Photobook
1. Início
“Ontem foi um dia claro, hoje é um dia nublado
Você sabe sobre o tempo de amanhã?
A previsão de tempo não está certa
O céu está escuro e silencioso
Está chovendo aqui, está chovendo dentro de mim.”
– Clear Day, Cloudy Day / Lunafly
Sempre fui uma excelente fotógrafa, tudo o que mais sonhei havia se realizado em minha vida, trabalhava em uma editora conceituada, meu portfólio era de causar inveja e estava rolando uma exposição com meu acervo de fotos em uma galeria de arte em São Paulo.
Foi quando meu celular tocou, a pior e mais inesperada notícia estava recebendo naquele momento, meu pai e sua esposa tinham sofrido um grave acidente e faleceram ao chegar no hospital. Eu estava em um dos cantos do salão principal da galeria, senti minha pressão baixar, as pernas cambalear, e minha visão escurecer, senti alguém me segurar pelo braço para me amparar.
— , você está bem? — perguntou Claire minha assistente.
— Não. — eu sussurrei e tentando levantar meu corpo — Preciso ir pra casa, cuide de tudo por aqui.
— Mas você vai dirigir assim?
— Eu pego um táxi. — mais que depressa saí de lá e fui para casa.
Quando cheguei, liguei meu tablet e entrei no meu e-mail, já havia chegado uma mensagem para mim, era do advogado do papai, o senhor Lee MinJung, dizendo que eu tinha uma audiência para daqui 3 dias, o motivo não era somente a abertura do testamento conjunto do meu pai e da sua esposa SoonHee, mas também a guarda dos meus 5 meios-irmãos que seria decidida entre mim e , o filho do 1º casamento de SoonHee que era 2 anos mais velho que eu.
Logo pela manhã minhas malas já estavam arrumadas, minha noite em claro foi organizando minha vida aqui e comprando uma passagem de última hora para Coreia.
“Eles disseram que dizermos adeus é doloroso
Mas eu nem mesmo tive tempo para sentir isso
Eu apenas pensava que essa era a forma de ficar calmo.”
– 7 Years of Love / Kyuhyun
Após 25 horas de vôo, desembarquei no Aeroporto Internacional de Incheon, esperei pelo senhor MinJung, eu estava estressada pelo vôo, ansiosa para ir até onde meu pai havia sido enterrado, preocupada com meus meios-irmãos e não tinha paciência para esperar, então caminhei em direção a saída, em uma breve distração acabei trombando em uma pessoa, era um homem bem vestido que se abaixou para pegar alguns papeis que havia caído no chão, eu me abaixei junto o ajudando a pegar as folhas espalhadas:
— Me desculpe e obrigada. — ele curvou a cabeça em agradecimento e sorriu, seu olhar era sereno.
— Eu que peço desculpas — curvei um pouco minha cabeça também em cumprimento — Estava distraída.
Ele sorriu novamente e se virou em direção a saída, eu fiquei parada o olhando ir por um tempo e depois corri para alcança-lo:
— Me desculpe incomodar, mas onde pego um táxi?
— Táxi? — ele parou e me olhou — Não sabe andar de metrô? Os táxis são caros.
— Acabei de chegar. — expliquei fazendo uma cara meio confusa.
— Venha, para onde quer ir?
— Legal, vou para essa direção também.
Nós caminhamos até o carro dele, uma Mercedes preta com um motorista particular à espera. O carro parou frente ao hotel, eu me virei para ele.
— A quem devo agradecer? — perguntei me referindo ao seu nome.
— Obrigada. — eu abri a aporta do carro — O meu nome é — e saí.
“Fique apenas com as boas memórias
Posso carregar isso de alguma forma
Posso me levantar de alguma forma.”
– Haru Haru / Big Bang
Ao entrar no quarto do hotel liguei para o senhor MinJung e expliquei que já havia chegado, ele me explicou algumas coisas e confirmou o horário da audiência, que seria após o almoço às 13:30 da tarde. Depois que desliguei o telefone, me joguei na cama com a roupa que estava mesmo, meu corpo cansado se rendeu ao sono com facilidade.
Ao amanhecer tomei um banho, troquei de roupa e tomei um café reforçado no restaurante do hotel, eu tinha reservado minha manhã para visitar o lugar onde estava descansando meu pai e sua esposa. Quando cheguei a recepcionista me explicou que ambos tinham sido cremados e suas cinzas estavam juntas em uma única urna.
Ela me levou até onde estava o memorial com a urna, eu fiquei parada no corredor por um momento. Havia uma pessoa lá, não queria incomodar. Era um homem e quando saiu, reconheci de imediato, , me escondi para que ele não me visse. Nosso passado de encontros e desencontros não era tão bom assim, apesar de mantermos respeito um ao outro pelos nossos pais, eu não gostava dele e ele retribuía isso.
Esperei até ele sair, e sem demora entrei. Na sala tinha uma mesa bem ao centro, em cima estava a urna entre dois porta retrato com um a foto do papai e a outra de SoonHee, ao lado tinha duas coroas de flores presenteada pelos amigos e parentes de ambos, do outro lado da sala tinha um jardim de inverno com duas poltronas. Eu parei frente a urna e senti a primeira lágrima se formar no canto dos meus olhos, me ajoelhei em reverência como é de costume dos coreanos e deixei minhas emoções saírem, uma dor enorme havia tomado meu coração, só naquele momento eu percebi que tinha perdido a pessoa mais importante na minha vida.
“Eu pensei que a minha memória tinha chegado ao limite
Apenas rostos que não podia mais ver apareceram rapidamente
Já não podia fazer mais nada quando cheguei ao limite
Com minhas mãos unidas apenas orei.”
– Love Again / Kyuhyun
No relógio já batia 13:30, o promotor já estava abrindo a pasta com o testamento, estávamos numa sala um pouco ampla sentados numa mesa de reunião, o promotor e o advogado MinJung na ponta da mesa e eu sentada frente a , então o promotor começou a ler:
“Olá meus queridos filhos, eu e Hee conversamos esta manhã. Não estamos doente, mas envelhecendo e sabemos se podemos confiar no destino, queremos proporcionar segurança a vocês caso aconteça algo conosco. Por isso decidimos fazer este testamento, em primeiro tudo o que possuímos será dividido a vocês: 25% para e 25% para , pois são os mais velhos e primogênitos. Os outros 50% serão divididos entre nossos 5 anjos: JinHo, HeeSong, SunHill, DongHo e a maknae Sakura.
Quando este testamento for lido já teremos partido, mas saibam que estaremos sempre em seus corações.
Com amor papai e mamãe,
Victor Martins e SoonHee Martins
Ps.: Como último pedido, queremos que a guarda dos nossos 5 anjos seja conjunto de ambos os irmãos mais velhos e que cresçam em nossa casa onde é o lar deles, sem direito a revogação.” Após ler o promotor mostrou a validade da assinatura do papai e de SoonHee, permanecemos em silêncio por alguns instantes, até que:
— Eu não posso aceitar este pedido final. — disse meio revoltada.
— Muito menos eu. — se pronunciou.
Finalmente pela 1ª vez em nossas vidas concordamos com algo:
— Me desculpem intrometer, mas é o desejo dos seus pais. — interviu o senhor MinJung.
— Não posso parar minha vida. — eu me levantei — Meus irmãos voltam comigo para o Brasil.
— Onde pensa que está? — se levantou — Eles não vão sair da Coreia.
— Se acalmem ambos, entraremos de recesso até amanhã — o promotor retirou mais duas cartas de um envelope que estava em cima da mesa e entregou uma para mim e a outra para — Amanhã vocês me darão a resposta, apenas leem isso.
Ambos pegamos os envelopes e saímos do prédio. Ele entrou em seu carro e foi embora sem dizer uma única palavra. Eu ainda tentava digerir tudo aquilo, enquanto pensaríamos em uma resposta, meus irmãos passariam mais uma noite sobre a custódia do governo sul coreano.
“Eu não sei
Quero me encontrar agora.”
– Lonely / 2NE1
Ao voltar para o hotel, abri a carta e comecei a ler, era a letra do papai, senti meu coração ficar apertado novamente:
“Minha pequena, sei que deve estar triste em não me ter mais presente, mas seu sentimento por mim permanecerá para sempre. Eu te amo e sei que faria isso por mim, seus irmãos com certeza devem estar sofrendo e precisam de uma família para apoiá-los e dar suporte neste momento tão trágico.
Não lhe pediria se não soubesse que pode realizar, só mais este pedido para esta pessoa que mais te ama no mundo. Sei que você e juntos darão a eles suporte que precisam.
Com amor, papai.”
Meu rosto já estava encharcado, as lágrimas não cessam. Não sabia como, mas eu tinha que realizar o pedido do papai. No dia seguinte estávamos nós dois diante do promotor, daríamos nossa resposta:
— Eu aceito realizar o pedido, por um ano apenas. — eu disse, não poderia parar minha vida no Brasil, mas por um ano conseguiria convencer minha chefe a concordar e teria tempo para conquistar meus irmãos, assim eles me escolheriam no final.
— Eu também, por um ano. — me olhou confirmando o tempo, retribui seu olhar.
O promotor assinou alguns papeis e nos fez assinar mais outros, eu sabia que assim como eu estava concordando pelo meu pai, também estava fazendo isso pela SoonHee.
“Aqueles dias de apenas coisas bonitas,
Vendo juntos apenas as coisas boas sobre nós
Comendo junto, se divertindo juntos
Chorando juntos e rindo juntos
Obrigado por acreditar em mim que eu não vou cair
E por estar ao meu lado, realmente muito obrigado.”
– From U / Super Junior
2. Stardust
“Você não pode apenas ficar bravo com o mundo
Só porque ele não vai do jeito que você quer.”
– Mr. Simple / Super Junior
Eram 5 da manhã e eu estava ao telefone explicando toda a situação para minha chefe, demorou algumas horas até que acertamos como eu poderia trabalhar à distância. Apesar de ter me formado em artes gráficas, fotografia era minha paixão e especialidade naquela editora. Mas enfim, tive que me conformar em mudar de departamento pelos próximos 365 dias.
Como havia trago poucas roupas, resolvi renovar o guarda-roupa, e depois de ir às compras para relaxar, fui iniciar minha missão, aguentar conviver com por 1 ano. Para mim isso era loucura, mas se papai achava que podia dar certo de propor essa situação, eu daria o meu melhor.
A casa onde meu pai morava ficava em um condomínio na área nobre, SoonHee era rica e meu pai possuía uma grande fortuna em imóveis no Brasil. Dois andares, 7 suítes no segundo andar, e no primeiro a sala, cozinha conjugada com a sala de jantar, lavabo e uma sala de TV que mais parecia cinema particular. Em sua volta, um jardim de causar inveja e, bem ao fundo, um pequeno cômodo que meu pai havia construído para meu estúdio de fotografia na esperança de me mudar para Coreia.
“Olhe para o céu
Eu posso te mostrar o que está escrito em seu destino.”
– Stardust / Lunafly
Quando cheguei, meus irmãos já estavam lá: Jinho e Heesong eram gêmeos não idênticos, ambos rapazes de 17 anos; Jinho, piadista e alegre, já Heesong, calado e reservado. Sunhill era uma delicada e estudiosa garota de 15 anos, sua paixão era os grupos de k-pop. Dongho era um esperto garotinho de 10 anos,
otaku e fascinado por Naruto. Já Sakura era a princesinha da casa, com seus 5 anos, era tão fofa e meiga.
Cumprimentei todos, dando um abraço apertado em cada um, até mesmo em Heesong, que não gostava de abraços. Logo ouvi passos vindos da cozinha, era trazendo uma bandeja de sanduíches, eu olhei para mesa de centro da sala e vi copos e uma garrafa de Coca-Cola. Com certeza eles tinham chegado a pouco tempo. Eu e tínhamos combinado que ele pegaria as crianças, pois eu passaria a madrugada ajeitando minha vida.
Ele colocou a bandeja sobre a mesa de centro:
— Obrigada pela comida — meus irmãos agradeceram em coral.
Eu sorri automaticamente, estava com saudade deles, desse jeito carinhoso de se comportarem. Eles se sentaram em volta da mesa de centro, enquanto isso, eu fui para o meu quarto. Ao entrar, comecei a ajeitar minhas coisas no armário e no guarda-roupas. Alguns minutos depois, bateram na porta:
— Entra! — eu disse colocando a última peça de roupa no armário.
— Oi — entrou permanecendo perto da porta.
— Oi.
— Aqui está — ele esticou a mão me entregando uma pasta.
— O que é? — perguntei pegando.
— Abra e veja — ele se virou e saiu fechando a porta.
Eu não suportava aquele jeito dele, enigmático de poucas palavras. era a pessoa mais disciplinada e organizada que eu conhecia, mas seu jeito sério e mal-humorado me incomodava, e nossa infância foi de grandes traumas. Abri a pasta, estavam planilhas de horários dos meus irmãos e despesas da casa. Afinal, nós dois dividiríamos todas as contas e responsabilidades a partir de agora.
Essa era a única coisa que eu admirava nele, sua organização, além do modo fofo de como sorria quando brincava com nossos irmãos. Nunca me imaginei pensar assim, mas tirando nossa inimizade, ele tem alguns pontos que me atrai.
“Fique do meu lado!
Olhe para mim, mesmo que eu ainda não entenda o que é amor.
Fique do meu lado!
Cuide de mim, mesmo que eu ainda seja desajeitado no amor.”
– Standy By Me / Boys Over Flowers OST (SHINee)
Os dois primeiros meses que se passaram, consegui me adaptar à rotina. Não via muito , pois sempre que um entrava em algum cômodo da casa, o outro saía, o único momento em que nos falamos era quando as contas chegavam. Eu ainda não me sentia confortável em casa, passava a maior parte do tempo no meu estúdio trabalhando e outra parte ajudando Sakura e DongHo nos estudos. Além de dar uma parte da minha cama para Sakura, quando ela acordava no meio da noite por causa de pesadelos. Eu não entendia porquê, mas Sakura via em mim uma figura materna que nem eu sabia que tinha, mas se isso a ajudava a superar sua perda, eu estava disposta a dar o meu melhor.
“Na primeira vez em que eu te vi
Meus olhos brilharam, meu coração parou
E na minha cabeça o sino tocou ding dong.”
– Ring Ding Dong / SHINee
Era sábado de manhã, eu havia levado Sakura e DongHo ao parque, estava iniciando meu mais novo projeto fotográfico, tirei algumas fotos deles brincando, até que esbarrei em um rosto conhecido:
— Oi — disse ao chegar perto de mim.
— — eu sorri surpresa por ele se lembrar de mim.
— Surpresa em me ver? — perguntou ele.
— Pelo contrário, surpresa por você se lembrar de mim.
— Um rosto lindo como o seu nunca se esquece — ele sorriu espontaneamente.
— Mas o que um homem de terno está fazendo no parque sábado de manhã? — perguntei ainda lisonjeada pelo quase elogio.
Eu olhei meio sem entender:
— Sou editor de uma revista, estou acompanhando um ensaio fotográfico — continuou ele.
— Interessante, eu trabalho em uma editora no Brasil.
— É complicado, a história é longa — brinquei.
— Hum, e você, faz o quê no parque sábado pela manhã? — ele repetiu minha pergunta de uma forma engraçada.
— Estou com meus irmãos — apontei mostrando.
Nós conversamos por um tempo, nunca me senti sem graça ao receber elogios, mas os dele vinham seguidos de um sorriso tão lindo. Eu expliquei um pouco sobre porquê estava em Seoul, quando disse que ficaria mais 10 meses, senti seus olhos brilharem um pouco.
Eu levei meus irmãos para comer ao final da tarde, se aproximou de mim e pegou meu número de telefone, nós marcamos de jantar no restaurante do Hotel Kingdon. Quando cheguei em casa, estavam todos vendo TV, exceto , que ainda não havia chego, eu pedi para Dongho e Sakura irem tomar banho, naquela noite era minha vez de fazer o jantar.
“Eu não consigo entender como você
Pegou a síndrome da bondade
Está tudo bem se você às vezes
Muda esta imagem estereotipada.”
– Ring Ding Dong / SHINee
Eu e , dividíamos também os afazeres da casa, apesar de ter contratado uma
ajumma para limpar a casa dia sim, dia não; coisas como levar Sakura e Dongho à escola, ir a reuniões de professores nas escolas e cozinhar, nós revezávamos, cada dia era um. Eu não cozinhava muito bem os pratos coreanos, então cada vez que ia para cozinha, preparava uma receita especial, assim quem sabe eles se interessariam pelo Brasil através da comida?
Cozinhei arroz de forno e coxas de frango assado ao molho agridoce, quando o assunto é comida brasileira, eu era especialista na cozinha. Modéstia à parte, mas tenho que admitir que era um master chef perto de mim. Após o jantar, meus irmãos voltaram a ver TV, era a hora do drama favorito deles. me ajudou com a louça suja, permanecemos em silêncio o tempo todo até que:
— Você trabalha em uma editora, não é? — perguntei meio curiosa para saber se ele conhecia .
— Sim, por quê? — ele me olhou sério.
— Eu conheci uma pessoa desse ramo, , ele é editor também — comentei.
— Sim, o conheço — ele guardou o ultimo prato no armário — Nossas revistas são rivais.
Ele respirou fundo e saiu da cozinha, eu fiquei parada por um tempo. E minha mente só imaginava o que aconteceria se eu acidentalmente levasse para casa no domingo após nosso jantar no restaurante.
“Os sentimentos que eu tenho escondido
Ainda permanecem como uma memória dolorosa
E nosso relacionamento se transformou
Apenas em uma história triste.”
Mstrong>- Goodbye Summer / F(x) (feat. SUHO)
3. Shining Star
“Deixe-me ver os sentimentos que você possui por mim.”
– Show Me Your Love / Super Junior & TVXQ
Enfim tinha chego domingo. No relógio batia 7 da noite, eu estava no restaurante Kingdon com , sentados em uma mesa mais ao fundo do lugar, conversávamos sobre nossas vidas:
— Por que não disse que conhecia , quando eu mencionei o nome dele? — perguntei.
— Não nos damos muito bem — ele respirou fundo — Somos editores chefe de duas revistas onde os donos se odeiam, ele é seu irmão, eu fiquei sem jeito de dizer.
— Ele não é meu irmão — eu ri — A mãe dele se casou com meu pai, eles se conheceram quando ela ficou viúva.
— Entendi, deve ser difícil pra você largar tudo no Brasil e ficar aqui cuidando dos seus irmãos.
— Faço isso pelo meu pai, faria qualquer coisa por ele.
me olhou serenamente e sorriu, seu olhar era profundo e interessante:
— Você tem irmãos? — perguntei a ele.
— Sim, uma irmã mais velha, ela já é casada.
— Interessante, e você? É casado também? — perguntei.
— Não, eu estou solteiro — ele me olhou — E você?
—
Sexy, Free & Single — eu brinquei o fazendo rir.
— Bem no final do mês terá um coquetel entre as revistas para celebrar o aniversário da minha revista,
Cosmopolitan Korea, gostaria que fosse comigo.
— Nossa — eu fiquei um pouco surpresa com o convite dele, afinal, nem éramos tão próximos assim — Agradeço o convite, vou adorar ir. — sorri em agradecimento.
“Estrela brilhante, mais brilhante que o sol, você é como a luz do sol,
Seus olhos me dão descanso.”
– Shining Star / Super Junior
Conversamos mais um pouco enquanto saboreávamos a sobremesa, me levou para casa. Quando entrei, percebi que estava no escritório, passei direto e subi as escadas, passei em cada quarto para verificar se meus irmãos estavam dormindo, e finalmente entrei no meu quarto. Demorei alguns minutos para me aprontar, coloquei o pijama e arrumei a cama, quando já ia dormir, alguém bateu na porta. Quando abri, era Sakura, estava com o rosto todo molhado por causa das lágrimas.
— Tive um pesadelo — disse ela sussurrando.
— Sem problemas, querida, eu estou aqui. — eu a peguei no colo e a abracei apertado. — Estarei sempre aqui.
Comecei a niná-la, certo que minha voz não era lá essas coisas, mas consegui não desafinar. Alguns minutos depois ela adormeceu, eu estava virada para janela, quando me virei para colocá-la em minha cama, percebi que a porta estava aberta e vi parado me olhando com um disfarçado sorriso nos lábios. No primeiro momento fiquei sem reação, até que voltei a mim e coloquei Sakura no canto direito da cama. Quando levantei meu corpo e olhei novamente para porta, ele não estava mais lá. Respirei fundo, senti algo estranho dentro de mim, não conseguia tirar a imagem do seu sorriso da minha mente.
“Não me impressiona o amor ser difícil, eu ainda sou desajeitada
Honestamente, eu estou acostumada a tristeza de o amor parecer distante.”
– My Heart is Touched / Personal Taste OST (SeeYa)
No dia seguinte levantei cedo, era meu dia de levá-los à escola. Quando voltei para casa, a ajumma que tínhamos contratado já estava arrumando a casa, aproveitei para mandar as roupas sujas para a lavanderia e me tranquei no estúdio de fotografia. Ao final da tarde, busquei Sakura e Dongho na escola, enquanto eles foram tomar banho, eu preparei o jantar, como estava com pressa e sem tempo, pois tinha muito afazeres do meu trabalho, preparei um simples ramem para o jantar. Ajudei os dois com seus exercícios de escola, enquanto os outros ainda não tinham chego.
Meus outros irmãos chegaram com , nós jantamos todos e depois cada um foi para seu quarto. Eu ainda estava com aquela imagem intrigante em minha mente, queria saber o que ele realmente tinha visto e ouvido. Me concentrei em fazer a Sakura dormir em minha cama, me sentei na escrivaninha ao lado da janela e voltei ao trabalho, tinha que finalizar a checagem dos editoriais que sairiam nas revistas da editora, e um deles era um cansativo editorial de moda urbana. Passei a noite tentando trabalhar, mas quanto mais eu tentava me concentrar, mais eu pensava em e em como suas atitudes estavam me intrigando.
Na terça, levaria as crianças para a escola, enquanto isso, resolvi tirar a manhã para dormir, felizmente havia terminado minhas edições e enviado às 5 da manhã para minha chefe. Na hora do almoço, tocaram o interfone e eu atendi, era uma voz feminina perguntando pelo , ela dizia ser sua namorada ou algo do tipo. Eu a deixei entrar, enquanto ela esperava na sala de estar, eu me mantive na cozinha fazendo meu lanche. Alguns minutos depois chegou, da cozinha eu podia ouvir a voz irritante da menina chamando ele de
oppa.
Não sei o porquê, mas cada vez que ela dizia isso, eu me sentia mal, acho que era pela voz dela. Ao passar pela sala, vi que eles estavam sentados no sofá, notei que a cada vez que ela tentava acariciar ele ou abraçar, ele se desviava de forma fria. Eu achei estranho no primeiro momento, mas depois senti um alívio inexplicável, intrigante, devido ao fato de eu não gostar dele. Subi as escadas e ao entrar no meu quarto me joguei na cama, meu corpo estava cansado e minha mente exausta de tanta preocupação com meu trabalho. Quando acordei já era noite, desci as escadas e vi meus irmãos assistindo filme na sala de TV. Eu caminhei até a cozinha, estava sentado na bancada de lanche lendo um livro:
— Boa noite — eu disse indo em direção à geladeira.
— Boa noite — ele me respondeu num tom baixo.
— Bonita, sua namorada — comentei puxando assunto.
— Se você acha — ele fechou o livro bruscamente e se virou saindo da cozinha.
Eu fiquei paralisada por um momento, não compreendi porquê seu mau humor havia aumentado de repente. Fiz um lanche, coloquei as crianças para dormir e fiquei deitada na minha cama cantando para Sakura pegar no sono:
“Ele só vai aumentando
Mesmo me censurando não adianta.
Continua fazendo o inverso, como uma criança
E eu peço que pare
Mesmo calando meu coração, eu penso somente em você
Desde o começo até o fim, é você.”
– No Matter What / Master’s Sun OST (Seo In Gook)
Passaram-se alguns dias e nem me olhava, nem mesmo uma única palavra. Eu não tinha tempo para me preocupar com isso, passava boa parte do meu dia no estúdio de fotografia. Enfim chegara o dia do coquetel das revistas, eu sabia que iria, mas ele não sabia que eu iria também.
Eu caminhei pelo corredor indo até as escadas, quando passei pela porta do quarto dele, estava aberta, estava de costas, sem camisa, eu foquei meus olhos nas linhas de suas costas, senti que neste momento eu estava respirando fundo. Tombei a cabeça o observando, mas logo voltei a realidade e me lembrei que estava indo para a cozinha. Quando voltei para meu quarto, já estava descendo as escadas para sair, ele pegou as chaves do carro e sem olhar para mim, saiu. Ignorei esse jeito dele, fui para meu quarto, tomei um relaxante banho e demorei alguns minutos para me decidir o que usaria.
Depois de tanto pensar, decidi colocar um macacão preto tomara que caia de tecido fino e nobre que SoonHee tinha me presenteado no natal passado, ele valorizava um pouco meu corpo e calcei um scarpin preto, não queria chamar muito a atenção, por isso, só coloquei um par de brinco e passei meu casual batom vermelho. Às 7 da noite em ponto meu celular tocou, era uma mensagem de no meu Kakaotalk. Me virei pela última vez para o espelho e sorri, estava torcendo para aquela noite ser inesquecível.
“It’s gonna be fantastic.”
– Fantastic / Henry
4. I Am The Best
“Naega jeil jal laga.”
– I Am The Best / 2NE1
estacionou o carro frente ao prédio da revista Cosmopolitan Korea, e abriu a porta do carro para mim:
— Obrigada — eu sorri ao sair do carro ajeitando um pouco meu macacão no corpo.
— Vamos? — disse ele dobrando seu braço.
— Claro — eu segurei no braço dele e olhei para frente.
Quando entramos no salão de eventos, sua decoração em preto e dourado era moderna e luxuosa demonstrando todo requinte da revista, estava cheio e logo todos os olhares se voltaram para nossa direção:
— Parece que estão te olhando — comentei.
— Não — ele riu baixo — Todos os olhares são para você, e com toda razão.
Eu olhei para frente escondendo um tímido sorriso, vi alguns rostos conhecidos das grandes festas que SoonHee dava, mas quem eu realmente procurava ainda não havia chegado. me apresentou ao dono da revista e mais algumas pessoas consideráveis:
— Então você é a famosa — disse o sr. Park, dono da Cosmopolitan.
— Sim, acho que sou eu — eu sorri meio envergonhada.
— Soube que você é uma excelente profissional — disse a esposa do sr. Park.
— Bem, eu deixo estes elogios para as pessoas que conhecem meus trabalhos — eu me curvei em agradecimento — Mas agradeço o elogio.
Nós esperamos eles se afastarem:
— Acho bonito sua modéstia quando se trata do seu trabalho — ele sorriu para mim.
— Ainda fico sem jeito quando me elogiam — eu devolvi o sorriso.
— Não deveria, eu vi seus editoriais no site da sua editora — ele olhou para o garçom que estava passado ao nosso lado e pegou duas taças de champanhe me entregando uma — Você é realmente uma excelente profissional.
— Agradeço — eu peguei a taça sorrindo.
— Quer dar uma volta? — sugeriu ele.
— Vamos então, senhorita — ele segurou em minha mão e piscou de leve para mim, eu segurei o riso e o acompanhei.
“S.E.O.U.L, repita comigo as belas palavras
Que fazem meu sonho virar realidade.”
– S.E.O.U.L / Super Junior & Girls’ Generation
Uma hora depois, eu estava no jardim de inverno que ficava atrás do prédio, permaneci por um tempo parada em frente ao lago olhando os pequenos e coloridos peixes que nadavam tranquilamente, foi quando percebi alguém trás de mim:
— Não te esperava aqui — disse .
— Surpreso ou desapontado? — eu me virei e o olhei.
Ele sorriu de canto e me olhou discretamente de baixo para cima:
— Curioso — seu tom de voz era o habitual baixo e sério.
Nos olhamos por um momento, ambos disfarçando o sorriso no canto dos lábios, até que a garota da voz irritante apareceu:
— Oppa — ela agarrou no braço dele.
— Não vai me apresentar? — eu sugeri.
— , esta é Yoona — ele suspirou fraco — Filha do dono da revista que eu trabalho.
—
Annyeonghaseyo — eu olhei a garota analisando seu vestido rosa com um babado meio infantil — Estava curiosa para saber quem era você. — comentei.
— Agora já conhece — ela me olhou disfarçando o nojo — Oppa, vamos ficar por quanto tempo?
