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Capa por Liv

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Love Shot

Alguns anos antes dos acontecimentos de Moonlight…

  — Eu juro que ainda não entendo o que você viu no Carl Nalla, ele é tão… Blé. — disse inconformada por sua amiga estar namorando o jogador mais escroto do time de basquete da escola.
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  — Ele é fofo sim , e nós estamos nos dando super bem com as lições de casa de literatura e redação. — Nalla tentou defender o rapaz, porém a amiga continuava fazendo uma careta estranha de nojo.
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  — Você precisa de um óculos e sanidade mental. — assegurou convicta de suas palavras.
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  — Deixa de ser chata amiga, agora vamos antes de todos nos ligarem apressando a nossa chegada. — Nalla pegou em sua mão e saiu arrastando a amiga.
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  Elas estavam animadas para o amigo oculto de natal que promoveram dois dias antes da data. Ambas sabiam que as comemorações em família de todos iria atrapalhar o evento combinado por eles. estava super animada pois havia tirado uma pessoa extremamente fácil de presentear; já sua amiga Nalla ficou cheia de segredos quanto ao seu presente, que se resumia a somente um envelope pardo. Ao chegarem na casa dos pais de , ou para os amigos, o recém nomeado capitão do time de basquete, deixaram seus presentes no chão perto da lareira juntamente com os outros e seguiram para o quintal.
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  Como previsto, as amigas chegaram por último, e todos já se divertiam na piscina. ficou em choque com a falta de cavalheirismo de por não ter falado que era para levar roupa de banho. Irritada por Freya e Lauren, que já mergulhavam na piscina, não terem dito uma só palavra. Nalla se afastou dela e seguiu até Carl que conversava com George. Enquanto isso, deu um giro 360 com o olhar procurando pelo fracasso de anfitrião, não encontrando, voltou para dentro de casa. Não se importando com os bons modos, subiu as escadas procurando por
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  — Onde ele se enfiou? — resmungou ao entrar no primeiro quarto que viu com a porta entreaberta.
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  Notoriamente o quarto era de , e não demorou muito até que ouviu um barulho vindo do banheiro. Ela não se importou muito e seguiu, estava com tanta raiva que não ligava em saber o que ele fazia. Só queria xingá-lo.
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  — Belo anfitrião você me saiu, por que não disse que tinha piscina aqui? — disse ela ao abrir a porta e dar de cara com ele, saindo do box todo molhado.
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   paralisou por um tempo, olhando para o corpo descoberto dele e tentando não abaixar muito seu campo de visão. deu um sorriso de canto malicioso e puxou a toalha, a enrolando na cintura, cobrindo apenas uma parte do corpo.
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  — Cuidado para não cair a baba. — brincou ele.
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  — Ha, ha… — ela soou com ironia — Como se tivesse algo de muito valor aí.
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  — Está desdenhando da minha máquina? — ele colocou a mão na cintura.
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  — Para mim, isso não vale nada. — retrucou ela.
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  — Você ainda vai se arrastar querendo um pedaço de mim. — provocou ele com um sorriso presunçoso.
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  — Olha aqui , eu nunca farei isso. — disse ela apontando o dedo para ele — E você nunca terá o gostinho de sair comigo, sua sorte é que o nosso amigo oculto é em sua casa, senão eu jamais colocaria meu pés aqui, seu babaca metido a garoto popular.
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  Ela se moveu para sair de lá, porém ele segurou em seu braço, com cuidado para não machucá-la.
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  — Ok miss simpatia, e para alguém que não queria nem entrar na minha casa, você foi meio longe não acha? — ele impulsionou o corpo dela para mais perto dele — Sua mãe não aprendeu a bater antes de entrar?
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  — As duas que tive estão mortas, então não tive tempo de aprender. — ela se soltou dele com precisão e ao se retirar — Não se preocupe, eu não vou mais entrar em seu quarto, nunca mais.
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  Era um fato que desde que a família de se mudara para Manhattan e ele começou a frequentar a mesma escola de , a jovem esquentada não tinha se afeiçoado com o rapaz. Em sua concepção, o novato da Califórnia era brilhante e eficiente demais. As melhores notas, o melhor jogador do time de basquete, um sorriso que atraía quase todas as garotas e derretia os professores, uma educação sublime com os funcionários. Mas somente ela o via verdadeiramente como um babaca, com quem sempre implicava nas aulas de biologia, matemática, literatura, geografia e educação física.
