rivals in game
O campus estar vazio só podia significar duas coisas: o fim do semestre e as tão desejadas férias. Há quem volta para casa a fim de visitar seus familiares, e tem os que permanecem nos dormitórios por vários motivos, mas não importava qual era a sua situação, essa época do ano era a mais aguardada por todos que possuíam uma vida noturna.
A temporada de festas estava aberta, e eu conseguia escutar o som das mensagens conforme passava por alguns estudantes, recebendo também inúmeros textos com localizações distintas. Joguei os convites no grupo das meninas, esperando elas decidirem qual seria o nosso destino da noite, e logo vi a notificação do consenso que chegaram: “”. Rolei os olhos, levemente incomodada com a escolha, contudo, eu lhes dei esse poder, então teria que entrar na onda.
E era meio óbvio que queriam ir a essa festa.
A minha questão com esse querido é simplesmente acadêmica, já que sempre acabávamos em primeiro e segundo lugar, disputando esse pódio e criando uma competitividade – nada – saudável entre nós. Nunca fomos amigos, o máximo de palavras que trocamos são ironias e sarcasmos mascarados de frases amigáveis para o bem da convivência do grupo, que infelizmente era composto pelas minhas amigas e seus amigos. Não sei quando começou, mas no minuto seguinte que vi que o meu primeiro lugar poderia ser tomado de mim, eu simplesmente me esforcei o bastante para não ser desbancada, porém, nem tudo é como queremos, não é mesmo?
Desde o fatídico dia que tive conhecimento do meu rival, não há como negar que sinto uma pequena adrenalina na hora de receber os resultados, e é sempre saboroso saber que prossigo sendo a primeira, no entanto, o meu ar vitorioso vai embora quando o observo sorrir atrevidamente e me parabenizar, como se estivesse me desafiando para a próxima avaliação. Já perdi a conta de quanto tempo estamos nesse jogo, entretanto, ainda era algo minimamente excitante, então eu não faço questão de parar.
E ele, muito menos.
— Quais as roupas para hoje? — Escutei perguntar assim que entrei no nosso quarto, vendo minhas outras amigas jogadas nas camas.
— As mais curtas possíveis? — sugeriu, sendo acertada com um travesseiro por , que ria da garota.
— Nem todas gostam de roupas curtas que nem você, amiga.
— Você vive usando roupa colada no corpo, .
— Roupa curta, longa, colada no corpo ou solta, tanto faz. — Fechei a porta, dando um fim na pseudodiscussão das duas. — Se vistam como quiserem.
— Vocês vão acabar sem elas em algum momento da noite, não estou entendendo esse debate. — Foi a vez da receber algumas almofadas na cara, mas a garota se esquivou de todas. Não esperava menos da número 1 da equipe de esportes.
Nós quatro nos conhecemos no primeiro semestre e viramos amigas na segunda semana após uma confraternização dos cursos. e são colegas de quarto, mas viviam mais no meu e de , o que adorávamos, ainda mais por sairmos em quarteto toda sexta e em alguns finais de semana. Estar com elas é extremamente divertido e não consigo imaginar pessoas melhores para passar os meus dias de universitária.
A única coisa ruim é o gosto que elas possuem para amizades.
— Nós ouvimos, . — Levantei as mãos ao ser pega. Eu e a minha mania de sussurrar os meus pensamentos achando que ninguém vai reparar.
— Não deixa de ser verdade. — Torci o nariz ao lembrar de uma certa pessoa.
— A senhorita só fala isso por conta dessa “rivalidade” entre você e o . Os meninos são bem legais e sei que você gosta deles.
— Eu gosto — admiti —, contudo, sou incapaz de suportar o amigo deles.
— Quer a real? — se sentou na minha frente, terminando de pintar as suas unhas. — Isso é tensão sexual!
— Como?! — perguntei incrédula com a sua exclamação.
— Ah, qual é. — surgiu com duas opções de vestido para escolher o dela. — É nítido que vocês agem assim por não terem a capacidade de dar um jeito no tesão reprimido. Todo mundo sabe disso.
— Todo mundo quem?
— Todos em volta de vocês dois? — completou, me oferecendo um sorriso de desculpas. — Amiga, já estamos no quarto período e essa rivalidade se estende desde o primeiro. Dá para ver de longe que tem algo entre você e ele, não é à toa que quando estão no mesmo ambiente ninguém chega para dar em cima de vocês.
— Isso não é verdade — neguei firmemente e massageei as têmporas, vendo que minhas amigas tinham enlouquecido.
