Natashia Kitamura
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Metido à Celebridade

Parte do Amigo Secreto 2 – Equipe 2014

  Sentei ao lado de um estranho no bar mais movimentado da cidade. Olhei para os lados apenas para fingir que estava à espera de alguém, quando, na verdade, estava sozinha. Terrytown nunca foi um exemplo de cidade afetiva, onde os moradores se mostram felizes por ter um novo morador na cidade. Eu permaneceria por apenas alguns meses, mas gostaria que eles fossem o mais agradáveis possíveis; por isso, assim que terminei de arrumar minhas coisas no pequeno apartamento que havia alugado perto da estação de trem, decidi ir até algum local público buscar a sorte de fazer alguma amizade que pelo menos me ajudasse a decidir qual a melhor empresa telefônica para contratar uma internet.
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  No entanto, até agora ninguém apareceu.
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  Suspirei e pedi uma cerveja que fiz da minha favorita apenas porque sei que existe em todo o país. Apesar de mudar de moradia a cada três meses, essa é única instabilidade que gosto de ter em minha vida. De resto, meus hábitos, os lugares que costumo frequentar e as marcas que gosto de usar permanecem os mesmos desde que deixei minha cidade natal, Sun City.
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  Meu trabalho é demitir pessoas. Não é agradável e na hora sempre recebo xingamentos pelos chefes que me contratam para fazer seu trabalho, mas no fim, a maioria entende que não tenho nada a ver com o fato deles estarem sendo demitidos, principalmente porque participo um sistema de empregos no país em que auxilia os desempregados a trabalharem em empregos de meio período para que não fiquem dependendo somente do auxílio desemprego. Considerando a taxa abominavelmente alta dos impostos americanos, as famílias não sobreviveriam, por isso, meu recurso é o mais apresentável para todos eles.
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  O bar estava em um misto de barulho de música alta, pessoas gritando, pedindo por mais cerveja, e fumaça de cigarros e charutos cubanos. Não se podia ver o chão, nem o rangido que ele provavelmente fazia devido à velhice do local. O barista que me atendeu era novo, mas rápido. Atendia mais do que os outros dois mais velhos que estavam perdendo mais tempo paquerando algumas garotas locais, do que atendendo as pessoas que continuavam a gritar-lhes pedidos.
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  - Outro! – balancei o copo de cerveja vazio, sendo rapidamente atendida pelo garoto novo. Ao terminar de retirar o excesso de espuma do meu copo, anotou na minha comanda de papel mais uma bebida.
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  Olhei ao redor à procura de algum grupo de mulheres de idade próxima à minha, mas todas pareciam estar se divertindo muito com algum homem com seu sotaque forçado.
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  - Noah! – ouvi ao meu lado em um tom estridente e então dois braços fortes rodearem meu corpo, me pegando tão de surpresa que não pude me esquivar e dar-lhe um belo safanão. – Você disse que só ia e voltaria, não que ficaria por aqui. – a voz continuou a falar. Quem quer que fosse a tal de Noah, ela deveria ter suas razões por não querer voltar para aquele homem, por mais que ele tenha os braços mais fortes que já me abraçaram até então.
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  - Desculpe… – comecei a falar até encontrar com os olhos de um homem charmoso. O que me chamou a atenção não foi sua beleza exótica e totalmente não típica de americanos ou a barba por fazer que eu sempre gostei nos homens, mas sim o seu olhar de socorro, implorando para que eu compreendesse que ele sabia que eu não era Noah e que alguém atrás de si, uma garota muito mais bonita que eu, estava o aborrecendo a ponto de escolher uma estranha qualquer para utilizar como vítima. – Achei que você havia me dito para esperar aqui.
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  Ouvi sua risada – parte sem graça, parte aliviada – e então sua mão descer até minha cintura, aproximando meu corpo mais próximo do seu.
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  - Esta é Céline. – apontou para a Barbie Malibu com os olhos tão verdes que tive vergonha de encará-los por mais de cinco segundos.
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  - Ah… – falei, fora de órbita. Ele queria que eu fingisse que sabia quem ela era? Como eu poderia fingir conhecer uma garota tão bela, quando não sou nem desta cidade?
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  - A ex dele. – ela mesma se apresentou com o título. Vi o cara ao meu lado revirar os olhos e mudar o peso de perna, enquanto eu tentava fingir que não me importava. – Você sabia que nós estávamos para reatar, não sabe?
