Mari Guizelini
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Capa por Li Santos

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Merry Christmas, Darling

  24 de Dezembro, terça-feira, oito horas da manhã

  Eu devia estar dormindo agora, confortável na minha cama, mas não, sai nesse frio do caramba para encontrar a na praça onde iria ter uma apresentação de coral e um Papai Noel para divertir as crianças, tudo muito lindo se eu de fato gostasse do Natal.
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  Então por que esse idiota está fazendo coisas de Natal se ele nem gosta de Natal? Tudo bem, eu explico…
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  Não existe pessoa mais maluca pelo Natal como a minha colega de trabalho, , um belo dia chego na minha sala e são mini Papais Noeis em todo lugar, guirlandas, meias vermelhas, verdes e brancas. Óbvio que era um trabalho de , quem mais senão ela teria a paciência de decorar todas as salas desse departamento com coisas mais natalinas possíveis? Fora que todos que chegavam em suas salas davam um olhar de ‘Que porra aconteceu aqui?’ antes de sorrirem, acenarem para e entrarem em suas salas. Só que, como já dito antes, eu detestava o Natal, ok, não chego a detestar, só nunca gostei muito, quando era criança gostava somente pelos presentes, agora, com 25 anos e morando sozinho, nem isso eu ganho mais. É claro que a minha mãe ainda me manda coisinhas, mas isso também não me anima muito, então todo Natal fico em casa vendo algum DVD velho para não ter que aguentar aqueles filmes que repetem todo ano sobre o Natal e com uma garrafa de Jack Daniel’s.
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  Tive o trabalho de ir até a sala da para perguntar o que era tudo aquilo e se ela podia tirar da minha sala, e quando entro parece que alguém soltou uma bomba ‘Natal’ ali dentro, nem sei como tem espaço para ela ali dentro, sério.
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  - , primeiro: puta que pariu, o que é tudo isso? E eu que achava que minha sala que tava superlotada de Natal…
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  - Você gostou, John? Eu cheguei mais cedo hoje pra decorar tudo aqui pra todo mundo já entrar no clima do Natal! – Juro que esperava ela começar a pular de emoção ali na minha frente.
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  - Na verdade era sobre isso que eu queria conversar com você, eu queria saber se eu posso tirar tudo da minha sala, sabe, Natal não é um dos meus feriados preferidos.
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  A cara de choque que ela fez foi tão grande que me deu vontade de rir, mas eu não fiz isso, porque seria errado e ela não ia gostar nem um pouco e, como ser inteligente que sou, não estou a fim de deixar a nervosa de jeito nenhum, já ficava com medo quando ela tinha que resolver alguma coisa de última hora e ficava uma pilha de nervos, imagina só se essa raiva fosse direcionada à mim? Não, obrigado.
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  - Como assim “Natal não é um dos meus feriados preferidos”? Essa foi a coisa mais absurda que eu ouvi em toda minha vida, não, você não pode estar falando sério. – Ela falava tudo com uma vozinha aguda e sem nenhuma pausa pra respirar, fiquei com um pouco de medo, devo dizer.
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  - Eu não gosto, ué, não é nada muito absurdo, tem gente que não gosta do dia dos namorados, eu não gosto do Natal.
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  - Foi algum trauma de infância, é? – Seu tom mudou pra complacente e ela me fez sentar em sua cadeira, como se fosse algum tipo de psicóloga.
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  - Na verdade não, eu só não gosto. Olha, , preciso voltar ao trabalho e… – Fui tentando levantar da cadeira, em segundos ela estava do meu lado. Se eu não sair vivo daqui saiba que eu te amo, mãe.
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  - Tenho uma proposta a te fazer, dia 24 passamos o dia todo fazendo coisas natalinas pra te convencer de que o Natal é a época mais legal de todas! – Devo ter feito uma cara muito evidente de descontentamento, porque antes que eu tivesse tempo de responder qualquer coisa, ela acrescentou – Se você não gostar, nem achar o dia um pouquinho divertido, juro que nunca mais te atormento com isso, juro, só me deixa tentar. Não é possível que você não goste do Natal, só nunca se divertiu antes. Por favooooor? – Isso vai soar extremamente homem apaixonado, mas aqui vai: ela fez uma carinha tão fofa que eu não consegui falar não.
