O Silêncio Da Queda
Prólogo
— Azrael! — A voz ecoou em meus ouvidos — Como ousa?
Senti as mãos dele me segurarem pelos ombros quando me virei. Os olhos de Uriel, brilhando como brasas, me encaravam com uma intensidade ameaçadora. Seu poder era esmagador, uma lembrança constante de sua posição entre os celestiais.
— Ousar? — retruquei, a fúria crescendo em meu peito. — Eu ouso desafiar o que é injusto.
Uriel apertou os dedos em meus ombros, sua aura queimando como fogo ao redor de nós.
— A profecia foi clara, Azrael. O destino está traçado. Você não pode se desviar.
— Destino? — cuspi, tentando me libertar de seu aperto. — Que destino é esse que condena inocentes? Por que deveríamos obedecer cegamente?
Uriel se aproximou, sua presença esmagadora.
— Porque fomos criados para isso. — Sua voz era fria, determinada. — O equilíbrio do mundo depende de nós. Você sabe disso.
— Equilíbrio?! — gritei, empurrando suas mãos para longe. — Não vejo equilíbrio em condenar aqueles que poderiam ser salvos. Não vejo justiça nisso!
Uriel balançou a cabeça, os olhos faiscando com um misto de decepção e ira.
— Você está se rebelando contra o próprio Criador. A profecia foi escrita desde o princípio dos tempos. Ela não pode ser alterada.
— E se houver outro caminho? — repliquei, minha voz carregada de desespero. — E se houver uma forma de evitar o caos sem sacrifícios desnecessários?
— Você fala como um tolo. — Uriel se afastou um passo, ainda me observando com olhos penetrantes. — Você sabe o que acontece com aqueles que se desviam do plano. Nós não somos feitos para questionar. Somos mensageiros, guardiões do equilíbrio.
— Não vou ser mais uma peça nesse jogo cruel. — As palavras saíram como uma promessa, sentindo o peso da decisão que estava tomando. — Eu não seguirei essa profecia.
Uriel estreitou os olhos, sua expressão endurecendo.
— Você sabe o que isso significa, Azrael. Se recusar a cumprir o que foi destinado…
— Eu sei. — Respirei fundo, sentindo uma mistura de medo e determinação. — E ainda assim, escolho desobedecer.
O silêncio caiu entre nós, pesado e ameaçador. Uriel me observou por longos momentos antes de dar as costas, suas asas se abrindo em toda a majestade.
— Você está caminhando para a queda, Azrael. E quando isso acontecer, não haverá volta.
Ele se afastou, desaparecendo na luz que o envolvia, deixando-me sozinho, com o peso de minhas escolhas.
Eu sabia que não poderia mais voltar atrás.
***
Uriel se foi, mas as palavras ecoavam em minha mente. A queda. Era isso que aguardava aqueles que se recusavam a seguir o curso predeterminado. E ainda assim, eu não podia ceder. Algo dentro de mim gritava para resistir.
Mas não fiquei muito tempo sozinho. O ar ao meu redor pareceu se partir ao meio, e uma presença muito mais imponente tomou forma. Uma luz ofuscante brilhou à minha frente, irradiando uma força além de qualquer ser celestial.
— Azrael. — A voz não era humana, nem inteiramente divina. Era pura força. O Criador se manifestara.
Eu sabia o que isso significava.
— Você recusou seu papel. — Sua voz cortava o ar como lâminas afiadas. — A profecia foi clara. Penélope carrega o fardo que está destinado a ela. E você deveria guiá-la.
Eu cerrei os punhos, tentando não tremer diante de Sua presença.
— Não posso aceitá-lo. Penélope… Ela não merece esse destino. Ela é apenas uma humana.
— Apenas uma humana? — O Criador fez ecoar uma risada fria, imortal. — Ela é mais do que isso, e você sabe.
Minha mente se encheu de lembranças da profecia: “No dia em que a lua e o sol se alinharem, ela escolherá. Seu coração decidirá o destino de todos os mundos. Sangue será derramado, luz e escuridão se enfrentarão, e sua escolha determinará o vencedor. O guia celeste a levará até sua decisão final.”
