O Começo De Nós Dois
Capítulo 1
31/05/2025, Los Angeles, Califórnia, Estados Unidos:
Era a primeira vez que usava um vestido tão caro quanto aquele… suspirou rapidamente quando os pensamentos quiseram fazê-la voltar para os tempos difíceis. O tempo no Brasil, antes de imigrar para os Estados Unidos da América… a época de escassez financeira que a fez querer mudar de vida rapidamente ainda muito nova.
A mãe sempre fora dona de casa e assim que completou idade para conseguir se virar sozinha em casa sem ela, começou a fazer faxinas em outros lares para tentar complementar a renda, já que o pai era zelador em uma escola municipal.
viu muitas vezes os pais brigarem por causa de dinheiro, ou melhor, pela falta dele. Então começou a alimentar dentro de si uma vontade de dar a eles e a si mesma, uma condição de vida mais digna e melhor. Os pais compreendendo a vontade da filha, acabaram fazendo vários sacrifícios financeiros, para que ela conseguisse realizar o sonho, depositando assim na única filha as esperanças de dias melhores.
E assim ela foi para outro país, começou a trabalhar como au pair, através do programa de intercâmbio, depois conseguiu uma bolsa de estudos e um visto de estudante na UCLA… e com muita batalha e até um pouco de sofrimento ela foi se mantendo no país até conseguir se legalizar totalmente por lá.
Quando finalmente conseguiu certa estabilidade, depois de formada em Medicina, trouxe finalmente os pais para viver com ela.
E parecia um sonho quando tudo finalmente começou a se alinhar depois de tanto tempo de batalhas.
Hoje, era respeitada na comunidade médica de Los Angeles. Tinha o próprio consultório pediátrico em Westwood — pequeno, mas aconchegante, decorado com quadros coloridos e brinquedos de madeira que ela mesma escolheu com carinho. Era ali que ela se sentia plena, escutando risadas infantis ecoando pelos corredores e acalmando pais ansiosos com sua voz firme e gentil.
Mas a verdade é que, por trás da imagem da médica de sucesso, havia ainda muito esforço e cansaço. Para manter o padrão de vida que conquistara — e garantir segurança para os pais, agora aposentados e vivendo com ela em uma charmosa casa térrea em Santa Monica —, aceitava plantões em hospitais da região algumas noites por semana. Era exaustivo, claro, mas ela já estava acostumada a dormir pouco e sonhar alto.
Acordava antes do sol para correr na praia e praticar yoga, como forma de manter a mente e o corpo em equilíbrio. Às vezes, nas manhãs de sábado, frequentava as aulas do estúdio onde conheceu — uma das poucas amizades que construiu fora do ambiente hospitalar, e que hoje era uma das mais importantes da sua vida.
era organizada, disciplinada, independente… e solitária. Com trinta e um anos recém-completos, aprendera a valorizar o silêncio, mas às vezes ele pesava. Mesmo cercada de crianças durante os dias, e de casos clínicos que preenchiam seu tempo, havia um espaço dentro dela que seguia vazio — como se sua vida estivesse perfeitamente arrumada, mas incompleta.
E era exatamente esse sentimento que a incomodava naquela noite.
Porque, mesmo sendo só uma convidada no casamento de uma amiga, algo dentro dela pressentia que aquela noite não seria como as outras.
🍼🍼🍼
Soo-Ri chorava nos braços do pai, que tentava a todo custo acalmar a bebê. Logo, Jayb apareceu e ofereceu ajuda ao amigo, quem sabe nos braços de outra pessoa a bebê começasse a se acalmar.
Jayb estendeu os braços na direção de Mark, como se dissesse ao amigo “passa ela para cá um pouco, descansa” e Mark, mesmo hesitante entregou a filha para o amigo, com cuidado. Jayb não costuma ser o mais jeitoso dos amigos com crianças e bebês, mas desde que Soo-Ri nasceu, ele vinha tentando com todas as garras ser um bom “tio”. E isso deixava o coração de Mark aquecido toda vez.
E ali, com a pequena nos braços, ele saiu para a grande varanda da casa de praia alugada para o casamento de Jackson, mais um do grande grupo de amigos de sete. Eles basicamente eram a família de Mark, já que ele tinha somente a mãe viva aquela altura do campeonato…
Os seis amigos haviam se conhecido graças a suas profissões, e eram amigos há mais de uma década basicamente, o que só tornava o laço entre eles ainda mais forte.
Tudo começou nos bastidores da indústria musical, quando Jackson, ainda no início da carreira como cantor solo, foi apresentado a Mark — um produtor jovem, talentoso e meticuloso, que logo se tornou seu braço direito. Naquela mesma época, Bambam também estava dando seus primeiros passos como produtor independente e, entre sessões de estúdio, trocas de beats e madrugadas em claro, nasceu uma parceria sólida entre os três.
