Ray Dias
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Sol do Inverno

Capítulo 1
A Lareira

  O tilintar das pedrinhas de cristal de gelo penduradas nas janelas do hall da pequena pousada era o vestígio da brisa de inverno. Novamente, nevaria. já estava tão acostumada com o clima frio e congelante de Winterland, que às vezes não compreendia quando os hóspedes reclamavam das baixíssimas temperaturas. Como era o caso naquele momento, onde o casal de jovens recém-casados acabara de passar por ela, reclamando do tempo.
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  — Senhorita , como consegue viver aqui o ano todo? — perguntou a mulher.
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  — Bem… eu estou acostumada. Estou aqui desde criança, então o frio não me incomoda. Na verdade… Ele faz parte de mim.
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  — Wow, senhorita ! Que coraçãozinho gelado você tem! — o marido, abraçado à mulher, brincou e sorriu.
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   apenas continuou o que escrevia no caderno de reservas, sem ao menos sorrir de volta. O casal notou que a mulher não havia dado muita atenção ou que talvez não tivesse gostado da brincadeira.
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  — Er… Desculpe-me, senhorita — falou o homem e trocou olhares com a esposa antes de mudar o assunto: — Bem, nós gostaríamos de saber se há pranchas de ski para alugar aqui.
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  — Hm… Um momento — resmungou e saiu para a salinha atrás do balcão da recepção, e retornou dizendo: — está na cabana. Levem isso a ele.
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  Ela estendeu duas plaquinhas com números diferentes ao casal que pegou sem muito compreender. Sabiam que era o quebrador de gelo e quem “limpava” as ruas de Winterland, pois foi ele a primeira pessoa que o casal conheceu e que os levou até a pousada Olaf. Mas não sabiam que ele também trabalhava na pousada alguns dias da semana. O casal então saiu em direção à cabana ao lado da pousada para provavelmente pegar os aparelhos com aquelas plaquinhas em mãos.
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   encarou o caminho que o casal havia acabado de fazer e suspirou cansada. Aquele tipo de pergunta realmente era cansativo. Qual o problema das pessoas não entenderem que para ela, que era dona do lugar, o frio fosse tão comum quanto… respirar. Era natural, não sabia o que era o verão, o calor ou qualquer outro tipo de sensação que não fosse própria do inverno. O mais próximo de calor na vida de provinha das lareiras que acendia para aquecer os hóspedes.
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  Atenta ao caderno de reservas, notou que o movimento estava baixo naquele mês e até sentiu-se aliviada. Poderia quase ter um descanso, já que eram poucos os hóspedes que não se ocupavam de ficar andando na neve do lado de fora. Afinal, era por isso que as pessoas visitavam o lugarejo: pelo eterno inverno de Winterland ao longo de todo o ano.
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  Ela começou a ajeitar a lareira do hall naquela manhã. Caminhou para os fundos da pousada atrás das lenhas que ficavam armazenadas em um local seco e sem ventilação. Pegou alguns tocos e caminhou lenta entre a neve, observando a imensidão de montanhas geladas e pinheiros brancos ao redor de todo o lugar. A pousada ficava em um lugar alto, e tinha a vista magnífica de todo o vilarejo, das montanhas de ski e também de parte da estrada que dava acesso entre as montanhas para o vilarejo.
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  Enquanto observava os borrões de poucas pessoas no vilarejo abaixo do cume em que ficava a sua pousada, indo apressadas de um lado ao outro, fugindo do frio ou se aventurando nele, outras poucas pessoas com trenós puxados por cães mais afastadamente, enquanto observava a vida comum lá embaixo… caminhou devagar até entrar. Quem quer que a visse encararia a cena com estranhamento. A mulher pouco agasalhada andando como se não sentisse a brisa gelada cortar o seu rosto. bateu os pés no gradeado da porta dos fundos, para retirar o gelo das botas e se direcionou novamente ao hall. Colocou as lenhas na lareira, mas ao tentar acender, novamente aconteceu aquilo: sua frieza a impedia de chegar perto do fogo.
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  — Droga… O que há comigo hoje? — se perguntou baixinho.
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  Murmurou com os lábios um resmungo e levantou-se batendo as mãos na calça e esfregando uma na outra. Vestiu suas luvas que estavam no bolso e tentou novamente, mas nenhuma faísca saía. Contrariada por ter que pedir novamente a , pela terceira vez naquela semana, ajuda para acender a lareira, caminhou rumo à cabana.
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  O homem estava sentado na alta cadeira de observatório da pousada. Foi o próprio a colocar aquela cadeira lá e, como um salva-vidas de binóculo, observava a tudo. Muitas vezes soava o alarme de socorro a algum desavisado que caía no lago congelado ou era pego por alguma corrente de nevasca no topo da montanha. Desde que ele tivera aquela ideia, também se tornou um brigadista do inverno e ajudava os bombeiros com aquela pequena tarefa de observar e alertar se preciso.
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  — ! — gritou abaixo, o fazendo olhá-la rapidamente e sorrir.
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  — ! Algum problema?
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  — A lareira!
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  A contrariedade era nítida na voz da mulher. Ele sabia que ela odiava pedir ajuda para aquilo, então deu uma última checada no ponto que observava antes, a estrada de acesso entre as montanhas, e depois desceu.
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  — Desculpa te pedir isso de novo, mas eu realmente não sei o que está acontecendo.
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  — Tudo bem, sabe que eu não me importo. Mas você está bem? Isso não é comum apenas quando você está passando por alguma situação? — perguntou ele preocupado, já caminhando em direção à pousada ao lado dela.
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  — Sinto-me bem, não sei realmente o que pode ser. Na verdade, tenho estado bem desanimada esta semana, mas não há um motivo para isso diretamente.
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  — Talvez você precise descansar.
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  — É, talvez seja isso… E você viu algo lá de cima? — perguntou ela, entregando a ele uma pederneira que em sua mão não funcionava.
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  — Tem algo estranho na montanha sim, . Parece que vai desabar um pico de gelo no meio da estrada e não deve demorar.
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  — Desabar? Mas para isso acontecer o gelo teria que estar derretendo!
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  — Exatamente. Mas, eu tenho observado a montanha e a cada dia o pico parece menor.
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  — Isso é muito sério, . Deveríamos falar com o prefeito?
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  — Não acho boa ideia. Você sabe… A suspeita do inverno indo embora de Winterland não seria uma boa situação na vila.
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  — Hunf… — sorriu sarcástica. — Eu ainda estou aqui, . Não é como se o inverno fosse embora.
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   pronunciou e imediatamente o fogo pegou na lareira, logo na primeira tentativa de . Ele sorriu para a mulher que sorriu de volta, mas logo fechou a cara e se afastou ao notar as chamas diminuírem por sua presença. E logo que se afastou, o fogo incendiou alto novamente.
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  — , talvez você devesse procurar ajuda de novo — pronunciou se aproximando da mulher no sofá do hall.
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  — Ninguém pode me ajudar, . Só o tal do verão que aparentemente… nunca me encontrará.
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Capítulo 2
Flor do Inverno