— Até o seu pai chegar — se afastou um pouco dela.
— Que bom que te encontrei — disse ao se aproximar de nós.
— Gostei do jardim, estava admirando — eu olhei, mas por alguma razão desconhecida desviei meu olhar para .
— Que bom, preciso te apresentar para uma pessoa — ele olhou para — Espero não estar atrapalhando.
— Não — eu disse antes mesmo que pudesse dizer algo — Eu já estava mesmo indo te procurar.
Eu peguei na mão de e comecei a caminhar, o puxando comigo. Voltamos para o salão de eventos, quando nos aproximamos da pessoa em que ele iria me apresentar, a maior de todas de todas as decepções havia retornado para minha vida:
— , este é SUHO, um amigo do dono da revista — disse .
— — ele sorriu de canto deixando transparecer seu jeito debochado — Quanto tempo.
Eu fiquei paralisada, não esperava que SUHO pudesse aparecer na minha frente de novo depois de tantos anos:
— Vocês se conhecem? — perguntou .
— Sim, fizemos faculdade juntos — eu respondi de forma seca — Com licença.
Eu saí de lá o mais rápido de consegui, indo em direção ao
toillet, quando passei pela porta, trombei em , as lágrimas já estavam formadas no canto dos meus olhos. Ele me segurou pelo braço me olhando sério:
Eu me afastei dele, queria um lugar seguro onde eu pudesse respirar e chorar sem ser vista. Eu tentei disfarçar estar bem, mas percebeu que meu estado era o pior possível. Quando entrei no reservado do
toillet, me sentei no vaso sanitário e desabei em lágrimas, minha garganta ardia como se estivesse com as palavras presas, minha cabeça em colapso por causa das lembranças. Minha noite, que tinha tudo para ser satisfatória, estava sendo estragada pelo meu passado.
“A luz do sol precoce se derrete
O brilho que se parece com você desaparece
Meus olhos que estiveram perdidos, finalmente choram, choram, choram”
– Baby Don’t Cry / EXO
Depois de alguns minutos, eu sequei minhas lágrimas, lavei meu rosto e retoquei meu batom, respirei fundo por uns instantes. Quando saí, estava na porta.
— O que está acontecendo? — eu senti sua preocupação e aflição no olhar.
— Nada, estou bem — eu respirei fundo dando um sorriso fraco pra disfarçar — Agora estou bem.
Eu me desviei dele e voltei para o salão, porém, fui parada no meio do corredor por SUHO:
— Esperava que não estivesse mais magoada comigo — ele manteve aquele sorriso de superioridade nos lábios.
— Depois de tudo que fez comigo, você esperava que recepção da minha parte? — eu mantive meu tom de voz firme e frio.
— Água passadas, nós formávamos uma bela dupla juntos.
— Eu desprezo você — senti meus olhos se encherem de água — Você roubou meu projeto e vendeu como se fosse seu, e ainda diz águas passadas?
— Confesso que o que fiz foi um leve desvio de conduta, mas já fomos felizes juntos, querida — ele deu um passo se aproximando de mim.
— Eu te odeio — disse levantando um pouco minha voz, estas palavras estavam presas na minha garganta há anos, senti a primeira lágrima cair, desviei meu olhar para frente e vi no vidro da porta o reflexo de que estava atrás de mim.
Eu saí de lá correndo, ao passar pelo salão de eventos, ouvi me chamando, estava tão desesperada para sair de lá que fui trombando nas pessoas pelo caminho. Quando cheguei na rua, corri até o ponto de ônibus mais próximo, minha visão estava embaçada pelas lágrimas. Eu senti uma mão me puxar pelo braço, meu corpo foi com o impulso até encostar no corpo da pessoa, senti seus braços me envolver, eu fechei os olhos e chorei mais um pouco:
— Não se preocupe, eu estou aqui.
Eu chorei ainda mais ao ouvir aquela frase, a voz era de , me aninhei um pouco em seus braços:
— Me leva pra casa, por favor — eu sussurrei quase engasgando com meu soluço devido ao choro.
— Para onde você quiser — ele me envolveu ainda mais em seu abraço, sua voz era suave e tranquila, me transmitia paz e segurança.
“Querida não chore, estou com você
Consegue ouvir minha voz querida meu amor amor amor
Então você pode secar suas lágrimas,
Você não está mais sozinha, estou com você.”
— I’m With You / SHINee
Quando chegamos em casa, eu me sentei na varanda ainda chorando, entrou em casa e, minutos depois, voltou com duas garrafas de soju, me entregou uma e se sentou ao meu lado. Eu peguei a garrafa e comecei a tomar, entre os goles, tentava controlar meu soluço:
— Ele realmente fez aquilo? — perguntou .
— Sim — eu respirei fundo sentindo minha cabeça começar a rodar — E não foi somente um projeto, ele roubou mais que isso, todos meus desenhos, fotos, projetos, ideias, tudo, ele roubou todo meu portfólio e usou como se fosse dele — eu terminei de tomar da minha garrafa e peguei a dele que estava ao meu lado.
— Namoramos do ensino médio até a formatura da faculdade — eu tomei mais alguns goles.
— Você vai ficar bem tomando desse jeito? — ele me olhou preocupado.
— Pior não dá pra ficar — respondi o olhando — Eu tinha superado, mas quando o vi, todas as minhas lembranças vieram de uma vez.
— Lamento você ter sido decepcionada — ele tocou minha face com sua mão direita, limpando minhas lágrimas.
— Fala como se fosse o culpado.
— Talvez — ele se aproximou de mim — Provavelmente poderia ter sido diferente.
— O quê? — eu o olhei sem entender, já não estava mais sóbria.
se aproximou mais e, pegando em minha mão, entrelaçou nossos dedos, eu fechei meus olhos e senti os lábios dele tocar os meus. Era uma sensação inexplicável, talvez porque, lá no fundo, eu quisesse isso há muito tempo, seu gosto era doce e amargo, seco e molhado, minha boca ainda tinha resíduos das minhas lágrimas.
“Eu esperei por esse dia chegar
Quando eu poderia a emprestar meu ombro
E limpar suas lágrimas.”
– One for Me / SHINee
5. Standy By Me
“Eu não soube logo de início
Como comecei a te amar
Eu ainda não conheço meu coração
Mas mesmo assim, mesmo assim eu te amo.”
– Standy By Me / Boys Over Flowers OST (SHINee)
Quando abri meus olhos, senti a luz vinda da janela incomodar minhas vistas, minha cabeça estava explodindo de dor, havia me esquecido que tinha baixa tolerância ao álcool. Me espreguicei e levantei devagar, quando olhei para porta, estava encostado na parede, me olhando:
— Está tudo bem? — perguntou ele me olhando tranquilamente.
— Sim — eu parei por um momento e fiquei o olhando.
Não conseguia pensar em mais nada além do beijo da noite anterior, minha última lembrança da noite anterior. Bem, eu não estava sóbria, mas tenho certeza que aquele beijo era real:
— O que foi? — ele perguntou.
— Nada, só… — eu respirei fundo — Aconteceu algo estranho ontem?
— Só você bêbada, nada além disso. Por quê?
— É que eu não consigo me lembrar muito bem o que aconteceu.
— Você vomitou em mim, eu te levei para seu quarto e enquanto você tomou um banho, eu te preparei um chá, então você foi dormir — sua voz era tranquila, sua face serena, uma perfeição.
Era como se ele tivesse ensaiado essa explicação a noite toda, pois parecia muito real e convincente. Mas não me enganava, pois eu tinha certeza que ele tinha me beijado. Ele saiu, tinha que levar Sakura ao médico, ela tinha pegado um resfriado. Eu tomei um banho quente e tentei voltar minha mente na noite anterior, que sempre se finalizava naquele beijo. Não conseguia entender por que ele tinha me beijando, por que inventou aquela história e por que tinha ido atrás de mim, afinal, ele me odiava.
Logo ao final da tarde eu fui para a cozinha preparar o jantar, JinHo estava no parque com DongHo e Sakura, HeeSong estava em seu quarto estudando e Sunhill ia dormir na casa de uma de suas amigas, elas iriam fazer festa do pijama. ainda não tinha voltado. Minha cabeça estava explodindo de dor, era minha segunda ressaca em toda minha vida, a primeira havia sido quando Suho me traiu na noite de formatura da faculdade. Eu terminei de preparar o jantar, tinha feito lasanha ao molho branco, nada como carboidrato para me levantar. Deixei no forno e fui para meu quarto, tomei meu banho e me joguei na cama. Meu celular tocou, era :
—
Yeoboseyo? Alô? — disse ao atender.
—
Yeoboseyo — ele suspirou do outro lado da linha —
Como você está? Fiquei preocupado. — Estou bem, só tive um mal estar, acho que foi pressão baixa.
—
Que bom, eu queria te fazer uma proposta, mas não por telefone. — Hoje não vou poder sair, mas posso te convidar para o almoço no domingo.
Nós conversamos mais um pouco, então eu desliguei o celular novamente, levantei da cama e olhei para janela. estava chegando acompanhado de Yoona, eu me afastei e liguei meu notebook para checar meus e-mails. A noite passou comigo no estúdio trabalhando no novo projeto da editora, minha chefe queria mudar todo layout do site. Minha cabeça ainda não tinha voltado ao normal, mas era melhor me concentrar no trabalho do que tentar entender as atitudes de .
Enfim chegara o domingo, enquanto meus irmãos tomavam o café da manhã, eu estava escolhendo em meu livro de receitas o que ia preparar no almoço. O interfone tocou, atendeu, primeiro eu achei que fosse , mas não, era Yoona. Cada vez que me lembro da existência dela, sinto náuseas. e ela passaram todo o tempo no escritório, acho que ela iria ficar para o almoço também.
“Agora na minha frente existem duas pessoas brilhantes
E eu que estou agindo pobremente
Embora eu tente me repreender por ser um idiota
Meu coração continua se curvando na sua direção.”
– Aside / SHINee
Como era um dia que teríamos visitas em casa, experimentei fazer o prato preferido do papai, risoto de frango com cogumelos. Assumo que cozinhar na Coreia saía mais caro que comer na rua, mas meus costumes brasileiros ainda eram frequentes, eu amava cozinhar. chegou pouco depois que eu terminei de preparar tudo, eu o recebi na porta com um sorriso singelo, saiu do escritório com Yoona, logo o aroma da comida começou a exalar pela casa:
— Bem, temos mais um convidado — eu disse segurando o riso.
— Boa tarde — cumprimentou .
o cumprimentou acenando a cabeça:
— Oi, oppa — disse Yoona.
— Unnie, estamos com fome — disse Sunhill ao se aproximar.
— Ah! Vamos comer então — eu sorri para ela e saí em direção à cozinha.
Enquanto todos se acomodavam na mesa de jantar, eu fui colocando as travessas em cima da mesa, meus irmãos agradeceram em um coral pela comida como de costume, arrancando sorrisos de e . Nós comemos em paz, Sunhill e Jinho sempre fazendo brincadeiras e falando sobre suas notas que sairiam na próxima semana:
— Vocês estão tão animados com essa nota, que se ficarem entre os 10 melhores, eu darei um presente para cada um — eu disse entrando na mesma empolgação deles.
— Hum, vamos ganhar presentes! — disse Sunhill já com seus olhos brilhando.
— Eu quero todos os mangás do Bleach — disse Dongho.
— Não era Naturo? — questionou Jinho.
— Não, agora é Bleach e HunterXHunter.
Todos riram dele fazendo os gestos de luta:
— Eu também vou ganhar, unnie? — disse Sakura com seu jeito fofo e inocente.
— Claro, meu anjo — eu sorri para ela e pisquei com o olho direito.
— Seus irmãos são fofos — comentou comigo em voz baixa.
— Oppa, você me leva em casa? — disse Yoona agarrando o braço dele.
ficou em silêncio por um momento olhando para seu prato:
— Oppa? Oppa! — ela gritou.
— O quê? — ele olhou para ela, meio desinteressado.
— Vai me levar em casa? — Yoona se levantou — Não posso chegar tarde.
Enquanto meus irmãos conversavam entre si, eu observava e Yoona saírem:
— Ele é calado mesmo, ou é só porque estou aqui? — perguntou .
— Acredite, ele sempre foi assim — respondi baixo.
Depois que terminamos eu servi a sobremesa, me fez alguns elogios e me ajudou a retirar os pratos da mesa. Enquanto eu lavava as vasilhas, ele foi guardando para mim. Quando terminamos, eu o levei em meu estúdio de fotografia, ao entrar, ele ficou encantado, pude perceber seus olhos brilhando:
— Este é meu universo, criado pelo meu pai.
— Sim, formado, mas nunca exerceu muito, ele dizia que só tinha se formado por causa do pai dele, que era engenheiro civil.
— Interessante — ele riu — Mas seu pai tinha talento.
— Verdade, ele fez a vida comprando casas velhas e as transformando em novas para revender. Meu pai tinha mente de investidor — brinquei.
Ele me olhou por um momento, eu desviei meu olhar para minha bancada de trabalho:
— Quer ver meu portfólio?
Eu abri o armário que tinha perto da porta e retirei minha pasta personalizada com capa de madeira de demolição e abri mostrando meus trabalhos:
— Que bom que me mostrou isso, me fez lembrar o motivo para ter vindo aqui.
— Achei que fosse pela comida — brinquei com ele.
— Bem, este foi meu segundo motivo — ele riu — Mas o primeiro é outro.
— Daqui alguns meses vamos iniciar um grande projeto na revista e precisamos de alguém como você.
— Como eu? Em que sentido?
— Eu vi alguns dos seus trabalhos na sua editora, seus editorias para diferentes revisas, eu fiquei impressionado. Mostrei ao meu chefe e ele gostou da ideia de te chamar para fazer um projeto freelance para a Cosmopolitan. O que acha?
— Nossa, super legal, eu vou adorar, mas seria sobre o quê?
— Ele quer uma matéria futurista, todo ano, as cinco melhores revistas competem no Concurso Nacional de Mídia e Imprensa, se minha revista ganhar, nós vamos representar a Coréia na Feira de Jornalismo em Londres.
— Interessante — eu o olhei — E cada revista concorre com uma matéria?
— Sim, essa foi a forma que encontraram para julgar as revistas, e mais rápida também.
— Só espero que não seja um problemas, já que é da revista concorrente e você é irmã dele.
— Ele não é meu irmão, e mesmo se fosse, ele não tem nada a ver com minha vida profissional.
— E com sua vida pessoal?
me olhou profundamente como se estivesse tentando ler minha mente, eu respirei fundo, senti meu coração pulsar mais forte, acho que estava ansiosa para saber os próximos passos dele. O silêncio de seu olhar foi interrompido por um beijo, me beijou de forma singela e doce, deixando toda intensidade para o final.
“A vida não poderia estar melhor.”
– Miracle / Super Junior
6
“Somos tão iguais, só sendo idiotas
Algumas vezes, temos que trilhar caminhos diferentes
E temos que nos encontrar novamente, mas…”
– My Heart is Touched / Personal Taste OST (SeeYa)
Quando o beijo terminou, eu me senti meio tonta, desviei meu olhar para a porta e vi parado nos olhando, fiquei sem saber como reagir e me afastei de :
— Me desculpe incomodar, Sakura está te chamando — ele disse de forma seca e fria, se virou indo em direção à casa.
— Bem, eu preciso ir — disse .
— Claro, eu venho te buscar.
— Combinado — beijou minha bochecha de leve.
Eu o levei até o portão e retornei para casa, quando entrei Sakura estava na sala desenhando, eu me sentei ao lado dela no chão e a observei por um momento:
— Então querida, o que queria me dizer?
— Eu? — ela parou de colorir e me olhou.
— Sim. — eu sorri. — Você não tinha me chamado?
Ela me olhou sem entender e virou seu olhar para porta, eu não me movi, pois sabia que estava lá nos olhando:
— Hum. — ela olhou para mim novamente. — Eu queria mais sobremesa.
— Ok — eu segurei o riso, é claro que ela não tinha me chamado, mas eu iria fingir que acreditava.
Fui até a cozinha e peguei um pedaço do pavê de chocolate que tinha feito e mais duas colheres, voltei para sala:
— Eu só vou te dar se você dividir comigo — disse me sentando ao lado dela.
— Tudo bem, unnie, eu divido — ela sorriu pegando uma colher.
estava sentando no sofá, ele segurou o riso. Eu permaneci calada ajudando Sakura a comer, era óbvio que eu iria comer 90% da sobremesa, mas eu queria ver até onde as atitudes dele chegariam. Segunda de manhã, levou meus irmãos à escola, eu aproveitei que a ajumma estava arrumando a casa e me tranquei no estúdio de fotografia, desta vez iria trabalhar na ideia do projeto da revista Cosmopolitan Korea até chegar. Às 9 em ponto meu celular tocou, eu peguei meu caderno de anotações, enfiei na bolça e saí em direção ao carro de .
Chegando na Cosmopolitan, nós tivemos uma reunião com o chefe dele e outra situação inesperada aconteceu. Suho havia se oferecido para fazer o projeto e o dono estava a um passo de aceitar. Depois de um excepcional argumento de , ele concordou em realizar uma pequena competição entre eu e Suho, assim, a melhor ideia e apresentação venceria. me levou para sua sala e eu comecei a explicar parte do que eu estava pensando, passamos algumas horas definindo como seria a matéria futurista, tínhamos 3 meses para apresentar algo melhor que o de Suho, e para mim era bem pessoal, era uma questão de honra.
Logo à noite, ao chegar em casa, fui direto para meu quarto. Sakura já estava dormindo em minha cama, eu tomei banho e coloquei meu pijama. Quando deitei, não demorou muito e dormi. Na manhã seguinte, era minha vez de cuidar dos meus irmãos, eu os levei à escola e aproveitei para ver o resultado das provas. Na oportunidade, tirei algumas fotos deles para meu projeto pessoal, principalmente do quadro de resultados. JinHo e SunHill haviam ficado em 7º e 5º lugar, quanto ao HeeSong, tinha se destacado e ficado em 1º, já nosso DongHo ficara em 10º.
Fiquei feliz por eles conseguirem, eu fui para o centro comercial de Seoul, compraria os presentes como prometi. Ao chegar em casa à noite, meus irmãos já estavam na sala de TV vendo novela. Eu entrei e entreguei as sacolas respectivas a cada um deles, para JinHo comprei o box da série The Walking Dead, para HeeSong comprei a trilogia de O Hobbit em
blue-ray e o livro, para SunHill comprei o photo-álbum Season Great do seu grupo de k-pop favorito. Já DongHo comprei as edições que ele não tinha do mangá Bleach, ou seja, quase todas, e para Sakura eu comprei uma coleção de bonecas do Frozen que ela queria. Eu os observei retirando seus presentes da sacola, eles me agradeceram em coral. Sakura me abraçou forte me agradecendo, retribui com um sorriso. Aproveitei para tirar algumas fotos sem que eles percebesse, depois deixei eles na sala entre risos e sorrisos, e subi para meu quarto, minutos depois bateu na porta, eu olhei para trás, ele estava parado na porta me olhando:
— Depois me diga quanto custou tudo — sua voz estava fria e áspera.
— Não precisa me ajudar a pagar.
— Faço questão — ele sorriu de canto, nos olhamos por um tempo, era como se ele quisesse dizer algo, mas não tivesse coragem.
— Eu agradeço então. — eu desviei meu olhar para janela. — Mais alguma coisa?
— Eu sem querer ouvi a proposta do .
— É, eu aceitei, espero que não pensei que é uma provocação, ou algo do tipo.
— Não. — ele deu uma risada curta meio fria. — Afinal, eu não tenho nada a ver com sua vida pessoal. — ele se virou e saiu.
Eu fiquei parada por um tempo, talvez ele devesse ter dito profissional, mas entendi que o problema não era eu trabalhar para a Cosmopolitan, e sim eu e juntos e nosso beijo. Quanto mais eu olhava para , mais eu tentava entende-lo, decifrar por que ele estava com ciúmes e por que ele deixava isso transparecer com tanta naturalidade.
“Está tudo bem que não possa te amar
Está tudo bem mesmo que não possa chegar até você
Amor solitário, sim, eu te amo
Mesmo de longe
Eu posso vê-lo.”
– Touch Love / Master’s Sun OST (Yoon Mirae)
Cinco semanas se passaram comigo dividindo meu tempo entre meus irmãos, a editora e o projeto da Cosmopolitan. Eu e revezávamos, a cada semana trabalhávamos em um lugar diferente e nesta semana estávamos no meu estúdio analisando algumas fotos que eu tinha tirado de um grupo de estudantes de robótica da Universidade da Korea:
— Então, eu gosto destas — disse ao selecionar 5 fotos dos projetos de alunos.
— Esses foram realmente interessantes — eu me levantei da cadeira olhando.
— Você fotografa muito bem — ele me olhou com um sorriso.
Eu desviei meu olhar, ainda ficava envergonhada com os elogios dele.
— Olhe este. — eu peguei meu caderno de desenho e o mostrei. — Pensei neste layout para a matéria, o que acha?
— Acho que você desenha melhor ainda — ele brincou.
— Estou falando sério — eu tentei não rir.
— Eu também. — ele me olhou por um momento e continuou. — Mas está interessante. — ele pegou o caderno analisando. — Porém, acho que as cores podiam ser mais metálicas e escuras, o que acha?
— Hum… — eu olhei e pensei por um momento. — O que acha das bordas azul marinho metálico? — e apontei no papel. — A folha poderia ter uma resina especial.
— Boa ideia — ele permaneceu me olhando, acho que queria me dizer algo, ainda não tínhamos comentado sobre nosso beijo — Eu…
— Não quero que fiquei nada incerto entre nós dois.
— Ah, é sobre a outra noite.
— Sim, penso que possa estar constrangida. — ele pegou em minha mão. — Como não falamos sobre isso.
— Bem, seu beijo me pegou de surpresa. — eu desviei o olhar para a bancada de trabalho. — Mas é que não estou pronta para abrir meu coração, mesmo sendo para uma pessoa tão maravilhosa com você.
— Você foi ferida no passado? — ele sorriu de leve e colocou meu cabelo atrás da minha orelha.
— Digamos que sim. — eu respirei fundo me lembrando de Suho, porém a imagem de invadiu minha mente, do seu beijo enquanto eu estava bêbada e de como ele cuidou de mim quando eu estava abalada. — Eu não quero te dar falsas esperanças, ou que crie expectativas, eu sou uma foto antiga com defeito.
— Não se preocupe. — ele me puxou de leve me abraçando. — Não vou criar, mas gostaria de ser seu restaurador.
Nós permanecemos por um tempo abraçados até que nos separamos, ele era, sim, muito cavalheiro e gentil. Logo mudamos de assunto e voltamos a analisar as fotos, trocamos mais algumas ideias, enquanto eu redesenhava o layout. As horas se passaram até que foi embora ao anoitecer, eu levei meu notebook e meus cadernos de anotações para o quarto, estava tão empolgada com minhas ideias que nem sono tinha mais.
Ao amanhecer, pedi ao para levar meus irmãos à escola no meu lugar, minha cabeça estava fervendo de dor por passar 3 dias em claro sem dormir, tinha acumulado muito trabalho da editora por causa desse projeto. Ouvi três toques na porta, quando me virei, estava encostado na parede me olhando:
— Tudo bem? — sério como sempre, manteve seus braços cruzados.
— Sim, já voltou? — eu caminhei até a janela. — Foi rápido.
— Nem saí. — ele deu uma risada rápida. — Acho que se esqueceu que eles não terão aula esta semana.
— Ah! — eu suspirei cansada. — Verdade.
Eu havia me esquecido de muitas coisas, e agora me lembrando, havia me esquecido que no próximo sábado era aniversário da Sakura. Minha cabeça estava tão sem direção que era visível minha falta de percepção das coisas:
— Sim.
— Não parece, bem queria saber o que vamos fazer para comemorar o aniversário da Sakura.
— Ah, eu não tinha pensado nisso. — deu uma breve pausa, senti um abreve cansaço. — Também.
— Pensei em um dia no parque, ou algo do tipo.
—Sim, é legal, um piquenique no parque. — eu me encostei na janela tentando não olhar para ele. — Boa ideia, vou pensar no que fazer para levar, acho que coisas mais saudáveis deve ser bom.
— Pâmela? — ele me chamou começando a caminhar em minha direção.
— Mais alguma coisa? — eu mantive minha atenção voltada para janela, eu realmente não estava bem e metade do meu desvio de atenção às coisas e estresse era culpa dele, afinal, sempre que tentava me concentrar eu pensava nas suas atitudes.
— Olha pra mim — ele parou na minha frente.
— O quê? — eu levantei minha face e o olhei rapidamente.
— Você está mesmo bem? — ele se aproximou mais e eu senti que prendi minha respiração automaticamente. — Há quantos dias você não dorme direito?
— O quê? — eu me desviei dele. — Estou bem sim, só com alguns trabalhos acumulados, mas estou bem. — respirei fundo indo até a porta. — Eu vou fazer a lista e te passo depois, se não se importa eu vou descansar um pouco.
Ele assentiu sem dizer mais nada e saiu. Era estranho ver ele preocupado comigo, tão estranho quanto suas reações de ciúmes, mais estranho ainda o beijo que ele me deu, que eu não tinha me esquecido e vivia voltando a minha mente. Me deitei na cama e fechei os olhos, estava mesmo cansada, acabada, meu corpo estava pesado demais, era como se eu tivesse voltado da guerra, me sentia sem vida. Nem vi o dia passar, quando acordei já era noite, encontrei uma bandeja de lanche nos pés da minha cama, fiquei meio admirada no primeiro momento. Aceitei de bom grado e comecei a comer, estava gostoso.
— Boa noite, unnie. — disse Sakura ao entrar no quarto.
— Boa noite, florzinha. — eu sorri para ela. — Então foi você a alma caridosa que deixou isso aqui para mim?
— Não. — ela se sentou ao meu lado e riu. — Foi o oppa, ele disse que você estava cansada e que não era pra ninguém te acordar.
— Sério? — eu a olhei sem reação, era agora que eu não me encaixava mais, nunca imaginei ele fazendo isso por mim.
— Sim, ele até pediu para eu dormir com a Sunhill unnie hoje, assim você poderia ficar mais confortável. — ela se levantou. — Unnie, ele gosta de você, não é?
Essa pergunta tinha me pegado, nunca havia pensado nisso, mas será que ele gostava de mim? Por isso estava agindo daquele jeito? Era uma pergunta enigmática se tratando de .
— Bem, eu não sei. Mas por que a pergunta?
— É porque ele te olha da mesma forma que o appa olhava para a omma. — ela caminhou até a porta. — E ele sempre fica parado na porta do quarto sorrindo enquanto vê você dormindo. — ela saiu pulando e cantarolando.
Definitivamente eu não entendia ele, minha mente havia se fundido ainda mais tentando entender aquela revelação. Terminei de comer e levei a bandeja para cozinha, fiquei sem saber se o procurava ou não, acho que não saberia como reagir se o visse naquele momento.
“O amor cresce mais profundo assim como as lágrimas
Eu me torno mais velho enquanto a dor cresce
Eu quero acreditar que tudo ficará bem
Se eu for pra onde meu coração me levar.”
— You are the one / Super junior
Passaram-se os dias e na manhã do sábado saímos para finalmente comemorar o aniversário de Sakura, fizemos um piquenique no Seoul Grand Park. Escolhemos um lugar onde tinha uma sombra legal perto de uma árvore, Sunhill me ajudou a estender a toalha e colocar as comidas em cima, fizemos uma roda e sentamos. Eu podia ver os olhos de Sakura brilhando, eu estava feliz por ela, era realmente bom ver meus irmãos sorrindo de novo, ainda mais depois de uma perda tão grande. Eu tentava não olhar muito para , e sempre que meus olhos se direcionavam para ele, eu o pegava me olhando, ele tentava disfarçar, mas não conseguia muito, senti que Sakura o ajudava um pouco com isso. Meus irmãos realmente eram mais espetos que nós dois.
Ficamos um bom tempo conversando sobre o passado, relembrando algumas festas, e eu aproveitei para tirar mais fotos daquele momento, o sorriso deles eram tão espontâneo e eles passavam tanta alegria em uma simples comemoração no parque. Nós comemos um pouco e meus irmãos começaram a brincar com Sakura, eles correram um pouco pelo parque, enquanto eu e recolhemos as coisas. Caminhamos um pouco em silêncio, até que eu tive a coragem de iniciar a conversa.
— Pelo quê? — ele continuou olhando para frente tranquilo, como se não entendesse nada.