Youngjae e Yugyeom vieram logo depois. Ambos cantores em ascensão — Youngjae com sua voz potente e romântica, e Yugyeom com um estilo mais dançante e ousado — cruzaram o caminho deles em premiações e colaborações casuais, que rapidamente evoluíram para amizades verdadeiras. O último a se juntar ao grupo foi Jayb, compositor talentoso e cantor de timbre inconfundível, que se aproximou através de sessões com Mark e Jackson, e logo se tornou inseparável do grupo.
Jinyoung, por outro lado, não era do meio musical. Mas sua amizade com Mark nasceu nos corredores de um evento beneficente onde o produtor participava da organização e o ator fazia uma aparição como convidado. Com o tempo, o talento dramático e a visão artística de Jinyoung se tornaram uma presença constante entre eles — mesmo sem cantar uma única nota, ele era parte essencial da “banda invisível” que compunham juntos.
Agora, todos estavam ali, naquela casa de praia à beira-mar, celebrando o amor de Jackson e … mas também os próprios laços construídos com suor, música, confiança e afeto ao longo de anos. E mesmo com uma bebê chorando ao fundo, aquilo tudo era um lembrete de que a vida seguia, se transformava — e, às vezes, se tornava ainda mais bonita com os sons que vinham do inesperado.
Mark se sentou na cama e observou Jackson tendo a gravata ajustada pela mãe, aquele era basicamente o toque final e ele estaria pronto.
Um flash correu por sua memória rapidamente: Jessica e ele.
“Ela estava com as mãos trêmulas, os olhos arregalados, sentada à beira da cama do apartamento que dividiam há poucos meses, quando disse com a voz quase inaudível:
— Eu tô grávida, Mark.
Ele se sentou ao lado dela num impulso, o coração batendo tão forte que parecia ecoar nos ouvidos. As palavras demoraram para encontrar forma, mas quando vieram, foram sinceras:
— Casa comigo.
Jessica o encarou como se ele tivesse dito algo absurdo. Uma risada nervosa escapou de seus lábios.
— Você enlouqueceu? — ela rebateu, quase ofendida. — Eu não quero ser mãe, Mark. Eu nunca quis isso.
Ele não respondeu de imediato. O choque era real, mas a ideia de ter um filho com ela acendia algo novo nele — um tipo de amor que ainda nem conhecia, mas que já o dominava.
— Mas você vai ser mãe — ele disse, com calma. — E eu quero estar com vocês dois. A gente pode dar um jeito. Juntos.
Ela chorou. Chorou muito. E naquela mesma noite, disse sim. Não exatamente por amor, mas por medo. Por não saber o que fazer sozinha. Por ainda gostar dele, de alguma forma.”
Nos meses seguintes, os dois começaram a preparar um casamento discreto, simples, mas cheio de simbolismos. Mark queria acreditar que seria suficiente para fazê-la ficar. Que ela encontraria um tipo novo de amor na maternidade.
Mas a cada ultrassom, a cada roupa de bebê dobrada com cuidado, Jessica parecia se afastar mais. Era como se ela estivesse ali só fisicamente, com os olhos sempre perdidos em outro mundo onde aquela gravidez não existia.
Na semana em que trocariam alianças, ela surtou…
“— Eu não posso — ela disse, com as malas prontas no chão da sala. — Eu tentei, de verdade. Mas eu não consigo viver essa vida. Não é pra mim.
Mark não chorou. Não implorou. Só segurou a beira do sofá com força suficiente para deixar os nós dos dedos brancos.
— Mas e ela? — foi tudo o que conseguiu perguntar.
Jessica hesitou. Seus olhos brilharam, mas a voz saiu fria:
— Você é melhor que eu pra isso. Sempre foi.”
A bebê nasceu dias depois, um parto repentino e precoce. Jessica a segurou nos braços por menos de uma hora… e então foi embora. Sem olhar para trás.
Desde então, há quatro meses, Soo-Ri era tudo o que Mark tinha. Tudo o que ele nunca soube que precisava. E tudo o que ele jamais pensaria em abandonar.
🍼🍼🍼
Soo-Ri dormia tranquilamente nos braços de Mark agora, ele entraria com ela e com Ashley, uma das amigas de Jackson e dos garotos, colega de gravadora de ambos. Jackson e , por serem os padrinhos de Soo-Ri, fizeram questão que Mark entrasse no salão com a bebê nos braços no momento da grande entrada dos padrinhos.
Claro que ele e os outros seriam padrinhos de casamento dele! Como ele ousaria não chamar qualquer um de seus “irmãos” para um momento tão importante quanto aquele? Ainda mais sabendo o quanto Youngjae e Jinyoung em específico haviam sido importantes, sendo os “cupidos” do casal.
Jackson e não eram o tipo de casal que passava despercebido.
