Natashia Kitamura
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Respect 2

  DEZOITO ANOS DEPOIS…

Capítulo 1

  O amanhecer estava acontecendo e eu ainda não havia terminado de revisar o relatório das finanças mensais. Por causa do aniversário de Belle, minha filha caçula, não tive tempo de pensar em trabalho, pois, caso eu fizesse, minha mulher entraria em colapso. O tempo que me sobrava era a madrugada, hora esta em que eu perdia entre fazer meu próprio café e conseguir não fazer barulho para não acordar ninguém em casa. Digito palavras sem fim em meu computador, e apenas depois de horas que fui conseguir terminar. Respirei aliviado e encostei em minha cadeira, olhando janela afora. O céu já estava completamente claro, o sol já havia raiado e era possível ouvir os gritos de Jonathan e Ezra no andar de cima. Respiro fundo e desligo o computador, colocando meu roupão por cima do pijama e saindo de meu escritório.
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  Assim que subo as escadas, encontro com Summer descendo as escadas em seu uniforme rebeldemente arrumado.
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  - Não acha que está frio demais para essa barriga aparecer? – comento parado no pé da escada, enquanto ela me encarava como se eu fosse um pé no saco. – Achei que houvesse uma regra na sua escola sobre os sapatos. – olho para as botinas de cano alto que ela trajava e me pergunto o que sua mãe dizia sobre isso.
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  - Pai, dá um tempo. – fora a maneira que ela dissera seu ‘bom dia’, passando por mim e se dirigindo à sala de jantar, onde realizávamos todas as refeições.
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  Eu não conseguia entender aonde eu havia errado. Por todos os anos em que eu e tivemos filhos e os criamos, estive presente em todos os momentos importantes da vida deles. Todos eles me tratavam como se eu fosse apenas aquele que lhe dava a mesada no final do mês, época esta que eu era paparicado por eles.
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  Subo as escadas, enervado, e vejo Jonathan e Ezra prontos com seus uniformes passarem por mim sem dirigir suas atenções. Procuro dizer algo antes de vê-los descer as escadas, mas ouço a voz de minha mulher chamando no quarto de Belle:
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  - Nós devíamos conversar sobre nossos filhos. – falo sério e vejo com seu robe de seda por cima de sua camisola e nossa menina de um ano em seus braços mais pálida do que o costume.
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  - Pode ser mais tarde? Belle acordou vomitando. – ela diz em expressão preocupada, me fazendo aproximar das duas. – Acho melhor ligar para o doutor Maxwell.
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  - Vou fazer isso. E então poderemos ter a conversa sobre nossos filhos? – coloco as mãos nos bolsos de meu roupão e a vejo concordar com a cabeça, provavelmente não me dando atenção. Vejo então seu olhar se desviar para mim e, como sempre, me surpreendeu:
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  - , se for para falar sobre Will, eu acho que nós já chegamos…
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  - , fui bem claro em dizer ‘filhos’ e não ‘filho’. – digo sério e a vi levantar as sobrancelhas.
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  - Tudo bem, assim que Belle se acalmar, conversaremos sobre todos.
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  Sorrio e deposito um beijo em seus lábios, me virando e saindo do quarto. Entro em nosso quarto e pego o telefone, ligando para a secretária do médico da família, método mais eficaz de chamá-lo, já que Max estava tão caduco que não ouvia mais direito o toque de seu celular, muito menos o sentia vibrar em seu bolso.
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  Disse que estaria em casa dentro de uma hora. Respirei fundo e tomei uma ducha, sentindo meus olhos finalmente pesarem. Joguei-me na cama assim que me coloquei de volta em meu pijama e apaguei sem perceber.
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  Fui despertado pelo carinho recebido em meu rosto. Não pude deixar de abrir um sorriso ao sentir o doce aroma de minha mulher.
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  - Você precisa ir para a empresa.
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  - Estou exausto. – resmungo e ouço-a suspirar.
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  - Ficou acordado a madrugada novamente, não é?
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  - Tive que terminar alguns relatórios. – respondo com meus olhos fechados, sentindo o cafuné de .
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  -
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  - Já falamos sobre isso. – minha voz sai autoritária e ela nada mais responde. O carinho é interrompido e abro um dos olhos a tempo de vê-la pegando o telefone e se dirigindo até a sacada.