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  — , onde estava? — perguntou Annia, ao ver a amiga descendo as escadas, seu olhar curioso não foi contido.
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  — Estava demonstrando minha insatisfação de não ser notificada sobre a piscina. — respondeu ela com tranquilidade, como se nada demais entre ela e o dono da casa tivesse acontecido minutos antes.
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  — Ok, vamos lá, eu também não trouxe biquíni e Nalla também, vamos somente sentar na borda da piscina. — sugeriu a amiga.
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  — Tudo bem. — disse .
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  Eles curtiram por um tempo, até que Freya sugeriu que finalmente começassem a troca de presentes, então seguiram para sala. se sentou no chão, na frente de Nalla que sentou no sofá ao lado de Carl. Freya se colocou na frente de todos, pegou seu presente e começou a dizer quem havia tirado. Após muitos palpites errados, ela revelou ter tirado James. Todos aplaudiram e após o rapaz pegar seu presente e revelar sendo um relógio folheado a ouro, agradeceu Freya. 
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  Assim, ele pegou sua caixinha e começou a dar suas dicas de quem era sua amiga oculta. soltou um grito, dizendo ser Annia e sua dedução estava correta. A garota de presilha amarela no cabelo foi receber seu embrulho.
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  — Bem, a pessoa que eu tirei é muito, mais muito… — Annia começou a rir de leve — Quando eu disser sua característica todos vão saber…
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  — Fala logo Annia. — disse Lauren.
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  — É uma pessoa muito excêntrica. — disse Annia.
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  — É a . — disse Nalla de imediato.
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  — Sim. — Annia riu assentindo.
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  — Nem sou tão assim. — tentou se fazer de ofendida, mas amou a colocação de Annia.
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  Com um sorriso maldoso, a aprendiz de bailarina e futura coreógrafa, após mostrar que havia ganhado uma correntinha com um pingente no formato de sapatilhas de ballet. Ao colocar a correntinha no pescoço com a ajuda de Nalla, pegou sua caixa embrulhada e se colocou na frente. O olhar presunçoso de causava curiosidade em todos. Seus presentes eram sempre memoráveis e às vezes cruéis.
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  — Bem, meu amigo oculto, é uma pessoa muito fácil de presentear. — iniciou ela.
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  — Não é a Freya. — comentou Lauren, fazendo todos rirem.
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  — Nem o James. — brincou George.
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  — Mais dicas . — pediu Nalla.
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  — Todo mundo sabe que não sou boa com isso, então serei direta, ele tem sotaque de quem morou em Malibu. — concluiu ela a indireta, bem direta.
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  — . — todos disseram em coral.
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  — Você me tirou? — ele se mostrou desacreditado.
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  — Acredite , ela pediu pra trocar comigo, e eu nem sabia que era você. — Nalla riu.
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  — Será o destino a nos juntar. — brincou ela se aproximando.
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  — Nem se aproxime. — esticou a caixa para ele — Abra.
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   ficou um pouco receoso pelo olhar de para ele. Porém, lhe deu um voto de confiança e desembrulhou a caixinha, na esperança de ser pelo menos um relógio também. Entretanto, ao abrir, se deparou com uma várias camisinhas dentro. Todos começaram a dar gargalhadas dele. Nalla se assustou com a maldade da amiga e olhou embasbacada para ela. Carl e James não conseguiam parar de rir, menos ainda Freya e Lauren.
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  — Gostou? — perguntou .
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  — Me deu isso por pretender que eu use com você? — retrucou ele, fazendo todos surtarem.
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  — Nem nos seus sonhos mais obscuros, sugiro que use com o seu fã clube da escola. — ela passou por ele e se sentou novamente no chão.
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   mesmo estático com a forma em que sempre agia com ele, seguiu com o amigo oculto. Mais palpites saíram, até ele revelar ter tirado Lauren. A princesinha do Queens tentou dar dicas falsas, porém acabaram descobrindo que ela havia tirado George, que por sua vez, tirou Nalla. A garota mais tímida do grupo se levantou com o envelope na mão e um pouco trêmula.
