Pouco
Música tema dessa fanfic: Pouco de Luamarte ft. Afonso Santti [Ouça aqui]
“É, esperei só você acordar, pra dizer que acordei. Eu vi que pus a mão no fogo e me queimei. Vou me poupar só dessa vez, não se dê nem o trabalho de se explicar. Você se perdeu e não vai ser eu, quem vai te achar. Vou me desvencilhar agora de você, não que seja fácil te apagar assim, mas cabe a mim admitir que eu fui longe demais…”
Ela pediu no meu ouvido
“me fode daquele jeito que a gente nunca vai esquecer”. E eu burro, fiz. E toda vez que penso no momento em que meus dedos mergulhavam embebidos no gozo dela, e de que fez aquele pedido da boca para fora, eu me sinto um completo idiota. Porque ali estava eu, observando a minha vadia preferida dormindo nua, sentado na janela do quarto dela, em uma batalha interna entre a vergonha e a decência próprias. Havia dado a minha palavra para tantas vezes, e em cada uma delas não resisti, voltei atrás. Seria ridículo se eu continuasse acomodado naquela situação que me intoxicava mais e mais e, se de novo desse para trás mesmo após garantir que era a nossa última vez.
Deus! Por Deus! Ou melhor… Inferno! É para lá que eu vou, e quem vai abrir a porta para eu entrar é a . Aquela súcubo que extrai de mim meu lado mais tarado! Enfim… Que inferno de buceta gostosa! Mas não era só aquilo. A toda é a maçã de Eva. E eu sou o Adão, aquele babaca burro… Já não sei qual metáfora cabe melhor: se é a Eva, a maçã ou a serpente.
Eu transei com ela nessa noite… Na verdade, se eu já não mencionei antes; o que eu fiz com ela foi cafonice. Ela diz que “fazer amor” é cafona, e eu adoro fazer amor com ela. Mas o foda é que eu faço isso sozinho, sabe? Ela só transa mesmo. Então ontem eu fingi que ela era só a porra de uma boneca inflável, e me apeguei na minha palavra:
“acabou , eu não volto mais”. E olhando para ela dormindo, eu sou capaz de dizer que a não é nada do que ela se faz parecer ou se permite sentir. O rosto rechonchudo, inchado de sono, a pele que brilha como se a
skin-care fosse feita com pó de estrelas… Ou outra coisa que eu mesmo jorrava há dez meses no lindo rosto dela. Os lábios esculpidos em formato de coração… Ah! Era aquilo então… O coração da , vai ver saiu pela boca e só deixou em seus lábios, rastro de sua silhueta. Todo o conjunto da obra era angelical, até mesmo as curvas do corpo, o quadril grande, a cintura nem tão fina, a barriguinha pochete no baixo ventre, que, particularmente, eu acho sexy pra caralho… Toda ela é uma Vênus de Milo. Toda ela é uma obra de arte.
E voltando à heresia, não consigo deixar de crer que Deus quer mais é que a gente se foda, que a gente se perca no inferno do sexo. Dizem que ele desenhou Lúcifer como o mais lindo dos anjos, e vejam o que o cara se tornou. Então, não estaria eu errado em achar que a gostosa da , veio do mesmo molde, estaria? Porra, Deus. Se eu não tenho defesa, me desculpe, mas você também não tem.
Para quê fazer pessoas gostosas e sacanas para seduzirem a nós, trouxas ou iludidos românticos? Isso é de uma canalhice sádica que só mesmo quem inventou o universo… Sei lá, mas vai que Deus é um lunático? Só isso explicaria a razão de criar a , que tal como o nome era uma pedra linda capaz de ornar, proteger, fazer feliz e embelezar, mas que não deixa de ser uma pedra. E pedra machuca se jogada com força.
Às vezes eu penso que a deve me achar patético demais, e por isso ela faz esse jogo de desapegos. Se até no sexo eu acabo gemendo mais e mais alto do que ela, quem é o dominante e quem é o dominado? Às vezes eu me sinto um tremendo de um idiota!
Já transei com alguns caras, já experimentei o dito “passivo” e sinceramente, ninguém me deixou tão de quatro quanto a . Ela me tinha na palma da mão desde o dia em que nos conhecemos. E eu fui deixando, fui gostando, fui gozando e aceitando que abismos não tem fim. Meti na cabeça que o fim do abismo é só coisa inventada pra ninguém se jogar, mas se jogando a gente percebe que o abismo é uma viciante liberdade.
