Natashia Kitamura
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Rememorando

  O cheiro de grama molhada me dava náuseas. Olhava o resquício do fim da chuva que se iniciara no início da semana. Na verdade, poderia ser que tivesse dado o início da água que cai do céu no mês passado ou quem sabe ontem. O que me parecia, era que ela sempre estivesse ali. O céu acinzentado não parecia querer sair do meu cenário, tampouco os pássaros pretos que chegaram sem minha permissão e pousaram nos galhos das árvores sem folhas ou frutos. Olhei mais uma vez para as pessoas sentadas nos bancos próximos ao meu e sentia a invejar subir em meu peito; pelo menos elas tinham uma companhia. Vi o horário no relógio digital que havia em cima de um prédio; ele dividia o espaço com a marcação da temperatura; ora se encontrava as horas, ora os graus do tempo. Com o guarda chuva já cansando meu pulso de segurá-lo, me levantei do banco daquela praça e resolvi voltar para casa, onde poderia voltar à minha solidão, criada por quando me deixará há alguns longos meses.
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  Todos os dias, acordo com a pergunta “o que fiz de errado?” em minha cabeça. Talvez tenha sido as risadas que dei quando a vi cair, ou talvez os ‘não’s’ que lhe disse quando me perguntava se queria sair para fazer alguma coisa no domingo de tarde. Pode ser que o fato de eu não querer ter filhos antes de termos ao menos dois anos de casado não tenha lhe agradado, considerando o quanto ela ama crianças. Pensando, chego a várias razões que ela tinha para me deixar, mas o que não sai de minha cabeça, tanto quanto a pergunta, era que ela provavelmente tenha se cansado de ficar com um cara que sempre fora tão oposta à ela. Enquanto ela adorava sair para beber com as amigas, eu preferia ficar em casa com um ou dois amigos assistindo à luta livre. Quando ela conseguia ingressos para assistirmos aos jogos de basquete e futebol ao vivo, sempre recusei porque preferia assisti-los pela televisão. Ao perguntar se nós poderíamos comprar um cachorro, perguntei por que não poderíamos ter uma planta, já que se tratava também de uma criatura viva. Sempre que saíamos, queria pedir taças de vinho, mas sou intolerante a álcool – na verdade, inventei que era apenas porque não gosto do gosto -, e acabava por tomar refrigerante. Ela gostava de laranja, eu de cinza. Ela preferia praias e eu vilarejos. Ela amava voar, eu não suportava aeroportos. Com tantas coisas diferentes, sempre me perguntei a razão de amá-la tanto; então me pegava a encarando e via o quão bonita e com um sorriso tão simplório que fazia meu dia mais colorido apenas com ele. Gostava da maneira doce que me acordava e quando se enervava porque eu colocava a toalha molhada em cima de nossa cama. Adorava a maneira como se sentava na poltrona ao lado da imensa luminária para ler seu livro no fim do dia, ou como cantarolava enquanto cortava legumes para o nosso jantar. Dentre todas as diferenças, eu amava nossas coincidências. A maneira que escovamos os dentes em movimentos circulares, os botões da camisa que abotoamos de baixo para cima, a mania de comermos a sobremesa antes do prato principal, até a mania de fazermos sexo depois de acordarmos ao invés de antes de dormir.
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  Nos conhecemos durante as olimpíadas da faculdade. Na verdade, era um tipo de interclasse que ocorria para interagir alunos de diferentes cursos. Assim, caí no campeonato de xadrez e me surpreendi por perder para uma garota que era tão bonita. Podia apostar que ela era a única de todo aquele salão enorme e iluminado apenas pelos raios de sol que entravam pelas janelas que iam do chão até o teto.
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  FLASHBACK

  - Desculpe por acabar com sua diversão. – disse. Não podia acreditar, me senti humilhado; haviam se passado apenas quinze minutos e ela já estava para… – Xeque-mate. – fechei os olhos em pesar e ao abrir, vi sua turma celebrando ao seu lado. Ela mantinha um sorriso sem graça e os ombros encolhidos.
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  - Bem, valeu a tentativa. – levantei meus ombros e sorri. – Boa jogada. – me levantei e ergui a mão para cumprimentá-la, de acordo com as normas exigidas pela universidade durante os jogos. Independente de você ganhar ou perder, deve cumprimentar seu oponente por questão de educação e honra. Sem ação, ela apenas retribuiu o cumprimento e me viu afastar dela para prosseguir com a próxima jogada. No entanto, senti dois toques em meu ombro e ao que me virei, a vi parada atrás de mim, prestes a dizer:
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  - Você quer fazer alguma coisa depois dos jogos? – apontou para trás. Olhei para seu novo oponente. – Estou fazendo isso desde que cheguei hoje de manhã.
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  - Vai perder de propósito? – perguntei surpreso. A vi soltar uma risada e levantou os ombros.
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  - Acho que o azar bateu na minha porta.
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  FIM DO FLASHBACK