— Por essa semana, você cuidou de tudo e até de mim. — eu parei por um momento. — Mesmo que não goste de mim, eu agradeço por isso.
— Por que pensa que eu não gosto de você? — ele parou e se posicionou na minha frente.
— Por vários motivos, quer que eu comece com nossa infância? — eu o olhei sério.
— Talvez eu tenha sido interpretado mal, desde sempre.
Eu me calei por um tempo, aquelas palavras eram inesperadas, mas quando ia me pronunciar:
— Unnie, oppa — disse Sunhill ao chegar correndo perto de nós.
— O que ouve? — eu olhei para ela.
— Sakura sumiu, estávamos brincando a de repente ela desapareceu.
— Não, ela não pode ter ido muito longe. — disse . — Sunhill, fique com Dongho e espere no carro, enquanto isso nós procuramos por ela.
Nós saímos pelo parque procurando por ela, ficamos cerca da uma hora procurando, eu já estava agoniada e aflita quando a encontrei abraçada à uma caixa de papelão debaixo da ponte perto do lago toda molhada.
— Sakura! — eu gritei ao vê-la.
— Unnie! — ela colocou a caixa no chão com cuidado e correu até mim.
— Onde você estava? — eu a abracei. — Ficamos preocupados.
—
Mianheyo, unnie. Me desculpe — ela fez uma carinha triste.
— Não importa, você está aqui agora, unnie vai te levar para casa.
— Pâmela. — chegou perto de nós. — Oh, que bom que a encontrou.
— Oppa. — ela o olhou. —
Mianheyo.
— Te desculpo, sim. — ele a abraçou. — Nunca mais faça isso, oppa te ama demais para ficar sem você.
Ele estava tão… Eu senti meus olhos cheios de lágrimas vendo o quanto ele a abraçava, que me fez me lembrar do meu pai quanto eu caí da bicicleta pela primeira vez.
— Oppa, você disse que eu podia pedir qualquer presente, se lembra?
— Sim, eu me lembro. — ele a olhou. — O que você quer?
Ela pegou em sua mão e o puxou para perto do lago, eu o segui sem entender, quando chegamos perto da caixa que ela havia deixado no chão, dentro tinha um filhote de cachorro.
— Ele estava quase se afogando então eu o peguei — Sakura explicou.
— Então é por isso que está molhada — eu ri.
— Não podemos ter um cachorro.
— Mas oppa, ele não tem família. — ela olhou para mim com os olhinhos triste. — Unnie?
— Bem, nós podemos fazer um teste. — eu sorri para ela. — Se ele não se adaptar, arrumamos um lar de adoção para ele.
— Obrigada, unnie! — ela sorriu e pegou o filhotinho no colo.
— Se insiste… — ele deu as costa e saiu.
Maravilha, o de sempre havia voltado. Nós retornamos para o carro, os outros já esperavam por nós, ele deu a partida e voltamos para casa. Ele passou todo o caminho em silêncio enquanto meus irmão conversavam tentando decidir um nome para o cachorrinho. Quando chegamos, Sakura e Jinho foram para o banheiro dar um banho no filhotinho, todos estavam empolgados com essa novidade na família, eles finalmente haviam escolhido um nome, o apelidando de Eunhae.
havia ido direto para o quarto, eu estava tão revoltada com essa falta de compaixão dele pelo filhote que fui até ele tirar satisfação:
— Posso saber por quê? — disse ao entrar no quarto dele.
— Não sabe bater na porta? — disse ele ao retirar sua jaqueta e jogá-la sobre a cama.
— Não. — eu o olhei sério. — Não vai me responder?
— Por que o filhotinho não pode ficar aqui? — eu tentei controlar minha voz, eu já estava tão insatisfeita com as atitudes dele que não queria gerar uma discussão.
— Já deveria saber a resposta — ele me olhou sério.
— Já chega. — eu explodi, senti meu sangue ferver. — Para. Pelo menos uma vez na vida seja claro e para de enigmas, não aguento mais isso. — pronto falei.
— Porque você é alérgica a cachorros — ele respondeu num tom firme e rude.
Eu parei em choque, aquele momento que ele estava pensando em mim. Me veio a memória que no caminho inteiro de volta para casa eu estava tentando prender os espirros que vinha e comecei a perceber que meu nariz estava entupido. Eu estava tão chateada com ele que não havia prestado atenção que meu corpo estava sentindo as crises de alergia.
— Me desculpe por fazer algo que não estou acostumado. — ele olhou para janela. — Se me permite, preciso me trocar.
Aquelas palavras foram tão duras, que me senti mal por ter gritado com ele. Saí em silêncio, eu realmente não conseguia o entender, definitivamente jamais o entenderia. Será que sentia agora por mim, algo além da nossa indiferença?
“Talvez seja amor; não importa onde eu te veja,
meu coração se enche de emoções
Você acordou o meu coração frio e enferrujado.”
– My Heart is Touched / Personal Taste OST (SeeYa)
7
“Sim vamos nessa!
Desafie a si mesmo, espalhe sua personalidade, faça isso!”
– One Shot / B.A.P
Passaram-se mais algumas semanas, eu e estávamos quase terminando nosso projeto, por questões de segurança, sugeri que trabalhássemos mais no meu estúdio de fotografia, e com isso notei que o mau-humor de só crescia. Eu estava concentrada demais nesse projeto para me importar com as atitudes de , mas com certeza depois desde tempo eu tiraria minhas dúvidas com ele, ainda mais depois do episódio do cachorro.
—Você está muito pensativa hoje — disse .
— Alguns problemas pessoais. — eu me sentei na cadeira olhando para a bancada de trabalho, deu um suspiro fraco. — Quanto mais convivo com as pessoas, menos eu entendo elas.
— Sim e não. — eu ri baixo e me levantei. — Mas o que importa é que estamos quase no final.
— Nada como o trabalho para nos fazer esquecer os problemas.
— A não ser que o problema venha do trabalho. — nós rimos um pouco. — Bem, acho melhor você levar tudo assim, vai poder montar a apresentação antes de eu chegar.
— Tudo bem, vou fazer isso amanhã cedo, quando chegar na editora.
Nós organizamos todos os últimos detalhes e colocamos em uma pasta especial, estava muito entusiasmado com o resultado final do editorial futurista, eu estava satisfeita por ter completado tudo em menos de três meses. Nos despedimos no portão, já era tarde da noite e no dia seguinte teríamos muito o que trabalhar, e eu voltei para o estúdio e enviei algumas edições de fotos que tinha feito para minha chefe da editora no Brasil.
Quando finalmente entrei em casa, estava na sala lendo um jornal, ignorei ele por um momento e fui direto para cozinha, eu estava morrendo de fome. Depois do lanche passei pela sala de forma silenciosa.
— Boa sorte amanhã — disse ele mantendo sua concentração no jornal.
Eu parei por um momento, sem reação e sem entender, será que ele sabia que minha apresentação seria amanhã?
— Obrigada — eu disse formalmente, estava cansada de mais para completar a frase, então subi para meu quarto.
Na manhã seguinte, não consegui acordar mais cedo, meu corpo estava mais cansado do que de costume, quando consegui me levantar, ainda querendo dormir, lembrei que era meu dia de cuidar dos meus irmãos. Não acreditava que tinha sido tão irresponsável a ponto de esquecer eles, me levantei correndo e corri para o banheiro, nunca tinha tomado um banho tão rápido, quando saí já de roupa trocada e secando meu cabelo, estava encostado na porta de braços cruzados.
— Boa tarde — disse ele de forma tranquila e serena.
— O que faz aqui? — eu o olhei tentando não demonstrar que tinha me assustado.
— Vim ver se ainda estava viva — brincou ele não segurando o riso.
— Ha… Ha… Ha… — eu disse ironicamente. — Perdi a hora.
— Nossos irmãos já estão na escola. — ele descruzou os braços e olhou para seu relógio. — E acho melhor você não demorar, pode se atrasar de novo.
Ele saiu fechando a porta, eu tentei absorver o comentário dele e então corri até meu celular, estava quase na hora que eu e havia combinado com . Joguei minhas coisas dentro da bolsa e saí correndo, quando passei por , ele estava rindo, com certeza era de mim, eu detestava esse lado dele. Peguei um táxi para chegar mais rápido, estava nervosa e ansiosa, tentei me acalmar comendo algumas barras de cereal que havia encontrado na bolsa.
Quando cheguei na porta da editora, liguei para e ele foi me buscar. Antes de entrarmos ele me convidou para tomar um café, senti meu estômago aceitar antes de mim. Fomos há uma cafeteria perto chamada Coffee Prince, sentamos em uma mesa próxima da entrada, ele pediu somente um café expresso para ele, mas eu estava precisando de algo com mais sustância, pedi cappuccino de chocolate e um pedaço de uma torta que estava gritando meu nome.
— Agradeço o convite — eu disse ao experimentar a primeira fatia da torta.
— Que bom — ele deu um sorriso meigo.
— Confesso que isso está sendo meu café da manhã.
— Por que será que imaginei? — ele tomou um gole do seu expresso.
— Não consegui nem me levantar cedo para levar meus irmãos a escola, estou me sentindo uma irresponsável por isso.
— É normal, você está vivendo uma rotina muito pesada nessas últimas semanas.
— Ah, sim. — eu suspirei fraco. — Está sendo meio complicado conciliar tudo, não sei como estou de pé.
— Você é mais forte do que aparenta — ele me olhou.
— Obrigada — fiquei meio envergonhada com esse elogio, mas sim, eu era mais forte do que achava que aparentava.
Nós terminamos e voltamos pra o edifício da revista, aquela torta me deu a energia que precisava. Estávamos rindo de algumas histórias que estava contando, quando entramos no seu escritório nosso sorriso desapareceu, a pasta com o nosso projeto que ele tinha deixado na gaveta do seu armário havia desaparecido. Eu não queria acreditar que aquilo estava acontecendo, não comigo, não depois de todas aquelas noites sem dormir.
— Você tem certeza que colocou aí? — eu disse para ele tentando não ficar desesperada.
— Sim. — ele revirou a gaveta novamente. — Tenho certeza, mas não está aqui.
— O que faremos agora? Todas as anotações, estava tudo na pasta!
— Não sei, vou ver com a secretária se alguém entrou aqui — ele saiu por um momento.
Estou cantando na chuva, para manter minha esperança viva
Porque eu estou sonhando que estou afundando novamente.
– Day by Day / Lunafly
Eu me sentei em uma poltrona que tinha perto da janela segurando as lágrimas, queria que aquele momento não fosse real. Foi quando eu vi pela janela, parado do outro lado da rua, eu não estava acreditando naquilo, será que ele teria tido a coragem de fazer aquilo? De roubar meu trabalho, então era por isso que ele tinha me desejado sorte. Eu me levantei sentindo tanta raiva que saí correndo em sua direção, eu ia despejar tudo nele, desci as escadas e atravessei a rua, quando cheguei perto dele.
— Então? Já apresentou? — ele me olhou calmamente
— Apresentei? Como pode ser assim? — eu o olhei não acreditando.
— Assim como? Não estou entendendo — ele sorriu me olhando.
— Fui eu o quê? Do que está falando?
— Meu projeto — eu respirei fundo.
— O que aconteceu? — ele me olhou preocupado, vi em seus olhos que ele era inocente.
— O que aconteceu com seu projeto? — ele segurou em meu braço. — Diga.
— Não sei, ele sumiu. — a primeira lágrima caiu em meus olhos. — Eu pensei que tivesse vindo aqui para… Me desculpa. — não aquentei e chorei de novo na frente dele.
— Calma, deve haver uma explicação. — ele me puxou e me abraçou. — Não chore.
— Você tem razão. — eu me afastei dele limpando minhas lágrimas. — Não devo chorar, eu vou ver se descobriu se alguém entrou na sala dele.
— Se quiser posso te esperar aqui — ele olhou para o outro lado da rua.
— Você, o que você está fazendo aqui?
— Estava trabalhando aqui perto. — ele respirou fundo. — Tem alguém na porta te esperando.
— Alguém? — eu virei minha atenção para entrada do edifício e lá estava Suho. — Aish.
Não acreditava que ainda teria que aguentar aquele sorriso irônico dele. Eu atravessei de novo e fui para porta da editora.
— Um dia esse seu sorriso vai acabar e todos vão ver quem você realmente é.
— Pago pra ver — ele sorriu de canto.
— Algum problema? — disse ao chegar perto.
— Nenhum, vejo vocês na sala de reunião — ele olhou para mim e piscou.
— Idiota. — eu sussurrei. — Então , descobriu?
— Não, minha secretária estava no horário do almoço. — ele suspirou fraco. — Não sei o que te dizer, estava na minha responsabilidade.
— Não se preocupe com isso, tenho certeza que devo ter salvo alguma coisa no meu HD externo, e Suho não vai apresentar nada bom mesmo.
— Você o conhece tão bem assim?
— Melhor do que você imagina.
Ele me levou até a sala onde iríamos reunir com o sr. Park, dono e CEO da Cosmopolitan. Ao entrarmos, Suho já estava se preparando, eu tentei ignorar tudo que estava acontecendo e cumprimentei formalmente o sr. Park, nos sentamos e Suho deu início a sua apresentação, meu mundo caiu no instante em que o primeiro slide apareceu. Senti minha vida fora de órbita, sem chão, literalmente, ele havia roubado meu projeto, automaticamente me levantei e saí, a única coisa que consegui ver foi a cara de , ele também não entendia o que estava acontecendo.
Eu corri em direção ao banheiro feminino, me tranquei em um reservado e tentei assimilar o que tinha se transformado minha vida, eu já estava tão cansada por todas as indiretas do , noites em claro, trabalhos estressantes e projetos importantes, e agora ver Suho me roubar pela segunda vez em um momento tão importante, passei alguns minutos em silêncio, mas não conseguia conter meu choro.
— Pâmela — bateu na porta —, você está bem?
— Não deveria estar aqui. — era visível na minha voz que eu estava chorando. — É um banheiro feminino.
— Me preocupo mais com você. — ele parou por um momento. — Não entendo como ele pode fazer isso, como ele conseguiu.
— É isso que ele faz, desde que nos conhecemos. — eu saí do reservado e o olhei. — O pior é que não tem como eu provar.
— É a nossa palavra contra a dele — ele pegou em minha mão.
— E vamos chegar para seu chefe e falar que fomos nós que fizemos?
— — eu peguei na mão dele —, não quero que se prejudique por minha causa, um dia eu desmascaro ele, mas não creio que seja hoje.
— Acho melhor irmos — eu o interrompi.
Nós saímos e quando chegamos no saguão.
— Bem, nós esperamos, mas eu não tenho mais tempo. — disse sr. Park. — É uma pena que não tenha nos trazido nada, estava realmente curioso para ver um projeto seu — ele se afastou e caminhou até o elevador.
— Uma pena que não tenha visto minha apresentação. — disse Suho ao ver que o sr. Park já havia pegado o elevador. — Sempre fica melhor comigo.
— Sínico — eu o empurrei, me segurou.
— Calma, Pâmela, não vale a pena.
— Eu te odeio. — disse em lágrimas, me soltando de . — Você não sabe fazer nada e tem que usar o que é de outros para se dar bem, eu desprezo você.
— Sério? — ele me olhou sínico como sempre foi e afastou um pouco de nós. — Prova, eu sou um editor de sucesso na Europa.
— À custa do meu portfólio…
Antes mesmo que eu pudesse terminar de falar, uma pessoa passou por mim e foi em direção a ele, era . Eu não acreditava, mas estava acontecendo, lhe deu um soco em Suho, o derrubando no chão, se virou e caminhou até mim, me pegou pela mão e me levou com ele para fora da editora.
— ? — eu o chamava enquanto era puxada por ele, mas ele permanecia em silêncio. — !
“Eu estou confusa agora?
Estes sentimentos, eu me pergunto se eles vão chegar até você
Mesmo assim,
Quero transmitir estes sentimentos para você honestamente.”
– Indestructible / Girl’s Generation
Quando chegamos no seu carro, entramos e ele deu a partida. Eu estava ainda tão surpresa com o que ele tinha feito que não sabia o que dizer ou como reagir a tudo aquilo. Ao chegar em casa, ele foi direto para cozinha, eu fui atrás e fiquei o observando. Ao contrário daquela noite do beijo, desta vez ele fez chá de camomila para mim, eu estava mesmo com a cara de abatida.
— Beba isso — disse ele me dando uma xícara.
— Obrigada. — eu peguei segurando as lágrimas e tomei um pouco, estava meio quente. — Por ter me tirado de lá, e…
— Não precisa agradecer. — ele desviou seu olhar para janela da cozinha. — Eu só lamento não ter apresentado.
— Como sabia? — eu o olhei. — , como entrou lá?
— Quando você disse que tinham roubado seu projeto, eu me lembrei da história que tinha me contado, sobre ele e seu portfólio, só suspeitei. Então resolvi entrar no edifício e ver a apresentação dele, mas quando entrei você já estava xingando ele. — me olhou. — Então minha suspeita havia se confirmado.
— Eu fiquei surpresa quando você passou por mim e socou ele. — eu dei um riso em meio as lágrimas. — Era isso que eu queria fazer se não tivesse me segurado, bem, eu não queria prejudicar ele.
— Imaginei. — ele pegou a xícara da minha mão e colocou na bancada da pia e me puxando me abraçou forte. —
Mianheyo. — ele sussurrou.
— Por que está me pedindo desculpas? — eu não entendia, mas o abraço dele estava tão bom que não queria que acabasse, me fazia esquecer até mesmo meus problemas com ele.
— Unnie? Oppa? — disseram meus irmãos em coral.
— Hum — eu me afastei ele —, vocês chegaram, como chegaram?
— Ônibus — respondeu Sunhill não entendendo nada.
— E buscamos Dongho e a Sakura também, como o hyung pediu — completou Jinho.
— Que bom. — se afastou mais de mim indo em direção a geladeira. — Quero todos indo se trocar, vou preparar o jantar. — ele abriu a geladeira.
— Ouviram, né? — eu concordei.
Eles saíram rindo da cozinha, fiquei envergonhada por aquilo.
— Quer ajuda? — perguntei inocentemente.
— Hum. — ele me olhou. — Quer me ajudar?
— Sim. — eu sorri. — Preciso ocupar minha mente, não quero que nossos irmãos percebam que estou meio…
— Entendi, pode começar com as cebolas, assim, se chorar, poderá colocar culpa nelas.
Ambos rimos. Ele tinha mesmo um lado engraçado que era difícil ver. Era estranho para mim ter uma certa proximidade com ele, sempre pensei que só me aturava por causa do meu pai, mas acho que julgamento sobre ele era errado. No fundo, era uma pessoa atenciosa comigo, tão atenciosa que me roubou um beijo e nem quis assumir depois. Eu ainda iria tirar aquilo a limpo, ainda ia ter uma boa conversa com ele.
— Atchim! — eu espirrei alto do nada. — Oh, é você Eunhae — eu ri e o peguei no colo.
— Como você não comprou, deixei um antialérgico pra você na sua cama.
— Oh, obrigada. — eu caminhei até a porta. — Eu vou tomar logo, antes que Eunhae me cause coceira.
Eu saí rindo e brincando com Eunhae, ouvi os risos de vindos da cozinha. Nosso jantar foi bom, comemos bem e fez nossos irmãos falarem sobre tantos assuntos para ver se eu me distraía. E reaumente eu havia me esquecido de todos os meus problemas, quando entrei no meu quarto, me joguei na cama, estava exausta. Precisava mesmo de uma longa noite de sono para recarregar minhas energias e descansar minha mente, não queria nem mesmo pensar e mais nada, só dormir.
Na manhã seguinte, fui acordada com um lindo abraço de Sakura, me senti feliz e animada, meus irmãos realmente me faziam bem, me faziam esquecer pessoas como Suho.
— Bom dia, unnie! — disse ela.
— Boa dia, princesa. — eu sorri. — Obrigada por me acordar, mas não era para estar na escola?
— Unnie, hoje é sábado — disse ela com uma cara fofa.
— Ah, verdade. — eu estava mesmo sem percepção do tempo e espaço. — Bem, vamos tomar café?
— Sim — ela se levantou e saiu correndo do quarto.
— Vai devagar. — disse ao passar por ela. — Então, conseguiu dormir?
— Por incrível que pareça, nada atrapalha meu sono quando estou cansada.
— Que bom. — ele se virou. — está lá na sala, quer falar com você.
— Hum. — eu me levantei da cama. — Ok.
Demorei alguns minutos me trocando, escovei meus dentes e desci. Quando cheguei na sala, estava de pé perto da janela.
— Oi — eu olhei de relance para porta, estava na cozinha.
— Oi, eu vim saber se está bem — disse ele se aproximando um pouco de mim.
— Estou mais calma agora. — eu respirei fundo. — Não precisava se preocupar.
— Não tem como não me preocupar. — ele me olhou meio triste. — Só fico chateado por não poder fazer nada, não poder provar que o projeto é seu.
— Não é a primeira vez que eu não posso provar que é meu, mas quem sabe um dia.
— Queria poder fazer algo, mas meu chefe já aprovou. Ele adorou todo o editorial.
— Bem, eu não quero que se prejudique, já falei. — eu o abracei de leve e me afastei. — Pelo menos uma coisa boa, ele gostou.
— Eu ainda tenho um emprego no Brasil, estou bem…
— Ela irá trabalhar comigo. — disse ao entrar na sala. — Ela fará o editorial da revista CéCi para o Concurso Nacional de Mídia e Imprensa.
— Eu vou? — eu o olhei surpresa, sim aquilo era surpreendente para mim.
— Bem — ficou meio sem reação —, então, pela primeira vez, irei torcer para a CéCi.
— Agradecemos — curvou um pouco a cabeça, eu permaneci paralisada.
— Então eu vou agora — se despediu de mim e saiu.
Permaneci mais alguns minutos em silêncio digerindo a novidade, não conseguia acreditar que aquilo era realmente verdade, ou se só queria provocar .
— Desde quando você sai dizendo coisas sem mesmo me propor?
— Me desculpe, me esqueci de fazer esta oferta. — eu riu de canto. — Mas você aceita?
— Não está me propondo isso por causa do , não é?
— Claro que não, você não quer dar o troco no seu ex-namorado?
— Bem, é o que eu mais quero.
— Então, aceita? — ele esticou a mão.
— Aceito — eu peguei na mão dele.
Eu realmente pensava que ficaríamos assim, mas ele era mais imprevisível que eu imaginava. sorriu de canto e dando um leve impulso em meu corpo em direção a ele, ele se curvou de leve e me beijou. Oh, céus! Ele me beijou, um beijo suave e doce, e desta vez eu estava sóbria.
“Mesmo se parecer que você está prestes a cair de um penhasco
Eu definitivamente não vou soltar a sua mão
Indestrutível…
Porque eu vou proteger você até o fim.”
– Indestructible / Girl’s Generation
8
“Para revelar meu único desejo despedaçado.
No meu desejo, você e eu podemos estar juntos
Você está muito longe,
Sempre que você volta para perto de mim eu desabo em lágrimas.”
– All My heart / Super Junior
Eu estava zonza com aquilo tudo, aquele beijo podia representar muita coisa e ao mesmo tempo nada. Definitivamente eu não estava entendendo mais nada, era mesmo uma caixa de surpresas, que me deixava a cada dia mais louca.
— Oppa, unnie? — disse Sakura.
— Hum. — eu me afastei dele. — Vocês estavam aí. — eu olhei para meus irmãos na porta nos olhando.
— Estamos atrapalhando algo? — SunHill colocou a mão na boca segurando o riso, assim como os outros que estavam disfarçando.
— Não, já tomaram o café? — estava tranquilo, reagindo naturalmente ao que estava acontecendo.
— Sim, hyung. — respondeu JinHo dando um sorriso disfarçado.
— O café estava muito bom. — completou HeeSong. — Hyung, eu vou para meu quarto estudar.
— Estudar? — eu o olhei. — Mas está um dia tão lindo, por que não vai ao parque?
— Eu não gosto, noona. — ele curvou a cabeça um pouco. — Vou sair primeiro. — seguiu em direção à escada.
— E vocês? O que pretendem fazer hoje? — eu me voltei para os outros.
— Eu tenho um encontro. — disse JinHo. — Vamos ao cinema.
— Hum…. Quem é a louca? — brincou SunHill.
— Ha…ha..ha.. Louca não, sortuda. — retrucou ele, fazendo todos rirem.
— E você, SunHill? — perguntou
— Eu queria pedir para dormir na casa de uma amiga. — ela nos olhou com uma carinha fofa. — Eu posso?
— Por mim, tudo bem, só deixar telefone e endereço — eu sorri gentilmente.
— Está liberada — concordou .
— Daebak! — ela se aproximou de nós e me abraçou, depois abraçou . — Komaweyo unnie, oppa! — depois subiu as escadas correndo.
— Que animação — brincou JinHo se jogando no sofá.
— Noona, nós vamos ficar em casa? — perguntou DongHo fazendo uma carinha triste.
— Claro que não. — sorriu. — Vamos ao parque hoje, vão trocar de roupa, sairemos daqui a pouco.
— Sério? — perguntou DongHo.
— Sim.
— Eba! — disse Sakura dando um sorriso fofo.
Os dois subiram as escadas correndo, eu sorri automaticamente com toda aquela animação.
— Então, vocês vão ao parque — eu disse ao olhar para ele.
— Nós vamos ao parque — ele sorriu ao me corrigir e se aproximou um pouco mais de mim.
— Hyung, noona, eu ainda estou aqui — disse JinHo em risos do sofá.
— Eu sei — segurou o riso e se virou indo para cozinha.
— Não se esqueça de colocar a comida do Eunhae! — eu gritei.
Subi para meu quarto e peguei minha bolsa, eu parecia mais animada que meus irmãos, não sei se era por causa do beijo, ou porque eu ainda tinha um fio de esperança quanto a dar o troco em Suho. Não sabia o que eu estava sentindo, mas era algo bom, e era que estava me proporcionando isso.
Quando desci, Sakura estava me esperando na sala segurando Eunhae, e DongHo já estavam nos esperando do lado de fora. Nós duas saímos brincando com o cachorrinho e entramos no carro, deu a partida e fomos para o parque. Ao chegar, caminhamos um pouco, até que eu avistei uma árvore onde poderíamos nos sentar. me ajudou a esticar a toalha no chão e colocamos a cesta de comida, ambos nos sentamos enquanto Sakura e DongHo ficaram brincando com Eunhae mais a frente.
— Está calada. — disse ele. — Pensando em algo?
— Sim, em várias coisas que aconteceram nesses últimos meses.
— Como?
— Como o beijo que você me deu. — eu o olhei. — Eu não iria dizer nada até chegarmos em casa, mas é que suas atitudes vêm me deixando desnorteada.
— Isso. — ele sorriu de canto e desviou sua atenção para nossos irmãos.
— E você sorri tão naturalmente. — eu suspirei fraco — Só queria entender o que realmente sente por mim.
— Então é isso? — ele me olhou — Me desculpe por não saber agir da forma certa quando estamos juntos.
— E qual é a forma certa? — eu estava tão confusa, nunca conseguia entender suas explicações.
— Acho melhor falarmos disso mais tarde. — ele esticou sua mão direita e acariciou meu rosto sorrindo. — Apenas saiba que eu jamais te odiei.
— Hum?
E mais uma vez fiquei perdida nas suas palavras e naquele olhar profundo que ele tinha, eu virei minha atenção para nossos irmãos, permaneci calada com aquela frase em minha mente. Logo, todos os nossos momentos de conflito e paz começaram a vir em minha mente. Não sabia o que pensar, mais ainda desejava ter respostas, ele não me beijaria por nada.
Na hora do almoço comemos um pouco, conversamos sobre os estudos de DongHo e sobre as amiguinhas que Sakura estava fazendo na escolinha. Mais ao final da tarde, eu e brincamos com eles e Eunhae, foi divertido, como se fossemos uma família completa. Como sempre eu aproveitei para tirar algumas fotos, não somente dos meus irmãos e de , mas eu comecei a fotografar todas as famílias que encontrávamos no parque. Foi um momento alegre e descontraído, apesar de minha mente sempre se focar naquele beijo.
Quando estou contigo eu sorrio mesmo estando machucada,
Talvez seja você
A pessoa que curou minhas feridas profundas
E as minhas lágrimas que eram um costume para mim.