— , conta para mim os nomes das pessoas que deram em cima de você nas últimas cinco festas — pausou —, pois é. Para alguém com uma memória excepcional, você não esqueceria o rosto de alguém que tentou ficar contigo. E olha que engraçado, em todas essas festas você e o ficaram trocando olhares e ninguém ousou a se aproximar.
— Não é como se fossem virar melhores amigos depois de uma foda, sabe? — deu de ombros. — E também não precisam transar. Um beijo e um amasso resolvem.
— Quarto é o que não falta naquela mansão.
— Tá bem, eu entendi. — Suspirei pesadamente, querendo finalizar essa questão. — Temos somente uma hora para nos arrumarmos, a menos que queiram ficar no dormitório, tratem de se vestir.
Elas definitivamente estavam loucas.
*
Chegamos na festa depois das dez, sendo recebidas por alguns colegas de departamento que nos entregaram umas pulseiras que “brilhavam” no escuro. Colocamos o acessório e cada uma ganhou uma de cor diferente; aparentemente servia para que você chegasse em alguém com a mesma coloração que a sua, mas pelo que já vi em menos de cinco minutos, não adiantou de muita coisa.
Seguimos para a cozinha em busca de enchermos os copos, e logo apareceu com gin, xarope e soda, pronta para fazer uma bebida para nós quatro. Viramos o líquido quase de imediato, enchendo novamente os copos já vazios e decidimos dar uma vistoriada na festa para vermos se encontrávamos algo interessante. Andamos por cerca de quinze minutos até sermos abordadas por Amélia, uma ex-ficante da , que nos convidou para jogar verdade ou desafio. As meninas toparam e eu segui o fluxo, afinal, não tinha nada de melhor para fazer no momento, contudo, o arrependimento chegou assim que bati os olhos nele.
— Consegui mais gente! — Amélia comemorou com os colegas.
— Finalmente! — bateu as mãos na mesa. — Vamos dar início a esse jogo antes que o e o durmam de tanto tédio.
— Já vi festas melhores… — murmurei despretensiosa, lançando um olhar para o meu rival, que apenas sorriu, se preparando para o jogo.
— As regras são simples: não é permitido escolher “verdade” três vezes seguidas e a boca da garrafa indica quem responderá à pergunta. Prontos? Vamos lá.
— Oh, ! — pareceu ter se empolgado. — Verdade ou desafio?
— Desafio.
— Desafio você a beijar qualquer um dessa rodinha que tenha um crush. Claro, com o consentimento dos presentes.
— Uma graça como sempre. — Ela riu, indo na direção dele. — Mas você fala demais, não acha?
foi pego de surpresa com o beijo, mas correspondeu na mesma intensidade que a minha amiga. O grupinho começou a gritar e torcer pelos dois, contudo, se separou e voltou para o meu lado com um sorrisinho no rosto, dando um gostinho do que o rapaz poderia ter. Todos sabiam que ambos eram a fim um do outro, porém, só ficavam nessa enrolação ao invés de marcarem para sair.
O jogo prosseguiu por mais algumas rodadas, e as risadas foram garantidas com o nível dos desafios, até que começaram a esquentar. O beijo de e era fichinha perto do que estavam sugerindo, e definitivamente tudo se tornou mais interessante.
— ! Verdade ou desafio? — bateu palminhas.
— Desafio — respondeu de imediato, quase se arrependendo ao olhar a feição maliciosa da minha amiga.
— Te desafio a seduzir a , mas sem tocá-la. Como se vocês estivessem em uma pista de dança.
Eu quase engasguei com o meu gin, querendo pular no pescoço da garota ao ver que ela se divertia com nossas expressões. Revirei os olhos, cruzando a perna e os braços em sinal de impaciência e dei de ombros, assumindo a derrota:
— Desafio é desafio, sinta-se à vontade. — Espiei , que sussurrou um “de nada” para mim e me limitei a ignorá-la, já que sei que o seu desafio foi “light” comparado aos demais.
— Como desejar.
se afastou o suficiente para ficar totalmente no meu campo de visão e, com a ajuda da música, iniciou sua encenação com uma dança mais contida; conforme o ritmo da música mudava, o seu corpo seguia as batidas, e não é novidade que quando ele decidia dançar, os espectadores entravam em um estado de hipnose – por isso várias pessoas adoravam frequentar suas festas e se apaixonavam pelo rapaz.