  O fato de nosso primeiro encontro ter sido depois de eu ter passado pela perda mais rápida de toda minha vida desde quando iniciei meu conhecimento de xadrez, nós tínhamos muito que conversar. Falamos sobre as regras abusivas do jogo de xadrez, e nos tipos de gafes que outros jogadores cometem durante as partidas. Rimos com os tipos de jogadores e seus estilos, além do palavreado que eles usam por serem nerds demais.
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  Ao perceber que estava mais uma vez pensando na maneira que nossa vida conjugal se iniciou, pisquei fortemente para esquecer e duas grossas lágrimas acabaram rolando pelo meu rosto. Passei os dedos pelas minhas bochechas, descrente da minha fraqueza sobre as lembranças de . Olhei para o espelho ao lado da janela e vi meus olhos muito vermelhos, mostrando que estavam chorando sem minha permissão. Outras lágrimas desceram depois das duas primeiras e assim se foi. Parecia a chuva que voltara a cair do lado de fora, sem limite. Caminhei lentamente para a poltrona no canto do meu quarto e lá me encolhi com as lembranças de nossa casa.
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  FLASHBACK

  Havia acabado de estacionar e mal saí do carro, já pude sentir o cheiro do frango assado que eu tanto amava. Fechei a porta com pressa e, em passos largos, entrei pela cozinha, onde pude ver com seu avental de cintura favorito, cantarolando enquanto terminava de lavar a louça. Ao me ver, abriu um sorriso e virou seu corpo para mim ainda com as mãos cobertas pelas luvas de borracha verde limão.
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  - Quase em tempo! Faltam meia hora, vá tomar um banho.
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  Com um grande sorriso, tranquei a porta atrás de mim e deixei a pasta do trabalho na cadeira da nossa mesa de jantar, indo até ela e enlaçando sua cintura. Tão rápido quanto cheguei nela, selei nossos lábios, sentindo a água de suas luvas gotejarem na parte de trás de minha camisa, que teria de colocar para lavar de qualquer maneira. Senti o gosto de erva, provavelmente por ter experimentado o tempero do frango e então sua língua passeou por minha boca, como sempre fizera desde nosso primeiro beijo. Nos separamos cinco minutos depois e a vi abraçar-me ainda mais forte, colocando-se nas pontas dos pés. Soltou um longo suspiro e murmurou em meu ouvido:
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  - Senti tanto sua falta hoje… – ela dizia isso todos os dias. Assim que chegava do trabalho, trocávamos carinho e então a ouvia dizer essas mesmas palavras, como se a última vez que tivéssemos nos visto fora há anos atrás, sendo que fora há apenas algumas horas. – Eu te amo.
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  - Eu também te amo. – beijei o dorso de seu pescoço e me deixei afastar por suas mãos. Agora já não se importava mais em saber se as luvas cheias de sabão estavam molhando ou sujando minha camisa. era dona de casa. Muitas mulheres tinham desgosto em dizer, mas ela sempre fora uma pessoa caseira com o relacionamento, mesmo gostando muito de sair e se divertir. Trabalhava em uma creche perto de casa, portanto, podia ir e voltar a pé, dando tempo de fazer as tarefas de casa.
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  - Vá para o banho, gosto de homens cheirosos. – abriu seu sorriso malicioso. Olho para o calendário e confirmo que hoje já era sexta-feira, dia de fazer sexo com a minha namorada.
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  FIM DO FLASHBACK

  , assim como eu, era preguiçosa e não gostava de se sentir cansada no dia seguinte. Por esta razão, nós dois nunca transávamos durante a semana ou em dia que um de nós fossemos acordar antes das nove no dia seguinte. O mesmo se aplicava a saideiras, festas com os amigos ou programações familiares. Seja o que fosse, depois que passamos a vivermos juntos, antes mesmo da meia-noite nós já estávamos deitados em nossa cama, cada um lendo seu livro antes de adormecemos juntos. Uma vida de casal velho, mas feliz.
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  As coisas começaram a desandar quando meu amigo Alden disse ter visto na companhia de um outro cara desconhecido. Por termos o mesmo grupo de amigos e sempre termos apresentados nossos conhecidos ao outro, Alden sabia que não era possível que tivesse arranjado um novo amigo e não me apresentado. Assim, comecei a observar melhor seu comportamento.
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  FLASHBACK