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  - Olá Cynthia, é . – sorrio ao ouvir a voz cheia de segurança de minha mulher; parecia que estávamos voltando há dezenove anos, quando ela me conquistava aos poucos com sua eficiência. – não comparecerá hoje na empresa, poderia adiar os compromissos para outro dia, por favor? – ela continuava tão eficiente como antes. – Sim. Peça para alguém vir buscar os relatórios que ele estava devendo, estarei em casa para atender. Obrigada.
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  Apesar de não estar mais trabalhando, era inevitável eu recusar a ajuda dela, que tanto me conhecia, em alguns momentos de minha vida profissional. Ela sabia que o papel dela era me apoiar, além de cuidar e educar nossos filhos, mas, além disso, ela ainda tinha muito tempo para se dedicar somente a mim. Durante todos os nossos anos de casado, não houve um momento em que eu reclamei por falta de atenção de minha mulher. Sempre ao meu lado não só nos eventos e reuniões, mas também em minhas viagens e todos os dias na mesma cama que eu. Sua vida era dedicada a mim e à nossa família.
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  Ouço o telefone ser colocado de volta à sua base e a cama voltar a se mexer com um peso a mais. Abro os dois olhos e a vejo sorrindo para mim.
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  - Você é maravilhosa. – respondo com um sorriso.
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  - Eu tento. – ela se aproxima e deposita um leve beijo em meus lábios. – Quer que eu traga algo para comer?
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  - Que horas são?
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  - Já passam das dez e meia. – ela olha o relógio de pulso que eu havia lhe dado em seu aniversário de trinta e dois anos, há dez anos. Ela gostara tanto, que não o trocara por nenhum outro que lhe dei depois.
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  - Talvez seja melhor esperar as crianças para o almoço.
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  - Summer hoje tem treino da equipe de torcida, ficará até às dez no colégio. Os gêmeos tem aula de karatê depois da aula, só voltam às seis. Belle está adormecida por causa do soro que teve de tomar, imagino que só vá acordar depois do almoço.
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  - O que ela tem?
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  - Parece que é alérgica a abacaxi. Tive que jogar fora tudo o que tivesse essência de abacaxi em casa. – ela se deita comigo e me arranjo para tê-la em meus braços. – Pobrezinha, estava mesmo mal, adormeceu só há pouco.
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  - Mas irá melhorar? Precisa de algum tratamento ou medicamento em especial? – encaro-a preocupado. Seu sorriso fora o suficiente para me acalmar.
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  - Está tudo sobre controle. Foi só uma inchação, logo ela estará mais calma. Max disse que até domingo ela estará melhor, até lá, acho que vou dormir no quarto com ela.
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  - Pode trazer ela aqui. – murmuro e ouço sua risada.
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  - Você consegue ficar sem mim durante duas noites. E eu estarei apenas no quarto ao lado, se sentir tanto minha falta, poderá me fazer uma visita.
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  Abro um sorriso com seu humor matinal e beijo-lhe o topo da cabeça. agora estava bem mais madura do que há anos atrás. Parecia que finalmente se acostumara com a posição de mulher milionária e ter toda a mídia atrás dela. Há dez anos, quando os gêmeos nasceram, tive de colocar mais seguranças e criar um seguro para ela, Will e Summer. Os paparazzis estavam impossíveis e ninguém da nossa família podia sair de casa sem serem quase assaltados pelas máquinas. Nenhum paparazzi poderia chegar a menos de dois metros de distância de qualquer um deles. A multa poderia ser até de trinta mil dólares, algo grande para quem apenas é contratado para conseguir uns bons flashes. e as crianças são constantemente mencionadas em redes sociais e sites. As pessoas se sentem interessadas em nosso estilo de vida, e as mulheres, principalmente, no estilo de vida de . Demorou um tempo para ela conquistar o respeito do mundo, mas, sendo da maneira que é, o mundo não lhe importava, desde que eu e nossos filhos estivéssemos felizes.
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  - O que quer conversar sobre as crianças? – ela pergunta depois de um tempo que nos mantemos calados e suspirei:
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  - Você me acha um bom pai?
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  Senti uma certa hesitação com a resposta e apenas quando ela se virou para mim com um olhar confuso que fui perceber que ela não havia entendido a pergunta:
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  - , você é pai há dezoito anos, não acha um pouco tarde para se questionar sobre isso?