Desde o começo, havia uma energia vibrante entre os dois — ele, impulsivo e encantador, com aquele jeito expansivo de quem fala com as mãos e sorri com os olhos; ela, centrada, decidida, mas com uma ironia elegante que o fazia rir mesmo quando fingia estar irritado. Se completavam como um refrão perfeito em uma música difícil de compor.
Tinham se conhecido em um evento beneficente da gravadora, onde estava promovendo sua marca de bem-estar e Jackson tinha sido convidado para cantar. Foi Youngjae quem os apresentou — com aquele olhar travesso de quem já previa o caos. E Jinyoung, como bom observador, foi quem percebeu que os dois não pararam de se procurar no meio da festa.
A partir dali, o relacionamento foi um turbilhão. Beijos em estúdios vazios, discussões sobre trabalho, cafés da manhã com amigos e noites em claro entre agendas lotadas. Mas no meio de tudo isso, existia uma leveza única — como se, apesar de virem de mundos diferentes, tivessem sido moldados para andar lado a lado.
, com seu jeito prático, ensinou Jackson a desacelerar. Jackson, com sua intensidade, ensinou a sentir sem medo. E juntos, aprenderam que amor de verdade não é o que vem pronto — é o que se constroi, dia após dia, mesmo quando parece mais difícil.
Os amigos assistiram a tudo de camarote: Youngjae, sempre empolgado, mandando playlists românticas no grupo de mensagens. Jinyoung, servindo de conselheiro relutante quando os dois brigavam. Jayb apostando em quanto tempo levariam para oficializar. Bambam e Yugyeom zombando — mas emocionados na hora certa.
E agora ali estavam todos, prontos para ver aquele amor ser selado diante de todos.
Jackson e não eram perfeitos. Mas eram reais. E naquela casa à beira-mar, onde as juras seriam trocadas e os olhares se encontrariam entre lágrimas, todos sabiam: aquele era só o começo de um capítulo ainda mais bonito.
🍼🍼🍼
O som suave do quarteto de cordas ecoava por entre as paredes envidraçadas do salão à beira-mar, enquanto os convidados se levantavam em respeito. também se ergueu, deslizando suavemente as mãos sobre o vestido elegante, e virou-se com todos os outros para acompanhar a entrada dos padrinhos.
Ela não sabia exatamente o que esperava… mas com certeza não era aquilo.
Mark entrou devagar, com passos firmes, mas o olhar delicado — e nos braços, como se fosse a coisa mais preciosa do mundo, dormia uma bebê pequena, envolta em um vestidinho branco e uma tiara fina de flores. A paz que irradiava daquela cena contrastava com o burburinho discreto dos convidados encantados com a imagem.
Ao lado dele vinha Ashley, sorrindo largamente, mas mal registrou a presença da jovem. Seus olhos estavam fixos no homem que carregava a criança com uma ternura que ela só conhecia de livros e filmes — ou de seus pequenos pacientes com pais verdadeiramente dedicados.
Havia algo nele… não era apenas a tatuagem que se revelava sob a manga dobrada do terno claro, nem o boné que alguém esquecera de tirar e que agora pendia enfiado no bolso da calça social. Era a forma como ele a segurava, como se aquele pequeno corpo tivesse sido moldado para caber perfeitamente entre seus braços.
sentiu uma fisgada no peito. Não de dor, mas de algo mais profundo. Uma mistura estranha de admiração, surpresa… e, de forma quase incômoda, um toque de saudade por algo que ela nunca tivera — e talvez nunca teria.
Ela não conseguia desviar os olhos. Nem mesmo quando a música mudou levemente, sinalizando a proximidade da entrada da noiva e o fim da entrada dos padrinhos, que ela mal havia reparado.
— Bonito, não é? — murmurou uma voz ao seu lado.
Era , de vestido elegante e postura tranquila, observando com um leve sorriso o fascínio de . Ela conhecia bem aquele olhar — o de alguém sendo atravessado por algo que não esperava sentir.
piscou, voltando ao presente como se tivesse sido acordada de um sonho. Mas não respondeu. Como poderia, se mal conseguia nomear o que sentia?
Porque algo nela — uma intuição silenciosa, como uma nota de fundo em uma melodia — já sabia. Aquela cena, aquele homem, aquela criança… Iam mudar alguma coisa.
Ela só ainda não sabia o quê.
🍼🍼🍼
AI, MEU DEUS, PAI CORUJA SOLTEIRO E UM NENÉM MUITO NENÉM <3333
Assim, eu preferia que a mãe da criança tivesse morrido porque eu já tô vendo o drama da volta da mãe arrependida querendo pegar a guarda do filho. Jessica, tudo depende de você, querida 😃🔪
Quero ver todo mundo interagindo!
O Markito sendo pai é tudo para mim <333
Olha, prefiro ainda não falar da Jéssica HAUAHSUAHUSHAUSHAU 👀
Vai ser uma turminha boa viu?