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  — Bem, meu amigo oculto é um pouco óbvio, então, só queria dizer que este foi o melhor momento que pude encontrar para entregar este tipo de presente. — disse ela com um tom baixo, forçando sua voz a sair.
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  O gesto de Nalla fez a amiga ficar ainda mais preocupada e curiosa. O que intensificou quando Carl abriu o envelope e leu os papéis que tirou de dentro. O olhar do rapaz para sua amiga e depois o fato de ambos terem se ausentado por alguns minutos da sala, deixou ainda mais intrigada com tudo. 
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  Após o final da entrega dos presentes, eles voltaram para a piscina. Uma breve brincadeira entre Freya que insistia em jogar charme para o novato da Califórnia, e o mesmo, fez com que ele acidentalmente caísse na piscina, puxando que estava bem próximo junto.
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  — Seu idiota! — gritou ao ficar de pé, e retomar seu fôlego — Olha o que você fez.
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  — Desculpa, eu me desequilibrei, não foi intencional. — gritou ele de volta.
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  — Da próxima vez, se tiver em uma ponte comigo perto, morra sozinho. — retrucou ela se locomovendo para a borda da piscina.
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  — Vem , eu te ajudo. — disse Nalla ao pegar na mão da amiga.
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  — Obrigada. — a garota bufou de raiva — Não acredito nisso, eles já implicam comigo, agora então.
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  — Você pode passar lá em casa primeiro e trocar de roupa. — sugeriu Nalla.
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  — Vem, você pode se trocar no meu quarto. — disse .
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  A vaga frase de dizendo que nunca entraria de novo no quarto dele soou em seu ouvido. O olhar de se mantinha fixo e intenso nela. A garota odiava ficar molhada, por isso, sempre fugia da chuva, então não viu outra escolha a não ser aceitar. Ao entrar novamente no quarto acompanhada por ele, esperou até que recebesse uma toalha e roupas secas emprestadas. Ela se trancou no banheiro, e ficou alguns minutos a mais para dar tempo dele se trocar. Assim que ela saiu usando as roupas do novato da Califórnia, o olhar de admiração de para ela se manifestou com um brilho incomum. O coração do garoto acelerou um pouco, o permitindo até sentir o corpo arrepiar.
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  Neste momento ele teve certeza de que era , a garota que ele queria como sua namorada, por mais doloroso que pudesse ser conquistá-la.
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  — Nenhum comentário sobre o que eu disse relacionado ao seu quarto. — disse ela antes que ele pudesse provocá-la.
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  — Ok. — ele levantou as mãos em rendição.
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  — Sua amiga Nalla já foi? — perguntou ele.
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  — Sim, ela disse que precisava conversar algo sério com o Carl, mas não contou o que era. — respondeu desviando seu olhar para a janela — Está sabendo de algo?
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  — Não, Carl apenas me disse que a Nalla tem estado estranha desde a formatura.
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  A garota evitou de encará-lo por um tempo. Pois sua imagem saindo do box no banheiro ainda se mostrava vívida em sua mente.
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  — Ela me disse que dormiu na casa do Carl após o baile de formatura. — comentou tentando entender as coisas.
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  — Você realmente se preocupa muito com ela. — observou .
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  — Nalla é como uma irmã que nunca tive. — explicou .
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  — Hum. — manteve seu olhar nela.
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  Para o rapaz, era como uma caixinha de surpresas que uma criança sonha em abrir. Cada dia a garota tinha uma personalidade diferente para mostrar, o que encantava a todos. Sempre sorrindo, sempre amiga, sempre prestativa. Eles desceram para a cozinha e antes de levá-la para casa, lhe preparou um chá, para tirar a friagem causada pela água gelada da piscina.
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  — Aqui. — disse ele lhe entregando a xícara.
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  — Eu não gosto de chá. — disse ela em recusa.
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  — Por isso te fiz chocolate quente, agora pegue. — ele a olhou, mantendo o tom firme.
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  — Hum. — a garota pegou a xícara e assoprou um pouco antes de tomar o primeiro gole.
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  — Ficou bom?
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  — Ficou, você não é tão mal assim na cozinha. — comentou ela ao sentar na banqueta e debruçar um pouco sobre a bancada — Seus pais não ficam muito tempo em casa?
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  — Não, sendo médicos, eles passam mais tempo no hospital. — respondeu ele, permanecendo de pé, do outro lado da bancada a observando.