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  - Eu sei, eu sei. – falo impaciente. – É só que, vendo o comportamento deles comigo… Você me entende? Não parece que lhes eduquei bem.
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  Ouço-a suspirar e então a vejo se sentar, virando-se para mim sorrindo:
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  - Amor, você é um ótimo pai. Não há no mundo pai mais dedicado do que você, e sabemos que isso é um grande feito. – solto uma risada. – Não fique se preocupando com isso, as crianças apenas estão naquela fase que não se importam com a família e só querem se divertir.
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  - Você não acha que é um fardo muito grande carregar meu sobrenome?
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  - Você está perguntando isso à única pessoa desta família que escolheu por livre e espontânea vontade ter seu sobrenome? – ela responde com um sorriso irônico e dou outra risada. – , não se preocupe. As crianças são bem educadas, você verá mais para frente.
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  - William já é maior de idade, achei que estivesse mais interessado na empresa. Na verdade, achei até que Summer tivesse algum interesse.
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  Quando toquei no assunto, vi a expressão de diminuir para um pequeno sorriso. Eu sabia que ela estava sentindo o mesmo que eu, que também esperava que nossos filhos tivessem mais interesse em saber como seria o trabalho que teriam de fazer em breve pelo resto de suas vidas. E bem feita, como eu faço. Mas William apenas faz administração de empresas porque nós queríamos que ele fizesse isso, e Summer, que está no ano de decidir para que universidade irá, só pensa em escolher algo longe de nossa casa.
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  - Devemos apoiá-los em suas decisões. Independente de quais sejam. – ela diz séria. – Se eles acham certo quererem criar suas próprias carreiras, não seremos nós quem irá impedi-los.
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  - Mas…
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  - . Nós havíamos concordado que seria assim. Eu sei que é preocupante ter cinco filhos e nenhum deles demonstrar interesse no negócio da família, mas não se desespere ainda, querido, há os gêmeos e nossa pequena Belle. Pode demorar alguns anos ainda, mas tenho certeza de que você não se importará de trabalhar por mais todo esse tempo. – ela sorri calma, me passando sua tranquilidade.
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  - Onde está aquele autoritário, a quem ninguém nunca se atreveu a questionar? – pergunto com um sorriso. se vira levemente para meu lado e diz:
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  - Ah, ele existe ainda sim, querido. – sinto sua mão acariciar meu rosto. – Fora de casa. – e dá uma piscadela, me fazendo soltar uma risada e beijar-lhe os lábios.
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Capítulo 2

  - Então eu pensava em tirarmos um dia para fazermos compras de natal, o que acham? – diz sorridente durante o nosso jantar. Uma vez por semana ela procurava cozinhar para poder se sentir ocupada e útil. Eu e as crianças éramos obrigados a sentar e comer juntos ao menos neste dia, para fazer a mãe deles e minha mulher feliz. Não houve um dia que alguém ousou burlar esta regra. Nem ao menos eu.
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  - Yo. – ouvimos a voz de William adentrar na cozinha e paro de brincar com Belle em meu colo, vendo meu mais velho ir até a mãe e lhe dar um longo beijo na bochecha. – Oi, pai.
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  - Como vai, filho?
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  - Indo. Muitos trabalhos. – vejo olhar de lado para nós dois, era o que sempre acontecia, afinal. Ela procurava sempre estar de olho em nós dois, já que, de alguma maneira, nossas conversas sempre terminavam em discussão. – Monstra. – ele diz em tom de cumprimento, encarando Summer, que revira os olhos de seu celular e o encara séria.
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  - Bicha. – ela responde no mesmo tom, o vendo se sentar ao lado oposto da bancada da cozinha.
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  No dia dos jantares de , ela gostava que nós sentássemos na bancada da cozinha, um espaço bem grande para nossos pratos e travessas com comidas, criado especialmente para nossa casa, já que começara essa tradição quando ainda éramos apenas nós dois e Will, que tinha apenas um ano. Gostava de ouvir nossa conversa enquanto cozinhava e obrigava nossos filhos a manterem contato.
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  - Não gosto desses apelidos maldosos. – ela finalmente comenta, se virando para os dois, enxugando a mão no avental que estava amarrando em sua cintura.
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  William imediatamente se desculpou, mas Summer revirou os olhos, tornando sua atenção novamente para seu celular.