  - Hey. – entrei em casa na sexta-feira e a vi terminando de preparar nosso jantar. Abriu um pequeno sorriso e os braços, como sempre fazia, se deixando enlaçar por meus braços e então dizendo as frases automáticas.
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  - Senti tanto sua falta hoje… – por alguma razão, naquele dia não senti a paixão que ela sempre demonstrara nos dias anteriores. O sexo também não fora o melhor e ela não adormecera como sempre fizera. Ao contrário disso, ela se levantou e foi para o primeiro andar, onde ouvi a televisão ser ligada.
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  Fiquei encarando o teto do quarto por um longo tempo até decidir pegar no sono.
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  FIM DO FLASHBACK

  Duas semanas depois, nós já não conversávamos tanto quanto costumávamos. Um mês depois, ela estava pedindo para nos separarmos.
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  FLASHBACK

  - , acho que temos que conversar. – ouço sua voz dizer depois que saí do banho. Naquele dia, cheguei em casa e não a vi preparando o jantar, nem arrumando a mesa. Ao contrário do costume, ela chegou depois de mim com uma marmita para uma pessoa.
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  Ainda secando o cabelo apenas com a bermuda do pijama, me sentei na ponta da cama sem dizer nada, disposto a fazê-la falar o que queria dizer:
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  - Como posso dizer… – ela olhou para baixo desconcertada e olhou para mim. Assim que vi seus olhos, sabia que ela não iria enrolar: – Quero terminar. Você sabe que não estamos mais em sintonia e estou me sentindo muito mal por ser a única a tomar uma atitude sobre nossas atitudes.
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  - Até onde senti, você foi a única que mudou aqui. – falei sério.
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  - Exatamente, porque ao contrário de você, eu fui a única que me cansei de um relacionamento robótico.
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  FIM DO FLASHBACK

  Me lembro que não pude retruca-la depois que ouvi sua resposta. Não me recordo o que senti senão o medo de viver sem ela. Lembro-me bem que no dia seguinte senti muita raiva. Muita vontade de sair e encontrar uma nova namorada para me exibir em sua frente. Vontade de tê-la querendo-me de volta e eu não querer voltar para ela. Imaginei milhares de situações que poderia me encontrar em que eu a inferiorizasse, e ela se rebaixasse para me ter de volta. De qualquer maneira, eu nunca tive coragem para descer a este nível, e ela não fora tão ruim à mim a ponto de eu odiá-la por todo este tempo. Eu apenas ainda estou tentando me adaptar à minha nova vida, mesmo que esteja demorando mais do que eu havia planejado.
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NARRAÇÃO EM TERCEIRA PESSOA

