
— Você está bem? Tem certeza que não quebrou nada?
Harry concordou, sentando-se quando a enfermeira terminou com ele.
— Meu ego está mais ferido do que meu corpo — respondeu em voz baixa, para só a lufana escutar. — Não se preocupe, vou ficar bem. Mas não conte sobre isso para nossos pais! — A garota riu, concordando antes de abraçá-lo.
— A próxima vez que você cair desse jeito serei obrigada a matá-lo.
— Tudo bem Harry? — Fred Weasley questionou ao se aproximar.
— Sim, tudo certo — garantiu, aceitando a ajuda do ruivo para ficar em pé.
Cedrico aproximou-se, parando ao lado de .
— Sinto muito, só vi o que aconteceu depois, se soubesse…
— Não, tudo bem — deu de ombros, sorrindo sem graça. — Faz parte, não? Parabéns pelo jogo. — Estendeu a mão para cumprimentá-lo. — Podem ir comemorar, está tudo bem.
— Vou com você até a enfermaria — avisou.
— Não vai não, comemora a vitória do seu time agora, provavelmente vai ser a única mesmo! — Deu de ombros, rindo ao ver a expressão ofendida dos dois lufanos.
— Pois fique sabendo que eu estou indo agora mesmo mandar uma coruja para papai e Sirius contando que você caiu da vassoura. Vamos, Diggory, vamos comemorar! — disse, dando as costas ao irmão e puxando o braço de Cedrico para andar junto com ela para fora do Campo, seguindo os outros jogadores. O Apanhador riu antes de passar o braço pelos ombros da garota, sentindo-se tão feliz quanto quando capturou o Pomo ao vê-la sorrir em sua direção.
A Potter rolou os olhos, segurando a risada ao ver a amiga com as bochechas vermelhas, olhando para baixo até que Harry se afastasse junto de Mione e Rony, tudo apenas por ele ter dito que achou o colar que ela usava muito bonito.
— Então… — começou assim que entraram na Dedos de Mel. — Será que já podemos falar sobre isso ou você vai continuar dizendo que eu sou doida?
— Disso o quê? — perguntou em voz baixa, olhando-a de canto antes de voltar sua atenção para os doces na loja, procurando algo para enviar aos pais.
— Ah, você sabe — deu de ombros, sorrindo pequeno —, o fato de querer ser minha cunhada num futuro próximo, talvez…
Evie arregalou os olhos claros, negando com um aceno rápido.
— Você está falando besteira! Harry é só meu amigo.
— Sei que sim, mas não quer dizer que você não queira algo a mais! — Piscou.
Evie pareceu ganhar uma outra cor, baixando o rosto vermelho e olhando as estantes, à procura de algum doce que seus pais gostassem.
— Tudo bem, sabe que não vou contar para ninguém, nem para ele — respondeu por fim, passando a mão pelos cabelos. — Se quer saber, acho que ele está interessado em você também!
— A-Acha? — questionou no mesmo segundo, vendo arquear as sobrancelhas com um ar de riso evidente.
— Só amigos, sei sim — disse debochada, negando com um aceno. — Ele não me falou nada, mas perguntou de você algumas vezes desde o verão, não achei nada demais no começo… — explicou, passando a língua pelos lábios. — Porém, ele ficou todo vermelho e sem graça quando eu perguntei o motivo de ele estar tão interessado em você… — Sorriu, vendo-a morder o lábio inferior, ansiosa.
— Eu só achava ele bonito — confessou baixinho, olhando de canto para a lufana —, não sei quando exatamente comecei a perceber que gostava dele, talvez nos últimos meses… Ele está mais alto… E mais confiante, sabe? Mas ele também é bem fofo quando quer…
— Por Merlin, Darling! Eu queria só que você confessasse, não que começasse a descrever os atributos do meu irmão, existem certas coisas que eu não preciso saber! — A outra rolou os olhos, rindo pequeno.