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  - O que acham da minha ideia? – ela pergunta ainda encarando Summer, provavelmente tentando chamar a atenção de nossa filha. Fora completamente ignorada.
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  - Summer, sua mãe está falando. – digo sério. – Desligue este celular, ou eu o desligarei para você.
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  - Mas que saco! – ela diz fechando o flip do aparelho e o jogando na bancada. a encara com os olhos arregalados, e antes mesmo que eu pudesse abrir a boca para dar-lhe uma bronca, William diz enervado:
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  - Qual o seu problema?
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  - Meu problema é essa ideia de jantar idiota toda sexta-feira! – ela diz abrindo os braços e olhando para William com rancor. – Papai é o dono da família e está sempre dizendo ‘amém’ para mamãe! Ela não percebe que isso é uma chatice?
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  - Summer . – digo em um tom grosso, vendo William se sentar e as crianças pararem de brincar. Quando meu tom mudava, a coisa não era bonita. Mas Summer não se importara:
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  - Isso é ridículo! Enquanto todos estão se divertindo no píer, entre amigos, eu estou presa nesta merda de jantar com uma família que nem se dá bem direito! – a vemos levantar e empurrar a cadeira. – Mãe, se toca de que a gente cresceu, e se a senhora quer, vá fazer suas compras com Belle e os gêmeos, que ainda não sabem o que querem, mas eu estou fora! Essa é a coisa mais idiota que uma família pode fazer!
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  - Summer , sente-se já nessa cadeira se quiser ter o seu cartão de crédito. – me levanto abruptamente com Belle ainda em meu colo. Coloco-a em seu cadeirão e vejo minha filha mais velha bufar e bater o pé. – Ou você senta, ou você estará em problemas bem feios.
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  - É uma idiota. – William responde sério.
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  Em momento algum ousei em olhar para . Sabia que seria de cortar o meu coração. Nossa família era tudo o que ela se esforçava em fazer dar certo e nossa filha estava dizendo tudo o que ela não queria ouvir nunca em sua vida.
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  - Onde está a educação que sua mãe e eu lhe demos? Se você quer ser respeitada, você deve respeitar. Peça desculpas à sua mãe.
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  - Por que eu deveria? Porque eu sou a única que falou a verdade? – ela olha para , que mantinha o pano de prato em mãos. – Eu odeio esses jantares idiotas, mamãe! Odeio! E odeio essa ideia ridícula de natal em família!
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  - Vá para seu quarto e só saia de lá quando eu mandar. – aponto para fora da cozinha. – Você está oficialmente sem todos os seus cartões até aprender a respeitar quem deve ser respeitado. E se reclamar, te mando para Genebra na próxima temporada. – a vejo arregalar os olhos e abrir a boca. – Quarto, Summer .
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  A menina dá um grito de raiva e sai da cozinha batendo os pés no chão. Os gêmeos e Belle se mantiveram calados, obviamente Belle não sabia da gravidade do ocorrido, apenas continuava murmurando palavras inventadas por ela em seu cadeirão. Olho para William, que se levanta e diz aos gêmeos que havia trazido um novo jogo de vídeogame, fazendo os dois olharem para , que encarava a pia entristecida.
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  - Quando a comida ficar pronta, mamãe irá chamá-los. – digo calmo e os vejo finalmente saírem de suas cadeiras e acompanharem William, que pega Belle no colo e caminha até a porta. – Will. – o chamo, fazendo-o se virar e olhar para mim em uma expressão de tédio. – Avise os seguranças para vigiar a janela de Summer.
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  O vejo soltar um muxoxo e então me dar as costas, saindo com as crianças da cozinha. Viro minha cabeça para , que ainda olhava a pia. Vou até ela e desligo as bocas dos fogões, onde algumas panelas tinha seu conteúdo borbulhando por um tempo já. Ela enfim se mexe e apoia as duas mãos na bancada, fungando e deixando a cabeça cair para baixo, de modo que algumas de suas lágrimas foram parar no chão.
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  - … – digo tentando me aproximar, e a vejo levantar a mão.
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  - Estou bem. – diz chorosa. – Vou ficar. – e respira fundo, voltando à sua pose e retornando a atenção à comida.
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  Respiro fundo e abraço-a pela cintura, encostando meu rosto em seu ombro.
