LUNA

  O ar gelado de Paris castiga a pele de que treme dentro da grossa camada de roupa que usa. O hotel onde e os outros estão hospedados é muito bonito, de apenas quatro estrelas, porém muito conceituado; o mais novo casal* caminha até o elevador que os leva à suíte individual no 18º andar do luxuoso prédio; ao abrir a porta, se depara com um pequeno caos: as roupas e instrumentos de espalhados pelo chão do quarto a deixam angustiada só de olhar.

  — Wow… — ela deixa escapar, surpresa.

  — Me desculpa pela bagunça, — diz enquanto corre pelo quarto catando as roupas e enfiando dentro das malas.

  — Me disseram que o seu quarto em Tóquio também é assim — comenta ela, divertida, parada na porta do quarto que já está fechada.

  — Meu irmão fala demais. — Ele fica envergonhado e joga a última peça de roupa dentro da mala, fechando em seguida e virando-se para . — Quer comer alguma coisa?

  — Eu posso te mostrar algo primeiro, estou louca para te mostrar.

   paralisa e deixa o sorriso morrer, dando lugar a uma expressão de espanto, pensando em mil possibilidades, todas elas pervertidas. Ele assente, após um tempo, e senta-se na poltrona próxima à cama e retira seu salto alto, suspendendo um pouco a calça deixando à mostra seu tornozelo.

  — Vem ver — chama ela e se aproxima.

  Na lateral do tornozelo dela há uma tatuagem, mas não uma tatuagem qualquer e sim, um lindo desenho de tulipas.

  — Isso é…

  — É para representar o meu sentimento por você, .

  Ele não diz nada, está tão emocionado que só consegue demonstrar o que sente por gestos. Os olhos marejados, a expressão de choro, o aproximar de suas mãos que seguram o pé de , os beijos que ele dá em seu tornozelo, causando arrepios em ambos os corpos. O homem ergue o corpo, ficando de pé, e puxa pela mão abraçando sua cintura com firmeza.

  Ele não diz nada, está tão emocionado que só consegue demonstrar o que sente por gestos. Os olhos marejados, a expressão de choro, o aproximar de suas mãos que seguram o pé de , os beijos que ele dá em seu tornozelo, causando arrepios em ambos os corpos. O homem ergue o corpo, ficando de pé, e puxa pela mão abraçando sua cintura com firmeza.

  — …

  — Hm…

  — Quer namorar comigo? — O pedido vem sem ele ao menos esperar, os olhos ainda brilhando de emoção.

  — Eu ia te pedir agora… — diz ele encarando-a.

  — Eu pedi primeiro. — Eles riem abobados.

  — Aceito — responde e dá um beijo demorado nos lábios dele.

  — Agora — diz ela após o beijo —, você pode me pedir em namoro. — sorri e solta uma risada abafada.

  — Quer namorar comigo, senhorita Ito?

  — Não.

  — Não? — ele diz, confuso.

  — Você já namora, seu safado! — Ambos riem.

  — Boba. — dá um beijo rápido no nariz dela. — Eu te amo.

  — Diz de novo… — pede ela, manhosa.

  — Eu… te… amo… — ele sussurra no ouvido dela e deposita um beijo ali.

  Por muito tempo não entendia o que sentia por e isso o angustiava e lhe tirava o sono; hoje, ele consegue enxergar dentro de si o amor crescente que sente pela linda moça de Yokohama que ele conheceu naquele bendito show.

  O carinho que recebe agora em sua nuca só faz o beijo nos lábios de ficar mais gostoso. As mãos firmes dele apertam as costas da mulher que caminha para trás na direção da cama de casal do confortável quarto; ao encontrar a cama atrás de si, a moça para de andar e senta-se nela, interrompendo o beijo. retira seu casaco, ficando apenas com a camisa e vê a mulher fazer o mesmo, após ir subindo de costas até a cabeceira da cama. Engatinhando, o homem deita-se por cima dela apoiando o peso sobre o cotovelo esquerdo.

  — Você tem certeza, ? — questiona ele, sabendo o significado que o ato seguinte tem para ela.

  — Tenho — responde sem pestanejar. — Eu te amo, .