   estava servindo o chocolate quente pedido pelos hóspedes que haviam descido de seus quartos há pouco tempo no hall quando apareceu agasalhada com a chave da sua caminhonete.
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  — Vai ao vilarejo, irmã? — perguntou, se aproximou ao vê-la pegar o cachecol pendurado.
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  — Sim. Estamos sem ração fortificada para as renas e o não poderá trazer.
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  — Ah, sim, verdade. Hoje ele foi ao campo cortar lenha…
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  A voz meiga de sua irmã ficava ainda mais doce quando falava de . então sorriu por estar cada vez mais nítido o quanto aqueles dois se gostavam, mas não assumiam.
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  — Você sempre foi uma mulher ousada, . Deveria dar o primeiro passo!
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  — Do que está falando?
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  — Declare-se logo para ele. também é apaixonado por você, mas… Ele é um homem tímido. Não vai arriscar um fora, e é um lerdo também!
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  — Não fale assim dele!
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  — Oras, não é mentira! Como ele pode ainda não ter notado que vocês se gostam se até os hóspedes cochicham isso por aí?
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   enrubesceu — outra coisa que achava adorável e nunca aconteceria com ela —, colocando a bandeja em cima do balcão e se pondo a empurrar a irmã para fora.
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  — Anda! Vai logo!
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  — Já estou indo! — riu e antes de entrar no carro pronunciou: — Cuide da pousada direitinho.
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  — Eu não sou mais criança, !
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  Deu partida risonha ao ver a irmã caçula bufar e bater o pé antes de entrar. Dirigindo devagar, desceu a montanha em direção ao vilarejo. Não era um caminho longo, na verdade, assim que chegou à loja de rações percebeu algum tumulto diferente na porta da loja.
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  — Bom dia — ela pronunciou e foi respondida com afeto e simpatia pelas pessoas.
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   era muito querida por todos na cidade e acreditava ser por sua discrição, já que não se sentia uma mulher muito simpática para ser querida. Na verdade, acreditava que era por que as pessoas lhe tratavam bem. Desde a infância as duas órfãs eram muito queridas na vila, a irmã mais velha sempre muito responsável, mas era a , a criança mais extrovertida. As duas foram criadas pela família de , e quando completou os dezoito anos, a jovem já tinha juntado dinheiro o suficiente para cuidar de si e da sua irmã. Apenas não sabia que os pais haviam lhe deixado uma pousada. Então, desde então, as irmãs eram donas da pousada Olaf.
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   entrou na loja e foi atendida como de costume pelo dono do estabelecimento. Ao sair da loja, vendo o homem levar os sacos de ração para a traseira de sua caminhonete, escutou um burburinho que lhe chamou a atenção.
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  — Como assim, apareceu?
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  — Derreteu! O gelo derreteu e finalmente podemos ver as cores delas!
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  — Mas… se elas têm cores… significa que são flores normais!
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  — Sim, sim! Meu avô estava certo em dizer que eram flores comuns tomadas pelo inverno… Mas eu sempre acreditei na lenda da flor do inverno! E mais ainda: após todos estes anos, o gelo está derretendo!
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   aproximou-se confusa e surpresa do grupo de pessoas conversando, e perguntou:
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  — Desculpe, mas… do que estão falando?
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  — , querida! — disse uma mulher que como as outras pessoas em volta deviam ter quase a mesma idade que a sua. — As flores de inverno! Elas não estão congeladas, elas estão aparecendo!
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  — Como assim? Quantas? — perguntou surpresa.
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  — Eu não sei! Esta manhã eu tive este susto ao abrir a janela da minha cozinha e ver o meu jardim… florido.
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  — Será que é a chegada da primavera? Será que o inverno vai finalmente acabar em Winterland? — um dos homens do grupo perguntou à moça que havia respondido à .