Penélope. O poder que ela nem sabia que possuía. E eu… o guia destinado a assegurar que ela cumprisse sua parte. Ela deveria decidir entre o caminho da luz ou da escuridão, e a batalha que se seguiria afetaria não apenas os reinos celestiais, mas todas as existências.
— E você se recusa a guiar o que foi destinado. — A voz do Criador se estreitou. — Diga-me, Azrael… É por ela que você desafia o Céu?
Seu tom era afiado, acusador.
— Não! — Minha resposta saiu antes que pudesse pensar. Não é por Penélope. — Eu senti a raiva tomar conta de mim, e continuei. — É por todos nós. Por que devemos sempre seguir ordens cegas? Por que os inocentes devem ser peões em uma guerra que não pediram para lutar?
— Você fala de inocência, mas é a fraqueza que o guia. — O Criador se aproximou, o peso de Sua presença quase insuportável. — Você se abaixou perante uma humana, Azrael. Isso é imperdoável.
— Não me abaixei por ninguém! — bradei, a frustração e a convicção explodindo em cada palavra. — Mas não vou permitir que alguém como Penélope seja jogada nesse conflito sem escolha. Não vou ser o carrasco de um destino imposto!
— Você não pode ver além da sua própria rebeldia. Sua recusa é insignificante. — A voz do Criador ficou mais sombria. — A profecia será cumprida, com ou sem você.
Senti um tremor percorrer meu corpo. A batalha dentro de mim estava sendo travada, mas minha convicção não cedia.
— Eu nunca a obedecerei. — As palavras escaparam de meus lábios, firmes e claras.
Foi então que o Criador se ergueu diante de mim, sua luz atingindo seu ápice, quase cegando.
— Então, caia.
As palavras foram simples, mas o peso delas esmagador. O chão sob meus pés desapareceu, e um vazio imenso se abriu ao meu redor. Eu estava sendo arrancado dos céus, expulso, jogado nas profundezas.
A queda começou.
O vento uivava em meus ouvidos, e minha pele parecia queimar ao atravessar os diferentes reinos. Meu corpo girava e despencava pela vastidão infinita, mas foi minha mente que sofreu o maior golpe. Eu via… tinha visões. Fragmentos de um futuro que se desenrolaria a partir do momento em que recusei a profecia.
Vislumbres da batalha.
De um lado, legiões de anjos, suas asas abertas, brandindo espadas de luz. Do outro, hordas de seres caídos, as trevas em seus olhos, clamando pela destruição. O céu rasgado pelo conflito. A terra devastada por cada golpe. E no centro de tudo, Penélope. Seu rosto contorcido em agonia, lágrimas escorrendo por suas bochechas enquanto os dois lados aguardavam sua escolha.
Um clarão de luz. Um grito. Meu nome. Eu a ouvi me chamar.
O choque das forças opostas reverberou pela minha mente. O som de espadas se cruzando, o clangor ensurdecedor da guerra entre o bem e o mal. Mas… o que me atingiu mais profundamente foi o silêncio que se seguiu à sua decisão.
No meio dessa visão aterradora, eu continuava caindo. Minhas asas, uma vez gloriosas, estavam agora enegrecidas, queimadas pelo fogo celestial que me exilava. Sentia cada fibra do meu ser se despedaçar, cada laço com o divino sendo rompido. O fogo consumia minha alma, queimando qualquer vestígio de luz que restasse.
O impacto contra a terra foi brutal.
Eu caí em um mundo frio e escuro, distante dos céus que um dia conheci. Sentia o gosto amargo da poeira em meus lábios, e as cinzas do que um dia fui manchavam minha pele. Meus ossos doíam, minhas asas destroçadas.
Levantei-me, cambaleando, olhando para o céu que agora estava fechado para mim. O silêncio era ensurdecedor. Eu havia sido banido.
E agora, estava sozinho.