— Não vai falar pra ninguém, não é? Eu não contei que você gosta do Diggory, apesar que você não é muito sutil… — pediu, rindo ao finalizar e ver a cara surpresa da amiga.
— Não sei do que está falando, ultimamente nem fico vermelha ao falar com ele.
— Talvez porque ultimamente vocês só conversem durante os treinos a 20 metros de altura! — ponderou, vendo-a rir ao concordar.
— Aposto que Harry se sentiria mais confiante se vocês conversassem dessa forma! — Piscou, ao tempo que Evie negava com uma careta, nem sequer imaginando voar em uma vassoura.
entrou apressada na sala desocupada, tirando a Capa de Invisibilidade e respirando fundo. Sabia que tinha sido uma péssima ideia se separar de Harry, mas ao menos ele tinha o Mapa do Maroto, poderia se esconder até que Filch e Madame Nora sumissem para que ele pudesse voltar à Torre da Grifinória.
Riu sozinha ao pensar na cara de Snape ao descobrir que invadiram sua sala e nem mesmo poder provar que haviam sido os Potter, James com certeza ficaria orgulhoso ao saber daquilo.
Encostou o ouvido na porta ao ouvir passos se aproximando e logo tratou de jogar a capa sobre si, caminhando para trás das mesas ao canto para afastar-se da entrada, colocando as mãos sobre a boca, para evitar de fazer qualquer barulho que a denunciasse.
Instantes depois ouviu a porta se abrir e passos apressados junto de risadinhas. Fechou os olhos, negando com a cabeça, pensando em uma forma de sair dali o mais breve possível, até reconhecer as vozes, virando-se no mesmo instante, a boca aberta, desacreditada.
— Shiu, se ele nos escutar vamos passar o mês acorrentados! — o ruivo dizia, tapando a boca de Sophie, a garota se afastou rindo.
— Filch é o menor dos meus problemas, quero ver se Remo descobrir! Vai falar direto com Aaron, vou passar o verão de castigo!
Weasley colocou as mãos na cintura.
— Ele acha que eu não sou um bom partido é? Pois saiba que sou!
— É claro que é — a sonserina respondeu sorridente, passando os braços pelo pescoço do outro —, mas é melhor que só eu saiba disso agora!
Potter precisou colocar as mãos com força contra a boca para evitar o grito e a risada, tamanho seu choque. Tornou a negar com a cabeça, olhando ao redor a procura de algo para fazer que não fosse ver o casalzinho aos beijos. Pensou em dar a volta e aproveitar a distração dos dois para sair pela porta, mas não queria correr o risco de atrapalhar os dois. Por fim, respirou fundo sabendo que não teria muitas opções, tirou a varinha da capa e apontou para o canto da sala, sussurrando:
— Wingardium Leviosa.
Parte dos livros ao canto caíram com um baque surdo, assustando o casal que se separou em um pulo.
— Pirraça? — o ruivo chamou, olhando ao redor.
— É melhor sairmos, Filch pode ter escutado o barulho! — Lupin comentou, olhando ao redor à espera de uma explicação, antes de passarem pela porta, saindo momentos depois pelo corredor. sorriu sozinha.
— Ora, ora, talvez no futuro eu possa tirar algum proveito disso!
— Ei, ! — A garota virou-se antes de atravessar o portal do Salão Comunal, encarando Cedrico que levantava-se de uma poltrona do outro lado do cômodo, deixando um livro de lado. — Podemos conversar antes de você sair?
concordou, puxando seu malão e coruja para o canto, vendo mais alguns alunos saindo e despedindo-se do Monitor.
Cedrico fez um sinal com a cabeça para andarem mais para o canto, afastados da movimentação dos colegas, esperou a artilheira parar à sua frente, parecendo um tanto curiosa com o possível assunto que ele teria, faltando pouco tempo para embarcarem de volta para casa. Diggory sorriu de canto parando próximo de uma das janelas com algumas samambaias ao redor.
— Algum problema? — perguntou curiosa, vendo-o negar ao passar a mão pelos cabelos.