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  - Quantas vezes tenho que falar para parar de fingir que está bem, quando sei que não está? – sussurro em seu ouvido. – Não somos mais conhecidos, . Somos casados há dezenove anos.
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  - Eu estou bem, . – funga seu nariz e abro um pequeno sorriso.
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  - Você se lembra da conversa que tivemos antes de nos casarmos? Um dia antes da cerimônia? – pergunto. – Nós juramos melhorar a nós mesmos para sermos felizes. Lembra? Eu pararia de ser tão ambicioso e prepotente, e você pararia de ser tão fechada comigo.
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  Ela desliga a boca do fogão e pega a tampa que estava ao lado, colocando na panela. Respira fundo e joga a cabeça para trás, encostando em mim.
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  - Se você está triste, chore em mim. Se está nervosa, me diga. Você sabe que darei um jeito para tudo. – tento parecer calmo e confiante, algo que eu, de fato, não estava no momento.
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  Vejo-a virar seu rosto para mim, seus olhos inchados e vermelhos, além de brilhantes devido às lágrimas. Se vira e me abraça, deixando as gotas de seus olhos descerem por suas maçãs, enquanto ouvia seu choro. Abraço-a forte e beijo-lhe o topo de sua cabeça. Espero-a se acalmar, e então se afastar de mim, aceitando o lenço de papel que lhe ofereci.
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  - Acha um exagero meu…
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  - , você não deveria recuar por causa de Summer. Você é a mãe aqui. – digo sério. Era inevitável. Quando eu queria que ela se convencesse de algo, eu não conseguia deixar de ser um tanto estúpido. Mas minha mulher me conhecia. Meu tom de voz com ela já não era a coisa mais importante de sua vida. – Ela deve seguir a regra da família. Ser uma jovem rebelde não irá levá-la a lugar algum. Ela deverá aprender isso por bem, ou por mal.
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  - Mas–
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  - Deixe ela sofrer um pouco. Saber que deve ser alguém prestativa na vida para conquistar algo. – limpo mais alguns rastros de lágrimas que havia em seu rosto.
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  - Eu não gosto disso, , você sabe…
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  - . Você cresceu sem uma família. Eu sei que quer dar o melhor para a nossa, para garantir que as crianças não se sintam solitárias como você se sentia. Mas entenda que enquanto dermos a eles tudo o que querem, nunca terão força de vontade para conquistar algo com o próprio suor.
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  Vejo-a me encarar receosa e sorrio:
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  - Deixe-me cuidar da nossa família. Apenas dessa vez. – beijo-lhe os lábios e a abraço de volta.
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Capítulo 3

  - Sairemos para as compras com sua mãe hoje. – digo na sala, quando Summer, contra sua vontade, se sentou no sofá ao lado de Ezra. – O que você fez a deixou muito mal, Summer. – a olho sério. – Você deveria ter um pingo de senso e ir se desculpar com ela.
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  Vejo-a virar a cara para mim e William abrir a boca para responder, mas o impeço.
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  - Querendo você ou não, sairemos todos nós para as compras de natal. E é bom que façam sua mãe feliz; ela se esforça para que nós sejamos uma família feliz, e tudo o que retornamos é deixá-la na cama adoecida.
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  - Então quer dizer que o senhor admite parcela da culpa? – vejo meu filho mais velho levantar a sobrancelha com um pequeno sorriso.
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  - Um homem de verdade sabe quando está certo ou errado, William. – falo sério. – E não será uma razão ridícula que irá definir sua personalidade. – respondo, o fazendo diminuir seu sorriso. – Conversaremos mais tarde sobre você sabe o quê.
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  Pego Belle no colo.
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  - Os cartões de vocês dois estão bloqueados até aprenderem o significado de uma família. – vejo os gêmeos se levantarem. – Está na hora de amadurecerem, por bem ou por mal.
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  - Mamãe só quer uma família perfeita, porque o senhor precisa mostrar que tem uma para o mundo. – Summer diz quando lhe dou as costas.
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  - O mundo não tem nada a ver com as decisões de sua mãe, Summer. – respondo.
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  - Ela nunca tem tempo para ela. – William se levanta. – Sempre faz tudo pensando no senhor e no seu bem-estar. Ela nunca pensa nela em primeiro lugar.
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  Não podia retrucá-lo por isso, ele tinha toda a razão. Mantive-me calado o encarando sério até ele colocar as mãos no bolso.