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   apenas despediu-se e saiu apressada para seu carro. Pegou seu rádio de comunicação e chamou por , que lhe disse estar a caminho da pousada.
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  — ! Tem algo estranho nos campos?
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  — Na verdade, tem sim, . Já estou voltando para a pousada, inclusive!
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  — Me espere aí! Estou indo até você.
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  Quando desceu de sua caminhonete, a aguardava ao lado de sua caminhonete também. A traseira já estava lotada de lenha e o homem de braços cruzados observava ao grande campo, repleto de flores campestres, coloridas e de grama verde. Aquilo era assustador. Há trinta anos não se via nada além de gelo em Winterland. se aproximou dele e pôde finalmente ter a mesma visão do homem, sentindo dentro de si um aperto muito grande.
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  — ! — ele bradou ao vê-la ao seu lado, catatônica: — Você está bem?
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  — O que é isso, ? Por que o gelo está derretendo?
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  — Eu não sei. É estranho quando os seus poderes parecem descontrolados, não é? — Ele olhou para as flores e novamente para . — Acha que isso que está acontecendo tem a ver com você?
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  — Eu não sei… Mas a cidade dos meus pais neva desde que eu nasci. E mesmo por todos estes anos, nunca aconteceu algo estranho comigo ou com Winterland. Algo provocou a vinda de uma nova estação e não fui eu.
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   entendia o que ela dizia. Fazia muito sentido. Ele levou até a principal flor da cidade. Quando o vilarejo de Winterland começou a congelar, tudo começou por uma única flor de gelo. E a partir dela, todo o solo começou a congelar e a natureza ao redor entrou no inverno, como um efeito dominó. No dia que a flor de gelo surgiu, foi também o dia em que nasceu. sabia que aquela flor, possivelmente, estaria ligada a ela e se algo acontecesse com o gelo da flor magna, também aconteceria a ela. Somente e sabiam da existência da flor da lenda da cidade e sua localização, e por anos investigaram juntos em segredo os mistérios dos poderes dela e descobriram aquilo: havia uma ligação entre a mulher e a flor, mas não era só aquilo. Ainda não haviam descoberto tudo!
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  — Graças! Ela não mudou! — falou aliviada, olhando para logo que os dois entraram na caverna congelada.
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  — Acha ainda que você está ligada à flor?
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  — Acho… Mas, bem… Não terei essa resposta. No momento, precisamos descobrir o que está acontecendo com Winterland!
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  — … — tocou no ombro dela a fim de consolar. — Enquanto você ainda conseguir acender as lareiras, tudo estará normal.
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  — Eu não sei, … eu sempre tive o controle dos meus poderes, por que agora eles não me obedecem? Acender lareiras quando eu bem queria era o normal, mas agora é como se… Todo o inverno de Winterland estivesse vindo para mim…
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   a encarou preocupado. Aquilo era tudo muito misterioso e novo para eles. sorriu agradecida. Não sabia dizer se desejava se livrar ou não dos poderes gelados. Achava que sim, mas tinha medo. Afinal, o que aconteceria a ela se por acaso ela se tornasse uma mulher comum como sua irmã?
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Lelen
Admin
14 dias atrás

Eu vi o fandom e imaginei o desenho mesmo. E lembrei que eu shippava Elsa e Jack Frost de “A Origem dos Guardiões” IASHDOIANDAOISDNOASD
Vamos ver como o tal Hélio vai surgir na vida da Elsa e como ela vai levar isso!

Ray Dias
Ray Dias
2 dias atrás
Reply to  Lelen

A história se baseia no universo de Frozen, mas é como se fosse uma “live action” do mundo fantástico. hehehe Espero que goste da fic no final, Leles ♥

Lelen
Admin
8 dias atrás

Hmm, quero saber mais sobre essa tal “flor do inverno” e o que tem a ver com a Elsa. O inverno está dando tchau e vindo a primavera, o que isso vai acarretar na vida desses personagens?

Ray Dias
Ray Dias
2 dias atrás
Reply to  Lelen

Ansiosa para suas descobertas ao longo da leitura, Leles ♥ Obrigada por ler e comentar!


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