— Não, eu só… — Pigarreou, tentando ganhar mais confiança antes de voltar a fitá-la. — Ahn… Queria dizer que foi legal jogar com você esse ano, chegamos perto de vencer e com um pouco de sorte conseguimos a Taça no próximo ano! — Sorriu de lado, vendo-a concordar. — Você joga muito bem…
— É, eu sei! — Deu de ombros, rindo em seguida. — Obrigada, você também é muito bom!
Cedrico riu baixo, deixando o braço direito apoiado à parede, inclinando-se alguns centímetros mais próximo a ela.
— Você é sempre tão confiante, é?
— Às vezes, na maioria por causa do Quadribol… Se você conhecesse meu pai e meu tio, entenderia! — explicou ao sorrir pequeno, levemente constrangida ao notar o quão próximo de si ele estava.
— Bem… Hm… Eu estava pensando — passou a língua pelos lábios —, você vai à Copa Mundial no verão?
— Sim, meus pais confirmaram na última Coruja que me mandaram! — disse animada. — Você vai?
— Acredito que sim, meu pai ficou de ver quantos ingressos ele consegue, mas não acho que tenha problemas para pelo menos dois. — Sorriu, passando a mão pelo pescoço em sinal de nervosismo.
— Então talvez nos encontremos por lá! — sorriu, vendo-o concordar no mesmo segundo.
— Sim, podemos sim… — Tornou a passar a língua pelos lábios, olhando-a de canto. — Eu ahm… Você vai fazer alguma coisa nesse verão? Antes da Copa?
A Potter franziu o cenho, parecendo incerta.
— Não sei bem, talvez alguma viagem, mas não deve ser nada muito longo, meu pai já tirou férias no Natal, não vai conseguir de novo tão cedo… Por quê?
— Ah, bem, eu devo viajar umas duas semanas agora — contou, passando a mão pela nuca, dividindo o olhar entre seus tênis e a garota —, mas pensei se… Bem, se depois você também estiver em Londres, sabe? Ahn… Poderíamos marcar de fazer alguma coisa — encarou-a incerto — no Beco Diagonal, talvez um sorvete? — sugeriu. — Se você quiser, é claro…
notou o olhar ansioso de Diggory e precisou segurar a vontade de sorrir, mordendo o lábio inferior.
— Hm, claro… Podemos sim…
Cedrico pareceu um tanto mais confiante ao vê-la concordar.
— Tudo bem se eu te escrever então? — pediu, sentindo uma vontade crescente de rir. — Para marcarmos um dia que você possa?
— Sim, sim, sem problemas! — concordou apressada, desviando o olhar dos olhos cinzentos do rapaz.
sentia o coração bater acelerado, junto com uma sensação estranha no estômago, parecida com o que sentia sempre que estava em uma partida de Quadribol e conseguia marcar um gol; aquela ansiedade crescente, seguida por uma mistura de felicidade e orgulho de si mesma, junto com uma vontade absurda de rir sem motivos.
Cedrico passou a língua pelos lábios, batucando os dedos na parede.
— Ok, então… Temos um encontro…? — Esperou pela reação dela, querendo confirmar que havia entendido o que ele queria, sentindo-se ainda mais nervoso enquanto esperava pela resposta da mais nova.
— Ah. — sentiu o rosto esquentar violentamente e junto com a vontade de rir sentiu que poderia morrer ali mesmo e estaria feliz apenas por saber que Cedrico Diggory queria sair com ela. — É… Claro…
Diggory sorriu largamente, relaxando a postura ao saber que poderia marcar uma data para sair com a colega.
— Hm… Acho melhor irmos então — a garota começou apontando para a saída, notando que não havia mais alunos e eles provavelmente eram os últimos.
— Claro, não seria muito legal perder o trem, não é? — brincou, rindo baixo ao vê-la fazer o mesmo. — Tenha um bom verão, eu te mando uma coruja assim que voltar pra casa!