Suspirei, frustrado, louco pra fumar um cigarro e nem isso a malvada deixou sobrar. E nada de acordar também! Porra, ! Eu não posso simplesmente ir embora sem olhar nos seus olhos e mostrar o mínimo de dignidade uma última vez… Tentar sair por cima!
Notei que ela não acordaria sozinha, então voltei para cama. Deitei-me ao lado dela, a cabeça apoiada sobre uma mão, o cotovelo apoiando o peso do meu corpo. E sem me sentir culpado (eu faria bastante isso depois), eu me reclinei sobre o rosto da diaba e beijei os lábios doces de , que os mantinha semiabertos enquanto dormia, enfiando minha língua na sua. Ela acordaria. Se não acordasse por bem, seria por mal. O beijo aos poucos foi ganhando forma, enquanto ela despertava aos poucos, e lá estava a mão do demônio de mulher, a tirar a minha decente palma de seu rosto e guiá-la ao seu seio nu. Apertei, massageei e belisquei o biquinho fazendo-a gemer baixinho e abrir os olhos me encarando. Eu também estava com os olhos bem abertos para ver suas reações. Quando os cantos dos lábios dela pareciam começar esboçar um sorrisinho, eu tirei a mão de seu seio e fui direto ao seu clitóris, circundando-o com o polegar enquanto o dedo médio invadia a intimidade dela.
— Isso, … — começou a se mexer em minha mão, soltando-se rápida de minha boca para pedir que eu continuasse: — Mais rápido, , mais rápido! — E em seguida ela já colou os lábios em meu pescoço, mordiscando e beijando.
Sorri com maldade, fazendo-a gemer e rebolar pra que eu aumentasse a fricção, e quando estava chegando na subida da montanha russa, eu tirei de uma vez meus dedos de dentro de si.
— O que está fazendo? Porra, vem aqui! — Ela reclamou me vendo afastar, mas me segurou pelo punho, indignada e ofegante: — Vem me foder, !
— Você quer? — perguntei no seu ouvido, o que a fez achar que era um joguinho e por isso sorriu manhosa — Quer o quê?
— Seu pau bem fundo em mim! — Pediu roçando os dentes no meu queixo.
— Que gostosa! — respondi sorrindo, pegando o cabelo dela pela nuca entrelaçando em meus dedos e puxei de um jeito firme, me permitindo ver seu pescoço com as pintinhas pequenas, deixando um chupão grande nela.
— Porra, … Se eu te disser o que quero agora…
— Vai. Ficar. Querendo. — sussurrei pausadamente em seu ouvido.
E tão rápido como comecei a beijá-la, eu me afastei voltando para a janela do quarto, lambendo meus dedos que haviam estado dentro dela. A luxúria tomou os olhos de , misturada à raiva.
— Eu só estava esperando você acordar, mas como você não acordava, fui obrigado a dar um jeito. — Expliquei e ela continuou me encarando raivosa, então prossegui: — Eu te disse ontem que era a última vez, não é? Só queria que você estivesse bem acordada na hora que eu saísse, para não restar nenhuma dúvida.
continuou boquiaberta, surpresa, me vendo pegar a única peça que faltava em meu corpo: minha camisa. Vestindo, notei que ela não falaria nada, por raiva ou incredulidade, e não perdi tempo para me despedir de vez.
— Eu gostei demais, você sabe. Foram os dez meses mais incríveis da minha vida, e você tem todos os créditos disso. Das fodas memoráveis, ao destroço que eu saio dessa porra de erostismo tóxico entre a gente.
— , para de cena! — Finalmente ela falou revirando os olhos e se levantando aos poucos e devagar.
— Eu vou custar a te esquecer, . Mas mesmo com esse defeito, obrigado por tudo. — Declarei sincero, caminhando de encontro a ela e tocando seu rosto fazendo carinho nas maçãs de sua face: — Obrigado por me queimar, em todos os sentidos. Sei que de um jeito ou outro, eu me tornei maior desde você. E vê se para de vestir esse papel de brinquedo sexual seja para quem for. Você até pode apenas gostar de se divertir, mas merece mais do que isso. O próximo cara que tentar te oferecer amor, aceite. Seu coração não existe, mas o lado bom é que tem espaço pra caramba no seu peito oco, para amar também.
não disse nada. Ela ficou piscando, desacreditada. Perplexa. E eu saí do apartamento devagar, mas confiante. Achei que fraquejaria ao encarar seus olhos vibrantes, ou que cederia a mais uma manhã de sedução quando decidi torturá-la há poucos minutos na cama. Achei que não teria forças para pisar firme, um passo após o outro, enquanto observava pela última vez cada detalhe daquele apartamento.
