Playing Dice With The Devil
encarava a cena com um sorriso satisfeito nos lábios. Ouvir os gritos implorando com desespero era como uma sinfonia maravilhosa que alimentava seu espírito… ou fosse o que fosse o que ela tinha ali. Em suas mãos, os dados que haviam decidido o destino da mulher que gritava a sua frente eram lançados para o alto em gestos simples e certeiros.
Ela pensou em como aquilo havia começado… estava terrivelmente entediada naquela noite, e simplesmente surgiu a sua frente, um coração partido, a dor da traição cintilando no olhar… Ah, não havia coisa mais saborosa do que a sede de vingança de um ser humano para alguém como . É claro que ela não havia sequer hesitado ao estender a mão a e oferecer uma barganha. Um joguinho de dados e uma vingança. Se ele vencesse, ela o ajudaria, se perdesse… Bem, ela decidiria o que faria com ele no tempo certo.
A mulher soltou um riso de canto quando se lembrou da falta de esperança e qualquer outro sentimento que exalava, talvez, mesmo se ela vencesse, aquele humano já não tivesse muito a lhe oferecer. A forma como o homem havia jogado era quase cômica, considerando que ele não jogava para ganhar e sequer estava se importando com o que aconteceria ao final daquilo.
não podia mentir, havia ficado satisfeita quando foi – se deixou ser? – derrotada por aquele humano infeliz. Também não se importou quando cedeu algum tempo de sua existência para ouvir um pouco mais sobre a história do pobre condenado. havia conhecido a delicada e adorável na igreja. Aquele pequeno detalhe fez gargalhar, interrompendo a narrativa do homem despedaçado a sua frente.
— Desculpe, mas vocês têm o ditado que o diabo é o rei dos disfarces… Só achei cômico você ter encontrado o seu em uma igreja — murmurou sem a menor cerimônia enquanto brincava com seus dados.
continuou a contar sua triste história de amor, ignorando os ocasionais risinhos de . era um homem de princípios e valores, ele havia se encantado com a beleza de e com seu jeito doce e meigo, não levou muito tempo até estar realmente apaixonado. Quando sua amada começou a contar histórias sobre um homem a estar perseguindo, não mediu esforços para tentar protege-la… claro que ele não esperava que aquilo tudo fosse somente um ardil para atrai-lo a uma armadilha.
A família de tinha um grande peso naquela cidade pacífica, fossem quais fossem os meios, a ordem e a paz eram mantidas em Seitzville, e aquilo não era do agrado de muitas outras famílias influentes que possuíam ligações obscuras. Os , embora pouco citados, faziam parte daquele grupo, com ligações ao tráfico de drogas e armas, além do maior negócio – e mais secreto – que consistia no tráfico humano.
Inicialmente, não queria acreditar que tinha algum envolvimento com aquilo, ela era doce e inocente demais para isso, ela devia ser como ele, apenas carregava o sobrenome de uma família que nada tinha a ver com a forma que vivia… obviamente estava enganado, mas aquele pobre e inocente homem só pôde perceber o engano quando já era tarde e foi capturado pelos homens de quando, supostamente, devia tentar salvar de um sequestro ou qualquer baboseira do tipo.
— Devia ter aprendido um truque ou outro com sua família, bobinho — comentou sem tirar o sorriso dos lábios.
— Nem me diga… — retrucou quando fora mais uma vez interrompido.
Quando o havia encontrado, o rapaz estava pendurado pelos pés por correntes de ferro, havia sido deixado para morrer ali, o que eventualmente aconteceria, de forma lenta, enquanto seu coração lutava para bombear sangue para o corpo, mas seus esforços sendo inúteis contra a gravidade, que faria todo o trabalho de levar o sangue até o cérebro, causando um estrago que faria todo o restante do serviço.
se perguntava o que havia feito de errado, quando foi que seu paraíso havia virado o inferno?
— Você não conhece o inferno, bobinho — surgiu diante do homem que estava pronto para morrer ali. — Mas o diabo conhece o coração dos aflitos.
E então, ali estavam os três.
Quando recebeu a proposta de “ser ajudado”, imaginou que se veria “vingado” de alguma forma, embora não fosse exatamente vingança pelo que ansiava, mas não imaginara que seria aquilo.
Ninguém havia matado ou qualquer coisa do tipo. simplesmente estava destinada a morrer logo depois de larga-lo como lixo, de uma forma bem simples e rápida. Ah, não, a vingança não estava naquilo, mas no que vinha depois. , ou parte do diabo, como ela mesma gostava de se nomear, havia estendido a mão para ele para que ele pudesse assistir ao julgamento da alma de .
— E… Aqui estamos, , no julgamento final. — brincava com seus dados enquanto falava como uma criança extremamente animada com um brinquedo novo.
A alma de ainda parecia confusa com o que estava acontecendo. Ela permanecia sentada na cadeira em que fora posta diante de , nua e indefesa.
