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Sem curiosidades para essa história no momento!

Notas do Destino

Capítulo um

  A luz da manhã iluminava o pequeno quarto da Universidade que eu dividia com , quando me sentei na cama ela já estava de pé, ajeitando os brincos nas orelhas enquanto me encaravam. Eu sorri e balancei a cabeça:
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  — Porque você acorda tão cedo mesmo quando não temos nenhuma aula?
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   soltou uma risada suave, dando o último ajuste nos brincos e se virando para me encarar.
  — Porque eu gosto de aproveitar o dia, . — ela respondeu, sorrindo. — E você devia fazer o mesmo, sabia? Já estamos na Coreia há seis meses e você ainda não conheceu metade dos lugares incríveis daqui.
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  Revirei os olhos, me espreguiçando na cama.
  — E você quer que eu comece por onde? — perguntei, levantando e jogando os cabelos para trás.
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  — Bom, hoje eu vou para aquele café novo perto do rio Han. Dizem que tem a melhor vista de Seul! — respondeu animada. — Quer vir comigo?
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  Hesitei por um instante, tentando esconder minha ansiedade. Meus pensamentos estavam voltados para o show de hoje à noite. Era minha chance de ver o ATEEZ de perto pela primeira vez, um sonho que eu carregava desde que descobri a música deles.
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  — Vou ter que passar. Tenho que terminar umas leituras e… — comecei a inventar uma desculpa, mas me interrompeu, erguendo uma sobrancelha.
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  — Leituras? , hoje é o show do ATEEZ! Achei que você estaria nervosa demais para se concentrar em qualquer coisa — provocou ela, rindo. — Aliás, você decidiu o que vai vestir?
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  Mordi o lábio, tentando disfarçar o nervosismo que crescia. Claro que estava nervosa, mas admiti-lo parecia dar ainda mais força àquele turbilhão de emoções.
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  — Pensei em algo simples. Nada que chame muito a atenção, sabe? — respondi, sem muita convicção.
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   balançou a cabeça, rindo.
  — “Nada que chame a atenção”? Você vai conhecer o seu futuro marido, ! — ela brincou, revirando meu guarda-roupa com rapidez.
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  Ri da bobagem, tentando não mostrar o quanto as palavras dela faziam meu coração disparar. sempre exagerava, mas eu sabia que no fundo ela queria me ver realizada.
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  — Vai lá, se arruma! — disse, já pegando um vestido leve, de um tom azul que me caía bem. — Você nunca sabe o que pode acontecer.
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  Sorri agradecida e peguei o vestido de suas mãos. À medida que eu o segurava contra o corpo, meu reflexo no espelho me encarava com olhos reluzentes e nervosos. Talvez estivesse certa… e talvez eu estivesse apenas tentando controlar o que era impossível de prever.
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   olhou para o relógio em seu pulso e franziu o cenho.
  — Eu preciso ir agora, senão vou perder o ônibus — ela disse, apressada, mas com um brilho carinhoso nos olhos.
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  Quando me aproximei para acompanhá-la até a porta, largou sua bolsa por um instante e me envolveu em um abraço apertado. Senti seu perfume suave e a familiaridade de sua presença, e quase consegui relaxar por um momento.
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  — , se eu não conseguir voltar a tempo para te ver antes de você sair para o show… — começou, afastando-se apenas o suficiente para me encarar nos olhos. — Eu só quero que você saiba que eu desejo que esse seja um dos melhores dias da sua vida.
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  Eu sorri, sentindo um calor acolhedor no peito.
  — Você merece viver esse sonho, ouvir suas músicas favoritas ao vivo e, quem sabe, receber um olhar especial do seu bias — ela continuou, dando-me uma piscadela animada. — Então, se jogue de cabeça e aproveite cada momento. Não pense demais, só viva!
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  — Vou tentar, — murmurei, engolindo a emoção.
  Ela me deu um último aperto e recuou, pegando a bolsa.
  — Agora, vá arrasar hoje à noite! E, se conseguir alguma coisa incrível, me mande mensagem na mesma hora! — completou com um sorriso largo antes de sair, acenando rapidamente.
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  A porta se fechou e o quarto ficou em um silêncio quase ensurdecedor. Por um instante, senti um vazio pela ausência de , mas também uma expectativa que crescia, me dando coragem para o que viria a seguir.
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***

  Eu aproveitei para ir até o pequeno banheiro que tínhamos no quarto para fazer minha higiene matinal e então me encarei no reflexo do pequeno espelho. O rosto que eu via parecia o mesmo de seis meses atrás, mas por dentro, muita coisa havia mudado.