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   Então cá estou eu, passando um pouco de frio (ta, bastante) nessa praça cheia de gente pra quê? Pra provar o ponto de uma garota. Alguma coisa está muito errada, porque nunca que eu levantaria às sete da manhã para ficar pronto (a primeira coisa errada que eu percebi hoje foi eu ter levantado uma hora antes só pra vir pra cá) e encontrar a , que só queria fazer coisas de Natal hoje, feriado qual eu nunca simpatizei muito…
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  - John! Você veeeio! – Ela veio toda saltitante em minha direção assim que cheguei, o quê, , estava pensando que eu não vinha, é?
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  - É claro que eu vim, mulher, eu combinei com você, não é? Não sou de dar bolo não.
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  - Que ótimo, agora vem, vamos comprar um eggnog que logo o coral vai começar a cantar e eu quero estar aqui na primeira música. – Ela foi me arrastando para uma loja ali perto e se enfiando no meio da muvuca de gente até o balcão, se eu não fosse tão alto provavelmente já não ia mais a enxergar. Resolvi esperar a fora da loja, porque não dava nem para respirar ali dentro. Da onde surgiu essa gente toda?
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  Depois de uns vinte minutos e eu quase indo checar se ela não tinha sido esmagada por aquele monte de gente, ela chega com dois copos contendo eggnog e um saquinho de biscoitos de gengibre.
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  - Ah, o senhor da loja me deu esses biscoitos, mas o plano era fazê-los mais tarde… Mas ainda podemos fazer, não é, John?
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  - Claro, , vamos lá senão você perde seu coral lá… – Ela ficou me olhando com um sorriso estranho – O que foi?
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  - Naaaada…
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  Estranha.
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  Fomos até o coral e eles estava cantando Twelve Days Of Christmas, que surpresa. cantava super empolgada, a gente nem tinha feito nada direito e ela já estava se divertindo, será que essa era a concepção de diversão dela? Espero que não…
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  - On the fifth day of Christmas, my true love gave to me… Por que você não está cantando, John?
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  - É pra cantar também?
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  - É claro! – E continuou cantando empolgada.
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  E foi assim o dia todo, ela me arrastava para todo tipo de lugar para fazermos coisas natalinas e quando eu digo todo tipo de lugar, é realmente todo tipo de lugar, fomos até ao correio escrever uma carta para o Papai Noel. Ao fim do dia eu estava exausto e não sabia o que responder à quando ela me perguntasse o que eu acho do Natal, não queria mentir e falar pra ela que tudo o que a gente fez me fez gostar desse feriado, porque não fez, mas também não queria deixar ela triste, porque eu vi que ela se esforçou pra fazer um programa legal, sé que não achava Natal legal e não acho que isso mudaria.
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  - Então, John, o que você achou? – parecia uma criança com os olhos brilhando, minha decisão de contar a verdade quase foi por água abaixo com isso.
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  - Olha, , eu realmente aprecio o seu esforço em fazer tudo isso, deve ter dado muito trabalho, mas…
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  - Você não gostou? – E adeus olhos brilhando. Boa, John, agora ela te odeia.
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  - Não foi isso, eu adorei passar o dia com você, de verdade, mas eu ainda meio que não gosto do Natal, e… – Essa, sem dúvidas, é a situação mais desconfortável da minha vida.
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  - Tudo bem, John, não tem problema. Bom, então é isso, assim que voltarmos ao trabalho eu tiro tudo da sua sala, pode deixar, boa noite… Feliz Natal.
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  - , espera, eu te deixo em casa.
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  - Não precisa não, mas obrigada. – E ela saiu quase correndo para o ponto de ônibus. Preciso me lembrar de ligar para ela depois para saber se ela chegou bem.
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  Cheguei em casa rapidinho e como ainda era razoavelmente cedo liguei para algum delivery para pedir comida e enquanto esperava foi inevitável pensar em tudo que a fez hoje, o tanto que ela se esforçou para, como ela mesma disse, fazer meu Natal ficar mais feliz.