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  - Como eu poderia saber? – levantei meus ombros, vendo o mesmo olhar de ofensa que os empregados que demito fazem, quando faço pouco caso de suas vidas ao me contar todos os problemas que enfrentam, em um método falho e impensado para me convencer a não demiti-los. – Nem me lembrava que você era a ex. Achei que aquela que encontramos ontem fosse sua ex. – olhei para o homem, que ficou ainda mais sem graça, coçar a nunca, provavelmente pego de surpresa por minha ótima atuação.
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  - Jessica? – Céline semicerrou os olhos. – Você também está vendo ela? Afinal, Ian, quantas pessoas você quer enganar com esse seu charme barato?
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  Ian deu mais uma risada e vi a garota olhar para mim, inconformada.
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  - Não olhe para mim, só estamos saindo.
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  - Bem, você pode pensar assim no começo, mas Ian acha que só porque é uma celebridade, pode brincar com os sentimentos dos outros.
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  - Ele não faria isso comigo. – fingi estar ofendida, de modo a fazê-la se satisfazer por achar que afetou meu orgulho.
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  - Boa sorte, querida, irá precisar. – finalizou, olhando para mim da cabeça aos pés. – Não me ligue mais, Ian. Estou cansada de toda vez que volto a gostar de você, você me arranjar uma nova coitada para se livrar de mim. Tente não machucar essa daí.
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  Apertei os lábios, triste por vê-la me tratar mal, mesmo sem saber a verdade. Suspirei e voltei a atenção ao meu copo de cerveja pela metade.
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  - Obrigado. – ouvi a voz do tal de Ian ao lado. – Eu pago a próxima.
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  - Está tudo bem, já estava de saída. – terminei tudo em um gole e deixei uma nota de vinte junto com a comanda assim que o novinho veio pegar meu copo. – Até
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  - Eu gostaria mesmo de pagar por sua gentileza. Você não sabe a quanto tempo estou tentando me livrar dela. – ele me seguiu bar afora. Foi difícil de ouvi-lo explicar algo sobre a relação que ele e Céline tiveram, já que o bar parecia encher cada vez mais e as pessoas falavam cada vez mais alto; mesmo assim, não fazia questão de saber sobre a vida pessoal de ninguém. – Não vai nem me dizer seu nome? – perguntou assim chegamos à rua.
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  - Você não faria nada com ele de qualquer maneira. – falei, ignorando o fato dele estar me acompanhando na caminhada para casa. – Achei que a cidade fosse segura.
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  - Ela é. Estou apenas tentando agradecê-la.
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  Parei e o encarei. Agora no silêncio e com a iluminação da rua fazendo um bom trabalho em mostrar o rosto de Ian, pude perceber que o conhecia daquela série de vampiros. Pessoalmente, gosto muito do trabalho dele, e nas noites que não quero forçar meu corpo a socializar, assisto com frequência, mas me sinto velha demais para admitir quando me perguntam.
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  - Você é algum tipo de stalker?
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  Ouvi sua risada como resposta.
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  - Desculpe, nunca havia ouvido essa pergunta antes. É até estranho ser considerado um stalker, quando o que mais vejo são paparazzis ao meu redor.
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  - Céline tem razão. Você é um metidinho a celebridade. – dei-lhe as costas e voltei a caminhar em direção à rua da loja de conveniências que o homem do posto havia me informado mais cedo que era a única coisa aberta por vinte e quatro horas.
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  - Tudo bem, tudo bem, você tem razão. Estou acostumado com a vida de artista, mas não sou essa pessoa sem ideais que Céline descreveu. Que tal bebermos algo enquanto nos conhecemos?
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  - Não, obrigada. – olhei para ele, tentando passar a mensagem de que estou me arrependendo de tê-lo ajudado a se livrar da Barbie Malibu.
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  Desde sempre tenho um problema em expelir homens. Talvez porque eles não foram um bom exemplo na minha vida; meu pai traiu minha mãe severas vezes – uma das razões por ter saído de casa cedo – e meus irmãos engravidaram suas até então namoradas, não assumiram e tive de pegar a responsabilidade por garantir que recebessem o valor estipulado pelo juiz. Por isso, nunca tive um namorado, não me importo com homens e não pretendo depender deles. Tenho conhecidas mais velhas que estão na mesma situação que eu e não aparentam estarem tristes ou arrependidas. Me parece muito bom ter uma vida independente sem estar vinculada à alguém.
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  - Você gosta de Vampire Diaries? – ele começou a falar, caminhando ao meu lado, disposto a não desistir. A rua estava tão vazia quanto a estação às duas da manhã.
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  - Já ouvi falar. – desisto e resolvo me limitar a responder suas perguntas. Uma hora ele poderia se cansar e me deixar ir embora para casa e bebericar um vinho, já que amanhã seria um domingo muito preguiçoso para mim.