— , espera! — gritou, mas não era um grito de quem pediria para eu ficar.
Era o grito de quem não queria acreditar que daquela vez, realmente, fui eu quem deu a última palavra. Saí sem ao menos olhar para trás. Bati a porta do apartamento dela e me apressei no elevador. Só quando apertei o botão do térreo, levei à mão ao peito como se fosse capaz de sentir meu coração latejando no peito. Naquele momento, ele latejava mais do que outra parte do meu corpo. fazia aquilo: me vibrava por inteiro. E apesar de me manter decidido e corajoso, doía. Doía muito, porque eu sentiria bastante falta dela.
•–•–♦–•–•
“Me maltratei vivendo com esse pouco seu. Fui me desfazendo sem olhar pra trás, mas estou indo embora e pro seu desespero, eu vou em paz. É, percebi que perdi a razão só por me acomodar, por inventar desculpas pra mim. Não vou negar, até foi bom. Faz bem levar às vezes uns tapas na cara e ver a piada sem graça que a gente é (que a gente é)…”
O surtou. Não que ele não tivesse feito aquilo várias e várias vezes nos últimos dez meses:
“Pô , eu não vou mais ser um brinquedinho”, ele dizia com aquela voz de macho que fica putinho, mas só está fazendo charme, sabe?
Ele já tinha saído pela minha porta prometendo que não voltava e para ser sincera, nunca levei fé, mas aquele momento era diferente. Desde a noite passada, na verdade, onde ele me prensou no corredor do meu apartamento garantindo que era a última vez, eu já fiquei cismada. É que daquela vez tinha uma parada diferente nos olhos dele. Sei lá… Um quê de coragem audaciosa que eu nunca encarei nele antes.
Fiquei meio embasbacada com a atitude do . Filho da puta, cara! Filho da puta de me provocar tão gostosinho daquele jeito e me deixar toda molhada para nada!
‘Tá aí… É nesse tipo de instante que eu me lembro por qual motivo eu estava curtindo tanto o há dez meses: o lado cafajeste dele que casava certinho com o meu lado vadia. E na real, o tem muito mais qualidades do que defeitos. Eu é que não tenho a
vibe de colar nas qualidades românticas dele. Eu não acredito nessa coisa de Claudinho e Bochecha, sabe?
“Só love, só love”. Ah não ser que o “love” seja uma figura de linguagem para um lancinho casual…
Caralho que merda, ! A gente estava tão ajeitadinho, pô! Uma mão lavando a outra sem estresse, sem compromisso… O tempo que eu vou levar pra achar outro carinha obediente e mansinho como você…
— Ai que merda, viu, ! — gritei no corredor com todos estes pensamentos na mente, ainda encarando a porta do elevador que se abriu revelando o corpinho magrelo sem-graça da Martinha.
— Ih! Oi ! — minha amiga e vizinha cumprimentou, me encarando de cima à baixo, com um sorrisinho de canto — Olha ela… Não deu nem tempo de se vestir direito?
Na loucura do saindo todo-todo como galã de novelinha adolescente da Globo, eu acabei não me importando em fazer mais do que me vestir com uma calcinha e uma camiseta.
— Ah… Oi Martinha, e aí?
‘Tá chegando agora? — desconversei tentando demonstrar que eu não estava tão em choque quanto realmente estava.
—
‘Tô sim! — ela falou se escorando na parede ao lado do elevador, revirando os olhos e iniciando a saga de reclamações: — Sinceramente, viu? Vida de enfermeira é um cu! Todos os dias de plantão eu fico só orando mais e mais para arrumar um cabeça branca e me tirar dessa vida escrava!
— Ah, para com isso,
mó bobinha você! Aposto que tem uns médicos gostosos e bem-sucedidos lá no hospital… — falei.
— , entenda: médico nenhum presta! A sala de descanso naquele hospital serve para tudo, menos para descanso. Nunca vi gente pra gostar tanto de sacanagem!