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  Quando decidi vir para a Coreia como intercambista, pensei que seria uma aventura emocionante e repleta de descobertas, e realmente foi. No entanto, a realidade me pegou desprevenida. Os primeiros meses foram desafiadores: a língua, os costumes, as pessoas, tudo parecia girar ao meu redor em uma velocidade que eu não conseguia acompanhar. Senti falta de casa, da minha família, das ruas familiares da minha cidade na Itália e até das conversas despreocupadas com meus amigos de lá.
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  Mas, aos poucos, comecei a encontrar pequenas coisas que me faziam sentir acolhida. , por exemplo, foi um verdadeiro presente; sua energia e entusiasmo eram contagiantes, e ela logo se tornou mais do que uma colega de quarto, era quase uma irmã. A universidade também começou a fazer mais sentido com o tempo, e minhas tardes na biblioteca se tornaram momentos de conforto em meio à agitação da cidade.
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  E, é claro, havia o ATEEZ. Desde que descobri a banda, suas músicas se tornaram minha trilha sonora, algo que me conectava a esse novo lugar. Nos dias em que eu me sentia perdida ou deslocada, colocava meus fones de ouvido, aumentava o volume e deixava que suas vozes e melodias me lembrassem por que eu estava ali. Era estranho pensar que, do outro lado do mundo, pessoas que nem sabiam da minha existência conseguiam me fazer sentir um pouco mais em casa.
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  Encarei meu próprio olhar refletido, e percebi que havia uma determinação nova nos meus olhos, algo que antes eu não reconhecia. Vir para a Coreia havia sido uma das decisões mais difíceis da minha vida, mas também a mais transformadora. Eu estava crescendo, aprendendo, me arriscando, mesmo que isso me assustasse.
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  Suspirei e fechei a torneira, dando uma última olhada para mim mesma antes de sair do banheiro. Hoje, eu teria uma chance de viver algo que sempre imaginei. E talvez, só talvez, esse novo capítulo na minha vida estivesse apenas começando.
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Capítulo Dois

  Depois de terminar minha rotina no banheiro, enrolei a toalha ao redor do corpo e me joguei na cama, sentindo o tecido macio das cobertas contra minha pele ainda úmida. O quarto estava tranquilo, e pela primeira vez naquela manhã, consegui respirar fundo e relaxar. Peguei meu celular na mesa de cabeceira e desbloqueei a tela, vendo as notificações de mensagens.
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  Havia uma conversa aberta com minha mãe, então decidi mandar uma mensagem para atualizá-la sobre o dia.
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  : Buongiorno, mamma! Come stai oggi?
  (Bom dia, mãe! Como você está hoje?)
  Alguns segundos depois, as bolinhas indicando que ela estava digitando apareceram, seguidas por sua resposta rápida e calorosa:
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  Mamma: Buongiorno, tesoro! Sto bene, e tu? Pronta per il concerto?
  (Bom dia, querida! Estou bem, e você? Pronta para o show?)
  Eu sorri, imaginando o entusiasmo dela ao perguntar. Mesmo de longe, minha mãe sempre foi minha maior incentivadora, mesmo que ela não entendesse completamente minha paixão por música coreana.
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  : Sì, sono emozionata! Non vedo l’ora. Ma sono anche un po’ nervosa, non so perché.
  (Sim, estou animada! Mal posso esperar. Mas também estou um pouco nervosa, não sei por quê.)
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  Ela respondeu quase imediatamente, como se estivesse esperando uma chance para me tranquilizar:
  Mamma: È normale, tesoro. Questo è un momento speciale per te. Vivi tutto con il cuore aperto e goditi ogni secondo.
  (É normal, querida. Este é um momento especial para você. Viva tudo de coração aberto e aproveite cada segundo.)
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  Suspirei, sentindo uma onda de calma se espalhar pelo meu corpo. Minha mãe sempre soube o que dizer.
  : Grazie, mamma. Ti scriverò tutto dopo.
  (Obrigada, mãe. Vou te contar tudo depois.)
  Mamma: Va bene. Ti voglio bene.
  (Tudo bem. Te amo.)
  : Anch’io ti voglio bene.
  (Também te amo.)
  Coloquei o celular ao lado e fechei os olhos por alguns segundos, tentando absorver a tranquilidade daquela troca. Era reconfortante saber que, apesar da distância, minha mãe sempre estava ali, me apoiando.