A batalha havia começado. Eu não poderia mais impedir que Penélope fosse jogada no fogo do destino, mas uma coisa eu sabia com certeza: eu faria de tudo para protegê-la. Mesmo que isso significasse lutar contra o próprio Céu.
A profecia poderia estar escrita, mas eu a reescreveria com minhas próprias mãos.
Eu caí, mas minha luta estava apenas começando.
Capítulo 1
Apocalipse 12:15-18
“O dragão ficou irado com a mulher e foi travar guerra com o restante da descendência dela, ou seja, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus”
Minhas pernas cederam quando senti o ardor insuportável em minhas costas e meus joelhos rapidamente tocaram o solo novamente. Um grito gutural escapou da minha garganta, ecoando pelo vazio ao meu redor. Tremendo, levei as mãos até as costas, apenas para senti-las cobertas por algo quente e viscoso.
Quando olhei para as palmas das minhas mãos, o vermelho vivo do sangue contrastava violentamente com a pele outrora imaculada. O cheiro metálico tomou conta de mim, e foi então que a dor ficou mais clara: um corte profundo, que se estendia pelas minhas escápulas, rasgando carne, rompendo o que antes sustentava minhas asas.
Minhas asas…
Tentei alcançá-las, mas a realidade me atingiu como uma lâmina. Elas não estavam mais lá. Onde antes havia força e glória, agora havia apenas dor e vazio. O ar parecia preso nos meus pulmões.
Um soluço escapou dos meus lábios. Não de fraqueza, mas de algo mais profundo. Era a ausência que me consumia. Uma parte de mim havia sido arrancada de forma brutal, e o peso desse vazio era maior que a dor física.
O mundo ao meu redor era escuro, silencioso, como se o próprio planeta estivesse rejeitando minha presença. Olhei ao redor, tentando encontrar algo, qualquer coisa, mas havia apenas desolação. Terra seca e rachada se estendia até onde meus olhos alcançavam, e o céu acima estava envolto em um manto cinzento, pesado, como se o próprio firmamento lamentasse minha queda.
— Por quê? — Minha voz saiu fraca, rouca, mas carregada de uma dor que palavras não poderiam descrever.
Senti meu corpo tremer novamente, mas me forcei a levantar. Minhas mãos firmaram-se na terra seca enquanto eu lutava contra a vertigem que ameaçava me derrubar de novo. O sangue escorria pelas minhas costas, manchando minhas vestes já sujas e rasgadas pela queda.
— Por que me fizeste assim? — murmurei, olhando para o céu. Não esperava uma resposta. Não agora.
O Criador não falaria comigo. Não mais.
Meus passos eram hesitantes enquanto tentava me mover. Cada movimento era uma lembrança cruel do que havia perdido. Não era apenas a dor do corpo; era a dor da alma. As asas não eram apenas um símbolo de minha glória; eram parte de quem eu era, daquilo que me definia.
E agora… eu era apenas uma sombra.
Ao longe, ouvi um som fraco. Algo que parecia… risadas. Não de alegria, mas de escárnio. Meus olhos buscaram a origem e, então, vi as silhuetas. Elas estavam na penumbra, à distância, me observando.
— Olhem só quem caiu. — A voz era cheia de desprezo.
Um deles se aproximou, sua forma envolta em uma escuridão densa. Um dos caídos, assim como eu. Mas havia algo diferente nele, algo mais sombrio.
— Azrael, o glorioso. Agora apenas mais um de nós. — Ele riu, seus dentes brilhando em um sorriso predatório. — Dói, não é? A queda. A perda. O vazio. Você vai se acostumar. Todos nós nos acostumamos.
Meu olhar encontrou o dele, e vi a escuridão refletida em seus olhos. Mas algo em mim resistiu.
— Eu não sou como vocês.
Ele riu novamente, inclinando a cabeça como se considerasse minhas palavras.
— Não? Veja onde está. Sinta o que perdeu. Você é exatamente como nós, irmão. O céu não tem mais lugar para você. Mas não se preocupe. O abismo tem braços abertos para te acolher.
— Saia do meu caminho. — Minha voz saiu firme, ainda que meu corpo estivesse fraco.