Martinha falou e eu olhei para os meus pés, com as mãos na cintura, forçando um sorrisinho. Até ela pigarrear perguntando:
— Falando em sacanagem… Acabei de esbarrar com o seu namorado na portaria… Vocês brigaram? Ele estava meio estranho.
— O não é meu namorado, Martinha! Já falei mil vezes!
— Bem, tem quase um ano que vocês estão juntos. De um jeito nada convencional, é verdade… — Ela enrolou a ponta do cabelo solto, enquanto fazia da parede cada vez mais um apoio pra derreter o corpo cansado — Mas na minha terra se um homem me fode por mais de três meses, é namorado!
— Escuta… — Perguntei receosa — Ele falou o quê quando esbarrou em você lá embaixo?
— Nada! Só me cumprimentou, o normal de sempre:
“E aê Martinha!”, só que dessa vez não soltou aquele sorriso que eu adoro… — ela suspirou. — Por quê? Você disse não para outro pedido dele?
— Tem café lá na sua casa? — Martinha soltou como se café fosse o assunto desde que nos vimos, desprendendo o corpo da parede e apontando minha porta.
— Tem, do . — respondi deixando claro que era o café melado de açúcar que ele fazia e particularmente eu odiava.
— Melhor ainda! Se não posso beber o leite dele porque minha amiga já tá mamando, fico com o café. — Martinha disse gargalhando e passando na minha frente rumo ao meu apartamento que estava com a porta aberta: — Vamos, me conta que merda você fez dessa vez. Depois eu vou pra casa dormir.
Segui a Martinha batendo a porta de um jeito despreocupado sobre se a porta fechou de verdade ou não. Segui pela cozinha e minha vizinha já estava pegando um copo de água do filtro e bebendo.
— Esse monte de chupão aí, vou te contar, hein… Ou ele estava com raiva ou com sede de você! — Martinha riu me olhando de cima à baixo e eu nem tinha reparado tanto naquilo, mas realmente, me deixou inteira marcada. E ele nunca fazia aquilo. Dizia que
“era feio fazer isso com mulher”. Cada coisa, diz esse … Martinha sentou-se à mesa esperando que eu entregasse sua xícara de café, e soltou: — Ai , se tu soubesse o bilhete de loteria que tem na mão!
— Você, Suzanne e a Luana são umas emocionadas! — fechei minha expressão já farta de ouvir todo mundo dizer que o era bilhete premiado e eu, a vadia louca e mimada que não reclamava o prêmio — Que porra de encheção de saco vocês com essa história de que eu deveria aceitar o sentimentalismo barato do !
— Não é barato, não! — Martinha ativou o modo defensor dos vassalos apaixonados, logo depois de virar um gole farto de café — Mulher! Homem como o é ouro! Ele é gentil, boa praça com todo mundo, trabalhador, responsável, apaixonado, não é nada soca fofo e fode maravilhas, segundo você, e te coloca num pedestal quando a gente sabe que você de santa não tem nem a catequese!
— Não importa! Todo homem é um bibelô lindinho quando quer domar a gente, depois que conseguem o rótulo que querem, tudo perde a graça.
—
Hunf! — Martinha resmungou revirando os olhos — Como se o seu problema fosse rótulo. Seu problema é fogo na bunda, ! Você tem medo da fogueira entre vocês apagar se acontecer um pouco mais do que só sexo selvagem. Sinceramente… Eu não sei como o conseguiu chegar tão longe, se contentando com esse pouco seu.
— Ele não aguentou. — comentei entredentes, com meus olhos distantes observando a cafeteira piscando — Ele foi embora e, se eu estiver realmente certa, minha intuição diz que fodeu, porque ele não volta.
— Como assim? — Martinha arqueou a sobrancelha em dúvida. — Ele saiu por conta própria, você mandou embora ou foi só mais uma daquelas cenas que ele faz para tentar te fazer mudar de ideia?
— nunca falou tão sério comigo, Martinha. — revelei — Me fodeu de um jeito que eu vou ficar por dias me tocando e lembrando dele! O filho da mãe… E me encarou sincero dentro dos meus olhos, quase lendo minha alma, daquele jeito dele: devotado! Com aquela cara de cachorro sem dono, mas fiel, leal! E meteu o pé aqui de casa, decidido!
— Bem feito pra você,
mó burrona! — Martinha riu.
— Falsinha! Martinha falsinha! Doida pra sentar na piroca do meu…!