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  Abri os olhos e olhei para o relógio. Ainda havia tempo antes de me arrumar completamente, mas a ansiedade começava a crescer em mim. Hoje não era um dia comum, e eu sabia que algo especial me esperava, mesmo sem saber exatamente o quê.
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  Depois de alguns minutos de pura tranquilidade, decidi que era hora de começar a me arrumar. Levantei da cama, ainda enrolada na toalha, e caminhei até o guarda-roupa. Com cuidado, puxei o cabide que havia separado na noite anterior: uma saia preta de tecido leve que caía suavemente sobre as pernas, uma blusa cropped branca com detalhes de renda e um casaco jeans oversized. Era confortável e estiloso, perfeito para o show, e não tão quente para suportar a multidão que me esperava.
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  Vesti-me lentamente, ajustando cada peça para que ficasse perfeita. Olhei-me no espelho pequeno do quarto, inclinando a cabeça para os lados. O visual estava simples, mas eu gostava assim. Penteei meu cabelo e deixei-o solto, seus fios lisos caindo de forma elegante sobre os ombros. Era simples e natural, do jeito que eu gostava, sem a necessidade de muito esforço. Decidi não exagerar na maquiagem — apenas um delineado leve, um pouco de máscara de cílios e um batom nude que destacava meus lábios.
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  Depois de pronta, voltei para a cama e peguei minha bolsa, esvaziando seu conteúdo sobre o colchão para ter certeza de que não esqueceria nada. Era um ritual quase automático: conferi o ingresso para o show, guardado em um envelope especial; o passe de transporte, devidamente carregado; e meu celular com o carregador portátil, essencial para o dia inteiro fora.
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  Adicionei também uma garrafa de água, alguns lanches pequenos e um pacote de lenços de papel. Por fim, coloquei uma pequena bandeira da Itália dobrada com cuidado no bolso da bolsa, algo que sempre levava comigo em ocasiões especiais. Para mim, era como uma forma de carregar um pedaço de casa, mesmo estando tão longe.
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  Quando terminei, fechei a bolsa com um sorriso satisfeito e a pendurei no ombro. Dei uma última olhada pelo quarto, tentando lembrar se havia deixado algo para trás, mas parecia que tudo estava sob controle. Meu coração já começava a bater mais rápido, uma mistura de expectativa e nervosismo.
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  Hoje seria um dia inesquecível, e eu estava pronta para vivê-lo.
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***

  Depois de me vestir, sentei-me diante do pequeno espelho sobre a mesa para fazer minha maquiagem. Escolhi uma base leve para uniformizar a pele, seguida de um blush suave que dava um ar saudável ao meu rosto. Passei um delineador preto com precisão, realçando meus olhos, e finalizei com uma camada de máscara de cílios que alongava os fios. Para os lábios, optei por um gloss cor de pêssego, que complementava o visual sem chamar muita atenção.
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  Enquanto guardava os produtos de volta na nécessaire, ouvi a porta do quarto se abrir. entrou carregando duas sacolas grandes, e um sorriso animado estampava seu rosto.
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  — Voltei! — ela anunciou, colocando as sacolas na mesa ao lado da entrada. — Comprei algumas coisas que você vai adorar.
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  — O que você trouxe? — perguntei, curiosa, enquanto me levantava para dar uma olhada.
   puxou de uma das sacolas um pequeno chaveiro com o logo do ATEEZ e o balançou no ar.
  — Não pude resistir quando vi isso. Achei que seria perfeito para você hoje.
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  Eu ri, pegando o chaveiro de suas mãos e o observando com cuidado.
  — É muito fofo! Obrigada, .
  — Tem mais — ela continuou, tirando um pacote de snacks coreanos. — Para você levar e não passar fome na fila. Sei que vai ser um longo dia.
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  Meu sorriso se alargou. sempre pensava nos pequenos detalhes, algo que eu apreciava muito.
  Ela se aproximou, me puxando para um abraço apertado e disse com a voz cheia de emoção:
  — Se eu não te encontrar antes de você ir para a fila, quero que saiba que desejo que esse seja um dos melhores dias da sua vida. Aproveite cada momento, . Você merece.
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  Eu a abracei de volta, sentindo meus olhos ficarem levemente úmidos com o carinho dela.
  — Obrigada, . Prometo que vou aproveitar.
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  Ela se afastou, sorrindo.
  — E agora, me conta: como você está se sentindo? Nervosa, animada…?
  — Um pouco dos dois, para ser honesta. Ainda parece um sonho que eu vou ver o ATEEZ ao vivo.