O sorriso dele desapareceu por um momento, mas logo voltou, mais perverso.
— Você vai aprender, Azrael. Aqui, não há glória, apenas sobrevivência. Quando perceber isso, estaremos esperando.
Ele se afastou, e as outras silhuetas se dissiparam na escuridão.
Eu estava sozinho novamente, mas agora, mais do que nunca, sabia que o mundo em que havia caído não era um lugar para hesitação ou fraqueza.
Olhei para o horizonte vazio e dei um passo à frente. Eu não pertencia mais ao céu, mas também não me renderia ao abismo…
Ainda havia algo que eu poderia fazer. Algo que eu deveria fazer.
Penélope.
O nome dela ecoou em minha mente, e uma determinação renovada percorreu meu corpo. Se o céu não a protegeria, eu o faria.
Mesmo que isso significasse lutar contra o Criador e o próprio inferno.
🌔🌔🌔🌔
Meus olhos se abriram com esforço, pesados como se carregassem o peso de todo o céu e da terra. A luz suave e pálida que atravessava minhas pálpebras mal abertas parecia ofuscante, como se eu estivesse tentando enxergar através de um véu de neblina. Pisquei lentamente, tentando ajustar minha visão.
Tudo parecia embaçado, indistinto. Havia sombras e formas ao meu redor, mas nenhuma delas fazia sentido imediato. Por um momento, pensei estar de volta ao limbo — ou pior, em algum canto esquecido do abismo.
Tentei mover a cabeça, mas até isso parecia um esforço monumental. O cheiro de antisséptico chegou às minhas narinas, estéril e artificial. Algo frio pressionava meu pulso e percebi a leve tensão de fios presos ao meu braço.
Pisquei mais algumas vezes, e finalmente as formas começaram a tomar forma. Cortinas brancas delimitavam o espaço ao meu redor, balançando suavemente, como se seguissem um ritmo próprio. O bip suave e constante de um monitor chegou aos meus ouvidos, preenchendo o silêncio.
Foi então que percebi: eu estava em um hospital.
Minha mente tentou processar isso, mas as lembranças eram um borrão. Fragmentos de dor, de gritos, de uma batalha… E então, a queda. A queda que parecia não ter fim.
Eu deveria estar morto.
Minhas mãos se moveram com dificuldade, trêmulas, como se ainda não reconhecessem o corpo em que estavam. Levei uma delas até o peito, sentindo o ritmo lento, mas constante, do meu coração. O toque da minha pele era estranho, quase desconhecido.
— Onde… — Minha voz saiu rouca, um sussurro quase inaudível. A garganta parecia seca, como se eu não falasse há milênios.
A porta do quarto se abriu lentamente, e uma figura entrou. Era uma mulher, vestida de branco, com um crachá pendurado no pescoço. Seus olhos encontraram os meus, e ela parou por um instante, surpresa.
— Você está acordado… — A voz dela era calma, mas carregada de algo que não consegui identificar.
Ela se aproximou, pegando um pequeno aparelho para verificar meus sinais. Eu a observei em silêncio, ainda tentando juntar os pedaços de tudo o que havia acontecido.
— Onde estou? — perguntei novamente, minha voz mais firme desta vez.
Ela olhou para mim, hesitando por um segundo antes de responder.
— Você está no St. Raphael’s Medical Center. Foi encontrado desacordado há alguns dias… Na verdade, não sabemos como você chegou lá.
Minha mente girou com a informação. Dias? Não fazia sentido. Para mim, tudo havia acontecido em questão de minutos.
— Quem me trouxe aqui? — insisti, minha voz carregando uma urgência que fez a mulher franzir a testa.
— Ninguém sabe ao certo. Você foi encontrado no estacionamento, desacordado, com sinais de ferimentos graves nas costas. Quando a ambulância chegou, você já estava inconsciente.
Ela hesitou novamente, como se considerasse dizer algo mais.
— Seu caso é estranho. Nenhum dos médicos consegue entender como você sobreviveu àquele tipo de lesão.