— Seu? — Ela me olhou com olhos divertidos e desafiadores, interrompendo o raciocínio e não é que eu fosse completar a frase. Eu não saberia o que definir.
Respondi com um sorriso travesso, Martinha gargalhou gostosamente e eu tenho certeza que nem era pela piada, era pela notícia. Não tive nenhuma dúvida que Suzanne, Luana e ela se aproximariam do cheias de intenções! E como entre a gente, eu nunca me importei se minhas amigas ficassem com caras que já não estavam mais comigo, sequer haveria razão para elas evitarem a tentativa. No lugar delas, não tendo problema com nenhuma amiga, eu também faria o mesmo.
—
‘Tá, mas e aí? Você não vai lutar? — Martinha perguntou óbvia levando a xícara até a pia.
— Lutar…? — a verdade é que eu ainda não estava acreditando no que aconteceu e nem sabia como digerir a situação.
— Você
‘tá bem com isso? Tipo, se o volta pra pista, sabe que nenhuma outra mulher é louca como você de deixar ele solto, né? O bilhete da loteria, lembra? Vão pegar os milhões no seu lugar, e aí amiga… Nem cabeça branca da orla da praia, nem médicos do meu hospital… Me escuta, ! O é o cara. Larga de ser burra!
Martinha despejou aquilo tudo com um pouco de revolta. E foi só então que eu me toquei: por que caralhas eu estava tão surpresa com a atitude dele? Que razão eu tinha de me sentir meio atônita com a situação? Porra, se o foi em paz, então eu não deveria me sentir mal, não é?
— Não! — comecei a rir tentando me convencer — Não é nada disso! Eu só estou puta porque ele me fez gozar de manhã e não terminou o serviço!
— Ele te deixou na vontade antes de sair? — Martinha riu e concluiu: — Ele aprendeu direitinho com você a como ser um belo filho da puta!
— Achou que teria ele na sua mão até quando, ? Tem gente que tem amor-próprio, ué! Mas, tudo bem né? Brinquedinho sexual tu acha em qualquer esquina, e se quiser menos problema não lidando com machos, você até compra vários apetrechos lá na avenida Arapuã!
— Martinha, eu não estou nem aí pro , é sério! Pode ir atrás dele, tu, a Suze, a Lu… De boas! Eu só fiquei surpresa, afinal… Ele ficava repetindo aquela cafonice…
— Ai, ai! — Martinha suspirou descruzando os braços e indo até a sala pegar sua bolsa, prestes a deixar meu apartamento dizendo: — Eu não sei se você é muito burra, ou muito cruel… Amiga, vou pra casa! Preciso descansar um pouco. Obrigada pelo café!
— Não por mim, agradeça ao . — falei no automático como se ele fosse aparecer ali em casa qualquer hora.
Martinha sorriu passando pela porta e olhou pra trás apontando o dedo em riste pra mim advertindo:
— Olha que eu vou, hein? Agradecer a ele será um prazer! — A enfermeira gargalhou e eu dei de ombros indiferente. Ela abriu a porta da frente do apartamento dela, me encarou de cima à baixo de novo, mordeu os lábios e não perdeu a oportunidade de sempre: — Ah! E se precisar de ajuda para terminar o que ele começou, só bater aqui na porta. Desde que o entrou aí você não me deixou mais divertir, amiga.
— Vou pensar no seu caso, falsinha. — Zombei.
Era certeza absoluta que se eu começasse a me sentir insuficiente de novo, eu chamaria Martinha e sua língua feroz pra me ajudar. Mas naquele momento, eu não senti nenhuma necessidade de flertar de volta. Porque no fundo, depois que Martinha fechou a porta do apartamento dela, eu fechei a minha, escorei meu corpo ali e lembrei do jeito que o me acordou de manhã. Mal fechei os olhos e bateu uma vontade absurda de sentir os dedos dele na minha buceta. Caralho, . Que merda!
— Não é que eu sinta a sua falta, mas você saiu me devendo um orgasmo , e vai pagar! — sibilei baixinho a mim, como uma ameaça jogada para o universo.
Descolei meu corpo da porta e fui viver minha rotina com uma única certeza: ele até poderia não querer mais nada comigo, mas não seriam os dedos da Martinha a resolver um problema que ele começou! Em breve, seria a minha vez de ir atrás do . Só pra sair por cima, como sempre. Pelo meu orgulho, só isso.