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   deu uma risadinha e começou a organizar suas compras enquanto eu terminava de preparar minhas coisas. O dia já estava começando de uma maneira especial, e meu coração batia mais rápido com a expectativa do que estava por vir.
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   começou a ajeitar o restante das sacolas sobre sua cama, organizando tudo com cuidado enquanto eu guardava o chaveiro na bolsa, já imaginando como ele ficaria preso ao zíper.
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  — Vou tomar um banho rápido — disse , pegando uma toalha e um conjunto de roupas limpas. — Mas me espera, tá? Quero que a gente almoce juntas antes de você ir para a fila.
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  Eu sorri, balançando a cabeça em concordância.
  — Claro, sem problemas. Ainda temos tempo.
  Ela deu um sorriso satisfeito antes de entrar no banheiro, fechando a porta atrás de si. Enquanto a água do chuveiro começava a correr, aproveitei para revisar mais uma vez minha bolsa, garantindo que tudo estivesse no lugar.
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  Depois, sentei-me na cama e peguei o celular, navegando rapidamente pelas redes sociais para passar o tempo. Vários posts de outros fãs do ATEEZ já enchiam a timeline, todos empolgados para o show de logo mais. A energia era contagiante, e meu coração batia mais rápido a cada vez que pensava no momento em que estaria lá, no meio da multidão, vivendo um dos maiores sonhos da minha vida.
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  De tempos em tempos, lançava um olhar para a porta do banheiro, ouvindo cantarolar alguma música que eu não conseguia identificar. Era um hábito dela, e eu sempre achava engraçado o quanto ela parecia relaxada mesmo nos momentos mais simples.
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  “Isso vai ser perfeito,” pensei comigo mesma, enquanto o dia se desenrolava de forma quase mágica.
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***

  Poucos minutos depois, saiu do banheiro já vestida com uma roupa casual e confortável, enquanto secava os cabelos com uma toalha.
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  — Você está praticamente pronta, né? — ela perguntou, lançando um olhar na minha direção enquanto se sentava na beira da cama para calçar os tênis.
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  — Só conferindo as coisas mais uma vez — respondi, abrindo a bolsa mais uma vez para garantir que tudo estivesse no lugar.
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  Enquanto passava os olhos pelos itens, lembrei-me do chaveiro que havia me dado. Sorri ao pegá-lo e o prendi ao zíper principal da bolsa, onde ficou balançando alegremente.
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  — Ficou perfeito aqui — disse, levantando a bolsa para mostrar a ela.
  — Sabia que ia combinar! — respondeu com um sorriso, satisfeita. — Agora, só falta você garantir que ele traga sorte no show de hoje.
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  Eu ri, balançando a cabeça.
  — Vamos ver.
   começou a passar uma escova pelos cabelos úmidos, murmurando algo sobre o clima lá fora e sobre as filas gigantes que provavelmente já estavam se formando no local do show. Enquanto isso, eu fechei a bolsa com cuidado e a coloquei sobre o ombro, sentindo-me cada vez mais pronta para o grande momento.
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  — Pronto, agora é só almoçar, e você estará oficialmente preparada para viver o dia mais épico de todos — disse, levantando-se e ajeitando a roupa.
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  — Então vamos. Estou morrendo de fome — respondi, tentando ignorar o nervosismo que começava a se acumular no fundo do estômago.
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  Ela sorriu e acenou para que eu a seguisse. Peguei minha bolsa e saímos juntas do quarto, descendo as escadas da universidade em direção à rua. O plano era almoçarmos em um pequeno restaurante próximo, onde costumávamos ir quando queríamos algo diferente da comida do refeitório.
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  O sol brilhava com força, e a brisa leve fazia as árvores ao redor balançarem suavemente. caminhava ao meu lado, animada, enquanto conversávamos sobre o que pediríamos e sobre o dia cheio que eu tinha pela frente. Cada passo me aproximava do que prometia ser um dos dias mais marcantes da minha vida.
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***

  No restaurante, sentamos em uma mesa próxima à janela, onde a luz do sol iluminava delicadamente o ambiente. analisava o cardápio como se fosse sua primeira vez ali, mesmo já sabendo de cor o que o lugar oferecia.
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  — Acho que vou de bibimbap hoje — ela decidiu, fechando o menu. — E você?
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  — Vou no clássico kimchi jjigae. Preciso de algo que me dê energia para aguentar a fila.
  Depois de fazermos os pedidos, começamos a conversar sobre o show.