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  - Assistiu a algum episódio?
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  - Não.
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  - A próxima temporada está para lançar, você poderia começar hoje.
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  - Para uma pessoa já famosa, você até que se esforça em divulgar seu trabalho.
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  - Já disse, não sou mesquinha assim. Escuta, temos uma premiere da estreia da nova temporada em Nova Iorque, se você quiser, posso te levar para conhecer algumas pessoas, é logo aqui do lado, meia hora de carro. Você me pareceu procurar algumas amizades mais cedo no bar.
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  - Talvez você esteja certo, mas não, obrigada.
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  - Você estava sozinha hoje?
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  - Estava. – e estava feliz, quis complementar.
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  Durante nosso tempo dentro da loja de conveniências, Ian tentou demonstrar o maior ânimo em escolher bebidas e petiscos para comermos, mesmo eu não tendo nenhum interesse de passar mais tempo com ele depois de sairmos dali, contudo, me lembrei da razão de ter saído de casa. Eu queria fazer novas amizades e Ian foi o único que se demonstrou disposto a ter algum tipo de comunicação comigo.
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  - Tudo bem, vamos para casa, podemos beber lá, estou com frio.
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  Vi sua expressão mostrar o sorriso branco de artista que tinha e então concordar, dizendo que não ficaria muito tempo para não me atrapalhar.
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  - Sua casa é bastante aconchegante.
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  - Então sinta-se à vontade. – balancei a mão, indo até a cozinha procurar pelo abridor do vinho que ainda estava dentro da casa de apetrechos de cozinha que havia trazido de Georgia, última cidade onde morei. – Por que está aqui?
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  - Tenho alguns conhecidos.
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  - Você quer dizer, ex’s? – voltei à sala e lhe entreguei o abridor.
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  Ian estava sentado no sofá de três lugares que eu sempre levava comigo para todos os lugares. Eu nunca tive problemas com os locais que me arranjavam; eu geralmente ficava em hotéis, mas em cidades pequenas como essa, o melhor seria ter um pequeno apartamento; o valor sairia mais barato, e eu estaria mais acomodada por ter um espaço para chamar de meu.
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  - Não, amigos mesmo. Céline foi só um rolo que tive, não tenho o hábito de me prender muito às pessoas, porque estou constantemente na estrada por causa do meu trabalho.
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  - Faz sentido. – aceito sua bebida. A iluminação da sala era a mais forte da casa. Mesmo que eu quisesse ter algum momento mais romântico, eu não conseguiria. Me sentei no outro lado do sofá e coloquei os pés para cima. – Quanto tempo você passa longe de casa?
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  - Depende da temporada. No começo saíamos menos; agora, chegamos a fazer turnês mundiais para a divulgação ou aparições. Mesmo que seja meu trabalho mais valorizado, algumas marcas me contratam para representa-las. Vou até o Japão, se me pedem. Chego a ficar seis meses sem voltar para casa. Não tenho preconceitos, vou aonde me chamam. Pagando bem, que mal tem?
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  - Uau. – levantei as sobrancelhas, surpresa. Seis meses são muito. Além disso, se ele chegar a fazer duas turnês por ano, o tempo que ele fica na casa é menor do que o tempo de duração de uma temporada. – Deve ser difícil.
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  - Eu gosto. – ele levantou os ombros. – Na verdade, me acostumei. Comecei cedo e tudo era uma novidade divertida, principalmente porque somos amigos no elenco e fazemos programações locais que possa nos entreter, então não foi difícil me acostumar. – E você? O que faz?
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  - Sou consultora. – como um pouco do sorvete que havia tirado do freezer. Tenho um hábito estranho de querer tomar sorvete quando estou com frio, por isso, sempre tenho um pote preparado para os momentos. – Sou bastante contratada para demitir pessoas.
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  - Credo. – o vejo fazer uma careta. – Você não se sente mal?
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  - É meu trabalho. – levanto os ombros. – Além disso, alguém tem de fazer.
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  - Você não parece se importar muito com o sentimento das pessoas. Ser contratada para demitir gente é cruel.
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  - Se eu me importasse com o que todo mundo dissesse, eu teria uma nova pessoa toda noite para conversar enquanto bebo vinho e tomo sorvete. – jogo-lhe uma indireta de modo que o fez rir.
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  - Você é engraçada. Séria, mas engraçada.