– My Heart is Touched / Personal Taste OST (SeeYa)
Quando voltamos para casa, coloquei Sakura e DongHo para tomarem banho, ajudei a guardar as comidas que haviam sobrado, ele estava com o rosto tranquilo mesmo estando silencioso. Eu encostei na bancada da pia e cruzei os braços o olhando guardar os sanduíches que sobraram na geladeira, ele realmente ficava lindo com aquela blusa azul.
— O que foi? — perguntou ele quando percebeu meus olhares.
— Nada. — eu respirei fundo. — Podemos conversar agora?
— De novo? — ele riu de leve.
— Você sabe do que estou falando — eu fiquei séria o olhando.
— Sim. — ele caminhou até mim. — Mas não sei como dizer.
— Apenas diga por que está agindo assim, tão atencioso comigo. — eu desviei meu olhar para a porta. — Não consigo te entender, você disse no parque que não me odeia, mas desde de criança sempre me tratou como se tivesse esse sentimento.
— Eu… — ele segurou em minha mão. — Não sei como, nunca soube como expressar o que sentia por você.
— Palavras existem para isso — eu respirei fundo, conseguia sentir o perfume envolvente dele.
— Não sou bom com palavras. — ele se aproximou mais. — Não sei o que acontece, mas sempre que estou perto de você… — ele parou por um momento. — Meu coração acelera tanto que perco as palavras, antes eu tinha medo desse sentimento, por isso te tratava daquela forma, mas agora não consigo mais…
Não sei se foi impulso dos meus hormônios ou só meu coração que estava acelerado também, mas eu o beijei antes mesmo dele terminar a frase. Seu beijo era tão doce e suave que senti minhas pernas ficarem bambas de repente, ele tocou de leve em minha cintura, eu me afastei um pouco.
— Oh, eu… — respirei fundo, — Não sei o que me deu.
— Eu gostei — ele sorriu.
— Nós também — disse DongHo parado na porta com Sakura ao seu lado rindo.
— A quanto tempo estão aí? — eu olhei meio envergonhada.
— O suficiente, unnie — ela segurou o riso, era tão fofa falando como gente grande.
— Estão com fome? — perguntou .
— Não. — DongHo riu. — Mas queríamos ver filme com vocês, mas não queremos atrapalhar o namoro.
— Namoro? — eu olhei para . — O quê?
— Bem, não é namoro. — caminhou até eles. — Ainda.
Eu fiquei sem reação com aquela palavra, “ainda”. Será que nós dois iríamos mesmo ter algo?
— Vamos ver filme então. — ele segurou na mão dos dois. — Você faz a pipoca, .
Ele saiu rindo, eu não estava acreditando naquilo, dois beijos no mesmo dia, e eu nem estava bêbada. sentia algo por mim, agora tudo aquilo fazia um pouco de sentido, eu me sentia bem quando ele se preocupava comigo, me sentia protegida. Acho que meu sentimento por ele era o mesmo dele por mim, eu estava me apaixonando por .
Nós assistimos dois filmes até que as crianças caíram no sono, levou DongHo para seu quarto e eu coloquei Sakura na minha cama mesmo. Quando voltamos para sala de TV, JinHo chegou do seu encontro, ele nos viu arrumando tudo e não perdeu a oportunidade de brincar com a situação.
— Oh, couple magazine arrumando a sala junto. — disse entre risos.
— Couple magazine? — eu o olhei sem entender a referência.
— Casal revista. — foi pra cozinha rindo. — Trabalhamos em editoras de revistas e somos um casal.
— Como assim? — eu olhei sério para meu irmão. — JinHo? Que história é essa?
— Bem, soube que rolou um segundo beijo. — ele se jogou no sofá de novo rindo de mim. — E você está transbordando vergonha, noona, pode assumir.
— Assumir o quê? — eu segurei o riso. — JinHo, quem te disse sobre segundo beijo, o que é isso?
— HeeSong, ele me disse que viu quando vocês chegaram do parque. — ele abraçou a almofada. — Segundo, não, terceiro.
— Acho que já chega. — entrou na sala. — Hora de dormir, amanhã é domingo, mas segunda você tem prova, a vida não é feita só de encontros com garotas ou brincadeiras com hyungs e noonas. — ele o olhou sério, como se quisesse que ele não falasse mais nada.
— Ok — JinHo se levantou soltando gargalhadas e subiu as escadas.
Eu fiquei olhando se disfarçar, é claro que JinHo estava falando do beijo que ele me deu quando eu não estava sóbria, se até eu não conseguia esquecer aquele beijo acolhedor.
— Terceiro beijo — eu disse num tom irônico.
— Juro que eu não sei do que ele estava falando — me olhou dando um sorriso presunçoso.
— Mentiroso. — eu me aproximei dele. — Você mente muito bem, mas eu me lembro daquele beijo.
— Você não estava sóbria — disse ele rindo.
— Sabia! — eu o empurrei de leve. — Sabia que não era um sonho, você me beijou na noite do coquetel.
— Sim. — ele admitiu. — Não consegui me conter naquele dia, quando te vi chorando por alguém que não merecia suas lágrimas. — ele pegou em minha mão e me puxou para perto, me abraçou forte. — Naquele dia eu senti que deveria te proteger.
— Está fazendo isso muito bem — eu me aninhei nos braços dele sorrindo, era tão bom ficar ali.
Passaram alguns dias, e minha rotina de trabalho na editora brasileira, cuidar dos meus irmãos e projetos individuais não mudaram, quem iria imaginar que eu teria que fazer dois trabalhos para um mesmo concurso? E agora seria para a revista Céci, onde era editor chefe, eu fiquei com receio no início, pois não sabia se o chefe dele, pai da Yoona, iria gostar, afinal, eu senti que a filha dele não gosta muito de mim.
Mas quando ele mostrou meu portfólio para o dono, a ideia foi aceita na mesma hora. Eu sempre fui confiante quando se tratava dos meus projetos, mas soube que Yoona que era responsável por editoriais importantes como esse. Isso me deixou ainda mais insegura, eu não sabia se teria imaginação e criatividade suficiente para combater a mim mesma, afinal, o editorial da Cosmopolitan Korea havia sido feito por mim e por Donghae.
É linda
Me dê todas as suas cicatrizes
Você é linda
Tudo vai ficar bem quando você estiver em meus braços.
– Beautiful / SHINee
Ainda faltava pouco menos de três meses para o concurso e eu não tinha nada em mente, não conseguia pensar em nada que pudesse chamar mais atenção que um editorial com assunto futurista. Mas, o lado legal de tudo é que, assim como Donghae, iria trabalhar comigo direto para fazermos um bom trabalho.
— Hum, ainda não gostei. — disse ao terminar mais um croqui insatisfatório, eu debrucei na bancada de trabalho do meu estúdio. — Eu desisto.
— Calma. — se aproximou de mim. — Você está há três dias focada em encontrar um tema específico, estou ficando preocupado com você.
— Mianheyo. — eu levantei minha face e o olhei. — Não consigo pensar em nada, sinto como se tivessem sugado toda minha criatividade.
— Você está se sentindo muito pressionada com isso. — ele segurou em minha mão e me levantou, acariciou meu rosto. — Não quero que se sinta assim.
— Komaweyo. — eu me aninhei nele encostando minha cabeça em seu tórax. — Eu realmente quero fazer isso bem, não somente por mim, por causa do Suho, mas quero fazer por você, não quero te decepcionar.
— Você não vai. — ele apoiou sua face na minha cabeça, ele era um pouco mais alto que eu. — Minha omma sempre me dizia que quando estamos fracos e sem força, devemos nos apoiar em nossa família, ela nos ajudar a vencer o mundo triste que existe do lado de fora.
— Sim, meu pai também me dizia isso, família é a base de tudo. — eu suspirei lembrando de como meu pai me fazia sorrir em momentos tristes. — Família… Família… — eu me afastei dele e o olhei. — É isso!
— Família. — eu sorri senti meus olhos brilharem. — Esse é o tema e já até sei como desenvolver.
— Estou gostando desse sorriso. — seu olhar era tão singelo e bonito. — Mas, por quê? Vão perguntar isso.
— Porque, de todas as coisas que vocês mais presam, a família sempre vem em primeiro lugar, estou certa?
— Sim. — ele deu um riso leve. — E como pretende desenvolver?
— Eu estava fazendo um projeto individual de fotografia, seria para uma exposição especial de aniversário para o casamento do meu pai com sua mãe. — eu parei por um momento, tentei não lembrar de tudo que eu senti por causa da morte deles. — Mas eles se foram e eu continuei fotografando você, nossos irmãos, nossa família.
— Vai ser interessante, podemos colocar não só a nossa, mas outras famílias como referência.
— Sim!
Eu e começamos a colocar nossas ideias no papel, eu fiz alguns croquis de possíveis layouts para as páginas, nós iríamos escrever um editorial baseado na família coreana, tanto tradicional com membros somente do país, como moderna, feita por casamentos de coreanos e estrangeiros. Nós começamos a separar algumas fotos do meu acervo no HD externo, além de pegar algumas de família, fotos em que papai e SoonHee estão juntos com os nossos irmãos. Fiquei tão inspirada que fiz uma pequena brincadeira com meus irmãos, fazendo eles imitarem algumas fotos de casais, para colocar no editorial.
Eu já sabia que teria mais algumas noites sem dormir, mas eu teria uma companhia maravilhosa, e bem, nem foram noites sem dormir, pois não me deixava ficar sobrecarregada. Ele se preocupava tanto comigo, que tentava não deixar muitas responsabilidades caírem sobre mim, outra grande novidade é que minha chefe havia me dado um mês de férias, além de se interessar pelo fato de eu fazer este editorial para Céci. Tão esperta, minha chefe que fez uma parceria com o dono da Céci para que a editora que eu trabalhava tivesse uma pequena representação nisso tudo.
Eu estava animada com tudo aquilo que estava acontecendo, ainda conseguia manter contato com Donghae, havia pedido a ele para não contar a ninguém que eu estava fazendo o projeto da Céci, queria fazer uma pequena surpresinha para Suho. Desta vez seria minha revanche final e com grande estilo, só fico triste por Donghae, ele não merecia tudo isso, sempre foi uma pessoa legal e gentil comigo.
Os meses se passaram e todo o projeto já estava nos últimos preparativos, nunca fiquei tão concentrada em algo na minha vida. Até meus irmãos estavam animados e se divertindo com todas as fotos que eu estava fazendo com eles. tinha mesmo razão ao me fazer lembrar das palavras de nossos pais, a família tem mesmo uma capacidade inexplicável de te fazer forte quando você precisa, e eu me sentia segura com a minha.
Finalmente o dia do concurso havia chegado, haveria um coquetel para a apresentação dos projetos no auditório do ministério da cultura e turismo. Quando chegamos no edifício, me mostrou os donos das outras três revistas que estavam competindo, minha ansiedade começou a dar lugar ao nervosismo, eu havia me esquecido que não estava competindo somente contra Suho, ou melhor, contra eu mesma, mas as outras revistas eram muito conceituadas e com certeza haviam pessoas talentosas por trás dos seus editoriais. Mas minha insegurança passou logo quando pegou em minha mão, me senti segura novamente.
Não demorou muito até Donghae vir nos cumprimentar, ele observou que eu e estávamos de mãos dadas, eu percebi sua face ficar triste, acho que Donghae ainda tinha esperanças, mas não tinha como lutar contra, eu não consegui sentir algo forte por ele. As apresentações começaram pontualmente na hora marcada, após as outras três revistas, Suho apresentou o meu projeto, devo admitir que aquele filha da mãe fazia muito bem seu papel sínico; Donghae, como editor-chefe, permaneceu no palco ao seu lado. Depois de alguns minutos seria a revista Céci, por mais que eu tenha me negado a apresentar e sugerido que Yoona fizesse algo que estava acostumada, fez questão que eu mesma apresentasse, e nada poderia dar errado, ele estaria lá ao meu lado.
Quando eu subi no palco, virei meu olhar para Suho, ele estava de boca aberta e em seu rosto a expressão de surpresa era visível, e era isso mesmo que eu queria, que ele visse que eu sou mais forte que tudo que ele havia me feito.
Agora estou só relaxando, sinto como se estivesse melhorando
É tarde demais, você disse que não pode mais voltar
Você sempre acreditou que eu desmoronaria sem você.
– Keep Your Head Down / TVXQ
9
Eu vou me levantar para enfrentar
Todas as grandezas, fatalmente
Quando estou com você
Eu fico mais forte
– Divine / Girl’s Generation
Desta vez eu tinha mesmo me superado. Nas palavras de , eu havia me saído impecável e pude conferir isso quando as pessoas me aplaudiram de pé, realmente esse era um assunto muito importante e de impacto para os coreanos. O dono da CéCi foi o primeiro a me cumprimentar quando desci do palco, Yoona se aproximou logo depois. Assim que ela chegou perto de nós, pegou em minha mão entrelaçando nossos dedos, acho que era meio que um aviso para ela que estávamos juntos. Admito que por dentro eu estava dando pulos de alegria, e me sentindo a melhor de todas as mulheres do mundo!
O resultado só sairia no dia seguinte em nota na página do ministérios da cultura, os organizadores preferiam assim, pois poderíamos aproveitar o coquetel de celebração em ressentimentos entre as revistas. me deixou por um momento para conversar com os editores de outras duas revistas, enquanto isso, caminhei pelo saguão olhando a decoração feita para o evento, o prédio estava todo iluminado com focos de luzes coloridas em alguns pontos. Parei por um momento observando um cartaz que estava divulgando a feira de Londres, quando senti uma pessoa se aproximar, permaneci com minha atenção no cartaz.
— Parabéns — disse a pessoa, eu conhecia a voz.
— Donghae — eu viu meu rosto de leve para olhá-lo. —, obrigada!
— Você finalmente deu o troco — comentou ele dando um sorriso de canto.
— Ainda tem alguma dúvida que a CéCi vai ganhar? — ele me olhou admirado. — Você foi maravilhosa, e aqueles slides, o tema, tudo foi tão mágico e incrível, incrível como você.
— Nossa, nem sei como agradecer. — eu sorri sem graça. — Pra dizer a verdade, nunca sei como agradecer seus elogios.
— Bem, infelizmente não poderá do jeito que eu queria. — ele virou seu olhar para o cartaz. — Bem, me sinto mais distante de você agora.
— Está falando do… — virou meu corpo em sua direção, pude ver a tristeza em seu olhar. — .
— Teria que ser cego para não ver que estão juntos. — ele me olhou com carinho. — Mas estou feliz de ver esse brilho nos seus olhos.
— Desejo que seja tão feliz quanto eu. — eu me aproximei mais e o abracei de leve. — E obrigada por tudo.
— Hum. — se aproximou de nós —, estou atrapalhando?
— Não. — eu me afastei de Donghae. — Estávamos conversando.
— Sim, fiquei impressionado com o resultado final do projeto de vocês. — Donghae o olhou sério e firme. — Em somente três meses, conseguiram chegar a algo impecável.
— Bem — segurou em minha mão e me olhou com carinho —, a revista CéCi deve tudo isso a esta grande profissional ao meu lado.
— Eu não fiz sozinha — me encolhi de vergonha.
— Modesta como sempre. — Donghae sorriu de canto me olhando. — Me deem licença, mas terei que ir primeiro. — ele se retirou.
Nós ficamos em silêncio por um tempo, eu olhando sério para ele.
— O que foi aquilo? — eu perguntei.
— Aquilo o quê? — ele me olhou sem entender.
— Sério? — eu ergui nossas mãos ainda cruzadas. — Ciúmes, senhor ?
— Eu? — ele deu um riso sem jeito. — Jamais.
— Sei… — o olhei fingindo acreditar.
— Você ainda quer ficar? — ele me olhou tão gentil e fofo, fazendo uma carinha de inocente.
— Hum, acho que podemos aproveitar mais um pouco, já que as crianças estão bem em casa.
Nos rimos e voltamos ao salão de eventos, ele me apresentou para os outros editores que eu não conhecia, pessoas muito interessantes e cheias de assunto. Em um certo momento me puxou para a pista de dança que ficava um pouco no canto direito do lugar. Eu vi de relance os olhares fulminantes de Yoona, eu realmente jurava que ela e tinham um relacionamento, mas acho que as esperanças só partiam dela. Suho também me olhava ao longe, sua cara ainda era a mesma da apresentação, desta vez ele teve que engolir sua arrogância e ver que eu era muito superior a ele, e não havia me abalado com suas trapaças do passado e do presente.
No auge da dança me afastei um pouco de e fui ao banheiro, precisava retomar meu ar. Lavei meu rosto e fiquei me olhando no espelho, ainda não acreditava em tudo que estava acontecendo, aquele estava sendo o ano mais louco da minha vida. Logo uma mulher entrou, era Yoona.
— Oh, você — eu disse com um ar meio sarcástico, eu era boa nisso.
— Eu vim pra te dar um recado. — ela se aproximou de mim. — Fique longe do meu oppa.
Eu parei por um momento surpresa, não sabia se paralisava com a reação dela ou se caia na risada ali na sua frente.
— Olha, se o quiser que eu fiquei longe dele, farei com todo prazer, mas você não manda na minha vida — eu mantive meu tom de voz firme e a olhei séria.
— Eu estou falando sério — ela segurou forte em meu braço direito me encarando.
— E eu também. — eu levantei minha mão esquerda e me soltei dela. — E acho melhor não me ameaçar, porque você não me conhece, garota. — me afastei indo em direção a porta. — Ah! Se realmente quer conquistar um homem como , acho melhor deixar de ser tão infantil. — a olhei de cima para baixo e saí do banheiro.
Sim, eu queria muito estapear ela, mas minha noite estava tão boa que não me rebaixaria a fazer barraco com uma pessoa desnecessária como ela, mas faço questão de dar o troco em alto estilo. Quando passei pelo corredor de volta, Suho se aproximou de mim, mesmo com aquele sorriso irônico dele, não conseguia deixar de transparecer suas frustração.
— Então você conseguiu — disse ele parando em minha frente.
— Vencer meu próprio projeto? — eu o olhei debochadamente. — Sim, consegui, com todos aqueles aplausos, já podemos imaginar o resultado.
— Admito que fiquei surpreso. — ele tocou me leve em meu braço. — Pensei que não conseguiria fazer nada sem mim.
— Não me toque. — eu me afastei dele. — Você perdeu essa liberdade há muito tempo.
— Tudo que vai, volta, querida. — ele deu um sorriso de superioridade e segurou em meu pulso me puxando a força para perto dele.
— Me solta. — eu comecei a empurrá-lo. — Socorro, alguém! — comecei a gritar, mas a música no salão estava muito alto.
De repente senti uma mão nos afastar e socar a cara dele. Era , de novo fazendo aquilo que eu queria com Suho, deixá-lo caído no chão.
— Nunca mais chegue perto desta mulher. — ele pegou na minha mão. — Vamos, , nossa noite aqui já acabou.
— Então me trocou por esse aí? — ele se levantou dando um risinho sínico.
avançou um pouco, mas eu o impedi, me soltei da mão dele e fui até Suho e lhe dei um soco na cara dele, estava tão mais furiosa do que antes.
— Ele é mil vezes melhor do que sua insignificância — eu me afastei e peguei na mão de e nos puxei para sairmos logo dali.
O amor que ele deixou no seu coração é uma cicatriz.
Imprestável. Apague todas as lembranças inesquecíveis.
Apenas o amor pode apagar o amor do passado.
Agora olhe apenas para mim que estou em pé perto de você.
– One For Me / SHINee
Estava me sentindo leve com tudo aquilo, acho que finalmente eu tinha encerrado esta história com Suho. Voltamos meio calados para casa, bem, eu coloquei uma musiquinha para tocar no meio do caminho, acho que estava mais revoltado do que eu pela prepotência de Suho. Ao chegarmos em casa, ele foi direto para seu quarto, eu não entendi aquilo, mas fui para o meu também. Precisava trocar de roupa, nossos irmãos estavam ainda na sala de TV vendo um filme, dei minha ordem para quando acabassem fossem direto pra cama.
Entrei no meu quarto com meu scarpin nas mãos e o mandei longe, não aguentava mais olhar para aquele salto que me deixava maravilhosa e cansada ao mesmo tempo. Troquei de roupa, colocando um short meio curto preto e uma blusa de moletom cinza, desci para cozinha e lá estava ele encostado na pia olhando para o teto.
— Pensando em reformar a casa? — perguntei meio irônica parada na porta de braços cruzados.
— Até que não seria má ideia, mas não. — ele me olhou tranquilamente.
— Por que ficou tão sério? — descruzei meus braços e caminhei até ele.
— Estava tentando voltar ao normal. — ele respirou fundo. — Quando olho para aquele homem e me lembro de tudo que ele te fez, me sinto como se tivesse preso e não pudesse fazer nada pra te proteger.
— — eu segurei em sua mão — você já está fazendo isso, e nesta noite eu consegui encerrar toda minha lembrança com Suho.
— ? — ele me olhou intrigado.
Eu sorri e me afastei indo até a geladeira, peguei duas garrafas de soju e me voltei para ele.
— Então, que tal uma comemoração só nossa? — eu deu um sorriso meio malicioso.
— , sabe que essa será sua terceira vez?
— Mas será a primeira feliz e não chorando — o olhei.
— Ok. — ele andou até mim e pegou uma das garrafas. — Me convenceu.
Nós bebemos bem, tanto que nem vimos nossos irmãos irem dormir, eu estava mesmo feliz por tudo aquilo, por me sentir tão leve e por estar com uma pessoa que me fazia tão bem. Eu não sabia como definir meu relacionamento com , mas sabia que era algo muito positivo, e depois da declaração dele, sentia meu coração aquecido de novo, eu podia amar novamente e podia amar .
No final, foram mais que duas garrafas e as coisas foram ficando meio quentes e não estávamos muito sóbrios novamente. começou a se aproximar muito de mim, estávamos sentados no carpete da sala conversando quando ele me beijou de surpresa. Seu beijo tinha o mesmo gosto, estando sóbria ou não, era o melhor beijo da minha vida, doce e suave com aquele toque de malícia e respeito, eu achava aquilo incrível e ao mesmo tempo me dava uma adrenalina incomum.
Suas mãos estavam sempre cautelosas depositadas ou na minha cintura ou no meu ombro, às vezes mexia em meus cabelos. Acho que era eu a bêbada da situação, porque a maioria dos homens costumavam ser mais aproveitadores nesta situação, mas ele não, me deixava mais sem fôlego ainda com suas ações e reações.
Eu realmente perdi os sentidos de tudo com aqueles beijos, me perdi tanto neles que nem me lembro como acabou tudo. O que tinha acontecido? Acordei me sentindo meio estranha, não por causa da ressaca, mas ao passar a mão sobre a cama senti algo estranho ao meu lado, abri os olhos de repente e olhei para o lado…
— AHHHHHHHHH!!! — eu gritei no susto, estava no quarto de , na cama de e com ele ao meu lado.
— O que houve? — ele se levantou no susto também se sentando. — A casa ta caindo?
— Não. — eu o olhei assustada. — Eu estou aqui.
— Não vejo problema nisso — ele sorriu de canto.
— ? — gritei com ele. — O que vão pensar da gente, nossos irmãos? Minha mãe? — eu tentei me levantar, mas estava tão enrolada no lençol que acabei indo de cara no chão.
— Calma. — ele segurou o riso. — Não aconteceu nada, se é isso que te preocupa.
— Nada? — eu o olhei ainda caída no chão. — Da última vez você me omitiu um beijo.
— Eu jamais faria isso com você, ainda mais naquele estado. — ele riu ainda mais. — Não se preocupe, quero você da forma certa.
Ok, aquilo bateu muito fundo no meu coração, ele me queria e da forma certa, será que era um sinal de compromisso? Quando ia me levantar, Sakura apareceu na porta do quarto, me joguei no chão de novo, não queria que ela me visse lá.
— Bom dia, oppa! — disse ela animada.
— Bom dia, unnie. — ela agachou e me olhou por debaixo da cama. — Está tudo bem? Caiu da cama?
— Hum? — eu tentei conter o desespero, aquilo não era cena para uma criança tão inocente e fofa como ela. — Ah. — levantei minha cabeça. — Sim, querida, eu cai.
— SunHill e JinHo prepararam o café hoje, estamos esperando os dois! — ela sorriu e saiu saltitando.
— Oh, céus! — eu me levantei com certa dificuldade me desenrolando do lençol.
— O que foi? — ele começou a rir de mim. — Pare de ficar assim, nossos irmãos querem isso tanto quanto a gente.
— Isso o quê? — o olhei assustada.
— Que fiquemos juntos. — ele se levantou, estava sem camisa, tentei desviar meu olhar para porta, mas estava complicado, ele andou até seu closet e entrou. — Pare de agir assim. — ele demorou uns instantes e voltou para o quarto vestido com uma blusa simples. — Somos adultos e eu já te disse que não aconteceu nada.
— Você disse. — eu assenti. — Mas me faça acreditar.
— No momento certo, da forma certa. — ele caminhou até mim e colocou suas mãos em minha cintura suavemente me olhando de forma serena e tranquila. — E com a senhorita assinando suas matérias como a senhora , aí sim será o momento certo. — pude ver a sinceridade em seus olhos.
— O que está querendo dizer? — eu sabia que aquilo era um início de pedido de casamento, mas queria ouvir as palavras certas.
— Sou um homem um pouco conservador — ele riu de canto entendendo minha intenção.
— Só isso? — eu me afastei dele. — Vou para meu quarto trocar de roupa.
Saí dali com ele rindo de mim, aquele filho lindo de uma mãe maravilhosa ainda sabia me deixar fora de mim. Nós descemos de roupa trocada e juntos, é claro que nossos irmãos iriam brincar com os acontecimentos.
— Couple magazine — disse JinHo fazendo todos rirem.
— Não comecem… — eu protestei.
— Por que não? — HeeSong riu. — E pra quando será o casamento? Sua mãe vai vir, né?
— Até você, HeeSong? — eu o olhei admirada.
Todos riram com aquilo, mas aquele comentário me fez lembrar de uma coisa. Em todo o tempo que eu estava em Seoul, foram poucas as vezes que tinha entrado em contato com minha mãe, e da última vez minha tia havia dito que ela não estava muito bem de saúde.
— Está tudo bem, unnie? — perguntou SunHill.
— Sim. — eu me sentei à mesa. — Só estou me lembrando que tenho que ligar para casa.
— No Brasil, noona? — perguntou DongHo.
— Sim, querido, minha mãe, preciso saber se ela melhorou.
— Tomare que sim, a tia Adélia é muito legal — disse JinHo.
Eu gostava desse carinho que meus irmãos tinham com minha mãe, e de como ela e meu pai continuaram sendo amigos depois da separação, ela se dava super bem com a SoonHee. Apesar deste momento meio triste, as brincadeiras continuavam e nossos irmãos sempre falando de casamento. Ao final do dia, o resultado do concurso finalmente havia sido postado, e como era esperado, a revista CéCi iria representar a Coreia do Sul no próximo ano na feira de Londres. Estava feliz por , por mim e por essa conquista, estava muito feliz mesmo, mas como sempre, felicidade de pessoas comuns dura pouco. Eu não estava conseguindo contatar minha tia pela internet, e passei dois dias tentando obter alguma notícia, até que liguei para minha assistente no Brasil e recebi uma notícia que me fez quase desabar. Minha mãe estava mesmo doente, estava no estágio inicial de câncer de mama.
Fiquei desesperada com aquela notícia, nem mesmo conseguiu me acalmar por um tempo, queria ficar ao lado da minha mãe, já tinha perdido meu pai e não queria perdê-la também. Arrumei minha malas correndo e comprei uma passagem para o Brasil, não podia ficar mais em Seoul. Era difícil para mim ficar longe dos meus irmãos, ainda mais que já tinha me acostumado a estar perto deles com aquela rotina doida, mais ainda, não queria me afastar de , ainda mais quando infelizmente meu cérebro insistia em pensar na Yoona e ele na revista CéCi trabalhando juntos.
— Então — eu respirei fundo e olhei para o teto do aeroporto —, não é um adeus, vocês sabem disso.
— Unnie, não podemos mesmo ir com você? — perguntou SunHill.
— Não. — eu olhei aquelas carinhas tristes. — Por mais que estejamos no final do ano, vocês ainda tem aula. E estará aqui com vocês.
— Não será a mesma coisa sem os dois juntos — retrucou DongHo.
— Prometo voltar rápido — tentei segurar o máximo minha lágrimas, mas era complicado, ainda mais ver que estava se segurando também, se mantendo forte por nós dois.
— — ele me puxou me abraçando — não se esqueça que sempre estaremos com você, onde quer que vá.
— Komawo — eu sussurrei, aquele abraço tinha tanta energia e me deixava tão tranquila.