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  Ah, ótimo, agora estou me sentindo terrivelmente culpado, podia ter dito a ela que era um Natalmaníaco e deixar a menina feliz, mas não, agora ela deve estar toda triste na casa dela. Ou não, afinal ela nem me conhece direito, nossa relação se limita ao trabalho, não que eu quisesse, porque ela é linda pra caramba, mas como ela nunca mostrou interesse eu também deixei pra lá, afinal, ela é minha colega e não ia ser legal ficar aquele climão em ambiente de trabalho.
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  Mais tarde estava deitado na minha cama pensando em como me redimir com a , nada me tirava da cabeça que eu tinha sido um asshole com ela depois do esforço enorme que ela teve em me divertir na véspera do Natal, coisa que ninguém nunca tentou antes, sempre que falava que não gostava de Natal era como se dissesse ‘Ok, não me chamem para as festas, ah, e nem me liguem, ein!’.
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  De repente tive uma ideia para me redimir com a e fui correndo para a casa do meu amigo, Eric. Lembro que ele me disse que tinha comprado Morro dos Ventos Uivantes para dar para Kate, sua namorada, provavelmente eles não vão se importar se eu “emprestar” o livro né? Tudo bem, amanhã eu falo com ele.
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  Na manhã seguinte o plano era acordar cedo, ir falar (implorar) com o Eric, voltar pra casa, armar um plano ótimo que faria a pensar ‘Aaai que lindo, vamos dar uma chance para o John’ e ai tudo ia acabar bem e todo mundo feliz. É, só que não foi bem assim que as coisas aconteceram, para começar o “cedo” foi meio dia, nem me troquei direito e fui até a casa do Eric, e claro que as coisas não iam ser tão fáceis assim, ele tinha saído, ou não queria me atender, sei lá. Sentei na sua porta e fiquei esperando por muito, mas muito tempo, até que a beleza decide voltar pra casa e me manda entrar, mas claro, não sem antes zoar com a minha cara porque primeiro: eu estava esperando ele sentado na frente da sua porta e segundo: porque eu queria dar um livro cult para a para ela me aceitar de volta, mesmo eu tendo explicado que não tinha o que ela aceitar, já que não éramos nada, ai fomos para o terceiro tópico da zoação: eu não tinha conseguido a . Ai eu cansei e mandei ele me dar o livro logo ou eu contava algumas coisas que eu sabia para a namorada dele, e devo dizer que se eu soubesse que seria fácil assim tinha feito isso na primeira risada que ele deu da minha cara.
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  Voltei pra casa e eram umas três da tarde, estava indo para o banho até que lembrei que eu precisaria embrulhar o presente, já que a mula do Eric nem isso fazia. Ok, ai começou minha saga em busca de um papel de embrulho pela casa, preciso dizer que não deu em nada? Não né. Procurei em todo canto, até no armário do banheiro e nada, achei um envelope daqueles pardos e tudo bem, isso vai ter que servir, ou era isso ou um saco de pão, acho que o envelope fica mais sofisticado que um saco de pão.
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  Próximo passo foi tomar banho e enquanto isso pensar no plano fodástico que faria a cair de amores por mim, o que também não foi muito bom, nada que eu pensava parecia bom, ok, não parecia bom porque não era bom. Antes que eu surtasse e ficasse em casa decidi ir procurar uma roupa que fosse apresentável e não estivesse suja, o que também não foi fácil, para variar, hoje nada estava sendo. Quase duas horas depois do esperado eu consegui sair de casa, segui até a casa da repetindo ‘espero que ela esteja lá, espero que ela esteja lá’, do jeito que as coisas estavam indo não ia ser surpresa para ninguém se ela não estivesse lá.
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  Portanto a primeira coisa que eu pensei quando cheguei e vi tudo aceso foi um ‘Yes, ela ta aqui’ e fui eu, na cara e coragem, bater a porta da sem nem ao menos saber o que falar… Meu Deus, eu não sabia o que eu ia falar! Já tava quase respirando no envelope pra controlar meu ataque quando ela abre a porta toda linda em um vestido vermelho e pela cara que ela fez ou ela não esperava me ver ali ou eu estava vestido de um jeito muito bizarro. Ou os dois, quem sabe? Mas antes que ela pudesse falar qualquer coisa eu estendi o “embrulho” na frente do rosto dela ao mesmo tempo em que pensava que eu tinha que me controlar, aposto que se o Eric estivesse aqui ele estaria vermelho de tanto rir.