Meus dedos involuntariamente se moveram em direção às costas, mas algo me impediu. Eu sabia o que havia lá. Sabia o que havia perdido.
Olhei para a mulher novamente, mas ela já estava se afastando.
— Vou chamar o médico. Ele virá para examiná-lo.
Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ela saiu, fechando a porta atrás de si.
Sozinho novamente, deixei minha cabeça cair de volta no travesseiro. O hospital parecia seguro, mas eu sabia que minha presença ali era temporária. O que aconteceria quando eles descobrissem quem — ou o que — eu era?
O nome dela ecoou em minha mente… Penélope.
Eu precisava sair dali. Ela precisava de mim.
O desconforto dos fios presos ao meu braço e ao peito era insuportável. Eu precisava me mexer, precisava sair dali. Levei a mão trêmula até um dos tubos que se conectavam ao meu pulso. A dor aguda atravessou meu corpo quando puxei o acesso, mas não parei.
Outro fio estava grudado no meu peito, e tentei arrancá-lo, mas meus dedos estavam fracos demais. O mundo ao meu redor parecia girar, como se eu estivesse à beira de um desmaio.
— Droga… — murmurei, frustrado com a falta de controle sobre o meu próprio corpo.
Foi então que ouvi passos suaves. Levantei os olhos, minha visão ainda turva. Duas figuras entraram no quarto, movendo-se com uma confiança desconcertante.
A primeira era uma mulher de cabelos completamente pretos, que pareciam brilhar sob a luz fraca do quarto. Seus olhos de um castanho profundo eram intensos, carregados de algo que parecia sabedoria antiga misturada com um toque de desafio. Ela usava roupas simples, mas sua postura era imponente, como se cada movimento dela fosse cuidadosamente calculado.
A segunda figura era um homem alto e robusto, com um ar predatório que fazia o ambiente parecer mais pesado. Seu cabelo negro caía em ondas, e seus olhos eram de um âmbar perturbador, que pareciam observar cada detalhe com atenção quase cruel. Ele tinha uma aura que exalava perigo e poder.
— Não se mexa mais, Azrael. Você está muito fraco para isso — disse a mulher, sua voz soando firme, mas com um tom de compaixão.
— Quem… quem são vocês? — perguntei, tentando me sentar, mas minhas forças não colaboravam.
Ela deu um passo à frente, seus olhos fixos nos meus.
— Meu nome é Freya. Sou uma nefilin. Fui enviada para te ajudar.
— Enviada por quem? — retruquei, minha desconfiança evidente.
O homem ao lado dela deu uma risada baixa, quase divertida.
— Por ninguém que você confie, tenho certeza — respondeu ele. — Sou Leviatã. E, antes que pergunte, não, eu não sou do tipo que segue ordens.
— Leviatã? — Minha voz saiu como um sussurro. O nome soava como uma ameaça antiga, algo que eu deveria temer, mas havia uma estranha tranquilidade na presença dele.
Freya ajoelhou-se ao meu lado, colocando uma mão leve sobre meu braço.
— Não temos muito tempo. Eles virão atrás de você. Você não pode ficar aqui — disse ela, começando a remover os fios presos ao meu corpo com habilidade surpreendente.
Leviatã cruzou os braços, observando a cena com um olhar impaciente.
— Se você continuar a se debater como um humano qualquer, vai morrer antes que consigamos tirá-lo daqui. Aceite a ajuda, Azrael.
Eu queria responder, protestar, exigir explicações, mas meu corpo não me obedecia. Freya tirou os últimos fios e se levantou, estendendo a mão para mim.
— Você precisa confiar em nós agora. Se quiser sobreviver, venha.
Olhei para ela, depois para Leviatã. Algo na expressão dele parecia quase desafiador, como se ele quisesse que eu recusasse.
— Vamos — disse Leviatã, já caminhando em direção à porta. — O tempo está acabando.
Com esforço, segurei a mão de Freya, que me ajudou a ficar de pé. Minhas pernas tremiam, e o mundo parecia girar, mas uma coisa era clara: eu não tinha escolha.
Eles eram minha única chance.