— Você sempre gostou de jogar, não é? Brincar de Deus com a vida alheia… Ah, brincar! — gargalhou com animação. — Eu também amo brincar, minha querida. — Sorriu parando de jogar os dados para o alto. — E para fazer jus ao seu estilo de vida… — A mulher-parte-do-diabo jogou seus dados mais uma vez para o alto, apanhando-os no ar e os colocando sobre a superfície da mesa que se materializou diante das duas como mágica. — Vamos decidir seu destino com dados.
sentia que não deveria ficar surpreso com aquilo e para falar o mínimo, ele não se importava exatamente com o que aconteceria com , algo nele havia quebrado depois do que havia acontecido. observou mudo enquanto cada pecado de era exposto a cada vez que os dados rolavam.
— Hm… dois? Por esse episódio? — Ele ouviu retrucar. — Eu não concordo com os dados, mas quem sou eu para discutir com a sorte. — O sorriso nos lábios da mulher-parte-do-diabo não deixava enganar que ela era alguém para discutir com a sorte.
Em um movimento rápido dos dedos de , os dados mudaram suas faces para números que a soma era bem maior do que dois.
— Dez, muito melhor, não acha? — A mulher-parte-do-diabo sorriu com doçura, tanto para a julgada quanto para , que ainda não havia entendido muito bem como aquela “brincadeira” funcionava, mas apenas por ver a expressão de desespero no rosto da mulher que ele pensou ter amado, ele se dava por satisfeito.
Quando o “jogo” terminou, gritou em agonia, implorando por clemência.
— Ah, sua bobinha! — se aproximou sorrindo de forma que poderia ser quase encantadora. — Eu poderia até abrandar um pouquinho a sua pena, mas até o diabo tem seus limites, sabe? E crianças…? Ah, sua bobinha!
soube no meio daquele aparente julgamento que a família de era responsável por tráfico humano, mas , ela era responsável pelo tráfico de mulheres e crianças como escravas sexuais.
Com mais um estalo de dedos, criaturinhas pequenas e demoníacas surgiram ao redor de que gritou ainda mais em desespero.
— Minhas pequenas, por que não mostram a essa mulher como vocês se sentiram quando aqueles homens maus tocaram vocês e tiraram suas roupas? — perguntou em tom simples.
Não foi preciso mais do que aquilo para que as criaturas começassem seu trabalho ali mesmo, sem cerimônias. As roupas de foram arrancadas aos nacos por aquelas mãozinhas disformes com garras afiadas e fortes, cada toque era violento e violador, o que fazia gritar a plenos pulmões e suplicar por perdão, e depois por clemência, e depois pela morte. Mas as mãozinhas não parariam, não até aquelas horrendas criaturas se sentirem satisfeitas – por um curto tempo –, não enquanto aquele lugar pertencesse a … E aquilo duraria muito.
— Limpem a sujeira quando terminarem, sim? — A mulher-parte-do-diabo murmurou para suas criaturas que não se deram ao trabalho de responder, estavam ocupadas demais terminando o serviço designado a elas.
pegou um aparvalhado pelas mãos e, em um piscar de olhos, eles estavam de volta ao “mundo real”, mas os ecos daqueles gritos… Eles acompanhariam o homem para o resto de sua vida.
— Quando nos reencontrarmos — murmurou, colocando algo nas mãos de —, espero que você esteja pronto para mais um jogo de dados. — Ela sorriu e deu uma piscadela antes de desaparecer.
olhou para a palma de sua mão, dois dados com a face de número seis o encaravam ali. Os dados que um dia ele jogaria de volta para enquanto esperaria por sua sentença final como todos os corrompidos faziam. Mas não estava realmente se importando, algo nele havia quebrado e permaneceria quebrado até o fim de sua existência. Ele aceitaria de bom grado qualquer que fosse o destino que , a mulher-parte-do-diabo, tivesse para lhe dar.
Fim
Nota: A ideia NÃO ERA transformar a história em algo macabro, mas acho que eu tava com muito ódio no coração na hora que escrevi HAHAHAHAH
Na verdade, quero muito escrever um outro plot pra essa música, MAS, meu lado treinado por Game Of Thrones falou mais alto e saiu isso aí. Vou tentar desenvolver o outro plot mais tarde, me desejem sorte HAHHAHAH
a gata conseguiu o seu entretenimento do dia
ironias, né amg
gente, q horror
puts, foi com deus o pobi
eita porra
e a querida chegou para o resgate
não tem como não desejar tudo de ruim pra essa aí, que sofra muito
Lelen, eu tava com saudades de ler uma história sua mais dark (apesar de amar as mais fofinhas hehehe)
Gente, desejo tudo de ruim e pior pra esse povo. Felizmente a Elehry não tem pena e botou pra foder.
E JÁ QUERO SABER QUAL SERÁ O OUTRO PLOT, VIU?
Ironias da vida, não é mesmo?
MAS GENTEEEE
Eitaaaaa
A decepção amorosa foi forte
Só piora mds
Olha, nem vou reclamar so seu “ódio no coração” ao escrever porque isso realmentee ficou incrível! Hahahaha UAU tu levou o clipe à risca, amei amei
Dona rohr mereceu tanto ppr ter enganado o pobi Daniel quanto por ter feito aquelas coisas lá antes de julgamento. Mereceu apenas.
Amei demaaaais, Lelen 🥹🩷