  — Você deve estar explodindo de ansiedade, né? — perguntou, apoiando o queixo nas mãos enquanto me observava com um sorriso divertido.
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  — Ansiedade é pouco — admiti, rindo. — Eu ainda não acredito que vou ver o Wooyoung e os outros ao vivo. Parece surreal.
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  — Tenho certeza de que vai ser incrível. Mas, honestamente, quero saber de outra coisa… E se, por acaso, ele te notar?
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  Eu ri, balançando a cabeça.
  — , por favor. Ele nem vai me enxergar no meio de tanta gente.
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  — Nunca diga nunca! — Ela piscou, maliciosa.
  Mudamos o rumo da conversa para a vida na Coreia, algo que sempre parecia inesgotável. Falamos sobre como eu tinha me adaptado à cultura, os lugares que já tinha visitado e as comidas que mais gostava. , que era coreana, sempre ria das minhas tentativas desajeitadas de falar algumas expressões locais, mas também elogiava meu esforço em aprender.
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  Quando o almoço chegou, comemos com calma, aproveitando cada momento. Eu sabia que esse seria um dos últimos momentos tranquilos antes da longa espera na fila e da agitação do show.
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  Assim que terminamos, pediu a conta, insistindo em pagar.
  — Considere isso um presente para te dar sorte hoje — disse, sorrindo enquanto guardava a carteira.
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  Saímos do restaurante e caminhamos em direção à estação de metrô mais próxima. A rua estava movimentada, cheia de pessoas apressadas indo e vindo, e o clima de ansiedade em meu peito crescia a cada passo.
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  Ao chegarmos à entrada da estação, me puxou para um abraço apertado.
  — Boa sorte, . Divirta-se e aproveite cada segundo. Quero todos os detalhes depois!
  — Obrigada, . Te conto tudo, prometo.
  Ela acenou enquanto eu descia as escadas da estação, meu coração batendo rápido com a expectativa. O show ainda estava a algumas horas de distância, mas eu já podia sentir que algo especial estava prestes a acontecer.
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  O trajeto de metrô até o local do show foi uma mistura de nervosismo e excitação. O vagão estava cheio, mas por sorte consegui um assento depois de algumas paradas. Enquanto o trem se movia, observei pela janela as paisagens urbanas da cidade, com seus prédios altos e letreiros coloridos, que pareciam ganhar vida sob a luz do início da tarde.
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  Ao meu redor, algumas pessoas também pareciam estar a caminho do show, vestindo camisetas com o logo do ATEEZ ou segurando lightsticks brilhantes. Troquei sorrisos tímidos com uma garota ao meu lado, que usava uma mochila cheia de pins com os rostos dos integrantes do grupo.
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  Quando finalmente desci na estação próxima ao local, a atmosfera já era diferente. A energia era palpável, com grupos de fãs caminhando juntos, conversando animadamente e segurando banners e cartazes. Segui o fluxo de pessoas até avistar a enorme arena onde o show aconteceria, o coração batendo cada vez mais rápido.
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  Ao chegar, a fila já se formava, serpenteando ao redor do quarteirão. Apesar da espera que me aguardava, a empolgação no ar era contagiante. Respirei fundo, ajustei minha bolsa no ombro e me preparei para o que prometia ser um dos dias mais inesquecíveis da minha vida.
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***

  Na fila, a espera parecia tanto longa quanto curta, como se o tempo fosse brincando com minha paciência. O som de risadas e conversas animadas preenchia o ar, tornando impossível ignorar o entusiasmo coletivo que nos unia ali. Eu estava cercada por fãs que, assim como eu, compartilhavam a mesma paixão.
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  Uma garota ao meu lado puxou assunto ao notar o lightstick na minha mão.
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  — É a sua primeira vez vendo o ATEEZ? — ela perguntou, os olhos brilhando.
  — Sim — respondi, sorrindo. — E você?
  — Segunda vez! Eles são incríveis ao vivo. Você vai amar!
  A conversa fluía naturalmente, e logo outras pessoas ao nosso redor se juntaram. Falamos sobre nossas músicas favoritas, discutimos teorias sobre o setlist e rimos de memes que só os fãs entenderiam.
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  Em meio à interação, observei meu próprio lightstick, que estava seguro em minhas mãos. O brilho suave do objeto simbolizava mais do que uma simples decoração; era como um lembrete físico de tudo o que eu sentia por aquele grupo. Passava os dedos sobre os detalhes do design, imaginando como seria ver o oceano de luzes acesas dentro da arena.