Não foi fácil para mim deixá-los, era como se estivessem separando uma parte de mim, mas eu precisava ser forte para dar apoio a minha mãe, era iria realizar sua cirurgia em dois dias.
“Meu papai me disse uma vez,
“Estando com alguém que você ama,
Vai fazer você ser uma pessoa mais forte”.
— Indestructible / Girl’s Generation
10
“Amor, oh baby minha garota
Você é meu tudo, minha deslumbrante e linda noiva
Você é um presente de Deus
Nós seremos muito felizes, seus olhos negros se encherão de lágrimas
Mesmo que seu cabelo escuro venha a se tornar branco
Meu amor, você é meu amor, juro como eu te amo.”
– Marry U / Super Junior
– on
Eu não queria que aquilo tivesse acontecido com sua mãe, estava tudo indo tão bem em nossas vidas, que estar longe dela agora me fazia ficar desanimado em tudo. Eu não podia me sentir assim, tinha que cuidar dos nossos irmãos, e estar em equilíbrio era essencial, afinal, ela poderia se sentir segura para se apoiar em mim.
Havia passado uma semana que tinha voltado para o Brasil, recebi algumas mensagens dela no kakaotalk falando sobre o tratamento de sua mãe, eu não conseguia deixar de me preocupar não somente com a saúde da ajumma, como também com essa distância que nos separava, mas me mantinha firme para ela.
Confesso que sentia falta dela, da sua voz, de como ela me olhava sem entender minhas atitudes, até mesmo Eunhae sentia sua falta. Eu estava no escritório tentando me concentrar no trabalho; concentração, eu realmente precisava disso, mas não conseguia. Oficialmente tinha concluído três horas olhando para o notebook sem saber o que fazer.
— Oppa? — disse uma voz conhecida. — Oppa?
— Hm? — eu tentei voltar ao normal e olhei em direção a porta. — Yoona?
— Oppa! — ela entrou sorrindo. — Fiquei preocupada, você não foi a revista essa semana.
— Bem — eu respirei fundo — Ando tendo alguns problemas pessoais.
— Deixe-me adivinhar. — ele colocou sua bolsa na cadeira. — Tem algo relacionado a ela?
— Se está falando da , sim.
— Oppa, desde que ela apareceu você tem problemas. — ela cruzou os braços me olhando. — Acho que ela foi tarde.
— Você não entenderia. — eu me levantei. — Yoona.
— Oppa? — ela descruzou os braços e me olhou sem entender.
— Acho que eu deveria ser sincero com você, antes que seja tarde.
— Oppa, está falando da minha carta?
— Sim. — eu a olhei nos olhos, procurava palavras para dizer tudo que eu sentia, mas não queria magoá-la. — Yoona.
— Acho que terei que ser direto, assim terei mais coragem. — respirei fundo. — Não posso aceitar seus sentimentos por mim.
— Oppa? — ela me olhou sem entender, pude ver as lágrimas se formando no canto dos seus olhos.
— Mianheyo, Yoona, mas meus sentimentos e meu coração pertencem a outra pessoa. — eu segurei de leve em sua mão. — E mesmo se essa pessoa não tivesse se apoiado em mim, eu sempre a veria como uma irmã.
— Oppa — sua voz falhou, ela estava olhando para o chão, mas vi uma lágrima cair dos seus olhos.
— Mianheyo — eu me aproximei meio sem jeito, não queria arrancar lágrimas dela, dei um leve beijo em sua testa, me afastei e saí do escritório.
Eu não conseguiria ficar ali vendo ela chorar, eu sempre tentei não dar esperanças para Yoona, sempre a vi como uma irmã mais nova. Eu nunca permitiria meu coração olhar para outra mulher que não fosse a , mesmo se ela não me quisesse, meu amor seria dela para sempre. Caminhei pelo jardim e entrei no estúdio dela, de toda a casa, aquele lugar era o que mais me fazia lembrar dela, era como se seu perfume estivesse grudado naquele lugar e me fizesse me sentir mais preto dela. Eu sentia sua falta, naquele um ano que a tinha perto de mim me fez ficar ainda mais apaixonado por ela, não queria me manter afastado.
— Hyung? — disse HeeSong ao bater na porta.
— Sim. — eu me virei e olhei para porta. — Aconteceu alguma coisa?
— A noona já foi. — ele encostou de leve na porta. — O hyung está bem?
— Sim, estou tentando ficar — desviei meu olhar para a janela.
— Por que o hyung não vai buscar a noona?
— É! — ele me olhou tranquilamente. — Eu e JinHo podemos cuidar dos outros.
— Ela não pode vim, sabemos disso.
— Hyung, a ajumma poderia vir também, afinal, somos uma família. — ele se afastou da porta. — E a família fica mais forte unida.
Ele saiu e eu fiquei pensativo, mas HeeSong estava certo, de certa forma nós éramos mais fortes quando estávamos unidos, e a ajumma era da nossa família. Tinha me resolvido, eu iria para o Brasil buscar ela.
– off
Mesmo sabendo que estaria cuidando dos nossos irmãos, eu ainda não conseguia manter minha mente 100% no Brasil, sempre me pegava pensando neles, na minha vida em Seoul. Nesta última semana eu mantinha uma rotina diária de ajudar minha mãe em sua recuperação e outros assuntos profissionais. Tinha passado muito tempo longe de casa, eram tantos problemas que não sabia quais resolvia primeiro.
“Aqueles dias de apenas coisas bonitas,
Vendo juntos apenas as coisas boas sobre nós
Comendo junto, se divertindo juntos
Chorando juntos e rindo juntos
Obrigado por acreditar em mim que eu não vou cair
E por estar ao meu lado, realmente muito obrigado.”
– From U / Super Junior
Era terça-feira e eu estava saindo do prédio da editora, foi quando me surpreendi totalmente com o que vi, aquela pessoa parada encostada no meu carro de braços cruzados me olhando, não consegui conter aquela emoção de vê-lo e lágrimas de formaram no canto dos meus olhos. Ele se afastou do carro e veio em minha direção, assumo, não aguentei esperar ele chegar até mim, corri e quando cheguei perto o agarrei, bem, era para ser um abraço.
— Calma, assim vai me derrubar — ele riu de leve retribuindo o abraço.
— — eu sussurrei seu nome, não conseguia parar de chorar.
— Estou aqui para ser seu ponto de apoio, não vou te deixar — sua voz suave e doce era tudo que eu precisava naquele momento.
— — eu me afastei dele um pouco o olhei — Como chegou aqui?
— De avião — eu riu de leve.
— Não estou falando no Brasil, mas aqui na editora. — eu olhei para ele segurando o riso. — Espera, nossos irmãos!
— Calma, está tudo sob controle em Seoul. — ele me abraçou de leve novamente. — Não importa como consegui chegar aqui, apesar de existir o Google Maps, mas o que importa é que estou aqui.
— Obrigada — eu sussurrei de leve.
— Saranghae — ele sussurrou de volta.
Aquela palavra vindo dele me dava força, só o fato dele estar ali eu já me sentia mais forte para enfrentar tudo. Eu o levei para meu apartamento, ele só tinha ido com uma mochila, não acreditava naquilo, porém sabia que ele não ficaria por muito tempo. Quando entramos, percebi que minha mãe não estava lá, ela tinha deixado um bilhete dizendo que iria sair com minha tia.
— Fique à vontade — eu disse indo para cozinha.
— Agradeço. — ele se sentou olhando sua volta. — Seu apartamento é bonito.
— Obrigada, eu tenho bom gosto. — eu ri e ele também riu. — Está com fome?
Eu preparei um lanche para nós dois e o chamei para comer na cozinha mesmo.
— Agora, posso saber por que está aqui?
— Sim. — ele me olhou de leve, depois voltou sua atenção para o copo de suco. — Mas acho que já tenha algo em mente.
— Gostaria de ouvir de você.
Ele permaneceu em silêncio até terminarmos de comer.
— Gostei da varanda da sala — ele se levantou e caminhou de volta para sala.
— Gostou, é? — eu o segui o observando.
— Sim — ele saiu para varanda e ficou olhando para a vista da cidade.
— Não é tão diferente de Seoul — eu me aproximei um pouco.
— Eu conversei com Yoona — ele permaneceu com sua atenção voltada para a rua.
— Espero que tenha saído tudo bem — eu não queria forçar ele a dizer nada, apesar dele ter me contado que Yoona tinha se declarado para ele, já havia me dito que a via como uma irmã.
— — ele me olhou sério, porém com uma certa suavidade.
— Sim — eu o olhei, ele retirou uma caixinha do bolso, senti um frio de leve na barriga.
— Sei que foi somente uma semana, mas… — ele se ajoelhou me olhando e abriu a caixinha. — Nesta uma semana que passei longe de você, senti que minha vida não fazia sentido, senti que precisava estar ao seu lado, com você, te manter em segurança sempre.
— — eu segurei minhas lágrimas — Isso é?
— O motivo de estar aqui, não é somente para te levar para casa, mas porque quero que você seja a senhora .
— ,
would you marry me? — ele deu um sorriso tão fofo que perdi a respiração na hora.
“Eu havia preparado isto para você há tanto tempo.
Por favor, aceite este anel brilhante em minhas mãos.
Apenas como o dia de hoje, lembre-se desta promessa que estamos firmando agora.
Você casaria comigo?”
– Marry U / Super Junior
É óbvio minha resposta, o que eu sentia por ele era tão forte quanto o que ele sentia por mim. Quando eu disse ‘sim’, me beijou no impulso, senti minhas pernas bambas e meu coração acelerado, aquela sensação era tão boa e aquele momento tão bom, me fazia esquecer os problemas.
— . — eu me afastei dele um pouco. — Sabe que não posso deixar minha mãe.
— Eu não pediria isso para você. — ele segurou em minha mão entrelaçando nossos dedos, com um lindo sorriso. — HeeSong me disse uma coisa que me fez refletir.
— Somos mais fortes unidos.
— Bem — ele acariciou minha face devagar — Tivemos a ideia da ajumma voltar conosco, somos uma família e todos queremos ela em Seoul também.
— Sério? — eu não acreditava naquilo, mas aquela proposta me parecia tão boa e eu estava mesmo com saudade dos nossos irmãos.
Quando minha mãe chegou, contamos tudo a ela. Ela ficou feliz por mim e preocupada se não iria nos atrapalhar e incomodar. Mas foi tão paciente com ela, que a convenceu de imediato a ir para Seoul conosco. Era uma ideia arriscada, pois minha mãe ainda estava em tratamento, mas ele tinha preparado tudo, até mesmo o médico que iria cuidar dela em Seoul. Finalmente assim, eu poderia voltar sem preocupações para aquela que passei a considerar minha casa.
Levamos três dias para organizar tudo, a medicação e medidas de repouso da minha mãe, colocar meu apartamento na imobiliária para alugar, e resolvi me demitir da editora, e não, não estava desempregada, havia me convidado para trabalhar na revista CéCi, eu havia conquistado a confiança do dono. Seria legal, ainda mais que Yoona iria para os Estados Unidos estudar, seria o céu trabalhar naquela revista.
Quando desembarcamos no aeroporto de Incheon, meus irmãos estavam nos esperando no saguão, fiquei surpresa por aquilo.
— Unnie! — Sakura gritou e correu até mim.
— Minha pequena! — eu a abracei segurando em meu colo de leve, depois a coloquei no chão novamente.
— Senti saudade, unnie! — seus olhos estavam brilhando.
— Eu também, princesinha! — eu sorri para ela e me levantei, os outros estavam se aproximando.
— Unnie. — SunHill me abraçou, depois abraçou minha mãe. — Ajumma, seja bem vinda.
— Obrigada, muito bonita esta recepção. — disse minha mãe já indo abraçar DongHo.
— Estamos felizes que tenha vindo com a unnie, ajumma. — disse HeeSong com um largo sorriso.
— Estamos todos juntos agora. — disse ao segurar minha mão e mostrar aos meus irmãos.
— Ommo! — JinHo começou a rir. — Jinja? Você conseguiu encontrar as palavras certas, hyung?
— Ah, finalmente ele disse — eu brinquei fazendo todos rirem.
— Acho melhor irmos para casa — disse meio sem graça, era tão fofa aquela cara dele.
Tivemos que nos dividir em dois táxis, quando chegamos em casa, acomodei minha mãe no meu quarto, eu iria dormir no da Sakura. Seria mais uma etapa em nossas vidas, afinal, o um ano de prazo para a decisão da guarda de nossos irmãos já estava quase se completando. Admirável como o tempo passa rápido, já iria completar um ano que eu morava com , um ano com ele e muitas coisas haviam acontecido.
“Dizer que te amo é o que desejo fazer durante todos os dias da minha vida.
Você casaria comigo?
Quero te amar, te proteger e viver com você.”
– Marry U / Super Junior
Havia chegado o dia do nosso casamento, eu estava meio nervosa com tudo aquilo. Se me dissessem que um dia eu me casaria com ele, jamais acreditaria, ainda mais depois de tantas coisas do passado, mas enfim, não quero me lembrar disso agora. Um dia especial e memorável, por ironia e outros sentimentos que não citarei, convidou para ser nosso padrinho de casamento. era um homem incrível e, mesmo com as provocações, aceitou o convite, ao lado dele ficaria minha assistente que havia se mudado para Seoul também, ela iria trabalhar comigo na CéCi.
também convidou o dono da CéCi e sua esposa para serem padrinhos juntos, eu fiquei surpresa ao ver Yoona na cerimônia, mas na festa de comemoração em nossa casa ela não apareceu. Foi uma noite inesquecível, e não tirava os olhos de mim, inacreditável, mas agora iria assinar minhas matérias como a senhora .
Eu e saímos na metade da festa e fomos para uma pousada, tínhamos ganhado a estadia de presente do dono da CéCi. Um lugar muito bonito no litoral da ilha de Jeju, quando chegamos, fomos bem recebidos pelo gerente que nos mostrou nosso quarto.
Ao entrar meus olhos brilharam, eu caminhei até a varanda que dava vista para o mar, enquanto se despedia do gerente, fiquei alguns minutos olhando a paisagem, aquele lugar era lindo.
— Gostou da vista? — perguntou ele parando na porta e se encostando na parede.
— É lindo. — meu me virei para ele e sorri. — Aqui parece ser mágico.
— Sim — ele concordou com um sorriso.
— — eu o olhei — Estamos mesmo aqui?
— Por que pergunta? — ele me olhou sem entender.
— É que aconteceram tantas coisas em apenas um ano. — eu desviei meu olhar para o lado. — Às vezes acho que vou acordar e tudo isso vai desaparecer.
— — ele se aproximou de mim — Fala do nosso sentimento?
— Às vezes é inacreditável isso, sempre fomos distantes um do outro e agora estamos casados.
— Mesmo que tudo isso seja imprevisível. — ele pegou em minha mão e entrelaçou nossos dedos sorrindo. — Meus sentimentos por você sempre foram positivos e verdadeiros.
— Eu sei. — eu o olhei e sorri também. — Só não consegue dizer.
— Nunca fui bom com palavras, mas lhe mostrarei meu amor. — ele tocou de leve em minha cintura, senti um breve arrepio. — Saranghaeyo. — ele sussurrou.
me beijou, no início era suave, seus lábios doces e seu toque leve, depois foi começando a ficar intenso e malicioso. Acho que ele estava guardando tudo para aquela noite, ele me pegou no colo de leve e eu ri, seu olhar era tão sereno, seus olhos brilhavam para mim. Senti meus batimentos se acelerarem quando ele me colocou de leve na cama, queria eternizar esta noite, nossa primeira, de muitas noites juntos.
Seus beijos e suas carícias, eu me sentia ainda mais quente com ele, não vimos a hora passar, e quem liga para hora quando se está em um momento especial com a pessoa amada, e parecia que a noite estava mesmo contribuindo para o nosso amor. Eu me sentia enfim realizada, não só profissionalmente, mas sentimentalmente. Era casada com um maravilhoso, gentil, romântico e lindo homem chamado .
“Eu perdi minha mente, no momento em que te vi
Exceto você, tudo ficou em câmera lenta
Diga-me, se isso é amor
Compartilhando e prendendo, incontáveis emoções todos os dias com você
Brigando, chorando e abraçando
Diga-me, se isso é amor.”
– What is Love / EXO
Quando finalmente acordei, já era manhã, acho que 10 da manhã. Virei para o lado e senti que faltava aquela linda pessoa, me espreguicei de leve e abri meus olhos.
— Bom dia, senhora — disse ele.
— Bom dia, senhor — eu sorri, era mesmo um lindo dia.
— Está com fome? — ele estava de pé me olhando perto da porta da varanda.
— Bem, o meu marido me tirou toda energia noite passada, então acho que tenho que recarregar.
— Interessante — ele não conseguiu segurar o riso.
— O que temos para o café? — eu me levantei e percebendo que estava só de lingerie, coloquei sua camisa que estava no chão.
— Muitas coisas. — ele se aproximou de mim. — Mas antes, nossa primeira foto juntos. — ele pegou minha câmera.
— Agora? — eu recuei. — Estou com sua camisa e descabelada.
— Está linda como sempre — ele me puxou para perto e sem que eu conseguisse escapar e tirou a foto.
— . — eu o empurrei de leve — Como pode fazer isso comigo, olha o estado que você me deixou! — eu apontei para meu cabelo.
— Podemos resolvei isso antes do café — ele me beijou de surpresa envolvendo seus braços em minha cintura.
— Ei! — eu o empurrei de novo rindo. — Não vale, não é assim que se resolve.
— Que tal um banho juntos? — ele sorriu maliciosamente.
— Senhor meu marido, comporte-se. — eu ri. — Estou mesmo com fome.
Tomamos o café da manhã, tinha tantas guloseimas naquela mesa que cheguei a ficar perdida sem saber o que comeria primeiro, depois tomamos uma ducha rápida, bem que ele queria demorar um pouco, mas coloquei na água fria e logo ele saiu. Fiquei rindo da sua cara, nos trocamos e saímos um pouco para que eu pudesse conhecer o lugar. Eu havia visitado Jeju somente uma vez, quando meu pai e SoonHee haviam planejado umas férias de verão em família, naquela época, coincidentemente, eu pude participar e também.
Nós caminhamos um pouco pela praia, uma brisa gostosa e leve passava por nós, a parte chata é que só tínhamos aquele final de semana para aproveitar nossa curta lua de mel, depois disso a revista CéCi nos aguardava para o planejamento da Feira Internacional de Jornalismo em Londres. Eu queria aproveitar cada segundo ali, visitamos vários lugares depois do almoço, e acabei comprando uma pulseira de uma ajumma que vendia bijuterias na praia.
Ao final da tarde começou a chover, corremos para a pousada, mas não adiantou muito, ficamos totalmente molhados. Entramos no quarto entre risos, eu tirei minha blusa e coloquei na cadeira.
— Teremos que tomar outro banho. — eu espremi um pouco meu cabelo. — Assim não ficaremos resfriados.
— Hum. — ele me olhou com um sorriso de canto suspeito — Tive uma outra ideia.
— Surpreenda-me — eu disse segurando o riso.
— Existe uma forma mais rápida de elevar as temperaturas e aquecer o corpo. — ele se aproximou mais de mim. — Uma forma muito boa.
— Sei. — eu o olhei desconfiada. — E qual…
Nem mesmo consegui terminar a frase, fui interrompida por um beijo dele. E aquela forma realmente era eficaz, até mesmo o quarto parecia ficar cada vez menor. Mesmo sendo poucos dias, conseguimos aproveitar nossa lua de mel, e aproveitamos muito bem!
“Isso é amor, isso é amor
O céu limpo, o sol acima do horizonte
Isso é amor, isso é amor
Você me ensinou que tudo no mundo é amor.”
– This Is Love / Super Junior
11
“Eu sei e eu acredito em amor à primeira vista.
Quando abro meus olhos pela manhã, eu posso sentir
O beijo que proporcionou lindos sonhos na última noite.”
– So I / Super Junior
Hoje estávamos completando dois meses de casados, nossa rotina não havia mudado muito, porém agora tínhamos a ajuda da minha omma para cuidar das crianças. Era final da tarde e eu estava pegando Sakura e Dongho na escola, quando chegamos em casa, mandei os dois direto para o banho, enquanto caminhei em direção à cozinha.
— Olá mamãe! — disse ao ver minha mãe preparando a salada para o jantar.
— Oh querida, chegou um pouco mais tarde hoje. — ela me olhou. — E sem o marido.
— Sim. — eu ri do comentário dela. — ainda está na editora e eu peguei Sakura e Ho na escola.
— Hum — ela sorriu — Estou tão feliz por você, querida, sempre senti que gostava de você, mas não conseguia demonstrar.
— Hoje em dia tem horas que ele demonstra além do que precisa — eu ri me lembrando no beijo repentino que ele me deu na saída da sala do presidente Park.
— Mas vocês dois se completam. — ela colocou a tigela de vidro com a salada na mesa do jantar. — possui por você, o mesmo olhar que SoonHee possuía pelo seu pai, um amor puro e sincero.
— É tão bonito como a senhora fala da SoonHee — eu encostei na parede a olhando organizar a mesa.
— Apesar de minha história com seu pai ter se resumido a somente você, eu fiquei feliz por ele ter encontrado alguém de bom coração como a SoonHee.
— Ajumma, a senhora também tem um bom coração — disse DongHo na porta da cozinha.
— Que lindo. — minha mãe sorriu. — E ainda foi capaz de fazer filhos maravilhosos.
— A noona também é — acrescentou ele.
— Komawo. — eu caminhei até ele e o abracei. — Você tem algum dever para fazer hoje?
— Não noona, fiz todas na escola. — ele sorriu.
— Muito bem. — eu segurei em sua mão — Que tal vermos onde está Eunhae?
Nós caminhamos até o jardim nos fundos da casa e lá estava Eunhae deitado na porta do meu estúdio de fotografia, DongHo o pegou no colo e o trouxemos para dentro de casa, colocamos um pouco de ração na sua tigela e o observamos comer um pouco. Eu deixei DongHo na sala e subi para o quarto.
Desde os últimos acontecimentos, com a decisão da guarda conjunta de nossos meio irmãos, o casamento e a vinda da minha mãe para a Coreia, algumas mudanças aconteceram nos quartos. Eu e passamos a dormir no quarto que era dos nossos pais, pois era mais espaçoso e confortável para um casal, assim minha mãe ficaria definitivamente com meu quarto. Sakura, DongHo e SunHill tinham quartos só deles, e com esta mudança, JinHo e HeeSong puderam finalmente dormir em quartos separados, JinHo ficou com o quarto que era de .
A felicidade era conjunta com essas divisões, ainda mais que meus irmãos sempre torceram para que eu e fossemos um casal, e tínhamos nos transformado em um completo até com nome elaborado por Jinho: Couple Magazine. Quando cheguei em meu novo quarto, caminhei até o banheiro já tirando minha blusa.
— Isso é um convite? — disse um voz grossa e sinuosa vindo do lado direito do quarto, onde ficava a escrivaninha.
— Entenda como quiser — eu ri entrando no banheiro.
Em poucos minutos debaixo do chuveiro, senti a mão de pegar em meu braço e virar meu corpo, fiquei assustada.
— O que está fazendo? — perguntei para ele.
— Foi você quem me provocou — ele sorriu de canto e de beijou de leve.
— Hum. — eu o olhei após o beijo. — Só isso?
Ele aproximou ainda mais nossos corpos e me beijou com mais intensidade. Foi um momento que não tínhamos testado antes, mas tomar banho com ele era um tanto… bem, aquilo não poderia ser chamado de banho, aquele box se transformou em uma sauna de tão quente que havia ficado. Demoramos um pouco, e como demoramos, sentir seu toque e seu beijo no final de um dia estressante era como uma carga de energia entrando em meu corpo, uma carga que só com seu amor poderia me dar.
Nem me sentia mais cansada fisicamente e mentalmente, aquele momento com ele era mágico como todos os outros. A cada gota de água que caía em nossos corpos evaporava com rapidez e precisão, ficamos algum tempo em sincronia com respiração e batimentos acelerados, a cada olhar fixo um arrepio a mais. Se esta era a vida de uma mulher casada, eu estava saboreando cada momento, me pergunto por que não me casei com ele antes.
— Podíamos fazer isso mais vezes — comentei, escondendo o sorriso enquanto secava meus cabelos com a toalha.
— Podíamos repetir isso agora — sugeriu ele encostado na parede da porta do banheiro com a toalha enrolada na cintura, me olhando.
— Não. — o olhei tentando ficar séria, queria dizer sim, mas tínhamos uma vida fora daquele quarto. — Acho melhor colocar um roupa logo, o jantar deve estar quase pronto.
— Malvada — ele me olhou com uma carinha fofa e triste ao mesmo tempo.
— Como resistir ao meu marido? — me perguntei o olhando.
— Simples. — ele caminhou até mim e segurou em minha mão com suavidade. — Não resista.
Ele me beijou novamente, eu já imaginava que após aquele beijo não iríamos sair daquele quarto tão cedo.
“A vida não poderia estar melhor
Irei prendê-la em meus braços e voar
Voaremos em direção à lua azul
Irei beijá-la enquanto estiver dormindo
A vida não poderia estar melhor.”
– Miracle / Super Junior
SunHill – on
Felizmente, após mais um dia de aulas chatas e desestimulantes, JinHo, HeeSong e eu chegamos em casa, tínhamos voltado e ônibus desta vez.
— Ah, que bom que é sexta — disse JinHo jogando sua mochila na porta e indo direto para o sofá.
— Não tem outro lugar pra essa mochila, não? — reclamou HeeSong.
— Não sei por que ainda pergunta. — eu ri colocando minha mochila no outro sofá. — As coisas dele vivem jogadas.
— Como se você fosse a miss organização — retrucou JinHo.
— Pelo menos nada meu se perde pela casa — retruquei de volta rindo dele.
— Oppas! Unnie! — disse Sakura correndo até nós.
— Oi,
princess da unnie. — eu a abracei de leve. — Onde estão todos?
— Ajumma Adélia está preparando o jantar e DongHo está brincando na varanda com Eunha. — respondeu ela.
— hyung e noona estão em casa também? — perguntou HeeSong se aproximando a escada.
— E onde eles estão? — eu a olhei curiosa.
— Desistam então. — disse HeeSong já subindo os degraus. — Couple Magazine não estão mais disponíveis hoje.
— Os dois não podem ficar juntos que já ficam inativos — brincou JinHo.
— Inativos para o resto do mundo — completei.
— Vocês acham que eu deveria bater na porta? — perguntou HeeSong parando na metade da escada.
— Eles ficariam envergonhados — respondi.
— Seria engraçado, mas quase todos os dias eles fazem isso, desaparecem do nada. — JinHo se levantou do sofá. — Será que a lua de mel ainda tá rolando?
— Estão casados, eles querem privacidade. — segurei o riso. — Talvez estejam encomendando um herdeiro.
— Privacidade não existe nessa casa. — HeeSong riu de canto. — Mas não vou perturbar eles.
— Obrigada! — eu peguei na mão de Sakura. — Vamos, Princess, vamos ver se ajumma já terminou com o jantar.
— Mas eles precisam comer alguma hora! — comentou JinHo pegando sua mochila. — Vou chamar eles.
— JinHo, não faça isso — eu o olhei sério.
— Vou sim, se HeeSong não tem coragem, eu tenho — ele deu uma gargalhada maldosa e subiu as escadas correndo.
— Jinho! — eu gritei inutilmente. — Pabo!
Eu fui para cozinha meio revoltada com JinHo, acompanhada de Sakura.
— O que ouve Sun? — perguntou ajumma me olhando preocupada.
— JinHo que é um idiota. — eu me sentei na cadeira. — Resolveu ir atrapalhar a privacidade do oppa e da unnie.
— Ah — ela colocou a travessa de vidro que continua uma visualmente deliciosa lasanha bolonhesa na mesa — Um dia JinHo será casado e vai entender que um casal precisa ter seu momento sozinho.
— Por isso a unnie e o oppa ficam tanto tempo trancados no quarto? — perguntou Sakura com sua inocência.
— Sim, pequena, seus pais também tinham estes momentos.
— Eu não me lembro, ajumma — Sakura a olhou meio confusa.
— É porque você era bem pequena, Princess — eu olhei para Sakura e sorri.
— Que tal as duas lavarem as mãos e chamarem DongHo, o jantar está pronto — disse ajumma com doçura na voz.
— Sim — assenti me levantando da cadeira.