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  Sem perceber, acabei me acostumando com a presença de Ian. Além de ter descoberto meu nome no fim da madrugada, ele dormiu na sala naquele dia e almoçamos juntos no dia seguinte. Conversamos sobre nossas vidas solitárias e os amigos que mesmo estando perto, estão bastante longes. Por alguma razão, senti meu corpo aquecer com a ideia de ter feito uma amizade, mesmo que ela não fosse ficar na cidade por muito mais tempo.
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  - Você não me passou seu telefone. Como quer que eu te passe as informações da premiere? – ele disse quando estava para sair. Precisava voltar para Nova Iorque, ainda tinha de fazer algumas entrevistas com os amigos de elenco e comparecer a alguns eventos antes de quinta-feira.
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  - Eu não vou. Trabalho na sexta.
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  - Você disse que não era dessas pessoas certinhas que gostam de ficar em casa o tempo todo. – ele levantou uma sobrancelha.
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  - Eu não sou, mas meu corpo tem um tempo mínimo de recuperação de uma programação agitada e ele dura o final de semana inteiro, então não posso sair de dia de semana ou terei dificuldade de sobreviver o resto dela.
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  Ian riu e balançou a cabeça.
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  - Bem, então pegue você meu celular. E se mudar de ideia, apenas me envie uma mensagem. Eu não costumo atender ao celular, porque ele sempre está no modo silencioso.
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  - Tudo bem. – entreguei um pedaço de papel e caneta, onde ele marcou seu número e então se despediu de mim, me desejando uma boa semana, como as pessoas que se conhecem tem a mania de desejar.
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  Minha primeira semana em Terrytown passou rápido. A cidade plana era mais para estudantes e industriais. O início do trabalho costuma ser calmo, eu sou apresentada ao supervisor responsável pelos funcionários e ele me explica a rotina de todos. No final, apenas diz as mudanças que deseja fazer e o que eu devo considerar na minha análise antes de passar-lhes o feedback do que deve ser feito e as decisões de quem será demitido serem tomadas.
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  Quando chegou sexta-feira, meu corpo estava um caco. As duas fábricas que me contrataram permanecem abertas durante vinte e quatro horas por causa da produção e gastei muito mais tempo do que esperava com a análise. Assim, quando sábado chegou, não tive vontade de sair de casa.
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  Como parte da minha rotina, me levantei, escovei meus dentes enquanto tentava arrumar meu cabelo com a mão livre e então preparei uma tigela de cereal para o café da manhã. O café estava fazendo na cafeteira e a janela precisava ser aberta para o ar circular. Assim que entrei na sala, vi um pedaço de papel jogado no chão em frente à porta de entrada. Estranhei, pois havia limpo o apartamento no dia anterior e não me lembro de ter deixado algo para trás. Peguei o papel e vi que, na verdade, era uma carta:
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  Você realmente não me ligou. Achei que quisesse manter contato com alguém em Terrytown. Me ligue quando ler essa carta. Espero que não tenha perdido o número. Ian.
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  Dei uma risada nasal e amassei o papel. Ele só poderia estar brincando. Eu havia dito que não iria em seu evento e nunca confirmei que o ligaria. Além disso, eu só preciso de alguém para manter contato durante os finais de semana, quando não tenho trabalho para fazer.
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  Depois de abrir a janela como parte do plano de rotina, estou prestes a caminhar de volta para minha cozinha quando ouço o som da campainha tocar.
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  - Você é mesmo uma pessoa cruel. – vejo seu semblante pelo vão da porta que abro para me garantir que não é nenhum maluco. – Como pode ignorar minha carta?
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  - Você não deveria estar indo para Los Angeles? – pergunto, destrancando a fechadura da porta.
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  - Você não deveria fingir estar sem graça? – ele abriu um pequeno sorriso. – Vou só na semana que vem. Eu nunca tenho muita coisa para fazer em dia que não temos programação, além do mais, estamos nas férias de recesso, lembra?
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  - Ah, sim. Artistas também tem férias.
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  - Você é bastante insensível, sabia? – ele come um pouco do meu cereal.
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  - Uma semana que nos conhecemos e você já rouba meu cereal. – resmungo.
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  - Olhe só quem está contando o tempo de nosso relacionamento. – ele sorriu. Reviro os olhos e ouço sua risada.
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  - Você não tem amigos para visitar?
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  - Estou visitando. – ele abre os braços, mostrando que estava na casa do tal ‘amigo’ e se sentou no sofá. – Este amigo é mesmo grosseiro, me atendendo de pijama.
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  - Você deveria saber da regra de não visitar alguém aos sábados antes da uma. – levantei os ombros e segui de volta para a cozinha comer meu cereal antes que ele comesse tudo.