Aos poucos o vi se aproximando e seu olhar caiu em mim, sem ousar quebrar o contato visual enquanto dançava. Seus passos combinavam perfeitamente com o som, e eu percebi que estava presa no seu teatro, sem a capacidade de virar o meu rosto ou demonstrar de alguma forma que isso não me impressionava. Não desviei o olhar, instigada a descobrir até onde iria; no segundo seguinte, eu estava entre suas pernas, e o garoto começou a mover o seu corpo mais lentamente, rebolando praticamente no meu colo. Segurei a respiração e ignorei os sinais do meu corpo, mas não durou muito até que o rapaz resolveu ficar a pouquíssimos centímetros do meu rosto, levando a sua boca para perto do pé da minha orelha. Sua respiração contra a minha pele a fez se arrepiar por completo, e eu sabia que se ele continuasse por mais um minuto, eu o puxaria para mais perto para saborear o gosto da sua boca. Felizmente, me recompus assim que o vi voltar para o seu lugar, vendo os nossos amigos boquiabertos com sua dança.
— Você não é o mais cobiçado à toa! — encheu o copo do amigo com entusiasmo. — Até quem não está no jogo parou para te ver.
— Foi um show e tanto, não acha, ? — sorriu maliciosa, me encarando com expectativa.
— Já vi melhores. — Fingi um bocejo.
— Que pessoa difícil. — colocou o braço no meu ombro. — Vamos lá, , gire a garrafa.
— Verdade ou desafio? — se dirigiu a mim enquanto tentava não ser distraído por , que mexia em seu cabelo.
— Verdade.
— É verdade que você ficaria com alguém da roda? — E o nível do jogo tinha voltado para o do início, contudo, não me incomodou. Chega um momento que a criatividade acaba de tantas rodadas já jogadas.
— Talvez. — Virei o resto da bebida goela a baixo e pedi mais para um colega que passava perto de nós com uma garrafa de sabe-se lá o que.
— Sim ou não, nerd.
— Sim, ficaria. — Minha resposta aparentava ter causado uma certa agitação em quase todos.
— Queremos nomes!
— Se eu falar, vocês vão ficar tristes — respondi com um sorrisinho atrevido, as fazendo achar que eu estaria a fim de seus crushes.
— Ei! — reprovou minha fala pelo simples fato que teria que aturar as duas mais tarde reclamando da minha “insinuação”. — Voltando para o jogo.
Jogamos mais algumas rodadas e chegamos a um ponto em que praticamente nossos amigos estavam bêbados o suficiente para elaborarem bons desafios, então continuamos com umas perguntas mais básicas até que a garrafa novamente caiu em mim e, dessa vez, eu não poderia escolher “verdade”.
— Desafio ou desafio, ?
— Desafio, baby. — Dei uma piscadinha para .
— Te desafio a fazer um lap dance na pessoa que está na sua frente em um dos quartos.
A mandei ir à merda antes de levantar, ganhando um coração de volta; andei até o meu rival e estendi a mão, esperando ele aceitá-la. Para minha surpresa, entrelaçou nossos dedos assim que saiu de seu lugar, sendo guiado por mim no meio da multidão que aproveitava da melhor maneira a festa.
Subimos as escadas com alguns olhares curiosos em cima da gente, apenas ignorei, imaginando que seríamos a notícia dos grupos da faculdade no dia seguinte. Perdi uns minutos procurando um quarto vazio, no entanto, tenho a impressão que todos estavam ocupados com casais se pegando e transando, me restando aceitar a sugestão do rapaz. Fomos para o seu espaçoso quarto, e eu pude vê-lo trancar a porta para que não fossemos interrompidos.
Analisei o cômodo brevemente, achando uma cadeira na sua escrivaninha e a posicionei no meio do lugar o puxando para que se sentasse logo. Retirei a fita que prendia o meu cabelo e o soltei, usando o acessório para amarrar seus pulsos atrás da cadeira e voltei a ficar na sua frente, ponderando o próximo passo.
— Se não quiser, não precisamos fazer isso. Só ficamos um tempinho aqui e…
— Você fala demais, meu bem. — Apoiei minhas mãos em sua coxa, inclinando o meu corpo para frente e deixando o meu rosto a míseros centímetros de distância do seu. — Se eu não quisesse, não teria subido. Simples. Agora, apenas fique quietinho e aproveite o seu show particular. Será a primeira e última vez.