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  - O senhor deveria nos dar o exemplo, já que é o pai.
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  - E o que acha que estou fazendo? – digo sério. – E vocês, filhos, estão fazendo o papel perfeito de rebeldia, ignorando minhas iniciativas e achando que tem alguma autoridade para falar assim com o pai de vocês. Achando que conhece a mãe de vocês. – olho para os dois. – Você sabe por que a escolhi como minha mulher? Porque eu sabia que poderia perdê-la.
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  - Isso é masoquismo. – William ri sarcasticamente.
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  - Não. Isso é aprender a valorizar o que ama. – respondo sério e olho para Ezra e Jonathan. – Chamem a mamãe? – os dois concordam com a cabeça e sobem correndo as escadas até o segundo andar da mansão. – Sua mãe foi a única mulher que nunca olhou para meu dinheiro. Foi a mulher que escolheu sofrer todos os julgamentos do mundo sobre o papel perfeito de mulher do homem mais rico do mundo. E vocês acham que ela tinha uma mãe ou um pai para correr atrás?
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  Belle dava pequenos tapas em meu rosto enquanto cantarolava e tive de segurar sua mãozinha antes que acertasse um de meus olhos.
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  - O sonho dela é ter uma família feliz. – digo sério. – E é isso o que eu tento dar a ela desde que nasceram. Talvez esse tenha sido meu erro, ter dado tudo a vocês para que ficassem felizes e consequentemente fizesse sua mãe feliz. Mas minha atitude machucou sua mãe. – aponto para o quarto. – E eu estou tentando contornar as coisas. – fico parado em frente aos dois, que encaravam o chão. – Sua mãe é a pessoa mais importante de nossas vidas. Ela nunca fará nada que ache errado. Ela sempre os colocará na frente dela mesma, vocês deviam saber disso. Parem de agir como crianças. Will, se você não quer fazer administração, não faça. Sua mãe não ficará mais feliz por vê-lo infeliz fazendo o que não quer. – olho para meu filho mais velho, que tinha seus braços apoiados nas pernas. – Summer, se você quer ficar com seus amigos, fique com eles, mas não esqueça que você tem uma família, e principalmente uma mãe que te quer bem. Pais não são para sempre, por mais que queiramos acompanhar vocês para sempre.
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  Nos mantivemos calados por um longo tempo. Apesar de meus mais velhos estarem tão grandes, eu ainda sentia que não estava com cem por cento de experiência em todo este assunto de pai e filhos.
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  Fora apenas quando Belle murmurou chamando a mãe, que virei para trás, vendo descer em uma jeans skinny com um casaco e a bota de salto e cano alto devido ao úmido inverno gelado. Summer se levantara e fora até murmurando algumas palavras e a abraçando. Vê-las sorrirem para a outra me fez sentir muito melhor. Em seguida fora a vez de William, que apenas disse que queria cuidar de minha empresa no futuro e que estava se esforçando para isso.
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  - Darei à minha futura mulher tudo o que o papai está te dando, mãe. – ele disse a fazendo sorrir um tanto emocionada e puxá-lo para um abraço forte.
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  Sorrio e arrumo Belle em meu colo, já que ela não parava de escorregar por se mexer muito.
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  Assim que saímos do carro no centro da cidade, diversos paparazzis surgiram do nada, chamando por nós e mostrando flashes e mais flashes. Eu caminhava na calçada com Jonathan em meu colo e mão dada com Ezra, enquanto e Summer caminhavam juntas, Summer segurando Belle no colo. Will apenas andava com as três porque sempre preferira a companhia da mãe à minha. Durante toda a nossa caminhada, mais homens surgiam com suas câmeras, se atropelando e correndo para pegar nossa melhor posição.
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  - Vamos entrar nesta, . – ouço a voz de . Concordo com a cabeça e pergunto para Ezra o que ele gostaria de Natal, enquanto entramos na loja de brinquedos.
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  As lojas que frequentamos estavam acostumadas com a presença de celebridades, portanto tinham tudo preparado para nosso conforto. Uma cortina automática se abaixou na vitrine, impedindo dos fotógrafos de marcarem nossa diversão dentro da loja. Jonathan me puxava para todos os lados, enquanto Ezra e William se divertiam na sessão de video-games. Summer procurava por uma boneca do gosto de Belle e apenas olhava para os modelos de quebra-cabeças em um dos últimos corredores da loja. Ela continuava tão séria quanto era antes, tendo sua diversão em montar um quebra-cabeça de mais de cinco mil peças.