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  — Que tédio, uma casa grande dessas e ficar o tempo todo sozinho. — a garota tentou não encará-lo.
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  — Já estou acostumado, geralmente eu sempre tinha uma garota que levava para casa na Califórnia… — ele se calou por um tempo.
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  — Não precisa de fingir de santo, sua cara de pegador lhe condena. — ela riu dele.
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  — Não sou pegador, e não saía com várias garotas, mas confesso que já tive muitas namoradas. — ele cruzou os braços, se fazendo de ofendido — E você? Vai me dizer que nunca namorou.
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  — Claro que já. — ela riu novamente — Apesar de ser muito exigente, já namorei alguns rapazes, gosto de homens mais velhos.
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  — Bom saber, sou mais velho que você. — um sorriso malicioso saiu dele.
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  — Vai sonhando . — ela o esnobou com o olhar e tomou outro gole — Você tem empregada também?
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  — Somente a faxineira.
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  — E quem faz a comida?
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  — Eu.
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  — Você cozinha? — por essa ela não esperava.
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  — Sim, porque a surpresa? — ele riu desta vez.
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  — Nossa, meus primos conseguem queimar a água do macarrão instantâneo. — ela revirou os olhos — Se bem que não posso falar mal, eu também não sei cozinhar.
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  — E como você vive? — ele a olhou curioso.
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  — Quando não almoço na casa dos meus tios, como sanduíche.
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  — Vive de sanduíche? — se mostrou embasbacado.
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  — Estou viva até hoje, então posso seguir assim. — ela deu uma risada fraca.
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  Curiosamente, eles entraram em uma conversa profunda sobre suas famílias. O que o levou a descobrir coisas interessantes sobre ela. 
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   morava com os tios adotivos. Após ser adotada com doze anos de idade, a garota teve o infortúnio de perder os novos pais para um acidente de carro, em que também se machucou. Apenas ela e o motorista do carro causador da confusão, sobreviveram. A família sentiu pena por ter que devolvê-la, então sua tia Hillary aceitou ter a guarda dela até os 16, quando conseguiu a emancipação. Por motivos financeiros, continuou morando na casa dos tios, porém no porão que alugaram para ela por 50 dólares mensais. Um dos motivos dela trabalhar de meio período como caixa no supermercado de um amigo de sua família.
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  — Aqui está bom. — disse ela ao pedir para parar o carro na esquina.
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  — Tem certeza? — perguntou ela — Posso te deixar na porta.
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  — Para que? Atiçar minha família a querer saber quem é você? — ela soltou uma gargalhada — Já me basta eles tentarem me arrumar um marido sem nem chegar à maioridade.
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  — Você já é emancipada não é? — a olhou confuso.
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  — Explica isso pro tio Ben então. — ela retirou o cinto de segurança e abriu a porta.
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  — Espera. — segurou em sua mão.
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  — O que? — ela o olhou — Se for outra de suas brincadeiras ridículas, esquece e nem sonhe em tentar me beijar. 
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  Ela foi curta e grossa em suas palavras.
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  — Calma. — ele riu — Por que é tão nervosa?
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  — Não sou nervosa. — ela cruzou os braços — O que você quer?
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  — Ontem na biblioteca da casa do James, eu ouvi quando você disse à Nalla que em todos os feriados sua família tenta arrumar alguém pra não ficar sozinha. — confessou ele — Me desculpa, não deveria ter ouvido isso.
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  — É, isso é chato. — afirmou ela — O que tem?
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  — Posso ser seu holidate. — disse ele.
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  — Meu o que? — ela o olhou confusa.
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  — Seu holidate, é como um encontro só para feriados, a gente sai e finge que estamos juntos, mas só nos feriados para nossas famílias. — explicou ele — Tenho uma tia que faz isso sempre, cada data comemorativa ela sai com um cara diferente.
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  — Você é louco né?! — ela soltou uma gargalhada — Nem sendo falso, eu nunca sairia com você, mas talvez a Freya aceite, e leve as camisinhas que eu te dei.
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   saiu rindo do carro e seguiu para sua casa. Como todos os dias em que não tinha paciência para ver seus primos desagradáveis, neste ela passou pela lateral da cerca e seguiu rapidamente para a porta individual do porão nos fundos da casa. Fechando a porta após entrar no seu aconchego, ela deixou a bolsa pendurada ao lado da porta e se jogou no sofá. Fechando os olhos, começou a pensar sobre sua amiga e os problemas que envolvem sua vida.