  A porta se abriu, mostrando um homem com uma boa aparência, a barba feita e o cheiro de loção de barbear. O uniforme branco bem passado e os cabelos longos presos em um rabo à altura da nuca. Caminhou lentamente até , que se encontrava sentado na poltrona no canto do quarto.
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  - Boa tarde, , sou Kevin, como está se sentindo? – ele perguntou calmamente. Como sempre, não obteve resposta. – Vamos tomar seu remédio? Hoje é dia de visitas. – lentamente, forçou a se levantar e caminhar até sua cama, onde o fez se sentar e o cobriu até sua cintura.
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  Viu o paciente encará-lo com os olhos vazios e então olhar para a mesa ao lado da cama, onde se encontrava um cubo mágico. O homem de boa aparência seguiu seu olhar e sorriu:
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  - Você o quer? – pegou o cubo e entrou a , que pegou o objeto e começou a fazê-lo ainda calado.
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  O enfermeiro do manicômio de Saint Burns verificou o soro no braço de e então dissolveu o medicamento oral em um copo de plástico duro, dando ao paciente para tomar, algo que ele o fez com uma velocidade abaixo do normal.
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  - Muito bem, você é uma ótima pessoa. Como foi seu passeio matinal? O jardim estava bom? – perguntou ao paciente, que abriu a boca para responder:
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  - Muita… Chuva…
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  Kevin deu risada e conferiu a pulsação de , mexendo os braços e pernas do paciente para movimentar a musculatura.
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  - Eu sabia que você não iria gostar. Você não gosta de dias chuvosos, não é? Por sorte, vi no noticiário hoje que amanhã terá sol. – o enfermeiro continuava a conversar com , que apenas mantinha seus olhos abertos, dopado pela forte medicação que recebia a cada três horas.
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  Duas batidas na porta e Kevin olhou para trás, onde viu uma mulher com um vaso de flores em mãos.
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  - Desculpe, senhorita , mas objetos cortantes são proibidos no quarto. Posso deixa-lo no lado de fora da janela do quarto dele se quiser. – Kevin disse.
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  - Ah sim. Havia me esquecido disso, desculpe Kevin. – olhou sem graça para o enfermeiro, que apenas lhe enviou um sorriso de despreocupação e tornou a olhar para , pegando uma prancheta para preencher alguns dados de sua revisão obrigatória. – Como ele está hoje?
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  - Sem melhoras, está falando pouco, apesar de ter reclamado da chuva, como sempre. – Kevin pegou a prancha consigo. – Hoje terá apenas quinze minutos, é dia de exercício deles e tem um encontro com o doutor Laureen.
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  - Ah, bem. Tudo bem. Vou aproveitar bem estes minutos. – sorriu e viu o enfermeiro pegar o vaso de flores e fechar a porta atrás de si. – Oi Leo. – a garota chegou perto de , que a encarou e voltou a olhar para a janela. – Ouvi dizer que reclamou da chuva.
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  Sem receber resposta, soltou um longo suspiro. Já faziam dez meses que se encontrava neste estado. Antes disso, passou dois meses preso em tratamento intensivo por estar completamente louco. não sabia, nem tampouco , mas ele carregava consigo uma doença que atacava seu cérebro. Descobriram da pior maneira possível.
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  Em uma noite, abrira os olhos apenas por uma fração de segundos e viu o namorado em pé ao seu lado com um vaso de vidro, prestes a tacar nela. Os gritos acordaram os vizinhos, que chamaram a polícia. fora sentenciado à prisão, mas médicos informaram que o problema não era consciente. O cérebro dele passou a fazê-lo ter ações em que não tomava conta de seu corpo e sua mente se mantivera desligada, como se o corpo funcionasse sem pensamentos. Era um corpo oco.
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  Mesmo assim, não conseguira se desapegar do agora ex-namorado. Mesmo tendo acabado de iniciar um novo relacionamento com uma pessoa que se certificara de que não teria problemas mentais, todas as terças, quintas e sábados, comparecia aos horários de visita do manicômio, de vez em quando junto com os pais de , que foram as pessoas que incentivaram-na a seguir em frente com sua vida. No fundo, todos sabiam que a doença de não iria melhorar, mas sim acabar com sua vida.
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  No entanto, assim como aprendera com o próprio , optou por estar com ele até o final. Mesmo que um dia ele chegue a deixa-la neste mundo, ela estaria feliz por ter estado com ele até o último segundo. Mesmo que ele não lembre mais o quanto ela o ama e mesmo não podendo mais ouvi-lo dizer que a ama, ela completaria a promessa de ficar para sempre ao seu lado.
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  FLASHBACK

  - ? – ouviu a voz de soar ao seu lado.
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  Estavam deitados na praia para assistir o nascer do sol. Durante o inverno, quando o sol nascia mais cedo, os dois seguiam para a praia na cidade vizinha apenas para assistirem o esplendor do nascer do sol.
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  - Hum? – respondeu em um murmuro.
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  - Eu te amo. – abriu um sorriso ao ouvir a frase favorita vinda de .
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  - Eu também te amo.
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  - Para sempre?
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  - Todo o sempre. – ela confirmou, virando seu rosto e vendo seus olhos brilharem com os primeiros raios de sol que surgiam no horizonte, atrás da linha do mar sem fim. – Tão sempre que não serei capaz de te deixar até lá. – sussurrou com a voz rouca, sentindo os lábios que tanto amava grudarem nos seus. Fechou os olhos como sempre fazia para sentir melhor o toque do namorado.
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  FIM DO FLASHBACK

  Abriu os olhos e as lembranças se foram.
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Fim

  Nota: Essa songfic é baseada na música I Don’t Love You, do My Chemical Romance. Na verdade, lendo a história inteira e então lendo a letra da música, pode ser que pareça que não tenha muito a ver, uma vez que há certas estrofes na música que fala sobre não amar novamente ou deixar de amar. Acontece que minha ideia original foi fazer com que a história do favorito fosse real – assim faria muito mais sentido com a música. Mas gostei da ideia de fazê-lo louco, e acho que minhas leitoras gostariam que eu criasse uma história com um final menos trágico do que a ideia inicial. Acho que elas estão um pouco cansadas de finais (in)felizes. Assim, optei por um meio termo e acho que ficou legal. De qualquer maneira, é a minha primeira fanfic do My Chemical Romance em 11 anos que escrevo fanfics, então espero que você que leu minha fanfic, se sinta saciada pelo conteúdo.
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  Se estiver sem preguiça e inspirada, deixe o seu comentário me dizendo o que achou! Autores amam comentários e eu não estou fora deste time!
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  Além dessa, tenho mais outras 100 histórias online que você pode acompanhar os avisos de entrada e atualização no meu blog: http://natashiamkfictions.tumblr.com/. Não deixe de seguir!
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