Fim
Nota de autora: Quando escrevi “Perigo”, esse casal já estava na minha cabeça para uma continuação, e acho que ainda não acaba por aqui. Jade e Rodrigo eram outro tipo de projeto, mas ultimamente senti vontade de trazer vida a eles no molde “songfic”. Então, espero que vocês tenham gostado da história e comentem. Mesmo se não gostarem, receber seu feedback é importante pra mim. Muito obrigada a quem leu até aqui! ♥
Não seja tão duro consigo mesmo. Em um relacionamento, é importante ter o equilíbrio. Se ela é alfa, certamente é necessário um beta
Justo! Dois alfas não dão certo juntos, né? ‘-‘
Hahahah aiai, o orgulho ferido…
Psé, mana. É aquele ditado, né. Quem escolhe muito, acaba sendo escolhido. Ficou confiante demais hahahaha
Ela já fez tanta hora com a cara dele…
Falou tudo, Martinhaaaa
HAHAHA COM UMA AMIGA DESSA, QUEM PRECISA DE INIMIGA?
Amei a Martinha <3
Martinha é sensacional, merece uma obra só dela!
Caramba, essa mulher não existeeee! Hahahaha toma lição atrás de lição
Aham, SÓ por isso. Vou só concordar para não contrariar o diagnóstico do médico.
Hahaha, Ray, esse ACHO aí na frase não condiz com o final dessa história. Não tem papo de acho que ainda não acaba.
Não acabou e ponto. Hahaha! Estou preparadíssimas para ver a Jade “se vingar” do Rodrigo.
Peguei a indireta! Ou melhor, a direta! UHAUHSAUSHA NAT DO CÉU! Vou trazer mais fanfics desse casal mostrando como esses dois chegaram nesse abismo, como diz o Drigo. Obrigada pelos comentários Nat, pela betagem linda e leitura ♥
Antes de tudo AINDA BEM que tem continuação porque não superei nem nunca vou superar esse pseudo-casal. Rs
Essa Jade é uma louca, mas não consigo julgar, ela é tipo meu role-model ♥️
Mas que o Drigo é um fofin e dá uma sozinha, isso dá! 🥺
Ray, amei demaaaaaaais! Espefialmente a escrita dessa aqui, ela me deu uma sensação de nostalgia como se eu tivesse lindo um clássico da literature (uma coisa meio José de Alencar/meio Nelson Rodrigues) mas em uma pegada moderna *-* preciso de mais! E quando tu lançar a coletânea desses dois, tu me avisa para eu comprar, pois tô apaixonada 😍
O corretor em inglês acabando com a minha vida, que ranço kkkk
MEU DEUS DO CÉU FÊ! Primeiramente, eu já quero chorar! Porque o elogio comparado a uma literatura de peso como Nelson e o “Seu José” (eu tenho hábito de chamar os clássicos como se fossem gente próxima haha), enfim, um elogio desse… PQP! Muito obrigada pela leitura e por compartilhar esse feedback incrível! Mas vamos falar de Jade e Rodrigo! Eu AMO esse pseudo-casal e a história deles está sendo aos poucos delineada, então eu venho lançando aqui esses pequenos spin-offs pra deleite de uma escritora que também gosta de testar o termômetro dos personagens com o público hahaha A Jade não é uma “louca”, ela só é libertina e livre demais para os padrões esperados. O Drigo é uma mistura de lealdade com sensualidade que olha… Eu queria um homem desse, viu? Eu não tinha pensado em um spin só dele, sem a Jade, mas sua ideia me cativa um pouco. E assim que o romance deles estiver todo prontinho e publicado eu te aviso sim! ♥ AAAAH QUE VONTADE DE COLOCAR SEU AFETO NUM POTINHO DA MINHA ESTANTE, FÊ! ♥
awn, a verdade tem que ser dita, amo demais sua escrita <3
Vou ficar aqui acompanhando fielmente a saga desses dois *-*
P.S. Eu uso termos como “louca”, “ridícula” e “vagabunda” como elogios UHASHUHAUHSUAHSUHU então eu amo o jeitinho dela S2
A Marta sendo tudo para mim kkkkkkk sério! Você é foda demais mano, como pode?
A Martinha merece um destaque, realmente! Eu adorei criar ela, quem sabe ela não tenha um pouco mais de palco da próxima (eu me apego mto nos meus pps secundários) uashusasusuhasu Ela é a amiga que a gente facilmente teria né? Amo personagens doidinhas!