SunHill – off
Levamos um meio susto quando ouvimos quatro toques na porta, meu coração gelou na hora, não sabia se fingia que não tinha ouvido ou se tentava me afastar de para abrir a porta, mas em seus braços, jogada deitada naquela cama, eu estava tão confortável. Ouvimos mais duas batidas e um breve riso vindo do corredor.
— Noona? Hyung? Vocês ainda estão vivos? — era a voz de JinHo que parecia segurar o riso.
— Estamos ocupados — gritou rindo em silêncio me olhando.
— O que ele quis dizer é que estamos descendo daqui cinco minutos. — eu gritei meio sem graça, olhei para . — Para de dar asas à imaginação deles.
— Estamos esperando lá embaixo — gritou HeeSong.
— E você acha que eles estão pensando que estamos trancados no quarto brincando de League of Legend? — ele olhou para o lado rindo ainda mais de mim.
— Nem vou comentar sobre isso — meu corpo estava meio em cima do dele, me afastei e levantei da cama, estava apenas com minha lingerie.
— Ah, por que levantou? — ele ergueu seu corpo me olhando. — Você disse cinco minutos, imagine o que podemos fazer em cinco minutos? — ele sorriu de canto.
— Acabei de reduzir para dois — eu me virei e entrei no closet rindo.
— Malvada — gritou ele rindo do quarto.
Confesso que demoramos os cinco minutos para sair do quarto, afinal, tinha alguns métodos de me deixar sem reação, principalmente quando sorria de forma tão doce para mim. Que mulher apaixonada resiste a um marido tão lindo assim? Nenhuma, e eu não seria a primeira a resistir!
— Ah, finalmente! — disse JinHo, quando entramos na cozinha.
— Pensamos que tinham sido abduzidos — brincou minha mãe.
— Até você, mãe? — eu a olhei me fazendo de indignada me sentando na cadeira.
— Estou convivendo muito com JinHo — brincou ela.
— Só ajumma me entende nessa casa. — disse JinHo. — Mas estávamos mesmo preocupados.
— Como foi na revista hoje? Novidades, oppa? — perguntou SunHill ansiosa.
— Se está perguntando do seu trabalho de meio período, não se preocupe, falei com o setor de edição de imagens e eles gostaram da ideia, pode ir amanhã para saber sobre a vaga.
— Jinja? — ela sorri. — Vou ter um trabalho de meio período!
— Parabéns, noona! — disse DongHo.
— Obrigada, Ho! — ela sorriu para ele.
— Então, eu estava me lembrando na revista, que este ano vocês dois vão fazer a prova para as universidades — olhei para HeeSong e JinHo.
— Sim. — HeeSong me olhou. — Será mês que vem.
— E você já escolheram alguma? Algum curso? — perguntou já sendo servido pela minha mãe. — Obrigado, ajumma.
— Eu ainda estou indeciso, mas quero algo relacionado a computação e games — respondeu JinHo.
— Sabe que tem que ter vocação para isso? — eu o olhei de leve — Mas games é seu sobrenome mesmo. — brinquei. — E você, HeeSong?
— Estou pensando em fazer medicina.
— Hum… — eu sorri surpresa. — Será um belo médico, e estudioso como é, passará na melhor.
— Fighting! — disse Sakura com empolgação.
Todos rimos da inocência dela, mas sim, estávamos torcendo pelo sucesso de nossos irmãos, assim como todos torceram por mim e juntos.
“Com um sorriso inocente,
Sua voz sempre brilha para mim,
Porque você está (comigo), eu posso sorrir.”
– Kiss kiss kiss / SHINee
12
“No momento em que vi seus olhos (é você)
Você capturou meu coração (é você)
Sem arrependimentos eu escolhi só você (é você).”
– It’s You / Super Junior
Após o jantar, me ajudou a lavar os pratos e deixar a cozinha em ordem. Bem, demoramos um pouco em nossas atividades domésticas, pois sempre interrompia o fluxo da organização para me beijar. O que não sabíamos é que estávamos sendo vigiados por nossos irmãos, a vergonha era nítida em meu rosto com os olhares deles para nós.
— Não era para estarem em outro lugar? — perguntei.
— Ah, mas é tão legal ficar aqui vendo vocês dois trabalharem — brincou JinHo.
— Com certeza. — SunHill riu de leve. — Couple magazine é melhor que dorama.
— É dorama na vida real — completou HeeSong.
— Sei… — eu os olhei séria. — Agora que já viram o capítulo de hoje, vão dormir. — continuei entrando na brincadeira.
— Mas amanhã é sábado — questionou JinHo.
— E vocês tem uma prova importante na semana que vem. — retrucou . — E coloquem Sakura e DongHo para dormir também.
— E o que vocês vão ficar fazendo? — perguntou SunHill.
— Você ainda pergunta? — JinHo a olhou impressionado. — Eles vão evaporar do satélite como todas as noites.
— Yah! Some daqui, JinHo — eu gritei de leve e olhei para , ele estava segurando o riso, por mais que fosse uma brincadeira dos meus irmãos, realmente iríamos desaparecer.
Meus irmãos saíram da cozinha rindo e fazendo piadas sobre o assunto, eu coloquei a mão na boca segurando o riso.
— Eles são demais — disse ao terminar de colocar os pratos no armário.
— Eles são uns bobos. — eu ri de leve o olhando. — Mas não deixam de estar certos.
— Uau. — ele riu me olhando assustado. — Isso é uma indireta para subirmos?
— Não. — eu o empurrei de leve. — Você tem um relatório para entregar na segunda e eu tenho um editorial de verão para elaborar.
— E? — ele envolveu seus braços na minha cintura.
— E que temos trabalho para realizar em casa. — o olhei séria segurando o riso. — Tenho mesmo que me concentrar, este será meu primeiro editorial na CéCi, e próximo sábado já terei que acompanhar o ensaio de fotos, e eu serei a fotógrafa.
— Por que está tão nervosa com isso? — ele me olhou tranquilamente.
— Sabe que não posso fazer feio agora — eu desviei meu olhar para a porta.
— — ele tocou de leve em minha face me fazendo olhar para ele —, a mulher com quem me casei é super criativa, inteligente, otimista, que fez um lindo e perfeito editorial em menos de três meses, depois de ter feito outro que também estava impecável e infelizmente foi roubado; é a mulher que durante um ano conseguiu ser uma irmã/mãe dedicada, uma profissional exemplar e uma mulher encantadora, sem perder seu lado sensível e delicado.
— … — eu sussurrei o olhando.
— Você é do tipo de mulher que jamais decepciona, porque a cada dia você surpreende mais ainda a todos.
Eu não me contive na emoção e o beijei no impulso, doce e suave sentindo ele aproximar ainda mais nossos corpos. Eu me sentia muito mais forte com , e suas palavras haviam reavivado minha confiança que estava sendo testada pela chegada da TPM. Não sei como chegamos no quarto, só me lembro de como me senti ainda mais amada e desejada através dos seus abraços, beijos e carícias.
Na manhã seguinte, acordei antes dele, quando ia me levantar da cama, senti sua mão de puxar, deitei novamente sentindo seu braço se apoiar em cima de mim.
— , tenho que me levantar… — eu murmurei um pouco.
— Não, hoje é nosso dia de descanso. — ele jogou seu corpo mais para cima do meu. — Não vou te deixar fazer nada daquela revista esse final de semana, tenho certeza que sua criatividade pode esperar até segunda.
— Se o editor-chefe está dizendo… — eu murmurei de novo.
— Não só o editor-chefe — ele se levantou e me olhou —, seu marido quem está falando, hoje vamos descansar e nos divertir.
— Divertir? — eu ri. — Espero sair deste quarto alguma hora.
— Yah! — ele riu. — Hoje vamos ter um encontro de casais.
— Como assim, um encontro de casais? — eu me levantei ficando sentada o olhando surpresa.
— Sim. — ele se levantou da cama. — me ligou ontem à tarde e nos convidou para um encontro duplo de casais, ele quer apresentar sua noiva para você.
— Noiva? ? — eu olhei animada. — Que legal!
— Sim. — caminhou em direção ao banheiro. — Ele disse que precisa da sua opinião quanto a moça.
— Vou adorar conhecê-la — me levantei me espreguiçando.
— Uau — da porta do banheiro.
— O quê? — eu o olhei.
— Eu deveria te dar mais camisolas de renda de presente — comentou ele me olhando sinuosamente.
— Hum… — eu o olhei meio receosa.
— Você fica mais atraente usando isso.
— Hum, estou adorando esta chuva de elogios que está me fazendo esta semana.
— Minha esposa precisa de mais atenção essa semana — ele estendeu a mão para mim me olhando com um certo charme.
— Gostei disso! — eu sorri indo até ele.
“Pele com pele
Meu coração se desarma
Você me faz bem
Acendes luzes na minha alma.”
– Creo en Ti / Lunafly
HeeSong – on
Eu estava tranquilo em meu quarto lendo o livro que um dos professores da Universidade da Korea tinha me indicado para ler dias antes da prova. Minha concentração e leitura silenciosa foi quebrada com as suaves batidas de Sakura na porta, virei para trás de olhei para porta, vendo ela com um sorriso meigo no rosto.
— Estou te atrapalhando, oppa? — perguntou ela com timidez.
— Não, Princess. — eu fechei o livro e coloquei em cima da cama, me levantei. — O que você deseja?
— Ajumma está chamando para o café da manhã — respondeu ela.
— Ahh — eu peguei em sua mão — Então vamos tomar o café da manhã!
Descemos as escadas cantarolando e fomos em direção a cozinha, os outros já estavam, exceto hyung e noona, como sempre. Sakura se sentou ao lado de ajumma e eu me sentei entre SunHill e DongHo. Eles estavam falando sobre o que iriam fazer naquele final de semana.
— Então, eu estou pensando em dormir na casa da minha unnie da escola. — disse SunHill colocando um pouco de suco no seu copo. — Vamos fazer uma maratona de filmes românticos.
— Vocês não tem nada melhor para fazer, não? — perguntou JinHo.
— Filmes são bons — ela retrucou fazendo careta, DongHo riu de leve.
— Quando a unnie e o oppa vão descer? — perguntou Sakura.
— Isso é uma incógnita — respondeu JinHo brincando.
— O que é isso, oppa? — perguntou ela o olhando meio confusa.
— Isso quer dizer que não sabemos — respondeu ele.
— Pra dizer a verdade, hoje eles não ficarão tanto tempo desaparecidos — eu respondi fazendo todos me olharem.
— Como assim? — JinHo me olhou surpreso. — Não vamos precisar colocar a fotos deles de desaparecidos nos jornais?
Todos riram automaticamente.
— Não. — eu respirei fundo tentando parar de rir. — Hyung me disse que eles iriam a um encontro duplo de casais.
— Uahhh — JinHo me olhou de boca aberta.
— Jinja? — SunHill quase se engasgou. — Como assim? Um passeio no sábado?
— Um casal não pode deixar a rotina tocar no casamento. — explicou ajumma tranquilamente. — Acho que um passeio é uma boa ideia para eles saírem da rotina.
— Finalmente eles serão vistos esse final de semana — brincou JinHo fazendo todos rirem novamente.
HeeSong – off
— Do que estão rindo? — eu perguntei ao entrar na cozinha de mãos dadas com . — Ah, não, não respondam, pelo olhar de JinHo, já sei a resposta.
— Desculpa noona, mas é impossível não rir quando o assunto é Couple magazine.
— Vocês deveriam diversificar os assuntos — sugeri segurando o riso.
— Couple magazine é o melhor — defendeu SunHill rindo.
Nós tomamos o café entre risos e assuntos mais sérios, como a prova para as universidades e as notas de DongHo que estavam um pouco baixas. Após o café, eu e já estávamos prontos para sair, no caminho deixamos SunHill na casa da sua amiga e seguimos em direção ao parque.
Quando chegamos, e sua noiva já estavam na porta nos esperando, a garota era um tanto simpática e bonita à primeira vista, estatura média e cabelos castanhos, um vestido floral um pouco curto e rodado.
— — eu me curvei em cumprimento sorrindo — Sentimos sua falta!
— Igualmente, . — ele sorriu e se curvou também. — Oi .
— Oi — continuou sério.
— Bem, esta é Gain — apresentou ele de mãos dadas a garota.
— Annyeonghaseyo. — disse ela. — me contou muito sobre você.
— Ah — eu sorri meio sem graça — é um grande amigo.
— Sim. — ela sorriu. — Ele me disse que já trabalharam juntos.
— Que tal entrarmos? — sugeriu .
— Sim, temos muito que aproveitar — concordou .
Passamos uma tarde cheia de diversão e conversa, havia contado muito sobre como era legal trabalhar no Japão e Gain me contou como eles se conheceram e como ela conquistou seu coração. Eu estava feliz por eles, era um amigo muito importante em minha vida, o lado bom de tudo isso era que iria diminuir ainda mais seus ciúmes.
Por mais que estivesse se esforçando para me manter distraída e alegre, eu ainda sentia minhas oscilações de humor. Quando chegamos em casa, comecei a me sentir um pouco mais dramática psicologicamente, eu não entendia porquê. Estava me sentindo tão pra baixo que nem um abraço dele eu conseguia aceitar, infelizmente minhas preocupações quanto ao trabalho estavam voltando em minha mente.
Deitei na cama antes dele e fechei meus olhos, acordei no meio da noite e comecei a chorar, tentei disfarçar as lágrimas e ficar em silêncio, mas ele acordou. Senti seus braços se mover em minha direção e me aninhei, passei a noite sem dormi. Eu tinha, sim, TPM todo mês, mas aquela estava sendo mais intensa do que o normal, tanto que nem um chocolate poderia resolver.
— ? — sussurrou ele ou amanhecer. — Está tudo bem?
— Sim — eu me afastei um pouco e me levantei da cama.
— Não, não está. — ele se levantou atrás de mim e me virou me fazendo olhar para ele. — O que houve?
— Não sei. — eu comecei a chorar. — Estou me sentindo desanimada, com bloqueios, preocupada, ansiosa e muitas coisas piores a mais.
— Calma, é só uma fase. — ele me olhou com carinho. — Você passa por esse momento todo mês.
— Mas esse mês está pior. O trabalho, a pressão, as crianças, parece que não vou conseguir dar conta de tudo, tenho medo de ficar feia e você olhar para outra mulher, eu estou horrível, meu cabelo está péssimo, não consigo pensar em nada para aquele editorial, a consulta da minha mãe é semana que vem e estou com medo da doença não ter ido embora, parece que o mundo está caindo sobre mim…
— , respira. — ele me interrompeu. — Eu sei que é muita coisa para uma pessoa só. Primeiro, vai dar tudo certo; segundo, nem que eu fosse o último homem da Terra, eu olharia para outra mulher a não ser você; terceiro, você continua linda como sempre.
— Fala assim porque é meu marido — retruquei.
— Já que este mês você está mais estressada, então teremos que tomar medidas mais extremas do que um simples chocolate ou pote de sorvete.
— O que você vai fazer?
— Te fazer se sentir a mulher mais poderosa durante essa maldita TPM — ele caminhou até o closet e pegou algumas roupas.
— O que está planejando?
— Vamos sair — disse ele jogando um conjunto de moletom para mim.
— Domingo às 6 da manhã? — perguntei.
— Sim. — ele me olhou. — Vista-se rápido.
Mesmo não entendendo nada, me vesti e saímos. Ele pegou seu celular e mandou uma mensagem antes de ligar o carro. ficou em silêncio durante todo o caminho, quando chegamos, o lugar parecia uma mansão super moderna. Saímos do carro e entramos, logo, um homem com camisa social amarela e calça jeans branca se aproximou de nós com um largo sorriso.
— Hyung. — disse ele, sua voz era meio afeminada. — Fiquei preocupado quando vi sua mensagem, você disse que era caso de urgência.
— E é. — colocou sua mão em minhas costas me empurrando para frente. — Aqui está.
— Ela? — ele me olhou de cima para baixo e pegando minha mão me fez dar uma volta. — Nada mal, hyung.
— O que é isso? — eu olhei para .
— Este é Luigi, um amigo, ele vai cuidar de você hoje.
— Como assim cuidar? — olhei para o homem assustada.
— Querida, você está em boas mãos — ele me pegou pelo braço me puxando para dentro.
— ? — eu gritei.
— Te vejo à noite — ele se afastou e saiu pela porta.
Luigi me arrastou para dentro da casa, me levando para um largo correndo.
— Ei, espera, para onde está me levando? — eu me soltei meio revoltada o olhei séria. — Não dou mais um passo se não me dizer onde estou.
— Calma, . — ele riu — me disse que era meio estressada, mas não achei que era tanto.
— Em contra partida, nem sei quem você é.
— Eu sou o dono deste spa, é aqui que as modelos da revista vêm antes dos ensaios fotográficos. — ele explicou. — me disse que você está com baixa autoestima e pediu minha ajuda, então, a partir de agora seu trabalho é relaxar e curtir seu dia de majestade.
Eu parei um pouco sem reação, havia incomodado um amigo para que eu pudesse me livrar da minha TPM e insegurança? Eu olhei para Luigi e comecei a lacrimejar, estava emocionada por esta atitude do meu marido.
“Creio em você
E neste amor
Que me fez indestrutível
Que deteve minha queda livre.”
– Creo en Ti / Lunafly
13
“Por causa de você, meu coração é colorido
No mundo em preto e escuro, no momento em que tento fechar meus olhos
Você faz minha vida colorida.”
– Colorful / SHINee
Ainda não acreditava que estava em um spa, menos ainda que era uma ideia do meu marido para acabar com minha TPM. Depois que você fica mais íntima, descobre que Luigi é uma pessoa muito divertida e engraçada, ele me contou algumas histórias que modelos que passaram pelo spa para relaxar. Comecei minha sessão terapia pela banheira suprema de hidromassagem, com direito a pétalas de rosas e uma garrafa de champanhe ao lado, meu dia de princesa só estava começando, segundo Luigi.
Meu café da manhã foi recheado de guloseimas que fizeram as pupilas dos meus olhos dilatarem e minha boca salivar sem nenhum esforço, passei por uma massagem veneziana com direito a fundo musical clássico e relaxante, senti todos os músculos do meu corpo se renderem às mãos suaves da moça que estava massageando com perfeição. Pouco antes do almoço passei pela manicure e cabeleireira, vi a olho nu o brilho retornar para meus cabelos, comecei a pensar quando foi a última vez que eu havia separado um tempo para mim depois do casamento.
Não acreditava que eu estava mesmo deixando algo tão novo cair na rotina, acho que eu deveria mesmo relaxar e aproveitar cada dia de uma vez, sem pressa. Duas horas depois do almoço, Sunhill apareceu de surpresa no spa, aquilo me deixou ainda mais intrigada com os planos de para aquele dia.
— O que você está fazendo aqui? — perguntei curiosa.
— Vim de buscar para a segunda etapa do seu dia — ela sorriu fazendo uma cara de mistério.
— E o que seria essa segunda etapa? — a olhei meio desconfiada.
— O que a maioria das mulheres gostam de fazer quando estão deprimidas? — seu sorriso ficou um pouco malicioso e ela levantou um cartão de crédito.
— Não acredito. — eu peguei o cartão e li o nome de escrito. — Isso é real?
— Sim, o oppa disse para comprarmos o vestido mais lindo que encontrarmos, para esta noite.
— Essa noite está prometendo muito — eu sorri de leve mordendo o lábio de leve.
Nós fomos de táxi ao shopping, nossa missão era encontrar o melhor vestido, mas eu não iria deixar de aproveitar o momento, aquele cartão e esse dia que estava tão bom assim e comprar só um vestido. Tanto eu, como Sunhill nos divertimos muito com o entra e sai de lojas, até ela provou algumas roupas que lhe chamou a atenção, foram algumas horas de distração que me fazia me sentir melhor ainda.
— Unnie, olha aquele vestido. — Sunhill apontou para um vestido meio decotado e vermelho que estava na vitrine. — Uah, ele é lindo.
— Lindo mesmo — concordei a arrastando para dentro da loja comigo.
— Boa tarde — cumprimentou a vendedora se curvando de leve.
— Boa tarde, eu gostaria de experimentar aquele vestido vermelho que está na vitrine.
A vendedora assentiu e me perguntou o meu número do meu tamanho, assim que ela retornou com o vestido, se aproximou de mim, eu estava distraída olhando algumas camisas femininas. Sunhill segurou o riso e me ajudou a levar todas as peças que eu tinha escolhido para o provador, foram mais alguns minutos de provas até que me decidi. Acabei levando o vestido vermelho que usaria aquela noite e mais sete camisas femininas para mim, além de uma saia plissada xadrez para Sunhill. Fizemos uma pausa para o lanche, estava mesmo sentindo minha glicose baixa, optamos por um fast food suculento e recheado de batata frita.
Voltamos às compras quase no final da tarde, precisava de um sapato novo para combinar com o vestido, quando finalmente escolhi e encerrei minhas compras, Sunhill me arrastou para o banheiro feminino e me fez me trocar lá mesmo. Fingi que estava concentrada em minha preparação e ouvi algumas partes de sua conversa no telefone com , estava aprontando mais alguma coisa. Não demorou muito para ficar pronta, ela me levou até a entrada do shopping, onde minha nova surpresa estava me aguardando, uma limusine de causar inveja. Me senti no dia do meu baile de debutantes quando meu pai me fez essa surpresa.
— Gostou, unnie? — perguntou ela parando ao meu lado.
— Estou a cada momento mais admirada com tudo — mantive meu olhar na limusine.
— Bem, aqui está sua bolsa de mão com seus documentos, as demais sacolas eu levo para casa — disse ela me entregando a bolsa.
— Bem — eu peguei da mão dela —, mas e como vai voltar para casa?
— Heesong e Jinho vieram na hora do almoço com Sakura e Dongho, devem estar no cinema agora, Sakura queria ver Procurando Dory — era tão tranquilo sua forma de responder.
— Estava tudo combinado então? — a olhei surpresa. — E como sempre sou a última a saber.
— oppa disse que não era para incomodarmos você hoje, unnie. Hoje é seu dia, mesmo não sendo seu aniversário — ela riu de leve.
— Vou confiar. — eu a abracei de leve. — Volte para casa em segurança e nada de ficar acordada até tarde, avise isso para os outros.
— Unnie, pare de se preocupar comigo e os outros, ajumma Adélia estará lá também, vá se divertir.
Eu assenti de leve com um sorriso e entrei na limusine, ela parou em frente a um restaurante luxuoso de Seoul, logo, o motorista abriu a porta para mim. Eu agradeci me curvando de leve, o gerente já estava me esperando na porta e me guiou até o espaço vip do restaurante, espaço esse que era localizado na parte externa, jantaríamos ao luar. Estranhei o fato dele não estar presente ali, me sentei na cadeira e fiquei esperando por alguns minutos, respirei fundo espantando pensamentos negativos.
— Adivinhe quem é? — disse ele tampando meus olhos.
— Se fosse uma mulher seria minha fada madrinha. — brinquei rindo. — Mas como é um homem, tenho certeza que é alguém bem mais especial.
— Hum, interessante. — ele destampou meus olhos e passou por mim para sentar na cadeira a minha frente. — Como está, senhora ?
— Ainda não encontrei uma palavra para classificar esse dia para mim. — eu o olhei com carinho. — Mas este dia está sendo uma surpresa atrás da outra.
— Bem, ainda não terminamos — ele sorriu de canto.
— O que ainda está arquitetando nessa sua mente fértil?
— Como você mesmo disse, surpresa.
Estava ainda mais ansiosa para ver esta surpresa, para deixar o romance prevalecer ainda mais, nosso jantar foi estilo italiano com direito a almôndegas. Brincamos de A Dama e o Vagabundo por um momento com o macarrão, ele saiu um pouco sujo de molho nessa brincadeira, limpei de leve com o guardanapo enquanto ria dele.
— Gosto quando sorri assim — disse ele.
— Acho que estava tão submersa nas minhas preocupações que me esqueci que podia dividir com mais alguém — eu o olhei, ele estava sorrindo de canto como se estivesse satisfeito com o que tinha ouvido.
— Isso é bom, posso pensar que agora terei minha esposa linda e confiante novamente?
— Com certeza. — eu ri. — Não sei como me entende, mas conseguiu, estou bem melhor do que quando acordei hoje de manhã.
— Essa é a ideia — ele piscou de leve.
Saboreamos a sobremesa de chocolate que o chef havia preparado especialmente para mim. Se o objetivo de era me fazer me sentir uma princesa, estava conseguindo. Depois do jantar ele me levou para darmos uma volta de carro pelas ruas, não sabia a direção que estávamos indo, mas confiava nele, enfim ele estacionou em frente um hotel de luxo. Se aquela fosse a nossa lua de mel, guardei minha ansiedade para mim e o segui sem muitas perguntas, meus olhos se admiraram com a riqueza e requinte do lugar, nosso quarto era a suíte presidencial.
— Isso tudo para termos mais privacidade — brinquei ao entrar.
— Que mente maliciosa. — ele riu. — Eu só estava pensando em um lugar silencioso e tranquilo para minha esposa dormir melhor.
— Cretino — eu olhei para sua faca de sínico.
— Mas — ele se aproximou de mim com seu olhar malicioso — Se está mesmo pensando em fazer algo além de dormir…
— Sempre levando para o lado que você quer. — eu ri de leve. — Com quem fui me casar.
— Com o homem da sua vida — ele me beijou com intensidade e audácia.
Sim, ele era o homem da minha vida e todo o meu corpo concordava com isso, me casar com ele foi um dos meus acertos na vida, era carinhoso em todos os momentos e senti o seu toque fazia meu corpo se aquecer ainda mais sem restrições. Com a temperatura elevada, nem mesmo me dei conta de como fomos parar na cama, estava mais concentrada naquele beijo que a cada momento me tirava ainda mais o fôlego. O que era a TPM naquele momento? Minha atenção só estava em e na sua intensa demonstração de amor.
— Bom dia, minha rainha — disse ele sussurrando em meu ouvido.
— Boa dia. — abri os olhos e vi ele se afastar da cama indo para mesa de café da manhã já preparada. — Podemos voltar umas cinco horas e não ter que acordar?
— Não. — ele riu. — Mas pode reservar mais tempo para repetir o que fizemos nessas cinco horas que você quer voltar.
— Para de dar ideias erradas. — eu me levantei me espreguiçando. — Por um momento me esqueci onde estávamos, e por falar nisso, por onde anda meu vestido?
— Hum… — ele olhou para o chão e apontou.
— Obrigada. — eu ri. — Mas não posso sair daqui com ele, está amassado.
— Não se preocupe, comprei roupas novas enquanto dormia.
— Não brinca. — me levantei da cama e coloquei o roupão de banho que estava na cabeceira da cama. — Que mal me pergunte, que horas são?
— Já passa das dez — ele riu enquanto despejava café na sua xícara.
— Não era para estarmos em algum lugar? — perguntei ao me sentar na cadeira.
— Não se preocupe, a revista consegue sobreviver sem nós — ele piscou de leve.
— Por quanto tempo? — o olhei mordendo o lábio inferior.
— No que está pensando? — ele sorriu de canto. — Senhora ?
— Seria melhor mostrar ao invés de contar — eu sorri maliciosamente.
Já que estávamos ali para aproveitar o momento e nos afastar das minhas preocupações, eu iria aproveitar o máximo que pudesse. Para onde foi o café da manhã, não sei, nem mesmo me importei com as roupas espalhadas no chão, mas estariam ali em menos de cinco minutos e, desta vez, desfrutaríamos nosso amor na banheira, que sugestivamente já estava cheia nos esperando, se era proposital da parte dele, não sei, mas só sairíamos daquele quarto depois do almoço.
Fizemos o check-out incrivelmente às duas da tarde, quando chegamos em casa, nossos irmãos estavam no colégio e minha mãe, na sala lendo um livro. foi para o quarto, trocou de roupa e, pegando sua maleta, saiu novamente. Segundo ele, eu estava de folga aquele dia, mas ele ainda tinha que comparecer no trabalho. Me sentei ao lado da minha mãe e fiquei a olhando ler o livro, achei estranho, pois aquele hábito frequente não era dela.
— Por que está me analisando aí? — perguntou ela mantendo sua atenção no livro.
— Estou admirando o fato de começar a ser uma amante de leitura — respondi segurando o riso.
— O doutor disse que isso estimularia meu cérebro e ajudaria meu organismo a trabalhar mais, preciso que as células do meu corpo fiquem bem dispostas.
— Hum… — eu olhei as página do livro. — Lendo Orgulho e Preconceito, romance é sempre bom para estimular o cérebro. — comentei rindo. — Ainda mais sendo um incentivo de um médico tão charmoso.
