She Came Back
contemplava a lareira de sua enorme casa vazia, uma casa que em outros tempos já estivera cheia de pessoas queridas, amigos e pessoas amadas. Ele ainda mal conseguia entender como aquilo, aquela alegria toda pôde se esvair em tão pouco tempo.
Há sete anos o homem que estava sentado em frente a lareira com sua noiva não acreditaria nos próprios olhos se visse o estado do homem que agora se encontrava em seu lugar.
Há sete anos aquele homem não acreditaria em como o destino poderia ser cruel, tirando-lhe toda sua vontade de viver.
Aquele homem também não acreditaria que alguma coisa poderia acontecer com a pessoa que mais amava. Não acreditaria que ela não estaria mais consigo em sete anos.
”…” Seu pensamento ecoou em sua voz distorcida pela bebida.
Era véspera de Natal, quinze para a meia noite. Depois daquele dia seus dias jamais foram os mesmos, mas as noites de Natal eram as piores.
sempre bebia além da conta nessas noites, sempre querendo esquecer os acontecidos.
”, pare com isso! Vai acabar morrendo dessa forma!” Podia ouvir a voz de sua irmã lhe implorar em suas memórias um tanto borradas.
- Ao menos estarei ao lado de … – Murmurou para si mesmo bebendo um longo gole da bebida em seu copo.
…
era a mulher mais linda e radiante que havia conhecido em toda a sua vida. Sempre com um sorriso estampado no rosto, um brilho diferente no olhar e, o que mais lhe encantava, a doçura com tudo e todos a sua volta.
Os dois estavam noivos aos 26 anos de idade, esperavam apenas o inverno para casarem. Por que o inverno? Pois era a estação favorita da garota e queria agradá-la de toda e qualquer forma.
Ele ainda lembrava do dia em que sugeriu isso a , sua . Os olhos da mulher se encheram de um brilho especial e um sorriso cintilante se mostrou em seus lábios rosados.
Fora um dos melhores dias para , mas mal ele sabia que a felicidade dura pouco.
Não se soube como, mas um mês depois do casamento, no auge da felicidade do casal, descobriu-se em uma doença grave que em pouco tempo a fez definhar dolorosa e lentamente. nunca a deixou um segundo nesta fase, tinha esperanças de tratamentos a salvarem, mas logo foi desiludido.
Sete anos atrás, 25 de dezembro à meia noite, deu seu último gemido de dor e com um sorriso sereno fechou os olhos para nunca mais abri-los.
- Por que, ? – sussurrou com algumas lágrimas lhe embaçando a visão.
O grande relógio da sala da mansão soou indicando a meia noite. O homem sorriu amargurado e bebeu o resto do conteúdo da garrafa em suas mãos.
- Feliz Natal, … – Murmurou ele quase inconsciente.
- Feliz Natal, . – ouviu um sussurro ao longe e sorriu.
Sete anos sentindo a dor da perda. Sete anos sem conseguir viver. Sete anos sem sua amada. Sete anos que chegavam ao fim naquele exato momento.
Fim
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