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  Ian ficou calado por algum tempo. No início, não me importei com seu silêncio, até me lembrar que se uma pessoa está calada demais por um longo período, é porque está planejando algo. Corro até a sala e quanto chego, vejo meu celular sendo balançado em sua mão direita e um sorriso vitorioso.
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  - Agora tenho o seu número.
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  - Ah, ótimo. – bufo, pegando meu celular de sua mão. – Ele é um número corporativo, não posso ficar falando por muito tempo.
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  - Mentira, há mensagens de sua mãe nele.
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  - Você leu minhas mensagens?! – abri meu celular, vendo as mensagens que nem eu havia lido da minha mãe.
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  - Aparentemente, você não é somente uma má amiga, mas também uma má filha. – ele sorriu. – Vou fingir que não sei que você odeia sua mãe, já que ela está tentando falar com você há duas semanas e você não a respondeu até agora.
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  - Obrigada. – falei, disposta a não prolongar a conversa.
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  Ian cumpriu com o que disse e não me questionou nada sobre minha mãe. Enquanto passou o dia comigo, não trocou tantas palavras quanto na semana passada, me deixando mais à vontade com sua presença. O fato de ter alguém vivo que não fosse eu ou as minhas plantas dentro do meu apartamento era ótimo; saber que se eu quisesse poderia virar e conversar com ele era melhor do que encarar as pessoas para demiti-las daqui a alguns meses.
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  - Que tal um passeio para esticar o esqueleto? – ele sugeriu quando estávamos próximos do fim da tarde. Por ter colaborado tanto comigo e se mantido calado durante todo o dia, acabei concordando.
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  O passeio foi em um parque vazio por causa do inverno congelante. As poucas pessoas que ali estavam, eram os que faziam cooper ou casais tentando se esconder do público para se agarrarem. Eu e Ian caminhamos lado a lado calados até ouvi-lo começar a falar:
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  - Você não acha que um relacionamento seria perfeito?
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  - Não, não gosto de estar atrelado a alguém.
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  - Por quê?
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  - Você ainda não descobriu?
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  - E se você encontrasse alguém que não se importa com a distância, ou com seu modo insensível de ser?
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  - Essa pessoa não existe. – abro um pequeno sorriso. – As pessoas constantemente precisam se manter em contato para garantir que sentem o mesmo. Eu não gosto de ligar para as pessoas e não respondo mensagens que não sejam das pessoas que me paguem.
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  Ian se calou. Ele sabia que eu havia um ponto. Permanecemos calados até chegarmos ao centro do parque. Havia alguns donos com seus cachorros que corriam de um lado para o outro, como se não tivessem essa mesma liberdade dentro da casa onde moravam.
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  - Eu poderia lidar com você. – Ian falou, de repente.
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  - O quê?
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  O vi olhar para o céu e levantar os ombros.
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  - Eu nunca conheci ninguém que fosse tão desapegada a alguém como você. Honestamente, fiquei um pouco aliviado quando não recebi sua mensagem até quinta-feira. Tenho tantas mulheres me enviando mensagens e fazendo ligações todos os dias, que acabo querendo expulsá-las de minha vida. Faz um tempo que me pergunto se existe alguém no mundo que não seja irritante assim.
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  - E você acha que eu seria essa pessoa?
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  - Talvez. Quem sabe? Pode ser que sim ou que não. – ele colocou as mãos para trás. – Mas de todas as pessoas que conheci, você é a que mais se aproxima do perfil.
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  - Ian, veja só o que você está me falando. Está dizendo que sou a pessoa perfeita para você se relacionar, porque não fico no seu pé e não me importo com o que você faz. Além disso, o fato de vivermos longe porque estamos nos mudando constantemente torna tudo ainda melhor. Isso não é uma relação saudável. Até eu sei disso.
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  - Pare de fingir que você não acha a situação oportunista. – ele abriu um pequeno sorriso.
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  Tentei me segurar mais um pouco, mas não consegui. Ele estava certo. Era uma boa oportunidade. Além disso, minha mãe pararia de me perguntar quando eu iria me casar por um bom tempo.
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  Assim como quando nos conhecemos na semana passada, Ian me pegou de surpresa, dessa vez grudando seus lábios nos meus, me dando um longo beijo, daqueles tipo técnico. Ao se afastar, permaneceu com o rosto próximo ao meu. Olhando em seus olhos, Céline tinha razão, ele era uma celebridade com charme barato. O meu tipo de cara.
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  E foi assim que tudo começou.
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Fim

  Nota: Oi Raquel, espero que você tenha gostado! Foi um tema bastante random, mas até que ficou legal! Hahaha!
  Não conheço muito o seu fandom, mas espero ter feito um bom trabalho para você!

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