Os dois se encararam por um momento, um tanto sem graça, e então Cedrico inclinou-se para beijá-la na bochecha. Afastaram-se poucos centímetros, tornando a manter o contato visual, até Diggory engolir em seco tornando a inclinar-se em sua direção, parando poucos centímetros de sua boca, dando-lhe tempo de desviar-se caso não quisesse que ele a beijasse.
podia sentir a respiração dele contra seu rosto, sentia as mãos formigarem e o coração bater alto contra seu peito, fechando os olhos quando Cedrico acabou com a distância entre eles, encostando seus lábios nos dela.
Diggory passou a mão que apoiava na parede pelo rosto de , enquanto a outra seguiu para sua cintura puxando-a de encontro a ele. A Potter achou que o coração havia parado de bater e que nem respirava, mas quando sentiu a língua do lufano sobre seus lábios, pareceu voltar à realidade. Levou uma das mãos até o peito do garoto, incerta do que fazer com elas, deixando a outra sobre sua cintura. Era uma sensação estranha, diferente do que havia imaginado num primeiro momento, contudo, após aquele minuto inicial que não fazia ideia do que estava sentindo, pôde aproveitar seu primeiro beijo com o garoto de quem gostava.
Plataforma 9 ¾
Os três homens conversavam enquanto esperavam pelos gêmeos, James e Sirius parecendo ainda mais transtornados ao saberem que Remo precisou pedir demissão após Snape revelar aos alunos da Sonserina que o professor era um Lobisomem, jurando uma forma de se vingarem, ignorando por completo o fato de serem todos adultos e maduros, afinal Severo não foi capaz de deixar suas diferenças adolescentes para trás.
Logo puderam ver Harry despedir-se de Rony e Hermione antes de andar em direção a eles, sorridente, abraçando cada um por alguns instantes.
— Cadê a minha mãe? — perguntou olhando para os lados à procura da mulher.
— Ficou em casa, não estava se sentindo muito bem hoje — James explicou, passando a mão pelos cabelos do filho. — Como foi o ano?
Harry começou a contar empolgado sobre a última partida de Quadribol, na qual a Grifinória ganhou a Taça de Quadribol, até notar Sirius de olhos arregalados encarando um canto mais a frente, agarrando o braço de James em seguida.
— Pontas! — chamou baixo, apontando com a cabeça para o lado.
James, Harry e Remo olharam no mesmo instante, não demorando a encontrar conversando sorridente com um garoto mais velho. James estreitou os olhos, fazendo um barulho com a boca.
— Com quem sua irmã está conversando?
— Cedrico Diggory — Harry disse rápido, já prevendo o que aconteceria em seguida.
— É o garoto da sorveteria, não é? Eu sabia que não deveríamos ter deixado aquilo passar tão rápido. Deveríamos ter enviado uma carta o ameaçando, assim ele não estaria tão perto de . Não foi para isso que criamos essa garota! — Sirius replicou, fazendo careta ao olhar o rapaz de cima abaixo.
— Ela é nova demais para eu já precisar ameaçar alguém — James suspirou, parecendo mais chocado ao ver o rapaz sorrindo cada vez mais próximo de sua filha. Sua bebezinha.
— Por Merlin! — Remo rolou os olhos, cruzando os braços. — Eles só estão conversando, provavelmente se despedindo. Cedrico é um bom aluno e um bom rapaz, não se preocupem.
James e Sirius encararam o outro como se uma segunda cabeça tivesse acabado de aparecer em seu pescoço, desacreditados que ele fizesse tão pouco caso.
— Pronto, ela já está vindo! — Lupin avisou, vendo a afilhada virar-se sorridente na direção deles, aproximando-se apressada e abraçando cada um.
Black manteve o olhar preso no rapaz, vendo-o conversar com os próprios pais a poucos metros de distância, reconhecendo Amos Diggory de imediato.
— Quem era aquele garoto com quem você estava conversando? — James perguntou para a filha, vendo-a abraçar Sirius.