  Declarando-se, sorri e puxa o rosto de para mais perto o beijando em seguida de maneira intensa; o homem começa a se empolgar e desce a mão, que o apoiava na cama até a cintura de apertando o local; sorrateiramente, ele passa a mesma mão por dentro da blusa dela, suspendendo a peça de maneira incerta. Interrompendo o beijo, retira a blusa que veste revelando o sutiã verde-água que ela usa, os seios dela não tão vastos, porém perfeitos para ele. Aproveitando o momento, ele retira a própria camisa e revela para parte do corpo que ela tanto imaginou que ele tivesse e ela não se arrepende de ter esperado tanto para ver: é muito gostoso, na visão dela.

  O corpo definido e malhado do homem cai sobre o dela novamente e eles voltam a se beijar com desejo; desejo esse que nunca negaram sentir, mas escondiam em seus interiores reprimidos por incertezas; a sequência a seguir foi rápida: retira a própria calça, aproveitando para retirar também seu sutiã e quase perde o ar ao ver os seios dela expostos para ele, mal conseguindo tirar os olhos daquelas pequenas montanhas que parecem chamar por ele.

  Atendendo aos seus instintos, agacha-se ao lado dela, com o rosto na altura do busto da mulher e, devagar, ele encosta a boca no vale que separam os seios dela aspirando seu cheiro e os segurando com ambas as mãos. O gesto faz soltar um suspiro rápido e ela põe as duas mãos nos cabelos do homem que agora dá demorados beijos em seu seio direito. Não demora muito para que os beijos virem lambidas e sugadas que vão do bico do peito até ao redor de sua base.

  Sentindo um prazer crescente, puxa de leve os cabelos dele, os dedos entrelaçados pelos fios, soltando suspiros cada vez mais pesados e longos. Terminado seu trabalho do lado direito, é chegada a vez de o seio esquerdo ter o mesmo tratamento, na mente dela tem-se a certeza de que está se entregando para o homem certo, as sensações que têm agora são parecidas com as que ela tem como referência. Mais fortes, ela tem plena certeza.

  Os lábios de , tão macios e quentes, agora beijam os lábios de que sente-se quase realizada nesse momento; o homem já consegue entender os sinais que ela lhe dá, às vezes discretamente, como quando seu corpo dá pequenos espasmos durante o beijo; ou mais explícitos, como nesse exato momento, onde abaixa a calcinha dela, retirando-a em seguida e faz o mesmo com sua cueca colocando uma camisinha em seu membro; ele deita-se por cima da mulher, ajeitando seu membro na entrada da intimidade de que o encara como se suplicasse por aquilo, foi então que ela verbaliza seu desejo.

  — Seja carinhoso, . — Os olhos dela brilham e pode sentir o desejo misturado com o medo no semblante do ser sob ele.

  — Sempre — ele sussurra em resposta e a beija rapidamente.

  Sem cessar o beijo, empurra com cuidado seu membro para dentro da intimidade de que, apesar de lubrificada, está com pouca abertura. O penetrar do membro do homem nela a faz prender a respiração involuntariamente, enrijecendo o corpo e dificultando a passagem. Vendo a tensão dela, a encara e pergunta se ela quer que ele pare, ouvindo uma negativa como resposta e dando um beijo rápido na testa dela, uma de suas mãos agora está repousada na orelha da mulher e ali ele começa uma sessão de carícias que, aos poucos relaxa o corpo de ; com beijos molhados no lóbulo da outra orelha dela, volta a empurrar seu membro intimidade à dentro com firmeza, mas mantendo o cuidado para não a machucar.

  Sentindo que está totalmente encaixado dentro dela, ergue um pouco o rosto e encara os olhos de que o observa visivelmente emocionada; acaricia o rosto dela e ajeita o quadril para ter mais mobilidade. Os movimentos iniciais são lentos, às vezes uma expressão de dor ou incômodo aparece no rosto de , mas logo dá lugar a uma que aprende a amar e identificar rapidamente: a expressão de prazer.

  Alguns minutos de movimentos simples, mas intensos foram o suficiente para que gozasse e findasse aquela transa. não chegou ao orgasmo, mas sentiu um enorme prazer durante o sexo com , seu lindo e bagunceiro namorado guitarrista.