Não sei se foi o destino ou uma das minhas amigas, mas a música que acabou de começar combinava perfeitamente com o que eu tinha em mente; me livrei do meu copo e do meu casaco, sentindo um calor diferenciado – provavelmente por causa do álcool – e cortei a distância entre mim e , desfilando lentamente na sua direção conforme a batida da música. Deslizei minhas mãos pelo meu pescoço, subi para o meu rosto e desci contornando o meu corpo, e me virei, rebolando em seu colo sem encostar nele, do mesmo jeito que fez comigo.
O espiei e vi que estava com os lábios entreabertos, e logo nossos olhares se encontraram, de um modo que provocou um delicioso arrepio por toda a minha pele. Ter a total atenção de como espectador e estar dançando especialmente para ele era algo que me deixava extremamente quente, causando uma excitação que eu nunca achei que sentiria pelo rapaz.
Lambi o meu lábio inferior ao ficar de frente para si, tendo uma visão tão sexy dele que senti que a qualquer momento minhas pernas me trairiam e perderiam suas forças. Decidi diminuir totalmente a distância e sentei em seu colo, pondo meus braços em volta de seu pescoço e continuei com os meus movimentos, colando nossos corpos o máximo que pude. Eu estava gostando tanto quanto ele, na verdade estou adorando cada segundo disso, e talvez eu devesse dar razão para minhas amigas.
No final, a tensão sexual era real.
Quando fui me levantar para continuar com a dança, senti suas mãos segurarem firmemente a minha cintura, me impedindo de sair da posição. Arqueei uma sobrancelha, sorrindo atrevidamente com o seu ato:
— Você deveria ter amarrado mais forte. — Seus dedos deslizaram pelas minhas costas nuas, dedilhando toda a área.
— E se a minha intenção não fosse te deixar preso o tempo todo?
— Aí eu deduziria que estamos no mesmo barco.
Ele me puxou para baixo, fazendo com que eu sentasse por completo no seu colo e eu arfei um tanto alto por conta do contato. encostou nossas bocas sem cerimônias, e logo iniciamos um beijo com tanta vontade que achei que iríamos nos fundir em um só. Eu não conseguia pensar em mais nada a não ser no homem e no gosto do álcool que se misturava em nossas línguas, me dando mais tesão do que já estava sentindo.
A essa altura do campeonato, eu não me importava se voltaríamos a ser inimigos na segunda, fingindo que não gostávamos um do outro; a única coisa que eu queria era beijá-lo até esquecer o meu próprio nome.
E assim fizemos até perdermos a conta de quanto tempo ficamos no quarto, porém, quando íamos para a cama, os empata foda dos nossos amigos bateram na porta incessantemente, quase que a derrubando. Caímos na gargalhada com as suas vozes do outro lado, percebendo o quão bêbados estavam e nos demos por vencidos, vendo que não faríamos mais nada nessa noite. Olhei o meu reflexo no espelho e vi a quantidade de marcas que eu possuía no pescoço e na região da clavícula, observando que também compartilhava delas.
— É, acho que voltamos a ser adolescentes.
— Talvez. — Ele depositou um beijo no meu pescoço. — É melhor irmos antes que eles tentem destruir a porta.
Coloquei o meu casaco novamente, tampando qualquer resquício do que havia acontecido dentro desse quarto e abrimos a porta, dando de cara com os demais com feições desapontadas, visto que voltamos a agir como se fossemos rivais. Nossos amigos choramingavam que tinham apostado que definitivamente rolaria algo e, em comum acordo, eu e deixaríamos que achassem isso, para o bem e a segurança do nosso título.
Fim
N/A: Confesso que não lembro a última vez que escrevi algo em que ambos são “rivais”. Eu particularmente adoro fics com essa temática, e essa aqui foi bem divertida de escrever!
É minha primeira fic do Stray Kids, então espero que gostem <3
Até a próxima <3
Primeiramente: BEM-VINDA AO FANDOM HAHAHAH
Eu acabei lendo com os nomes originais, mas amei do mesmo jeito, sim HAHHA
Eu muito consigo ver o Chan nesse papel de provocador, porém ainda um gentleman lol
Meu fave é o Lee Know, mas confesso que meu bias wrecker é o Felix e aquela voz dele, me derreto todinha, gzus
Aproveitando a vibe k-pop, te convido para ser Carat também e ajudar a suprir a minha necessidade e da Nat de fics de Seventeen OASHAPOSHAPOSHP
OBRIGADA HAHAHAHA <3
Que bom que gostou! Eu sou apaixonada por todos, mas o I.N, Felix e Bang Chan me conquistaram mt rápido shdbdisjdndje
E pode deixar! Pretendo trazer fics do seventeen futuramente também hihi
mds como eu amo um clichê
somos duassss heheheeh