— A casada aqui não sou eu, deixa o ouvir isso — ela respirou fundo.
— Ele sabe que é o único no meu coração, mas não tenho culpa se os meus olhos são apurados e conseguem ver essas coisas.
— Onde está querendo chegar com essas insinuações? — ela fechou o livro e me olhou.
— Em lugar nenhum, mas a senhora já percebeu o quanto o doutor Chang é muito mais atencioso com a senhora que com as outras pacientes? Ou que ele não tem aliança nenhuma na mão?
— Acho melhor se preocupar em observar mais seu marido. — Ela se levantou.
— Ah, mãe — eu me levantei indo atrás dela — A quanto tempo a senhora não tem um namorado?
— Vejo que acordou muito empolgada hoje, a noite deve ter sido inspiradora.
— Só quero que a senhora seja tão feliz quanto eu. — eu sorri espontaneamente. — Pense nisso.
Subi as escadas cantarolando um pouco, indo em direção ao quarto. Tomei um banho relaxante e fui para meu estúdio de fotografia, precisava voltar um pouco para minha realidade profissional e rever minhas anotações sobre o novo editorial da CéCi. Trabalhei durante o resto da tarde até cair a noite e Eunhae aparecer na porta latindo, deixei meus papeis espalhados em cima da mesa e caminhei até ele.
— O que faz aqui Eunhae? Veio me buscar? — ele murmurou para mim e eu o peguei no colo.
Voltei para casa com ele no colo e o coloquei na porta da cozinha e deixei sua vasilha cheia de ração, olhei para frente e minha mãe estava cozinhando alguma coisa, o cheiro estava muito bom, me aproximei do fogão e observei o que estava dentro das panelas.
— Aceita ajuda? — perguntei.
— Se não foi pedir muito — ela fechou a geladeira com um saco de espinafre na mão direita.
— Com prazer, omma — eu ri de leve e caminhei até a pia para lavar as vasilhas que estavam juntas no bojo.
— Ficou o resto da tarde trabalhando, espero que o seu bom humor não tenha sido absorvido pelo trabalho novamente — ela riu.
— Não, continuo bem, obrigada pela preocupação. — eu ri junto. — Mas bem que eu gostaria de mais um dia como o de ontem.
— Hum, dia inspirador.
— Dia sem preocupações e com muito amor.
— Eu ouvi a palavra amor? — apareceu da porta com um sorriso lindo.
— Quando chegou? — perguntei.
— Há pouco tempo, busquei Sakura e Dongho na escola antes.
— Hum… — eu virei minha atenção para as vasilha, logo ele apareceu ao meu lado com um pano na mão, enxugando os pratos.
— Sempre prestativo, esse menino — elogiou minha mãe mexendo uma das panelas.
— Eu gosto de ajudar.— ele sorriu de leve.
Com aquela ajuda não demoramos muito em terminar, nos reunimos todos a mesa, nossa refeição estava completa, saborosa e o jantar recheado de comentários dos meus irmãos.
— Nós realmente pensamos que não voltariam hoje para casa — comentou Jinho em risos.
— Pior, desta vez pensamos que tinham sido raptados. — Sunhill deu uma gargalhada engraçada. — Ou se não, perdido pela floresta.
— Não tem graça nenhuma — comentei suspirando franco.
— Desculpa noona, mas tem sim — Heesong riu de leve.
— Você era mais sério a um ano atrás — retruquei.
— Mas agora nossa família está mais divertida — respondeu ele.
— Sim, mesmo sem nossos pais, vocês dois nos fazem sentir melhor — completou Sunhill.
— Eu gosto de ter vocês juntos, unnie — Sakura me olhou com uma carinha fofa.
— Eu também adoro ter nossa família unida — me olhou com doçura e sussurrou saranghae.
— Couple magazine em demonstrações públicas de amor — disse Jinho fazendo todos rirem.
— Puro aegyo — completou Sunhill.
— Verdade. — Dongho sorriu me olhando. — Noona, você e o hyung são o casal mais legal e divertido que conheço.
— Vocês é que são fofos — me rendi aos elogios deles, sorrindo de leve para Dongho.
— Brincadeiras à parte, o dia da prova está quase chegando, vocês já estão preparados para isso? — perguntou .
— Eu estou sempre preparado — Heesong se serviu tranquilamente.
— Modéstia mandou lembranças. — Jinho o olhou segurando o riso. — Eu estou tranquilo também, me decidi em fazer engenharia da computação, e depois pós em tecnologia de games em 3D.
— Se afundando em exatas — Sunhill brincando nos fazendo rir.
— Bem a sua cara, Jinho. — comentei rindo. — E você vai mesmo se jogar em biológicas e fazer medicina, Heesong?
— Sim. — assentiu ele. — Já olhei até mesmo a grade curricular na Universidade da Korea.
— Fico feliz por escolherem o que vocês gostam, nossa mãe estaria orgulhosa agora — sorriu de leve.
— Nosso pai também — concordei.
“Eu perdi minha mente, no momento em que te vi
Exceto você, tudo ficou em câmera lenta
Diga-me, se isso é amor
Compartilhando e prendendo, incontáveis emoções todos os dias com você
Brigando, chorando e abraçando
Diga-me, se isso é amor.”
– What is Love / EXO
14
“Quase um paraíso, mais brilhante do que o amanhecer
Seu amor é para mim, sinto como se tivesse tudo no mundo.”
– Paradise / Boys Over Flowers OST (the Trax)
Nossa terça-feira chegou rápido e me assustou no primeiro toque do despertador. Quase caí da cama, mas fui salva pelos braços de que me puxaram de volta. Ele riu um pouco de mim e se levantou primeiro, me espreguicei um pouco e me encolhi de novo cobrindo minha cabeça.
— Essas funcionárias de hoje em dia que não sabem mais levantar cedo — brincou ele indo para o banheiro.
— Olha aqui, a culpa não é minha se metade da madrugada fiquei acordada — eu ri.
— Hum… — ele saiu do banheiro enrolado na toalha — Está insinuando que a culpa é minha?
— Eu? — eu levantei rindo. — Não estou insinuando nada, só digo a realidade, amor.
Passei por ele rindo e entrei no banheiro, nos arrumamos com algumas paradas para os beijos matinais, saímos do quarto entre risos e descemos direto para a mesa do café da manhã. Sunhill já havia saído com Sakura e Dongho, minha mãe estava em sua consulta no médico, Heesong iria passar a manhã no quarto estudando já que não teria aula aquele dia, e Jinho estava sentado à mesa tomando café da manhã tranquilamente.
— Couple magazine. — Jinho se espreguiçou da cadeira. — Pensei que já tivessem saído.
— Tivemos alguns contratempos. — eu ri me sentando na cadeira. — Mas e você? Por que sua turma não terá aulas essa semana?
— Eles nos deram esses dias para nos prepararmos para a prova do vestibular. — ele riu servindo seu copo de suco novamente. — Segundo o diretor, temos que descansar nossa mente e ler mais para o dia da avaliação.
— Gostei desse método. — peguei uma fatia do bolo que minha mãe tinha feito. — Mas não vai passar esses dias só jogando LoL. — brinquei.
— Não seria uma má ideia, noona. — ele riu. — Eu até cheguei a cogitar a ideia de ser um jogador profissional, mas como a mamãe sempre quis nos ver na universidade…
— Você pode optar por ambos os caminho. — o olhou. — Só precisa de disciplina e organização.
— Jinho? Organizado? — Eu ri alto.
— Noona, não duvide de mim assim. — ele olhou para . — Mas gostei da ideia, hyung, unir minhas duas paixões.
— Gostaria de saber onde vai parar sua vida social — comentei.
— E quem disse que preciso disso? — ele riu, nos fazendo rir também.
Não demoramos muito no café, eu e fomos direto para o prédio da CéCi, ele teria uma reunião com a diretoria e eu teria uma reunião com a equipe que me ajudaria no editorial sobre pousadas para recém-casados. Ao chegar no meu andar, fui direto para a sala de equipamentos, olhei atentamente as câmeras que usaria no ensaio fotográfico, fazia questão e tirar as fotos pessoalmente.
— Ah, sunbae-nim — disse a estagiária ao entrar — Estava te procurando.
— Hum? — eu me virei e a olhei. — Luna, estava escolhendo os equipamentos que vamos usar no sábado.
— Quer que eu guarde todos que separou para utilizar?
— Sim, por favor, e confirme com os modelos e as pousadas que iremos.
— Sim, sunbae-nim — ela assentiu com um sorriso.
A reunião com os outros membros foi rápida e precisa, entrei na minha sala e comecei a fazer alguns esboços que como poderia ficar o layout das páginas do editorial, foram muitos papéis amassados e jogados pelo chão da sala até que consegui desenvolver um que fosse harmônico e me agradasse. Horas depois de muita concentração, entrou na minha sala, não dei muita atenção a primeiro momento e continuei a esboçar meus croquis. Ele se aproximou de mim e tirou meu sketchbook da mão, seu olhar era sério.
— Estou ocupada — disse a ele colocando o lápis na mesa.
— Hora do almoço. — explicou ele colocando o sketchbook na mesa e pegando em minha mão. — Vamos almoçar.
— Precisamos mesmo? — me levantei sendo puxada por ele.
— Sim. — ele sorriu de canto. — Uma coisa de cada vez, você prometeu.
— Tudo bem, não vou me afundar no trabalho.
Assim que saímos da minha sala de mãos dadas, demos de cara com Yoona. Sempre que esses momentos aconteciam na revista, o clima sempre era o mesmo de desagrado, já que Yoona ainda demonstrava paixonite por , isso não me incomodava mais, já que meu marido inquestionavelmente só tinha olhos para mim.
— Como está sua criatividade hoje? — perguntou ele ao sentarmos à mesa do restaurante.
— A todo vapor, só preciso direcionar para o que estou planejando — respondi tranquilamente.
— Gostei, nosso final de semana foi produtivo — ele sorriu de canto.
— Sim, acho que poderia ter um assim pelo menos uma vez por mês. — eu mexi na minha bolsa e tirei o cartão dele. — Antes que eu me esqueça, seu cartão.
— Podemos fazer isso se quiser — ele pegou o cartão e guardou na carteira.
— Até a parte do cartão de crédito? — sorri de leve. — Sabe que não foi somente o vestido, não é?
— Sei. — ele me olhou. — Por isso dei um cartão sem limites para a Sunhill.
— Pensando em tudo — suspirei de alegria.
A cada dia meu marido se mostrava ainda mais surpreendente e me deixava ainda mais encantada. Por mais que tivesse passado uma parte da minha vida perto dele, não o conhecia muito bem, e há poucos meses que soube de fato que era apaixonado por mim há anos. Mas cada dia ao seu lado era uma novidade a mais em suas qualidades e alguns defeitos que também me atraía.
A semana se passou e enfim sábado de manhã já estávamos todos na pousada onde faríamos as últimas fotos, os casais já estavam trajando suas roupas devidamente escolhidas para a ocasião. Primeiro tiramos as fotos no jardim, seguido do espaço para as refeições dos hóspedes e agora estávamos no quarto.
— Muito bem, agora vamos a foto final. — disse trocando de câmera. — A modelo pode se sentar na cadeira ao lado da mesa como se estivesse para comer o café da manhã e o modelo só com a calça do pijama na porta da varanda.
— Sim, sunbae — disse os staffs em coral.
— Boa tarde — disse ao aparecer de repente.
— O que está fazendo aqui? — perguntei.
— Soube que ainda estava na sessão de fotos e vim te buscar — respondeu ele se aproximando de mim.
— Me desculpe, mas estamos na metade ainda — o olhei rapidamente e depois desviei minha atenção para os modelos que já estavam nas posições.
— Vou te esperar então — ele se encostou na parede cruzando os braços.
— Ok, vamos para o terceiro take. — brinquei me posicionando. — Quero ambos sérios e cheios de malícia, é a lua de mel de vocês, recém-casados e apaixonados.
Os modelos eram muito profissionais e talentosos, eles tinham uma química muito boa que me permita criar o clima favorável ao que eu queria para as minhas fotos. Em um dado momento, tive que mudar as posições em que os modelos estavam e demonstrei a modelo como ela tinha que abraçar seu suposto marido. Olhei de relance para e observei seu olhar de ciúmes estampado no rosto, segurei o riso para que ele não percebesse e me mantive profissionalmente focada no meu trabalho.
A cada foto que eu tirava, era uma ideia nova para o texto que escreveria para o editorial. Uma hora depois, fomos para a última parte, que seria na praia que tinha logo em frente. O grau de ciúmes de só foi aumentando quando todos os modelos tiraram suas camisas e ficaram de bermuda, já as modelos estavam de maiô e short jeans. Comecei com as fotos estáticas mostrando a paixão dos casais pouco antes do final da tarde, e ao pôr-do-sol seria o ápice da representação da lua de mel.
— Uau, as fotos estão muito boas. — disse a estagiária enquanto conferíamos algumas imagens. — Sunbae-nim, você é muito boa com a câmera.
— Ah, sim, modéstia à parte, eu amo fotografia. — passei mais algumas imagens até que caiu nas que tirei de distraído. — Mas agora vamos voltar ao trabalho, veja se os modelos já trocaram de roupa.
— Sim, sunbae-nim — ela se afastou indo em direção ao camarim improvisado.
— Hum, não sabia que eu era o modelo também — pegou a câmera da minha mão olhando as fotos.
— Você é VIP. — eu ri de leve. — O melhor de todos.
— Sei… — ele me devolveu a câmera — Tem certeza? Tantos modelos aqui.
Eu ri de leve com as palavras dele, era engraçado vê-lo assim, com ciúmes, mas tinha que terminar aquela sessão antes que ficasse mais tarde e mais frio. Usei como cobaia para explicar aos modelos o que deveriam fazer tanto nas fotos estáticas, como também nos de movimento. Demorei um pouco mais para conseguir capturar a tonalidade e o foco do sol que queria, mas após muitos cliques, conseguimos finalizar com sucesso. Luna me ajudou a guardar as câmeras e as lentes, quanto aos filmes, coloquei em minha bolsa, iria trabalhar neles no meu estúdio de fotografia.
— Obrigado a todos, vocês trabalharam duro hoje — eu me curvei de leve e eles se curvaram também aplaudindo e agradecendo também.
— Sunbae-nim, você vai trabalhar nos negativos amanhã na revista?
— Não, Luna, vou ficar em casa, tenho mais facilidade em mexer nisso no meu estúdio mesmo.
— E vai precisar de alguma coisa? — perguntou ela pegando a bolsa com as câmeras.
— Sim, da sua ajuda, pode chegar depois das 10, vamos trabalhar o dia todo nas fotos.
— Sim, sunbae-nim — ela assentiu e se afastou indo em direção ao carro dos staffs.
— Agora podemos ir, senhora fotógrafa? — perguntou ao pegar em minha mão.
— Sim, senhor editor da CéCi. — eu ri. — Nosso trabalho por aqui está finalizado.
— Que bom, pois estou com fome.
— Olha, por falar em fome, comecei a sentir minha barriga reclamar — concordei rindo.
— Então vamos — ele me puxou de leve em direção ao carro dele.
Quando chegamos em casa já estavam todos presentes, Sunhill estava ajudando minha mãe na cozinha, Jinho no seu quarto jogando, Heesong ajudando Dongho no exercícios de escola e Sakura estava na varanda brincando com Eunhae. Enquanto foi para o quarto tomar banho, eu me desviei para o estúdio e fiquei alguns minutos organizando os negativos e os cartões de memória para trabalhar neles no dia seguinte.
— Pensei que demoraria mais no banho — disse ao entrar no quarto vendo secando seu cabelo.
— Eu também, mas fiquei com preguiça de te esperar — ele riu abrindo o guarda-roupa.
— Hum, é sério isso? — eu ri de leve indo para o banheiro. — Então serei rápida também.
Quando voltei para o quarto ele já tinha descido, coloquei um conjunto de moletom preto e desci para o jantar, todos estavam à minha espera sentados e conversando, me sentei entre Sakura e Dongho bem de frente para e fiquei observando a conversa deles.
— Hoje tivemos aula sobre cinema moderno, foi bem legal — comentou Sunhill.
— Cinema moderno, ah. — Heesong a olhou. — Tem muitos filmes bons fora de Hollywood ganhando prêmios no Oscar.
— Sim, e meu grupo vai falar sobre o filme Ninja Assassino, que é metade americano e metade alemão.
— É aquele que tem um cantor de k-pop? — perguntei entrando na conversa.
— Sim, unnie, tem dois na verdade.
— A. — eu a olhei — Que legal.
— Tinha que colocar k-pop no meio — brincou Jinho.
— Como se você não gostasse das Soshi — ela o olhou fazendo careta.
— E por falar em grupo de k-pop, teremos um editorial com um grupo desses no próximo mês.
— Unnie! — Sunhill me olhou com os olhos brilhando.
— Já entendi pelo seu olhar, não sei se o editor vai deixar você ir.
— Tomare que não deixe — Jinho riu.
— Fiquei na sua, Jinho! — Sunhill olhou para . — Oppa? Juseyo, serei uma staff comportada.
— Não sei se a responsável por sua sessão vai deixar — segurou o riso.
— Oppa, eu vou ficar o tempo todo perto da unnie, prometo — ela juntou as mãos.
— Eu acho legal ela ir. — disse ajudando. — Já que está querendo seguir a carreira de fotografia também.
— Veremos isso quando chegar o dia — olhou para mim e piscou de leve.
— Eu vi essa troca de informação disfarçada — Heesong riu de leve.
— Não revele nosso segredo — olhei para Heesong sorrindo.
— Os olhares da noona e do hyung são sempre enigmáticos — comentou Dongho.
— Quando estiver mais velho irá entender — expliquei a ele rindo.
— Eu sou velho e às vezes não entendo — Jinho olhou meio curioso.
— É porque ainda não tem namorada, quando tiver, vai entender os olhares dela — sorriu de canto me olhando.
— Com certeza — concordei.
— Aposto que esse olhar dos dois significa desaparecimento — Jinho brincou fazendo todos rirem.
— Não comecem com esse assunto — disse segurando o riso.
— Unnie, quando você e o oppa vão viajar? — perguntou Sakura.
— Verdade, vocês não têm que ir à feira de jornalismo? — minha mãe me olhou.
— Sim, vamos daqui algumas semanas. — respondeu. — Mas apesar de termos ganhado, outras revistas como a do também foram convidadas a ter um estande na feira, mas somente a CéCi vai apresentar representando a Korea.
— E adivinha quem vai apresentar para CéCi? — perguntei mantendo minha modéstia.
— A melhor unnie do mundo — respondeu Sakura de forma fofa e meiga.
“Absolutamente nada pode me parar,
Só uma pessoa
Você me faz, você me aperfeiçoa
Oh, você me faz capaz de respirar assim.”
– Life / SHINee
15
“Creio em você
E neste amor
Que me fez indestrutível
Que deteve minha queda livre.”
– Creo en Ti / Lunafly
No dia seguinte acordei cedo e me tranquei no estúdio, nem mesmo parei para o café da manhã, estava tão empolgada com minhas aquelas fotos que tinham ficado incríveis, que minha mãe teve que levar meu café da manhã para mim. Às dez em ponto Luna apareceu para me ajudar, separamos as fotos mais importantes e que se encaixassem no que eu queria, só paramos para o almoço e voltamos para ficar a tarde inteira no estúdio.
— Uau, ainda estão aqui? — perguntou ao aparecer da porta.
— E você já chegou? — eu o olhei.
— Luna, não deveria estar em casa? Está tarde — disse ele.
— Ah, editor sunbae, já estava indo. — ela se virou para mim. — Sunbae-nim, amanhã levarei as anotações que fiz no ensaio.
— Ok, Luna, você trabalho duro hoje, vá em segurança — disse a ela.
Luna se curvou de leve se despedindo e saiu do estúdio, entrou fechando a porta e se aproximou mais de mim.
— Espero que não tenha deixado de comer.
— Não, senhor . — o olhei. — Me alimentei muito bem, obrigada.
— Hum — ele se aproximou mais, envolvendo suas mãos na minha cintura — vou confiar.
— Pode. — eu sorri de leve. — E você? Como foi a reunião com o agente do grupo?
— Produtiva. Eles gostaram da sua ideia do próximo editorial.
— Que bom! — eu dei um selinho nele na empolgação. — Agora fiquei mais animada.
— E eu só ganho esse beijo disfarçado? — ele me olhou sério.
— Nossa.
Eu segurei o riso o olhando, ele se aproximou um pouco mais de mim e me beijou com intensidade, porém mantendo a suavidade incomum de sempre.
Jinho – on Eu estava levando à risca a sugestão de hyung. A ideia de fazer duas coisas que eu gostava era legal e atrativa, estava animado com a possibilidade de entrar no curso de Engenharia da Computação, e mais ainda ser um jogador profissional nas horas vagas.
Games era o futuro que eu queria para minha vida e não me arrependia, era o que eu queria fazer, olhei para o relógio após desligar o computador e vi que já era noite, tinha passado muito tempo jogando naquele dia.
Saí do meu quarto e vi a porta do de Heesong aberta, não resisti a tentação e entrei assoviando alto o fazendo perder a atenção que estava tendo em seu livro. Me joguei na cama dele tranquilamente o olhando, segurei um pouco o riso.
— Ainda está estudando? — perguntei.
— Não — ele respirou fundo tentando voltar a se concentrar.
— E o que está fazendo com esse livro? — insisti.
— Lendo.
— Dá no mesmo, então está estudando — conclui.
— Ler não é o mesmo que estudar, embora para estudar tenhamos que ler em alguns casos.
— Eu sei. — segurei o riso. — Só estava querendo ver qual seria sua reação.
— O que você quer? — ele fechou o livro e me olhou.
— Nada, só passar o tempo. — me espreguicei. — Fiquei cansado de jogar.
— E resolveu vim aqui no meu quarto me atrapalhar?
— Não, vim para que tenha uma vida social ativa, conversar com seu irmão é uma atividade interessante também.
— Jinja? — ele me olhou com descaso.
— Ah, vocês estão aqui — disse Sunhill aparecendo na porta do quarto.
— Sim, o que está procurando? — perguntou Hee.
— Nada, é que o jantar está quase pronto. — ela entrou e se sentou na poltrona ao lado da prateleira de livros. — A unnie e o oppa estão trancados no estúdio, Sakura e Dongho estão vendo desenho.
— Trancados no estúdio… — eu ri alto.
— Lá vem você com esses pensamentos maliciosos — Sunhill me olhou segurando o riso.
— Eles são casados, têm o direito de fazerem o que quiserem quando estão junto. — Hee voltou seu olhar para o livro. — E devemos ficar mesmo felizes por terem se casado, imagina se fossem com outros?
— Verdade, nada contra oppa, que é um fofo, mas eu não aguentaria se oppa tivesse se casado com a Yoona, ela não.
— Tenho que concordar, também nunca achei Yoona noona a garota ideal para hyung — Hee olhou para ela.
— Além do mais, nossa família não ficaria unida. — conclui com precisão. — Prefiro o Couple Magazine, melhor casal depois dos nossos pais.
— Sim. — Sunhill concordou. — Mas será que eles vão demorar muito para saírem do estúdio?
Nós começamos a rir com aquela pergunta, era mesmo legal ter nossos irmãos mais velhos juntos e felizes, estava orgulhoso por hyung ter finalmente se declarado e conquistado nossa noona, nossa família estava feliz novamente, mesmo faltando dois membros.
Jinho – off
Eu beijei novamente antes de me afastar dele, estava meio desnorteada sobre o que tinha acontecido naquele estúdio.
— É… onde está mesmo sua camisa? — perguntei respirando fundo.
— Aqui — ele pegou a camisa do chão rindo e vestiu.
— Será que nossos pais eram assim? — eu ri o olhando. — Tão intensos?
— Não sei, mas estou gostando dessa coisa chamada casamento.
— Eu também, poderíamos ter feito isso a mais tempo. — eu me afastei da bancada onde estava sentada. — Mas você demorou demais.
— Desculpa, acho que me atrapalhei um pouco no meio do caminho, mas jamais te deixaria ficar com outra pessoa que não fosse eu.
— Oh, saranghae.
Eu deixei a minha bancada de trabalho organizada antes de sairmos, quando entramos em casa, parou na porta, brincando um pouco com Eunhae. Eu continuei até chegar na cozinha, minha mãe me olhou rapidamente e me pediu para levar os pratos para mesa, assenti e fiz o que ela me pediu. Nos sentamos à mesa e meus irmãos já estavam entre risos e olhares engraçados para mim.
— Nada de comentários — me pronunciei segurando o riso.
— Concordo. — se sentou ao meu lado. — Ah, está próximo a data da nossa viagem e acho que seja perto da prova de vocês, acham que podem ficar sozinhos sem nós dois?
— Sim, hyung — respondeu Jinho.
— Essa resposta vindo de você, tem certeza? Um de nós pode ficar — reforcei.
— Não. — Heesong e olhou. — Unnie, vocês estão sempre por perto para nos ajudar e desde que se casaram não tiveram nenhum momento longe da gente.
— Levem essa viagem como a lua de mel que não tiveram. — minha mãe concordou. — E eu estarei aqui, vai sair tudo bem.
— Com a senhora falando, fico mais tranquila. — disse. — Não desdenhando da responsabilidade de vocês.
— Sim, mas terão que continuar respeitando a ajumma.
— Nós amamos a ajumma Adélia — Sunhill sorriu de leve.
— Vamos confiar que tudo ficará em ordem e irão obedecer a ajumma. — olhos para eles sério. — Afinal, ela também é nossa família.
— Todos são um amor, podem ir tranquilos que ficaremos bem — minha mãe me olhou sorrindo.
Me senti mais segura e tranquila com toda a colaboração deles, nos dias que se seguiram, enquanto eu e preparávamos tudo na revista e nossos passaportes para a feira de jornalismo, meus irmãos se preparavam para a prova deles e minha mãe terminava seu tratamento com o médico que tanto a olhava com interesse.
— Desejo boa sorte para prova de vocês. — disse abraçando eles na porta de casa. — Trabalhem duro e fiquem em segurança.
— Sim noona, vamos trabalhar duro para passarmos — assentiu Heesong.
— Vocês vão demorar muito para voltar, unnie? — perguntou Sakura.
— Não, querida. — eu a abracei. — Será rápido, mas proveitoso, cuide bem do Eunhae.
— Eu vou ajudar ela, noona. — Dongho me abraçou. — Vamos cuidar dele.
— Que responsáveis, que orgulho! — eu sorri de leve.
— Vão em segurança vocês também — disse Sunhill abraçando .
— E aproveitem bem — Jinho me olhou segurando o riso.
— Faça uma boa prova, Jinho. — eu sorri para ele. — E nada de ficarem acordados até tarde.
— Unnie! — Sunhill reclamou. — Somos quase adultos.
— Disse bem,
quase. — pegou as malas e me olhou. — Vamos.
— Vamos, fiquem em segurança — eu olhei para eles e segui em direção ao carro.
Horas de voo até Londres, eu e desembarcamos na segunda plataforma direto para o local onde aconteceria o evento, precisávamos ver qual seria o espaço em que as revistas coreanas ficariam, em específico a CéCi, que representava todas no geral.
— ? — disse ao vê-lo de costas.
— Uah, Pams. — ele se virou de sorriu de leve. — Imaginei que chegariam em algum momento.
— A Cosmopolitan te enviou? — perguntei de rotina.
— Sim, ainda sou o editor chefe. — ele olhou para . — Annyeong.
— Oi , chegou hoje também?
— Não, estou aqui há dois dias.
— Ao contrário de nós, viemos direto do aeroporto — eu ri de leve.
— Vocês tem seus irmãos, já eu estou mais solitário.
— Solitário? E sua namorada, não veio? — perguntei.
— Não, ela não pode vir. — ele olhou de relance para trás. — Bem, tenho que ir, preciso resolver mais algumas coisas, mas foi bom ver vocês.
— Esperamos que tudo saia bem para vocês também — disse .
— Ah, sim, vamos todos trabalhar duro — se afastou de nós.
— Bem, acho que deveríamos fazer o mesmo — disse ao olhar para .
— Sim, o espaço da CéCi está logo ali na frente.
Eu segui está chegarmos na área circulada para ser o espaço da nossa revista, os móveis que ficariam no lugar ainda estavam espalhados e os staffs concentrados no que deveriam fazer. A cenógrafa da revista estava presente, ela deu a ideia do nosso espaço ser caracterizado como um pequeno estúdio de uma revista combinado a uma casa, já que nosso editorial seria sobre família, então nosso espaço deveria ser visto como uma casa.