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  - Eer, John, o que é isso? – Retardado, John, você é muito retardado!
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  - É um presente. Pra você. Desculpa, eu não tinha um papel de embrulho em casa, ai achei esse envelope e achei…
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  - Tudo bem, eu entendi. – E agora ela está rindo da minha cara também, legal.
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  - Eu via que você sempre estava com um livro lá no escritório, então eu pensei que seria legal te dar um livro, mas se você não gostar desse, você pode me devolver que eu troco.
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  - AAAH MEU DEUS, MENTIRA QUE VOCÊ ME COMPROU ESSE LIVRO, EU SEMPRE QUIS LER ELE! OBRIGADA, OBRIGADA, OBRIGADA! – E se eu não estivesse prestando atenção provavelmente teria caído no chão quando ela se jogou pra cima de mim e minhas chances iriam de 3 para -5.
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  - É, comprei… – Melhor não contar que eu não comprei né?
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  - Mas… por quê? Achei que você não gostasse de Natal. – Isso, , pode ficar aqui me abraçando que ta ótimo.
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  - , eu queria pedir desculpas por ontem, você se esforçou tanto e eu…
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  - John, não precisa se desculpar, eu não quero um pedido de desculpas, você não tinha que gostar do Natal só porque eu queria que você gostasse.
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  - Mas esse ano eu gostei e cheguei à conclusão que eu gostei porque alguém se preocupou comigo, se empenhou para eu ter um feriado agradável e inclusive posso arriscar dizer que se todo Natal eu passasse desse jeito, eu poderia até reconsiderar a ideia que eu tenho dessa época. – O sorriso que a abriu quando eu disse isso compensou a minha fala meia boca, com certeza.
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  - Você quer vir aqui pra dentro e comemorar comigo e com a minha família? Eles vão te adorar, eu tenho certeza! – Ela dizia isso e ia me puxando para dentro, mesmo que eu não quisesse, sorte a dela que eu queria. É! – Gente, esse aqui é o John, ele…
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  - ELE É SEU NAMORADO? – Um menino gritou do sofá do lado da porta, ele estava bem perto da gente, não sei por que gritou na verdade…
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  - Não, Rick, ele não é meu namorado. – Ainda, , ainda.
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  - Mas vocês estão embaixo do visco, , agora ele vai ter que te beijar e vocês vão virar namorados!
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  Nós dois olhamos para cima e realmente tinha um visco ali. YES! Visco é ótimo, o menininho que gritou que tinha um visco ali é ótimo. Quando voltei a prestar atenção ao que estava acontecendo vi que dava uma risadinha sem graça olhando pra mim e todos estavam saindo da sala.
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  - O que aconteceu? Perdi alguma coisa? – Resolvi perguntar, vai que eu perdi alguma coisa importante né.
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  - Eles estão indo comer…
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  - Então vamos também. – Ia saindo em direção onde todo mundo estava seguindo quando me segura pelo braço.
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  - Eles estão indo comer, John, e eu, como você sabe, sou uma pessoa bem natalina, sigo sempre todas as tradições… – Ela olhou para o visco, eu vi, ela olhou!
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  Eu, como não sou tonto nem nada, ok, só um pouco tonto, aproveitei a oportunidade e fiz o que queria desde que ela abriu aquela porta essa noite e a beijei. Não estava pronto para largá-la ainda, mas ela saiu dos meus braços, abriu um sorriso, pegou minha mão e disse:
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  - Vamos antes que eles comam todo o pernil, depois que estivermos mais sozinhos a gente volta pra cá. – E me deu uma piscadinha. Não pude evitar de roubar outro beijo dela né, ela riu e me puxou para a cozinha.
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  É, se todos os meus Natais forem assim de agora em diante eu posso, definitivamente, me acostumar com a ideia de gostar desse feriado antes tão sem graça para mim.
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Fim

  Nota: Oi gente, tudo bem com vocês?
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  Dani, desculpa, acabei de betar sua fic do AS e agora to achando essa minha aqui meio ridícula, desculpa de novo! AHAHAHA Mas leva em consideração que eu não sou uma autora de verdade tá?
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  Anyways, espero que você goste, nem que seja um pouco, e é isso, Feliz Natal, um ótimo Ano Novo pra você, pra sua família, pra todo mundo
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  Beijos

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