Mostre-me

  A noite era fria e silenciosa. A batida de seu coração saía alta e a sua respiração estava ofegante. A chuva incapacitava a visão de , que quase foi atropelada por causa disso. Mais uma briga havia ocorrido, mais lágrimas e decepções.

  A mesma rotina.

  Seus olhos marejados ardiam, e com suas mãos trêmulas ela tentava limpa-los. Seus pés não a obedeciam mais, eles a levavam para algum lugar conhecido.

   ficou imóvel, pensando no acontecimento e esmurrou uma parede. A dor que sentia era mínima, comparada a qual o mesmo suportou por tempos. Era como se houvesse uma bomba-relógio em sua cabeça, e no momento “certo”, ela explodiu. O homem começou a caminhar lentamente, se perguntando a razão dela não ter feito nada antes. Apenas entregou-lhe o cordão com um pingente de meia lua que havia presenteando-a depois de um ano que estavam juntos.

  A mesma imagem que veio à mente de , era a que não conseguia parar de pensar. Ambos se encontravam na casa de praia da garota, onde ficavam jogando conversa fora, observando as estrelas e foi quando uniram seus corpos pela primeira vez, formando um só.

  Os dois voltaram a si, e foram ao encontro de um local bastante conhecido. pôs-se a correr, as lágrimas insistiam em rolar por seu delicado rosto. Alguns minutos após, adentrou o prédio, indo em direção as escadas que davam acesso ao terraço. Porém, havia descido de elevador há trinta segundos.

  O desencontro teria sido por algum motivo que o destino não queria lhes contar.

   encarou o chão de concreto, e um pouco mais longe, viu um objeto pequeno brilhando. Ao agachar-se, percebeu que era o seu cordão, com um papelzinho azul embaixo dele, que dizia: “Por um minuto pensei que o mundo era nosso, tudo o que você tinha que fazer era me mostrar o amor”