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  - Você já tem um do zodíaco, amor. – digo passando com Jonathan me chamando do outro lado do corredor.
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  - Deixe-me decidir sozinha, sim?
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  Solto uma risada e beijo-lhe a bochecha:
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  - Leve a paisagem. – digo antes de caminhar até Jonathan, que me pede para lhe balançar no brinquedo que estava sentado.
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  Passamos parte da tarde naquela loja, as crianças se divertindo e levando para casa quatro modelos diferentes de paisagens. Olho-a com uma sobrancelha erguida:
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  - Não reclame, você disse paisagem, mas não qual delas. Decidi levar todas que não temos. – ela vê nossos seguranças pegando as sacolas com os brinquedos. Para variar, era sempre à frente do que eu espero.
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  Independente do caminho que nós fizéssemos, os paparazzis continuariam nos seguindo, parecendo que não havia limite de fotos para a família mais rica do mundo.
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Capítulo 4

  UMA FAMÍLIA RICA E FELIZ.
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  “Mais uma vez, a família decidiu sair de sua mansão, localizada no melhor bairro de Los Angeles, e mostrar que mesmo depois de quase vinte anos de casados, papai e mamãe ainda sabem o que é manter uma família unida.
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   (46) e (42) saíram às compras com seus cinco filhos, William (18), Summer (16), Ezra e Jonathan (12) e a pequenina Belle (1) na tarde deste último sábado.
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  Sorridentes, pais e filhos passearam por toda a Boulevard, acompanhados de seus nove seguranças. As compras de natal foram intensas e tudo o que podia ver na família, era a felicidade e o amor natalino entre eles. Depois de tantos anos de casados, o que nós achávamos que não duraria por sequer um ano, e mostraram que nasceram, sim, um para o outro.
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  Em uma entrevista recente ao New Yorker, disse que “não se importaria em ter mais filhos, se quisesse mais.” Romântico, não? O homem mais rico do mundo, com a quantia somada a mais de cento e sessenta bilhões de dólares, tendo mais de 4bi de lucro anual, a empresa bateu mais um recorde de lucratividade, fechando o ano com um valor de sete vírgula oito bilhões.
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  William, o filho mais velho do casal, está para começar a aprender a dirigir uma empresa. já anunciou que dará de presente de natal para o filho, a responsabilidade de cuidar do projeto social criado por ele e a mulher, como uma experiência de início de carreira. A segunda filha, Summer, acabara de ser aceita na Universidade de Yale onde também irá seguir a mesma carreira dos pais, disposta a ser como a mãe.
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  A família , como sempre, passará o feriado natalino na ilha privada localizada na América do Sul junto com os amigos e padrinhos das crianças, , e e suas famílias. O ano novo ainda não fora divulgado, porém, estima-se que eles continuem em climas quentes, para o bem da saúde da pequena Belle, que saíra de uma leve alergia recentemente.”
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  PAIS DEDICADOS.
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  “Para quem achava que tempo era o de menos na agenda do casal mais rico do mundo, estão bastante enganados.
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   e passaram o último final de semana antes do feriado natalino em Seattle, para a final do torneio de futebol de seus filhos gêmeos, Ezra e Jonathan. Mãe, pai e a conhecida por todos como ‘pequena Belle’, acompanharam de perto a última partida dos filhos. Os irmãos mais velhos, William e Summer, estavam em épocas de provas finais no colégio e universidade.”
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  Fechei as páginas da internet e, com um sorriso retornei à sala de estar, onde estavam todas as famílias juntas, minha, os ‘s, ‘s e ‘s. Olhei a imensa árvore de Natal que as crianças se juntaram para montar e vi Summer se divertindo com Belle em seu colo, enquanto conversava com a filha de . William provavelmente estava com os gêmeos e os filhos de e na sala de jogos, se divertindo com a sinuca ou o video-game. Encontro meu olhar com , que para por um breve tempo em mim e sorri, enviando-me uma piscadela.
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  Quando pensei em nosso ‘felizes para sempre’ na época em que William nascera nunca imaginara que ele fosse tão duradouro assim.
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Fim

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