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  De tempos em tempos, a ansiedade se infiltrava em minha mente. Eu mexia na bolsa, conferindo os ingressos e os itens que havia trazido, temendo ter esquecido algo importante. Mas, sempre que a inquietação me dominava, o entusiasmo das pessoas ao meu redor me puxava de volta para a euforia do momento.
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  O sol ia baixando lentamente, e a fila avançava em passos pequenos, mas constantes. Cada movimento nos aproximava do momento pelo qual todas havíamos esperado, e a expectativa era quase tangível. Enquanto me envolvia nas conversas e observava a movimentação ao redor, não conseguia evitar a sensação de que aquele dia era só o começo de algo muito maior.
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  O momento de entrar na arena finalmente chegou, e meu coração batia tão rápido que parecia ecoar em meus ouvidos. Mostrei meu ingresso na entrada, onde uma funcionária uniformizada escaneou o código e me entregou um folheto com instruções e um mapa do local.
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  — Assento marcado? — perguntei, apenas para ter certeza.
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  — Sim, sua seção está indicada aqui — respondeu a funcionária, apontando para o número destacado no papel.
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  Segui as placas e os fluxos de pessoas até o corredor indicado, o entusiasmo crescendo a cada passo. Ao entrar na área principal da arena, precisei de alguns segundos para absorver o cenário diante de mim. O espaço era imenso, mas ao mesmo tempo acolhedor, como se a energia de cada fã já estivesse enchendo o lugar antes mesmo do início do show.
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  Um atendente me acompanhou até o meu assento, que ficava incrivelmente perto do palco. Meu coração quase parou ao perceber a proximidade. O palco era enorme, mas parecia ainda mais grandioso com as luzes que dançavam suavemente, iluminando os detalhes da estrutura. As grades e escadas que eu reconhecia dos vídeos de shows anteriores estavam ali, quase ao alcance dos meus olhos.
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  Sentei-me, ajustando a bolsa no colo e segurando meu lightstick com força, como se fosse meu amuleto para aquela noite. Olhei ao redor, observando as pessoas chegando e se acomodando. O burburinho das vozes, os flashes das câmeras e o som de passos apressados criavam uma trilha sonora caótica e mágica.
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  O palco parecia um portal para outro mundo, e eu sabia que, quando as luzes se apagassem e os primeiros acordes ecoassem, nada mais importaria. Ajustei-me na cadeira, respirei fundo e, por um momento, apenas sorri, maravilhada com a ideia de que aquele sonho estava prestes a se tornar realidade.
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***

  A ansiedade se misturava com a euforia enquanto eu esperava pelo início do show. Ao meu redor, a energia era contagiante. Algumas fãs próximas puxaram assunto, e logo estávamos comentando sobre as músicas que mais esperávamos ouvir e sobre os momentos icônicos de shows anteriores.
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  — Qual é a sua música favorita? — perguntou uma garota com um lightstick decorado com fitas brilhantes.
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  — Difícil escolher, mas acho que é “Say My Name” — respondi, sorrindo.
  — Ótima escolha! Espero que toquem hoje — disse ela, animada.
  Entre risadas e histórias compartilhadas, o tempo parecia passar mais rápido. Para tentar conter a ansiedade, me levantei algumas vezes para dançar ao som das músicas que tocavam enquanto os telões exibiam clipes e teasers do grupo. Algumas fãs me acompanharam, e logo estávamos criando uma pequena festa improvisada em nossos lugares.
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  Também aproveitei para comer alguns snacks que havia me dado e estavam na bolsa. Um pacote de biscoitos e uma garrafa de água me ajudaram a manter a energia enquanto a tarde se transformava lentamente em noite. Olhei para o palco várias vezes, quase como se esperasse que, a qualquer momento, o grupo surgisse ali por mágica.
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  Conforme o céu escurecia e as luzes da arena começavam a se destacar, o burburinho de vozes crescia em volume. Era como se todos soubessem que o momento estava se aproximando. Fãs ao meu redor seguravam firmemente seus lightsticks, e algumas tiravam fotos ou gravavam vídeos para registrar a atmosfera antes do show começar.
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  A cada minuto que passava, meu coração batia mais rápido. O anúncio de que o espetáculo estava prestes a começar ecoou pelos alto-falantes, arrancando gritos de empolgação de todos os cantos. Ajustei-me no assento, segurando meu lightstick com mais força. A hora havia chegado, e eu estava pronta para viver o que, com certeza, seria uma das experiências mais incríveis da minha vida.
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