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  Segundos depois, a imagem de invadiu a mente de . Causando-lhe espanto e susto. Ela não deveria estar pensando no garoto mais chato da escola. Em sua concepção, era organizado demais, perfeito demais. Seu desejo era descobrir ao menos um defeito plausível nele. 
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  Além de ser um babaca.
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  Dois dias depois, lá estava , com o celular na mão esperando pela pessoa que ela menos queria ver em um dia de natal. Não acreditava que em menos de duas horas e um jantar na noite anterior com sua família, a fez mudar de ideia e aceitar a proposta de . Assim que ele parou o Mustang preto, emprestado pelo pai, os olhos dos parentes da garota que espiavam pela janela, ficaram arregalados. Foi superficialmente que ela tinha descoberto que o pai de , era um renomado neurocirurgião, que tinha grandes expectativas do filho se tornar um médico também.
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  — Atrasei?! — perguntou ele ao descer do carro, vestido ao estilo badboy e sorrir para ela.
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  — Sim, dois minutos. — disse ela, não dando o braço a torcer, nem por um instante.
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  — Você também está linda. — disse ele, ao piscar de leve.
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  — Espera. — ela o parou, olhando sério — Antes de continuarmos com essa loucura de holidate, que eu sei que vou me arrepender um dia, preciso impor limites antes.
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  — Você que manda. — ele manteve seu olhar atento nela.
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  — Nada de beijos, eu posso somente segurar em sua mão. — continuou ela — E nada de ficar dando detalhes da sua vida e nada de dizer que é meu holidate.
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  — Por que não posso dizer? — ele se achegou mais para perto dela — Ou prefere que eu diga que sou seu namorado?
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  — Melhor holidate. — disse de imediato.
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  Ele sorriu de canto e segurando em sua mão, seguiram em direção a porta. A família de era grande e muito barulhenta. Porém, a menina ainda não havia se acostumado bem com isso. Ela preferia mais ficar em seu porão, no silêncio, fazendo maratonas de séries como Friends ou Arquivo X. Além de praticar seu esporte favorito que era dormir. Pouco depois de servirem o jantar, se distanciou de todos e saiu para o quintal dos fundos. Seu olhar foi direcionado para o céu estrelado, algo surpreendente para o inverno nova-iorquino.
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  — Está tudo bem? — perguntou ao se aproximar dela.
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  — Sim. — manteve o olhar no céu.
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  — Tem certeza? — ele segurou de leve na mão dela.
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  Ela tentou conter suas lágrimas de emoção, mas não conseguiu. Ela odiava demonstrar fraqueza perto de alguém, principalmente pela vida difícil que teve antes e depois de ser adotada. Entretanto, o natal sempre trazia consigo as vagas memórias felizes de seu passado. Repentinamente, a puxou para perto e abraçou-a de forma confortável. Pela primeira vez reconheceu um sentimento de segurança, que a muito tempo não sentia. Ela tentou se afastar dele, com medo do que pudesse acontecer, ou que pudesse se acostumar com aquilo, porém não permitiu.
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  — Eu disse somente as mãos. — sussurrou ela.
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  — Em um holidate natalino, deve-se dar um presente de natal. — retrucou ele.
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  — Então está me dando um abraço de presente? — perguntou ela.
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  — Não. — ele se afastou um pouco — O abraço foi o seu presente para mim, o meu presente para você é esse…
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   impulsionou seu corpo, e não se importando em ser estapeado depois, encostou seus lábios nos de , dando-lhe o beijo mais intenso, doce e envolvente que conseguiria. Inicialmente relutante, se rendeu e aceitou o beijo, retribuindo ao sentir seu coração acelerar um pouco.
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  — Feliz natal. — sussurrou .
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  — Feliz… — ela tentou retribuir as felicitações.
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  Porém, de forma ousada lhe beijou novamente, fazendo o coração de ambos acelerar. O segundo de muitos outros beijos que rolariam em seus futuros holidates.
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It’s the love shot.
– Love Shot / EXO

  “Amor: o sentimento mais imprevisível do mundo.” – by: Pâms

Fim

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