Eu já sei que vou passar umas raivinhas com Deus e tudo mais porque sempre que mexe com isso eu passo raiva HAHAHAH
Vamos ver como que o pp vai lidar com a queda e imagino se os antigos amigos/colegas angelicais vão fazer umas visitinhas pra ele no mundo humano. Será que ele tem amigos de verdade ou é tudo pau mandado? 🧐
caralho Cleitin, a casa caiu, repito a casa caiu!!Já chega na voadora coitado, deixo minha declaração de apoio ao Azrael desde já, como CLT me solidarizo
TO FALANDO, JÁ ME GANHOU NO PAPO! FALA MESMO AZ, FALA MESMO! MOSTRA QUEM MANDA!
TE CONHEÇO A MINUTOS MAS TU JÁ É MEU PREFERIDO! DESCE A LENHA NELE AZ, VAI LÁ, CONFIA NO TEU POTENCIAL!
Uriel é tipo aquele colega de trabalho que tem que resolver os B.O da equipe não é? To sentindo essa vibe dele, tadinho, traumatizado o coitado
✨ Who’s the diva? ✨
a consciência né, meu amigo, é a consciência te dando uma coça, vai dar tudo certo, confia (BETIZA EU TE JURO, ACABEI DE CHEGAR AQUI, MAS TE CAÇO SE TU FIZER CRUELDADES COM O BICHINHO)
… mais que humana, ela é human. Não peraí, Sr. Criador, um segundo também, volta aqui e explica isso direito, eu sou fofoqueira cara
EITA PORRA
só por despeito, to torcendo pra ela escolher a escuridão, vai com tudo Penélope eu acredito no teu potencial!
o último romântico do mundo. ESCUTA AQUI, O MENINO TÁ FAZENDO O MELHOR QUE PODE, VOCÊ RESPEITA TEU FILHO, SR. CRIADOR!
meu orgulho todinho, DIZ PRA ELE MESMO AZRAEL! MOSTRA PRA ELE!!
Alguém segura meu poodle, eu quero sair no braço com ele, VEM TRANQUILO SEU HIPÓCRITA, VEM TRANQUILO! AFOBA NÃO!
Isso não foi diva de você, cadê a compreensão, cadê o entendimento? E O LIVRE ARBÍTRIO HEIN?!
como eu queria reagir ao menor inconveniente na minha vida:
o que a pobi fez pra receber esse destino gente? Que isso, coitada
essa bateu pesado, caralho
cada vez mais estabelecendo seu posto como o último romântico, que fofinho cara, isso aí, se ele errou foi tentando acertar!
eu ajudo com o branquinho. Aqui a gente apoia o LIVRE ARBÍTRIO!
(Eu não to conseguindo entrar no meu Disqus, aí parece que sou anônimo, que ódio) Eu espamei um monte no texto, desculpa por isso desde já, mas agora sério, adorei como você é direta ao ponto, e por vezes consegue impactar a gente com uma frase só. Bem colocada e no ponto, me peguei parando pra absorver o peso, e achei simplesmente fantástico! Acho que tenho 3 fics suas salvas aqui pra ler (to conseguindo tempo só agora no fim de ano) e em todas até agora, para mim, você conseguiu cativar na hora bem no comecinho da história, o que é uma coisa difícil de fazer, e tu faz com naturalidade! Além disso, excelente apresentação de personagens, é só o prólogo eu sei, mas a gente consegue ter uma ideia dos ideais e especialmente personalidades dos três personagens que apareceram até agora, especialmente pela maneira com que você descreve o diálogos. A exposição da história fica mais natural assim, agora a profecia me pegou um pouco, admito. To ansiosa para ler mais, por favor, não desiste dessa aqui não! Já deixei nos favoritos para voltar a ler depois
Que grata surpresa ter você aqui *-*, juroooooooo! Amei você flodando os comentários, porque assim dá para saber o que o leitor tá sentindo enquanto lê haha
Fiquei imensamente grata por você ter lido e comentado, isso é mega importante para motivar a gente a continuar. Muito obrigada mesmo.