— Oppa — disse Yoona ao se aproximar de nós — Oh, Pâmela.
— Yoona? — a olhou. — Estou surpreso de estar aqui, seu pai não falou nada.
— Como ele está com problemas de saúde, eu tive que vir para representá-lo. — explicou ela. — Só não imaginava que vocês dois viriam juntos.
— Bem, é o editor chefe e eu sou a criadora do editorial, meio óbvio estarmos aqui juntos — respondi diretamente e sem paciência para olhar para ela.
— Bem, tenho que cumprimentar algumas pessoas — ela se curvou de leve e se afastou.
— Hum… — me olhou.
— O quê? — o olhei de volta não entendendo.
— Seu grau de ciúmes está elevado hoje — ele segurou o riso.
— Não sou eu que fico inseguro quando tem homens sem camisa perto da esposa.
— Ah, é assim? — ele me olhou.
— Ok. — eu ri. — Precisamos terminar de checar tudo, preciso de comida.
Ele assentiu com a face e se afastou para falar com a cenógrafa, tinha que estar tudo pronto para daqui dois dias e todos estavam trabalhando com perfeição e seriedade. confirmou o check-in no hotel onde ficaríamos, era uns vinte minutos de carro do local do evento. Nosso quarto tinha uma linda vista da cidade, eu entrei indo direto para o banheiro, precisava de um banho antes do jantar, enquanto isso, ajeitou as malas e confirmou nossa mesa no restaurante.
Foi um pouco complicado conseguir me desviar do charme dele em querer repetir os feitos de debaixo no chuveiro, naquela banheira que estava a nossa espera. Mas consegui contornar toda a paixão do meu lindo marido e descemos para o jantar, o restaurante do hotel era lindo e muito bem decorado.
— Uau, aqui é lindo! — comentei ao sentar na cadeira.
— Sim, é a minha segunda vez aqui — ele olhou para o garçom que estava vindo nos atender.
— E qual foi a primeira?
— Em um outro evento há dois anos — respondeu ele tranquilamente.
— Hum.
Após olharmos sem pressa o cardápio, optamos por algo mais leve como peixe grelhado com batatas salteadas e de sobremesa, sorvete na chapa. A comida era saborosa e a sobremesa interessante, após nossa degustação, me levou para dar uma volta no jardim do hotel, fiquei tão empolgada que acabei tirando algumas fotos com o meu celular mesmo. O lugar era realmente encantador e inspirador para os casais apaixonados, tão inspirador que nem vimos a hora passar quando finalmente encontramos nosso quarto.
Em um ponto estávamos conectados, aquela era uma oportunidade de estarmos bem mais sozinhos e à vontade para aproveitar nosso início de casamento, eu estava disposta em fazer daquela viagem de trabalho, uma lua de mel, e pelo fôlego de , ele também estava concordando com essa ideia. Na manhã seguinte nos atrasamos para o café, parte da culpa foi dele que não queria me deixar levantar da cama, era gostoso e quentinho seu abraço, então adorava quando não me deixava levantar primeiro.
— Já que temos hoje e uma parte de amanhã livres, queria tirar umas fotos da cidade — disse indo até a mala para pegar minha câmera.
— Mas vamos ficar o dia todo tirando fotos? — perguntou ele.
— Por quê? Não me diga que está pensando em ficar no quarto o dia todo? — o olhei meio desacreditada.
— Não. — ele riu. — Não sou tão malicioso assim, mas estava pensando em irmos ao teatro.
— Teatro?
— Sim. — ele se levantou da cama colocando o roupão de banho. — Podíamos ver a peça do Harry Potter que está em cartaz, você não gosta da saga?
— Eu amo! — o olhei. — É sério isso?
— Sim.
Fiquei em choque por um momento e depois voltei ao normal, aquela sugestão dele era maravilhosa e havia me deixado ainda mais empolgada com nossa viagem. Para minha sorte, teria uma apresentação aquela noite e depois de explorarmos muito de Londres, fotografando tudo que eu via pela frente, e eu fomos ver a peça, segurei minhas lágrimas um pouco, pois era minha saga preferida. Ao sairmos do teatro ele me levou até a estação King Cross, onde tinha o carrinho na parede da plataforma 9 ¾, eu olhei para , sentia meus olhos brilhando de emoção.
— Não vai querer tirar uma foto? — perguntou ele.
— Claro que sim! — eu fiz uma pose como se estivesse entrando na plataforma. — Pode tirar.
— Ok — ele segurou pouco o riso e tirou algumas fotos de mim.
— Agora você — eu peguei o celular da sua mão.
Ele assentiu e foi até o carrinho, um momento de diversão que ele tinha proporcionado para mim, e mais louco é que nem tinha me passado pela mente ir na estação, me conhecia muito para fazer aquela surpresa. Ficamos alguns minutos a mais na estação andando e conversando um pouco sobre o evento, nossos irmãos e nossa disfarçada lua de mel. Voltamos para o hotel e quando entrei no quarto, liguei meu notebook para entrar no Skype e conversar com nossos irmãos, como combinado, Sunhill estava online.
— Está tudo bem aí? Alguma novidade? — perguntei.
— Amanhã será a prova do Jinho, hoje foi a do Heesong — respondeu ela.
— E como eles estão, como Hee foi?
— Hee acha que foi bem e Jinho está muito tranquilo, está jogando agora.
— Sakura e Dongho estão se alimentando direito? Estão cuidando de Eunhae?
— Sim, unnie, fiquei tranquila. — ela sorriu de leve. — Está tudo bem, ajumma Adélia está mandando um abraço.
— Mande outro para ela, eu e estamos com saudades.
— Nós também, vou desligar, unnie.
Eu fechei a janela da conversa e abaixei a tela do notebook, me espreguicei um pouco levantando da cadeira.
— Como eles estão? — perguntou saindo do banheiro enrolado na toalha.
— Segundo a Sunhill, estão todos bem. — eu o olhei tentando focar meus olhos em seu rosto. — Hee fez sua prova hoje e me parece que foi bem, já Jinho será amanhã, mas também está tranquilo.
— Então, está tudo em ordem. — ele sorriu de canto e se aproximou mais de mim. — Por que está séria?
— Estou tentando manter minha sanidade perto de você.
— E quem disse que me amar é loucura? — ele sorriu de canto e me beijou com suavidade.
— Sim, esta pessoa louca que passou parte da vida me fazendo acreditar que me odiava.
— Que bom que desfiz esse desentendido — ele sorriu de canto.
— Que bom mesmo — eu sorri de volta e envolvendo meus braços em seu pescoço o beijei com suavidade.
“Come On girl, love Is So Nutritious
Come On girl, love Is So delicious.”
– Delicious / ToHeart
16
“Houve um evento que me fez feliz hoje o momento quando
Te conheci e o fato de que eu sabia que tinha alguém para ama.”
– Creating Love / Personal Taste OST (4minute)
As horas se passaram e já estávamos na feira de Jornalismo de Londres, muitas revistas famosas tinham seus espaços, porém o mais chamativo foi realmente a CéCi, as pessoas se aproximavam curiosas e sem perceberem, começavam a sentar nos puffs e sofás lendo os exemplares da revista que estavam disponibilizados nas mesas de centro.
— Parabéns pelo espaço, . — elogiou . — Como sempre, nada que tenha você incluída é convencional e repetitivo.
— É de minha natureza ser diferente — eu ri de leve.
— E , onde está? — perguntou ele.
— Conversando com alguns investidores — eu apontei para onde estava acompanhado por Yoona.
— E o que Yoona está fazendo aqui?
— Representando o pai, infelizmente, o pai dela está adoentado — expliquei.
— Não deve ser fácil trabalhar com ela, não é?
— Bem, não nos damos muito bem por um motivo meio óbvio.
— — concluiu ele.
— Sim, mas temos que nos suportar para o bem da revista, que não tem culpa.
— E por falar em culpa, Suho está aqui hoje, como infelizmente ele ainda assina pelo seu projeto.
— Que eu me livre de cruzar com ele.
— Sim. — concordou . — Ainda não consigo entender como me controlo perto dele.
— Você precisa, é simples — eu sorri de leve e olhei vindo em nossa direção.
— Oi — disse ele.
— — curvou um pouco a cabeça.
— Acabei de ver Suho — me olhou.
— Não me mostre, quero ficar o mais longe possível daquele vigarista.
— Então acho melhor você se afastar um pouco daqui, pois ele está vindo — desviou seu olhar de mim, para a pessoa que vinha atrás.
— Vamos , temos mesmo que nos preparar para a apresentação.
— Vamos, obrigada por avisar, .
me levou até auditório onde seriam as apresentações, eu queria mesmo ficar bem longe dos olhares e da presença de Suho. Minha apresentação foi suave e, nas palavras de , ainda mais brilhante que da primeira vez, aproveitamos um pouco mais do coquetel que foi servido após as apresentações, mas como eu não queria esbarrar com Suho, preferi ir embora mais cedo e aproveitar a última noite em Londres com meu marido.
E aproveitamos muito bem, quando finalizamos a noite na banheira de espumas que tanto cobiçou quando chegamos. Foi uma note proveitosa, quente e divertida. Bem, nosso amor tinha, sim, uma pitada de diversão que tornava cada momento único. Na manhã seguinte, quem não queria se levantar era eu, porém, nosso voo já estava marcado e as passagens compradas, tínhamos que voltar para casa. Heesong foi no carro de nos buscar no aeroporto de Incheon. Quando chegamos em casa, foi uma euforia por parte do todos, muitas perguntas sobre a viagem e muitas brincadeiras sobre nossa disfarçada lua de mel, Jinho como sempre era o mais brincalhão de todos.
— Brincadeiras à parte, estávamos todos com saudades — disse Sunhill se sentando no sofá.
— Sim, ainda mais que sem vocês aqui nosso assunto fica um pouco mais escasso. — explicou Jinho rindo. — Couple Magazine é nossa diversão diária.
— Verdade — Hee disfarçou o riso.
— Ah, que legal, agradeço a sinceridade. — eu olhei para eles rindo. — Mas o Couple Magazine agora vai se recolher, pois essa horas de voo que enfrentamos foram cansativas.
— E vocês vão ficar desaparecidos por quantas noites, unnie? — Sakura segurou o riso.
— Até você, Sakura? — eu a olhei assustada. — O que vocês fizeram o a mente pura da nossa princesa?
— Não fizemos nada. — Jinho riu. — É só a realidade que ela vive.
Todos riram da minha cara de indignada.
— Brincadeiras à parte, estamos mesmo cansados da viagem. — o tom de voz de estava sério, ele pegou as malas. — Vou subir primeiro.
— Ah, eu vou te ajudar a levar as malas para cima.
Estávamos mesmo cansados naquela noite, dormi tão bem que até fiquei feliz pelo dia seguinte ser sábado, aquele era o primeiro final de semana que eu não estava preocupada com algum editorial da revista ou ensaio fotográfico. Para minha surpresa, acordou primeiro, ele parecia animado para um programa em família, tão animado que organizou um piquenique de última hora no parque. Era interessante a ideia, mas eu fiz questão de chegar duas horas mais tarde só para aproveitar a cama.
— Pensamos que não viria mais, unnie — comentou Sunhill quando cheguei.
— Eu também, mas me lembrei que tem muito tempo que não fazemos isso, então resolvi vir.
— Que bom que veio — minha mãe se aproximou de nós, estava acompanhada do seu médico, o doutor Chang.
— Oh, doutor Chang, você aqui? — estava meio surpresa.
— Sim, uma leve coincidência encontrar vocês aqui e sua mãe me convidou para me juntar.
— Maravilhoso, o senhor é muito bem-vindo — eu lancei um olhar de aprovação para minha mãe.
— O doutor Chang aprecia muito a natureza — minha mãe desviou seu olhar com vergonha de mim.
— Sim, sempre digo aos meus pacientes que sempre estar em contato com a natureza é um meio de estimular a melhora da saúde — concordou ele olhando de leve para minha mãe.
— Chegou meio tarde — disse ao se aproximar de mim.
— Estava aproveitando alguns minutos a mais de sono — expliquei.
— Minutos? — ele me olhou sério.
— Sim. — disfarcei de leve. — E onde estão Sakura e Dongho?
— Brincando com Eunhae, Hee está com eles.
— E Jinho? — perguntei.
— Caçando Pokémons. — respondeu Sunhill. — Como eu disse, ele não tem vida social.
Nós rimos de leve do comentários dela, o dia estava bonito e o sol não muito quente, conseguimos aproveitar bem aquele clima de final de outono. A família em um momento de alegria e descontração, cada um se divertindo a seu modo, mas todos juntos e felizes, e, como uma boa fotógrafa, eu não iria perder a oportunidade e tirei várias fotos de todos, desde o grande até o mais pequeno detalhe, como o olhar do doutor Chang para minha mãe.
O mês passou e eu estava focada em mais um editorial, o dia tão esperado por Sunhill havia chegado e permitiu que ela fosse comigo até o estúdio onde um grupo k-pop iria fotografar para o editorial especial de verão ocidental. Era um editorial em conjunto com a editora brasileira onde eu trabalhava no passado, as modelos que fotografariam com o grupo seriam brasileiras e o cenário uma mistura entre os países.
Eu percebi que estava um pouco desconfortável com aquilo, ele sempre ficava, quando eu preferia fotografar meus editoriais, ainda mais quando tinha uma quantidade razoável de homens quase descamisados, era visível seu olhar fixo e direto para mim. Para não ter nenhuma confusão, sempre pedia Sunhill para me ajudar organizando os membros do grupo da poses que eu queria, claro que minha irmã não reclamou disso.
— Então, unnie, temos mais quantas fotos para tirar? — perguntou ela ao se aproximar de mim.
— Esta é a última cena de que preciso, por quê? Está cansada? — eu a olhei surpresa pela pergunta.
— Não, por mim ficaríamos aqui até amanhã. — ela sorriu timidamente. — Mas, olhando para o oppa, ele não está muito bem.
— Essa cara é normal dele, não se preocupe, agora organize o grupo no sofá para a última pose.
— Sim, unnie — ela assentiu indo para sua tarefa final.
Ao todo, tirei pouco mais de duzentas fotos, muito para um editorial que utilizaria somente dez, porém, para um perfeccionista como eu, queria ter o máximo de opções possível para trabalhar sem pressa e com tranquilidade. Eu agradeci ao grupo juntamente com a equipe, todos trabalharam bem naquela tarde de fotos, conversou mais um pouco como manager da agência e agradeceu por ter aceitado nosso convite. Apesar dos olhares constantes para mim, ele ainda era um profissional excelente e sabia separar os momentos em que podia ou não me tratar como sua esposa ou funcionária da CéCi.
Ele passou todo o caminho de volta para casa em silêncio, eu resolvi não puxar assunto e me deixei distrair em uma conversa mais interessante com Sunhill, ela ainda estava empolgada por ter trabalhado com um grupo de k-pop que gostava. Era legal o interesse de Sunhill pela revista e sua decisão de seguir meus passos e de nessa profissão. Ela se dava muito bem com a rotina corrida de uma redação e tinha uma habilidade incrível com os softwares mais utilizados na área, até cheguei a cogitar a ideia dela de jogar na carreira de design gráfico, mas no fim seu objetivo seria outro.
Após o jantar, disse minha mãe para ir descansar, eu e organizei a cozinha com a falsa ajuda de Dongho e Sakura, ele achavam divertido ajudar a irmã mais velha já que cada dia um dos meus irmãos ajudava em algo. Quando entrei no quarto estava sentado na poltrona ao lado da janela lendo um livro, o clima não estava pesado, mas o silêncio dele estava começando a me incomodar. Entrei no banheiro, tomei uma ducha e coloquei meu pijama, voltei para o quarto e arrumei a cama, ainda estava pensando se iria ou não puxar algum assunto com ele, não queria iniciar nenhuma discussão desnecessária, mas tinha que acabar com aquele silêncio dele que estava me deixando irritada.
— O que houve? — parei ao lado da cama e respirei fundo escolhendo minhas próximas palavras — Estou percebendo seu mau humor desde de manhã.
— Não é nada — ele manteve sua concentração no livro.
— — eu o olhei séria — Poderia olhar para mim?
— O quê? — ele fechou o livro e me olhou.
— Poderia me dizer por que está tão silencioso então? — insisti.
— Só estou chateado — ele respirou fundo.
— Com o quê?
— Minha esposa passou a manhã inteira tirando foto de celebridades com aspectos másculos — sua voz estava meio amargurada.
— Sério? — eu segurei o riso surpresa. — Ciúmes?
— Sete jovens de um
boygroup com camisas semiabertas — ele se levantou da poltrona desviando seu olhar para a janela.
— , você estava lá e era um ensaio fotográfico para o editorial de verão no ocidente, por isso estavam tão à vontade assim. — eu ri. — E eu não estava sozinha, tinha a equipe, a Sunhill, você e alguns modelos também.
— E quem vai olhar para uma modelo, quando se tem uma fotógrafa como minha esposa no mesmo ambiente? — ele me olhou sério.
— Apesar do ciúme bobo, foi fofo o que você disse. — eu caminhei em sua direção. — Um marido lindo e único como você, eu não olharia para o lado.
— Nem para sete jovens k-idols?
— Bem, deixa eu pensar. — segurei de leve o riso vendo seu olhar meio furioso. — Claro que não! — eu ri e fui até a escrivaninha e peguei minha câmera. — Se o problema é tirar foto de homens quase descamisados. — eu posicionei a câmera e tirei uma foto dele. — Agora tenho a foto do meu marido quase descamisado.
— Não. — ele se encolheu com vergonha. — Apaga isso.
— Jamais — eu recuei.
Ele se aproximou mais de mim.
— Não. — eu ri ainda mais dele.
— Então farei greve.
— Greve? — o olhei sem entender.
— Uma semana sem beijos.
— Sério? — eu ri ainda mais me aproximando dele. — Você consegue?
— Sim. — ele me olhou segurando o riso. — Te farei ficar louca.
— Sério mesmo? — aproximei meus lábios do pescoço dele e dei um beijo de leve.
— Não me provoca, pode ser pior — ele segurou o riso, mas senti que seu corpo arrepiou.
— Acho que você quem ficará louco — eu sorri maliciosamente e pisquei de leve.
— Não vou te beijar — repetiu ele rindo de leve.
— Sério? — eu aproximei meus lábios do ouvido dele e sussurrei: — Saranghae…
— Quer saber — ele me beijou envolvendo seus braços em minha cintura — Fique com a foto, faça o que quiser com ela.
— Vou colocar no álbum de família com a legenda: o dia em que ele confessou estar com ciúmes — eu ri.
— Não confessei nada — ele riu junto.
— Confessou, sim.
— Que seja.
Ele me beijou novamente, a intensidade era a mesma, mas tinha um sabor diferente, acho que agora estava entendendo o que minha mãe tanto falava de quando um casal se entendia após um desentendimento tinha um toque diferente até mesmo no olhar. Nossos olhares diziam tudo o que queríamos um do outro, e sem precisar falar nada, nossos corpos correspondiam na mesma proporção de intensidade que nossos corações batiam.
Os meses foram se passando até que eu comecei a me sentir um pouco estranha e diferente, tinha enjoos com frequência e algumas quedas de pressão, minha mãe ficou com medo de eu estar doente, mas, no final, estava tudo bem com minha saúde. Uma surpresa havia caído em nossa família, que já era grande e iria aumentar ainda mais; eu estava grávida de algumas semanas, por isso enjoava tanto.
— Ficamos tão preocupadas com sua saúde, unnie, que bom que a notícia era boa! — disse Sunhill ao me abraçar.
— Sim, muitas boas notícias ao mesmo tempo! — concordou minha mãe ao me olhar com alegria.
— Passamos no vestibular e seremos tios. — Heesong sentou no sofá colocando Sakura em seu colo. — Acho que estamos ficando velhos, Jinho. — todos riram com aquele comentário.
— Yah, não pense assim. — ele me olhou. — Mas estou feliz por vocês, noona, e acho até que demorou muito para isso acontecer.
— Jinho, não comece — eu disse me sentando ao lado de Heesong.
— Mas é a verdade, vocês ainda demoraram muito — reclamou ele num tom engraçado.
— Eu apostei que teriam filhos depois de cinco anos — revelou Sunhill.
— O quê? — eu a olhei boquiaberta com aquilo.
— Eu apostei no primeiro ano de casamento, eles estavam se perdendo tanto — Jinho riu.
— Eu apostei com dois anos — minha mãe riu de leve.
— Não acredito. — eu desviei meu olhar para minha mãe. — Até você, mãe? Que absurdo, vocês apostando esse tipo de coisa.
— Confesso que é muita mente fértil em uma família só. — riu se encostando na parede ao lado da janela. — E quem ganhou?
— Hee — respondeu Sunhill.
— Já não bastam as brincadeiras e agora uma aposta! — eu cruzei os braços me fazendo de indignada, mas segurando o riso.
— Agora temos que fazer da quantidade de filhos, porque, se depender da genética dos nossos pais, eu aposto que a noona e o hyung terão uns sete.
— Fechado, eu aposto em cinco como nossos pais — disse SunHill tocando na mão dele.
— Jinho! — eu o olhei. — Como podem fazer isso?
— Eu acho que a noona não tem coragem de ter tantos filhos assim, como nossos pais. — Hee se virou e me olhou. — Acho que os dois não passam de três filhos.
— , você não vai falar nada? — eu o olhei.
— No que depender de mim, teríamos um time de vôlei com reservas — ele piscou de leve dando um sorriso de canto.
— Que absurdo! — eu ri. — Todo irão perder, quero ter somente dois.
— Hum, então está pensando em produzir mais? — Jinho me olhou. — Noona, nem teve o primeiro ainda.
— Vocês quem começaram com a aposta.
— Unnie, eu vou poder brincar com meus primos? — Sakura me olhou com uma carinha meiga.
— Claro, princesa. — eu sorri para ela. — E quantos sobrinhos você quer ter?
— Quatro — ela riu de leve.
Todos riram juntos, até mesmo Dongho entrou na brincadeira dizendo que eu deveria ter cinco filhos como o meu pai e SoonHee. Era divertido ver a empolgação de todos com essa notícia, nossa rotina diária seria um pouco diferente com a chegada do bebê, porém continuaria sendo divertida e cheia de brincadeiras, sempre comigo fotografando cada momento para nosso álbum de família. Mesmo sem nossos pais, sentíamos que nossa família estava completa, até minha mãe estava feliz e realizada depois que resolveu dar uma chance ao doutor Chang.
“Truques de mágica
Estou ficando animado
Garota, você é toda a audiência que preciso
Você me conduz
Me prendeu dentro do seu nome
Em câmera lenta
Agora tente escapar
Tente escapar de mim essa noite
Não será fácil
Em todo o mundo
Estou viciado em você, garota mágica.”
– Magic / Super Junior
17
Juntos fazendo esse amor!
Para sempre fazendo você sorrir!
Preenchido com seu radiante sorriso
Juntos fazendo esse amor!
Para sempre fazendo você sorrir!
Agora agarre, agarre a minha mão.
– Stand By Me / SHINee
Estávamos completando três anos de casados, e nossa família tinha aumentado com a chegada do nosso filho MiJun, minha mãe estava totalmente recuperada e nos ajudava a cuidar dos nossos irmãos e do nosso bebê. Estava indo tudo bem na revista CéCi, trabalhávamos em departamentos diferentes, mas sempre nos víamos nos corredores, elevadores, ou na pausa para o almoço.
havia se mudado para o Japão, iria trabalhar na filial da Cosmopolitan em Tóquio. Eu gostava dele, havia permanecido em minha vida como um amigo, e estava feliz, pois ele tinha encontrado uma garota que havia conquistado seu coração. Eu trombava algumas vezes com Yoona, principalmente nas reuniões de fechamento de edições da revista, ela ainda guardava uma certa raiva de mim, mas enfim, não podia fazer nada por ela.
Era sábado e tinha feito um almoço especial para comemorar o aniversário de um ano de MiJun, eu, como sempre, registrava tudo em minha câmera, cada sorriso, cada olhar, cada expressão de felicidade de todos.
— O almoço estava maravilhoso — elogiou minha mãe.
— Sempre está. — Eu sorri e olhei para. — Meu marido é um master chef.
— Hum, quando tem muitos elogios — brincou Jinho, fazendo todos rirem.
— Não começa, ok? — eu protestei. — Tenho o número da sua namorada.
— Assim não vale, noona — ele me olhou, segurando o riso.
— E por falar em namorada, onde elas estão? — perguntou minha mãe.
— A minha está viajando — disse Heesong. — Intercâmbio, vai voltar no final do ano.
— Hum — se sentou ao meu lado. — Garota estudiosa.
— Couple Book — eu brinquei.
— Ah — Heesong riu, era raro momentos em que ele sorria, mas sempre que o assunto era a namorada, seu sorriso era automático.
— E a sua, Jinho? — perguntou minha mãe.
— Vai chegar mais tarde, ela está na casa da avó.
— Moça de família — eu brinquei. — Vocês são o Couple Troll.
— Com certeza — concordou.
— E vocês o Couple Magazine — retrucou Jinho, rindo.
— Só eu não tenho namorada — reclamou Dongho.
— Não está na idade. — eu disse, sorrindo para ele. — Mas quem sabe um dia?
— Quero ter uma namorada tão bonita quanto você, noona! — disse ele ao olhar para mim.
— Vou levar isso como um elogio.
— Eu também não tenho namorado — reclamou Sunhill.
— Se fosse bonita, teria — brincou Jinho.
—
Pabo! — disse ela, dando um soco de leve no ombro dele. — É por causa do oppa, sempre afasta os garotos de mim.
— Unnie, você é bonita — disse Sakura com uma carinha meiga.
— Não se preocupe, um dia seu príncipe chega — eu disse.
Minha mãe estava com MiJun no colo, sentada na poltrona perto da janela, eu me levantei e peguei minha câmera.
— Uma foto — eu disse. — Todos se juntando a omma.
— Espera, eu vou ficar agachado — disse Jinho.
— Eu quero sentar no braço — avisou Sunhill.
— Posso ficar no seu colo, unnie! — perguntou Sakura chegando perto dela.
— Claro — Sunhill pegou ela no colo.
Logo todos se acomodaram, programei minha câmera e coloquei em cima da mesa, em seguida, corri até eles e fiquei ao lado de . Claro que meu marido era sempre imprevisível, quando a câmera foi tirar a foto, ele me puxou e me beijou, saiu como ele queria.
Aquela não era a primeira, nem seria a última foto, mas também faria parte da nossa história.
“Sempre, eu estarei ao seu lado
Sempre, ao seu lado estarei
Não preciso de mais nada,
Se você estiver comigo
Só de você.”
– Kiss Kiss Kiss / SHINee
Fim
Eu adoro a maneira como você sempre parece pesquisar sobre a profissão e os cenários dos países que trabalha nas suas fics, Pâms! Acho admirável!
Gostei da entrada do Suho na história, apesar de significar algo ruim para a pp. Gosto de um drama, hahahaha! E gosto também de um turnaround. Quero saber como ele vai ser pisoteado pela pp.
E, claro, saber com quem ela vai ficar. Porque admito que eu sempre torço pra pessoa errada, então não vou escolher ninguém – ainda. hahahahah
Comentário originalmente postado em 16 de Setembro de 2020
Obrigada por ler, comentar e gostar da forma que trago as realidades para as fics, confesso que fico escrevendo com as janelas de pesquisa do google aberta já kkkkkkkkkkkkkk tá quase de ranço pelo Suho #chocada kkkkkkkkkkkkkk preocupa não que eu sempre shippo errado também!!!
Comentário originalmente postado em 23 de Setembro de 2020
Podemos dar uns tapas no Suho POR FAVOR? Por favorzinho!
Ai, que raiva dele!
E esse turnaround do pp do além?!?! Meu queixo está no chão. Eu acho que ele tem que parar de ser malicioso e ser mais assim, na cara. Também não lido bem com homem que não demonstra as coisas, porque não sou bola de cristal pra ficar adivinhando, né? Hahahahah! Se quer reconhecimento certo, então começa a mostrar as magias aí, boy.
Adorandoooo!
Comentário originalmente postado em 08 de Outubro de 2020
Né, tem que chegar mandando a real mesmo kkkkkkkkkkkkk mas como o pp é inspirado nos boy coreanos de dorama, tô seguindo a risca o que vejo nos dramas kkkkkkk Mas uma hora esse casal deve sair <3<3<3
Comentário originalmente postado em 10 de Outubro de 2020