  Ter deitada em seus braços embaixo de um quente edredom, num hotel em Paris, após terem tido sua primeira vez, está sendo a melhor sensação para até então. A respiração ritmada e tranquila da mulher o acalma. Já para também está sendo especial esse momento com , o calor emanando dele a tranquiliza, saber que ele está perto dela a deixa calma e a faz esquecer-se um pouco dos problemas que a cercam.

  — … — ele sussurrou e ela resmungou em resposta. — Você vai ficar com a gente até o fim da turnê?

  A pergunta vem e já imagina a negativa como resposta. A banda está em turnê europeia há dois meses e ainda tem mais três semanas restantes.

  — Não posso, — responde ela e ergue um pouco o rosto para olhar para ele, apoiando o braço em seu tórax. — Gostaria muito de ficar mais tempo com você, curtindo nosso início de namoro, mas tenho que voltar amanhã para Yokohama — revela ela com o ar triste que é compartilhado pelo homem.

  — Imaginei. — Ele dá um meio sorriso, acaricia o rosto dele.

  — Não faz essa carinha, … kawaii* — sussurra ela e dá um beijo no tórax dele. — Vamos aproveitar essa noite, hm? Nossa primeira noite juntos, a primeira de muitas.

  Abrindo um largo sorriso genuíno, concorda e ergue mais o corpo para beijar o namorado. Ah, os apetitosos lábios de que tanto desejou beijar. Empolgando-se, a mulher joga o corpo por cima dele que logo a envolve num abraço, sem pausar o beijo que fica cada vez mais quente e excitante para ambos.

  Antes da cama pegar fogo com o calor emanado por ambos, coloca uma camisinha em seu membro e em seguida sente o corpo de pesa sobre ele. Curiosa, ela resolve tentar uma nova posição que nunca havia testado antes com Pon, seu ex-namorado e único parceiro sexual até então. Com cuidado, ela encaixa o membro de em sua intimidade e sente ele deslizar para dentro dela, sentindo a elasticidade se expandir mais e mais, adaptando-se à espessura do membro do homem.

  Após encaixada, começa a mexer o quadril, com ele empinado para cima, para trás e para frente, inicialmente devagar; sentindo que está mais confortável com a posição, ela arrisca aumentar a velocidade dos movimentos, tem suas mãos postas na lombar da mulher como se guiasse os movimentos dela, mas esse dançar de quadril é totalmente responsabilidade dela.

  Com o tempo passando e o prazer aumentando, veio também o cansaço, essa posição começa a cansar , que deixa o tronco relaxar por cima de , sem parar os movimentos. O homem passa as mãos por entre os fios de cabelo dela, os tirando de seu rosto e prendendo atrás da cabeça de que o encara com todo tesão e desejo estampados no rosto.

  Sentindo um enorme prazer e que seu orgasmo está se aproximando, se controla e concentra-se em ajudar a chegar em seu ápice, fazendo pequenos e ritmados movimentos com seu quadril para cima e para baixo. Não demora para que ele sentisse o líquido quente preencher a intimidade de e aquecer seu membro ainda mais. A expressão de prazer que ela tem no rosto e o gemido prolongado que ela solta agora é satisfatório para o homem que não resiste e a beija com paixão, intensificando os próprios movimentos de seu quadril, ele prossegue com o beijo e logo sente o seu ápice chegar.

  Exaustos e satisfeitos, e se abraçam e se aninham um por cima do outro, na mesma posição, ofegantes demais para falarem qualquer coisa. Afagando os cabelos da namorada, o homem sente o perfume que exala dali e de seu corpo, um cheiro que grava em sua memória para a eternidade.

  O fim de noite na fria Paris será curto demais para satisfazer o desejo de ambos de estarem juntos, porém, eles sabem que o amor que sentem é forte o suficiente para superar essas três semanas de turnê na Europa. Logo estariam de volta ao Japão e apenas uma viagem de 45 minutos os separariam de Yokohama até Tóquio e vice-versa.

  Ainda há muito a ser vivido por eles.

  Um microuniverso a ser construído por e .