— O Ced? — perguntou com o cenho franzido. Os dois homens estreitaram o olhar.
— Ced? Vocês estão assim tão próximos para chamá-lo de Ced? — Sirius questionou com a sobrancelha arqueada.
— Jogamos Quadribol juntos, ele é o Capitão do time, lembra? — explicou, passando a língua pelos lábios. James pareceu contorcer-se.
— Talvez seja hora de você sair do time de Quadribol, !
A loira olhou do pai para o irmão, que deu de ombros, parecendo segurar a risada.
— Não se preocupe — Remo começou, passando a mão pela cabeça da garota —, eles estão exagerando…
— Exagerando? — os dois falaram ao mesmo tempo, encarando Lupin.
— Por Merlin, Aluado! — James respondeu exasperado, passando a mão pelos cabelos. — tem treze anos, você não acha que… — parou de falar quando viram os três Diggory passarem por eles.
O casal sorriu educado na direção do grupo, o rapaz vinha um pouco mais atrás, empurrando o carrinho com seu malão e coruja; cumprimentou Harry com um aceno, assim como os homens que notou o encararem. Então sorriu para a garota quando passou por ela.
— Boas férias, .
— Você também! — ela respondeu da mesma forma, sentindo as bochechas esquentarem, olhando de canto para seu pai e Sirius que pareciam transtornados.
Harry riu para a irmã quando ela o olhou pedindo por ajuda, enquanto os homens ainda puderam ver Cedrico olhar por sobre o ombro uma última vez na direção da garota antes de atravessar a passagem para Kings Cross.
— Muito bem — Lupin foi o primeiro a dizer, pigarreando —, talvez seja mesmo uma boa ideia você parar de falar com esse garoto. Claramente não pode ser uma boa influência!
— Quadribol é muito perigoso — James concordou no mesmo momento —, você poderia se machucar! É melhor sair do time!
— Ou nós podemos machucar aquele garoto, o que também não me parece uma má ideia — Sirius acrescentou, tendo o apoio de Remo e James, ao tempo que Harry gargalhava e olhava para baixo, mordendo o lábio inferior ao pensar em Cedrico Diggory e no que tinha acontecido horas antes no Salão Comunal.
No final o Chapéu Seletor sempre escolhia a melhor Casa para seus estudantes e a Potter não poderia estar mais agradecida por ter caído na Lufa-Lufa.
N/A: Essa foi curtinha demais, mas só porque amo demais esse casalzinho (que eu mesma inventei pois qualquer fic com Cedrico é pouco!). Logo logo vem a segunda parte que é o encontro deles: Diagonal Alley Secrets.
E um beijão pra Lelen que é sempre incrível com tudo! <3
Até a próxima!
Ai, eu amo esses cenários alternativos, quero ver esses personagens sendo felizes sem drama além do normal 🥹🥹
Vai ter um pouco mais sobre a relação de Lily e Petúnia? De como tia Petúnia é nesse universo?
MIMDÊ MAAAAIS!
Ai, eu amo o Monty <3 (quiser fazer um spin-off com ele, aceito HEHEEHEH)
Quando é que vai ter o Cedrico e a Sam juntos? <3
Quero mais socos no Malfoy (mesmo ele sendo meu primeiro favorito :B) porque ele é bem babaquinha, fazer o quê, temos que admitir.
Aê, finalmente aconteceeeeeu!
Cedrico é uma preciosidade, né? Maldade JK ter sacrificado ele, tadinho. Ainda bem que temos fanfics e autoras como você pra salvar o moço <3
Eu tô curiosa com a continuação desse romance “SamDrico” e pra saber se o “triângulo amoroso” entre Harry/Evie/Monty vai dar pano pra manga HEHEEHEHEH
Achei ofensivo o Snape dar com a língua entre os dentes sobre nosso Lupin, ele é e sempre será meu professor favorito <3
BORA PRA CONTINUAÇÃO!