seven days a week (clear ver.)

  — , me perdoa mais uma vez!

   juntou as mãos em sinal de súplica, quase se ajoelhando na frente de sua namorada, e para não chamar mais atenção do que já estavam, a garota suspirou fundo e o puxou para si, entrelaçando o braço com o dele. Eles caminharam em silêncio por cinco minutos até que ela decidiu parar, cruzando os braços na altura dos seios e o encarou com a cara fechada; o garoto engoliu seco, sabia mais do que ninguém que quando sua namorada ficava assim, era por ter pisado muito na bola. A questão é que e o relógio não possuem uma relação amigável, na verdade, ambos são inimigos desde que se entendia por gente, e infelizmente, essa era uma característica sua que não conseguia se desvencilhar. E mais uma vez, quebrando a promessa que fez a si mesmo de não se atrasar para encontrar a sua namorada, se viu na situação que tanto conhecia.

  — — é, estava irritada e o garoto apelou para o olhar de coitadinho para ver se amolecia o coração dela — Não adianta, não vou sentir pena de você.

  — Oh. — ele colocou a mão no peito, fingindo que sentia dor.

  — Pare com o teatro — revirou os olhos —, só quero que me responda uma coisa: você não tem um celular, não?

  — Tenho, ué — respondeu como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

  — E por qual razão não o usou para me avisar que se atrasaria por uma hora?

  O rapaz ficou em silêncio instantaneamente, sem ter o que responder; nem o próprio tinha noção do motivo de não ter usado o celular, provavelmente acabou esquecendo da existência do aparelho por culpa da corrida que precisou dar para chegar ao parque.

  — Me desculpa, meu amor — choramingou um pouco, a abraçando de lado. — Eu juro que não fiz por mal.

  — Eu sei, , você nunca faz por mal — suspirou novamente, o abraçando de volta — Eu comecei a namorar você sabendo desse seu detalhe, e não espero mais que você chegue no horário — essa havia doído, mas o garoto sabia que ela está certa. — A única coisa que quero é que você use o seu celular para me avisar, aí eu não tenho que ficar tanto tempo parada no mesmo lugar.

  — Meu amor — a abraçou mais apertado, colando suas bochechas —, você é a melhor!

  — E você pagará o almoço.

  O casal compartilhou um rápido beijo antes de seguirem com os planejamentos do dia, e não perdeu nenhuma oportunidade de provocar o seu namorado por causa do atraso, arrancando gargalhadas dos dois durante o seu encontro.

   e se conheceram ainda crianças, na semana em que a garota se mudou para a sua vizinhança com a sua família e a amizade deles foi instantânea. Eles frequentavam a mesma escola e viviam grudados, e ao ouvirem as zoações dos coleguinhas que diziam que os amigos ficariam juntos, enquanto respondia convencidamente que “sim”, rolava os olhos e negava, alegando que o seu melhor amigo era chato demais para ela se interessar nele. Mas, para sua sorte ou azar, o seu era insistente o bastante para fazê-la mudar de ideia.

  Quase todas as investidas dele foram rejeitadas, contudo, em uma bela manhã de verão, segurou o rosto do garoto e o beijou, iniciando o relacionamento dos dois com o pedido que fez em seguida do beijo. Não é que não quisesse namorar com ele antes, porém, todos esses anos de amizade com a fizeram perceber que a popularidade do rapaz era um porre de se lidar, então, optou por não se envolver mais do que já estava com o seu amigo até quando desse para evitar. No entanto, ao vê-lo receber várias e várias declarações, a garota se deu por vencida e finalmente se declarou para , correspondendo os seus sentimentos na mesma intensidade.

  O garoto sorriu para a namorada, se sentindo favorecido por tê-la conhecido tão cedo na vida, e tinha plena certeza de que a ligação de ambos vinha de outras vidas. Os dois se complementavam perfeitamente, tirando o peso do mundo dos ombros um do outro com apenas um abraço, e não havia ninguém em todo o universo que fazia se sentir dessa forma além de . Ele deslizou o seu polegar pela bochecha dela, observando que ficou corada com o seu toque e decidiu provocá-la mais um pouquinho, beijando a curva do seu pescoço. Ele sabia que sua namorada adorava receber seus beijos, ainda mais ao estarem a sós, e o garoto desceu até sua cintura, encostando os seus lábios demoradamente na região. Ela soltou um gemido fino com a ação do namorado, não conseguindo conter a risada por conta de sua própria reação; gostava do modo que a agradava, como se jurasse devoção toda vez que se juntavam, e mais do que nunca, possuía ciência de que os sentimentos eram todos recíprocos. Ela amava o namorado e o jeito que ele entrava de cabeça em tudo que propusesse, e assim como o garoto, não media esforços para embarcar nas doideiras dele. gostava de suas qualidades e defeitos, e por mais que se atrasasse para os encontros, a garota continuava escolhendo amá-lo todos os dias da semana.

  — Segunda, terça, quarta, quinta… — para cada dia, a beijava — sexta, sábado, domingo. Todas as horas, minutos e segundos — ele se aproximou, encostando suas testas. — Eu continuarei te amando pelo resto da minha vida, .

  — É como se estivesse fazendo um voto de casamento.

  — E se for? — sorriu atrevido, esperando a resposta um tanto ansioso.

  — Você terá que continuar me amando do jeito certo, . — ela colocou os braços em volta do pescoço dele, afastando seu rosto para encará-lo — Noite após noite, durante sete dias da semana pelo restante de nossas vidas. Ah, também vou querer um anel.

  O casal caiu na gargalhada com o último pedido, e para selarem a promessa e o futuro casório, eles se beijaram de novo e de novo, perdendo as contas de quantas vezes – literalmente – se perdiam um no outro.